@livrarialivros 365 Dias Com Deus Devocionais para A Caminhada Diária
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1) Para facilitar o entendimento, serão utilizadas nesta obra as versões NVI (Nova
Versão Internacional), NVT (Nova Versão Transformadora) e NAA (Nova
Almeida Atualizada), a não ser que alguma exceção seja mencionada.
Motivos de oração:
Respostas:
Motivos de oração:
Respostas:
"A oração honra a Deus, reconhece seu ser, exalta seu poder, adora sua providência,
assegura sua ajuda."
E. M. Bounds (pastor metodista, 1835-1913)
Diário de Oração – Terça-feira.
"Na oração é melhor ter um coração sem
palavras do que palavras sem coração." John Bunyan (pastor
batista, autor de “O Peregrino”, 1628-1688)
Motivos de oração:
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Motivos de oração:
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Motivos de oração:
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Motivos de oração:
Respostas:
"Se Deus não quer algo para mim, eu também não deveria querer.
Passar tempo em oração meditativa, conhecendo a Deus, ajuda a
alinhar meus desejos com os de Deus."
Phillip Yancey (escritor, 1949- )
Diário de Oração – Sábado.
"A persistência na oração por alguém de quem não gostamos, por mais que
vá contra a corrente, provoca uma notável mudança de atitude [em
nós]."
F. F. Bruce (escritor e apologeta, autor de “Merece confiança o
Novo Testamento?”, 1910-1990)
Motivos de oração:
Respostas:
"Ser cristão sem orar é tão possível quanto do que estar vivo sem respirar."
Martinho Lutero (reformador, 1483-1546)
“Abre os meus olhos para que eu veja as
maravilhas da tua lei.”
Salmos 119.18 NVI
Semana 1 | Dia 01 | Domingo | Salmo 119.41-42 (Vav)
C omeçamos a nossa caminhada na Palavra de Deus retomando o Salmo 119 de onde paramos
no Volume 1 do 365 Dias com Deus. Esse é um Salmo inteiramente sobre a Palavra de
Deus, mencionada em cada verso com os seguintes termos: lei do Senhor, estatutos,
caminhos, preceitos, decretos, mandamentos, ordenanças, testemunhos, promessa, veredas, e,
claro, palavra. Em cada seção de oito versos cada um começa com a mesma letra do alfabeto
hebraico. Que arte maravilhosa! Vamos começar, então.
Uma das coisas que o homem mais deseja é ser amado. Infelizmente, tal desejo parte de uma
necessidade egocêntrica e ensimesmada; mas, quando experimentamos o amor de Deus, começa
nossa libertação disso. O amor dEle nos acalenta e nos preenche, isso é verdade; mas é centrado
nEle, é para a glória dEle, e está assegurado pelas Suas promessas (v.41). Ou seja, o Seu amor é
“ofensivo”, isto é, denuncia nossa necessidade de salvação, pois, obviamente, estamos perdidos
sem Ele. Por isso que o amor de Deus nos liberta de nós mesmos. É um amor tão grande que nós
não merecemos, por isso somos impulsionados e motivados a nos parecermos com Ele, Aquele
que nos ama e assim, fazermos o mesmo para com outros.
O resultado desse amor é uma postura inabalável diante dos desafios da vida (v.42), quer
venham de pessoas ou circunstâncias. Nada realmente importa tanto: somos amados com um
Amor não só incomparável, mas também incondicional e eterno! As ofensas e desafios a
amarmos as pessoas se tornam pequenos. Estamos supridos. Estamos alicerçados nas verdades
eternas reveladas na imutável Palavra de Deus.
Precisamos escolher se vamos ser canais ou represas. Seremos canais quando “fluirmos” o amor que
recebemos de Deus às pessoas na nossa vida, mesmo quando não merecerem aos nossos olhos. E, pela
lógica, seremos represas quando retivermos egoisticamente esse amor, parando-o em nós mesmos.
Tentar “responder” aos que nos afrontam sem esta moldura do amor de Deus ao nosso redor é
terminar reagindo na carne e motivado pelos ditos “nossos direitos”. A quem você pode hoje mostrar o
amor incondicional e imerecido que você tem recebido? Como você fará isso de forma prática?
Semana 1 | Dia 02 | Segunda | Salmo 119.43-46 (Vav)
C ontinuando na mesma seção iniciada ontem, toda essa segurança e estabilidade diante de
oposições passam exatamente pela presença da Palavra de Deus em nossos lábios, em nossa
comunicação (v.43). Se confiamos nela, no sentido de seus princípios, ela precisa estar
presente, influenciando a forma como nos portamos neste mundo, e a comunicação é uma parte
enorme disso. Nossas palavras devem ser temperadas com o Espírito Santo e devem edificar os
que as ouvem (Ef 4.29).
Diante de tais resultados, eis nossa resolução (v.44): obediência constante e para sempre.
Claro que se trata de um enorme desafio, mas que, ainda assim, precisa ser encarado. É a busca
em cumprir esse desafio que alimenta, fortalece e mantém a esperança dos justos. É a firmeza de
uma coluna central no edifício da minha vida. Só essa resolução nos trará “verdadeira liberdade”
de andar piedosamente em obediência e submissão ao que o Senhor nos mostra em seus
preceitos (v.45). A sociedade vem, século após século, trocando a verdade pela mentira e
dificultando cada vez mais o reconhecimento da verdade, mesmo que esta seja tão clara e esteja
evidente. Sim... é mais fácil o torpor da mentira; seus muitos tons sempre se adaptam à “minha”
noção de liberdade; falsa liberdade da “verdade líquida”.
Agora, tal maravilha, tal verdade e tal liberdade não devem, nem podem ficar guardadas
em nós ou para nós apenas. Tudo isso precisa ser compartilhada (v.46). Como uma hipérbole, o
salmista coloca o falar diante da autoridade máxima do mundo: os reis! Mesmo diante deles
seremos arautos, proclamadores das verdades que trazem legítima liberdade! Quanto mais
diante dos plebeus, dos vassalos, dos iguais a nós? Eles ouvirão!
Como avaliaremos nossas vidas hoje? (1) O meu falar tem sido temperado e cheio da Palavra de Deus
para que eu possa agir corretamente neste mundo? (2) Tenho buscado e lutado diariamente para
obedecer aos princípios? E (3) tenho abençoado ao meu próximo com o tesouro valioso do que tenho
aprendido nas Escrituras? Nas suas aplicações, tome decisões práticas!
E mpelouma“cadinho
siderúrgica, cadinho é a forma de derreter metais. Há momentos em que passamos
de Deus”. Quer sejam lutas, doenças, indefinições, perseguições... elas vêm
para nos testar e nos moldar ao caráter de Cristo. Nessas horas, a Palavra de Deus é nossa
arma da esperança (v.49), nas promessas de um Deus que não muda e não pode mentir; são nos
conselhos de Deus que achamos a paz para passar pelo sofrimento, pela tormenta (v.50). Apesar
de o salmista pedir que o Senhor se lembre, é óbvio que Deus não esquece de nada. Quando
oramos assim, não estamos fazendo uma cobrança. Na verdade, estamos dizendo, “Senhor, eu
não esqueci do que me disseste e eu ainda creio!” Repetimos para instigar fé em nós mesmos! E
como precisamos disso!
O estado em que nos encontramos enquanto esperamos por uma resposta, por uma solução,
pelo fim da indefinição é como um estado de morte. Mas, podemos antever a “vida” enchendo
nossas mentes e corações das promessas de Deus, as verdades eternas que nos dão firmeza em
meio a tudo isso. E isso não é privilégio de alguns; antes, é para todo cristão! Recitar a Palavra
de Deus para nós mesmos, lembrar das verdades teológicas que aprendemos e, acima de tudo,
lembrar do plano de redenção e do nosso bendito e amado Redentor são exercícios de
fortalecimento da nossa alma em meio aos reveses que podem nos atingir.
“Está escrito” (Mt 4.1-11) foi a “Criptonita” usada por Jesus contra Satanás no deserto. As mentiras
dele não podiam prevalecer diante da Verdade da eterna Palavra de Deus! Então, quer seja o próprio
Maligno ou a nossa carne, o “remédio” continua sendo o mesmo. Quais são algumas mentiras que as
lutas têm trazido para atacar o seu coração e sua mente? Quais são as verdades que podem libertar
você de tais ataques? Escolha hoje o caminho da esperança mencionada no verso 49 e do consolo e vida
mencionados no verso 50. Vale a pena!
A esperança, o consolo e a vida diante das promessas da Palavra de Deus que vimos nos
versos anteriores é a parte boa. A parte ruim é que em meio às lutas, pessoas se levantarão
para tentar piorar nosso ânimo durante a luta. Não há como não lembrar de Senaqueribe,
com suas ameaças, diante dos muros de Jerusalém tentando destruir o ânimo dos judeus (cf. 2Re
18 e 19; 2Cr 32; Is 36 e 37). Ele usa de intimidações, mentiras e fakenews para minar a
resistência e a confiança do povo de Deus. Em situações como essas, o seu e o meu desafio é
nos manter firmados e resolutos naquilo que a Palavra nos coloca (v.51). Diante de tamanha
oposição, seremos tentados a lutar com as nossas forças, pior, com as armas da carne e do
mundo. Mas, devemos nos manter na lei do Senhor sem nos desviar. Jesus podia convocar
legiões de anjos em sua defesa; era seu direito. Ainda assim, Ele sofreu o dano da traição, do
julgamento injusto e da cruz. Essas eram as promessas de Seu Pai antes da glorificação. Ele
sabia que as promessas incluíam o fato de que a cruz viria antes da coroa, e não “fez do seu
jeito”.
O que fazer enquanto a tempestade não passa? O que fazer enquanto os zombadores estão
nos portões? Muitos optam pela autocomiseração, outros pela vitimização, outros por culpar
alguém. Outros olham para o passado lamentando a própria história. Mas diante de todas essas
más decisões, eis a melhor que podemos achar: lembrar-nos do que já sabemos e conhecemos
sobre o agir de Deus (v.52). É olhar para o passado, mas enxergar a graça dEle e não apenas
nossa miséria. Portanto...
Olhe para a sua história e veja Deus lá. O passado foi feito para ser uma biblioteca de sabedoria; quer
seja nos nossos erros, quer seja nos nossos acertos. Mas principalmente, para lembrar-nos e
vislumbrarmos como Deus agiu. E orarmos, “Senhor, lembra o que fizeste e age novamente em nosso
favor!” Os zombadores arrogantes podem fazer o seu show, mas nós não precisamos aplaudir a
performance deles já que temos um número superior apresentado pelo nosso Deus. Hoje, em quem você
vai confiar?
A confiança em Deus não significa passividade. Eventualmente, podemos ser tomados de zelo
pelas coisas de Deus (v.53). Ou seja, mesmo em meio às lutas, nossa postura não é no chão,
antes, estamos em pé, lutando pelo Senhor e com ele. Indignação é traço de santidade
também. Neste verso, o salmista desfaz a imagem de uma pessoa enrolada em posição fetal
diante das lutas, e a substitui pela de um guerreiro que atravessa a batalha todo ferido, mas
lutando. A verdade não é paralisada apenas porque estou sendo atacado. Aliás, manter-nos
ativos e em progresso é um grande auxílio para não cairmos em desânimo e até apelarmos para
um autodiagnóstico de depressão.
Nesta peregrinação, o alimento do guerreiro é a Palavra de Deus (v.54). Neles (os
decretos), o salmista louva a Deus; com eles, ele compõe a sua letra de adoração. E, após ter
caminhado o dia inteiro e também de noite, o Senhor ainda está em sua lembrança através
daquilo que ele o ensina em sua lei (v.55). O ciclo foi concluído: desde cedo da manhã até tarde
da noite.
Como é reconfortante encontrar o equilíbrio da vida nas Palavras da Vida e saber que
nosso agir está trilhando o caminho destas Palavras (v.56)! Perceba que nesta seção do Salmo
119, o salmista não saiu do “deserto”, esse nunca foi seu foco. O deserto é relativo em sua
duração, em sua percepção, em seus objetivos e efeitos. Até mesmo nossa reação a ele é relativa,
variável. O equilíbrio está na estabilidade da Palavra de Deus que nos dá vida e esperança.
“PRÁTICA”! Que palavra preciosa para nossa aplicação hoje. Tudo o que lemos na seção Zain do
Salmo 119 depende dessa resolução do salmista estar em nossas vidas: a prática de obedecer. Inclusive,
em ter uma postura aguerrida pela Verdade de Deus, ainda que mantendo a mansidão e amabilidade
cristãs. Como você pode viver isso hoje? Em quais situações você precisa se posicionar pela Verdade?
Como você pode desenvolver uma prática que marque cada dia de sua vida?
P ensar na vida pode ser algo bem produtivo e não apenas ficar olhando “pra ontem”, ou “pro
nada”. Então, (v.59) o salmista reflete nas decisões, erros e acertos da sua vida e reconhece
que apenas nos “testemunhos” e andando na Palavra de Deus, sua vida pode estar no caminho
certo. Esse é o sentido de arrependimento genuíno. Uma mudança de direção, uma mudança de
180°. Não mais permanecendo onde eu estava, mas agora, indo aonde eu deveria estar. Andar
errado é algo que não podemos fazer por muito tempo, antes devemos correr (v.60) rumo à
obediência total e incondicional, dos mandamentos de Deus. A ideia de fuga não é exagero. É a
ideia real de alguém que vislumbra os perigos da desobediência e escapa. E ninguém escapa
caminhando, não é mesmo? A gente “vaza”, tal como se diz no popular. Nós corremos em
direção à segurança; neste caso, dos mandamentos de Deus. Para alguns, colocar-se sob
mandamentos é uma prisão; para o filho de Deus é a verdadeira liberdade (Tg 1.25) que nos traz
proteção.
A razão é simples: as lutas chegam de surpresa. No verso 61, o salmista destaca
exatamente essa expectativa de oposição. No entanto, ele continua resoluto em lembrar-se dos
princípios da “Lei” do Senhor. Essa é a estratégia na luta: tire os olhos do inimigo e volte os
olhos para o Senhor, seguindo as determinações da Sua Palavra. É possível, inclusive, que a
ofensiva do inimigo tenha sido favorecida pelo meu caminhar em desobediência. Ou seja, mais
um motivo para consertar meus caminhos.
Avalie as suas mais recentes decisões e até outras mais antigas. Há algo para consertar? Há
relacionamentos a restaurar? Apresse-se e decida hoje fazer isso. Remova o “poder” de tais
circunstâncias mudando as atitudes que lhe causaram esses problemas. Seja livre de verdade!
Q uando consertamos nossos caminhos (como vimos nos versos anteriores), à semelhança do
Salmo 40.3 (“Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus...”),
somos levados à adoração (v.62), pois só adora aquele que confia e descansa no Deus que
conhece. Em uma época em que meia-noite já seria considerada alta hora de sono (pois as
pessoas dormiam e acordavam bem mais cedo), o salmista interrompe seu descanso para adorar
e agradecer ao Senhor.
Repare que a adoração está intimamente ligada à revelação escrita de Deus (final do verso
62), pois apenas através dela podemos conhecer a Deus como Ele determinou se revelar a nós!
Cantar é maravilhoso, porém, como servos de Deus, nós O adoramos segundo Ele mesmo se
revela em Sua Palavra, e não com meros pensamentos e figuras humanas. A Palavra e as
verdades nela contidas são a base da nossa adoração.
Outro fator nas lutas, quando andamos com Deus, é que não estamos sozinhos. Sempre
teremos, mesmo que seja um remanescente, pessoas que também temem ao Senhor (v.63). Esses
não são reconhecidos por grandes feitos ou “grandes” ministérios, mas pela obediência à
Palavra. Santidade é obediência, o resto é apenas aparência e discurso vazio.
E essas parcerias vão se estendendo até ao ponto de percebermos que “A terra está cheia
do teu amor”! Até notarmos que em toda Terra Deus está realizando Sua obra. Mesmo nos
lugares de perseguição, “a Palavra de Deus não está presa” (2Tm 2.9). Uma grande nação está
sendo levantada pelo Espírito de Deus, um povo que deseja ser ensinado nos decretos de Deus,
assim como o salmista. Eu e você somos encarregados da expansão desse povo e de tornar
verdade cada vez mais que a terra esteja cheia do amor e da glória de Deus até que Ele venha
reinar absoluto sobre ela e termine essa expansão.
Você só adora quando confia e conhece. Como está sua confiança no Senhor? Você O tem conhecido
através da Sua Palavra? Isso tem aproximado você de outros filhos de Deus e formado essa massa
transformada e transformadora? Nossas famílias devem andar com outras famílias que temem ao
Senhor e juntas alcançarem aquelas que ainda estão perdidas.
N ossa seção de hoje começa com uma declaração para colocar evolucionistas e naturalistas de
cabelo em pé: Deus nos formou! (v.73) Somos feitura dele, como diria o Salmo 139. Assim,
quem mais poderia conhecer os detalhes e os fatos mais intrínsecos do ser humano do que o
seu criador? Portanto, precisamos ir a Ele para obter respostas para nossa vida, através das Suas
Escrituras. O criador explica a criatura; simples assim. E Ele o faz por meio da Sua Palavra que
requer dedicação e estudo, oração e meditação. Que coisa boa que você decidiu dedicar este ano
à vida devocional, não?!
Nossa dependência e obediência das Escrituras servem de motivação para outros que
desejam viver da mesma maneira (v.74). Que maneira maravilhosa de motivar o povo de Deus,
isto é, sendo modelo de vivência das Escrituras! Claro que Cristo é nosso exemplo e modelo
absolutos, mas somos incentivados a nos espelhar uns nos outros (1Co 4.16; 11.1) algo que
Paulo elogiava nos tessalonicenses (1Ts 1.6-7). A dependência da Palavra percebida na vida do
meu irmão deve me alegrar e me motivar, e vice-versa. Que dinâmica maravilhosa nosso Deus
arquitetou!
Mas, ser disciplinado é também parte da experiência do salmista ao andar com Deus
(v.75); na qual ele reconhece a justiça de Deus em castigá-lo. Nisso também há uma troca de
exemplo entre os filhos de Deus. As quedas e restaurações nossas e de outros devem ser
testemunhos de como não compensa a desobediência e de como nosso Deus nunca nos
disciplina por sadismo ou outro motivo torpe. Seu objetivo é sempre nos educar na prática da
justiça e nos fazer mais semelhantes a Seu Filho (Hb 12.4-13).
Somos “artesanato” de Deus (Ef 2.10). Apesar de estarmos “prontos” posicionalmente em Cristo,
ainda estamos também “em formação” dia após dia. Você tem aprendido com exemplos positivos e até
mesmo negativos no Corpo de Cristo? Você tem buscado ser um exemplo positivo, portanto, imitável
para aqueles que querem também viver a Palavra?
E mnosso
meio a tudo isso, não estamos sozinhos: aqueles que temem também ao Senhor estão ao
lado (v.79). Um irmão em disciplina (durante e depois) não deve ser abandonado.
Tendo eles temor gerado no entendimento das Escrituras, eles devem estender a mão e ser
mais uma demonstração da misericórdia de Deus enquanto estamos na disciplina. Leia Gálatas
6.1-5 e veja como Paulo ensina sobre nossas atitudes para com o irmão em pecado.
Confrontação que busca restauração. Levar os fardos pesados para que o outro vença a
disciplina. Devemos examinar a nós mesmos para levar as próprias cargas antes que elas nos
derrubem.
Finalmente, a maneira de prevenirmos a necessidade de encontrarmos Deus na disciplina é
manter um coração íntegro diante da Bíblia. Prevenção em lugar de correção; eis a receita da
vida feliz e vitoriosa. Isso não significa que não podemos ser provados por Deus. Ele ainda pode
precisar nos purificar pelo fogo da tribulação. Mas, pelo menos, não entraremos nele por um
motivo de desonra (desobediência) a um Deus tão maravilhosos como o que servimos.
A vida cristã é uma caminhada longa e difícil, tal como vemos exemplificada no clássico de John
Bunyan, “O Peregrino”. O caminho estreito também é acidentado e cheio de desafios. Nesses três dias
aprendemos que (1) Deus é nosso criador, (2) nossa vida pode ser exemplo e motivo de alegria para os
outros (além de um alerta), (3) a disciplina de Deus não é injustificada, (4) o consolo dEle nos ajuda
em meio à disciplina, (5) a humildade em buscar a Sua misericórdia contrasta com a arrogância dos
que nos prejudicam, (6) podemos contar com nossos irmãos em meio à disciplina e (7) um coração
íntegro é a melhor prevenção para não cairmos.
Escreva sobre como sua vida se encaixa nesta seção do Salmo 119. Abra seu coração diante do Senhor!
D urante os próximos dias, caminharemos com Abraão numa jornada de fé. O autor de
Hebreus nos ajuda a entender que a história de Abraão apresenta um padrão de fé de
peregrinação espiritual em direção à cidade celestial (Hb 11.8-10). Com isso em mente, leia
Gênesis 12.1-9. A passagem conhecida como o “Chamado de Abrão” lança os fundamentos de
uma jornada de fé: (1) andar pela fé começa como resposta a ouvir a Palavra de Deus (12.1); (2)
andar pela fé implica deixar um lugar/estado para ir a outro de acordo com a vontade de Deus
(12.1); (3)andar pela fé nos coloca num lugar de bênção que está ligado aos propósitos de Deus
em abençoar (12.2, 3); (4) andar pela fé será visto através de uma obediência simples e direta
aos mandamentos divinos (12.4) e (5) andar pela fé nos conduz a reconhecer o único e
verdadeiro Deus numa adoração sincera (12.8).
Sua fé é edificada pelo ouvir a Palavra de Deus. Como você hoje está submetido ao ministério da
Palavra de Deus? Quando Jesus o encontrou, de onde Ele o tirou e para onde Ele está conduzindo você?
Existe muita confusão sobre “bênção” hoje em dia. Mas a Palavra de Deus nos mostra que ser
abençoado envolve ser equipado para cumprir os propósitos de Deus. Para que obra o Senhor o
abençoou em Jesus? Encerre o tempo hoje louvando a Deus em oração por quem Ele é pelo que fez por
você.
Semana 3 | Dia 16 | Segunda | Gênesis 12.10-13.4
E mfomeseus(12.10).
primeiros passos após seu chamado, Abrão tem que encarar a provação intensa da
Motivado pelo “MEDO”, Abrão sai de Betel e desce para o Egito. O que
Abrão temia? Talvez que a fome comprometesse a promessa feita por Deus de que ele
receberia uma terra próspera? Ou de não conseguir prover para os muitos filhos que teria? Não
sabemos ao certo o que Abrão temeu, mas sabemos que o medo nos leva a fazer coisas que
normalmente não faríamos ou nos tenta a não fazer coisas que normalmente faríamos. O
caminho do medo trilhado por Abrão até o Egito, levou-o a agir fora da promessa de Deus e a
confiar em sua própria sabedoria (12.10-13). Devemos lembrar que se agimos com base no
medo, logo não estamos agindo com base na fé. E tudo que não provém da fé é pecado (Rm
14.23). Ainda que o primeiro passo de Abrão tenha sido decepcionante, o Senhor mostra que é
misericordioso e abençoa Abrão (12.16, 20). A bênção dada por Deus é mais que prosperidade
aqui na terra, é um estado que nos permite viver de acordo com os propósitos de Deus: para que
o nome do Senhor seja conhecido. Abrão volta para onde tudo começou (13.1-4) e ali adora ao
Senhor.
Para onde o seu medo comumente o leva? Provérbios 3.5-6 nos chama a confiar no Senhor e reconhecê-
lO em todos os nossos caminhos. Quais são alguns passos práticos que você pode dar para deixar o
caminho do medo, mantendo-se no caminho que o Senhor tem para você? Você PRECISA conhecer as
promessas de Deus, pois o Senhor age por meio delas.
A Bíblia apresenta Ló como um homem justo (2Pe 2.7). Difícil conciliar a descrição que Novo
Testamento faz de Ló com o texto de hoje. Entretanto, precisamos reconhecer que apesar de
a fé ser forjada e lapidada nas circunstâncias, ela não é um resultado automático das
circunstâncias. Desde Gênesis 12.4, Ló esteve com Abrão e testemunhou muitos eventos como:
a resposta de Abrão ao chamado de Deus, a adoração de Abrão e o livramento divino no Egito.
Entretanto, testemunhar e vivenciar muitas coisas não é garantia de verdadeiro aprendizado e
crescimento. Da mesma forma, estar em uma comunidade de fé não é garantia de
amadurecimento espiritual genuíno. Abrão, ao permitir que Ló escolhesse em qual lado ele
gostaria de estar, exerceu humildade e generosidade. Entretanto, a escolha feita por Ló foi
errada. Ele foi guiado pelo que viu (Gn 13.10) e considerou a prosperidade terrena para a sua
decisão. Ló armou suas tendas até Sodoma e o texto deixa claro que os moradores de Sodoma
eram “maus e grandes pecadores contra o Senhor” (Gn 13.13). Ló colheria posteriormente o
fruto dessa decisão imprudente que certamente não foi tomada com passos de fé.
Em que áreas de sua vida você consegue perceber que o simples conhecimento de informações sobre
Deus não lhe traz garantia de amadurecimento espiritual? O relato da história de Ló mostra que,
posteriormente, Deus foi misericordioso com ele, livrando-o de Sodoma e Gomorra. Você consegue se
lembrar de situações nas quais Deus demonstrou misericórdia em sua vida, mesmo após você ter
tomado decisões em desobediência à vontade dEle? Como o conhecimento que temos sobre Deus pode
ser convertido em verdadeiro crescimento e amadurecimento espiritual?
D eus havia prometido uma descendência a Abrão e Sarai, mas já haviam-se passado dez anos.
Pouca coisa coloca mais dúvida sobre as promessas do Senhor que a longa “espera” para o
seu cumprimento. Infelizmente, Abrão e Sarai cederam à pressão da espera. Sarai planeja e
executa uma solução para a “falta de herdeiro” (16.2). O plano atingiu seu objetivo, mas o
sucesso do “jeitinho executado” mostrou o tropeço da fé. Consequências desastrosas caíram
sobre Sarai e sua família. Ainda assim, vemos a ação misericordiosa de Deus em meio à falta de
sabedoria humana, cumprindo Seu plano divino apesar de nossa fé vacilante. Somos
encorajados com o fato de que os planos frustrados são lembretes da graça de Deus. A
verdadeira fé é expressa na confiança nos meios de Deus para cumprir Suas promessas. Erramos
ao esperar a realização de sonhos pessoais não prometidos por Deus. Precisamos conhecer as
promessas do Senhor e os seus padrões divinos de cumprimento. Erramos ao tentar manipular
resultados para conquistarmos o que Deus nos prometeu. Os feitos da carne nos colocam
debaixo de escravidão voluntária, mas na obra do Espírito somos libertos para olhar nossas
atitudes, tirar lições, obter consolo do Senhor e coragem para mais um passo.
Identifique quais objetivos e desejos têm tentado você a ser incrédulo quanto ao tempo divino perfeito e
à vontade soberana de Deus. Você tem respondido com fé confiante ou com ansiedade? Como você pode
conhecer as promessas de Deus? Tenha planos práticos e mensuráveis para que essas verdades estejam
sempre em seu coração.
C ontinuamos caminhando com Abraão. Aprendendo mais sobre uma jornada de fé, não
podemos deixar de examinar o contraste entre FÉ e INCREDULIDADE. Abraão demonstra
uma fé que o leva à adoração humilde ao Senhor, expressa em um serviço de hospitalidade
(18.1-8). Por outro lado, temos Sara que ainda expressa incredulidade. Quando o Senhor fala a
Abraão sobre como se daria o início do cumprimento de Sua promessa, Sara se põe a rir, pois
sua incredulidade só permitia que ela enxergasse as possibilidades conhecidas (v.11), rindo das
promessas de Deus. A incredulidade é uma resposta ruim a mesma promessa. E o que difere as
respostas de Abraão das de Sara? A diferença se encontra no coração. Tanto Abraão como Sara
receberam as mesmas informações sobre a promessa, porém o que cada um guardava em seu
coração foi o que determinou a reação de ambos. Lembre-se, a fé confia no tempo de Deus e
enxerga o que Ele pode fazer.
É importante sabermos que incredulidade é diferente de ignorância. Como tem sido as suas respostas
em relação às promessas de Deus? Você tem enxergado apenas as possibilidades conhecidas? Ou tem
esperado com fé pelo tempo de Deus? Não se deixe enganar, a sua incredulidade é uma resposta do seu
coração. Peça para Deus sondar o seu coração e mostrar-lhe o que tem impedido você de viver uma fé
que responde ao Senhor com adoração.Leitura Diária: Gênesis 44-46
Semana 3 | Dia 21 | Sábado | Gênesis 22.1-19
A maturidade da fé é expressa numa confiança irrestrita nas promessas de Deus, apesar do que
as circunstâncias parecem nos tentar a enxergar. Essas e tantas outras lições se solidificam
no emocionante episódio de Gênesis 22.1-19. Nesse ponto, Abraão já sabe que Isaque era o
filho da promessa, de quem viria muitas nações. Isaque era o filho amado por Abraão, mas por
que um pedido tão radical como teste? As histórias envolvendo Abraão apontam para uma
história maior: Jesus Cristo (Lc 24.44-48). Assim, o Senhor fez um pedido a Abraão para que
sacrificasse o próprio filho. Um pedido difícil, uma prova dolorosa. E a fé de Abraão nas
promessas do Senhor se consolidam diante das circunstâncias impossíveis. O autor de Hebreus
nos ajuda e entender que Abraão creu na ressurreição (Hb 11.17-19). Se Isaque era o filho da
promessa e Deus ordenou que ele fosse sacrificado, então Deus haveria de ressuscitá-lo para
manter Sua promessa. Abraão creu. Ao mesmo tempo, Deus provou que Ele não irá nos chamar
para nenhum lugar ou prova que Ele mesmo não esteja disposto a enfrentar por amor a nós.
Abraão não poupou o seu próprio filho, mas o Senhor poupou Isaque (Gn 22.11-18). O Senhor
enviou o Seu próprio Filho e não o poupou por amor a nós, para que você e eu saibamos que
nada irá nos separar dEle (Rm 8.31-39).
Como as circunstâncias difíceis que você enfrenta podem tentá-lo ao desânimo ou incredulidade com
respeito à bondade de Deus? Agradeça ao Senhor por ter enfrentado a morte em seu lugar para que
hoje você tivesse a certeza de que não tem nada que você precisará enfrentar que o separe do amor de
Jesus!
A parábola compara dois homens. Um sábio e o outro tolo. Ambos construíram uma casa,
porém em terrenos diferentes. Ao terminar o Sermão do Monte, Jesus
quer deixar claro que aqueles que ouviram a mensagem, creram nela e se dispuseram a
obedecer, serão aqueles que resistirão ao juízo de Deus.
Devemos depositar toda nossa confiança em Jesus ao ouvirmos a mensagem do Evangelho.
Porém, seremos muito tolos senão obedecermos a Ele. Este é o primeiro ensino desta parábola:
A verdadeira fé se expressa em obediência. A fé não pode ser confundida com uma mera
compreensão intelectual da mensagem ou mesmo ser expressa em atitudes religiosas e externas.
Não é a beleza da casa que conta, é onde ela está edificada! Uma fé fingida, interesseira nos
confortos que Jesus pode oferecer, ou simplesmente ritualística são expressões da tolice
daqueles que ouviram e não se converteram dos seus maus caminhos. O outro grande ensino de
Jesus nesta parábola é a respeito dos ventos, chuvas e inundações que vêm sobre as construções.
Esses acontecimentos vêm sobre os tolos que não praticaram a Palavra de Jesus e os sábios que
ouviram e praticaram o Evangelho. Algumas interpretações dessa parábola sugerem a ausência
de problemas na vida, uma vez que há obediência. Isto é falso! Jesus está se referindo ao dia do
Juízo! É um alerta aos que não andam no caminho apertado e não entram pela porta estreita (Mt
7.13,14); aos que não produzem bons frutos (Mt 7.15-20); e aos que professam uma fé baseada
em palavras e atos exteriores (Mt 7.21-23).
Um dia, todos nós compareceremos diante do Julgamento de Deus. Aqueles que tiveram uma fé
verdadeira em Jesus terão construído sua casa sobre a rocha, demonstrada pela prática da obediência.
Porém, aqueles que apenas ouviram as palavras de Jesus, quando a tempestade chegar, as estruturas
deles não enganarão a ninguém, muito menos a Deus (Ez 13.10-16).
C omo não havia banco naqueles dias, algumas pessoas escondiam seus tesouros enterrados
nos campos. Ao contar essa parábola, Jesus estava propondo a única reação possível diante
desse tesouro escondido. Jesus esperava que Seus seguidores reagissem com alegria e
autossacrifício diante do tesouro que os esperava. Os discípulos não podem ter dúvidas em
renunciar tudo quanto têm para seguir Jesus.
Mas, o que é esse tesouro tão valioso que demanda que renunciemos com alegria tudo
quanto temos para adquiri-lo? Este Tesouro É o Reino dos Céus. Ele é valioso porque: Nos
concede um Reino: Esta é a Esperança Futura de estarmos com Deus para sempre, onde não
haverá dor e sofrimento. Onde a paz, a alegria e a Justiça reinarão para sempre. Esse Reino já
pode ser experimentado agora pela influência do Espírito de Deus que habita com aqueles que
receberam o Reino pela fé. Porque nos torna súditos: Ser súdito deste Reino significa ter o
privilégio de representa-lo. Além disto, os súditos deste reino se tornam filhos do Rei, o que os
concede acesso direto à sua presença. Porque tem o Rei Jesus: É comum em outros reinos os
súditos serem explorados e chamados a se sacrificarem em favor do Rei. Porém, neste Reino, o
Rei se sacrificou em favor dos seus súditos. Ele morreu para que rebeldes se tornassem súditos
mediante a fé. E ao ressuscitar garantiu que sua vitória sobre a morte seria concedida a cada um
dos seus seguidores.
Só há uma forma de vivermos: Buscando o Reino em primeiro lugar. O grande alvo do nosso coração
não pode ser a fama, um relacionamento amoroso, o dinheiro, o conhecimento ou qualquer coisa
aparentemente valiosa para este mundo caído. O ÚNICO alvo do nosso coração deve ser glorificar ao
Rei, anunciar o Reino e demonstrar amor aos outros súditos através do nosso emprego, dos nossos
estudos, dos nossos relacionamentos. LEMBRE-SE: TODO AUTOSSACRIFÍCIO É JUSTIFICADO
PELO REINO QUE RECEBEMOS.
J esus convidou a muitos para seu Reino. No livro de Mateus, esses convites foram registrados
em diversos discursos feitos por Jesus. Porém, à altura do capítulo 13,
os fariseus haviam dado sua resposta. Indiferença, incredulidade e hostilidade. Então, Jesus
ensina sobre as reações à sua mensagem na parábola do semeador, onde cada tipo de solo é um
exemplo de resposta.
O primeiro solo é “à beira do caminho”: Esse é o coração fechado para entender a
mensagem do Reino. Ele é facilmente enganado pelo Maligno e não resiste às dúvidas, pois é
incrédulo por natureza.
O segundo é o “solo pedregoso”: Esse é o coração que até se contagiou pelas alegrias do
Reino, até entendeu o Evangelho e ficou emocionado com a obra de Cristo. Porém, esse coração
não considerou o custo do discipulado. Ele não esperava pelas perseguições e tribulações e que
precisaria perseverar em meio às dificuldades que sobreviriam. Esse coração não criou raízes
resistentes e profundas.
O terceiro solo é aquele “entre os espinhos”: Esse coração ouve a palavra e reconhece os
custos, porém, os encantos desse mundo a sufocam. Esse coração está muito ocupado com as
preocupações mundanas ou mesmo seduzido com as riquezas, que não se satisfaz com a presença
de Jesus.
O quarto solo é a “boa terra”: esse coração é o que passa pelo processo do discipulado
completo: ele ouve o Evangelho, o entende e responde a ele com frutos de obediência. Esse
coração experimenta as riquezas do Reino. Esse é um coração receptivo à mensagem do Reino.
Ele estabeleceu raízes em Jesus, se alimentando de Cristo profundamente.
A mensagem de Jesus é surpreendente: Ele é o grande Rei que veio retomar seu reino. Ou somos
opositores ao Seu Reino, ou nos tornamos súditos do Rei Jesus. O único coração que se torna súdito do
Rei e frutifica em obediência a Ele é aquele que se arrependeu e creu em Jesus, o Rei. Qual será sua
resposta?
A parábola do Joio e do Trigo, trata sobre como o Reino pode estar presente no mundo e ao
mesmo tempo existir o mal. Essa parábola responde à pergunta: Será possível que a obra de
Jesus e dos seus seguidores seja realmente o Reino, enquanto existe tanta coisa errada?
Jesus nos explica que Ele tem semeado sua Boa Palavra, o Evangelho, no mundo, por meio
dos seus seguidores. Porém, a obra do maligno continua ativa. Ele continua a espalhar o mal no
mundo. Foi assim desde o princípio. Deus fez um mundo bom, mas o inimigo seduziu os
homens a fazerem o que é mal. Mas, existe um alerta que soa como esperança para os que creem
na mensagem do Evangelho. No final do Mundo, Jesus irá julgar o mal e extirpá-lo para que
desfrutemos de uma criação totalmente renovada e perfeita. Essa é nossa esperança! O Mal não
triunfará no final! E o que era apenas um feixe de luz no mundo, será sol resplandecente ao
meio dia.
Devemos examinar o nosso coração e verificar se já fomos purificados dos nossos pecados pela Palavra
do Evangelho. Para que sejamos o trigo, os filhos do Reino, devemos ser purificados pelo poder
Transformador do Evangelho. Devemos crer na obra de Cristo em nosso favor. O alerta de Jesus
também nos chama a atenção a não colocarmos grandes expectativas neste mundo, nem em seus
governos, nem numa promissora tentativa de paz mundial. O mal estará presente até o final dos
tempos. Não sejamos enganados! Porém, não devemos nos desanimar ou mesmo nos assustar. Pois o
mal será julgado e reinaremos em verdadeira paz para sempre com o Senhor. Por esta razão, nossa
tarefa neste mundo é sermos sal e luz, mesmo que o mal pareça não ter fim. Devemos fazer o bem a
todos, amparar os necessitados, defender os oprimidos e nos colocar ao lado da justiça, devemos lutar
pela pureza da igreja nos exortando uns aos outros, e especialmente pregando as boas novas do
Evangelho.
A shumilde
duas parábolas são muito próximas em seu significado. O Reino de Deus embora seja
em seu começo (pequeno grão de mostarda e um pouco de fermento) se tornará tão
extenso que será capaz de abençoar todo o mundo (a grande árvore que abriga pássaros) e
influenciar positivamente ao ponto de causar profundas transformações (farinha levedada pelo
pouco de fermento).
Essas parábolas eram muito importantes para encorajar os discípulos de Jesus diante de
tantas oposições sofridas no mundo. A história do cristianismo deixa claro de onde vem o poder
do Reino: Jesus escolheu doze homens que seriam considerados fracassados segundo os padrões
deste mundo, quando houve uma reviravolta na história: Jesus ressuscitou dentre os mortos pelo
poder do Espírito Santo. E os doze discípulos e mais alguns seguidores receberam o esse poder.
Em pouco tempo foram conhecidos como “aqueles que agitaram o mundo” (At 17.6).
Conhecemos onde a história está! E fazemos parte dela. Nenhum grupo na história foi tão
expressivo em seu crescimento e tão intenso nas transformações que causou quanto o
Cristianismo. O Segredo está aqui: O Evangelho é o poder de Deus para salvação!
Nos pequenos começos, mesmo nas nossas falhas, em tudo isto Deus está fazendo Seu Reino crescer. E
embora sejamos tentados a avaliar nosso empreendimento conforme o mundo dos negócios, devemos
manter nosso foco no poder do Espírito que dá o crescimento. Não devemos desistir, pois o Reino de
Deus triunfará. A proposta do Reino de Deus nos torna participantes do maior evento da história
mundial. Algumas pessoas pensam que são muito incapazes de fazer parte disto. É verdade! Todos nós
somos incapazes. Porém, quando somos alcançados pelo Poder do Evangelho, somos transformados e
habilitados para influenciar este mundo com o amor de Cristo. Creia que Deus está fazendo seu Reino
prosperar apesar da oposição de Satanás.
N essa Parábola, Jesus quer mostrar que o Reino de Deus é como uma rede lançada que avança
sobre o mundo através da história. Toda humanidade está conectada ao propósito de Deus
em revelar o Reino de Seu Filho no final dos tempos. As pessoas que creem nisto vivem à
luz dessa realidade. No entanto, aqueles que ignoram a presença do Reino dos Céus, quando a
rede for puxada, responderão ao juízo de Deus e serão lançados na “fornalha ardente, onde
haverá choro e ranger de dentes”.
O Juízo de Deus acontecerá na Vinda Gloriosa do Senhor Jesus. A questão nessa parábola
é sobre a indiferença que alguns podem ter quanto a esse juízo. Assim como peixes não podem
perceber que estão sendo arrastados para a beira da praia, alguns homens não percebem que
estão sendo arrastados para o dia do Juízo de Deus. Eles não creem na terrível realidade do
inferno! Eles rejeitam os alertas graciosos e amorosos de Deus sobre como escapar desse dia
terrível. O inferno é um lugar de tormento constante, onde corpo e a alma serão castigados
eternamente de acordo com sua desobediência ao Evangelho. A Esperança, porém, consiste em
que, no final dos tempos, Deus colocará todas as coisas no seu devido lugar. Se os injustos
receberão o castigo, os justos entrarão no Reino dos Céus.
Às vezes, a presença do mal nos incomoda e tendemos a reagir com vingança, rancor no coração e
autojustiça. Porém, devemos manter nossa pública confissão de fé, aguardar a nossa recompensa eterna
e a devida punição do mal na volta de Cristo. Enquanto isso, devemos nos preocupar mais em
compartilhar o Evangelho da Graça de Cristo a todas as pessoas que nos cercam, para que mais pessoas
possam se tornar conscientes da realidade da grande separação que Deus fará no final dos tempos.
P ara onde foi a sequência da narrativa que terminou no cap. 37? Não podemos perder de vista
que os últimos capítulos de Gênesis relatam sobre a família de Jacó (Gn 37.2), além de
servir, como todo o Antigo Testamento, para direcionar nossos olhos e esperança no
Messias. Judá, além de ser o quarto filho de Jacó, é também ascendente de Jesus. Judá, ao
contrário de seu bisavô, avô e pai – os patriarcas – não zelou por quem tomou como cônjuge,
uma cananeia, com quem teve três filhos. O primeiro se casou com Tamar, escolhida pelo pai,
mas ele morreu porque foi desaprovado por Deus. O segundo filho cumpriu com a sua
obrigação de cunhado (v.8), mas também foi morto pelo Senhor. Sendo o terceiro muito novo
para também cumprir com sua responsabilidade de cunhado, Judá prometeu que o daria quando
fosse mais velho, porém não o fez. Tamar, à espera da promessa, passou-se por uma secreta
meretriz e enganou seu sogro, engravidando dele. Quando Judá soube disso, mandou queimá-la,
mas ela possuía evidências de que Judá era culpado. Ao final, Judá reconheceu seu erro: “ela é
mais justa do que eu” (v.26).
Nem sempre colhemos bons frutos, porque nem sempre plantamos boas sementes. Judá reconheceu
seu pecado e, nas mãos de Deus, tornou-se um novo homem. Nosso soberano e poderoso Deus usa os
santos e os ímpios para Seu propósito. Como você quer ser usado por Ele? Eu prefiro ser usado como
pecador perdoado a pecador culpado, e você? (Ver 1Jo 1.9).
D asJosémãos dos ismaelitas, José foi vendido como escravo no Egito. Mais especificamente, ali
servia Potifar, o capitão da guarda egípcia (v.1), o que percebeu ser abençoado pelo
Senhor em razão da presença de seu mais novo servo hebreu em sua casa. Por isso deixou
tudo sob o cuidado dele, exceto sua própria comida (v.2-6a). José, que era um belo jovem,
chamou a atenção da mulher de Potifar, que começou a cobiçá-lo e a tentá-lo para se deitarem
juntos. Todavia, José, que dia após dia sabiamente evitava ficar perto dela, reconhecia ser
aquela uma atitude perversa e pecaminosa contra Deus e Potifar (v.6b-10). Ainda assim, houve
um dia quando ela agarrou o manto de José e insistiu que ele se deitasse com ela. Num ato de
coragem, baseado em sua piedosa convicção, José foge, mas seu manto se torna uma evidência
manipulada para uma falsa acusação de tentativa de estupro (v.11-18). Potifar ouviu o lado de
sua esposa e curiosamente, em vez de puni-lo com a morte, “lançou-o na prisão em que eram
postos os prisioneiros do rei” (v.20). Lá, José também era reconhecidamente abençoado pelo
Senhor, conquistando a simpatia do carcereiro e êxito em tudo o que realizava (v.21-23).
Ser íntegro e ser instrumento de bênção para Deus tem o seu preço, mas seguramente ele não é maior
do que aquele que o nosso Salvador, Jesus, pagou na cruz pelos nossos pecados. Ser fiel a Deus não é
sinônimo de segurança e isenção de problemas (Jo 16.33). A garantia é que os valores de Deus se
chocarão com os valores do mundo e, para perseverarmos, precisamos nos lembrar e focar que Jesus
venceu o mundo e nEle, somos mais que vencedores (Rm 8.38,39).
N achefe
prisão onde José estava encarcerado, também foram aprisionados o chefe dos padeiros e o
dos copeiros do faraó. De forma especial, “o capitão da guarda os deixou aos
cuidados de José”, que já servia como encarregado do carcereiro (v.1-4). Depois de certo
tempo, esses novos prisioneiros ficaram perturbados com os sonhos que tiveram, visto que
desconheciam o seu significado. Ciente disso, José se posiciona como conhecedor de Deus e
lhes pergunta: “Não são de Deus as interpretações?” (v.5-8.) Depois de ouvir sobre os sonhos
de cada um, José concluiu que o chefe dos copeiros seria restaurado a sua posição e por isso lhe
pediu um favor: “Lembre-se de mim e seja bondoso comigo; fale de mim ao faraó e tire-me
desta prisão, pois fui trazido à força da terra dos hebreus, e também aqui nada fiz para ser
jogado neste calabouço” (v.14,15). O chefe dos padeiros seria decapitado. Tudo aconteceu
conforme José lhes havia dito, porém, o chefe dos copeiros se esqueceu de José (v.23).
As dificuldades pelas quais José passou foram profundos testes de fé, mas elas não abalaram a
segurança que José tinha no Deus da história que ele conhecia e em quem confiava. Qual a sua
expectativa ao se dispor em ser usado pelo Senhor? Quando reconhecemos que a vida é cheia de
tribulações e sofrimento, servir como instrumento de Deus é um desafio diário cuja superação se dá na
convicção e esperança de sabermos quem Deus é e o que ele fará. Busque conhecê-lo!
P ara que o povo hebreu não passasse fome, Jacó, pai de José, pediu que seus filhos, exceto
Benjamim, o caçula, buscassem comida no Egito (v.1-5). Na terra do faraó,
logo reconheceram a figura que governava aquela terra, mas não perceberam ser José. Ao
contrário, José os reconheceu, mas agiu como se não soubesse quem eram eles. Assim, começou
um teste de caráter com seus irmãos em razão dos seus antigos sonhos: eles deveriam provar
suas palavras, levando o irmão caçula ao Egito. Isso gerou profunda reflexão entre os irmãos,
que relembraram a maldade que fizeram a José, considerando a culpa que ainda carregavam.
Para testá-los, José reteve um dos irmãos no Egito, de modo que retornaram para Canaã sem um
dos irmãos, que ficou como penhor pela futura vinda de Benjamim (v.6-26). Grande pavor
tomou seus corações quando descobriram que todo o pagamento foi devolvido secretamente e
ficaram ainda mais preocupados quando contaram tudo o que aconteceu a Jacó, ouvindo que o
irmão mais novo não seria enviado a única terra que prosperava e providenciava, naquele
momento, salvação ao mundo (v.27-38).
Os irmãos de José começaram o divino processo do arrependimento. Se quisermos ser instrumentos de
bênção nas mãos de Deus, nós precisamos avaliar nossas vidas, identificar nossos pecados e nos
arrepender. Cuidado ao se prender aos seus erros como se fossem parte de quem você é. Ainda que
nessa vida o pecado seja uma infeliz realidade, sua identidade está, pela fé, exclusivamente em Jesus
Cristo.
O último teste de caráter aplicado por José a seus irmãos foi um sucesso, tanto na sua
execução, quanto no seu resultado: eles foram aprovados (Gn 42.15). Na pessoa de Judá,
destaque nesse capítulo, os irmãos responderam piedosa e corajosamente ao embaraçoso
quebra-cabeça criado pelo governador do Egito, quem eles ainda não sabiam ser seu irmão.
Judá, antes demonstrado como irado, amargurado, mentiroso, impiedoso, tolo e imoral, no
capítulo 43 é apresentado como arrependido e no capítulo 44 é retratado como temente a Deus,
zeloso pelo seu pai, fiel a sua palavra e até mesmo sacrificador em se oferecer como escravo no
lugar de Benjamim, frutos de um genuíno arrependimento e qualidades que vemos de forma
perfeita no seu descendente: Jesus Cristo.
Judá era uma pessoa diferente. Antes, um camarada cujas reações refletiam a tolice e o pecado; agora,
um homem piedoso e justo. O que aconteceu? O texto indiretamente nos mostra que arrependimento foi
essencial no seu processo de transformação, desde o reconhecimento de Tamar como mais justa (Gn
38.26), como o da injustiça cometida contra José. Que tal separar um tempo de qualidade para
investigar sua vida e pedir perdão a Deus por possíveis pecados?
E sse é um dos capítulos com mais emoção da Bíblia: José se revela a seus irmãos e chora a
ponto de todo Egito ouvir (v.2). Porém, ainda mais preciosa que a emoção de José e
posteriormente de seus irmãos e dos egípcios, foi sua declaração aos surpresos irmãos: “Não
se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que
Deus me enviou adiante de vocês” (v.5). José estava convicto de que o agente principal de sua
presença no Egito não era seus irmãos, mas o próprio Deus. Não é por menos que José, mesmo
na condição de escravo no Egito, piedosamente perseverava. Os arranjos para a mudança da
família de José de Canaã para o Egito tinham começado: o próprio faraó, motivado pelo
exemplo de José, também se alegrou e incentivou a reunião da família (v.16-20). Ao final do
capítulo, o coração de um pai há muito tempo angustiado, despertou com alegria e uma nova
esperança, afinal de contas, seu filho amado ainda estava vivo.
Quando verdadeiramente conhecemos a Deus e identificamos que nossa vida é dEle e para Ele,
redirecionamos nossos alvos e enfrentamos obstáculos para diligentemente cumprir com o nosso real
propósito de existir: adorar o Senhor. José conhecia o único Deus soberano e viveu confiante nEle.
Quanto você conhece de Deus? Ao contrário de José, nós temos as Escrituras, apegue-se firmemente a
elas (2Pe 1.19).
A nimado para reencontrar seu filho José, Jacó partiu para o Egito com tudo o que ele possuía:
seus rebanhos, seus bens e toda a sua família (v.1). Com algum temor pela mudança, ele foi
tranquilizado por Deus que lhe prometeu Sua presença e Sua bênção: Israel tornar-se-ia uma
grande nação no Egito (v.3). Ao chegar à terra que prosperava, Jacó foi calorosamente recebido
pelo governador, o seu próprio filho que outrora fora tido como morto. Em vez de fome e
miséria, agora todo o povo de Israel gozaria do melhor que o Egito tinha para oferecer, inclusive
a nobre região onde habitariam. O conhecimento acerca de Deus foi indispensável para José, no
cap. 45, conceder perdão aos seus irmãos. Enquanto isso, no cap. 46, o conhecimento sobre
Deus foi primordial para Jacó desenvolver sua esperança de viver e conduzir toda a sua
descendência.
Paulo ensina que toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, repreensão, correção e
instrução para que o crente em Cristo faça a obra de Deus (2Tm 3.16). Baseando-se nisso, como esse
capítulo equipa o crente? Creio que nos ensina a confiar em Deus, repreende-nos contra o pecado da
incredulidade, corrige-nos para mantermos o foco em Deus e Suas promessas e nos instrui a seguirmos
fiéis e sem medo. Você concorda com isso?
C om a exceção do Egito, toda região sofria com a fome (v.4). EAgora, toda a família de Jacó
estava na terra onde havia prosperidade. De uma perspectiva horizontal, debaixo do cuidado
de José e da autoridade do faraó; de uma perspectiva vertical, todos estavam sob o cuidado e
autoridade de Deus. A generosidade do faraó para com a família de José, recém-chegada de
Canaã, possivelmente tinha origem na competência da supervisão e liderança de José, inclusive
ilustrada na sábia gerência das vendas dos alimentos estocados durante os anos de fartura, cujo
resultado agradou os trabalhadores egípcios e tornou faraó o proprietário de toda terra. Enquanto
os israelitas prosperavam no Egito, o palco para a indesejada e vindoura escravidão do povo
hebreu se desdobrava (Êx 1).
Talvez porque um dos valores da filosofia de vida da nossa atual sociedade seja o individualismo, em
oposição ao coletivismo, estamos menos atentos aos efeitos comunitários da nossa fidelidade a Deus.
Que tal orarmos pelo despertamento da nossa consciência para, na busca pela santidade, percebermos
que nossas boas e sábias decisões podem favorecer diversas pessoas além de nós mesmos e motivar o
interesse outros para conhecerem a igreja de Cristo?
J acó estava doente e a sua morte era esperada (v.1,21). Por isso José foi, com seus filhos
Manassés e Efraim, visitá-lo. Ambos receberam bênçãos do avô, porém, com a inusitada
declaração de que o mais novo seria maior; uma surpresa para José, mas não para o leitor de
Gênesis que recorda do nascimento de Esaú e Jacó (Gn 48). Depois, o patriarca chamou seus
filhos para abençoá-los, tendo Judá como destaque positivo, de quem o cetro não se apartaria:
uma referência ao Messias Jesus (v.10). É interessante que, junto às bênçãos proferidas por
Jacó, o tema da terra prometida é trazido à luz, assunto que permeia todo o Antigo Testamento e
estrutura a história debaixo do desejo e da soberania de Deus: Canaã havia sido prometida a
Jacó e a sua descendência (48.4), mas agora eles estavam no Egito e, futuramente, voltariam
para lá (48.21). Jacó falece logo após formalizar as doze tribos e dar orientações sobre seu
sepultamento (49.33).
Bênção é o destaque da ação divina em prol do povo de Israel nesses dois capítulos, assim como também
foi quando o ressurreto Filho foi enviado primeiramente aos judeus (At 3.26), e assim como também é a
todos os que invocam o nome do Senhor (Rm 10.12,13). A bênção de Deus está disponível a todos, mas
são aqueles que têm pés formosos que a anunciam (Rm 10.14,15). Quão formosos são os seus pés?
J osé e todo o Egito lamentaram a morte de Jacó. Passados os dias de luto, José pediu e teve a
permissão do faraó para sepultar seu pai em Canaã, conforme o desejo do patriarca (v.1-6). A
comitiva que partiu do Egito era enorme, a ponto de os cananeus identificarem o evento como
uma cerimônia de luto solene (v.11). Depois disso, de volta ao Egito e sem Jacó, os irmãos de
José imaginaram que seu irmão, outrora vendido como escravo, pudesse retribuir o mal que lhe
fora causado. Entretanto, o piedoso governador egípcio era maduro e, em resposta, cita uma das
frases que capta a essência de toda a história do final do livro de Gênesis: “vocês planejaram o
mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos”
(v.20). José faleceu aos 120 anos com a certeza de que Deus dirigiria a história e manteria fiel a
Sua palavra (v.22-24).
Aos que aguardam com fé em Deus, o fim está infinitamente além de um sarcófago no Egito. Está num
novo céu e numa nova terra, prometidos pelo próprio Senhor a todos que nEle creem. Não se enganem,
Ele nunca escreveu “certo por linhas tortas”: Seu plano nunca saiu do esquadro. É sábio confiar
nAquele que prenunciou Sua morte e ressurreição: Jesus, o fundamento do evangelho.
C omo você reagiria diante de uma autoridade ou de uma pessoa famosa? Eu sou daqueles que
fica nervoso. Já fiquei paralisado e tive reações estranhas quando me deparei com famosos.
Uma reação incontrolável para mim é ficar vermelho! Ridículo, não é? Mas qual deve ser a
nossa reação diante da maior autoridade nos céus e na terra? João Marcos escreve o evangelho
de Marcos para a igreja perseguida em Roma. A pergunta natural da igreja seria: vale a pena
morrer por Jesus? Esse evangelho é escrito para responder a essa pergunta. Na primeira
passagem do livro, vemos a afirmação de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (v.1). Ele é o
Cristo, o Messias Salvador do povo de Deus, de acordo com as profecias cumpridas nas
pregações de João Batista (v. 2-8). Ele é o Filho de Deus de acordo com a afirmação do próprio
Deus no batismo de Jesus e pela Sua aprovação ao ser tentado por Satanás (v. 9-13). Isso posto,
qual deve ser a reação diante de Jesus Cristo, o Filho de Deus? Ele mesmo nos diz:
“arrependam-se e creiam” (v. 14-15)! Na presença de Jesus, o Cristo Filho de Deus, devemos
nos arrepender e crer!
A igreja perseguida de Roma perseveraria se realmente cresse quem era Jesus. E você? Crê? Já se
arrependeu do seu pecado (Rm 3.23-24)? Você tem vivido de forma coerente com o tratamento devido a
Jesus Cristo, o Filho de Deus? Como você tem demonstrado isso no seu relacionamento com Ele? Com
sua família? Com seus colegas de estudo e trabalho? E na sua luta contra o pecado? Ore a Deus sobre
isso!
Semana 7 | Dia 44 | Segunda | Marcos 1.16-39
ivemos uma crise de autoridade. Não apenas falta dela, mas também de
rejeição a qualquer autoridade! As pessoas acham errado ter que se submeter a
alguém superior a elas. Quando fui escrever meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre
princípios bíblicos ensinados por meio do esporte, ao concluir a faculdade de Educação Física,
minha orientadora pediu que eu tirasse o princípio da submissão, pois não a considerava uma
virtude! Isso afeta a maneira como as pessoas veem Jesus. Não O consideram como Senhor, mas
apenas como um bom mestre do passado que deve ser respeitado, mas não necessariamente
obedecido. Na passagem de hoje vemos a reação dos primeiros discípulos a serem chamados, e
que deixaram seu trabalho e família para seguir Jesus (v. 16-20). Vimos a autoridade de Jesus no
ensino (v. 21-22) e sobre o mundo espiritual (v. 23-28). Jesus tem autoridade até mesmo sobre a
doença (v. 29-34). Na última parte da passagem, vemos que a autoridade de Jesus vem do
próprio Deus, que direciona o ministério do Filho (v. 35-39). A autoridade de Jesus vem de
Deus! Por isso, aquele que crê em Jesus Cristo, o Filho de Deus, submete-se a Ele.
A igreja perseguida de Roma, a quem o evangelho de Marcos foi escrito, deveria perseverar sob a
autoridade de Jesus, como um soldado submisso à autoridade do seu comandante no calor da batalha!
Pois a autoridade de Jesus vem do próprio Deus! E você? Reconhece a autoridade de Jesus? Ele tem
autoridade sobre todas as áreas da sua vida? Em quais áreas você ainda não se submeteu a ele?
Converse com Deus sobre isso!
O que eu mais gosto nos evangelhos é a maneira como os autores juntam histórias,
aparentemente sem conexão uma com a outra, para nos ensinar uma lição sobre Jesus. Na
passagem de hoje vimos a história de três homens, três milagres e uma lição. Na primeira
história vemos o clamor de um leproso para que seja purificado (v.40-45). A lepra era
considerada uma impureza que afastaria o leproso do restante da comunidade (cf. Lv 13.43-46).
A cura deveria ser acompanhada de sacrifícios pelo pecado (v. 44; cf. Lv 14.1-32). Na segunda
história nos surpreendemos com Jesus que primeiro perdoa os pecados do paralítico em vez de
curá-lo! Na verdade, Ele cura o paralítico para mostrar aos mestres da lei que Ele tinha
autoridade para perdoar os pecados (v.1-12). E na última história, vemos Jesus chamando um
cobrador de impostos, considerado um traidor entre os judeus por tirar dinheiro do povo para
entregar ao inimigo. Quando questionado sobre essa ação, Jesus diz que veio justamente chamar
os pecadores, que precisam de perdão e restauração, e não os que se acham justos (v.13-17).
Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio para perdoar os pecadores!
Nós temos uma tendência de não reconhecer nossas falhas e pecados! Queremos parecer justos e
perfeitos. O problema desse tipo de atitude é que dessa forma diminuímos nossa percepção de como
precisamos de Jesus! Ele veio justamente para este fim: perdoar nossos pecados e nos levar de volta ao
Pai! Vimos hoje a história de três homens que reconheceram sua necessidade de Jesus. E você? Já
reconheceu que também precisa de Jesus para perdoar seus pecados? Você também tem reconhecido
que Ele é a única solução não apenas para o seu pecado, mas também o pecado das pessoas que o
cercam, independente do que tenham feito? Você tem mostrado isso a elas? Ore a Deus sobre isso!
N aeletrônicos.
minha infância fui a uma festa de aniversário em um shopping, naquela parte dos jogos
Como estávamos fazendo parte do aniversário, podíamos jogar
fliperama de graça! Foi uma das festas mais legais que já fui na vida! A única questão é que
até hoje eu não tenho a mínima ideia de quem era o aniversariante. Eu fui porque ele era um
conhecido dos meus primos. Muitas vezes somos pessoas religiosas que mais valorizam os
rituais do que seu verdadeiro significado. É como valorizar mais a festa do que o aniversariante.
Na passagem de hoje vemos Jesus ensinando que Ele é maior do que os rituais religiosos. Na
primeira parte vemos como o jejum, uma atitude de humilhação, não faz sentido quando se está
na presença do noivo (motivo de festa e alegria). Jesus é o noivo! Quando Ele fosse morto seria
o momento certo para jejuar (v.18-20). Depois Jesus ensina que Ele veio trazer algo novo (a
Nova Aliança), que não poderia ser encaixado no velho (Antiga Aliança); afinal, Ele é o
cumprimento dos rituais religiosos da antiga aliança (v.21-22; cf Cl 2.16-17). Na passagem
seguinte, vemos dois acontecimentos relacionados ao sábado, quando Jesus ensina que a vida
humana é mais importante do que rituais religiosos, sendo Ele mesmo o Senhor do sábado (v
2.23-3.6). Jesus Cristo, o Filho de Deus, é superior aos rituais religiosos.
Você é daqueles que despreza pessoas por causa de rituais religiosos? Que despreza quem não é tão
religioso quanto você? Ou que faz tudo certinho, porém, sem amor a Jesus? Ou é daqueles que despreza
os rituais religiosos porque não enxerga como eles apontam para Cristo? Devemos olhar para os rituais
(culto, ceia, batismos, etc) como memoriais que apontam para obra de Jesus para a salvação dos
pecadores que creem. Por isso devemos cumpri-los em amor a Deus e ao próximo. Converse com Deus
sobre isso!
Q uantos seguidores você tem nas suas mídias sociais? Hoje o número de curtidas, seguidores
e compartilhamentos valem fortunas! Determina quem são os influen-
ciadores dessa geração. Quanto mais curtidas, melhor. Na passagem de hoje vemos como a
lógica divina é diferente da lógica humana. Jesus começou a atrair multidões. De acordo com o
texto, pessoas de todos os lugares vinham atrás dEle (v.7-8). As multidões O procuravam por
causa dos milagres, as curas e libertações (v.9-11). Jesus não permitia que falassem quem Ele
era. Ele já havia ordenado o mesmo para outros nas passagens anteriores (1.34, 44). Isso para
que, como veremos mais adiante em Marcos, não O procurassem pelos motivos errados. Mas
quando o número de “seguidores” de Jesus começou a subir, Ele faz uma mudança de foco no
Seu ministério: Ele escolhe poucos para priorizar Seu investimento. Apenas doze homens que
serão preparados para fazer o que Ele faz: pregar o evangelho e trazer libertação. Ele os chama
para andarem com Ele. Para aprenderem com a convivência. Hoje nós sabemos que por meio de
onze desses doze, o mundo foi alcançado pelo evangelho.
O discipulado é um relacionamento intencional com algumas pessoas a fim de ajudá-las a crescer em
maturidade cristã, para que também discipulem outras pessoas com a mesma intenção. Jesus investiu
nesse tipo de relacionamento e deixou uma ordem para que façamos o mesmo (Mt 28.19). A Bíblia diz
que discipulado é nosso ministério (2Tm 2.2). Você está sendo discipulado por alguém? Tem andado
intencionalmente com alguém para aprender? Você tem discipulado alguém? Tem andado
intencionalmente com alguém para ensinar? Ore a Deus sobre o discipulado em sua vida.
N afamília
passagem de hoje vimos duas histórias que nos ensinam uma lição. Na primeira, vimos a
de Jesus sair para buscá-lo à força, pois achavam que Ele estava louco (v.20-21).
Essa história é interrompida e Marcos nos conta outra história. Os mestres da lei começaram
a atribuir o poder de Jesus a Belzebu, uma referência ao diabo. O Senhor responde mostrando a
incoerência do pensamento deles, e revela o que realmente está acontecendo. O que mais chama
atenção nessa história é a gravidade de atribuir o poder de Cristo, pelo Espírito Santo, ao diabo.
É um pecado sem perdão! Pois assim, a vitória de Cristo na cruz (cf Cl 2.13-15) seria atribuída
ao inimigo! E só há salvação por meio da fé na obra divina por meio de Jesus. Nesse ponto,
Marcos retorna à primeira história, quando a mãe e os irmãos de Jesus chegam até ele.
Aproveitando a oportunidade, Jesus ensina que Sua verdadeira família está entre aqueles que
creem em Deus e fazem a vontade dEle, e não entre aqueles que o consideram louco! Somente
aqueles que creem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, pertencem à Sua família.
Os cristãos romanos precisavam crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Só assim perseverariam,
mesmo diante da morte. Somente assim pertenceriam à família de Deus. Qual é a sua visão sobre
Jesus? Realmente crê que Ele é o Salvador envidado por Deus? Você faz parte da Sua família (cf. Jo
1.12)? Ore a Deus sobre isso!
J esus gostava de ensinar por meio de parábolas. Para saber que lição extrair da parábola
precisamos olhar o que estava acontecendo quando ela foi contada. Na passagem de hoje, o
assunto era a incredulidade da família de Jesus e dos mestres da lei. Na primeira parábola
Jesus mostra que, apesar de a mesma semente da Palavra ser plantada, os resultados vão
depender do tipo de coração onde ela será fincada (v.1-20). Na parábola seguinte, o Senhor
ensina que a luz revela o que está escondido, da mesma forma como o evangelho revela o que
está escondido no coração (v.21-23). Então Jesus ensina que, quanto mais buscamos o Reino de
Deus, mais recebemos, mas e se o desprezamos, até o pouco que temos nos será tirado (v.24-
25). O Reino de Deus cresce e se expande pelo poder dele, independente do homem (v.26-29).
Por último, Jesus mostra que, apesar de parecer pequeno e humilde, o Reino de Deus se tornará
maior que tudo (v.30-34). Ou seja, não devemos medir o sucesso do Reino de Deus pela
aceitação das pessoas. Ele crescerá em solos férteis, trará à luz o que está escondido,
recompensará os que o buscam, crescerá independente da fidelidade humana e se tornará grande
e eterno! Que mensagem de esperança e perseverança! O Reino de Deus cresce por meio de
Jesus Cristo, o Filho de Deus!
Os primeiros leitores do evangelho de Marcos, os cristãos romanos perseguidos, não deveriam
desanimar com a forte oposição! Jesus foi rejeitado e os seus seguidores também o serão. Mas o Reino
de Deus continuará progredindo em meio a corações férteis! Como é o seu coração? O que a mensagem
do reino tem produzido em sua vida? Como você tem perseverado na proclamação do evangelho apesar
da incredulidade e oposição de outros? Converse com Deus sobre isso!
N osmomento
dias em que estou escrevendo esta devocional, nossa igreja está passando por um
muito difícil. Alguns membros faleceram nos últimos meses, e muitos perderam
familiares próximos. Em dias assim, vejo-me questionando a bondade de Deus. Passagens como
a que lemos hoje nos trazem esperança. Os discípulos de Jesus enfrentam uma forte tempestade.
Enquanto isso Jesus dormia! Então, os discípulos o acordam com a pergunta: “Mestre, não Te
importa que morramos?” Essa é a mesma pergunta feita pelos cristãos romanos perseguidos
quando o evangelho de Marcos foi escrito. É a mesma pergunta que nós fazemos quando
enfrentamos dias difíceis. Mas Jesus com apenas uma ordem acalma a tempestade. Os
discípulos ficam perplexos (v.35-41). Ao descerem em terra firme se deparam com outra
“tempestade”: um homem possesso por diversos demônios. Ninguém conseguia ajudá-lo. Mas,
mais uma vez, Jesus com uma ordem traz libertação àquele homem (v.1-20)! Os discípulos
estão incrédulos, os gerasenos expulsam Jesus, o homem liberto começa a pregar sobre Jesus
Cristo, o Filho de Deus, que é capaz de nos livrar de todo mal!
Podemos enfrentar dias extremamente difíceis em nossas vidas, como estamos vivendo em nossa igreja.
Porém, Jesus já nos livrou do maior mal que poderíamos enfrentar, que é a separação eterna de Deus
por causa dos nossos pecados (cf. Rm 6.23)! Você tem essa confiança? Você ainda tem medo de algo?
Ainda acha que Jesus está dormindo indiferentemente ao seu sofrimento? Converse com Deus sobre
isso.
C omo compartilhei ontem, temos vivido dias difíceis em nossa igreja. Hoje mesmo participei
de um velório de uma menina de 10 anos! A cena da menina no caixão jamais sairá da
minha mente. Mais uma vez lutei com questionamentos sobre a bondade de Deus. E mais
uma vez o texto que estamos estudando me ajudou em minha incredulidade. Até aqui vimos o
poder de Jesus sobre a doença, sobre a natureza e sobre os demônios. Mas até onde vai o poder
de Jesus? Marcos, mais uma vez, com seu estilo nos conta duas histórias para enfatizar uma
lição. A primeira é de um pai desesperado pela cura de sua filha (v.21-24). Essa história é
interrompida pela história da mulher que sofria de hemorragia por doze anos. Nenhum médico
conseguia resolver seu problema. Crendo no poder de Jesus, ela apenas toca na sua roupa e é
curada! Jesus no meio da confusão da multidão mostra como a fé daquela mulher lhe trouxe
cura (v.25-34). Então voltamos à primeira história com a notícia de que a menina havia morrido.
Parece que é tarde demais! Mas Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, que tem poder sobre a morte!
A menina, que tinha doze anos de idade (o tempo que a mulher sofria de hemorragia), ressuscita
(v.35-43)!
Não há nada impossível para Deus! Mesmo o problema do nosso pecado foi resolvido por Cristo na
cruz! A morte foi vencida na ressurreição do Senhor (cf. 1Co 15.55-58)! Por isso podemos perseverar
em confiança, mesmo diante de notícias difíceis! Isso é uma verdade em sua vida? Como essa confiança
se manifesta no seu dia a dia? Algo ou alguma circunstância tem desafiado a sua fé? Converse com
Deus sobre isso!
A igreja sempre foi perseguida desde o seu nascimento. Uma prova disso é que grande parte
do Novo Testamento foi escrito para a igreja perseguida. Geralmente não temos acesso a
essa informação, mas em grande parte do mundo a igreja é perseguida (visite o site da
missão Portas Abertas). De vez em quando, a perseguição em nosso país se torna um pouco
mais clara. Individualmente, qualquer um que decida viver fielmente ao Senhor sofrerá
perseguição (2Tm 3.12). E no texto de hoje vemos que isso ocorre desde Cristo. Ele mesmo foi
rejeitado em Sua própria terra (v.1-6). Mas é interessante ver a reação de Jesus diante da
incredulidade: Ele persevera no ensino e no discipulado (v.7-12). O impacto da ação dos
discípulos é tão grande que chega aos ouvidos do rei Herodes (v.14-16). Então ficamos sabendo
o que aconteceu a João Batista, que morreu de forma “banal”, por pregar a Palavra de Deus com
fidelidade (v.13-29). Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, que será rejeitado por muitos. Mas,
mesmo diante da incredulidade, devemos perseverar na pregação e no discipulado.
Você já sofreu perseguição por causa da fé em Cristo? Como você reagiu? Você tem sido perseverante
na pregação do evangelho e no discipulado? Está disposto a pagar o preço que for para isso? Aquele
que crê que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, persevera custe o que custar! Converse com Deus sobre
isso!
E utraznascialguns
em uma família que já acreditava no evangelho. Isso é um grande privilégio, porém,
perigos. Por muitas vezes em minha vida, eu me senti superior a outras pessoas
por ser religioso e não praticar os pecados que elas praticavam. Arrogante, não é? Na
passagem de hoje vemos Jesus ensinando sobre a verdadeira religião. Na primeira história,
temos os fariseus e os mestres da lei questionando Jesus e os discípulos por não valorizarem as
tradições judaicas (v.1-5). Jesus responde, mostrando que toda religiosidade deles era só
aparência. No coração, eles não honravam a Deus (v.6-7). Chegavam no absurdo de valorizar
mais as tradições judaicas do que a própria lei de Deus (v.8-13). Por fim, o Mestre ensina que o
problema não é o que entra no homem (no caso, alimentos “contaminados”), mas o que sai
(palavras e atitudes); pois estas sim evidenciam o que está no coração, de onde vem a verdadeira
adoração (v.14-23). Na história seguinte, vemos a religião que Deus realmente valoriza: um
coração humilde que reconhece sua verdadeira necessidade de Jesus, por Ele ser o Cristo, o
Filho de Deus. Uma mulher que, mesmo não sendo judia, clama ao Senhor por migalhas da Sua
graça para receber a libertação da sua filha. Por causa da sua fé, muito superior à dos líderes
judeus, ela experimenta a libertação em Cristo (v.24-30).
O que caracteriza você: alguém que confia na sua própria justiça, por não fazer tanta coisa errada e por
pertencer a uma igreja; ou alguém que se reconhece desesperadamente necessitado da graça de Deus?
Pense em suas atitudes durante essa semana, e o que elas mostram sobre o que estudamos hoje.
Converse com Deus sobre isso.
D esde criança eu conheço a Palavra de Deus. Hoje eu sirvo como pastor em uma igreja.
Estudar e ensinar a Bíblia é o meu trabalho. Porém, constantemente me acho um ignorante
sobre quem Jesus é. Não intelectualmente falando, mas na vida prática. Vejo evidências de
falta de fé por meio da ansiedade, ira e falta de esperança. Então percebo que, até para realmente
entender quem Jesus é, eu preciso da ajuda dEle! A passagem de hoje mostra isso. Lembre-se de
que, no evangelho, as histórias estão ligadas. Veja como a passagem termina com milagres
(7.31-37 e 8.22-26). Os dois milagres contêm características semelhantes: Jesus os leva para
longe da multidão e usa saliva para operar o milagre. O versículo 18 do capítulo 8 mostra a
ligação dos dois milagres: as deficiências físicas tratadas por Jesus ilustram a deficiência
espiritual que somente Ele pode tratar, a incredulidade. Veja as histórias que estão entre os dois
milagres. Os discípulos mais uma vez falham em confiar em Jesus para multiplicar os pães,
apesar da experiência que já tiveram (v.1-10). Logo em seguida à multiplicação dos pães, os
fariseus pedem um sinal (v.11-13)! Na cena seguinte vemos os discípulos preocupados porque
haviam esquecido de comprar pão (v.14-16)! Então Jesus mostra o como eles têm dificuldade de
compreender quem Ele é (v.17-21). Assim como Jesus foi capaz de curar a surdez e a cegueira
daqueles que clamaram, Ele também é capaz de curar a surdez e a cegueira espiritual de quem
clamar!
E você? Tem compreendido que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus? Como você tem demonstrado isso em
sua vida? Você tem dificuldades e tem mostrado incredulidade na sua forma de viver, assim como os
discípulos e os fariseus? Tem lutado com ansiedade, pânico, depressão, ira e desânimo? Clame a Deus
para que Ele cure sua cegueira, para que você enxergue claramente quem Jesus é!
M uitas pessoas pensam que conhecem Jesus, mas estão enganadas. Já encontrei traficantes de
drogas que se achavam seguidores de Jesus. Eles tinham uma visão bem errada sobre quem
Ele é. Começamos a passagem com um milagre que estudamos ontem. É um milagre
intrigante, pois parece que Jesus não consegue curar o cego na primeira tentativa! O cego passa
a enxergar vultos, e não claramente. Então Jesus o cura completamente na segunda tentativa
(v.22-26). Por que isso acontece? Lembre-se de que, nos evangelhos, os milagres são ilustrações
do ensino de Jesus. Vimos ontem que Jesus estava tratando a cegueira dos discípulos (cf v.17-
18). Ele lhes pergunta quem o povo achava que Ele era. A resposta é que o povo achava que Ele
era mais um grande mestre ou a ressurreição de um profeta (v.27-28). Eles estavam cegos!
Quando Jesus faz a pergunta diretamente aos discípulos, eles respondem corretamente,
reconhecendo que Ele é o Cristo (Messias, o Ungido, Salvador) (v.29-30)! Parece que eles
enxergam corretamente! Mas quando o Mestre começa a ensinar sobre o que Ele veio fazer:
sofrer até a morte na mão dos inimigos e ressuscitar; Pedro o repreende (v.31-32)! Parece que
ele não enxerga tão bem assim, como o cego na primeira etapa da cura. Pedro achava que o
Cristo traria vida fácil ao Seu povo, e não a vida eterna por meio da Sua morte e ressurreição.
Então Jesus repreende Pedro e passa a ensinar que segui-lO implica pagar um alto preço,
negando sua própria vontade. Apesar disso, vale a pena, pois a vida eterna só se acha nEle
(v.33-37). Enxergar corretamente Jesus como Cristo, o Filho de Deus, implica autorrenúncia.
De acordo com o texto de hoje, você enxerga claramente quem é Jesus? Você vive para satisfazer as
suas vontades ou as vontades de Cristo? Peça a Ele que abra seus olhos!
H áamigo
um ditado popular famoso que diz: “Quem avisa, amigo é.” Nesse pensamento, que grande
o Senhor e Seu servo Moisés foram para o povo de Israel. Explico. No texto base,
Moisés está lembrando como o povo preferiu ouvir o relatório negativo de dez dos doze
espiões que haviam sido enviados para examinar a terra prometida e que como se recusaram a
seguir em frente e tomar posse da herança do Senhor, murmurando contra ele (v.26-28.)!
Moisés, nos versículos 29-31, os havia advertido e exortado a não temerem e lembrarem dos
feitos do Senhor em favor deles, mas “Apesar disso” ... que tristeza quando o povo de Deus
prefere as mentiras dos homens à verdade de Deus, prefere as possibilidades às certezas, e
desprezam o “currículo” dos feitos do Senhor. O resultado é que “não confiaram no SENHOR, o
seu Deus” (v.32-33) e, logo, experimentaram a ira do Senhor (v.34-40).
Talvez eles pensassem que o Senhor iria apenas aceitar e criar um plano ou que eles iriam
voltar para o Egito, mas o que aconteceu foi que toda aquela geração não pisou na terra
prometida, a não ser Josué e Calebe. Além deles, os que tomariam posse da herança da terra
eram os mais novos, sobre os quais os rebeldes disseram que se tornariam despojo dos
canaanitas. Como estavam cegos, e comprovaram isso experimentando a disciplina do Senhor!
Porém, o que estava ruim fica ainda pior. Depois de reprovados e ordenados que voltassem
para o deserto, resolveram partir para conquistar o que não era mais deles. Assim, sofreram
enormes perdas, mas, acima de tudo, revelaram ainda mais a rebeldia do seu coração. E nada
disso foi por falta de aviso.
Pela Sua Palavra e por meio de seus servos, nossos irmãos em Cristo, o Senhor constantemente avisa-
nos, adverte-nos e nos aconselha. A nossa escolha é ouvir o “ruído” do mundo com seus mensageiros da
incredulidade ou a voz do Salvador por meios quaisquer que Ele escolher.
Quais são as diretrizes que hoje estão em conflito diante de você? Qual a dificuldade que você tem
enfrentado para obedecer à voz do Senhor? Você tem levado em conta o currículo do Senhor para
ajudá-lo a confiar e crer?
O nosso texto de hoje traz um contraste entre vários povos. A diferença fundamental entre eles
era o que aconteceria quando se encontrassem com o povo escolhido, Israel. Primeiro, havia
os descendentes de Esaú, que habitavam há mais de cinco séculos nos montes de Seir, eles
são chamados de “seus irmãos”, visto serem também descentes de Abraão, por meio de Jacó.
Em seguida, havia os moabitas e os amonitas, ambos descendestes de Ló, os quais, mesmo
sendo fruto de relações proibidas (Gn 19.30-38), contavam com a bênção do Senhor, novamente
por causa de Abraão. A menção desses povos que estavam usufruindo benefícios por estarem
ligados ao povo da aliança, faz surgir o povo de Seom, rei de Hesbom. Quando procurada com a
mesma proposta feita aos descendentes de Esaú (i.e., que pagariam qualquer coisa que
consumissem), ele lhes respondeu de forma hostil. A mesma atitude beligerante e agressiva teve
Ogue, rei de Basã. Enquanto aqueles primeiros foram preservados e nada aconteceu com eles,
estes dois últimos tiveram o mesmo péssimo destino. Foram vencidos pelos israelitas e suas
terras ao leste do Jordão, que nem faziam parte da promessa original, foram incluídas no
território de Israel.
Mais do que apenas uma lembrança da história de 38 anos antes, Moisés está deixando
para a nova geração uma lição sutil: aprendam como o Senhor é justo e ama a justiça. Enquanto
ele honra as Suas promessas feitas tanto tempo antes, Ele também age de forma firme com
aqueles que se levantam contra os Seus e contra a Sua vontade.
Em dias de “modernismo”, onde tudo é flexível e autoridade é algo ruim, as características do caráter
do nosso Deus não são muito populares. E quem quiser agir e viver da mesma forma, sofrerá as mesmas
resistências. Sendo assim, você tem respondido ao Senhor segundo o caráter dEle justo e que ama a
justiça? Você tem pautado a sua vida sabendo que o Senhor é assim? Que pressões você tem percebido
ou até recebido das pessoas para ser “menos santarrão”?
A lguns pais começam a antecipar o que seus filhos irão fazer e logo que eles dão seus
passinhos na traquinagem, ouvem uma voz dizendo, “Pode voltar, menino! Nem pensar,
mocinha!”.
O Senhor (muito mais do que pais humanos) conhece o coração dos homens. Por causa
disso, em diversos lugares Ele se antecipa aos erros e pecados e avisa sobre a necessidade de
obedecer a Ele e de se lidar com o pecado. Ele fez isso com Caim bem perto do começo de tudo
(cf. Gn 4.6-7). No nosso texto, o Senhor começa alertando que obediência e bênçãos estavam
interligadas (v.1). A permanência na terra prometida estava condicionada à obediência a Aliança
com Deus. Obediência não é “criativa” (v.2), Deus não está interessado na nossa opinião ou
alternativas, Ele nos ama, mas o que Ele ordena é o que vale. E os israelitas já tinham
comprovado isso (v.3-4; cf. Nm 25), e era necessário aprender com o passado.
Ademais, a obediência traria glória ao nome do Senhor, pois os outros povos seriam
“evangelizados” ao se admirarem do povo de Israel e do Deus deste povo (v.5-6). Um povo que
experimentava a imanência de Deus; isto é, o atributo que fala de sua proximidade e
relacionamento com Suas criaturas, particularmente, com os que são Seu povo. Além disso, a
justiça de Deus podia ser reconhecida na Lei que Ele dera por meio de Moisés (v.7-8)!
Seguindo os avisos, Deus recomenda que não deixem de ensinar aos filhos (v.9-10) sobre
Ele e Seus mandamentos que já lhes havia dado de maneira tão tremenda e solene (v.11-14).
Paulo nos diz que o tudo o que foi escrito tem o objetivo de nos avisar, tal como um enorme alerta de 66
livros (cf. Rm 15.4). Então, por que desprezamos os avisos e alertas que o Senhor nos deixou nas
Escrituras? Por que testamos o Senhor como o povo de Israel agindo em desobediência. Mesmo que a
bênção da vida eterna nos esteja garantida em Cristo, ainda podemos ser grandemente abençoados
quando obedecemos. Avalie sua vida neste sentido. Você tem sido submisso à vontade do Senhor?
M ais uma vez o Senhor alerta ao Seu povo sobre o perigo da idolatria. Ela estava no passado
deles (Egito) e os aguardava no futuro (em Canaã). Era surpreendente como algo
totalmente ausente da história dos descendentes de Abraão tenha se tornado um perigo tão
real. Por isso, o Senhor nos versos 15 a 19, lembra que eles testemunharam o verdadeiro padrão
da Divindade, isto é, nenhuma forma necessária. Deus se manifestara de maneiras muito mais
maravilhosas: por meio das Suas palavras e com Suas obras. Especialmente, o livramento do
Egito (v.20), algo mencionado em Deuteronômio cerca de 20 vezes, enfatizando também a
separação daquela cultura e religiosidade. O que eram estátuas diante de tudo isso?
Em seguida, nos versos 21 a 24, Moisés menciona como Deus ficou contrariado com ele e
como ele fora disciplinado com a proibição de entrar na terra prometida. E aqui aprendemos a
razão de tamanha severidade: para que o povo aprendesse que “o SENHOR, o Seu Deus, é Deus
zeloso; é fogo consumidor”; portanto, brincar com a idolatria seria uma péssima “aposta”.
Finalmente (v.25-31), Moisés os adverte que esse caminho também levaria a eles e aos
seus descendentes a serem disciplinados até que se arrependessem e, só então, experimentariam
a misericórdia de Deus, “Pois o SENHOR, o seu Deus, é Deus misericordioso; ele não os
abandonará, nem os destruirá, nem se esquecerá da aliança que com juramento fez com os seus
antepassados”.
Uma placa de “PARE” não é uma dica ou sugestão; é uma ordem. Se não for obedecida, gera uma
multa. As advertências da Palavra de Deus funcionam da mesma forma. A diferença é que são muito
mais graves e importantes do que uma regra de trânsito.
Em particular, a questão da idolatria é crítica na vida dos servos de Deus. Mesmo que não corramos o
risco de erigir uma estátua de Baal no nosso quintal, há ídolos mais furtivos que disputam a nossa
dedicação, obediência e submissão ao Senhor. Quais seriam alguns potenciais ídolos na sua vida hoje?
Como esse texto interage com esta realidade na sua vida?
C omo seres humanos, frequentemente, não valorizamos o que temos. Muitos só pensam no
valor dos pais quando não os têm mais por perto. Lembro-me de ser “esmagado” por essa
percepção enquanto via meus pais indo embora depois de me deixarem no seminário. Estava
feliz, fazendo o que sonhava, mas, de repente... percebi o que havia deixado de ter.
Em nosso texto (v.31-34), Israel é desafiado a comparar o que eles tinham com o que as
demais nações tinham. Ou seja, o Deus que se revelara a eles de maneira tremenda e fantástica,
que os livrara do maior império da época e prometera há mais de 700 anos que lhes daria uma
terra prometida (algo ausente no texto, mas subentendido)!
A bondade de Deus fica ainda mais clara. Deus havia feito isso para que Israel O
conhecesse e fosse ensinado a temer o Senhor (“para discipliná-los”). Ou seja, dando ao Seu
povo condições de não cair na desobediência, uma vez que tinha um Deus tão maravilhoso
assim. E não é só isso. YAHWEH, o Senhor, é o Deus que ama o Seu povo e habita no meio
dele para libertá-lo e guiá-lo contra nações maiores e mais poderosas dando-lhe vitória (v.37-
38)!
Diante disso (v.39-40), o povo é exortado a ponderar sobre a singularidade de Deus:
não há outro Deus! E também a obedecer-lhe e colher as bênçãos prometidas.
Hoje, na Nova Aliança em Cristo, nossa situação não é a mesma. Não há para nós prosperidade, terra
ou nada do que foi prometido a Israel. Contudo, esse é ainda o nosso incomparável Deus, “Ele nos ama
e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue” (Ap 1.5b). Convido você a pensar na sua
história antes de ser alcançado por Cristo e depois disso. Veja as digitais do Senhor nela e como a Sua
bondade se estendeu a você. Louve-O! Reconsagre a sua vida! Viva para o Deus incomparável que
habitou em nosso meio para nos resgatar!
E se hoje essa ainda não é uma realidade na sua vida, o que você está esperando? Nenhuma vida de
conquistas humanas vale a pena sem a certeza da eternidade com Deus. Quaisquer dores terrenas são
nada perto da alegria eterna prometida por Ele! Entregue a sua vida a Cristo e ande com Ele a cada
dia!
O nosso texto de hoje é um perfeito exemplo de como Deuteronômio repete o que já havia sido
dado anteriormente à geração que saíra do Egito. Porém, todos eles pereceram no deserto
por causa da sua desobediência e incredulidade na promessa de Deus em dar-lhes a terra
prometida. Moisés, então, repete os Dez Mandamentos já vistos em Êxodo 20, aos filhos
daquela primeira geração.
Iniciando com o modelo de formalidade “Ouça, Israel” (v.1), Moisés dá o tom de
seriedade ao que vai dizer. Ele lhes anunciava esses decretos e ordenanças “hoje”. Mesmo se
tratando de uma repetição, a Palavra de Deus é viva e permanece. Outras leis cerimoniais e/ou
civis, trazem princípios para o nosso “hoje”. Nós, servos do Messias (Jesus) que cumpriu a Lei
devemos atentar para a sua sabedoria e lições para a vida, mesmo que não se cumpram mais
seus rituais. A Palavra sempre é atual.
Nosso Deus é um Deus de alianças (v.2). Uma boa parte das pessoas que ouviam a Moisés
não havia nascido quando o Senhor fizera a aliança no Horebe, mas ainda assim todos estavam
incluídos. Hoje, todo crente convertido, neste exato momento, tem a Nova Aliança no sangue de
Cristo. Aquilo que eles ouviriam não era para os mortos (v.3), mas para eles que ali estavam
vivos (e claro, para os seus descendentes). Hoje, Ele fala com cada um “face a face” (v.4) pela
Palavra que revela Cristo. Nesta aliança, Moisés foi o mediador (v.5) e, de fato, foi com ele que
o Senhor falou dessa forma. Ainda assim ele transfere para todo o povo! Nosso mediador
perfeito é Jesus e Ele é a própria face de Deus, a imagem do Deus invisível (Cl 1.15)!
Tudo o que o Senhor nos fala deveria ser recebido HOJE com um solene “Ouça!”. Não deixe que o
Senhor precise repetir vez após vez antes que você atenda. Nossa vida e felicidade dependem das
Palavras de Deus.
Avalie a sua vida por meio da nova vida que há na Nova Aliança em Cristo. (Você já a tem?). Veja que
privilégio é ter a Cristo como único mediador (1Tm 2.5) e ser visto por Deus como Cristo é.
O Decálogo, isto é, os Dez Mandamentos são um ótimo resumo de princípios, mesmo que não
seja tudo o que podemos fazer para expressar nosso amor e obediência ao Senhor, bem
como nosso amor ao próximo. Como dissemos no devocional anterior, a primeira parte trata
do amor vertical. Se não amamos a Deus, não podemos amar Suas criaturas.
O primeiro mandamento trata da singularidade do nosso Deus. Sendo Ele o único Deus
verdadeiro, nossa adoração e amor não pode ser dividido com deuses imaginários e/ou criados
por nós mesmos, isso inclui coisas e pessoas que nós “divinizamos” ao pensar que não podemos
viver sem elas. O segundo mandamento vem reforçar o primeiro e nos ajudar a cumpri-lo ao nos
proibir qualquer representação física da divindade; seja ela qual for. Isso seria copiar as falsas
religiões e sua idolatria, além de diminuir o Senhor soberano a uma representação tão pequena.
O terceiro mandamento continua preservando a solenidade e a reverência que o nosso Deus
merece. Não tomar o Seu nome em vão é muito mais do que um simples “Ai, meu Deus!”. É
usar o nome do Senhor para tentar dar valor a coisas que não possuímos. Por exemplo, quando
vivemos abaixo do padrão da Palavra e usamos uma espiritualidade externa para autenticar a
nossa vida. Finalmente, o quarto mandamento fala do “Sábado”, isto é, do “descanso”. Esse
preceito diz que é preciso guardar um dia na semana para o descanso e para o culto a Deus. Para
os judeus, o dia de inatividade semanal é o Shabbat. Em geral, o cristianismo considera o
domingo como o Dia do Senhor, por ser o dia da ressurreição de Cristo. Para os cristãos, o
mandamento tem a ver mais com a importância do descanso e tempo de serviço ao Senhor do
que em qual dia da semana isso é feito.
Calvino disse a famosa frase, “O coração do homem é uma fábrica de ídolos”. Voltando ao que falamos
no começo, temos realmente amado a Deus ou O temos substituído por coisas e por pessoas? Até mesmo
nosso próprio “eu” pode virar um ídolo ao escolhermos nossa vontade e caminhos em detrimento da
vontade do Senhor. Isso se refletirá em muitas áreas, inclusive na reverência com o nome do Senhor e
em no uso santificado do tempo.
C omo dissemos ontem, o Decálogo é um ótimo resumo de princípios para expressar nosso
amor e obediência ao Senhor, bem como nosso amor ao próximo, agora vem a segunda
parte. Quanto mais amarmos ao Senhor e compreendermos o Seu amor por nós, isso deve se
manifestar em benefício do nosso próximo. Vejamos os dois primeiros mandamentos desta
segunda parte direcionada aos outros seres humanos em nossas vidas.
O quinto mandamento começa onde nós começamos: com nossos pais. Sendo Deus o
nosso Pai Celeste, nossos pais são a primeiras autoridades terrena que temos. E como devemos
obedecer ao que o Senhor nos ordena, devemos honrar e obedecer a nossos pais com a mesma
prontidão. Minha esposa ensinou aos nossos filhos uma frase muito conhecida, “Obediência
tardia é o mesmo que desobediência”. Mesmo quando nos tornamos adultos, a honra e o respeito
devem continuar. Paulo nos alertou que haveria uma corrupção desse mandamento ao dizer que
“nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis... Os homens serão... desobedientes aos pais”
(2Tm 3.1-2). O filho de Deus, ainda hoje, deve andar na contramão dessa prática e observar o
quinto mandamento. Um detalhe: esse mandamento não promete longevidade, mas continuidade
na Terra Prometida. A obediência, geração após geração, garantiria a Israel essa posse. E foi
exatamente o abandono da fé de seus pais que causou o exílio babilônico.
A seguir, o sexto mandamento trata do valor da vida. Uma tradução mais correta seria
“Não assassinarás”, isto é, tirar uma vida por motivo banal, egoísta e maligno. Isso excetua, por
exemplo, o caso de um acidente ou a legítima defesa da própria vida ou de outros. Ainda assim,
o cristão deve primar pela preservação e defesa da vida, mesmo daqueles que não a valorizam, e
ser ativamente contrário ao aborto.
O Decálogo é um daqueles textos que a gente sabe “meio que de cor”, mas dificilmente se aprofunda.
Agora é hora de avaliação pessoal e aprofundamento. Reveja os três mandamentos acima e compare
com as atitudes presentes no seu modo de viver. Você pode se considerar um observador desses
mandamentos?
C ontinuando a expressar nosso amor por Deus ao amarmos o nosso próximo, vejamos os
quatro mandamentos finais desta segunda parte direcionada aos outros seres
humanos em nossas vidas.
O sétimo mandamento cuida da santidade do casamento, algo também refletido no Novo
Testamento (Hb 13.4). A promiscuidade não foi inventada nos tempos modernos, mas ela
certamente tem chegado ao seu “doutorado”. Nossos casamentos devem refletir Cristo e a Igreja
(Ef 5.22-33) em sua pureza e mútua exclusividade.
O oitavo mandamento fala sobre a santidade da propriedade privada. Isto é, algo que não é
meu, deve ser respeitado dentro dos limites daquele que possui tal coisa. Você deve estar
pensando, “Mas, o texto não é sobre proibir algum crime?” – Bem, sim, mas não apenas. Eu não
preciso de uma máscara e uma arma, nem preciso invadir a casa de alguém para transgredir esse
mandamento. Em resumo: o que não é meu, não é meu; é sagradamente de outro.
Chegando ao nono mandamento, Deus toca na questão da mentira, do falso testemunho.
Esse pode parecer algo legal, isto é, ligado à lei, a um tribunal, a um julgamento. Mas, no nosso
dia a dia a maledicência, o exagero, a manipulação dos fatos e qualquer outra variação da
verdade ou desvio dela podem ser incluídos aqui. Geralmente, tais “recursos” são usados em
benefício próprio e prejuízo dos outros.
Finalmente, o décimo mandamento trata do inimigo do contentamento: a cobiça. Aquilo
que começa com um desejo carnal interior, pode evoluir para mentira, maledicência e até furto;
isto é, transgredindo outros mandamentos. A cobiça nos seduz com a mentira de que não temos
o que merecemos com o disfarce de ser o que precisamos. No fundo, é uma rebeldia contra o
que o Senhor tem colocado em nossas vidas; é a negação do contentamento em Cristo. “Duas
filhas tem a sanguessuga. ‘Dê! Dê!’, gritam elas” (Pv 30.15).
Amamos o nosso próximo obedecendo a tais princípios básicos da humanidade. Reveja a lista acima.
Sua justiça tem sobrevivido a esses testes? A esses padrões? Em uma sociedade adúltera, ladra,
maledicente e invejosa, você tem andado na contracultura do Reino de Deus (Fp 2.15)?
N ofalado
restante do capítulo 5, Moisés relembra como o povo ficou surpreso por Deus lhes ter
e, ainda assim, eles ainda estarem vivos. Mas, mesmo com essa percepção, a visão era
assombrosa demais, então pediram que Moisés fosse o mediador entre eles e Deus.
As palavras de Deus, tanto nos Dez Mandamentos, quanto em todo o restante da Escritura
possuem origem divina (v.22). O espetáculo no alto do monte serviu para deixar isso bem claro.
Não eram palavras de Moisés, mas de Deus. E diante de toda essa percepção da grandiosidade
de YAHWEH, os líderes de Israel percebem a sua pequenez e pecaminosidade (v.23-27). Tal
como Isaías diante daquele que estava no “alto e sublime trono”. Eles podiam olhar (perceber)
sua limitação naquele momento, mas o Senhor a vê (conhece) em todo e qualquer tempo. Ele
sabia que esse “temor” passaria e seria tristemente substituído por rebeldia (v.28-29). Ainda
assim, por meio de Moisés como eles haviam pedido, o Senhor continuaria a instruí-los. E
termina os exortando a não abandonarem tal instrução, pois disso dependeria a permanência na
terra que eles estavam para herdar.
Quer sejam os Dez Mandamentos, quer seja a Grande Comissão (Mt 28.18-20), ou qualquer outro
imperativo bíblico, enquanto eu, você, qualquer um não compreender que são mandamentos e não
sugestões, estaremos em um ciclo de desobediência. Se não lermos a Palavra de Deus como uma “bula
de remédio”, fatalmente “a conta vai chegar”. O Senhor nos ama, mas não “passa pano” para nosso
pecado.
Então, quais são algumas decisões que você precisa tomar hoje para romper com algum ciclo de
desobediência em sua vida e amar a Deus por meio da submissão??
E uDeus,
amo retiros de igreja. É fantástico poder passar um feriadão com pessoas que amam a
estudando a Bíblia, divertindo-me com brincadeiras sadias, sem o
constrangimento da pressão de um ambiente pecaminoso. Porém, há coisa mais angustiante
do que voltar à rotina no mundo depois de um retiro? Parece que vamos do céu ao inferno.
Clamamos a Deus que nos dê a fé e a empolgação do retiro enquanto vivemos no mundo caído.
A passagem de hoje retrata exatamente isso. Jesus revela Sua natureza divina e gloriosa a Pedro,
Tiago e João. Eles veem Jesus conversando com Moisés e Elias. O ambiente é tão bom que
Pedro propõe ficarem por ali mesmo. Nesse momento eles ouvem a voz de Deus reafirmando
quem é Jesus e diz: “Ouçam-no!” (1-8) Jesus, mais uma vez, ordena que não contem nada do
que viram a ninguém, até que Ele ressuscite. Isso porque as pessoas ainda não haviam entendido
o que o Cristo viera fazer. Eles têm a visão de Pedro na passagem anterior; achando que Jesus
viera trazer uma vida sem sofrimento (8.33). Os discípulos ainda não haviam compreendido a
obra de Jesus (v.9-13). Então nos deparamos com o mundo como ele é com o pecado. Um pai
desesperado, uma criança oprimida, os líderes religiosos discutindo, a multidão curiosa e os
discípulos incapazes de fazer algo. O ponto alto da passagem é quando Jesus pergunta àquele
pai se ele crê. A resposta é uma lição para nós: “creio, ajuda-me na minha incredulidade!”
Assim Jesus liberta aquela criança da opressão para sempre (v.14-29).
“Creio, ajuda-me na minha incredulidade!” Você se sente assim também? Crê no evangelho, mas muitas
vezes é tomado de incredulidade? Hoje aprendemos que não importa o tamanho da nossa fé, mas sim
em quem a nós a depositamos. Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, que nos ajuda em nossa incredulidade
na batalha contra o mal! Converse com Deus sobre isso.
| 89 |
Semana 11 | Dia 72 | Segunda | Marcos 9.30-41
m dos homens mais piedosos que eu conheço diz: “quem não serve, não serve”.
Como pecadores egoístas, desejamos ser servidos e odiamos servir. Isso
porque no mundo, ser servido significa que você é mais importante, e servir o
coloca abaixo de outra pessoa. Egoístas orgulhosos não gostam disso. E é exatamente sobre isso
que lemos hoje. A cena começa com Jesus ensinando sobre o que Ele veio fazer: morrer e
ressuscitar. Os discípulos ainda não compreendem (v.30-32). Enquanto Jesus ensina sobre a
obra mais importante da criação, o que eles estão discutindo? Sobre quem entre eles é o mais
importante (v.33-34)! Então Jesus passa a ensinar sobre a hierarquia do Reino de Deus. Quem
quiser ser o mais importante, deve ser escravo (servir) de todos (v.35). Quem servir uma pessoa
que não tem como retribuir, como uma criança que não pode dar nada em troca, estará servindo
a Jesus e ao próprio Deus (v.36-37)! E qualquer um que servir outro em nome de Jesus,
representando o próprio Senhor, pelo mínimo que faça, receberá recompensa disso (v.38-41).
Reconhecer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, implica servir em nome de Jesus.
Você é conhecido como uma pessoa que serve ou que exige ser servido? Pergunte às pessoas que
moram com você. Pergunte aos irmãos da igreja. A melhor forma de encontrarmos motivação em
servir é meditarmos em como Jesus nos serviu dando a Sua própria vida (cf. 10.45). Converse com
Deus sobre isso!
J ásalvação?
percebeu como em quase todas as religiões o homem precisa fazer algo para merecer a
Isso porque o ser humano tem o orgulho ferido quando recebe algo de graça. O
evangelho, porém, é justamente a humilhação do homem que, incapaz de fazer algo para sua
própria salvação, precisa recebê-la de graça por meio de Cristo. Vimos isso na passagem de
hoje. Na primeira cena, vemos Jesus ensinando que quem recebe o Reino de Deus como uma
criança, poderá entrar nele (v.13-16). O que isso significa? Uma criança recebe sem se
preocupar em pagar de volta. Um filho não recusa o alimento dado pelo pai porque não tem
como pagá-lo. Da mesma forma, quem recebe o Reino de Deus, de graça o receberá. Isso se
confirma na próxima história. Um homem pergunta o que deve fazer para receber a vida eterna.
Primeiro Jesus mostra que existe apenas um que é bom: Deus (v.17-18). Depois pergunta se o
homem conhece os mandamentos. Ele responde que conhece e os obedece desde a adolescência
(v.19-20). Aparentemente esse homem é bom e merece a vida eterna. Jesus, amando-o, disse-lhe
a única coisa que lhe faltava: vender tudo, dar aos pobres e segui-lo. Mas o homem sai abatido,
pois era muito rico (v.21-22). Alguém que parecia perfeito para merecer a eternidade, na
verdade não amava mais a Deus do que a suas riquezas, e não amava o próximo ao ponto de lhe
dar o que tinha. Jesus conclui que é impossível os ricos entrarem no Reino de Deus.
Obviamente Jesus não estava falando dos ricos de dinheiro, mas ricos de justiça própria!
Aqueles que se acham bons suficiente para serem salvos, não podem receber salvação. Mas
aqueles que reconhecem sua pobreza e dependem de Cristo como um filho depende do pai;
então esses serão salvos (v.23-31). Afinal, para o homem é impossível se salvar, mas para Deus,
todas as coisas são possíveis (v.27).
Você tem procurado viver uma vida com Deus pelos méritos próprios ou totalmente dependente da
graça em Cristo Jesus? Converse com Deus sobre isso!
N osso coração orgulhoso ou humilde se revela nos relacionamentos. Seja nos relacionamentos
com outras pessoas, como vimos na passagem de Marcos 9.42-10.12; seja no
relacionamento com Deus em Marcos 10.13-31. Por isso antes e depois dessas passagens
João Marcos nos conta o que Jesus ensinou sobre servir. O serviço demonstra a humildade de
quem realmente entendeu quem é Jesus. Mais uma vez Jesus ensina sobre Sua morte e
ressurreição, que estavam cada vez mais iminentes (v.32-34). Nisso, Tiago e João fazem um
pedido a Jesus: um lugar de honra na glória de Cristo (v.35-36). Novamente eles querem ser os
mais importantes entre os discípulos. Jesus pergunta se eles estão dispostos a pagar pelo preço
disso. Sem saber do que se tratava, eles responderam que sim. Pela história, sabemos que eles
pagaram. Os dois sofreram por causa do evangelho. Mas o lugar de honra seria determinado por
Deus (v.38-40). Por fim, Jesus ensina mais uma vez que os valores do reino são opostos aos
valores do mundo. Quem quiser ser o primeiro, deverá ser o último. Ou seja, o nível de
importância é proporcional à atitude de servir. O próprio Jesus é um exemplo de alguém que
veio para servir, e não para ser servido (v.41-45). Para terminar, mais um milagre que ilustra a
cegueira espiritual dos discípulos. Bartimeu responde à mesma pergunta que Jesus fez a Tiago e
João (cf. 36,51), porém de forma diferente. Ele quer ver! (v.46-52). Jesus Cristo, o Filho de
Deus, é capaz de curar a cegueira espiritual. E aquele que enxerga corretamente quem é Jesus,
serve, como Ele nos serviu dando sua vida para nos resgatar.
Como é seu coração: orgulhoso ou humilde? Você tem se preocupado em ser servido ou em servir?
Lembre-se: a melhor motivação no serviço vem da reflexão do evangelho: o Filho do Homem que veio
para servir, dando Sua vida em resgate por muitos.
D esde que a igreja de Jesus nasceu, existem muitas pessoas que ainda preferem viver a
religião do Antigo Testamento. Elas constroem templos como de Salomão,
fazem relíquias da arca da aliança, usam óleos aromáticos etc. Porém, como já vimos, esse
sistema religioso judaico se tornou inútil, desde a morte e ressurreição de Jesus (cf Cl 2.16-17;
Hb 8). O próprio templo físico perdeu importância diante da obra de Jesus. Na passagem de
hoje vimos a chamada “entrada triunfal”. Os romanos estavam acostumados com entradas
triunfais dos seus generais e reis. Quando eles voltavam vitoriosos de uma batalha, entravam
pela cidade montados em cavalos, iam até o templo agradecer aos deuses pagãos e depois eram
recebidos no palácio. Mas vemos que com Jesus, apesar das profecias O apontarem como
Messias (cf. Gn 49.9-11; Zc 9.9-10), a entrada não foi tão triunfal. Entrando Ele no templo, os
líderes religiosos ou as autoridades romanas não estão ali para recebê-lo. Jesus observa e vai
embora (v.1-11). Nesse ponto, entramos na comparação entre uma figueira e o templo. Jesus vai
procurar frutos em uma figueira e não encontra nada. Depois vai ao templo, também à procura
de frutos espirituais, e só encontra ganância e desprezo. Jesus amaldiçoa a figueira, para que
nunca mais dê frutos e ela seca. Jesus anula a necessidade do templo. Ele se torna desnecessário,
assim como uma figueira que não produz frutos. Não é mais necessário ir até o templo para orar.
Basta orar com fé que Deus ouvirá. Não é mais necessário sacrificar no templo para receber o
perdão dos pecados. Basta perdoar como Deus nos perdoa em Cristo para recebermos o perdão
(v.12-26). O templo se torna inútil pois a obra de Jesus Cristo, o Filho de Deus, o torna inútil!
Hoje falamos com Deus por meio de Jesus, e em Jesus recebemos o perdão dos nossos pecados!
Você tem confiado mais em símbolos religiosos do que na obra de Jesus na cruz? Você tem aquela
sensação de que sua oração é mais eficaz se for feita em uma igreja, por um pastor, com a mão na
Bíblia ou algo parecido? Igreja, pastor e Bíblia têm seu valor. Mas o único capaz de perdoar seus
pecados e conduzi-lo à presença de Deus é Jesus Cristo, por Sua morte e ressurreição (cf. 1Tm 2.5-6).
Louve a Deus por isso!
Q uando meu irmão e eu erámos crianças, algumas vezes, nossos pais nos deixavam sozinhos
em casa. Como dois meninos arteiros, aproveitávamos a oportunidade
para “aprontar”. Não foram poucas as vezes em que fomos pegos em flagrante por nossos
pais, e sofremos as consequências das nossas travessuras. No texto de hoje, aprendemos que
devemos viver uma vida de santidade, atentos e vigilantes, pois Cristo pode voltar a qualquer
momento. Os discípulos questionam Jesus sobre o tempo e os sinais da destruição do templo
(v.1-4). Jesus responde, ao que tudo indica, sobre o fim dos tempos, muito além da destruição
do templo físico. Os primeiros sinais serão o surgimento de falsos Messias, rumores de guerras
e desastres naturais (v.5-8). Depois virá a forte perseguição por causa de Cristo (v.9-13). Em
seguida, virá a Grande Tribulação, como nunca houve na terra. Uma tribulação que, se não fosse
abreviada, ninguém sobreviveria (v.14-23). Por fim, virão os desastres cataclísmicos (v.24-25).
Então Jesus retorna para reunir os eleitos (v.26-27). Os sinais servem para alertar os discípulos
sobre o dia da volta de Cristo (v.28-29). Aparentemente, Jesus retorna à questão da destruição
do templo, alertando que aquilo acontecerá naquela geração, como de fato aconteceu no ano 70
d.C. (v.30-31). Por fim, Jesus alerta os discípulos para que fiquem atentos e vigilantes, pois
ninguém sabe o dia e a hora da volta de Cristo. Eles devem vigiar como um porteiro que cuida
da casa do seu senhor (v.32-37). Quem crê em Jesus Cristo, o Filho de Deus, aguarda
atentamente a sua volta!
Você pode dizer que vive constantemente vigilante e alerta, esperando a volta de Cristo? O que mudaria
em sua vida se você vivesse atento, como Jesus ordenou (v.37)? O que você pode fazer para viver mais
alerta nesse sentido? Se Jesus voltar hoje, como Ele o encontrará? Converse com Deus sobre isso!
A scumprimento
histórias dessa passagem estão ligadas por um tema em comum: a morte de Jesus como
do plano soberano de Deus. A primeira história começa e termina com planos
para prender e matar Jesus. Para os líderes religiosos Jesus era um problema a ser resolvido.
Para Judas, uma oportunidade de ganhar dinheiro. Na história principal da passagem, uma
mulher reconhece Jesus como o Cristo, o Filho de Deus. Ela manifesta isso ungindo-o com um
perfume que custava o salário de um ano. Enquanto isso, os demais presentes consideram isso
um desperdício. Para eles ação social é mais importante que a adoração. Seu conceito sobre
Jesus determina que tipo de adoração você irá prestar (v.1-11). Na próxima história vemos a
soberania de Deus naquilo que iria acontecer. Jesus sabia exatamente onde iriam celebrar a
Páscoa, e os discípulos experimentam exatamente o que o Mestre os havia falado (v.12-15).
Depois de lhes mostrar Seu controle sobre a história, Jesus revela que será traído por um deles
(v.16-21). O Mestre estabelece a ceia como um lembrete do Seu sacrifício e, mais uma vez
revela Seu controle sobre a situação, anunciando que só tomaria o vinho novamente quando o
Reino de Deus estivesse estabelecido (v.22-26). Pedro, ainda não compreendendo
completamente que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e por isso tem o controle total da situação,
recusa-se a aceitar que Ele abandonaria o Mestre (v.27-31). Mesmo nos momentos mais difíceis,
Deus tem o controle da história.
Como você manifesta adoração a Jesus? O quanto você tem se sacrificado em devoção a Ele (Rm 12.1-
2)? Ou o quanto você tem sacrificado Jesus em devoção a si mesmo? Você tem confiado e descansado no
controle soberano de Deus sobre a história? Converse com Deus sobre isso!
A incredulidade nos impede de perceber o agir de Deus na história! Como pastor de jovens,
consigo perceber dois grupos de crentes. Aqueles que verdadeiramente creem no evangelho,
envolvem-se com a igreja e por isso experimentam o agir de Deus na história, salvando e
transformando vidas através dos discipulados, evangelismo pessoal, viagens missionárias ou
retiros espirituais. Mas existem aqueles que estão alheios a tudo isso. São crentes nominais. Até
dizem que creem no evangelho, mas suas vidas estão focadas no trabalho, estudo e
entretenimento. Não veem e não se alegram na salvação e transformação de vidas. Na passagem
de hoje vemos José de Arimateia que, apesar de fazer parte da liderança judaica, que odiava e
matou Jesus, aguardava o Reino de Deus e tomou uma medida corajosa para honrar o corpo do
Senhor sepultando-O (15.42-46). Também vemos as mulheres que, corajosamente,
acompanharam Jesus até o fim (15.4041; 47). Querendo honrá-lO, foram cuidar do corpo de
Jesus no domingo e tiveram o privilégio de serem as primeiras a receber a notícia da
ressurreição do Senhor (16.1-8). De forma irônica, ao longo desse evangelho, vimos como todos
foram alertados a não falarem sobre Jesus a ninguém, e todos desobedeciam. As mulheres são
enviadas a falarem da ressurreição de Jesus, mas por temor, ficam caladas. Por último, vemos o
exemplo negativo dos discípulos que, apesar de receberem o testemunho da ressurreição de
Jesus, que já os havia avisado sobre isso, não creram. Por isso, no primeiro encontro com Jesus,
foram duramente repreendidos por causa da incredulidade (16.9-14).
Os leitores romanos desse evangelho tinham a opção de crer na ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de
Deus, e participar do plano de Deus na história; ou então não crerem, salvarem suas vidas diante de
César, mas perderem essa oportunidade. Qual tem sido a sua escolha? Você tem agido corajosamente
diante do mundo por crer em Jesus Cristo, o Filho de Deus, e participado do que Ele está fazendo no
mundo hoje, por meio da sua igreja? Converse com Deus sobre isso!
C reio que o maior obstáculo para um crente evangelizar é a ignorância quanto ao poder de
Deus para realizar essa tarefa. Na última passagem do evangelho de Marcos, vemos a
missão que Jesus dá aos Seus discípulos: pregar o evangelho a todas as pessoas (v.15). E
todo aquele que crer e professar publicamente sua fé será salvo, mas os que não crerem serão
condenados (v.16). A comprovação de que a mensagem deles é verdadeira serão os sinais
sobrenaturais, o que de fato vemos acontecendo no livro de Atos dos apóstolos (v.17-18).
Muitas pessoas creem que esses sinais deveriam nos acompanhar nos dias de hoje também.
Porém, eles parecem ser bem específicos para aquela época (confira em Atos). Hoje, esse poder
pode se manifestar de diferentes formas, de acordo com a necessidade específica de cada local.
Em um lugar secularizado como a Europa, pode ser simplesmente as pessoas crendo na “loucura
da pregação de Cristo”. Em um ambiente mais pesado, como o vudu no Haiti, talvez as
manifestações sejam mais visíveis. O fato é que o poder de Deus acompanha aqueles que
pregam o evangelho para o cumprimento da Sua vontade. E o próprio evangelho testemunha
que, após a volta de Cristo ao Pai, os discípulos pregaram corajosamente por toda parte (v.19-
20). Aqueles que creem em Jesus Cristo, o Filho de Deus, pregam o evangelho na dependência
do poder de Deus!
Os cristãos perseguidos de Roma precisavam de muita coragem para pregar o evangelho diante de
tanta perseguição. Mas, porque confiavam no poder de Deus, eles não tinham nada a temer. De fato, foi
o que aconteceu. Temos o testemunho de que, pela coragem dos nossos irmãos romanos que, mesmo
pagando com a própria vida, pregaram o evangelho e muitos foram salvos porque creram. Quais são os
obstáculos que você encontra hoje para pregar o evangelho? Como a certeza do poder de Deus
acompanhando você, pode dar-lhe coragem para pregar, apesar desses obstáculos? Ore sobre isso!
N ossa visão sobre quem é Jesus e o que ele veio fazer vai determinar como vivemos nossa
vida cristã. Os cristãos romanos somente perseverariam na fé, mesmo diante da
possibilidade da morte, se realmente cressem que Jesus era o divino Salvador e que não
havia vida fora dEle. Da mesma forma, nossa fidelidade e perseverança revelam o que cremos
acerca de Jesus (8.34-38). Dar a vida para que outras pessoas conheçam a salvação em Cristo é
inerente ao evangelho (10.45). Quando reconhecemos nossa situação de condenados por toda
eternidade por causa do nosso pecado e que não poderíamos nos salvar (10.26-27), e cremos que
apenas a obra de Jesus pode nos reconduzir a Deus (15.37-38) e que um dia Ele vem nos buscar
(13.26-27); não há como continuarmos vivendo de forma medíocre e passiva. Vamos nos
empenhar para aproveitarmos cada relacionamento para mostrar a glória do evangelho a cada
pessoa (16.15). Nossa vida revela sobre o que cremos acerca de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
O que sua vida revela sobre o que você crê sobre Jesus? Seria interessante perguntar às pessoas
próximas a você. Investir no conhecimento sobre Jesus e o evangelho é a melhor forma de crescer nisso.
Você pode fazer isso estudando mais da Bíblia, como tem feito nesse devocional; mas também
conversando com pessoas mais maduras, ou ensinando o que você aprendeu a pessoas mais novas na fé,
bem como se envolvendo-se com uma igreja local. Que Deus o abençoe a conhecer verdadeiramente
Seu Filho Jesus, e que isso se reflita em sua vida para a glória dEle! Ore sobre isso!
O período dos Juízes foi marcado por profunda degradação espiritual e suas decorrências
socioculturais e geopolíticas. O ciclo histórico do registro (cf. Jz 2.10-15) disparava com o
pecado voluntário do povo de Deus: “mais uma vez os israelitas fizeram o que o Senhor
reprova” é um motif que se repete como um sino, anunciando a falência nacional. A
contrapartida divina era a disciplina conforme prevista na aliança deuteronômica (Dt 28.15-25).
Quando os israelitas sentiam o peso da mão de YAHWEH por meio da opressão dos ímpios,
clamavam por misericórdia e, Deus em resposta às estipulações do pacto (cf. Dt 30.1-10),
enviava a desejada libertação. Então, havia paz na terra prometida.
Para conduzir a missão de libertação, Deus levantava líderes regionais: os juízes (cf. Jz 2.16).
Houve doze juízes em Israel, cuja jurisdição era localizada, pois naquele tempo, as tribos ainda
não haviam se reunido sob uma liderança centralizada e monárquica. Os juízes recebiam um
revestimento especial para cumprirem o seu papel: o próprio Deus estava com eles, garantindo o
sucesso de seu empreendimento (cf. Jz 2.18). A presença do Senhor, atuando por meio dos
juízes era a expressão do Seu amor leal para com o povo desobediente, porém quebrantado, pois
os juízes eram os representantes autorizados do Supremo Juiz e Libertador de Israel (Jz 11.27;
cf. 8.23).
O modo como você vive diz muito sobre o seu relacionamento com Deus. Suas escolhas refletem
obediência leal ao Senhor ou você, como Israel, segue seu próprio entendimento (cf. Pv 3.5,6)? Com que
frequência você se sujeita à disciplina divina? Jesus é o Libertador enviado por Deus, o Justo Juiz. Ele
morreu para livrá-lo do pecado e de suas influências (Tt 2.13-14). Volte-se para Jesus em
arrependimento e fé e Ele o libertará da sua obstinação pecaminosa.
Semana 13 | Dia 86 | Segunda | Juízes 4.1-4
D osjuízadoze(oujuízes de Israel, onze eram homens; apenas Débora é apresentada como profetisa e
líder – cf. NVI; Jz 4.4). Especula-se por que Deus escolheria uma mulher para o
exercício do poder máximo tribal em uma região tão importante como Efraim: o motivo
seria uma crise de liderança?
A questão envolvia a conquista do planalto central da Terra Prometida. Jabim e seu
exército cananeu pretendiam anexar o coração de Israel aos seus domínios, dividindo o mapa de
Israel ao meio. As tribos do norte e do sul, que já não eram unidas por natureza, ainda perderiam
a liberdade de trafegar. A terra e a alma da nação de YAHWEH se viam ameaçadas por um
poderoso exército ímpio sob o comando de Sísera e seus novecentos carros de guerra.
Em uma crise dessa dimensão, era de se esperar que Deus levantasse um grande e
experiente general. Mas é Débora quem conduz o processo de animar os líderes e a população
em geral. Como profetisa (4.4), ela era a “boca de Deus” e Israel demonstrava confiança em
suas previsões e conselhos, procurando a “mãe de Israel” (Jz 5.7) para que “decidisse as suas
questões” (Jz 4.5). Ser profetisa em Israel tinha implicações solenes, isso podia custar-lhe a
vida, caso o Senhor não confirmasse suas palavras (Dt 18.17-22). Mas Débora, tinha a
aprovação divina e desenvolveu tal relacionamento com a nação que se tornou um referencial
estável tornando-se inestimável na hora da crise, e, aprouve ao Senhor usá-la para conduzir o
Seu povo em meio à potencial catástrofe política.
Como você lida com aquilo que ameaça a sua estabilidade e segurança nas diversas áreas da vida? A
quem você recorre para pedir conselhos? A Palavra orienta a busca de bons conselheiros para se obter
sabedoria e vitórias (Pv 11.14; 20.18). Não se isole quando estiver em crise: procure ajuda de Deus e dos
Seus servos fiéis.
A sação
Escrituras nos ensinam que Deus opera de forma extraordinária em contextos ordinários. A
efetiva de Débora em Israel se deveu muito mais a um chamado especial de Deus do
que a ela própria. Descrita como “esposa de Lapidote” (cf. Jz 4.4) aquela simples dona de
casa e mãe de família se revelou uma mulher de muita sabedoria prática e estratégica. Suas
escolhas demonstraram um coração humilde e devotado ao bem do seu povo, mais do que às
honrarias que o cargo lhe conferia.
Como juíza, Débora teria o direito de se sentar à porta da cidade, pois esse era o lugar
tradicional de reunião dos líderes para solucionarem as questões legais e civis (cf. Rt 4.1-2), mas
Débora escolheu legislar em um local neutro, sem nenhum glamour. A “palmeira de Débora”
ficava estrategicamente localizada entre as duas cidades importantes de Efraim: Ramá e Betel
(Jz 4.4-5). Ali, homens e mulheres a procuravam com suas dúvidas e situações que precisavam
de intervenção ou mediação e, ela como líder, a todos atendia (cf. Jz 4.5).
O coração de Débora não se deixou seduzir pelo poder, ela era uma mulher que dependia
de Deus. O povo a considerava como “mãe de Israel” (cf. Jz 5.7) e havia se estabelecido uma
confiança tal que, quando ela, em nome do Senhor, conclamou o povo para a guerra, tanto os
grandes como os pequenos lhe atenderam (Jz 5.11 e 14). Sua humildade e fidelidade no
cotidiano lhe renderam o respeito e as credenciais necessárias no tempo da crise.
Em Romanos 12.3, Paulo exorta a mantermos uma visão equilibrada de nós mesmos e em Provérbios
15.33, encontramos: “A humildade precede a honra”. Como você lida com as questões de imagem e
poder? Seu coração se deixa seduzir por posições de influência? Jesus definiu o modelo divino de
liderança: uma atitude consciente de servo (Mc 10.32-45), sem reivindicar autoridade ou direitos.
A lguém disse que “tempos excepcionais exigem medidas extraordinárias.” Débora viveu em
um tempo excepcional quando os homens de guerra de Israel estavam com medo de
enfrentar o exército de Jabim. O motivo? Era muito bem equipado, com tecnologia bélica de
ponta: novecentos carros de ferro pareciam invencíveis para quem lutava com espadas de
madeira! Além disso, havia desarmonia entre as tribos. Em seu cântico a YAHWEH, Débora e
Baraque alistam as tribos do leste do Jordão como não participantes da coalizão (Jz 5.16-17).
Mas a falta de determinação dos exércitos tinha em Baraque o seu modelo. Convocado por
Deus por meio de Débora (cf. Jz 4.6), o general de Naftali “amarelou” a princípio. Essa postura
exemplifica o tipo de baixa moral e espiritual que predominava no tempo dos Juízes. A palavra
profética de Débora deixou clara a intenção de YAHWEH: Ele incitaria Sísera e o entregaria nas
mãos de Baraque (Jz 4.7). Deus estabelece a estratégia e anuncia a vitória de Naftali e Zebulom
às margens do rio Quisom.
Baraque reage ao chamado do Senhor como uma criança medrosa, ele apela para Débora:
“Se você for comigo, irei; se não for, não irei” (v. 8). Que ironia tremenda esta cena lamentável
denuncia: a falta de fé de um general que se “agarra à saia” de uma mulher. Ao mesmo tempo,
isso representa o reconhecimento da presença de Deus na vida daquela juíza. A bênção é que
esta mulher é Débora. A profetisa conhece bem o Deus a quem representa como juíza, ela sabe
que Ele é o Senhor dos Exércitos, o comandante vitorioso das hostes celestiais, da natureza e da
história e, em seu cântico, celebra essas características (cf. Jz 5.3-5). Mas, como mãe que
entende o temor do filho, Débora acompanha Baraque, não sem antes profetizar a desonra que
sua covardia proveniente da desconfiança lhe traria: Deus daria a uma mulher a honra de
subjugar o general inimigo (4.9).
Como você reage quando recebe um desafio para o qual julga não estar preparado? Deus tem nos
convocado a enfrentarmos esse mundo tenebroso (cf. Ef 6.10-14). Ele nos oferece armas poderosas para
essa batalha (2Co 10.3-4). Como você lida com a batalha espiritual? Jesus é o vencedor (Ap 19.11-16) e
você é chamado a lutar pelo Senhor fiel e corajosamente até o fim (Ap 2.10).
A coalizão de Naftali e Zebulom reuniu dez mil guerreiros, mas tal proeza não foi mérito
exclusivo de Baraque. Débora o acompanhou até Quedes e, certamente, foi sua presença
estratégica que convenceu não somente as tribos do Norte a lutarem, mas também as do sul:
Efraim, Benjamim e Issacar se ajuntaram ao esforço de proteger aquela parte vital da terra dos
ataques dos cananeus para a consolidação de Israel como futuro estado monárquico unificado
(cf. Jz 5.14-15).
O cântico de vitória conta que a moral dos poderosos e dos simples estava baixa quando os
inimigos se aproximaram para invadir (Jz 5.7-8), mas que o “coração” de Débora estava com os
comandantes e com os voluntários dentre o povo (5.9). Eles confiavam na “mãe de Israel” (5.7)
e todos, nobres e plebeus, foram procurar a juíza, clamando por sua presença ativa no campo de
batalha (v. 12), apoiando-a e a Baraque (5.13). A autoridade divina comprovada como profetisa
e a sabedoria e estabilidade nos relacionamentos que, como líder, Débora cultivara ao longo do
exercício do seu governo, lhe renderam dividendos preciosos na hora da crise. Débora sabia que
Deus não haveria de falhar em Sua promessa de vitória (cf. Jz 4.7). O resultado dessa confiança
foi a resposta positiva das tribos convocadas, sob as quais Débora nem mesmo tinha jurisdição.
É insuperável o poder de convencimento e articulação de uma pessoa que confia e se entrega
completamente nas mãos de Deus.
Como você lida com os projetos do Senhor para a sua vida? E com as promessas? Seu coração confia
totalmente nEle ou você duvida e se esquiva de cumprir o Seu chamado por medo do que terá de
enfrentar? Leia 2Crônicas 16.9 e avalie a sua atitude perante o Deus que promete fortalecer quem
depende totalmente dEle para tudo na vida.
D ébora teve sua palavra profética completamente comprovada pelo Senhor. A primeira reação
de Baraque à conclamação divina não foi positiva. Débora predisse
que Jael, uma gentia do clã dos queneus, receberia a honra de matar o general Sísera (4.9).
O marido de Jael, Heber, era um aliado de Jabim (4.17) que, convenientemente, morava
em Quedes (4.11). Ao ser derrotado, Sísera fugiu a pé para salvar a sua vida (4.17) e foi
procurar abrigo entre os queneus. Aparentemente, Jael não concordava com a política
colaboracionista do marido. Ela entendia que trair Débora e Baraque era se voltar contra o Deus
de Israel. Jael significa “YAHWEH é Deus”. Ela age de forma coerente com essa profissão de
fé. Com astúcia feminina, ela engana Sísera, que aceita sua hospitalidade ao entrar na tenda
(4.18-20). Exausto, ele dorme e ela, com a força de uma camponesa acostumada ao trabalho
pesado, crava uma estaca de tenda na têmpora do general, matando-o (4.21). Baraque, que
caçava Sísera, fica sabendo desse feito pela própria Jael. Deus concedeu vitória plena aos
israelitas que subjugaram completamente os cananeus e o rei Jabim (4.22-23).
A postura corajosa de Jael reflete um espírito pleno de confiança em Deus. Sua menção no
cântico de Débora atesta a aprovação divina ao seu ato (5.6; 14-27). Ela foi abençoada por sua
coragem, em contraste com a covardia de seu marido. Sua “desobediência civil” é um fato digno
de destaque nos tempos e na cultura do Antigo Testamento. Jael e Débora foram luminares de fé
e integridade em uma época de fragilidade espiritual e frouxidão moral. Em Juízes, o
testemunho da bênção de Deus sobre essas mulheres é poderoso na compreensão do valor que
Ele atribui à fidelidade em se cumprir o chamado ainda que em condições extraordinárias. Deus
foi glorificado na liderança de Débora.
Como você reage quando percebe que pessoas próximas não estão obedecendo ao Senhor? Permanece
calado, ignora a situação, é conivente para não destoar do grupo ou tem coragem de se levantar em
nome do Senhor e fazer o que as Escrituras indicam ser o eticamente correto na circunstância?
Coragem é um dos atributos dos servos leais a Jesus! Timidez ou covardia envergonham o Evangelho e
invalidam o seu testemunho. Decida obedecer incondicionalmente e confiar no Senhor para os
resultados das suas ações.
comum ouvirmos esta pergunta: quem é Jesus para você? Que pode ser
pessoa com Jesus. Entretanto, tal pergunta também pode ser mal compreendida, levando pessoas
a interpretar Jesus de acordo com suas visões e preferências e não de acordo com o que a
Palavra de Deus nos revela.
Dessa forma, para muitos, Jesus é: 1) um grande psicólogo, 2) um grande líder, 3) um
revolucionário, 4) um promotor de determinada ideologia política e social, 5) um grande mestre,
etc. Nesse sentido, as pessoas perdem o foco sobre a verdadeira natureza de Jesus de acordo com
as Escrituras.
Ao anunciar a Maria a respeito do nascimento de Jesus, o anjo Gabriel deixou claro quem
Jesus é: o grande Filho do Altíssimo, o herdeiro do trono de Davi, cujo reinado não terá fim
(v.32-33). Assim, Gabriel revela a Maria que Jesus é o Filho de Deus, o Deus encarnado, o
Messias prometido a Israel, aquele que viria para salvar o Seu povo dos pecados deles e que
estabeleceria Seu reino eterno no tempo devido.
Portanto, creio que a melhor abordagem não seria perguntar: “quem é Jesus para você”? Mas quem é
Jesus de acordo com a revelação divina em Sua Palavra? Que possamos buscar compreender cada vez
mais profundamente quem é Jesus, pois, tal compreensão nos conduzirá a uma vida de submissão e
adoração ao nosso Senhor e Salvador.
J esus Cristo é o Senhor! Essa frase é muito conhecida e utilizada no meio cristão. Entretanto,
creio que também seja entendida de maneira extremamente superficial. No texto de hoje,
podemos notar que Isabel, ao estar cheia do Espírito Santo, reconheceu que o bebê que estava
no ventre de Maria era o seu Senhor (v.43). Mas o que isso significa?
Chamar Cristo de Senhor não é apenas uma questão de respeito, como quando falamos
com alguém mais velho. Na época de Cristo, a sociedade continha senhores e servos (ou
escravos). Os servos eram tratados como propriedades de seus senhores, compondo a parte mais
baixa da pirâmide social. Assim, declarar que Jesus é Senhor implica rendição total. Significa
dizer que Ele é o meu dono, que não vivo mais para os meus desejos, mas para servi-lO. Logo,
ser um servo de Jesus significa viver para fazer a vontade dAquele que é Senhor.
Além disso, não podemos cair no erro de fazer a divisão que muitos fazem: “Jesus é o meu
Salvador, mas não o meu Senhor”. Não! O verdadeiro cristão, regenerado pelo Espírito Santo de
Deus, reconhece (assim como Isabel) que Jesus não é apenas o seu único e suficiente Salvador,
mas também é o Senhor de todo o seu ser.
Que possamos viver a cada dia sob o senhorio de Jesus Cristo, demonstrando, por meio de nossos
pensamentos, palavras e ações que Ele é o Senhor de nossas vidas!
F ama, reconhecimento, honra, glória, riqueza... esses são alguns ídolos presentes na nossa
sociedade. Muitas pessoas vivem para eles, querendo assumir posições de destaque, vivendo
para obter reconhecimento e aprovação de outras pessoas, acumulando bens e posses nesta terra,
acreditando que estas coisas trazem sentido para a vida. As Escrituras demonstram que há um
grande perigo na busca por esses bens, pois eles tiram o foco do verdadeiro propósito do nosso
viver: adoração ao Senhor. Precisamos constantemente nos lembrar de que não precisamos de
fama, glória ou riquezas, pois temos tudo o que necessitamos em Cristo.
A narrativa do nascimento do próprio Senhor Jesus Cristo ilustra essa verdade de maneira
brilhante. O texto nos diz que Jesus foi deitado em uma manjedoura, porque não havia lugar
para eles na hospedaria (v.7). O próprio Deus, o Criador de todas as coisas, o Soberano Rei, o
Dono de tudo o que existe, submete-se à encarnação, tornando-se como uma de Suas criaturas e
nasce em um contexto de grande pobreza, mesmo sendo o Dono do ouro e da prata.
Aquele que merece toda honra e toda glória abre mão de tais coisas para cumprir Sua missão e trazer
salvação ao homem. O Senhor Jesus Cristo é o maior exemplo de humildade para nós, criaturas
limitadas e enganadas, que buscam possuir muitos bens materiais e nos deixamos levar por nosso desejo
de consumo. Na verdade, o que precisamos, de fato, é viver de maneira que aponte a glória para quem
de fato a merece. Devemos nortear nossa vida para a glória dEle!
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Semana 15 | Dia 100 | Segunda | Lucas 2.8-20
ocê já deve ter reparado que o começo do evangelho de Lucas é repleto de louvor.
Já vimos em nossos devocionais dois cânticos: o de Maria e o de Zacarias. Na
passagem que refletiremos hoje é a vez dos seres angelicais louvarem ao Senhor,
na ocasião do anúncio do nascimento de Jesus aos pastores de rebanho daquela região. Um anjo
do Senhor traz uma boa nova de grande alegria aos pastores: o nascimento do Salvador Jesus
Cristo. A palavra traduzida como "boas novas" é o termo grego de onde se origina a palavra
“evangelho”. Ela era utilizada para trazer uma notícia de júbilo ao povo, geralmente usada em
contexto de vitórias militares ou grandes feitos de determinado governador ou imperador.
Porém, nesse caso, a boa nova é a mais excelente das notícias, pois Aquele que veio salvar
Seu povo dos seus pecados havia nascido! O cântico da multidão de anjos, que aparece aos
pastores, reflete bem a grande alegria do momento: “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na
terra entre os homens” (v.14).
A notícia do nascimento de Cristo conduz os anjos a louvar a Deus, a dar glórias ao Seu
nome por Seu plano de trazer paz aos homens por meio da salvação em Cristo, paz essa que é
experimentada na reconciliação com Deus por meio do sacrifício de Jesus e nas relações
pacíficas que devem caracterizar a vida daquele que foi alcançado pela obra de Cristo.
Portanto, meus irmãos, da mesma forma que os anjos louvam ao Senhor, nós também devemos louvá-
lo, com um coração grato e cheio de alegria pela grandeza da pessoa e obra do nosso Salvador Jesus
Cristo!
Submissão! Essa palavra pode produzir arrepios em algumas pessoas. Muitos a interpretam
como um problema a ser combatido com todas as forças, um sinônimo de
opressão ditatorial que certos grupos indefesos sofrem da parte de grupos mais poderosos.
Entretanto, não podemos negar que as Escrituras, por diversas, vezes nos chamam a uma
vida de submissão, tanto no relacionamento com Deus quanto em nossas diversas relações
humanas, seja no lar, na igreja ou na sociedade.
O problema é que o coração humano não deseja se submeter, pelo contrário, deseja impor
suas próprias vontades e desejos. Essa realidade pode ser notada desde Gênesis 3, quando Adão e
Eva decidiram não se submeter à ordem que o Senhor tinha dado a eles no Jardim do Éden.
O texto de hoje nos mostra como Jesus foi submetido, na ocasião do Seu nascimento, a
diversas ordenanças presentes na Lei de Moisés: circuncisão (v.21), consagração (v.22-23) e
oferecimento de sacrifício (v.24). Talvez Seus pais tenham pensado: “mas Ele é o Salvador, o
Messias, o Filho de Deus, Ele não precisa se submeter a nada!”
E é justamente aí que está o grande exemplo que é deixado para nós. O próprio Deus se
humilha e se submete para resgatar o Seu povo, vive de maneira obediente à própria Lei divina,
cumpre-a como homem perfeito para nos dar vida. O contraste com a arrogância humana é
evidente. Mesmo sendo limitados, pecadores, dependentes, muitas vezes, não desejamos nos
submeter.
Que o Senhor nos dê um coração submisso e obediente, fazendo-nos lembrar do grande exemplo que o
nosso Senhor e Salvador nos deixou.
Q uando temos que lidar com mudanças é bem comum que os questionamentos surjam e
receios e incertezas tomem conta. O livro de Juízes narra uma série de mudanças pelas quais
toda a nação de Israel estava passando e uma delas foi exatamente após a morte do seu grande
líder Josué, aquele que instruía, conduzia o povo e que foi o grande servo do Senhor. Diante de
tais situações é comum recorrermos a algum tipo de ajuda ou orientação. Observe que os
israelitas não recorreram a uma fonte qualquer, o texto nos diz que “...os israelitas perguntaram
ao Senhor...”, como o seu líder fazia. Aparentemente havia um desejo de continuar vivendo
debaixo da orientação do Deus Todo-poderoso. Infelizmente, ao lermos toda a história
descobriremos que a nação resolveu trilhar “seus próprios caminhos” e fez exatamente o que
Salomão, anos adiante, nos trouxe como alerta: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não
se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e Ele
endireitará as suas veredas. Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o Senhor e evite o
mal” (Pv 3.5-7). A nação colheu os bons frutos enquanto caminhou sob a orientação e
dependência de Deus, da mesma forma, colheu os frutos amargos ao optar por uma vida alheia à
vontade do Senhor e de Seus propósitos.
Há situações em nossas vidas que realmente os conselhos e orientações se fazem necessários, a questão
é: qual é a nossa fonte de consulta? Em quem a nossa confiança tem sido depositada? Recorremos a
Deus e à Sua Palavra a fim de conhecer e entender Seus propósitos? Temos buscado caminhar de
modo que agrade e honre ao Senhor?
A Deus havia dado orientações muito claras para a nação de Israel com relação às conquistas
das terras e os cuidados que deveriam ter, para que de fato desfrutassem
das bênçãos e promessas de Deus (Js 23.5-13).
À luz do que é narrado nos versículos 19 a 36 do capítulo 1 de Juízes é possível perceber
que o Senhor estava cumprindo Sua parte, estando presente e capacitando os israelitas em suas
lutas, porém várias concessões foram feitas pela grande maioria das tribos de Israel, pois
homens e mulheres foram poupados de vários povos, alguns foram submetidos a trabalhos
forçados e com isso, sua cultura, sua idolatria também foram preservadas juntamente com suas
vidas. As orientações do Senhor para proteger e cuidar do Seu povo foram ignoradas.
A obediência ao Senhor precisa ser completa em todo o tempo, mesmo que não seja
possível entender totalmente as razões. A nossa visão sobre o que está adiante é totalmente
limitada e é necessário exercitar a confiança para que a obediência seja completa. Observe o
recado de Deus, levado por Samuel ao rei Saul, em virtude de obediência parcial ao que lhe
havia sido falado: “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em
que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é
melhor do que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22).
Você tem facilidade para obedecer aos princípios e ordens do Senhor? Quais são as áreas na vida em
que tem sido mais difícil manter a confiança e obediência integral? Identifique suas posturas e ações
que são sinal de um coração insubmisso e desejo de fazer a própria vontade em detrimento da
obediência total ao Senhor e coloque-as diante do Senhor.
É te liberal, distante de Deus e até mesmo resistente a tudo o que está relacionado ao triste
cristianismo. Quando lembramos da história da Igreja e a maneira como Deus usou toda uma
geração para influenciar de maneira tão preciosa esse continente, sendo instrumentos para
espalhar o evangelho para tantas outras regiões do mundo afora, sentimos o coração pesar.
No período dos Juízes, logo após a morte de Josué e toda a geração que o sucedera e que
presenciara os grandes feitos do Senhor, o autor do livro narra que “...surgiu uma nova geração
que não conhecia o Senhor e o que Ele havia feito por Israel...” (v.10). Consequentemente,
abandonaram o Senhor e fizeram as coisas que Ele reprovava. Pura rebeldia? Negligência dos
pais? Más influências? Pode ter sido um pouco de cada coisa, mas nada isenta cada um da
responsabilidade pessoal diante do Senhor.
Todos nós temos a oportunidade de viver de uma maneira intensa na presença de Deus,
cultivando amor, fidelidade, compromisso. Temos também a oportunidade de compartilhar dos
feitos do Senhor para que outras gerações também conheçam quem Ele é, como age e o que Ele
pode fazer, bem como Seu plano redentor.
Ao olhar para a sua geração, quais são as marcas que estão sendo deixadas para as próximas gerações
no que diz respeito ao conhecimento de Deus? De que maneira sua vida tem influenciado seus amigos e
familiares nos mais diversos ambientes? Há algo a ser mudado?
E rros e acertos fazem parte da nossa caminhada e do processo de aprendizado, porém quando
os erros são repetitivos e poucas mudanças são percebidas, é sinal
de que quase nada se tem aprendido.
O livro de Juízes retrata um ciclo de falhas que se repete em várias gerações, revelando
que, apesar das muitas oportunidades, os israelitas não estavam aprendendo importantes lições
sobre quem era Deus, Seu poder e o que Ele esperava do Seu povo. Esse ciclo consistia
basicamente em: pecado cometido pelo povo, disciplina de Deus sendo aplicada,
arrependimento com súplicas por livramento, a provisão de Deus enviando um juiz e um
período de paz sendo desfrutado. O grande problema é que logo o povo se esquecia novamente
do Senhor repetindo todo o ciclo. De certa maneira Deus estava trabalhando na vida do povo,
colocando-os à prova (Jz 3.1) e verificando o quanto estavam dispostos a guardar e andar nos
caminhos do Senhor (v.22).
Apesar das falhas constantes, Deus esteve sempre presente, mantendo-se fiel às Suas
promessas, cumprindo Sua Palavra, seja abençoando ou aplicando a disciplina.
Como é bom lembrar que Deus se mantém fiel, mesmo quando somos infiéis (2 Tm 2.13). Há pecados
que têm sido recorrentes em sua vida? Confesse cada um deles! Busque no Senhor os recursos para
desfrutar de vitórias constantes e esteja atento para que não seja envolvido em um ciclo de falhas
constante.
O toniel foi o primeiro juiz que Deus levantou para libertar os israelitas, que estavam vivendo
sob a opressão do rei da Mesopotâmia, em consequência de terem abandonado ao Senhor e
terem feito o que Ele reprovava. É importante observar que não foi simplesmente a força de
Otoniel, sua capacidade ou habilidade em guerrear que conduziu o povo à libertação, mas sim a
capacitação vinda do Espírito de Deus (v.10), que deu a ele condições de liderar o povo e
desfrutar da vitória.
Há momentos em que somos tentados a confiar em nossa própria força ou recursos para
correr atrás dos nossos sonhos, para realizarmos a obra do Senhor ou ainda para superar crises.
Cabe, então, lembrar o que o salmista nos diz: “Alguns confiam em carros e outros em cavalos,
mas nós confiamos no nome do Senhor nosso Deus” (Sl 20.7). Temos um Deus em quem
podemos e devemos confiar em todo o tempo, um Deus que graciosamente coloca pessoas ao
nosso lado para nos ajudar em nossa caminhada, para nos exortar diante das nossas falhas e para
nos erguer quando estamos caídos (Tg 5.16) e mais ainda, nos dá o Seu Santo Espírito que
habita e age em nós (2Co 1.22).
Quem são as pessoas que Deus tem colocado ao seu lado como instrumentos para lapidar sua vida? De
que maneira Deus pode usar sua vida, como Otoniel foi usado, como canal de bênção na vida de
outros? Coloque-se diante do Senhor disposto a ser trabalhado por Ele e usado como e onde Ele
quiser.
H avia um comercial de analgésico que criou o famoso slogan: “Tomou Doril a dor sumiu”.
Esse slogan retrata exatamente o desejo da grande maioria das pessoas que enfrenta algum
tipo de dor, fazer com que tal sofrimento desapareça. Houve um momento na história dos juízes
que os israelitas foram dominados pelos midianitas, que aparentemente, tinham prazer em gerar
sofrimento no povo, destruindo suas plantações, matando seus gados e ovelhas, invadindo e
devastando suas terras (v.3-5). Como resultado, os israelitas tentavam aliviar seu sofrimento
escondendo-se em montanhas, cavernas e fortalezas (v.2). Não aguentando mais, clamaram ao
Senhor por socorro, aquele que de fato poderia aliviar todo e qualquer sofrimento (v.6).
Quando somos afligidos por algum tipo de dor, angústia, perseguição ou perdas, tendemos
a nos lamentar, buscar alívio imediato para os sinais do sofrimento. Queremos logo “tomar um
Doril”. É bem provável que essa seja uma reação natural, porém o apressar-se por ver-se livre
dos incômodos pode nos privar de excelentes oportunidades de aprendizados. Olhando para a
história de Jó, observe que ao lidar com perdas e sofrimentos profundos, ele disse: “Aceitaremos
o bem dado por Deus, e não o mal?” (Jó 2.10). Foi em meio a situações nada confortáveis que
Jó pôde conhecer ainda mais de Deus, do Seu amor, da Sua providência e sabedoria.
O que o tem afligido nos últimos dias? Seu coração está disposto a aprender mesmo através dessas
situações? Você já perguntou ao Senhor quais lições Ele tem para você? Saiba que o aprendizado não é
instantâneo, enquanto isso exercite a dependência e confiança no Senhor!
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Semana 17 | Dia 114 | Segunda | Juízes 6.11-16
P orentão
causa da opressão dos midianitas, os israelitas clamaram ao Senhor por livramento e Deus
convocou um homem chamado Gideão. O anjo aparece para ele e diz: “O Senhor está
com você, poderoso guerreiro” (v.12). Sua reação não foi das melhores, ele levantou uma
série de questionamentos quanto à presença e atuação de Deus. Argumentou sobre sua
inadequação para tal função uma vez que seu clã era o mais pobre, além de ser o menor de sua
família (v.15).
Vemos aqui alguém cujo olhar estava focado em si mesmo, em suas limitações, aparentes
inadequações, em vez de manter o olhar no Deus que o estava convocando e que seguramente
agiria por meio dele, pois o próprio Senhor havia dito que estaria com ele (v.12, 16) e reforçou
que Ele é quem o estava enviando (v.14).
Certamente é importante que não tenhamos um conceito tão elevado acerca de nós
mesmos, permitindo que o nosso coração se encha de orgulho, soberba ou o sentimento de que
nos bastamos a nós mesmos, mas o que Deus queria que Gideão entendesse é que não era sobre
ele, mas sim sobre o próprio Deus, da mesma forma, Ele quer que entendamos que não é sobre
nós, mas sobre Ele.
O homem que foi chamado de poderoso guerreiro agiu como um grande covarde, cheio de
medo (Jz 7.10) enquanto manteve o seu olhar em si mesmo, mas ao olhar para o Senhor e lutar
na força e coragem vinda dEle, lutou como o poderoso guerreiro que o Senhor convocou (Jz
7.19-25).
Quando você recebe uma responsabilidade, sua tendência é olhar para suas limitações ou para o Deus a
quem você serve e como Ele poderá capacitá-lo? Quais são as “desculpas” que você geralmente
apresenta a fim de não assumir alguns desafios?
O brasileiro é um povo conhecido por ter muita fé. Uma pergunta importante que precisa ser
feita é fé em quê, em quem? Não basta ter fé, é essencial saber qual é
o objeto desta fé.
Podemos dizer que o pai de Gideão também era um homem de fé, uma vez que possuía um
altar feito para Baal e um poste sagrado de Aserá (v.25-26). Infelizmente uma fé cega
depositada em falsos deuses.
Gideão recebeu uma ordem direta do Senhor para que destruísse o altar e o poste sagrado.
Como uma atitude de obediência ao Senhor, mesmo com medo, ele executou a ordem de
madrugada (v.27). Já podemos imaginar os desdobramentos; o povo ficou extremamente
revoltado e queria matar Gideão (v.30). Surpreendentemente o próprio pai, Joás, partiu em
defesa do filho e disse: “Vocês vão defender a causa de Baal? Estão tentando salvá-lo? Quem
lutar por ele será morto pela manhã! Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se
quando derrubaram o seu altar” (v.31).
Sempre há tempo de ter os olhos abertos e depositar a fé na pessoa correta. O texto não dá
mais detalhes sobre o pai de Gideão e o exercício da sua fé, mas certamente ele considerou em
quem estava confiando e quão falso era o seu deus e frágil a sua fé.
Você se considera uma pessoa de fé? Por quê? O que leva você a crer que sua fé não está sendo
depositada em um falso deus? Você tem dado ouvidos à voz do seu Deus? Quais são algumas ações que
têm tomado para manter sua fé fortalecida?
E mnúmero
uma batalha é bem comum considerar que a vitória será daquele que possui o maior
de soldados, os melhores armamentos, o maior poder bélico. Essa é a lógica do
pensamento, porém no relato sobre o confronto de Gideão e seu exército contra os
midianitas, vemos Deus trabalhando de maneira diferente. Aparentemente, em vez de munir
Gideão com mais homens e mais armas, o Senhor estava retirando parte do que ele possuía.
Veja o que encontramos no registro desta história: “Você tem gente demais, para eu entregar
Midiã nas suas mãos... anuncie, pois, ao povo que todo aquele que estiver tremendo de medo
poderá ir embora do monte Gileade” (v.2,3). Deus foi direcionando para que mais homens
fossem dispensados até que ficaram somente trezentos para enfrentar todo o exército midianita
(v.7).
Deus tinha um propósito muito bem definido, que era esvaziar Gideão e seu exército de
qualquer possibilidade de vanglória, de pensar que uma vitória seria resultado de seus próprios
esforços (v.2), mas que pudesse ter a plena convicção de que a vitória seria fruto de uma ação
divina e que toda a honra e glória deveria ser dada a Deus. Por vezes, Deus vai retirando de nós
aquilo em que temos depositado nossa confiança, que nos faz sentir seguros e estáveis para que
possamos voltar nosso olhar para Ele.
O que em sua vida tem lhe dado a sensação de segurança, estabilidade? Seu emprego? Sua casa? Seus
amigos? O sucesso e vitórias em sua vida têm sido resultados de quê? Onde está Deus e qual o Seu papel
nessa história?
É aquilo que plantamos”. Uma afirmação repleta de verdade que encontra fundaprovável que
mento nas Escrituras que dizem: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o
homem semear, isso também colherá” (Gl 6.7).
Abimeleque usurpou o trono de Israel às custas de traição e assassinato dos próprios
irmãos. A história bíblica mostra um reinado trágico que durou pouco tempo (Jz 9) revelando os
frutos colhidos que redundaram em sua morte de maneira trágica (v.5-54).
O princípio que não podemos evitar é conhecido como a “Lei da semeadura e da colheita”,
ou seja, aquilo que nós semeamos, em algum momento colheremos. Esse princípio tem impacto
sobre todas as áreas da nossa vida, seja ela familiar (Sl 128.1-4; Pv 22.6), profissional (Pv
22.29), financeira (2Co 9.6-11) ou espiritual (Sl 1.2-3).
Muitos cristãos têm levado uma vida sem compromisso com Deus, sem dar valor algum às
Escrituras, sem buscar o convívio no Corpo de Cristo e vivem numa expectativa de colher
intimidade com Deus e desfrutar de todas as bênçãos que Ele pode derramar sobre suas vidas,
esquecendo-se de que “de Deus não se zomba”.
O que você tem semeado diariamente no que diz respeito ao seu relacionamento pessoal com Deus? E
no que diz respeito aos seus relacionamentos com outros irmãos? E dentro de sua própria casa? Há
alguma atitude a ser abandonada? Há alguma atitude a ser tomada?
C onsidere algumas situações pelas quais você passou em que se sentiu injustiçado, ou que
tenha sido maltratado, humilhado, trapaceado. Essas e outras situações semelhantes tendem
a mexer com nosso coração e fazer brotar aquele desejo de ver o mal acontecendo com o
outro, isso quando não começamos a arquitetar, de imediato um plano de vingança. Então vem à
mente o ditado popular reforçando que “a vingança é um prato que se come frio”. Nós nos
permitimos cair na ilusão de que podemos e devemos nos vingar, pois o outro merece.
O apóstolo Paulo escreveu aos Romanos um alerta a esse padrão de conduta. Disse ele:
“amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a
vingança; eu retribuirei’”, diz o Senhor (Rm 12.19). Ao final da trágica história de Abimeleque,
no livro de Juízes, encontramos o registro de que Deus retribuiu a maldade que ele havia
praticado contra seu pai e seus irmãos (v.56) mostrando de maneira prática que o Senhor está
atento a toda história e retribui ao Seu tempo e modo, fazendo justiça e não deixando impune o
pecado.
Paulo nos apresenta um desafio ainda maior. Observe que ele diz: “Pelo contrário, se o seu
inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber... não se deixem vencer pelo
mal, mas vençam o mal com o bem” (Rm 12.20-21). Que desafio!!!
Você tem nutrido desejo de vingança contra alguém? Quem? Você tem desejado o mal para alguém por
algo que aconteceu a você ou a alguém próximo? É hora de colocar nas mãos do Senhor e começar a
agir conforme a orientação de Paulo.
A lguma vez você já se sentiu derrotado na sua luta contra o pecado? Não é incomum
encontrarmos discípulos de Jesus que já desistiram e não acreditam mais que possam vencer
a sua luta contra o pecado. Uma das causas para o sentimento de fracasso e derrota na luta
contra o pecado se dá por causa da deficiência do conhecimento bíblico acerca da vitória que
Jesus alcançou e concedeu ao Seu povo. Vencemos essa luta quando cremos no triunfo de
Cristo na cruz. Você sabia que a morte de Cristo na cruz não foi solitária, mas, sim, solidária?
(cf. Is 53.1-12). Assim como estávamos em Adão quando pecou, também estávamos em Cristo
quando Ele expiou o pecado de Seu povo (cf. Rm 5.12-21). Em Cristo, fomos libertos do
domínio e do poder do pecado. Essa libertação se dá pelo fato da nossa velha natureza adâmica
ter sido crucificada e sepultada com Cristo. O nosso velho homem foi crucificado e sepultado
com Cristo. Assim, o escrito de dívida foi cravado na cruz e está plenamente pago (cf. Cl 2.14).
Com Cristo, já não somos escravos do pecado, ressuscitamos e somos novas criaturas (cf. 2Co
5.17). Triunfamos sobre o pecado e a morte mediante o triunfo de Cristo na cruz.
Leia e pondere o texto de Romanos 6.3-10. Se você crê na obra de Cristo na cruz, e o fato de que foi
crucificado com Ele. Ore agora exaltando, louvando e bendizendo a Deus por Sua gloriosa obra na
cruz. A vitória de Cristo é a nossa vitória. Ele venceu! NEle vencemos a nossa luta diária contra os
pensamentos, sentimentos e atitudes pecaminosas que tenazmente nos assedia. Você crê nisso?
Leitura Diária: 2Samuel 7; 1Crônicas 17; Salmos 1-2; 33; 127; 132
Semana 18 | Dia 122 | Terça | Romanos 6.11-14
e está em Cristo, você está morto para o pecado que já não tem domínio sobre você, nem exerce
o que exercia antes da obra regeneradora, promovida pelo Espírito
Santo de Deus, mediante a pregação fiel da palavra da cruz (cf. 1Co 2.2). Se
cremos em Cristo, é porque cumpriu-se em nós o que Ele disse: “E, quando eu
for levantado da terra, atrairei todos a mim.” (Jo 12:32). É impossível resistir ao chamado de
Deus! Sempre que um pecador perdido é atraído a Cristo, ele cairá de joelhos perante a face de
Deus, agradecendo por Sua graça irresistível, por Seu perdão incomensurável e Sua
misericórdia abundante. Quem foi regenerado não encontrará mais prazer no pecado, quem
nasceu de novo terá nojo dos seus pecados. Como bem disse o profeta Ezequiel 36.31: “Então
se lembrarão dos pecados que cometeram no passado e terão aversão de si mesmos por todas
as coisas detestáveis que fizeram”. Morto para o pecado, entrega-se inteiramente a Deus,
vivendo em novidade de vida.
Leia Romanos 6.11-14, reflita e responda: Você tem certeza de que está em Cristo? Como a graça de
Deus o capacita a ser um pecador redimido que faz progresso diário em sua vida cotidiana? Como
Deus está agindo por meio das suas circunstâncias para que você venha depender da suficiência de
Cristo e a obra dEle na cruz? Quais provisões Deus o dá hoje para vencer a luta contra os seus
pensamentos, sentimentos e atitudes pecaminosas?
Leitura Diária: 2Samuel 10; 1Crônicas 19; Salmos 20; 53; 60; 75
Semana 18 | Dia 124 | Quinta | Romanos 6.16-18
E me Paulo
apenas 3 versículos, o termo “doulos” aparece 5 vezes. Esse é o termo grego para escravo,
o aplica tanto à escravidão ao pecado, quanto à escravidão a Deus. O escravo não
pertence a si mesmo, mas a outra pessoa. O escravo não tem autonomia, não dirige a sua
própria vida e não vive conforme a sua própria vontade. O escravo deve obediência exclusiva e
absoluta ao seu senhor. Um escravo nunca serve a dois senhores (cf. Mt 6.24). Quando éramos
escravos do pecado, devotávamos a ele todo o nosso amor. Empregávamos o nosso tempo, o
nosso corpo, as nossas competências e recursos para realizar os desejos pecaminosos de nosso
coração. Agora, em Cristo, Deus Pai nos resgatou do poder das trevas e nos trouxe para o reino
de seu Filho amado, que comprou nossa liberdade e perdoou nossos pecados (cf. Cl 1.13,14).
Agora, estamos sob nova direção. Jesus é nosso novo dono. Devemos amá-lO (cf. Jo 14.21; Mc
12.30). Devemos renunciar a nossa própria vida para agradá-lO e que nossa vida seja para o
louvor de Sua glória (cf. Lc 14.25-35).
Leia Romanos 6.16-18, reflita e responda: A minha obediência ao Senhor Jesus é de coração? Como
tenho demonstrado o meu amor a Deus? Como o meu antigo dono tem tentado me seduzir a voltar ao
seu domínio? O que preciso fazer hoje para obedecer ao Senhor Jesus?
E mexemplo
Cristo Jesus, morremos para a Lei. O apóstolo Paulo ilustra a nossa morte, usando o
do matrimônio e da viuvez. Diante de Deus, o matrimônio existe enquanto o
cônjuge estiver vivo, no entanto, uma vez morto, aquele que ficou viúvo está liberado da
aliança matrimonial, e agora pode contrair novas núpcias (cf. 7.1-3). Morremos para a Lei
quando fomos unidos a Cristo. O velho homem foi crucificado e sepultado com Cristo (cf. 6.5-
11). Assim, ao morrermos nEle, fomos libertos da escravidão e do poder do pecado, fomos
libertos da condenação da Lei. A nossa morte em Cristo representa livramento. Agora somos
libertos da Lei e estamos unidos a Cristo para vivermos uma nova vida. Podemos ter uma vida
de obediência a Deus, estamos unidos a Ele e confiamos inteiramente em Sua obra redentora. O
genuíno evangelho de Cristo nos liberta das garras da religião e da meritocracia religiosa, de
uma espiritualidade humana que exalta o labor humano e sua pseudocapacidade redentora.
Leia Romanos 7.1-6 e ore louvando a Deus pela maravilhosa obra de Cristo! Se você crê na mensagem
da cruz, se tem certeza do novo nascimento, ore louvando a Deus por ter sido atraído à cruz de Cristo.
Somente por causa dos méritos de Cristo, você agora é filho de Deus. Não está mais debaixo da
maldição que provém da rebelião contra a Lei de Deus. Todavia, se você ainda não crê na mensagem
da Cruz, suplique misericórdia a Deus e confesse Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador.
A dá sabedoria leiaosdosimples”
Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e
(Sl 19.1) Esse belíssimo salmo traz uma pequena amostra do
quanto a Lei de Deus é viva, santa e estabelece os caminhos de santidade, justiça e bondade
que Deus determinou para os Seus filhos. Todavia, por causa da queda em Adão, tornamo-nos
incapazes de cumprir a perfeita Lei de Deus. A natureza adâmica com a qual todos nós
nascemos (cf. Sl 51.5) nos conduz à morte (cf. Rm 3.23). Somos tão incapazes de perceber
esse fato, que jamais reconheceríamos o nosso estado de morte espiritual e condenação eterna
sem a Lei de Deus, sem a pregação da genuína mensagem da cruz (cf. Rm 10.9-17). A Lei de
Deus é viva, é santa, e justa, por isso, quem a infringiu merece a condenação, o castigo e a
justa ira do Deus Todo-Poderoso (que é santo, justo e juiz) sendo copiosamente derramados
por toda a eternidade. A única forma de não sermos condenados pela Lei de Deus, é
morrendo para ela. Essa morte ocorreu na cruz de Cristo. Aos que creem na mensagem da
cruz, foram atraídos a Cristo, e tiveram o seu velho homem crucificado e sepultado com
Cristo. Crês nisto?
Leia Romanos 7.7-13 e medite nessa verdade. Louve a Deus, exaltando a maravilhosa justiça de Deus
revelada na cruz! Louve ao Senhor por Sua Lei! Louve ao Senhor por Sua obra redentora! Louve ao
Senhor pela vida daquele que foi um instrumento vivo nas mãos dEle para que hoje você pudesse crer!
E agora, consagre a sua vida a Deus e obedeça à ordem que lhe foi dada de fazer discípulos de Cristo.
Lembre-se do que você já leu acima: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como
crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14-18). Liste
o nome de seus familiares, amigos e colegas que ainda não foram atraídos a Cristo e decida ser um
instrumento de Deus para pregar-lhes a mensagem da cruz.
Semana 19 | Dia 128 | Segunda | Romanos 7.14-17
O apóstolo Paulo segue argumentando e mostra que o problema não é a Lei de Deus, mas a
criatura humana. Sem Cristo, não há esperança alguma na luta contra o pecado que habita
em nós. Com Cristo, recebemos a Sua vitória. Jesus Cristo derrotou o pecado e nEle, o seu
domínio e poder foi exterminado da nossa vida, quando o nosso velho homem foi com Ele
crucificado e sepultado. Por isso, não somos mais escravos do pecado, e este já não domina a
vida daquele que ressuscitou com Cristo. Agora temos um novo Senhor, Jesus, o Cristo. Diante
deste fato, o que precisamos compreender é que, embora não sejamos mais escravos do pecado,
ainda temos uma batalha interior a enfrentar. Somos pecadores redimidos que lutam contra os
desejos da carne que militam em nosso interior (cf. Gl 5.1-26). Somos pecadores redimidos que
precisam aprender a praticar Marcos 12.30. Não podemos subestimar os desejos da carne que
operam em nós. Não podemos deixar de vigiar e orar. Não podemos negligenciar os
sentimentos, pensamentos e atitudes pecaminosas que tantas vezes e de forma sorrateira nos
engodam.
Leia Romanos 7.14-17 e reflita em sua vida. Quais são os pensamentos pecaminosos recorrentes em
seu dia a dia? Que sentimentos pecaminosos estão corroendo a sua alma como uma ferrugem? Em
quais situações pecaminosas você caído e age como se elas não existissem? Investigue a sua vida,
arrependa-se dos seus pecados e dê frutos dignos de arrependimento.
A nossa carne ainda não foi redimida. A nossa carne ama o pecado, deseja-o e está
determinada em deleitar-se em seus prazeres. A questão é tão séria que Paulo estabelece um
contraste entre a Lei de Deus e a lei do pecado. Enquanto a Lei de Deus é boa e restaura a
alma, a do pecado é maligna e desgraça a nossa vida. Essa lei do pecado ainda opera em nós e
está dentro de nós manifestando-se nos desejos da carne (cf. Gl 5.16-26). Agora você entende
que só podemos vencer essa guerra porque Jesus a venceu. Só podemos vencer essa guerra
porque não somos mais escravos da lei do pecado. Só podemos vencer essa guerra porque o que
nos tornava escravo da lei do pecado, o nosso velho homem, foi atraído ao corpo de Cristo e foi
com Ele morto na Cruz. Jesus Cristo derrotou o domínio e o poder do pecado em nossa vida.
Não brinque com o pecado. Pecado é pecado. Ele está presente e sua finalidade permanece
inalterada. Ele opera nos salvos e não salvos. Os não salvos não podem reconhecê-lo porque
estão espiritualmente mortos. Nós, que somos nascidos de Deus, reconhecemos essa lei
operando em nós, mas já não somos controlados por ela. Portanto, precisamos reconhecer que a
nossa vitória na luta contra o pecado está em Cristo! Ele nos libertou do seu domínio e agora
podemos obedecer a Deus e fazer a Sua vontade. Precisamos nos lembrar do que Paulo disse aos
Gálatas 2.19-20; 5.16-26, é assim que venceremos nossa luta diariamente.
Leia Romanos 7.18-25 e reflita em sua vida. O que você deve fazer para ter uma vida vitoriosa na luta
contra o pecado? Que tentações você tem sofrido em seu dia a dia? Como anda o seu plano para não
cair em tentação?
A nossa vitória sobre o pecado provém da nossa posição em Cristo e a vida de submissão ao
Espírito Santo de Deus. É impressionante observar o quanto Paulo irrompe de forma
entusiástica, e conclui o seu argumento, que não há condenação alguma para os que estão
em Cristo Jesus. Isso é maravilhoso! A nova vida em Cristo é caracterizada pela inabalável
convicção de que a vitória de Cristo é a nossa vitória. Em Cristo, não há condenação. Em Cristo,
fomos libertos da lei e ela não pode nos condenar, não pode nos controlar. Em Cristo, somos
novas criaturas capazes de viver uma vida de submissão ao Espírito Santo. Agora sob a égide do
Espírito Santo não vivemos mais para satisfazer os desejos da carne, isto é, agora podemos
agradar a Deus. Não estamos mais debaixo do domínio do pecado e nem da carne. Estamos
debaixo do domínio do Espírito de Deus que habita em nós. Isso é tão preciso! Revela-nos que é
o próprio Espírito Santo de Deus que habita em nós que nos dá a vitória sobre a nossa luta
contra a carne (cf. Gl 5.16-26).
Leia Romanos 8.1-11 e louve ao Deus trino por sua gloriosa obra redentora e sua presença real e
concreta em seu dia a dia! Prostre-se na presença de Deus e o exalte reconhecendo quem ele é, o que
ele fez e faz para que você viva uma vida inteira para o louvor da sua glória! Determine ser um
discípulo de Jesus que vive cada segundo da vida para glorificar e bendizer a Deus!
N ãoparasomos mais filhos da ira, agora somos filhos de Deus! Os filhos de Deus estão mortos
o pecado. Agora, somos livres para obedecer e para isso precisamos
mortificar a nossa carne. Precisamos necrosar os maus pensamentos, sentimentos e as
antigas atitudes que nos caracterizam como filhos da ira (cf. Cl 3.1-17). Como é bom
desfrutarmos diariamente da presença do Espírito Santo em nossas vidas e sabermos que Ele
nos regenerou, selou-nos e nos conduz para uma vida de triunfo em Cristo; que Ele é o
consolador e nos guia a toda a verdade (cf. Jo 14.15-30). O contraste da nossa velha condição e
a nossa nova condição em Cristo jamais deve apartar-se de nossa mente. Somos herdeiros de
Deus e coerdeiros de Cristo! Devemos viver em novidade de vida e, em todas as situações, fazer
a vontade de Deus.
Leia Romanos 8.12-17 e medite: Eu tenho certeza de que nasci de novo? Em que áreas da minha vida
preciso crescer em obediência aos mandamentos de Deus? Como posso desfrutar hoje da minha
filiação a Deus? Quais passos preciso dar diariamente para que a minha sensibilidade à voz do
Espírito Santo seja desenvolvida?
E mmeio2 Samuel 1.1-27 temos um contraste de lealdades. Um personagem aparece buscando por
de um artifício desonesto benefícios temporais, o outro, aparece
honrando seus compromissos relacionais e expressando sua lealdade em meio ao luto.
Quero focar no primeiro, que julga ser alguém muito inteligente e esperto, que logo se
depara com uma situação inesperada e imagina que pode capitalizar com ela. Porém, para obter
os benefícios temporais, ele precisa fazer uso da mentira e há uma percepção acerca da mentira
a ser considerada nesse texto: o que mente, empenha-se em apresentar argumentos
ardilosamente arranjados para que pareçam sustentáveis e críveis.
O rei Saul, seu escudeiro e seus três filhos foram mortos em combate (1Sm 31.1-6). Em
Ziclague, Davi recebe um personagem que lhe traz uma notícia estarrecedora (2Sm 1.2-10), este
com aparência humilde, se curva diante de Davi e se apresenta como um fugitivo, um
amalequita que estava no lugar onde os filisteus batalhavam com o rei Saul (v.2,3). Então, por
conhecer a estreita ligação que havia entre Davi e Jônatas e os compromissos de lealdade, ele dá
a notícia da morte do rei Saul e de Jônatas (v.4). O amalequita elaborando o seu argumento (v.6-
10), diz que foi por acaso até o local da batalha e que o rei olhou para ele e o chamou (v.6-8).
Ele forjou uma situação em que o rei clama por ser fatalmente golpeado (v.9) O rapaz
argumentou que, agindo por misericórdia, arremessou-se contra o rei e o matou (v.10) levando
consigo a coroa e o bracelete reais, como evidência. Ele trabalhou com um plano bem elaborado
para tentar algum benefício temporal e esperava uma retribuição de Davi pela sua expressão de
misericórdia. Tudo parecia perfeito e todas as peças aparentemente se encaixavam. “Agora”,
pensou ele, “é esperar a dor passar e receber os dividendos”. Há um ambiente de expectativa no
texto.
Aquele que mente tem um de dois propósitos sempre (ou ambos): livrar-se de uma situação ou obter
algum benefício. A mentira, porém, tem um pai (Jo 8.44), mentir, em qualquer situação, é sempre uma
mentira contra o Espírito Santo, isto é, contra o próprio Deus (At 5.3,4). O Senhor odeia os lábios
mentirosos (Pv 12.22). A mentira é um traço distintivo do idólatra (Rm 1.25) que não desfrutará da
eternidade com Deus (Ap 22.15). Quando você se sentir inclinado a mentir, considere os textos acima e
clame a Deus por graça para que sua integridade seja preservada e o Senhor glorificado por sua decisão
de falar a verdade sempre, a despeito das consequências.
Semana 20 | Dia 135 | Segunda | 2Samuel 1.11-16
O personagem anônimo que é descrito neste capítulo é alguém buscando benefícios temporais
por meio de um artifício desonesto. O outro personagem aparece honrando seus
compromissos relacionais e expressando sua lealdade à Palavra de Deus em meio ao luto.
Há um contraste de lealdades.
O primeiro é alguém que se considera muito capaz, astuto, sagaz. Tudo parecia perfeito
para ele, estava feliz e já antecipava os resultados do seu plano. Havia, porém, um ponto fraco
em seu bem elaborado e sórdido esquema. É aqui que podemos ter mais uma percepção acerca
da mentira: o que mente, de modo geral, não considera todas as possibilidades que envolvem a
mentira, nem as amplas implicações, nem suas variáveis (convicções e reações das pessoas, bem
como a atuação do próprio Deus, por exemplo) e nem possíveis consequências dela. O que
mente subestima todos esses aspectos. Isso porque, o mentiroso tende a se concentrar nos
benefícios provenientes da mentira.
Aqui são descritas duas variáveis não consideradas por esse personagem sinistro: 1) A
reação de Davi à notícia (v.11,12) não foi de alívio e contentamento por ter o seu perseguidor
morto, ele expressou grande lamento. Rasgou as suas vestes, chorou e se absteve de alimento
por um dia inteiro (v.12a); 2) A lealdade de Davi a Deus e à lei (v.13-16). Depois de repassar os
argumentos daquele personagem, Davi revela temer a Deus e Sua palavra (v.13,14). Ele sabia
que não poderia blasfemar ou amaldiçoar o ungido do Senhor (Êx 22.28; 1Sm 24.6,10). O rapaz
recebeu a recompensa por declarar que havia ferido o ungido do Senhor. Aquele moço não
avaliou corretamente a lealdade de Davi ao rei Saul e a Deus (v.15,16). O dia que começou para
este rapaz com a expectativa de recompensa, termina com sua morte. Aquele que mente, de
modo geral, não considera todas as possibilidades que envolvem a mentira.
A frase que precisamos ter em mente é esta: você é livre para escolher fazer o que desejar, mas não é
livre para escolher as consequências. O mentiroso precisa saber que a mentira traz danos para a
comunhão com Deus (Sl 101.7), o falso terá o Senhor contra ele (Sl 5.6; Pv 6.16-19). As consequências
são inevitáveis (Pv 20.17), a mentira trará ao seu possuidor dias infelizes e dolorosos (1Pe 3.10,11),
podendo custar-lhe a vida (At 5.3-11) e terá, inevitavelmente, um alto custo para a reputação e para o
testemunho da fé em Cristo.
Lembre-se sempre que a mentira será seguida de más consequências. Falar a verdade é uma das marcas
distintivas do verdadeiro discípulo de Cristo.
D epois de um começo cheio de ação, o segundo livro de Samuel vai ganhando um contorno
de estabilidade, o rei Davi começa a estabelecer os fundamentos para o seu reinado.
Primeiro, ele decide tornar Jerusalém a capital do reino e o centro político, onde as decisões
nacionais seriam tomadas. Assim, o seu poder político foi crescendo a cada dia, ele também
decidiu tornar Jerusalém o centro religioso da nação, implicando que todos reconhecessem que
Deus é santo e Sua santidade não pode ser violada, tal medida foi acompanhada de evidentes
indicadores da santidade de Deus.
Um bom desejo e uma boa intenção não substituem o caminhar em obediência ao que é
estabelecido por Deus. Levar a arca para a cidade era crucial para o estabelecimento de
Jerusalém como o centro religioso de Israel (v.2). Havia no povo disposição para servir (v.1.2),
eles escolheram um carro novo para colocar a arca (v. 3) e começaram a caminhada de volta
para Jerusalém em grande festa (v.4,5). O rei Davi foi quem ordenou e organizou o retorno da
arca de Deus e tudo estava acontecendo debaixo de seus olhos, parecia estar tudo perfeito,
porém, aos olhos de Deus não estava.
Pense no que o texto está nos comunicando: havia disposição no povo, alegria, serviço,
muita música, pessoas cantando e músicos com seus instrumentos acompanhavam o carro novo.
Poderíamos pensar que esses elementos eram indicadores de que Deus estava se alegrando com
o que estava sendo feito. Todos, inclusive o rei, estavam felizes com o que estava acontecendo,
mas eles também, estavam desprezando a santidade de Deus. O rei Davi consentiu em levar a
arca, mas não como Deus havia estabelecido em Sua Palavra (Êx 25.14,15; Nm 4.15,20; 7.9). A
maneira como fizeram, não estava de acordo com o que o Deus santo estabelecera.
Lembre-se: boas intenções e bons desejos para com Deus e Seu povo são bons começos, mas não são
substitutos para a obediência à Palavra de Deus. É por meio da obediência ao que é revelado em nas
Escrituras, que o povo demonstra sua santidade para com Deus, uma vez que Seu povo é chamado a
agir não em conformidade com o senso comum – um carro novo – mas em conformidade com as
Escrituras, isto é, a arca carregada por meio de varas nos ombros de pessoas designadas para esse fim.
Genuína alegria acompanha aquele que vive em conformidade com a Palavra de Deus (Sl 119.111).
C omo estamos estudando, aparentemente todos os cuidados foram tomados para o transporte
da arca (v.3,4) que deveria ser colocada em um carro de bois e cuidada por duas pessoas.
Todos estavam alegres e cantavam adorando a Deus (v. 5), a viagem, porém, que começou
cheia de alegria sofreria uma dramática mudança (v.6-8). Os bois tropeçaram e, para evitar a
queda da arca, um dos homens que a acompanhavam, em um gesto humanamente justificável,
estendeu suas mãos ao alcance da arca (v.6).
O texto afirma que Uzá, que agiu com a melhor das intenções, foi ferido de morte no mesmo
instante em que tocou na arca, Deus o reputou por ser irreverente e não por ser cuidadoso (v.7).
Boas intenções e bons desejos são, como vimos, bons começos, mas não substitutos para a
obediência à Palavra de Deus. De acordo com as Escrituras, foi a ira do Senhor que se
manifestou ali, porque Uzá fora irreverente para com Deus.
O que aconteceu aqui precisa ser entendido dentro do contexto das instruções de Deus para
que o povo O adorasse. Para transportar a arca era preciso colocar duas varas nas argolas de
ouro nos quatro cantos da arca e conduzi-la sobre os ombros (Êx 25.13-15). As pessoas
autorizadas a transportá-la eram os coatitas, isto é, os levitas (Nm 4.15), eles deveriam
transportar a arca pelos varais sem tocar nela e sem olhar dentro dela (Nm 4.15,20). Por isso ela
estaria coberta (Nm 4.15).
O Deus santo deve ser temido. Davi e seus homens desprezaram as instruções divinas: eis
o resultado quando se viola as instruções de Deus (v.7). Aquele lugar foi chamado por Davi de
Perez-Uzá, isto é, irromper contra Uzá ou destruição de Uzá (v.8). Compreende-se a dura
resposta de Deus à luz de Sua santidade, a reação de Davi comunica seu entendimento do erro
que cometeu (v.8,9), embora desgastado, o rei Davi aprendeu a lição (v.9).
A santidade de Deus deveria produzir temor. Violar a santidade tem as suas consequências, às vezes,
fatais. Você sabe quais são as pessoas mais humildes e mais quebrantáveis? Aquelas que, olhando para
a santidade de Deus, enxergam o tamanho de sua pecaminosidade. Esses temem a Deus de maneira
muito especial, não subestimam a Sua santidade, nem a desprezam. Sabem que más consequências
acompanham aqueles que desprezam as instruções santas de Deus. Por mais razoável que possa ter
parecido a ação de Uzá, ele desprezou a santidade de Deus e morreu. A decisão de violar as instruções
de Deus nas Escrituras terá más consequências ainda que esteja baseada em argumentos
aparentemente sustentáveis.
A dor trazida pela desobediência quanto ao transporte da arca – que custou a vida de uma
pessoa – foi tamanha e impactou o rei Davi de tal forma, que ele adiou o transporte dela por
um período de três meses (6.11). Foi um tempo necessário para revisão de sua fé. Faltou
temor ao Senhor e sobrou confiança em si mesmo.
O texto que estamos lendo começa com extrema alegria, à semelhança do anterior, porém,
agora, esse contentamento resulta da obediência, do temor e reverência ao Deus Santo. Como
estamos vendo, nem toda adoração é agradável a Deus. Podemos nos alegrar com um tipo
estranho de adoração a Deus que surge a partir da desobediência. A experiência imediata do rei
Davi indica isso (6.4,5). Ananias e Safira entenderam que poderiam adorar a Deus com uma
mentira (At 5.1,2). O rei Saul fez a sua tentativa de justificar a sua desobediência com o
argumento de favorecer o culto a Deus, mas à sua maneira, obviamente (1Sm 15.19-23). O que
ele ouviu do profeta foi uma simples, mas significativa advertência (1Sm 15.22,23).
A adoração agradável a Deus é aquela que é fruto da obediência à Sua Palavra (v.12-19).
Aqui, há adoração e alegria que resultam da obediência aos regulamentos santos de Deus. As
expressões de contentamento e adoração são evidentes e abundantes. Que dia! Que tremendo dia
foi aquele! Jerusalém estava sendo estabelecida como a capital religiosa da nação.
O que estamos estudando deveria nos assustar. O Senhor não aprovará a nossa alegria e
celebração se brotarem em meio à desobediência à Sua Palavra. Podemos nos alegrar e celebrar
como que ao Senhor, mas estamos enganando a nós mesmos. Nosso coração enganoso e
desesperadamente corrupto (Jr 17.9) pode se alegrar com aquilo que o Senhor rejeita e
desaprova e um exemplo disso foi escrito pelo profeta Isaías acerca do culto que o reino de Judá
prestava ao Senhor (Is 1.10-15). Em Sua graça, porém, o Senhor sempre oferece ao Seu povo a
oportunidade de reavaliar os caminhos, oferecendo a possibilidade de arrependimento e o
desfrute de uma vida modelada por Sua Palavra. O resultado será uma genuína adoração a Ele
que produzirá, então, uma genuína alegria (Is 1.18-20) e esta é um fruto do Espírito (Gl 5.22)
que impele o servo de Deus na direção de agradá-lO (2Co 5.9) e não agradar a si mesmo.
Leia o que o Senhor Jesus disse certa vez acerca de Seu desejo enquanto viveu entre nós: Aquele que me
enviou está comigo; Ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o que Lhe agrada (Jo 8.29). Que esse
seja também o nosso desejo.
A decisão de adorar a Deus e fazer o que Lhe é agradável pode ser desprezada pelos da própria
casa (v.16). Há detalhes no texto que são claras indicações sobre o que o autor quer
comunicar acerca da atitude dos envolvidos neste episódio. Ele comunica que a reação mais
reprovável veio de Mical, a esposa do rei Davi. Ela desprezava o seu marido no seu coração e
suas palavras comunicaram esse desprezo (v.16,20). Suas ações e palavras apenas evidenciaram
o que já estava acontecendo em seu coração (Lc 6.45). Mical não participava da adoração
nacional e da contagiante alegria que dela resultava. Seu desprezo pelas ações do marido revela
onde seu coração estava e como estava distante da genuína adoração a Deus.
O rei Davi, ao chegar em casa, respondeu às colocações da esposa (v.21-23). Ele a
lembrou que foi o Senhor quem o escolheu para o lugar do pai dela, e que Deus o havia
escolhido para reinar sobre Israel (v.21). Destacou que sua alegria diante do Senhor era
compartilhada pelo povo, e reafirmou sua disposição de humilhar-se perante o Senhor e diante
do povo (v.22). Terminou dizendo que preferia essa condição, isto é, de ser honrado pelas
mulheres simples da nação ainda que fosse desprezado por sua própria esposa.
Levar a arca para Jerusalém trouxe luz sobre a condição de muitos corações. Revelou a
falta de temor do rei Davi e dos demais ao transportar a arca em carro de bois. Revelou a falta
de temor de Uzá que não obedeceu ao que as Escrituras instruíram a respeito de tocar na arca.
Revelou a atitude e a disposição humilde do rei e dos homens da nação de se alinharem ao que
Deus deixara escrito sobre como transportar a arca. Revelou o coração de uma esposa amarga e
distante da adoração a Deus e de compreender o real significado da palavra adoração. O Senhor
deve ser adorado a despeito do que os mais próximos possam pensar e de como possam reagir.
Já pensou em identificar-se com a sua fé em Cristo no seu trabalho? Já pensou em identificar-se com o
Senhor num restaurante com amigos, onde você se curva para agradecer a Deus o alimento? Já pensou
em sustentar sua fé em um ambiente onde as pessoas não são simpáticas ao evangelho? Já pensou em
sustentar a verdade em família mesmo que isso signifique alguns rompimentos ou estremecimentos (Mt
10.34-39)?
A pergunta é: a quem eu quero agradar? Lembre-se do que o apóstolo Paulo escreveu a respeito disso
(1Ts 2.3-6; Gl 1.10).
O ambiente aqui é de paz entre Israel e as nações ao redor (v.1) e nenhum grande desafio
estava no horizonte próximo. O rei Davi revela por onde seus pensamentos andavam. E o
texto nos mostra que por mais nobres que sejam as intenções humanas, elas podem não estar
alinhadas aos planos e propósitos de Deus.
O rei, após levar a arca para Jerusalém, pensava sobre Deus e como poderia aperfeiçoar a
adoração nacional (v.1-2). Seu coração olhava para Deus e para a sua condição pessoal, fazia
comparações e estabelecia contrastes entre a sua condição e as de onde a arca estava (v.2). Ele
teve um desejo nobre em seu coração e sua ideia era simples: construir um templo que refletia as
suas condições como rei porque não achava justo ter tanta riqueza e ver a carência da tenda onde
a arca estava. Davi era um homem segundo o coração de Deus, ele pensou no melhor para a
adoração nacional. Intencionou algo dentro do que ele imaginava ser o melhor para o reino e
para a adoração, entretanto, apesar de toda a boa intenção do rei, Deus comunica ao Seu servo
que tem outros planos. Os planos de Deus eram diferentes das boas intenções do rei. Algumas
vezes Deus poderá nos fazer saber que Seus planos e propósitos são diferentes dos nossos ainda
que os nossos sejam nobres. Não é porque nossos planos são nobres e bem-intencionados que
serão implementados, nem que Deus tem o dever de concordar com eles. O apóstolo Paulo
experimentou essa mudança de planos quando, em sua segunda viagem missionária, o Senhor
muda o destino que eles haviam estabelecido (At 16.6-10). Nossas melhores intenções precisam
estar subordinadas aos propósitos divinos. Em lugar de frustrar-se por Deus não acolher nossas
melhores intenções, deveríamos nos amoldar aos Seus planos soberanos.
Nosso contentamento não deveria estar apenas no que desejamos, planejamos e, de fato,
implementamos. O salmista Asafe aprendeu a encontrar sua suficiência e seu contentamento no
Senhor (Sl 73.25,26). O apóstolo Paulo também aprendeu a contentar-se com os planos e
propósitos de Deus (Fp 4.11).
O rei Davi está descobrindo algo sobre a pessoa de Deus e algo sobre seus planos humanamente
elevados. As intenções humanas, por mais nobres que sejam, podem não estar alinhadas aos planos e
propósitos de Deus. Quando isso acontece, nossa atitude deve ser de servos humildes, submissos ao
soberano Senhor que tudo faz como Lhe apraz, aprendendo a encontrar contentamento em Sua
provisão e expressando gratidão por mudar os nossos planos e implementar os dEle.
N opróprio
capítulo 7 o rei Davi pretendia construir uma casa para Deus e foi surpreendido pelo
Deus quando Ele lhe deu um reino, uma dinastia, um herdeiro que construiria o
templo e o colocou na linhagem direta do nosso Senhor Jesus Cristo (2Sm 7.12-17). A
resposta do rei Davi foi de adoração humilde perante o Senhor (2Sm 7.18-29). Ele entendeu o
tamanho do favor de Deus e respondeu com gratidão e adoração.
Os relatos nos capítulos seguintes dão conta do quanto Deus favoreceu a Davi para a
ampliação e a consolidação do reino. Foi também um tempo de fidelidade do rei ao Senhor
(2Sm 8.15), nesses dias, o homem segundo o coração de Deus julgava segundo a Sua Palavra e
Lhe obedecia humilde e piedosamente. No auge do seu sucesso e na plenitude do
aproveitamento do favor de Deus, acontece algo com o coração do rei: a vida dele sofreria uma
mudança irreversível com consequências desastrosas.
Saiba que o sucesso passado não é garantia de fidelidade e piedade no presente. Perceba que a
primeira etapa na dinâmica do pecado se cumpriu na vida do rei Davi – a cobiça. Ela é uma
expressão de descontentamento com a provisão de Deus. Tiago nos ensina a compreender a
dinâmica do pecado (Tg 1.13-15). Tudo começa com a cobiça. A cobiça é um olhar
descomprometido e irresponsável que passa a ser um anseio, um desejo íntimo e, por fim, algo
que se quer muito e que passa a ser perseguido, apesar de negado ou mesmo proibido por Deus.
O rei Davi cobiçou Bate Seba, uma mulher casada. Ele violou a lei (Mt 5.27,28). A cobiça
revela os ídolos do coração que precisam ser abandonados e substituídos pela adoração a Deus e
pelo contentamento com a provisão dEle.
O que você olha? No que seus olhos se detêm? O que você deseja muito e não tem? O
grande rei Davi, a quem Deus tanto abençoou, cobiçou uma mulher que Deus não lhe deu. A
cobiça é violação do mandamento (Êx 20.17), é uma porta de entrada para outros pecados.
Planeje fugir da cobiça. Concentre seus pensamentos no que tem louvor e virtude. Foque seu
olhar no que agrada a Deus. Ore a Deus confessando suas inclinações e tendências. Saia, quando
possível, do ambiente que o tenta. Seja grato pela condição que o Senhor lhe deu e regozije-se
com ela.
Se a cobiça já está presente no coração, o caminho de volta exige arrependimento, confissão, abandono
do pecado, expressões de gratidão a Deus pelo que Ele dá e o desenvolvimento de um profundo
contentamento com Deus e com o que Ele provê. Lembre-se: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí
também estará o seu coração” (Mt 6.21).
| 159 |
Semana 21 | Dia 142 | Segunda | 2Samuel 11.4,5
D eleitar-se na cobiça é apressar-se em pecar. O rei Davi foi da cobiça para o adultério muito
rapidamente. A cobiça favorece o ato. A pessoa treina a mente para pecar e, o ato
propriamente dito, é só uma questão de tempo e oportunidade (v.4,5). O rei Davi
contemplou com generosidade a transgressão. Embora soubesse que era pecado, o rei Davi não
temeu ao Senhor e consumou o que cobiçou (v.4). O argumento de que alguém cobiça alguma
coisa porque não tem ou não teve, não faz qualquer sentido. O rei Davi teve tudo o que
precisava e ainda mais, mas cobiçou em seu coração. A cobiça não tem a ver com o que nos é
retido, mas com o que queremos muito. O rei Davi queria muito aquela mulher e a teve.
Ele ganhou também um filho como fruto de sua aventura. A segunda etapa na dinâmica do
pecado se cumpriu na vida do rei – a consumação do ato seguiu a cobiça. Ele recebeu a
recompensa por ter satisfeito seu desejo, na verdade, recebeu muito mais do que isso (v.5).
A cobiça dará ao pecador o que ele deseja e, também, o que não deseja e nem espera. O
texto nos revela que agora o rei será pai (v.5). Um bônus indesejado por ele. A cobiça é uma
ilusão, um engano, uma sedução que promete o que não vai entregar. O cobiçoso está
pavimentando o terreno para andar rapidamente na direção de mais pecados. Salomão, o filho
do rei Davi, adverte acerca das implicações da consumação da cobiça (Pv 6.20-35). É como
alguém fora de si (Pv 6.32). Ele afirma que o cobiçoso que adultera é uma pessoa sem
entendimento (Pv 7.6-8).
Se alguém deseja preservar-se do adultério, preserve-se da cobiça. Os dois andam lado a
lado. A cobiça está treinando sua mente para dar vazão a outros pecados. O contentamento com
a condição dada por Deus e a satisfação em Deus são o antídoto para a cobiça (Sl 73.25,26).
Louve a Deus pela provisão dEle para você. Seja grato e satisfeito com Deus.
Contente-se com o que você tem.
O rei Davi andou pelas três etapas da dinâmica do pecado — cobiçar, consumar e a tentativa
de ocultar. Do ponto de vista humano, as providências que tomou
para ocultar o seu pecado foram suficientes, entretanto, aos olhos de Deus, elas foram
perversas; um processo perverso e idólatra em sua essência. Quando tudo parecia resolvido e o
desfrute da normalidade da nova situação parecia ser o próximo passo, o rei Davi se depara com
um fato que não esperava — a ação do próprio Deus em resposta ao seu pecado (2Sm 11.27c).
Ao escolher adulterar, o rei Davi não levou em conta a soberania e a santidade de Deus que não
fica indiferente diante do pecado do homem. O profeta Naum é oportuno nesta situação na qual
o rei Davi está envolvido (Na 1.3). O pecado precisava ser confrontado.
O cenário aqui é de alegria e, a despeito do sórdido processo, a família real estava alegre e
desfrutava despreocupadamente daquela situação (2Sm 11.27b). Por não ficar indiferente ao
pecado, o Senhor envia servos fiéis para essa tarefa (v.1). Após uma abordagem habilidosa e ao
mesmo tempo confrontadora (v.1-8), Natã faz o rei conhecer o que o espera. Em sua
abordagem, o profeta salienta o desprezo do rei aos benefícios do Senhor (v.7-9a) Desse
momento em diante, houve a derrocada da família real e da nação. Que cenário de horror! Que
mudança drástica e tenebrosa! Dias maus aguardavam o rei (v.10-15).
O pecado sempre trará consigo más consequências. O adultério do rei não ficaria impune.
É preciso que aquele que cobiça e consome sua cobiça entenda que não há boas consequências
lhes aguardando. O rei Davi foi confrontado por desprezar a Palavra de Deus, por seu adultério
com Bate Seba e seu crime contra o marido dela (v.9), sua família foi dolorosamente afetada
(v.10,11), seu pecado foi conhecido por todos (v.12) e seu filho morreria (v.14).
Em vez de cobiçar e adulterar o servo de Deus pode e deve alimentar seu coração com aquilo que é
puro, cheio de virtude e louvor (Fp 4.8). Aquele que é prudente vê o caminho perigoso pela frente e se
desvia dele (Pv 22.3; 27.12). É o que a sabedoria faz; livra o homem de pecar. O adultério é um
banquete no túmulo (Pv 9.13-18). Somos chamados a perseguir a santificação e não a atender aos
desejos secretos e desordenados do coração. A quem queremos agradar?
A scoração
Escrituras deixam claro a índole de Absalão, filho do rei Davi (15.1-6). Ele tinha um
perverso e queria trazer vergonha e embaraço para seu pai (v.16.20-22), seu alvo
era humilhá-lo e empenhou-se numa impiedosa perseguição ao seu pai com o desejo
expresso de matá-lo. Ele consegue formar um grupo de apoiadores furtando o coração deles.
Esses o seguem e invadem Jerusalém e o rei tem que fugir da fúria do filho. Isso é parte das más
consequências de seu pecado: “Por isso, a espada nunca se afastará de sua família, pois você
me desprezou...” (12.9).
Ao fugir da Jerusalém, sai ao seu encontro um homem carregado de amargura e ódio em
seu coração, seu nome era Simei. O que ele faz é grave e poderia lhe trazer consequências muito
sérias. Ele vai ao encontro do rei e seus homens enquanto fugiam e ofende o rei com palavras
cruéis, agride-o com pedras e terra (v.5-8,13), a perseguição durou todo um dia e foi exaustiva
(v.13,14). O rei Davi revela, então, a sua compreensão daquele momento e comunica aos seus
homens como enxergava aqueles atos agressivos e palavras ofensivas de Simei (v.10,11). Ele
enxergou aquele ofensor como um instrumento de Deus em sua vida, mesmo em meio àquela
grande injustiça, seu entendimento estava lúcido para enxergar aquele ofensor como um meio
que Deus estava usando para aperfeiçoar sua vida.
Pense um pouco sobre esse episódio e tente relacioná-lo à sua própria vida. Como você
enxerga os seus ofensores? Sua leitura das situações que envolvem atos agressivos e palavras
ofensivas se assemelha de alguma maneira a do rei Davi?
Deus pode usar ofensores para trabalhar o nosso coração e nos ensinar acerca do perdão e de como
interpretar uma situação de tensão. Quando compreendemos que nada acontece sem a permissão de
Deus, mesmo quando somos ofendidos e agredidos, podemos descansar na certeza de que Deus está
operando Seu plano perfeito em nossa vida. Compreender que um ofensor cumpre de alguma forma
os propósitos de Deus é libertador, livra-nos da amargura e faz-nos crescer em confiança nos planos e
propósitos eternos de Deus para os Seus filhos. Deus está com Seus olhos postos sobre nós (Sl 33.18)
cuidando para que cada situação cumpra dois propósitos – a glória dEle e o nosso maior bem. Louve
ao Senhor quando tais circunstâncias chegarem e lembre-se de interpretá-las à semelhança do que fez
o rei Davi.
D epois de experimentar mais uma de suas enormes tristezas, sair da cidade que governava
porque seu filho o queria matar, o rei Davi sofre com a perda de seu filho Absalão que foi
morto pelos soldados que foram leais ao rei (v.18.31-33; 19.4). O trono agora está vazio e o
rei está a caminho de volta para reassumir a nação.
No retorno, entretanto, vem ao seu encontro Simei, aquele que com palavras duras e
injustas o ofendera, agredira e o desprezara quando fugia de Absalão que o perseguia para
matar. O reencontro foi bem diferente do anterior. Simei agora vem ao encontro do rei com uma
comitiva (v.16,17). Ele se apresenta com uma atitude humilde e submissa ao rei (v.18-20). Um
dos que estava ao lado dele, cujo nome era Abisai, talvez representando todos os demais
soldados leais ao rei, enfatizou a necessidade de uma ação enérgica do rei (v.21). Ele já tinha
desejado o mesmo anteriormente (v.16.9). A resposta do rei a Abisai refletia sua interpretação
daquele momento e seu entendimento do que seria mais apropriado para ele e para a nação. O
rei assume um compromisso de não imputar aquela culpa àquele homem que, naquele momento,
pelo que dizia, comunicava quebrantamento e arrependimento. É o rei Davi modelando aqueles
que estavam mais próximos dele.
Nem preciso perguntar, certamente você já foi ofendido. Você consegue recriar qual foi –
ou seria – sua reação diante de uma ofensa? Como você reage diante de um tratamento injusto?
Qual a sua resposta emocional, verbal ou não verbal? Como você definiria perdão? Mesmo
quando estamos diante de um tratamento injusto, perdoar não é opcional; é imperativo (Mt
18.21.22). O nosso modelo de perdão nos foi dado por Deus por meio de Cristo (Ef 4.31,32).
Perdão completo.
Jesus nos convoca a expressarmos um amor aperfeiçoado, mesmo para com aqueles que nos tratam
com injustiça, desprezo ou ofensa (Mt 5.43-48). O apóstolo Paulo sustenta o mesmo padrão de amor
em sua carta aos crentes em Roma (Rm 12.17-21). O perdão é a decisão de nunca mais trazer de volta
o assunto, ou seja, nunca mais falar sobre a ofensa, o desprezo ou a injustiça, com o propósito de
vingança, de obter alguma vantagem ou mesmo com o propósito de manter o erro do outro em
evidência. A decisão de não perdoar pode significar ter que experimentar dor e sofrimento (Mt 18.32-
35). O perdão oferecido por Deus nos assegura que Ele nunca mais lançará os nossos pecados em
nossa face. Eles foram pagos na cruz. Da mesma maneira devemos perdoar aqueles que nos ofendem.
A obra da redenção tem uma clara participação do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Pai
predestinou, ou seja, escolheu para a salvação todos aqueles que Ele quis. O Filho veio entre
nós, se tornou homem, viveu uma vida perfeita e morreu na terrível cruz, derramando o Seu
precioso sangue para perdoar os nossos pecados. O Espírito Santo, quando os pecadores ouvem
e creem no evangelho, coloca o selo que indica a quem os convertidos pertencem. O apóstolo
Paulo, após falar da obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo, salienta que tudo foi feito “para o
louvor da glória de Deus” (v.6, 12 e 14).
Na história da redenção lemos sobre o pecado e tudo o que tragicamente veio como
consequência. Porém Deus, tinha um plano que resolveu o problema do pecado por meio da
cruz de Cristo. Toda essa obra é para o louvor da glória de Deus.
Você já parou e louvou a Deus hoje por Sua maravilhosa obra de salvação? Você já se deu conta de
que a pecaminosidade humana é tão grande a ponto de o homem não poder prover nenhuma salvação
para si? Por um momento, já lhe passou pela mente que se a obra do Deus trino não fosse realizada
como foi, você passaria toda a eternidade no inferno? Nesse momento, louve a Deus por Sua
maravilhosa obra da redenção.
A morte de Cristo trouxe para o povo de Deus vários benefícios e um deles é a unidade. O
mundo antigo estava fragmentado em diversas divisões: judeu e grego, escravo e livre,
homem e mulher. Essas divisões estavam profundamente cravadas nas sociedades do
mundo antigo. Havia inclusive uma horrível oração que era feita pelos judeus: “graças a Deus
que não nasci nem gentio, nem escravo e nem mulher”. A cruz de Cristo pôs um fim a essas
divisões, pois Ele “destruiu a barreira, o muro de inimizade” (v.14). As divisões que eram
inflamadas pelos fatores da nacionalidade, posição social e gênero foram vencidas na cruz.
Todas essas divisões causavam problemas relacionais gigantescos. Cristo, por Sua cruz,
promoveu a paz e reconciliou os homens em um corpo. Certamente os propósitos do Deus trino
estão envolvidos nessa obra, pois Cristo morreu na cruz para termos “acesso ao Pai, por um só
Espírito”.
Em Cristo, posicionalmente, todos somos um! Porém, em nossos relacionamentos, precisamos buscar a
unidade; é como a santidade – já somos posicionalmente santos, mas precisamos crescer em santidade
a cada dia. Precisamos lembrar que várias das nossas ações contribuem para que vivamos em maior
harmonia, em maior unidade. Porém, outras ações promovem divisões injustificadas. Louvemos a
Deus pela bênção da unidade que temos em Cristo e cultivemos as ações que promovem a unidade
cristã em nosso dia a dia.
O rar é uma das coisas mais importantes que um cristão pode fazer. Nas Escrituras, somos
desafiados a orar pelas exortações dos autores bíblicos, mas também pelo
exemplo. Aqui em Efésios e nas demais cartas do apóstolo Paulo encontramos esse apóstolo
orando recorrentemente. Certamente Paulo não fez isso se exibindo, pois o próprio Espírito
Santo conduziu o apóstolo a registrar essas orações. Essa oração do apóstolo aqui em Efésios e
as demais nos deixam ver que Paulo orava de forma ministerial. Sim, ele tinha assuntos pessoais
e pedia aos crentes que orassem por ele, mas em suas orações normalmente ele orava para que
os crentes fossem fortalecidos, crescessem em amor e em compreensão, e que tudo isso
redundasse em uma vida cristã de ações mais robustas. Além disso, Paulo começava ou
terminava suas orações com palavras de louvor a Deus. Ao deixar essas orações registradas nas
Escrituras, o Espírito Santo tenciona que sejamos influenciados por tais orações.
Será que reconhecemos o quanto a oração é importante? Talvez sua resposta seja sim, reconheço que a
oração é muito importante. Então, responda: quanto tempo você dedica à oração? Esse tipo de exame
faz com que não enganemos a nós mesmos. Se oramos pouco é porque reconhecemos a importância da
oração apenas em termos conceituais. Mas, se deixamos coisas importantes de lado por causa da
oração, então, à semelhança do apóstolo, reconhecemos, de fato, que a oração é importante.
Um visitante em um famoso hospício ficou apreensivo ao perceber que havia muitos loucos,
na verdade, mais do que funcionários. Ele correu para falar com o diretor do
hospital dizendo: o senhor não teme algum tipo de revolta? O diretor por um momento riu e
respondeu: calma, os loucos nunca se unem.
Os primeiros versículos de Efésios 4 juntamente com João 17 são os textos mais amplos
sobre unidade no Novo Testamento. Paulo inicia exortando seus leitores a viver à altura (“de
maneira digna”) da vocação em Cristo; a seguir, enumera algumas virtudes fundamentais aos
bons relacionamentos e logo após fala da necessidade de grande esforço para que a unidade do
Espírito pelo vínculo da paz seja conservada. Todos os que estão em Cristo estão, por natureza,
unidos em um mesmo corpo. Mas, a expressividade dessa unidade requer esforço. O
fundamento da unidade cristã se encontra no fato de haver um só corpo e um só Espírito, uma só
esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo e um só Deus e Pai.
Estas são as bases sobre as quais as ações que promovem, fortalecem e solidificam a
unidade deve ser feitas. As bases são dadas pelo Senhor; as ações são nossa responsabilidade.
Todos os cristãos precisam estar conscientes que certas ações promovem a unidade
enquanto outras a enfraquecem. Os loucos não se unem, mas a igreja deve ser bem unida. A
unidade do corpo de Cristo não é algo natural em nossa caminhada. Na verdade, o cristão
precisa se esforçar bastante – precisa abrir mão de seus gostos pessoais, precisa deixar de lado
as escolhas triviais e egoístas e precisa focar nas ações que mais beneficiarão o corpo de Cristo.
Só assim haverá verdadeira unidade.
Sendo assim, as suas atitudes promovem ou enfraquecem a unidade no Corpo de Cristo e, mais
particularmente, na sua igreja local? Você inclui todos ou exclui aqueles que não deseja “na sua
turma”? Você está disposto a fazer o que não gosta sabendo que o bem de muitos sobrepõe-se ao bem
do indivíduo? A propósito, foi exatamente isso que Jesus fez pela Igreja.
E mNãoumaprecisou
grande orquestra um flautim, por se achar insignificante, parou de realizar a sua parte.
muito tempo para que o maestro sentisse falta do som produzido pelo flautim.
Ao ser questionado sobre a não execução de sua função, o flautim respondeu que se achou
insignificante. A isso, o maestro respondeu: alguns terão mais notoriedade e outros menos, mas
com certeza, todos são importantes, continue a fazer a sua parte.
Em Efésios 4, Paulo, além de se preocupar com a unidade, preocupa-se também o
crescimento e a edificação. Deus deu dons aos homens. O apóstolo diz que homens como dons
foram concedidos por Deus para que a igreja tivesse crescimento e fosse edificada. Evangelistas,
pregadores e mestres são um presente de Deus para a Sua igreja. As finalidades são múltiplas:
alcançar a unidade da fé e do conhecimento de Deus e chegar à maturidade em Cristo; não ser
levado facilmente como uma criança para longe da verdade.
Dentre outras coisas, Efésios 4 certamente é uma demonstração do grande amor de Deus
por Seu povo – tudo o que é preciso para uma vida plena em Cristo foi concedido por Deus.
A igreja deve estar engajada em servir – e todos devem servir, os mais e os menos
notáveis. Em tempos de tanto egocentrismo, a igreja precisa estar mais consciente e mais ativa
na busca da edificação dos seus membros. Na igreja de Cristo todos recebem dons e todos
precisam servir – é assim que o corpo é edificado e cresce.
Olhe para a sua “retrospectiva espiritual”! Certamente, os primeiros dias de “bebê na fé” foram dias de
receber mais do que dar. Algo normal. Mas, com o passar dos anos, você tem passado adiante todo o
cuidado que recebeu e que, provavelmente, ainda recebe? Os líderes apontados no texto preparam a
igreja, isto é, “os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado”. E você está
dentre esses “santos” que estão sendo preparados. Como tem sido a sua obra do ministério cristão?
A pós refletir sobre o temor de todo homem e exemplificar circunstâncias temerosas para
exaltar sua fé em Deus, Davi compõe alguns versos que descrevem um desejo que surge em
meio a essa confiança. Assim, podemos nortear nossa meditação de hoje pensando: que
desejos surgem em nosso coração quando pensamos nas circunstâncias temerosas? No dia da
angústia, qual o desejo do nosso coração?
O versículo 4 começa com uma declaração: “uma coisa peço ao Senhor”. Nesse sentido há
um desejo maior, um pedido que suplanta todos os outros desejos, mas é importante frisar que é
um só. Mais do que pedir, ele se esforçará para alcançar seu objetivo. À luz do contexto
anterior, isso significa que ele lutará com a sua alma para não buscar outra coisa nos momentos
de temor, a não ser uma única – a pessoa do Senhor. Quando se vive uma circunstância
temerosa, o sentimento esperado é sempre a fuga – correr para um lugar seguro, de abrigo e
proteção – porém Davi declara que em seu coração haverá apenas uma direção a ser buscada, a
mais desejada em dias de angústias e perseguições – um objeto de fé e desejo constantes – como
quem deseja voltar para casa, estando em terras distantes. Os versos poéticos a seguir (v.5)
justificam o grande desejo e completam a crença de que, na presença do Senhor ou na “casa do
Senhor” haverá segurança, acolhimento e proteção. Esse sentimento de fé serve de consolo
enquanto se vive em terra estranha e onde se corre perigo. Para um peregrino que corre risco em
território alheio, voltar para a casa é um sentimento reconfortante, assim é, para Davi, pensar na
“casa do Senhor”.
A convicção de Davi era de que o seu grande desejo ao passar por dias angustiosos não seria alterado
pela circunstância. Em outras palavras, ele continuaria desejando a Deus acima de qualquer coisa,
mesmo nos momentos em que o seu coração estivesse sob a pressão de buscar outras coisas. Sobre essa
convicção, pense comigo: o mal não vence quando sobressai nas minhas forças, mas quando consegue
mudar as minhas virtudes. O mal não vence quando se mostra mais forte do que eu, mas quando muda
os meus desejos e me faz substituir Deus por outro bem. Quem desejar a Deus em todo o tempo, e O
desejar ainda mais no dia mau, terá vencido todos os seus temores.
O versículo 6 fecha a primeira parte do salmo. Após refletir nos dois tipos de temores,
demonstrar confiança nas formas imaginadas e ressaltar que o seu coração continuaria
buscando a Deus como seu desejo maior, Davi compõe dois versos poéticos para dar um
testemunho de fé. Em nossa meditação diária, podemos pensar e refletir sobre as pessoas que
estão a nossa volta e convivem conosco. Que mensagem passamos sobre nossa fé, quando
sofremos circunstâncias temerosas? Essas pessoas podem ser os santos, irmãos que observam a
nossa fé e nos copiam na busca por Deus, ou podem ser pessoas que, desconhecendo a Deus,
buscam fazer o mal a nós e observam a nossa reação quando somos perseguidos.
Se nos versos anteriores, Davi escreveu que o desejo de seu coração continuaria intacto na
busca pelo Senhor, podemos afirmar que ele venceu o mal. A certeza dessa vitória é uma
declaração que ele estaria acima dos inimigos, pois teria alcançado a Deus. A frase: “será
exaltada a minha cabeça acima dos inimigos que me cercam”. É como dizer que as
perseguições dos inimigos o levaram para mais perto do Senhor, portanto, ele foi exaltado por
Deus diante da perseguição. Isso se torna ainda mais notório quando ele diz: “no Seu
tabernáculo, oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao Senhor”; é como dizer
que os inimigos fizeram com que ele buscasse a Deus.
Essa forma de pensar nos leva a ter outra visão sobre o mundo, onde as perseguições e tribulações que
sofremos nos levam para mais perto do Senhor. Os medos se tornam maiores do que Deus, quando
perdemos a fé, e por isso nos controlam. Quando o medo de qualquer coisa nos controla, pequenas
coisas se tornam gigantes. Quando tememos ao Deus verdadeiro, tornamo-nos sábios, somos libertos do
poder daquilo que tememos, assim vemos o mundo de outra perspectiva, mesmo nas angústias. A
vitória, para um santo, não é o espólio de guerra, mas voltar para casa – e havendo lutado – ser bem
recebido por Deus. O importante não é o quanto você leva da guerra, mas como você é recebido na
volta. Essa é uma boa definição de sucesso na fé, creio eu.
A segunda parte do Salmo 27 é um conjunto de estrofes com versos que descrevem os desejos
do autor. Essas petições não significam que Davi está imaginando um mundo sem
perseguições ou situações angustiantes; tampouco está propondo que ele havia alcançado
um nível de espiritualidade que o deixasse imune aos temores dos mortais. Ao contrário, os
pedidos demonstram a necessidade de buscar a Deus e não confiar em si mesmo. Essa é uma
grande lição para nós: para sobreviver a este mundo perverso e vencer os temores, precisamos
admitir que necessitamos de Deus.
Nos versículos 7 e 8, Davi pede que o Senhor ouça a sua oração. Observe alguns detalhes
importantes nessa petição. Note a repetição dos sinônimos que acentuam a profundidade do
desejo: “minha voz”, “eu clamo”, “compadece-te” e “responda-me”. Esse recurso, na construção
poética, demonstra um ritmo que vai decrescendo; como alguém que ao dizer as palavras
pausadamente, vê-se decaindo o semblante com a intenção de comover-se. Esse sentimento é
seguido de uma explicação que seria uma obediência a uma voz interna. Ao escrever: “ao meu
coração me ocorre”, ele quer dizer que há uma voz que surge de seu coração lhe dando um
conselho, que seria o de buscar a presença de Deus. Davi interpreta que essa voz como sendo o
próprio Senhor, e então obedece.
O anseio de sua alma fez seu coração falar em direção ao Senhor, como um chamado que
ele estava disposto a obedecer e, consequentemente, como quem quer ser aceito, Davi implora
para ser recebido (v.9-10). Esse é um gesto humilde de quem reconhece que não merece ser
aceito, mas tenta convencer a Deus de que seu desejo é genuíno. O pedido é realizado no
versículo 9, e simplificado no versículo 10 numa comparação qualitativa. Ao dizer: “se meu pai
e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá”, ele demonstra a grande importância de
ser aceito por Deus uma vez que o mundo o abandona, inclusive os próprios pais. Essa atitude
do Senhor faz toda diferença.
Quando pensamos nas possibilidades de temores que temos a nossa volta, o que o nosso coração nos diz?
O que ele aconselha? O anseio faz o coração falar e o coração fala daquilo que está cheio.
P ensar no temor de todos os homens nos ajuda a relembrar que somos mortais, e essa
concepção nos leva a buscar mais a Deus. Independentemente do quanto você já viveu ou da
intensidade como viveu, certamente experimentou situações em que o temor foi latente. O
que aprendeu? Como seu coração reagiu? Esse aprendizado o aproximou ou o afastou de Deus?
Quando passamos por experiências em que somos derrotados pelo medo, fracassamos na
fé e necessitamos de arrependimento e conserto. Mas quando vencemos o medo, passamos pela
angústia confiando no Senhor, somos enaltecidos no espírito, amadurecemos e nos tornamos
testemunhas para outros que também padecem em situações similares – assim é a conclusão do
poema escrito por Davi. Os últimos versos do salmo fazem referência à experiência vivida e
agora o autor se põe como um homem amadurecido pela experiência e pode declarar: “pereceria
sem dúvida” (ARC)! Com isso, reconheceu que se não tivesse crido na bondade do Senhor na
terra dos viventes, não poderia ter chegado àquela maturidade. O reconhecimento é do ponto de
vista de quem concluiu com sucesso e agora considera que foi vitorioso na fé, pois amadureceu.
Nesse sentido, o Salmo 27, embora escrito por Davi que evidentemente ainda estava vivo,
não faz referência literal ao terminar a vida como alguém que não passará mais por tribulações
ou angústias, mas é uma alusão ao que se pode alcançar. A essa altura, ele havia aprendido
lições de amadurecimento suficientes para comprovar que, se não tivesse crido e buscado a
Deus, não teria alcançado o que alcançou, e que isso se refletiria nas decisões futuras, assim
como se concretizaria num grande conselho de fé para quem tem que passar por situações
similares, como descrito no versículo 14: “Espere no Senhor.
Anime-se, e fortifique-se o seu coração.”
O que torna a fé de Davi admirável não é que ele tenha sido impecável, pois sabemos que ele não foi.
Não é pelo fato de ter sido um autor bíblico, embora saibamos que foi. Uma fé exemplar não é a fé de
um impecável, mas uma fé admirável sobre quem nem mesmo o pecado desviou o coração da direção de
Deus. Como pecadores, pecaremos; como mortais, temeremos; como habitantes deste mundo, seremos
perseguidos e sofreremos; o que não pode ocorrer conosco é desviar-nos de Deus e temermos qualquer
coisa além dEle.
Q uando conhecemos a Deus profundamente, nossas orações são alteradas – somos tomados
por um desejo genuíno de sermos aceitos por Ele. Esse desejo é o primeiro efeito resultante
de conhecer a Deus. Quando esse sentimento se torna verdadeiro, o segundo efeito é desejar
ser visto por Ele.
O versículo 2 complementa o que foi dito no verso 1, demonstrando o desejo de chamar a
atenção de Deus. Ao dizer “ouve a voz das minhas súplicas”, o clamor é ampliado, como
alguém que aumenta o tom quando fala e acentua a súplica que se completa com a expressão
“quando a Ti clamar”, que pode ser entendida como “todas as vezes que clamar”. Essa era a
forma de expressar o desejo de que Deus o tratasse como alguém familiar, diferente dos ímpios
que não teriam Sua atenção. Apesar de expressar seu desejo nesse verso, essa era uma realidade
alcançada, pois após descrever o ímpio, ele afirma no verso 6 que o Senhor ouviu suas súplicas.
O desejo de chamar a atenção de Deus para ser tratado como alguém que lhe pertence
prossegue ao dizer “quando erguer as mãos para o Teu santuário”. A figura é de alguém que
acena com as mãos elevando-as em sinal de desejo e humilhação, o desejo é de ser notado; a
humilhação é para demonstrar que o clamor é pela pessoa de Deus, em razão disso que ele
acredita que será aceito.
Não devemos confundir o teor do clamor de Davi com aquilo pelo que os evangélicos mais
clamam. Davi queria ser notado no lugar sagrado, onde Deus “habita”, com a intenção de ser
visto por Ele de forma diferente dos ímpios – buscava um relacionamento próximo com o
Senhor, como alguém que lhe fosse familiar. Na cultura evangélica vigente, os crentes querem
ser notados por Deus para receberem as bênçãos que Ele pode dar – o desejo é pelo que Deus
pode fazer por eles e não pelo relacionamento com o Altíssimo.
Quem conhece a Deus profundamente terá como efeito, certamente, um amor pela pessoa de Deus e
não pelas Suas benesses ou pelo que Ele pode fazer. Não é o fato de clamar que torna uma oração
virtuosa; a virtude não é sobre a quem clamar, mas pelo que clamar. Até mesmo um incrédulo pode
rogar a Deus em aflição, mas somente quem compreendeu a natureza divina desejará a Deus em
qualquer circunstância. Não deveríamos ter medo de perder as bênçãos de Deus, mas de nos afastar
dEle.
Q uando você pensa que Deus é justo e retribui conforme as suas obras, como se sente?
amedrontado – porque sabe que sendo pecador e falho merece o castigo de Deus? Está
correto. Quando esse medo vem à tona, o que ele produz? Se ele produz gratidão, então
você está no caminho certo. Quando sabemos que merecemos o castigo de Deus, mas por Sua
graça Ele age com misericórdia conosco, somos inundados por uma imensa gratidão. Se pensar
sobre a graça dá a você liberdade para pecar, então não a compreendeu; mas se a gratidão o leva
a querer viver distante da impiedade por adoração a fim de agradar aquele que o perdoou –
então está experimentando um dos efeitos de conhecer a Deus profundamente: a gratidão de ser
perdoado e fazer parte do povo de Deus.
No verso 3, Davi orava para não ser tratado como ímpio. O verso 4 complementa esse
pedido demonstrando o que viria a ser o castigo do ímpio; mas se alguém isola esse verso, pode
encontrar nas palavras de Davi uma validação para desejar o mal aos ímpios – como se Davi
estivesse expressando com violência um desejo de ver o ímpio sofrer nas mãos de Deus – mas
essa leitura seria contrária às virtudes cristãs. O fato é que ao dizer: “paga-lhes segundo as suas
obras”, Davi reconhece que isso é o caminho natural; assim, completa a estrofe dizendo:
“retribui-lhes o que merecem”, isso significa que quem faz o mal merece receber o castigo da
parte de Deus – essa é a ordem natural das coisas. Longe de ser uma oração temperada com ira
por parte de Davi, é antes de tudo, uma forma de acentuar o desejo do verso 3 que requeria de
Deus a diferenciação dos ímpios. Se Davi não queria ser contado entre os ímpios, faz sentido
que ele reconheça que o ímpio mereça ser castigado, portanto, devemos destacar mais um efeito
na vida daquele que conhece a Deus: ser grato pela graça de ser perdoado.
Quando temos certeza de que o ímpio merece o castigo de Deus e reconhecemos isso, podemos orar
com essa consciência: “Senhor, concedas ao ímpio o que ele merece, isso é justo, mas por favor não me
arrastes com eles; não me confundas com eles”. Se orarmos assim, não desejaremos o mal aos ímpios,
mas acentuaremos nossa gratidão e desejo por sermos perdoados.
Q uando você observa a vida dos ímpios que não amam a Deus, que não O buscam e vivem
inclinados aos desejos de seus próprios corações, que mensagem você infere para sua
própria edificação? Quando nota que os ímpios vivem melhor por não seguir a justiça e que
ser maledicente, desonesto e corrupto lhes dá prosperidade neste mundo, o que você sente?
Essas perguntas nos ajudam a verificar se estamos conhecendo a Deus profundamente, pois o
quinto efeito apresentado no Salmo 28 é um desejo de fugir do caminho do ímpio.
No verso 3, o desejo de não ser confundido com os ímpios destacou o interesse espiritual
de Davi. No verso 4, esse desejo é ampliado ao reconhecer que o ímpio merece castigo. E agora,
no versículo 5, o objeto da estrofe se completa com o reconhecimento do fim dos ímpios.
A mensagem é que o caminho dos ímpios não vale a pena, a prosperidade deles não
compensa. Diferentemente do teor do verso 4, agora Davi acrescenta um valor escatológico –
onde o fim dos ímpios inclui sua ruína ao findar da vida. Davi diz que os ímpios não
compreendem os feitos do Senhor e não atentam para as suas obras, vivem sem se importarem
com as ações de Deus, não O reconhecem e, portanto, desprezam-nO. Por viverem suas vidas
alheios a Deus, o Senhor “os derrubará e não os reedificará”. Essa expressão refere-se ao fim
dos maus. Pensar no fim escatológico deles ajuda a destacar a razão do desejo de permanecer
longe dos seus caminhos. Davi reconhece que observar a prosperidade do ímpio poderia render
inveja em seu coração, mas ao considerar o fim deles, teria a certeza de que representa uma vida
que não valeria a pena, pois estaria vivendo alheio à vontade de Deus, como escreve no Salmo
37 e como Asafe no 73.
A grande lição desse verso é que um dos efeitos de se conhecer a Deus profundamente consiste no
desejo de fugir do caminho dos ímpios. A prosperidade material dos ímpios pode enganar o nosso
coração e nos afastar de Deus. Este é o teor da oração de Davi: ser aceito por Deus e não ser
confundido com os ímpios. Quer facilitar as coisas para o Diabo? Então comece a dar atenção à
prosperidade que este mundo oferece e dedique toda sua energia para ser bem-sucedido nele – mas
lembre-se, o sucesso de toda vida não compensará o fracasso com Deus.
A exuberante grandeza de Deus e as ilusões deste mundo – esse é um bom tema para resumir o
Salmo 29. Esse poema é um cântico escrito pelo rei Davi, com a
intenção de exaltar a Deus, promovendo um contraste com as grandezas deste mundo.
Que existem grandezas admiráveis e atraentes neste mundo, não temos dúvida. O
problema surge quando elas atraem nossa atenção, e na tentativa de conquistá-las, nos tornamos
soberbos e nos esquecemos de Deus. Meditar nesse salmo nos ajudará a encontrar a devoção
necessária para percebermos que as grandezas que existem neste mundo são ilusões, quando
comparadas à grandeza de Deus.
O salmo está dividido harmonicamente em 5 estrofes bem ajustadas. Antes de observarmos cada
estrofe, faça uma leitura completa do poema, observando a sequência. Na primeira estrofe (v.1-
2), há uma exortação aos poderosos da terra que são convocados a se rebaixarem diante de Deus
e Lhe oferecerem tributo. Em seguida, da segunda até a quarta estrofe (v. 3-9), há uma
sequência de exaltações sobre a voz do Senhor. Na segunda estrofe (v.3-4), a voz do Senhor está
acima das muitas águas; na terceira estrofe (v.5-6), a voz do Senhor está acima do Cedro do
Líbano; e na quarta estrofe (v.7-9), a voz do Senhor está acima da natureza. A quinta estrofe
completa o cântico afirmando que o Senhor é Rei para sempre.
Não é preciso muita atenção para compreender que o salmo é um poema de exaltação a Deus, mas é
preciso observar que o autor tem o desejo de que esse louvor produza alguns sentimentos em seus
leitores. Ele faz uma convocação para contemplar a exuberante grandeza do Criador e sustentador de
todas as coisas com a intenção de provocar as ilusões que temos sobre as grandezas deste mundo.
Quando nos convencemos de que tudo vem de Deus, recebemos um chamado à humildade e uma
exortação para nos debruçarmos com as cabeças curvadas perante Ele. Quando reconhecemos que
Deus está acima de tudo, recebemos um chamado a temê-lO mais do que as forças naturais deste
mundo. Quando percebemos que Deus é Senhor soberano e que reinará para todo sempre, somos
tomados de gratidão por pertencermos a Ele.
Semana 25 | Dia 170 | Segunda | Salmo 29.1-2
nquanto eu participava da vida militar, ouvi muitas vezes uma frase que dizia:
E “quer conhecer genuinamente uma pessoa, dê poder a ela”. Por que é tão fácil nos
corrompermos com as grandezas deste mundo? Por que somos iludidos facilmente quando
recebemos qualquer poder nesta terra, e na ilusão de nossa grandeza, esquecemo-nos de Deus?
Deus fez o homem para dominar. Entretanto, por causa do pecado, o homem passou a
buscar esse domínio por soberba e quando alcança qualquer forma de grandeza neste mundo,
acha que não precisa mais de Deus. Talvez isso não aconteça com você em grande escala, mas
essa meditação deve fazê-lo sondar os porões mais obscuros da alma, pois Deus abomina a
soberba. A soberba cega o homem e o impede de reconhecer a grandeza de Deus.
A primeira estrofe (v.1-2) é uma convocação para que os poderosos da terra se rebaixem
diante de Deus e Lhe tributem. Embora algumas versões mencionem “seres celestiais”, a leitura
natural refere-se aos homens que detêm poderes neste mundo. “Glória”, refere-se aos méritos e
conquistas; e “força”, refere-se ao fato de se tornarem superiores a outros em governança e
controle. A convocação contraria o orgulho humano, requerendo um tributo em adoração a
Deus. Os tributos que o salmista requer dos poderosos não são bens materiais ou impostos
financeiros, mas que ofereçam a Ele a glória e a força como um reconhecimento de que todos os
méritos que conquistaram dependem do Senhor, e por isso, deveriam colocar todo o seu poder
em rendição a Ele; em outras palavras, eles devem se curvar e se sujeitar humildemente à
grandeza de Deus.
Quando subimos uma montanha nos sentimos grandes, mas não nos iludimos, pois sabemos que
continuamos pequenos – cientes de que a glória da altura está na montanha abaixo dos nossos pés.
Quando uma pessoa se sente grande e poderosa pelas riquezas que possui ou pelas funções que ocupa,
está iludida, não percebe que vale menos que o dinheiro que acumulou. Mesmo que alguém adquira
todos os bens do mundo e com eles consiga sujeitar as nações sob seus pés, não deve esquecer de sua vil
natureza, uma vez que todos os mortais comparecerão diante do eterno – razão suficientemente grande
para vergar os ombros do maior imperador da Terra.
E mse nossos dias, quando pensamos sobre a Palavra de Deus, prontamente compreendemos que
trata da Bíblia. É verdade que ela é a Palavra de Deus, mas quando nos acostumamos com
as expressões, passamos a dar pouca atenção ao seu significado completo. Embora
confessemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, não podemos nos esquecer de que a autoridade
que ela tem não é por ser uma biblioteca ou palavra escrita, mas porque provém de Deus.
As próximas três estrofes do salmo são dedicadas a exaltar a voz do Senhor por meio de
comparações e figuras. Elogiar a voz do Senhor é uma forma de exaltá-lO, pois é um recurso de
linguagem que o compositor utiliza para representar o todo, ou seja, ao dizer no versículo 4 que
“a voz do Senhor é poderosa” e “cheia de majestade”, ele quer dizer que o Senhor é poderoso e
majestoso. A figura comparativa é a sonoridade produzida pelas águas. No versículo 3, ele diz
que ela “ressoa sobre muitas águas” comparada ao som de uma grande queda d’água que anula
todo e qualquer outro som a sua volta. A figura é tão assertiva que, mesmo em nossos dias, com
as produções sonoras criadas pelas tecnologias, o som de muitas águas ainda continua
insuperável – assim podemos imaginar quão grandioso seria nos dias de Davi. A figura que
pretende complementar a primeira é o som do trovão, quando escreve: “O Deus da glória
troveja poderosamente”, e logo a seguir: “o Senhor troveja sobre as muitas águas”, assim como
a primeira figura, Davi escolhe outra comparação que ainda continua a fazer sentido em nossos
dias – é impossível não perceber o poder que o eco de um trovão transmite em meio a uma
tempestade.
As figuras comparativas tornam bela a poesia e o que elas comunicam, centralizam a pessoa de Deus.
Todo o foco do poema está empregado para destacar a exuberante grandeza de Deus para que ao findar
o poema, todo homem o adore como um Rei poderoso e eterno, sob total dependência dele. Observe no
versículo 3 que o “Deus da glória” é quem troveja, na sequência, note que o “Senhor troveja” – a voz de
Deus trouxe todas as coisas à existência – ela é poderosa, mas porque Ele é poderoso. Quando vemos
alguma coisa grande, cometemos o erro de conferir (comparar) a Deus – Ele não é apenas grande, Ele é
simplesmente incomensurável.
C oisas grandes ganham admiração por natureza e tendemos a admirar tudo que é maior e mais
importante do que nós. Quando algo em nossos dias se torna uma matéria prima importante,
isso passa a ser destacado e a ter valor contabilizado, principalmente quando ela pode
garantir segurança e proteção. Da mesma forma, um lugar alto que possa produzir proteção e
sustento, também recebe destaque. Aprendemos naturalmente a admirar coisas dessa natureza,
mas por que as admiramos? O que essa admiração revela sobre nós? Será que somos capazes de
observar as grandezas da terra e notar com detalhes as belezas deste mundo, sem percebermos a
Deus?
Ao refletir sobre as perguntas acima, compreenderemos melhor a próxima estrofe do
salmo. Nos versículos 5 e 6, a voz do Senhor é relacionada ao Cedro do Líbano, ao próprio
Líbano e ao seu principal monte. Os Cedros do Líbano são árvores grandes e fortes, que
geralmente crescem em altitudes elevadas, de beleza e utilidade admiráveis. Tornou-se a
principal matéria prima a ser valorizada em muitos setores da comercialização do mundo antigo;
assim como os carvalhos de Basã, o Cedro do Líbano é citado em muitos textos bíblicos. Para
exaltar o Senhor, o salmista afirma que “A Voz do Senhor quebra os Cedros; o Senhor
despedaça os Cedros do Líbano” – essa comunicação faz pensar que diante do poder da voz de
Deus, uma árvore tão poderosa seria reduzida em pedaços.
Os Cedros mencionados ficam no Líbano, sendo o monte Hermon seu principal monte,
mencionado no salmo pelo nome fenício, Siriom. Esse monte gigantesco é fabuloso – possui
2.814 metros de altitude e fica localizado na fronteira Líbano-Síria – todo seu topo fica coberto
pela neve, enquanto tudo ao seu redor queima no sol quente do verão. A comparação realizada é
que, diante da voz de Deus, eles saltariam como pequenos animais sem rigidez. Essa referência
faz lembrar o poder do dilúvio que será mencionado logo a frente.
A voz de Deus move todas as coisas, ela é poderosa porque Ele é poderoso. Quando vemos alguma coisa
grande, cometemos o erro de conferir (comparar) a Deus – Ele não é apenas incomensurável, Ele é
simplesmente o Senhor de todas as coisas. A voz dEle tem comandado a sua vida? O poder dela tem
impactado suas decisões?
A onaturais
observar os poderes desta terra, você costuma pensar em Deus? Ao notar as grandezas
ao seu redor, você se recorda de Deus? Davi chama os poderosos da terra a
tributarem ao Senhor e ao realizar comparações entre a voz do Senhor e as grandezas deste
mundo, ele sensibiliza a temer a Deus acima de tudo.
Em continuidade ao tema sobre a voz do Senhor, o autor utiliza figuras temerosas – os
fenômenos geodinâmicos e desastres naturais (v.7-9) que causam espanto e temor – mas Deus é
maior do que todos eles. As figuras continuam fazendo sentido para nossa realidade, pois
embora o homem moderno tenha feito grande esforço na tentativa de controlar os desastres
naturais, os fenômenos geodinâmicos ainda permanecem acima da força humana. Ele diz: “a voz
do Senhor divide as chamas de fogo” (v.7) – algumas versões traduziram por “raios” ou
“relâmpagos” – entretanto, o sentido não muda, pois o relâmpago é poderoso e destruidor, tanto
quanto um incêndio na mata. Com toda a tecnologia e treinamento que o mundo urbano possui
para controlar o fogo, um incêndio continua sendo maior do que nós.
Ao dizer: “faz tremer o deserto de Cades” (v.8), a intenção da estrofe é trazer a figura do
deserto que, de forma geral, é um território assustador mesmo em nossos dias. O deserto de
Cades fica na região nordeste do Sinai, perto da fronteira com Edom, território antes habitado
pelos amalequitas, descendentes de Amaleque (neto de Esaú), que conflitaram com Israel em
direção à Terra prometida sob o comando de Moisés.
Para completar as alusões, Davi versa que a voz do Senhor “faz parir as corsas despindo
florestas” (v.9) – embora algumas versões digam “retorce os carvalhos” – a referência é sobre o
animal que, diante de uma grande tempestade onde as árvores são arrancadas pelo vento, as
corsas prenhas que saíam em fuga davam à luz, produzindo uma cena horrível e assustadora.
Fenômenos naturais são maiores do que nós, assustam e produzem temor – muitas coisas são maiores
do que nós, mas nenhuma delas é maior do que Deus. Eis uma confissão: não temo a Deus simplesmente
porque Ele é maior do que eu, pois muitas coisas são maiores do que eu. Temo a Deus porque Ele é
maior do que todas as coisas que são maiores do que eu – O temo acima de tudo porque não há nada
acima dEle.
D esfrutar de uma vida alegre é um privilégio que somente os salvos podem experimentar.
Uma vida na qual, mesmo diante dos problemas, das circunstâncias e de todas as
dificuldades, o cristão tem a força necessária dada pelo Espírito Santo para produzir um
sentimento de paz, tranquilidade, contentamento, satisfação e deleite. Paulo nos mostra
elementos que nos fazem desfrutar com mais qualidade a nossa alegria. No nosso texto de hoje,
ele nos lembra o que Deus já fez por nós. É preciso resgatar momentos nos quais Deus, de
maneira graciosa, nos concedeu livramento e paz.
Lembre-se com doce memória dos dias que Deus o livrou das noites mais escuras, das
angústias mais insuportáveis, dos momentos de necessidade em que ele, de maneira milagrosa, o
socorreu. Lembre-se das pessoas, mesmo que cheias de falhas, que Deus usou para lhe dar a paz
almejada, a alegria inesperada. Outro elemento dessa alegria é a oportunidade e o prazer em orar
pelos outros, a alegria em pedir para que Deus derrame Suas bênçãos sobre a vida de outras
pessoas, longe de qualquer sentimento egoísta ou egocêntrico, aquela oração que produz um
deleite pelo bem-estar do próximo. A comunhão é outra característica de uma pessoa alegre.
Estar com essas pessoas torna mais fácil a vida difícil; compartilhar as lutas e dificuldades
produz a oportunidade de outras pessoas participarem das lutas uma das outras. Essa realidade
deve estar presente não só na necessidade, mas também nos dias de bonança. Outras pessoas
estão orando por você. Permita-se ser alvo das orações de pessoas que compartilham da mesma
fé em Cristo Jesus!
Deus nos dá a oportunidade de sermos alegres. Precisamos entender o papel do Espírito Santo em
nossas vidas, que produz em nós alegria. Lembre-se do que Deus fez por você e seja grato! Tenha
prazer em orar pelos outros e alegre-se na oportunidade de estar em comunhão com os irmãos! De fato,
a beleza da comunhão só pode ser desfrutada porque Deus em Cristo, por meio da Sua graça, nos
tornou um.
H áresponsabilidade
muita expectativa no nascimento de um bebê. Trata-se do início de uma longa jornada de
e dedicação. Meus pais contam que certa vez me levaram ao médico,
preocupados com o meu tamanho. A resposta do médico foi que eles olhassem para o
tamanho deles, pois ambos eram de estatura baixa. Não havia muito o que fazer. Na vida cristã
também precisamos ter a preocupação com o nosso desenvolvimento, ou seja, devemos estar
sempre crescendo. Há fundamentos que servem de base para o nosso crescimento e um deles é o
amor. Somos amados pelo Senhor nosso Deus e Seu amor nos conduz à excelência e à difícil
realidade da vida cristã. O amor não é impulsivo e desregulado, muito menos uma emoção
desvinculada de sentido; o amor que nos impulsiona para o crescimento na vida cristã é
criterioso e, algumas vezes, sacrificial, abnegado e altruísta, humilde e gracioso.
Outro aspecto fundamental no crescimento da vida cristã é a excelência. O apóstolo Paulo
nos recomenda experimentar coisas excelentes. Tal decisão é produto de uma sincera reflexão
sobre a vida e permite ao cristão realizar discernimentos e buscar coisas excelentes. Além disso,
podemos distinguir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, o que nos permite fazer
escolhas excelentes, pensar e enxergar os privilégios da vida cristã, sem a necessidade de viver
de emoções. Amor e excelência nos levam à integridade e à sinceridade, bem como a uma vida
que busca o crescimento no Senhor de maneira clara como a luz do sol, sem a obscuridade que
pode expor as falhas de caráter. As pontas soltas de um tecido, se puxadas, destroem os fios.
Nossa vida cristã deve ser clara e sem pontas para que possa resplandecer mais e mais como a
luz da aurora.
Devemos batalhar pelo nosso crescimento, olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé,
definindo bases para isso. Reconhecer o amor de Deus, viver com discernimento, com excelência e
transparência, sem nada a esconder.
A lgumas vezes, quando eu e meu irmão brigávamos, meu pai, como um bom pastor, passava
um sermão em nós. Suas palavras ecoavam na intenção de entendermos que deveríamos ser
unidos porque, no futuro, seríamos somente nós dois. Na prática, nosso pai nos punha
abraçados por 10 minutos para que nos acostumássemos um com o outro. Esse procedimento
marcou a minha vida, exemplificando o que deveria ser a união. A igreja do Senhor também
deve ser unida. Mais do que externada por abraços, a nossa união tem origem no Senhor. Nossa
união é interna, não externa. Ainda haverá a possibilidade de discórdia, mas mesmo vivendo em
perspectivas diversas, somos chamados à vida em união. Não somos unidos por interesses ou
desejos particulares, mas de coração, mente, alma e atraídos pelo mesmo poder, o do Senhor
Jesus Cristo. Como disse, a discórdia é uma possibilidade, uma tragédia que debilita a igreja.
Cristo nos encoraja a sermos unidos, a recebermos consolação de amor e a experimentarmos a
compaixão do Espírito Santo. Não existe benefício e nem beleza na desunião. Diante de tudo o
que recebemos do nosso bondoso Deus, devemos retribuir com amor expresso na união do povo
de Deus.
O que causa desunião e desânimo na igreja do Senhor? Talvez um afeto não correspondido por alguém?
Talvez uma expectativa criada e frustrada por não estar no nível desejado? Talvez uma resposta dura
ou indelicada feita por alguém querido? Muitas razões podem surgir para justificar a desunião. Mas os
motivos para a união são eternamente superiores. Devemos ser unidos porque a fonte da nossa união é o
Senhor Jesus Cristo. Que o nosso bondoso Deus nos faça enxergar o nosso pecado, atos violentos e
ingratos! Que Deus nos ajude a enxergarmos nosso estado e nos proteja da discórdia! Que diante de
todas as bênçãos que recebemos do Senhor, possamos manter o vínculo da paz!
C omo e quais são os meios para que possamos desenvolver uma boa unidade espiritual? O
texto de Filipenses 2.3-5 nos incentiva a buscarmos um padrão diferente de conduta, visando
à união. Sem egoísmo é a orientação dada para desenvolvermos uma união exemplar.
Significa que não devemos nutrir espírito partidário, facções, rivalidades. Outra atitude que deve
ser evitada para construirmos um espírito unido é a busca pela vanglória. Evite o orgulho, a
autopromoção! Busque a humildade! Jesus veio salvar os humildes de espírito, os mansos. Ele
ouviu as orações dos abatidos. Outro meio que nos faz unidos é o cuidado com os outros, a
oportunidade de nos envolvermos com outros irmãos. A ideia é que enquanto nos ocupamos
com nossos próprios interesses e nossas preocupações devemos também nos importar com as
outras pessoas. Cristo deve ser o nosso modelo: Ele foi humilhado, cuspido, maltratado e morto.
Cristo não olhou para as suas próprias necessidades, mas para os outros como superiores a ele!
Devemos buscar um padrão elevado de união espiritual, que só pode vir por meio de dedicação; nosso
modelo é o Senhor Jesus Cristo. Mesmo sendo maltratado, humilhou-se até a cruz para que pudéssemos
ter a salvação eterna. Elimine o que atrapalha você nessa busca para pelo padrão elevado de união.
J esus é o modelo de unidade espiritual. A preocupação é que a igreja de Cristo seja uma
evidência espiritual desde os primeiros versos do capítulo 2 de Filipenses. Chegamos aos
versículos 5-8 e a pergunta que surge é: quer saber como é ser uma igreja unida na prática? O
apóstolo Paulo demonstra isso por meio do exemplo de Jesus Cristo. Cristo é o modelo de
humildade. Parafraseando, ele mesmo disse isso quando afirmou: “Aprendei de mim, porque
sou manso e humilde de espírito. É dessa maneira que quero que vocês amem, de maneira
sacrificial.” Jesus, o Deus do universo, veio a esta terra e se limitou assumindo a forma de um
homem, embora estivesse em outro patamar. O Deus eterno não contou como algo que devesse
se agarrar e assumiu a forma de um homem, mortal, limitado. Todos os que foram alcançados
com a graça de Deus vivem como cidadãos de outro reino. Não devemos nos apegar a isso, mas
devemos viver de maneira humilde. A humildade de Jesus nos ensina como alcançar a união.
Cristo é o nosso modelo de união, devemos ser parecidos com Cristo inclusive na forma como ele
procedeu no processo da redenção. Jesus nos deu o exemplo a ser seguido. Ele nos convidou para
sermos mansos e humildes, vivendo de modo a não nos apegarmos às coisas que temos, mas viver de
modo que possamos refletir Cristo por meio de nossas vidas.
| 201 |
O mesmo texto de ontem? Sim! A razão disso é porque aqui temos o maior milagre que Deus
realizou. Jesus se tornou homem para que pudesse morrer por nós. Ele não é só o nosso
modelo perfeito. Embora Jesus tivesse todo o direito de reivindicar sua soberania e se
agarrar a ela, Ele resolveu não se apegar a isso e renunciou ao Seu direito, suas vantagens e
privilégios como Deus. Isso não significa que ele tenha deixado de ser Deus. Se assim o fosse,
ele ainda estaria pendurado na cruz. Mas Cristo deixou a glória imediata de Deus pela presença
dos homens, trocou o louvor dos anjos pelas cusparadas dos homens, o lar celestial pela prisão
que antecedeu sua morte. Esvaziou-se da glória imediata. Esvaziou-se de autoridade
independente, deixou de lado o exercício voluntário de sua própria vontade. Esvaziou-se do
direito de ser igual a Deus em gloriosa majestade e poder. Deixou de lado o direito ao uso das
suas características como Deus. Deixou de ser onisciente? Não. Onipotente? Não. Deixou de ser
Deus? Não. Simplesmente não usou os Seus atributos. Também abriu mão da sua riqueza,
tornando-se aqui na terra terrivelmente pobre.
Tudo isso é teologicamente incrível; sem dúvida. Mas hoje o mais importante é a razão
pela qual Paulo dá essa aula de cristologia, a saber, “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo
Jesus”.
A morte de Cristo na cruz é o maior milagre que aconteceu na história da humanidade, mas para isso
acontecer algo extremo foi necessário. Cristo se esvaziou e isso foi algo extremamente custoso para
Ele: foi sacrificial. Jesus nos salvou, mas para isso ele teve que abrir mão de toda a Sua glória para nos
redimir. E isso nos dá uma lição: viva para Cristo, de modo que Seu exemplo de humildade seja uma
marca na sua vida como seguidor de Cristo.
A humildade nem sempre é uma ideia aceita pela sociedade, mas é o princípio bíblico para
aqueles que buscam a união da igreja de Cristo Jesus, do mesmo modo como foi para Jesus,
o resultado da vida de humildade é a exaltação. Esse é um princípio não ensinado apenas
por Paulo, mas pelo próprio Senhor Jesus, quando afirmou: “Pois todo aquele que a si mesmo se
exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12).
Esse é um princípio que, na administração de Deus, anda na contramão da sociedade. Vez por
outra nos deparamos com afirmações de que quem se humilha será exaltado, é servindo que
seremos servidos, quem quer ganhar a vida deve perdê-la. Deus exaltará os humildes e
demonstra esse fato quando exaltou o Senhor Jesus Cristo que foi ressuscitado, colocado em
posição de majestade. A Jesus foi dado um nome com honra quando foi chamado de Senhor. No
futuro, todo joelho se dobrará diante do Senhor. Quem crê no Senhor Jesus como Salvador
precisa entender que a busca e o percurso para a construção de uma união saudável levam a
exercer a humildade e, no fim das contas a humildade será recompensada, assim como foi com
o Senhor Jesus Cristo.
Somos salvos para sofrer junto com Cristo, reconhecemos a dificuldade que é ser cristão nessa terra,
mas somos chamados à humildade. A vida cristã, bem como as dificuldades e desafios que a
acompanham serão recompensadas por Deus quando o Senhor nos exaltar. Tal exaltação só é possível
por conta da redenção realizada na cruz pelo Senhor Jesus Cristo.
D eacreditam
quem é a responsabilidade pelo seu desenvolvimento espiritual? Algumas pessoas
que tal tarefa pertence integralmente a Deus, outras pensam ser isso uma
responsabilidade integral da pessoa. A instrução dada por Paulo é: “...desenvolvam a sua
salvação...”. O ponto chave no verso está em destaque: trabalhe na sua salvação. Essa afirmação
não tem relação com a obra salvífica de Jesus Cristo, mas com o resultado que vem quando
alguém é salvo. Em outras palavras, pode ser entendido como: já que você é salvo, desenvolva a
sua salvação para alcançar a plenitude, viva em uma busca diligente para descobrir e viver os
resultados da salvação ofertada pelo Senhor Jesus Cristo. A ideia é comparável à extração de
pedras preciosas de uma mina. A riqueza e os valores estão lá enterrados, mas a tarefa de extrair
as riquezas é do minerador. Todo crente precisa externar todas as preciosas pedras de caráter
que Deus implantou com a salvação. Devo explorar o que já é meu, vivendo todos os dias de
modo santo. É o processo de colocar para fora tudo o que Deus concedeu com a salvação.
Fomos salvos em três aspectos basicamente: (1) fomos posicionalmente salvos com o ato de
Cristo na cruz. Nesse sentido, passamos de filhos das trevas para filhos da luz; (2) estamos
sendo salvos hoje do poder do pecado; e (3) somos salvos da condenação do pecado. Enquanto
estamos em processo aqui na terra, precisamos externar as riquezas da salvação ofertada por
Deus.
Trabalhe na sua salvação hoje! Estamos aguardando a glorificação. Até lá, precisamos viver a
perseverança dos santos. A salvação é um trabalho exclusivo de Deus. Mas o processo de salvação
demanda expor todas as riquezas que foram implantadas por Deus. Em 1Timóteo 4.15 Paulo diz:
“Medite estas coisas e dedique-se a elas, para que o seu progresso seja visto por todos.” Trabalhe a sua
salvação!
Escreva algumas mudanças ou melhorias que você pode implementar hoje em sua vida para que isso
aconteça!
o Deus da Bíblia, é pessoal e está envolvido com Seus filhos. O Deus da Bíblia tomou a
iniciativa de Se comunicar com o ser humano. Ele busca um relacionamento íntimo e profundo
quando vem morar no crente. Ele faz isso não porque dependa do ser humano para existir, mas
por sua própria satisfação e alegria em realizar a sua própria vontade. Nós cristãos, salvos pela
graça de Deus, temos o privilégio não só de servir ao Deus do universo, mas de manter um
relacionamento verdadeiro com ele. Nós conversamos com Deus e O ouvimos falar,
experimentamos o Seu conforto, sentimos o Seu consolo e a Sua paz. Temos a oportunidade de
cumprir sua vontade que só pode ser cumprida com ajuda divina; algo que torna a ação de Deus
mais impressionante. Deus nos ajuda a cumprir as suas próprias exigências. Ele trabalha em nós
para realizar Seu próprio prazer, para efetuar o que Ele exige. Na prática seria assim: Deus nos
chama para sermos santos, e trabalha em nós para efetuar a santidade exigida. Essa é a vida
cristã, Deus habitando em nós. Esse é o progresso da santificação, é a movimentação do crente
para ser parecido com Cristo. Por isso Deus exige tudo o que nós somos, mas também exige
tudo o que Deus é em nós e tem investido em nós; essa é a singularidade da vida do crente.
Deus está trabalhando em você. O mesmo Deus que o justificou, vai trazer a santificação. Deus,
imutável, glorioso, soberano, majestoso, justo, santo, gracioso, misericordioso, aquele que governa
todas as coisas e sempre cumpre a sua vontade, está trabalhando em e por você. Ele nunca se frustra;
sempre faz o que deseja.
P orexemplo
que os exemplos são importantes? Por que algumas vezes é mais fácil ensinar mostrando o
do que simplesmente falando ou comunicando, formulando regras ou padrões? A
resposta para essas perguntas está no fato de que a oportunidade de exercitar o que se diz é a
capacidade de viver na prática o que se espera de um cristão, por meio do exemplo. Dessa
forma, saímos da esfera e do campo teórico e passamos para o exercício do que já foi
assimilado. Paulo, Timóteo e Epafrodito, embora cada um tenha a sua particularidade, todos
ilustram um mesmo princípio de serviço altruísta, humilde e espiritual. Paulo exemplifica a sua
vida de serviço sem reclamação, murmuração ou queixas. Tudo o que fazia desenrolava na sua
intenção de servir de maneira sacrificial e alegre ao Senhor. Timóteo exerceu na prática a
oportunidade de realizar e fazer com que a união do povo fosse presente em todos os lugares.
Tal união era necessária para encorajar o povo que enfrentava perseguições e falsas doutrinas.
Ele teve a oportunidade de reencontrar Paulo e alegrar o seu coração quando trouxe notícias do
povo de Deus. Timóteo viveu na prática uma vida de serviço ao Senhor.
Ser exemplo é a oportunidade de viver o que se prega e dizer para todos que construir uma vida
autêntica é possível. Algumas pessoas, muitas vezes, inundadas pela prática do pecado, vivem uma vida
de aparências, mas quando decidem viver no serviço do Senhor elas têm a oportunidade de mostrar
uma vida piedosa. Devemos servir ao Senhor, e esse serviço precisa ser inundado pelo amor a Deus,
exercido de modo altruísta, humilde e espiritual. Quem está seguindo seu exemplo hoje? Como você tem
impactado vidas com o estilo de vida cristã que você vive?
Semana 28 | Dia 191 | Segunda | Filipenses 2.25-30
O Nesse texto,quePaulo
diferencia e destaca o verdadeiro cristão daqueles que não pertencem a Cristo?
quer destacar que realmente existe diferença. No texto é dito que existem
dois grupos. O primeiro fala de pessoas semelhantes a cães, maus obreiros e falsos
circuncisos. O segundo é composto por aqueles que adoram a Deus e glorificam a Jesus Cristo e
não confiam na carne. Em suma, o texto faz distinção entre os que são religiosos, mas que ainda
vivem sob o poder do pecado e da carne e os que vivem sob o poder do Espírito Santo e não
confiam em si mesmos para a salvação. Esse tema é recorrente no Novo Testamento, e vez por
outra somos confrontados pela Palavra para analisarmos se realmente permanecemos na fé no
Senhor Jesus Cristo (cf. 2Co 13.5). Talvez a melhor pergunta para ser feita é: onde eu me
encaixo? Analise se você realmente é um cristão! Verifique se você recebeu a salvação em Jesus
Cristo por meio de Sua morte e ressurreição como um presente de Deus. Se você a recebeu
confessando seu pecado e voltando-se para Cristo. Efésios 2.8,9 diz: “Porque pela graça vocês
são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie”. Se esta tem sido a sua experiência, você é a verdadeira circuncisão. Por
outro lado, se você está fazendo qualquer coisa para ganhar a salvação de Deus, isso significa
que você é falsa circuncisão, isto é, apenas um religioso.
A salvação que Deus oferece não é evidenciada pela nossa religiosidade, que é enganosa e prejudicial.
Deus quer verdadeiros crentes, salvos pela graça de Deus, e que realmente estejam comprometidos com
Deus e Sua Palavra. Cuidado com os falsos mestres e falsos crentes cuja intenção é fazer discípulos
iguais a eles ou piores que eles. A vida dos verdadeiros cristãos é evidenciada por um relacionamento
íntimo e profundo com Deus, não um ritual. Nesse relacionamento há justiça, não religião.
Viver para Jesus Cristo, ser salvo pela Graça de Deus, é reconhecer que a justiça de
Deus se fez real na sua vida de tal forma que a transformou de um processo religioso centrado
em si mesmo e sem sentido para uma vida de adoração, serviço e submissão a Jesus Cristo. Em
outras palavras, uma vida que glorifique a Deus, sem enganos, sem processos que mudam a
mensagem de Cristo ou Sua Palavra. Não confiar na carne é a instrução de Paulo. Mesmo ele
tendo todo o reconhecimento dos judeus por conta de sua história e preparo, e mesmo tendo
todas as credenciais para ser um religioso orgulhoso, Paulo abandona tudo e, com seu exemplo,
nos mostra que nada disto importa para a obra de Cristo: suas antigas credenciais, sua antiga
tradição e sua antiga prática ritualística. Cristo nos presenteou com Sua graça, e não há orgulho
nisso, mas há fidelidade a Deus. A salvação não é produto de um ritual, nem por linhagem ou
raça ou por posição ou status. A salvação não é por tradição nem produto da religião, nem por
sinceridade ou justiça da lei.
A salvação oferecida por Jesus Cristo é produto da graça de Deus. Muitas pessoas podem se confundir
pensando estar no caminho certo, talvez porque estejam imitando alguém ou por um comando ou por
obrigação, mas a salvação dada por Jesus Cristo é resultado da obra que Cristo fez na cruz, pagando o
preço da ira que estava sobre Ele e que pertencia a nós, os pecadores.
A lgumas pessoas podem ter uma leitura sobre elas mesmas de modo grandioso, talvez pelos
recursos financeiros ou por conta do histórico familiar e sua relevância
na sociedade, valores que o mundo busca. O apóstolo Paulo, ao considerar todas essas
coisas, definiu-as como sendo lixo. Vale a pena trocar por Jesus Cristo todos os bens materiais
ou a opinião sobre si mesmo. Essa é uma troca de todas as suas riquezas e obras por tudo o que
Jesus Cristo infinitamente é e fez. Eu troco tudo o que sou por Jesus Cristo. Uma pessoa que
está disposta a viver para Cristo está disposta a pagar o preço por segui-lo. Qualquer que seja o
custo, ela está disposta a abandonar tudo por Cristo. E se alguém perguntasse a Paulo: o que
você daria em troca por Jesus Cristo? Ele responderia: darei tudo em troca da minha alma
porque é valiosa, estou disposto a entregar tudo por Cristo. Esta é a mensagem: Cristo nos salva.
Outra coisa além disso é idolatria.
Sua relevância e importância na sociedade não garantem a salvação em Jesus Cristo; só Jesus Cristo
salva. Todo aquele que realmente quer seguir a Cristo deve estar disposto a entregar tudo a Cristo.
Paulo considerou que tudo o que podemos achar importante sobre nós mesmos é considerado sem
valor, sem sentido, sem razão, ou seja, como lixo quando se trata de alcançar a salvação. Entregue-se a
Cristo como oferta para sua salvação. Tenha certeza de que isso já é uma realidade, glorifique a Deus e
viva de maneira digna da salvação que lhe alcançou.
O objetivo da vida cristã é sermos semelhantes a Jesus Cristo. Para buscar e alcançar esse
objetivo, devemos estar diretamente comprometidos com a vida de santidade. Muitas vezes,
durante a caminhada cristã, podemos perder de vista o nosso objetivo. Podemos perder o
foco quando buscamos respostas para nossas dúvidas. Algumas pessoas buscam a Deus e ao Seu
povo para suprir uma solidão, outras para responder as suas curiosidades, outras para se
sentirem importantes, mas nada disso reflete nosso objetivo. Se houver desvio de propósito,
você já perdeu o foco. Todo aquele que buscar ser semelhante a Cristo, tem a Palavra de Deus
como base para sua vida. Um crente cheio do Espírito Santo e que deixa a Palavra de Deus
habitar em sua vida progride fielmente em direção ao objetivo. Algumas recomendações para
alcançarmos o objetivo: 1. Seguir exemplos; algumas pessoas podem nos ensinar na prática
como devemos proceder; 2. Fugir dos inimigos; 3. Focar nas expectativas.
Algumas igrejas estão fracas e desestimuladas porque perderam o foco. A simplicidade da
vida cristã é ser como Cristo. Isso nos envolve de tal maneira que seremos plenamente supridos
em todas as áreas. Garante que nós viveremos para glorificar a Deus, também garante que todos
os nossos relacionamentos serão do agrado de Deus porque são corretos.
Além disso, mantenhamos os olhos na Eternidade. Lá onde está a maior parte da nossa
história. Que cada passo aqui seja vivido como quem tem a Eternidade gravada nos seus olhos,
tal como orou Jonathan Edwards.
Esses relacionamentos nos direcionam de modo correto no serviço, de modo que teremos presença
relevante no evangelismo e no discipulado. Muitas vezes, estamos tão preocupados em mostrar para
outras pessoas o que podemos fazer que acabamos perdendo de vista o que realmente importa, ou seja,
Cristo!
E muitas vezes estamos tão ocupados com “as coisas desta vida” que esquecemos onde é a nossa pátria.
Como tem sido a sua vida quanto a isso?
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Semana 29 | Dia 198 | Segunda | Provérbios 6.6-11
TCHAU, PREGUIÇA
e eu lhe perguntasse o que você prefere fazer num dia de chuva, creio que
me diria que prefere ficar em casa “maratonando” uma série embaixo do
cobertor a acordar cedo e ir estudar ou trabalhar não é mesmo? Isso porque todos nós, de um
modo ou de outro, somos tentados pela preguiça.
Salomão sabia bem disso e, portanto, encorajou seu filho a lidar com a preguiça com
sabedoria. Ele usa o exemplo da formiga (que mesmo sem chefes, pais ou professores,
trabalham para prover para si mesmas) para mostrar que o descanso em excesso é errado, pois
fomos feitos para o trabalho, para a ação.
Assim, por meio de várias perguntas o autor bíblico busca não uma resposta verbal, mas
uma resposta prática, uma ação. Ou seja, não deixe o dia passar sem ter produzido nada de bom.
Assim, vemos que o melhor remédio contra a morosidade é a produtividade. Não adianta
esperar a preguiça ir embora, pois ela é viciante. Quanto mais não faço nada, menos quero fazer.
A preguiça não vai embora sozinha, é necessário ao servo de Deus ação, do contrário passaremos por
dificuldades na vida e precisaremos com urgência correr atrás de estudo e trabalho. Devemos lembrar
que Deus nos criou para sermos úteis e produtivos e, por isso, cabe a cada um de nós abraçarmos a
responsabilidade e o trabalho. Existe algum projeto ou sonho que você está deixando para depois? O
conselho de Deus é que você comece a agir hoje. Afinal, o sábio não é preguiçoso, mas trabalhador.
A INSISTÊNCIA DA SABEDORIA
C reio que você também não goste de ver uma criança birrenta no supermercado, ou um
vendedor que não para de oferecer um produto, ou ainda um número telefônico não
identificado que não para de ligar, não é? Mas, diferente dessas pessoas insistentes que querem
tirar algo de nós, a sabedoria age de modo insistente para nos oferecer um presente.
No texto de hoje, a sabedoria, personificada numa pessoa, vai atrás dos que necessitam de
seu auxílio. Ela age como um ser que não se esconde de nós, antes, ela sai pelas ruas chamando
a atenção de seguidores que queriam viver de modo diferente, sábio. Assim, ela também
exemplifica o próprio Deus, que sai em busca de nós pecadores, pois, se Ele não nos buscar,
jamais iremos até Ele. “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o
ressuscitarei no último dia” (Jo 6.44).
A mensagem que a sabedoria grita pelas ruas é: “A vocês, homens, eu clamo; a todos levanto a minha
voz. Vocês, inexperientes, adquiram a prudência; e vocês, tolos, tenham bom senso” (v.4-5). Tal
mensagem é incrível, pois além de generosa é também aberta aos mais “inexperientes” e “tolos”, ou
seja, pessoas que aos nossos olhos não têm esperança para mudar suas práticas de vida. Mas esse, de
fato, é o tamanho do poder e do amor de Deus, ilimitado e disponível a todos os homens, mesmo aos
mais vis pecadores, como nós. E você? Tem ouvido aos convites e chamados da sabedoria? Lembre-se,
aos olhos de Deus, todos podem ser sábios.
O VALOR DA SABEDORIA
N asaber
era das redes sociais, muitas são as vozes tentando chamar nossa atenção. A questão é
em quem confiar. Hoje, vemos a sabedoria chamando a atenção de seus ouvintes (cf.
8.1-5) declarando possuir coisas importantes a dizer para quem quer seguir a Deus: “ouçam,
pois tenho coisas importantes para dizer” (v.6). E ainda explica a importância de ser ouvida
pois, seus “lábios falarão do que é certo” (v.6b) e sua boca “fala a verdade, pois a maldade
causa repulsa aos meus lábios” (v.7).
Assim, os conselhos de Deus devem ser a palavra final na vida de Seus filhos, pois “todas
as minhas palavras são justas; nenhuma delas é distorcida ou perversa” (v.8). Não podemos
admitir outra voz nos guiando, além da voz de Deus. E isso fica nítido quando Salomão prova
como a sabedoria muda e molda a vida dos que seguem ao dizer que para os que tem
discernimento e conhecimento (dos que já provaram da sabedoria), tal palavra se prova “clara”
e “reta” (v.9).
Tal verdade é ecoada no Novo Testamento quando Paulo explica o papel da Bíblia na vida do cristão:
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a
instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2
Tm 3.16-17). Nesses termos o convite da sabedoria, ou melhor, de Deus, é para que, num mundo de
muitas vozes, possamos ouvi-lo acima de todas as outras. Qual voz você tem ouvido? Seja sábio, ouça
sempre a voz de Deus!
A FESTA DA SABEDORIA
A inda com a sabedoria como grande protagonista de suas explicações, o autor traça uma nova
ilustração apontando uma grande festa que ela preparou aos seus seguidores. O primeiro
passo para a festa foi preparar o lugar (v.1). Para os judeus o número sete indicava perfeição
ou suficiência. Assim as sete colunas possivelmente indicam os ensinos perfeitos da sabedoria
apresentados anteriormente (caps. 1-8). Após o local, ela preocupa-se em organizar o banquete
(v.2) e o faz com o que tinha de melhor. Porém, não adianta dar uma festa sem ter com quem
compartilhar. Assim, o último passo foi chamar os convidados (v.3). Agora, é de se pensar que
a sabedoria convidaria seus semelhantes, os sábios, para desfrutarem com ela. Porém, ela chama
os seus opostos, os inexperientes (v.4). Se você conhece o Novo Testamento, é provável que
você tenha notado o paralelo entre esse convite e o convite da parábola que Jesus conta sobre o
rei que deu um banquete de casamento a seu filho. Após ter sido rejeitado pelos convidados
mais nobres, abriu a entrada aos pobres e marginalizados da cidade (Mt 22.1-14; Lc 14.15-24).
Seguindo essa linha, o próprio convite da sabedoria (v.5-6) também encontra eco no convite do
evangelho feito por Jesus: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para
sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. [...] Pois a minha carne é verdadeira
comida e o meu sangue é verdadeira bebida” (Jo 6.51, 55). Você consegue ver o paralelo que há entre
sabedoria e andar nos caminhos de Deus? E você? Já aceitou os bondosos convites de Deus?
É sempre bom receber uma mensagem, tanto hoje via redes sociais quanto no primeiro século
por meio de cartas. O Apóstolo Paulo usava o recurso de envio de cartas para as igrejas que
havia fundado, visando fortalecer a fé dos cristãos daquela localidade. Não foi diferente ao
endereçar uma carta junto com Silas e Timóteo (v.1) para a igreja em Tessalônica.
Na primeira parte da carta, Paulo destaca motivos de gratidão pelos irmãos de Tessalônica.
Há uma prática comum e constante de dar graças a Deus pelos membros daquela comunidade,
mas ele dá ênfase ao texto quando usa um tempo verbal para relembrar os motivos dessa
gratidão, que são:
- O trabalho fiel ou operosidade da FÉ, uma obra ou trabalho que era resultado da fé,
mostrando que eram operantes como resultado da graça salvadora em suas vidas. A fé em ação.
- Atos de AMOR ou esforço e fadiga, estando disposto a fazer por outra pessoa de modo
prático, mesmo que ela não mereça ou não possa retribuir.
- Firmeza da ESPERANÇA, essa virtude está ligada diretamente ao retorno do Senhor
ou o encontro com Ele.
Três elementos essenciais da teologia paulina: fé, amor e esperança – (cf. 1Co13.13, 1Ts
5.8).
Ore, dando graças a Deus por sua vida, seus familiares e por irmãos da sua comunidade.
Ore para que você tenha uma mente ativa para trazer à memória os motivos corretos para colocar em
suas orações assim como vimos acima.
Avalie e coloque diante do Senhor: como anda seu trabalho para o Senhor? Como andam suas
atitudes de amor para com o próximo? Como anda sua certeza na confiança de que só há esperança
em Jesus mesmo em meio às crises?
Semana 31 | Dia 212 | Segunda | 1Tessalonicenses 1.4-5
Q uando recebemos uma mensagem, algumas vezes há uma falha de quem deseja transmitir ou
mesmo por parte de quem a recebe. Isso não é novidade em nossa era como não oi na época
do Apóstolo Paulo. Em nossos dias, logo em seguida há uma frase ouvimos: “...não foi bem
isso que eu quis dizer...”
Em nosso texto base de hoje, em especial no versículo 5, são apresentadas três
características da mensagem que estava sendo anunciada. Não foi somente de palavra e nem
declarações vazias, sem conteúdo e significado como muitos fizeram ao anunciar Jesus Cristo.
Alguns o fizeram baseados em “achismos” ou pelos motivos mais diversos (Fp 1.15), sem
apresentar a razão da esperança que havia neles (1Pe 3.15).
No poder do Espírito Santo há uma participação do homem, sim. E essa participação é
capacitada pelo próprio Espírito. Veja o que Paulo diz em 1Coríntios 2.4. Em plena convicção e
total confiança, ele afirma que a mensagem que estava sendo apresentada é confiável. Confira
em Romanos 1.16, sobre o poder do evangelho.
Em oração, avalie sua mensagem, seu falar. Como tem sido? Com um conteúdo baseado na graça de
Deus? Suas palavras são “ao vento” ou você tem sido dirigido pelo poder do Espírito Santo? Você tem
a plena convicção das boas novas de Jesus Cristo?
C omo é gratificante terminar uma tarefa! Desde as mais corriqueiras até as mais desafiadoras,
a sensação de realização é plena. Ao olharmos para esse trecho de 1Tessalonicenses 1.1-10,
em especial os versículos 6,7,8, podemos notar o apóstolo Paulo apresentando três
realizações para com sua atuação junto aos de Tessalônica.
Não só se tornaram imitadores de Paulo, Silas e Timóteo, humanos e falhos, mas também
do Senhor Jesus, homem/divino sem pecados. Eram imitadores na alegria em meio às aflições e
dificuldades. De fato, esse é um grande exemplo a ser seguido tanto dos apóstolos como do
Senhor Jesus (Hb 12.2) que, mesmo em meio ao Seu sofrimento não perdeu a alegria. Alegria
não está atrelada a sentimentos, nem a situações, é um sentimento interno que vem com o novo
nascimento em Cristo Jesus, pois é um dos frutos do Espírito Santo na vida dos salvos (Gl 5.22).
Após serem imitadores, a segunda realização é tornar-se modelo, um exemplo para os demais
cristãos.
A fé deles se tornou conhecida por toda a parte, ou seja, além da região onde estavam, eles
divulgaram amplamente a mensagem para outras regiões. Podemos dizer que estava em
andamento a propagação das boas novas como vimos anunciado e ordenado em Atos 1.8.
Apesar das circunstâncias, você tem se tornado um imitador de Jesus? Mesmo que o ambiente de seu
trabalho, escola, casa não seja favorável para testemunhar com palavras, sua vida tem sido um
testemunho de que você é um imitador de Jesus Cristo? Sua fé, sua confiança em Jesus tem se
tornando um testemunho para os que não creem no evangelho e, ao mesmo tempo, um estímulo para
outros cristãos a crescerem no conhecimento de Jesus? Como anda sua alegria no Espírito Santo?
J oão Calvino, o teólogo e um dos principais líderes da reforma protestante, cunhou a frase: “O
coração humano é uma fábrica de ídolos”. Quão verdadeira é essa frase, pois o nosso coração
é capaz de produzir ídolos que prometem satisfação, mas não cumprem. Podemos ter desejos
legítimos como casamento, filhos, um bom emprego, mas com o passar do tempo se tornam
ídolos em nossas vidas. Os piores ídolos não são as estátuas, mas sim aqueles que estão em
nossos corações como diz Ezequiel 14.3-5.
Olhando para os cristãos de Tessalônica, Paulo tinha motivo de alegria em saber que eles
deixaram os ídolos. Mas a alegria se torna completa quando eles retiram os ídolos das suas vidas
substituindo por um Deus verdadeiro, passando a seguir e a servir a esse Deus e aguardam dos
céus o Seu Filho que os livra da ira vindoura. Aqui, tal como exposto em Efésios 4.20-29, foi
aplicado o processo de despir-se do velho homem e revestir-se do novo homem. Esta é nossa
luta constante em nosso processo de santificação: matar os desejos e intenções enganosas do
nosso coração para revestir-nos do que é novo e saudável, pois é inerente ao nosso coração
buscar algo para adorar. Então adoremos o Deus verdadeiro!
Em oração, avalie: o que tem ocupado o lugar do Senhor seu coração? Enumere alguns desses ídolos.
Quais serão os passos práticos para se livrar dos ídolos do seu coração? Você tem se dedicado a servir
ao Senhor em gratidão pela obra que Ele fez em sua vida? Você tem anseio pela volta do Senhor Jesus
ou isso é algo que você não considera?
C reio que você já passou por situações em que foi exigido algo de você. Algumas exigências
são corriqueiras, mas outras demandam mais esforço e comprometimen-
tos com a situação. Nesta parte de 1Tessalonicenses 2.1-12, o apóstolo Paulo apresenta
algumas exigências que surgem para que o trabalho dele, o seu ministério, possa ser executado
com excelência. Há aqui uma extensão para as nossas vidas.
Ele apresenta que a estada entre os irmãos daquela igreja não foi infrutífera, ou seja, houve
frutos mesmo que em sua passagem por Filipos ele tenha sido maltratado e ultrajado. Assim,
Paulo apresenta o que foi necessário, o que foi exigido para que chegasse a anunciar a
mensagem de Deus para aqueles de Tessalônica.
Ele foi ousado e confiante, não em seus recursos ou em seu histórico como apóstolo, mas
sim em Deus. Sua confiança e ousadia em anunciar as boas novas da salvação na dependência
do Senhor, também exigia não usar do engano para com seus ouvintes. Infelizmente, hoje são
muitos os que se utilizam de artimanhas ou armadilhas para atrair fiéis, enganando a muitos com
esse tipo de discurso. Havia também a exigência para que ele fosse aprovado. Aprovação é uma
palavra culturalmente importante, pois aqueles que desejavam um cargo público eram colocados
à prova para ver se eram dignos. Essa aprovação não era por parte de homem algum, mas sim
por parte do Senhor, que conhece os corações como diz o final do verso 4.
Ore e avalie sua vida. Quais são as exigências que o Senhor tem solicitado a você? Como tem sido sua
confiança ousada para proclamar as boas novas? Ou você nunca se preocupou em anunciar o
evangelho? Agora chegou a hora. Seu falar é centrado em você, nos seus feitos ou no Senhor? Como
anda sua aprovação diante do Senhor? Ele tem considerado você um servo bom e fiel?
N unca foi tão defendido ou requisitado que sejamos aprovados nos mais diversos seguimentos
de nossa sociedade. Por exemplo, aprovado em um teste para se passar de ano, ou em uma
disputa para uma vaga de emprego, ou como ser um filho que os pais aprovam, ou mesmo
dentro do círculo dos amigos. Ser aprovado na era das redes sociais é refletido em altos
números de seguidores e curtidas.
Releia o verso 4 “Pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de Ele nos
confiar o evangelho, assim falamos, não para agradar as pessoas, e sim para agradar a Deus,
que prova o nosso coração.”. Veja que aqui a preocupação do apóstolo Paulo é agradar ao
Senhor, não aos que estão à sua volta. Isso é desafiador, pois no nosso dia a dia, estamos sempre
desejando a aprovação de homens, mas aqui é proposto que invertamos essa condição, pois
quando agradamos ao Senhor as demais coisas são ajustadas (Mt 6.33).
A palavra “aprovado”, utilizada no Novo Testamento, é δοκιμάζω (dokimazō) e significa
“testar, examinar, provar, verificar (ver se algo é genuíno)”; como acontece, por exemplo, com
os metais. Era também uma característica esperada de funcionários que tinham a
responsabilidade de cunhar moedas de prata para o Império Romano, pois esses tinham que
entregar o peso compatível de moedas com a prata que fora entregue.
Mas quanto a nós, o desafio é que sejamos aprovados pelo Senhor, mas aprovados em
quê? No nosso proceder, nos relacionamentos com iguais, com superiores, com nossos
governantes, com familiares, a forma como tratamos os recursos que o Senhor empresta a cada
um de nós, enfim, estamos em constate processo de aprovação pelo Senhor.
Ore e avalie. Como anda a sua aprovação diante do Senhor? Você tem sido considerado pelos que
estão à sua volta como uma pessoa confiável (aprovada) ou reprovada? Você tem buscado ser
aprovado por homens? Confesse e abandone esse pecado. Volte-se para ser aprovado apenas pelo
Senhor. Peça isso em oração.
empre fui desafiado com vários versículos das Escrituras que me “puxam”
para uma vida mais comprometida com o Senhor. Por exemplo, quando a
Palavra nos mostra que o nosso viver e andar devem estar à altura de nosso chamado (cf. Ef 4.1,
Cl 1.10, Fp 1.27). Assim é o verso 12 onde lemos: “exortando, consolando e admoestando
vocês a viverem de uma maneira digna de Deus”.
Para poder chegar a essa exortação, o apóstolo Paulo tinha que ter uma vida piedosa, justa
e irrepreensível como apresenta no versículo 10. Assim, com essas características de vida santa
e piedosa, de forma honesta e sem uma razão para ser censurada, ele pode usar três palavras que
estão em uma ação contínua que exorta para uma determinada linha de comportamento.
Encoraja a continuar com o tipo de conduta correta diante de Deus, atuando em nossos
sentimentos. Admoesta e convoca para ser testemunha, externalizando uma verdade apreendida.
Tudo isso para priorizar o andar com o Senhor.
A caminhada na fé cristã é pautada não por nossa visão de mundo ou por aquilo que
achamos ser o mais correto ou justo, mas sim pelo que o Senhor pensa, pelo que o Senhor
estabelece. Pois fomos chamados para Seu reino, ou seja, não somos mais cidadãos deste reino;
temos um novo Senhor e assim temos que entender como agradar o nosso novo Senhor. Nosso
chamado é para um reino diferente.
Ore considerando: estou andando de modo digno do Senhor? Se não estou o que preciso abandonar?
Se estou andando de modo digno, o que deve fortalecer? A qual reino e rei tenho me dedicado mais?
Avalie-se sinceramente!
N ormalmente não temos a prática de dar graças pelo que recebemos, nem pelas coisas boas
nem pelas ruins. Uma postura bem diferente de Jó teve quando recebeu o que recebeu:
“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou;
e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou;
bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma”
(Jó 2.21-22).
Que percepção tinha Jó! Da mesma forma podemos ver no verso 13 que Paulo dá graças
por poder propagar a Palavra de Deus e enfatiza que os tessalonicenses acolheram como
verdade a palavra que opera eficazmente. Veja o quanto a palavra de Deus é cirúrgica em tratar
as questões da alma humana. Encontramos uma verdade contundente a esse respeito em
Hebreus 4.12: a Palavra é “viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar
os pensamentos e propósitos do coração”.
Você pode trazer à sua mente o momento em que a Palavra de Deus foi eficaz em sua
vida? Além disso, o Salmo 119.50, diz: “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua
palavra me vivifica”. “Vivificar” significa, “reanimar, revigorar, restaurar”. Essas são
propriedades da Palavra de Deus quando a deixamos atuar em nossa vida.
Ore e avalie se você tem deixado a Palavra de Deus vivificar sua vida. Você tem sido grato ao Senhor
quando a Sua Palavra o confronta? Você tem se deixado usar como um instrumento dedicado do
Senhor para propagar a Sua Palavra para outros?
D urante esses dois anos de pandemia, o sofrimento foi muito presente para todos nós. E para
alguns foi ainda maior: internações, lutos, medo, perda do emprego, redução dos
rendimentos, afastamento social, etc... Cada um de nós lida de uma forma diferente com o
sofrimento, alguns se retraem e outros precisam expô-lo.
No nosso trecho de hoje é apresentada uma série de sofrimentos que tanto Paulo como sua
audiência estavam passando. Havia uma perseguição religiosa (cf. At 7.54 a 8.1 e At 9.1-2),
onde muitos judeus se posicionaram contra “O Caminho”. O estado ainda não interferia nos
primeiros anos do cristianismo, exceto quando havia algum tumulto público ou agitação da
ordem do império e do imperador.
O grande zelo dos judeus mais nacionalistas e patriótas se exacerbava diante da
possibilidade de os cristãos provocarem a ira de Deus, como eles já haviam experimentado
sendo levados para cativeiros e se tornando escravos. O próprio apóstolo Paulo era um
perseguidor feroz da fé em Jesus Cristo (Fp 3.6). Os quais não só mataram o Senhor Jesus e os
profetas como também perseguiram os discípulos.
Veja que havia uma perseguição forte que causava mandados de prisão até execuções dos
cristãos, parte da liderança judaica tentava impedir a todo o custo o anúncio da salvação aos
gentios.
Você hoje tem sofrido por anunciar as boas novas da salvação? Qual tem sido a sua reação frente às
perseguições, seja no trabalho, na escola, no lar? Separe um tempo para orar pelos missionários que
têm investido sua vida em anunciar as boas novas do evangelho para povos distantes e hostis.
C omumente vivemos em uma confusão sobre o que é atuação de Satanás ou o que é atuação
do meu coração pecaminoso. O apóstolo Paulo tinha a dimensão exata do que era obra de
homens e do que era obra de Satanás. É um grande problema quando atribuímos a Satanás o
que é obra do homem. Em outros locais Paulo apresenta essa questão (cf. 2Co 12.7; 2Ts 2.9;
Rm 16.20).
Mas observe que o apóstolo não ficou aficionado com seu impedimento por parte do
adversário, mas se concentrou em quem era a esperança, alegria e coroa do seu ministério,
aqueles para quem ele estava direcionando sua carta. Assim, não estava menosprezando as
dificuldades, mas exaltava aqueles que estavam sendo o motivo de todo seu sofrimento,
primeiro para a glória de Deus, depois como uma credencial de seu trabalho. A esperança
apresentada aqui significa dizer que eles eram a confiança e a certeza da mudança de vidas por
meio da cruz de Jesus. E que tais vidas, agora eternas, ecoavam na recompensa na Glória!
O motivo era de alegria em ver como eles se portavam frente aos desafios e tribulações,
perseguições. Alegria em saber que o fruto era resultado da obra de Jesus. Nos jogos olímpicos
havia sempre uma coroa que era oferecida ao vencedor, como sinal de vitória, comparada às
medalhas ou troféus nos tempos modernos. A coroa aqui é muito maior; ela dura para sempre
(1Co 9.25).
Ore e avalie. Você tem colocado toda a culpa dos acontecimentos ruins em sua vida na ação de
Satanás? Qual é sua reação quando algo não sai como você planejou? Onde você busca sua esperança,
alegria, coroa, prêmio? Você tem “poupado” na Eternidade? (Tg 1.12; 1Pe 5.4).
C omo é bom quando recebemos boas notícias, quer seja de parentes ou de amigos de modo
geral. Há algumas emissoras de TV que apresentam um quadro chamado “A boa notícia!”.
Nesse momento na carta de Paulo aos tessalonicenses, ele está feliz em receber boas novas
por parte de Timóteo (v. 6) e, essas têm a ver com o desenvolvimento dos tessalonicenses na fé
cristã. Podemos notar nesse breve texto que as boas notícias continham a fé, amor, boas
lembranças e o desejo de que se encontrassem. Vemos também que o apóstolo Paulo é
revigorado pelo crescimento daqueles irmãos (v.8).
Isso não significa que não havia desafios, privações e tribulações (calamidades, aflições,
situação extremamente difíceis). Mas as boas notícias refrigeraram a alma de Paulo, como uma
chuveirada fresca em um dia de calor intenso.
Sendo um veículo de Deus para ajudar pessoas, quando você se encontra com elas depois
de determinado tempo e vê que se firmaram no Senhor, sua reação deve espelhar essa do
apóstolo e se sentir vivificado, renovado.
Ore, pedindo ao Senhor que possa colocar pessoas em sua vida para que você possa repartir o amor de
Deus e reencontrá-las firmadas no Senhor. Para aquelas pessoas que já passaram pela sua vida entre
em contato e pergunte como anda seu crescimento com o Senhor. Alegre-se com aqueles que estão
firmados no Senhor e dê ânimo aos que estão fraquejando.
Se alguém marcou a sua história, como Paulo, Silas e Timóteo marcaram a dos tessalonicenses (lhes
tornando a coroa deles), mande uma mensagem louvando a Deus pela vida dessa pessoa.
Q uando olhamos para uma árvore frutífera ainda enquanto muda, esperamos que ela cresça e
logo comece a produzir frutos. Esse deve ser o curso normal de uma planta: crescer e dar
frutos. Assim também é da vontade de Deus que cada cristão cresça e dê frutos.
Neste pequeno trecho vemos que o desejo é que haja um crescimento constante na vida
dos cristãos de Tessalônica, verso12: “...E o Senhor faça com que cresça e aumente o amor de
uns para com os outros e para com todos...”. Essa é uma preocupação de Paulo e do Senhor,
mas sabemos que esse crescimento deve ser gradual e constante, pois crescimentos forçados ou
mesmos fabricados não terão proveito algum, nem agradam ao Senhor. Esse crescimento
constante é a confirmação dos corações em santidade, isentos de culpa na presença do Senhor,
ao qual todos nós teremos que prestar contas.
Sendo assim responda: como anda o seu crescimento espiritual? Você está estacionando na sua vida
cristã? Não podemos ficar parados. Ou estamos crescendo no Senhor ou nos afastando dEle.
Ore agora pedindo para que o Senhor possa revelar o que tem atrapalhado o seu crescimento nEle.
Ore pedindo por força para remover o que está errado. Ore pedindo força para fazer o que é correto e
assim crescer no Senhor.
N este momento, na carta, vemos uma mudança no rumo da conversa de Paulo com seus
ouvintes. Ele utiliza termos como: “finalmente”, “quanto ao mais” e ainda “daqui para
frente” e não significa que esteja encerrando a carta, mas sim dando uma nuança diferente e
aplicando o ensino apresentando.
Nos versos 1 e Paulo recapitula aos seus ouvintes a maneira que deveriam viver de forma a
agradar a Deus, como já havia dito quando falou de um viver digno (2.12). Aqui ele usa a
mesma ênfase, dizendo que rogava e exortava, em outras palavras dizia: “imploro e encorajo” a
agradar ao Senhor. Como é desafiador viver de modo a agradar ao Senhor, pois nossa tendência
é agradar a outros. Comumente, isso é uma tentativa frustrada, pois as pessoas são naturalmente
descontentes, não há o que se faça para contentá-las.
Por isso nosso foco deve estar em agradar ao Senhor e continuar a progredir nesse estilo de
vida. Se estivermos buscando agradar ao Senhor, o subproduto será nossa alegria, tão almejada
por nós.
A quem você tem buscado agradar hoje? Cônjuge, filhos, pais, superiores, amigos? Quais
são as ações que você tem realizado para viver de modo a agradar a Deus? Quais são as ações
que têm desagradado ao Senhor?
Ore, confessando e abandonando o que precisa ser abandonado e ore pedindo força para continuar a
crescer com o Senhor e para agradá-lO.
A vontade de Deus é sempre buscada por Seus filhos. Usamos comumente a expressão “quero
saber a vontade de Deus para minha vida”, ou “como vou saber a vontade de Deus?”. Agora
veremos uma sequência de três mandamentos ou desejos do Senhor para nós, primeiro deles
a nossa santificação.
O versículo 3 diz que a vontade de Deus é a nossa santificação ou nossa consagração de
conformidade com o padrão de Deus. Assim precisamos, como diz o texto, abster-nos (isto é,
evitarmos) da prostituição ou da imoralidade sexual. Você pode argumentar: “mas não pratico
isso”; porém, esse é um mal que invade silenciosamente a mente de muitos e faz com que nos
desviemos da vontade de Deus em sermos santificados, santos, puros e limpos, pois o convite é
que cada um deva saber possuir o seu corpo em santificação e honra ao Senhor.
O que fazemos com o nosso corpo importa muito para o Senhor. Algo muito diferente dos
gnósticos do primeiro século que entendiam que a matéria era má e o espírito era bom, e
acreditavam que não importava o que faziam com o corpo, pois isso não interferiria na parte
imaterial. Porém, o Senhor diz claramente que interfere e muito, somos uma unidade que
precisa estar como um todo em busca da santificação. Os que não se apartam da imoralidade são
comparados com os gentios (v.5) que não conhecem a Deus. Leia o (v.7) e considere
atentamente o que o Senhor diz sobre a nossa vocação e como é sério rejeitar tais verdades
(v.8).
Ore, pedindo para que seus olhos, sua mente e seus atos não sigam o que não te santifiquem, busque,
com dedicação, rejeitar a imoralidade sexual. Fortaleça-se no Senhor para vencer essa luta!
Leitura Diária: Jeremias 17-20
Semana 33 | Dia 227 | Terça |
1Tessalonicenses 4.9-10
O Paulo diz que,segundo desejo de Deus para nossas vidas é que pratiquemos o amor fraternal.
nesse mandamento, em particular, não havia necessidade de escrever, pois
eles já estavam instruídos de como deviam proceder (1Ts 3.12, 1Ts 3.6, 1Ts 1.3). Além de
saber como proceder, eles estavam praticando o que fora ensinando para com todos os irmãos
da Macedônia, uma região que englobava 6 cidades.
O amor fraternal sempre é um desafio, pois precisamos aprender a conviver com pessoas
diferentes. Assim surgem os confrontos ou desafios para ajustes. Mas o mandamento de amar o
próximo vem do Antigo Testamento quando o Senhor já desejava instruir seu povo (Lv 19.18).
Em várias situações, o Senhor Jesus também apresenta a importância de ser reconhecido como
seguidor dEle: amando o nosso próximo (Jo 13.34).
Como anda o seu amor para com o próximo? Pode ser o próximo bem próximo como os
seus parentes, mas também seus vizinhos, seus companheiros de trabalho, escola.
Ore ao Senhor pedindo oportunidades para exercer esse amor ao próximo; por exemplo, apresentar as
boas novas, assisti-los em alguma necessidade. Lembre-se de fazer uma ação intencional para com o
seu próximo, pois se você não o fizer, não estará pondo em prática o mandamento do Senhor.
O terceiro mandamento ou desejo do Senhor para nós é o esforço para uma vida tranquila.
Aqui é apresentado um paradoxo: preciso me esforçar para estar tranqui-
lo? Sim, isso mesmo. De forma diligente e aplicada, preciso cuidar da própria vida, sem ser
pesado a outros, trabalhando para não depender de outros para o meu sustento. O apóstolo Paulo
trata desse assunto em 2Tessalonicenses 3.10, quando alguns que estavam na espera da volta do
Senhor resolveram não trabalhar para esperar o retorno. O apóstolo adverte que quem não
trabalhar, também não deve comer.
Em nossos dias pessoas são incentivadas a ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios
negócios, trabalhar, não depender de ninguém e dar um bom testemunho para os que estão de
fora e, assim, as pessoas que estão ao redor, possam notar a diferença entre ser um filho de Deus
que trabalha com dedicação. Veja outros ensinos de Paulo sobre o trabalho: Efésios 6.5-9 e
Colossenses 3.22-4.1.
Como anda sua atitude em relação ao seu trabalho? Como está a sua dedicação em trabalhar com
objetivo de honrar ao Senhor? Saiba que os que estão fora da fé cristã o observam. Ore para ter
ânimo em seu trabalho, pelos desafios que ele apresenta.
Q uando falamos sobre os últimos tempos sempre surge uma névoa de temor. Já disse J.
Dwight Pentecost em seu livro Manual de Escatologia: “escatologia não é para termos
medo, como alguns dizem que não leem Apocalipse pois temem o que correrá.... A proposta
é consolar”. Podemos notar isso quando Paulo diz à igreja em Tessalônica, no verso 13: “...
para que não fiquem tristes como os demais, que não têm esperança.”
Por um outro lado, para os que não têm o Senhor Jesus como seu Salvador, de fato é um
assunto assustador, pois qual é o destino da humanidade? Paulo reforça dizendo que não queria
que seus leitores fossem ignorantes ou desconhecedores das coisas dos últimos dias. Aqui a
cristandade se debruça sobre várias possibilidades do retorno do Senhor Jesus, se a igreja
passará ou não por tribulação, etc... Mas o que Paulo revela nesse pequeno trecho já é suficiente
para causar muitas conversas. Uma questão que os de Tessalônica tinham era quanto aos que
tinham morrido antes da volta de Jesus, se participariam ou não da salvação eterna. Por isso
Paulo abre esse tema, explicando que os que morreram em Cristo estão na companhia dele. Se
Jesus voltasse enquanto eles estivessem vivos, também estariam com Ele. Ou seja, os que são de
Jesus estarão com Ele. Lógico que também estabelece uma ordem dos que irão ressuscitar nos
últimos dias. Mas volta a afirmar que estariam para sempre com Ele.
No versículo 18, ele volta ao tema deste trecho, “consolem uns aos outros com estas
palavras”, o momento era de consolo, não de dúvida ou temor.
Releia o trecho novamente, medite sobre esse consolo que só os salvos têm. Dê graças a Deus pela obra
tão completa oferecida por Jesus, que arquitetou cada detalhe. Ore, louvando por tamanha esperança
que temos em Jesus.
e você já foi pego de surpresa em alguma situação, a sensação não é nada boa.
Ficamos embaraçados e constrangidos. Esse era o segundo problema que os
tessalonicenses tinham: o medo de serem pegos em alguma falta quando o
Senhor Jesus voltasse, deles mesmo ficarem sem desfrutar da presença do Senhor.
Para que não sejamos pegos de surpresa com a volta do Senhor, o apóstolo Paulo apresenta
três recomendações: “Portanto, não durmamos como os demais, mas estejamos atentos e
sejamos sóbrios” (v.6). O que dorme aqui é aquele que apresenta indiferença espiritual, não está
se preocupando com os interesses do Reino de Deus, só está considerando o aqui e o agora.
Estar atento é estar de vigia. A figura de um vigilante em um estabelecimento que deve ficar
desperto para impedir qualquer ação que prejudique o patrimônio. Sobriedade é o inverso da
embriaguez; esta tira os sentidos ou a percepção do que é certo ou errado, remove os freios
morais, faz perder a lucidez.
Como será que estamos quando avaliamos essas verdades em nossas vidas? Será que estamos
acordados para as questões do Senhor? Será que estou alerta contra os pecados que estão na minha
volta? Será que vivo uma vida cristã sóbria, sem perder os sentidos ou sendo levado de um lado para
outro? Essas considerações são importantes, pois nenhum de nós sabe quando será o nosso encontro
com o Senhor. Como o Senhor irá nós encontrar? O Senhor Jesus já alertou sobre o servo fiel e bom
(cf. Mt 25.14-30).
Ore, para que esteja acordado, vigilante e sóbrio em seu dia a dia.
A Palavra de Deus é um tesouro que devemos desfrutar e, ao mesmo tempo, guardar em nosso
coração. Desfrutamos das Escrituras à medida em que colocamos em prática os seus
princípios. Em Marcos 7.24-27, vemos a ilustração de um homem que construiu a sua casa
em uma rocha e outro que construiu na areia. Desfrutar do tesouro que é a Palavra Deus é
exatamente isso, é construir nossa vida sobre rocha. As situações da vida vêm e vão, mas nós
estamos seguros em nossas decisões se elas estiverem baseadas na Bíblia e em Jesus. O oposto
também é verdadeiro. Se não colocamos em prática as Sagradas Letras, logo estaremos
desanimados, frustrados e decepcionados, pois não praticar a Palavra de Deus é construir a sua
casa na areia. Como diz o verso 2, o não esquecer os mandamentos, ou seja, o praticar a Palavra
“prolongarão a nossa vida por muitos anos e nos darão prosperidade e paz”. Além de
desfrutar, precisamos também guardá-la em nossos corações. Ao meditar na Palavra de Deus
todos os dias, estamos guardando-a em nossos corações. Essa constância demostra o amor e a
fidelidade que temos para com a Bíblia. Como resultado, estaremos fazendo a vontade do nosso
Deus e, consequentemente, sendo um bom testemunho para com as pessoas a nossa volta.
Ter a Palavra de Deus em nossos corações é como ter um tesouro que diariamente usamos e, à medida
em que as situações da vida aparecem, ele nos preserva do caminho da destruição. Você considera os
princípios das Escrituras quando vai tomar uma decisão? Você costuma grifar, anotar ou até mesmo
decorar versículos bíblicos para desfrutá-los nos momentos de necessidade?
Semana 34 | Dia 233 | Segunda |
Provérbios 3.5-10
A Diferente dasabedoria é um atributo, uma característica de Deus que Ele compartilha conosco.
onisciência (conhecimento perfeito de Deus de Si mesmo e daquilo que Ele
criou), da onipresença (Deus está presente em todos os lugares e não está limitado a
qualquer local ou espaço físico) e da onipotência (poder incondicionado de Deus para fazer o
que Ele deseja de acordo com a Sua natureza) que são atributos que só pertencem a Ele. Pelo
fato dessa sabedoria vir do próprio Deus, ela tem um valor incalculável. Tentar contar os grãos
de areia do mar, ou as estrelas, isso é intangível, impossível para a nossa limitação humana.
Assim a sabedoria que vem de Deus também é incalculável em seus benefícios. Ouro, prata,
rubis, dinheiro podem comprar muitas coisas, mas a verdadeira felicidade, o entendimento, a
verdadeira vida, só são possíveis de alcançar por meio da sabedoria vinda do próprio Deus.
Provérbios 1.7 diz que o temor ao Senhor é o ponto de partida e a essência da sabedoria. Na
oração de Paulo em favor dos irmãos de Éfeso (Ef 1.15-23), ele também roga por essa mesma
sabedoria que “dá vida a quem a abraça; quem a ela se apega será abençoado” (v.18).
Leia Tiago 1.5 e ore ao Senhor para que Ele aumente o seu apetite pela Sua Palavra, que o ajude a
memorizar versículos bíblicos! Peça por amigos sábios que possam lhe oferecer uma repreensão
necessária! Ore para que você esteja sensível a atender ao conselho piedoso do seu pastor ou de algum
membro maduro da sua igreja.
E sse texto de provérbios está ligado a outros textos da Palavra de Deus. Por exemplo, em
Mateus 22.37-40, observamos que devemos amar a Deus acima de todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos. A Bíblia nos mostra em provérbios o amor prático ao
próximo. Em primeiro lugar está a ideia de não deixar para amanhã o que se pode fazer hoje,
ajudando as pessoas de forma imediata segundo as nossas possibilidades. Em segundo lugar, a
política de uma boa vizinhança, cooperando para o bem e não para o mal dos que moram a
nossa volta. E em terceiro lugar, não ser uma falsa testemunha. À medida que conhecemos mais
a Deus, somos transformados em relação ao amor ao próximo, sabemos que os nossos
relacionamentos interpessoais podem trazer glória para o nosso Deus. Ele deseja nos usar para
que outras pessoas que ainda não conhecem o Seu amor, a Sua graça, sejam impactadas através
do nosso amor, atitude e comportamento. Vemos também o Senhor Jesus em Lucas 10.25-37
explicando para um homem que havia lhe perguntado “quem é o meu próximo?” e Jesus, na
parábola do bom samaritano, responde e explica que o nosso cuidado com as pessoas deve
abranger um raio maior, não apenas quem nos pede ajuda, ou o nosso vizinho, mas também
além destas fronteiras de relacionamentos.
O nosso amor ao próximo deve ser prático, mas nem sempre tem a ver com uma ajuda
necessariamente financeira. Às vezes, vemos pessoas tristes e sem esperança que necessitam de um
abraço e de uma oração. Vemos pessoas novas chegando à igreja que necessitam de um discipulado
pessoal, alguém que gaste uma ou duas horas durante a semana estudando a Bíblia com ela. Ore sobre
isso e esteja atento às oportunidades!
A orelacionar
vermos as notícias diárias nos meios de comunicação, é impressionante como podemos
várias pessoas que se encontram em condições violentas, perversas, zombadoras
e tolas. Pessoas que usam a violência para, de alguma forma, humilhar alguém ou tentar
mostrar que têm algum poder. Pessoas ímpias que planejam fazer o mal. Zombadores, que
fazem pouco caso e até piadas sobre Deus e Sua Palavra. Pessoas tolas são egoístas. Como diz
em Provérbios 10.21, teimam em não querer fazer o que é correto. Se refletirmos um pouco,
todos nós já fomos assim, ou pelo menos tínhamos todo o potencial em nosso coração
pecaminoso para desenvolver essas características em um nível muito alto. Pela graça de Deus
que enviou o Seu único Filho para nos salvar e nos livrar da condenação eterna, podemos hoje
decidir não seguir caminhos que levam à destruição e à morte, pois não somos mais escravos do
pecado (Rm 6.15-23). O evangelho nos possibilitou desfrutarmos da amizade com o nosso Deus
(v.32), de uma bênção especial em nosso lar (v.33), e da mesma honra mencionada no versículo
35. Tudo isso somente é possível pela graça de Deus e pelo sacrifício do Senhor Jesus.
Algumas pessoas, mesmo frequentando a igreja, ainda lutam com esses pecados, mas as boas novas do
evangelho da salvação nos dizem que, se somos salvos em Cristo Jesus, não servimos mais ao pecado, ou
seja, somos livres para uma nova caminhada que honre o Seu nome e que glorifica a Deus. Se você
ainda não recebeu a salvação em Cristo Jesus (ou ainda possui dúvidas quanto à certeza de sua
salvação), ligue para o seu pastor ou para um membro da sua igreja e peça que ele lhe explique sobre as
boas novas da salvação e a convicção que os salvos podem ter em Cristo.
É interessante perceber como o livro de Provérbios dá instruções para todo aquele que quer
obter a verdadeira sabedoria. Vemos nesse texto instruções, tanto para os pais que precisam
estar preparados para instruir seus filhos quanto para os filhos que precisam estar atentos e
seguir as instruções de seus pais. A base dessa instrução deve ser sempre a Palavra de Deus.
Quando Moisés deu suas orientações finais para o povo de Deus que estava prestes a entrar na
Terra Prometida, ele falou para os pais instruírem seus filhos, “Que todas estas palavras que
hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse
sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se
deitar e quando se levantar” (Dt. 6.6-9). Vemos que esse princípio precisa ser colocado em
prática durante todo o tempo e de diversas maneiras. Lendo um trecho sequenciado todos os
dias, lendo histórias bíblicas infantis, cantando-as, jogando jogos com elas, memorizando-as,
fazendo aplicações. As possibilidades são limitadas apenas pela imaginação dos pais. No Novo
Testamento, em Efésios 6.4, Paulo instrui: “Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos
segundo a instrução e o conselho do Senhor”.
A base para o nosso aprendizado para a vida é sempre a Palavra de Deus e o Senhor, na Sua soberania,
decidiu usar os pais para serem os primeiros mestres. Se você é pai ou mãe, escreva pelo menos três
maneiras para melhorar seu ensino aos seus filhos e ore sobre isso! Se você é filho, escreva três atitudes
que você pode tomar para melhorar o seu relacionamento com seus pais.
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Semana 35 | Dia 240 | Segunda | Provérbios 4.6-9
C erta vez, Jesus contou a parábola de um homem que encontrou um tesouro escondido no
campo, então escondeu o tesouro de volta e cheio de alegria, vendeu tudo o que tinha e
comprou aquele campo. Ele também conta a parábola de um negociante de pérolas
preciosas, que ao encontrar uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que tinha e a comprou.
Jesus contou essas parábolas em Mateus 13.44, 46 para entendermos o valor e a importância do
Seu Reino. No verso 7 do texto de hoje, vemos também essa grande ênfase em usar tudo o que
possuímos para adquirirmos entendimento e sabedoria, valores ressaltados por essas metáforas.
O princípio desse conhecimento é o temor ao Senhor, ou seja, a sabedoria não é adquirida por
meio de uma fórmula mecânica, mas de um relacionamento íntimo com Deus. Devemos investir
cada vez mais nesse relacionamento, buscando conhecer a Deus por meio da Sua Palavra e da
oração e fazer a Sua vontade.
Você consegue perceber o valor desse grande presente que Deus nos deu por intermédio da salvação em
Cristo Jesus? A morte e a ressurreição de Cristo nos deram livre acesso à sabedoria do alto. Porque
somos salvos, podemos desfrutar de todo conhecimento que nos capacita a viver de acordo com a
vontade de Deus. Ore ao Senhor e agradeça pela bênção da salvação em Cristo Jesus!
É em locais iluminados, temos a visão real do que está acontecendo. Uma casa interessante
É áreas dos seus estudos e profissões. Hoje não temos apenas o médico, e sim o médico
O apóstolo Paulo ao se apresentar como um apóstolo de Cristo, ordenado por Deus e enfatizar
que Cristo é “a nossa esperança” (1 Tm 1.1), deixa claro para Timóteo,
a quem ele reconhece como o seu verdadeiro filho na fé, dois pontos importantes: (1) quem
o comissionou e (2) onde está baseada a sua esperança em relação ao porvir. Foi o próprio Deus
quem designou Paulo ao apostolado, ele não usurpou essa posição, antes agiu como um, afinal
ele próprio havia tido um encontro pessoal com o Senhor Jesus Cristo, pré-requisito necessário
para ocupar essa posição. Enquanto muitos depositam a esperança em governantes, emprego,
reservas financeiras, carreira, o ensino bíblico ressalta que a esperança do servo de Deus se
relaciona com o Cristo ressurreto. Paulo ainda usa uma tríade de palavras em sua saudação, que
não é usada em nenhuma outra nas Escrituras, senão nas cartas a Timóteo, a saber: “graça,
misericórdia e paz” (1 Tm 1.2b). Por graça, ele deseja não apenas que o favor imerecido de
Deus sustente Timóteo, mas também o poder de Deus sem o qual Timóteo jamais seria quem foi
ou faria o que fez. Por misericórdia, ele ressalta o anseio que o amor leal de Deus seja uma
constante na vida de Timóteo. Por fim, a paz realçada por Paulo no final de sua saudação aponta
para um resultado esperado da graça e misericórdia de Deus manifestada na vida do seu
discípulo.
E quanto a você, quem você é em Cristo? Já parou para pensar o quanto Cristo já fez por você para que
a sua identidade estivesse muito bem estabelecida, nele? Ele o escolheu antes da criação do mundo,
adotou você como filho, redimiu-o, perdoou-lhe, fez de você a igreja de Cristo, e o selou com o Espírito
Santo como garantia do que está por vir (Ef 1.3-14). Diante de tanto que tem recebido, que tal você
parar agora mesmo e orar ao Senhor para que você seja quem deve ser em Cristo?
Semana 36 | Dia 247 | Segunda | 1Timóteo 1.3-7
H áemquem diga que uma das missões mais importantes de um cristão comprometido no tempo
que vivemos é defender a sã doutrina. Desde a época do apóstolo Paulo isso já era
necessário. Quando o apóstolo deixou Timóteo em Éfeso, o fez com esse propósito. Afinal,
a igreja de Éfeso sofria ameaças de falsas doutrinas porque havia pessoas infiltradas, de forma
persuasiva e sutil, tentando perverter e pregar uma mensagem heterodoxa e rasa, com uma
mistura de elementos do judaísmo somada, possivelmente, a uma filosofia grega. Sabemos que a
sã doutrina é absoluta, não há paralelos para ela, não carece de acréscimos, correções,
atualizações ou qualquer modificação. Naquele tempo, os falsos mestres insistiam e ainda hoje
insistem, em perverter a doutrina cristã. Num mundo onde as verdades são cada vez mais
plurais, onde se há discussões sobre gêneros, movimentos diversos e “bandeiras” que são
levantadas minando as instruções bíblicas, não apenas relacionadas aos conceitos familiares,
mas sobretudo doutrinárias, se faz urgente, assim como foi urgente para o apóstolo Paulo,
marcar território para a defesa da sã doutrina. Paulo deixou Timóteo em Éfeso porque sabia que
ele seria de confiança para combater esses ensinos falsos. Mas não apenas o deixa lá, dá
instruções claras e revela a motivação. O objetivo dessas instruções era “o amor que procede de
um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera”. Na Escritura, o coração sempre
foi o centro e a fonte de toda atividade mental e moral do indivíduo. A boa consciência e a fé
sincera também são fontes primárias de onde procedem o amor.
Como você tem exercido a sua missão de defender a sã doutrina no seu dia a dia, na escola, no
trabalho? Coloque essa questão diante do Senhor e peça a ele para que o capacite a estudar mais a
Palavra de Deus e a orar mais. Peça para que Ele lhe dê um coração puro, uma boa consciência e uma
fé sincera capazes de fazer com que você, por amor às instruções bíblicas, jamais se desvie da sã
doutrina, mas seja um defensor aguerrido delas onde quer que você esteja.
J áinapropriada?
reparou o quanto somos cercados por pessoas e religiões que usam a Lei de forma
No tempo do apóstolo Paulo, havia pessoas que usavam a Lei para camuflar os
falsos ensinos que eram passados por eles, que se opunham à sã doutrina. Julgavam-se
intelectuais da Lei, mas eram ignorantes. Paulo coloca-os em seus devidos lugares, trazendo o
ensino correto. O apóstolo começa o seu argumento indicando que a Lei é boa (v.8), desde que
usada de maneira adequada. Ele ressalta que a Lei e o evangelho não estão em conflito, mas se
completam. Aliás, o próprio Senhor Jesus ressalta que o propósito dEle nunca foi aboli-la, mas
cumpri-la (Mt 5.17). Paulo, então, instrui a Timóteo que a Lei funciona como um professor, que
revela o nosso pecado e nos leva a Cristo. Não somos salvos pela Lei, antes, somos educados
por ela. O apóstolo realça essa verdade a Timóteo para cercá-lo com a verdade de que a pompa
exterior da religião não deveria intimidá-lo, porque essa postura não traz salvação, porém
condenação. A Lei não pode salvar, porque o seu único efeito é estimular o pecado e mostrar o
quão longe estamos da justiça de Deus. Por isso o apóstolo Paulo menciona que ela foi feita para
os grupos que, naturalmente se insurgem e se opõem à sã doutrina, não para os justos. A
conclusão nesse trecho é que a sã doutrina é vista no glorioso evangelho. A Lei revela o pecado
do pecador e o evangelho revela a glória justificadora de Deus, em Cristo Jesus.
O evangelho é Cristo morrendo por nós, pecadores e, consequentemente, transgressores da Lei. Mas a
beleza do evangelho é que Cristo cumpre as justas exigências da Lei por nós e nos capacita a satisfazê-
las, pelo poder do Espírito Santo de Deus que habita em nós. Se você ainda não vive uma vida baseada
no evangelho de Cristo Jesus, que tal começar hoje? Ore a Deus pedindo para que você jamais ignore a
submissão que é devida à Lei (especialmente, o seu aspecto moral), e para que Ele o livre do legalismo
que tem o potencial de paralisar e escravizar você.
Q uanto valor você dá à oração? O apóstolo ensina que orar publicamente ou de forma privada
é algo bom e agradável perante Deus. O ensino de Paulo nesse trecho não é apenas acerca
da primazia da oração, senão, o quão importante é a variedade delas. A oração deve
começar com o reconhecimento de nossa total dependência de Deus, por isso o apóstolo
menciona “súplica”. A oração deve ter também adoração, ao reconhecermos os atributos de
Deus e gratidão por tudo o que o Senhor já realizou em nossas vidas. O apóstolo menciona que
devemos orar em favor de todos os homens e pelas autoridades instituídas. A ideia é que a
oração é universal em certo sentido. Nesse contexto, o fato de o ensino paulino sobre Deus
desejar que todos sejam salvos, não significa dizer que o desejo de Deus é salvar todos os
homens sem exceção, senão que Ele quer salvar os homens sem acepção de área alguma da
experiência humana. Por isso ele menciona, inclusive as autoridades governamentais, tanto
quanto homens comuns. No verso 5, Paulo faz algumas declarações relevantes. A primeira delas
é de que existe um só Deus. A segunda é de que existe apenas um mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus. E, por fim, de que existe apenas um resgatador. Essas declarações nos
colocam diante daquele a quem devemos interceder. Revela, outrossim, que existe apenas um
evangelho, apenas uma mensagem a ser pregada em todo mundo da qual somos portadores. A
mensagem de que Cristo viveu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, a verdade de que Cristo
morreu a nossa morte para que pudéssemos viver a Sua vida.
Como está a sua confiança no Senhor? Como está a sua vida de oração? Quando você ora, esses
elementos mencionados por Paulo, dependência de Deus, reconhecimento dos Seus atributos que
culminam em adoração e gratidão, sem acepção de pessoas, fazem parte do seu tempo com Deus?
Convido você a parar agora mesmo e orar ao nosso Deus pelos governantes e por outras pessoas que
exercem autoridade sobre você. Faça isso agora mesmo. Por quê? Porque se trata de uma orientação do
Senhor em Sua Palavra.
Q ual a última vez que, dentro de uma igreja, você ouviu alguma palestra, estudo ou pregação
sobre vida conjugal e intimidade sexual? Por que isso acontece com tão pouca frequência
em nossas comunidades de fé? Quais os resultados desse aparente “silêncio” por parte dos
pastores ou líderes? Será que a Bíblia não fala muito sobre o assunto?
Com base no que leremos em Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos), podemos
responder, dentre todas as questões levantadas, pelo menos à última, com um enfático “não”. A
ausência de ensino mais profundo sobre sexo na igreja não é por causa do silêncio bíblico! Pelo
contrário, a Escritura tem muito a dizer sobre o assunto e, isso significa que, para Deus, esse
tema é muito importante (tão importante que aprouve ao SENHOR inspirar um livro inteiro em
toda a Bíblia para nos ensinar sobre casamento, romantismo e sexualidade). Durante muito
tempo houve certo debate sobre como esta obra deveria ser lida e interpretada, porém, de todas
as possibilidades levantadas, a mais simples e óbvia possível ainda parece ser a mais correta: o
Cântico dos Cânticos de Salomão deve ser lido como um poema que exalta o amor entre um
marido e sua esposa. Nas palavras de um antigo comentarista, “este livro é a forma romântica de
a Bíblia nos descrever o que aconteceu no Jardim do Éden (especialmente em Gênesis 2.23)
antes da Queda e que deveria ser desfrutado por todo casal em toda a história”.
Apesar de muitos ainda se calarem sobre esse assunto tão importante, Deus não está em silêncio! O
SENHOR tem muito a nos dizer sobre o relacionamento amoroso entre um homem e uma mulher, e isso
tem implicações diretas sobre nossas vidas. Portanto, comece a se perguntar: o quanto você sabe sobre o
assunto? Como anda seu casamento? Ou, sendo solteiro, como você considera que deve ser essa área no
seu futuro relacionamento? O que Deus espera de você nessa área? Você está disposto a descobrir isso
e, principalmente, glorificar ao SENHOR nesse aspecto da vida?
| 271 |
Semana 37 | Dia 254 | Segunda | Cantares 1.1
alomão foi filho do rei Davi, herdeiro do trono de Israel. No início de seu
reinado, ele foi presenteado por Deus com muita sabedoria e prosperidade, o
que levou a nação ao seu auge. Como fruto disso, escreveu muitos provérbios de sabedoria (cuja
maioria está registrada no livro de Provérbios) e, ao término de seus dias, refletiu sobre o
significado da vida (lemos isso em Eclesiastes). Além disso, conforme 1Reis 4.32, descobrimos
que Salomão também foi poeta e compôs muitas músicas; Cânticos, em especial é, de longe, sua
melhor obra. Nesse livro, através de inúmeras canções, Salomão descreve o relacionamento
amoroso que teve com uma mulher chamada de “Sulamita” (cf. 6.13). Ao longo de suas páginas,
ele descreve como a conheceu, e se enamorou dela, como foi seu casamento, em especial, sua
noite de núpcias. Mas também narra como foram suas primeiras brigas e como, juntos, eles
superaram suas diferenças e pecados e amadureceram ao longo de sua jornada de casados.
Que história linda, não? No entanto, há um problema em tudo isso. Pare um instante e leia
1Reis 11.1-6. Na linguagem popular, Salomão foi um tremendo de um “mulherengo”! E por
conta desse desejo insaciável pelo sexo oposto, ele fracassou como rei. Aquelas mulheres pagãs
e idólatras − com quem ele se relacionava − perverteram seu coração e o afastaram de Deus, o
que resultou na divisão do reino em duas partes. Diante disso, como deveríamos compreender
este livro? Como é possível um homem que teve tantas mulheres escrever justamente sobre seu
amor por uma única mulher? Como Salomão pode falar sobre casamento, sendo que falhou
miseravelmente nesta área?
Ao escolher Salomão para escrever sobre o verdadeiro amor, Deus designou uma das pessoas que mais
vivenciaram o relacionamento a dois neste mundo (ou seja, se há alguém que pode nos dizer o que
realmente vale a pena, esse alguém é Salomão). Afinal de contas, há mais vantagem em se viver ao lado
de seu único e grande amor em um só casamento e durante a vida toda... ou “curtir” ao máximo os
prazeres amorosos e sexuais com várias pessoas ao longo da vida? O que será que Salomão tem a dizer
sobre isso? E qual é a sua opinião? Como é sua experiência nesse assunto?
C omo já vimos, o Cântico dos Cânticos é um poema romântico que descreve o verdadeiro
amor entre marido e esposa. Ao todo, ele se subdivide em quatro partes
maiores. De forma didática, poderíamos compreendê-las como “quatro elementos que
compõem o verdadeiro amor”. Qual o primeiro? Paciência.
Conforme o que lemos nesse trecho, descobrimos como Salomão conheceu Sulamita e o
que aconteceu antes de se casarem. Ela era uma jovem fora dos padrões da época (tinha uma
vida sofrida de trabalho debaixo do sol); ainda assim, ao visitar a propriedade de sua família,
Salomão, o rei de Israel, “apaixonou-se” por sua singularidade e beleza. Em seu primeiro
momento a sós, eles não viam a hora de, literalmente, ir para a cama um com o outro (cf. 1.2-4;
2.10). Mas foi o que fizeram? Repare no que ela diz às suas amigas após esse encontro (3.5):
“Filhas de Jerusalém, jurem pelas gazelas e pelas corças selvagens que vocês não acordarão
nem despertarão o amor, até que este o queira”. Em outras palavras, “Meninas, tenham
paciência; não apressem as coisas! Esperem o tempo certo para se entregar ao amor”. Apesar
de muito desejo, esse jovem casal esperou até o dia do casamento para satisfazer seus impulsos
sexuais. E ao escrever sobre sua experiência, Salomão está nos ensinando que o verdadeiro amor
é construído com paciência. Não é necessário apressar as coisas!
Se você ainda não é casado(a), tem dado ouvidos a esta lição? Há algo que precise confessar e mudar
diante de Deus? Se você já está casado(a), consegue se lembrar de como foi seu relacionamento antes do
matrimônio? Há algo do qual se arrependa? Há algum motivo de louvor nesta área? Quais conselhos
daria para jovens inflamados pelo desejo sexual?
Salomão e Sulamita foram pacientes e, apesar do ardente desejo de um pelo outro, esperaram o
dia de seu casamento. Enfim, o tão esperado dia chegou e com ele,
aprendemos sobre o segundo elemento que compõe o verdadeiro amor: pureza.
O texto que lemos começa narrando como Salomão vem até a casa de sua amada com toda
a comitiva real para lhe fazer o cortejo de casamento (3.6-4.8). Logo após isso, a cerimônia é
celebrada. Salomão elogia a beleza de sua noiva e a convida a viver ao seu lado para sempre.
Sulamita aceita o pedido. E o que lemos depois disso (4.9-5.1)? O jovem casal entra em seus
aposentos matrimoniais e, pela primeira vez, desfruta daquilo que reprimiu por tanto tempo: o
prazer sexual (podemos observar isso através das palavras que eles usam − quase que “proibidas
para menores”). Enquanto os convidados se alegravam com a grande festa oferecida por
Salomão no palácio, em seus aposentos, ele e sua esposa se deliciavam do sexo (um dom de
Deus reservado para ser desfrutado no casamento), em sua noite de núpcias. Agora, repare no
detalhe apresentado por Salomão antes de se deitar com sua recém esposa (4.12): “Meu amor,
minha noiva, você é um jardim fechado, um manancial recluso, uma fonte selada”. Sabe o que
isso significa? Que Sulamita era virgem! Ela não havia se deitado com homem algum antes de
seu marido (nem mesmo com ele)! E olha que desejo e oportunidades não faltaram... O
verdadeiro amor é construído com pureza.
Mesmo que isso pareça utopia em nossos dias, esse sempre foi o ideal de Deus para seu povo! Não
importa o que o mundo diga, vale muito mais esperar o casamento para se relacionar sexualmente com
alguém. E por quê? Porque Deus projetou o amor conjugal para ser assim! Quem “coloca o carro na
frente dos bois” raramente experimenta, em sua noite de núpcias, a alegria que este casal experimentou
neste momento. Vale a pena guardar-se em pureza! Você tem feito isso? Tem incentivado outros a fazer
o mesmo? O que você poderia fazer de diferente, ainda hoje?
E sse versículo deixa claro que o verdadeiro amor nunca acaba, mesmo diante das maiores
dificuldades. É esse tipo de amor que Deus sempre desejou que a huma-
nidade desfrutasse no casamento e, principalmente, no relacionamento com ele. Porém,
sabemos que, mesmo que tentemos com todas as forças, nunca conseguiremos acertar em tudo
quando o assunto é amar. Por exemplo, há casais de namorados ou de noivos que já “avançaram
o sinal”, relacionando-se sexualmente antes da hora; há casais casados que já tentaram tantas
formas de se reconciliar que estão a um passo de desistir do casamento; e há até aqueles que,
por vários motivos, abandonaram seus votos matrimoniais, e já estão divorciados. Aliás, o
próprio Salomão falhou em viver o verdadeiro amor com sua esposa. Apesar de relatar sua
experiência neste livro, sua vida amorosa (como um todo) foi uma total negação. O próprio
Salomão foi imperfeito, e precisava aprender sobre o verdadeiro amor...
Como, então, poderíamos vencer o “desamor” que há em nós e alcançar o verdadeiro
amor? Só há uma maneira: relacionando-nos com a única fonte do verdadeiro amor − o próprio
Deus! Segundo 1João 4.8, “Deus é amor”. Se amar é algo que se aprende, Deus é o maior
professor que existe! E João continua (cf. 1Jo 4.10): “Nisto consiste o amor: não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação
pelos nossos pecados”. O ápice da demonstração do amor de Deus pelos homens está na cruz −
seu Filho entregue à maldição para que, por meio de seu sacrifício propiciatório, pudéssemos
viver (em um relacionamento de amor com o Deus Trino). É por isso que João conclui (cf. 1Jo
4.19): “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”. Se aqueles que creem em Jesus se
relacionam com a fonte do verdadeiro amor, isso significa que, para eles, é possível aprender a
amar de verdade se olharem para como Deus os trata quando pecam, aprenderão a fazer o
mesmo com os outros (especialmente com seu cônjuge).
E você, o que te falta para amar verdadeiramente? Falta conhecimento deste amor? Se esse é o caso,
olhe para a cruz e creia em Jesus! Nele, o amor de Deus faz todo sentido! Falta aprendizado desse
amor? Medite no que Deus Pai fez por você através do Filho, e use isso como parâmetro para suas
próximas ações junto às pessoas (principalmente para com seu cônjuge)! E então, está disposto a
desfrutar do verdadeiro amor?
A última carta de Paulo, 2Timóteo, foi escrita perto do ano de 67 d.C. O Apóstolo dos gentios
estava preso e condenado; viria a morrer no ano seguinte, 68 d.C. O contexto que envolve a
escrita deste livro é de grande perseguição contra os cristãos. Nero era o imperador romano
e começara a incriminar, prender e matar uma grande quantidade de cristãos pelo incêndio que
aconteceu em Roma (o qual ficou comprovado que ele mesmo tinha ordenado). Então, o
imperador decidiu ir atrás dos cristãos mais preeminentes a fim de extinguir aquela nova
religião. O próprio apóstolo Pedro morreu nas mãos de Nero. Paulo logo morreria também.
Porém, enquanto sua hora não chegava, ele tinha coisas importantes a dizer: suas últimas
palavras.
A carta tem três grandes temas: relembrar a esperança que temos no evangelho. Fortalecer
o jovem Timóteo contra as dificuldades do ministério e abrir os olhos contra os ensinos
heréticos que estavam surgindo.
Nos dois primeiros versículos, já podemos ver Paulo reforçando a essência do evangelho:
“vida por meio da fé em Cristo Jesus”. O apóstolo foi enviado para pregar vida eterna por meio
da graça, misericórdia e paz que temos por meio de Cristo.
Graça é receber um bem que não merecemos; misericórdia é não receber aquilo que
merecemos e a paz, além de uma forma de cumprimento tradicional judaica, exprime nossa
condição de alinhados com o próprio Deus, sem nenhuma barreira entre nós e ele e entre uns
com os outros.
Paulo declara a graça, misericórdia e paz para Timóteo pois recebera uma grande demonstração disso
por meio de Cristo. E nós, temos consciência da vida que temos por causa de Cristo? Demonstramos
graça, misericórdia e paz para com os irmãos ao nosso redor da mesma maneira que recebemos?
Semana 38 | Dia 261 | Segunda | 2Timóteo 1.3-7
O que é uma fé verdadeira? Certa vez estive presente em uma tradicional festa popular de uma
religião. Ao observar as manifestações daquelas pessoas pude ver que muitas
demonstravam certa fé naquilo que estava acontecendo. Elas peregrinaram, choraram,
algumas carregaram grandes pesos demonstrando os seus “votos”. Lotaram as ruas da cidade a
fim de tocar certa imagem e terem seus esforços atendidos.
No versículo 5, Paulo relembra Timóteo de uma fé sincera que estava presente na avó e na
mãe de Timóteo e que também habitou no seu discípulo. Essa fé não é um ato de sacrifício
esperando algo em troca. Não é quantitativa, mas qualitativa. Há uma fé verdadeira que confia e
depende de Cristo e em Cristo somente. É nele que essa fé está firmada e estabelecida.
Na sequência do texto, Paulo relembra Timóteo de que essa fé verdadeira o capacitou para
a obra do Senhor. Quando colocamos nossa fé em Cristo, tornamo-nos filhos de Deus e
recebemos o selo do Espírito Santo. Esse não é um espírito de covardia, que nos deixa
paralisados diante do mundo e da realidade que vivemos. Mas de “poder, de amor e de
equilíbrio”. Um cristão, vivendo pelo Espírito Santo, deve ser alguém pronto para pregar o
evangelho, demonstrar amor e moderação em suas ações.
Para você que já conhece o Senhor Jesus: você tem se acovardado diante das realidades à sua volta, da
maldade, dos “cancelamentos”, da impopularidade que você pode sofrer se seguir uma vida séria com
o Senhor? Você é um cristão equilibrado ou sua marca é de alguém explosivo? Você é uma pessoa que
ama ou alguém que odeia? Você está pronto a falar do evangelho, ou apenas para conversar
amenidades? Que a fé verdadeira nos impulsione a viver corajosamente!
P articularmente, gosto muito de filmes de espiões. Alguém que tem um disfarce tão apurado
que entra no covil inimigo sem ninguém perceber e sai de lá como se nada tivesse
acontecido. Infelizmente, alguns cristãos têm essa mesma atitude. Parecem espiões. Vivem
no mundo e ninguém nem percebe a razão da esperança que há nessas pessoas (1Pe 3.15).
Lembrando, Paulo está preso, prestes a morrer por conta do evangelho e agora ele incentiva
e ordena a Timóteo “não se envergonhe de testemunhar” (v.8). Esse testemunho envolve o
próprio apóstolo Paulo. Uma vez que você se identifica com Cristo e com os ensinos inspirados
de Paulo você está correndo sérios riscos de vida.
O argumento do apóstolo é simples. O cristão foi chamado para uma vida santa (v.9) foi
salvo pela graça de Cristo (v.9), recebeu vida eterna por causa da morte de Cristo (v.10) e o
evangelho o capacita para a obra de Cristo.
No versículo 12, Paulo conclui dizendo que, apesar de sofrer por sua situação, ele não se
envergonhava. Pois sabia que aquele que o salvou o guardaria até o final. Ele continua ecoando
as palavras que escrevera anos e anos atrás, “Pois não me envergonho do evangelho, pois é o
poder de Deus para salvação de todo o que crê” (Rm 1.16)
Como você tem vivido nesses dias? Andamos como verdadeiros espiões ou estamos dispostos a viver
em coragem por causa do evangelho do Senhor? Que o evangelho que lhe salvou o conduza a falar
corajosamente do amor, da graça, da justiça e da salvação que temos em Cristo!
O que é verdade e o que é “fake”? Interessante como o tema da verdade nunca sai de moda. Na
atualidade, nossos debates argumentam se a verdade é pessoal ou absoluta. Porém, vemos
pessoas defendendo que “cada um tem a sua verdade” e são contra tudo que é “fake”,
exigindo, ainda que inconscientemente, uma verdade superior do que a sua própria e relativa
versão.
No verso 13, Paulo diz que devemos reter aquilo que é a verdade, a sã doutrina, e guardar
a verdade do evangelho por meio do Espírito (v.14). Há apenas uma verdade. Cristo é a verdade
(Jo 14.6), Sua obra é a verdade (o evangelho) e Seu ensino é a verdade (sã doutrina).
Defender e viver a verdade traz consequências. Paulo estava preso por causa dela e
Onesíforo, grande cooperador, correu diversos riscos para demonstrar misericórdia e
encorajamento ao apóstolo, demonstrando que não se envergonhava do evangelho.
Enquanto isso, Fígelo, Hermógenes e os da Ásia Menor, abandonaram Paulo e a verdade
do evangelho. Perseguições, sofrimento, pressões, prisões, perda de mordomias, vida singela,
acusações, nada disso parece ser algo que aqueles da Ásia menor gostariam de passar. Os custos
parecem ser muito altos.
Jesus já havia dito que: “quem não toma sua cruz e me segue não é digno de mim” (Mt 10.38). Viver
pela verdade do evangelho não é fácil, mas é eternamente recompensador. Que homens como
Onesíforo nos inspirem a viver uma vida de coragem na Verdade! Que a atitude de homens como
Fígelo e Hermógenes nos causem temor de viver uma vida longe da verdade!
N ossuaúltimos tempos, tenho escutado de alguns líderes evangélicos que dizem: “a partir de hoje
vida é ‘só’ vitória”; “você nasceu para vencer”; “a prosperidade te espera”; “Jesus veio
para trazer felicidade na sua vida”. Essas frases parecem apresentar uma vida sem dor e sem
sofrimento. Aparentemente um cristão, servo do Senhor, deveria viver em paz, vitória,
prosperidade e felicidade.
Não sei o que lhe prometeram quando você escutou sobre a salvação em Jesus, mas ao olhar
para o texto de hoje eu vejo um homem piedoso, que foi resgatado do império das trevas, essa
boa notícia a todas as pessoas (v.8). Fica a pergunta: qual o resultado desse estilo de vida?
O versículo 9 diz: “por isso sofro e estou preso”. Viver uma vida contrária aos padrões do
mundo não gera prosperidade e vitória. Porém, apesar de Paulo saber que em breve partiria
deste mundo, seus olhos estão fitos no autor e consumador da fé (Hb 12.2).
O Apóstolo está disposto a sofrer o que for preciso se isso levar a verdade do evangelho
para mais pessoas (v.10). Se ele morrer em Cristo, na verdade irá desfrutar da vida eterna (v.11).
Se ele o negar, também será negado diante de Cristo no grande dia. Porém, se for infiel, Deus
não muda, mas permanece fiel.
As promessas recentes de uma vida confortável não encontram lugar na fala de Paulo. Será que vale a
pena ser um servo do Senhor? Sofrer perseguição, prisão, ser alvo de piadas, afastamento da família,
deixar de lado alguns “entretenimentos”. Será que vale a pena servir a Deus e “perder” tudo isso?
Vale sim. Pois com Ele vivemos, e reinaremos, somos dEle e para Ele.
A pós fazer uma defesa da mensagem do evangelho e fortalecer seu “filho” Timóteo a não se
envergonhar da cruz que redimiu o jovem discípulo, agora Paulo diz que ele deveria, com
coragem, pregar essa verdade diante das muitas mentiras que estão sendo ensinadas em sua
época. O versículo 15 é central na mensagem do livro. Primeiro, a aprovação a ser buscada é do
Senhor, não tema as perseguições que virão. Segundo não se envergonhe, antes trabalhe e, por
fim, ensine fielmente a Palavra do Senhor.
Algumas versões trazem “manuseie corretamente”. O sentido da palavra no original seria
de “cortar reto”, “fazer um caminho tortuoso se tornar direito”, como em Provérbios 3.6. Isso
não significa que seja alguém que abre passagens bíblicas de maneira rápida em uma Bíblia de
papel. Significa que a Palavra é tão bem assimilada, compreendida e ensinada de maneira tão
fiel que as Escrituras fazem um caminho correto para você andar. O servo de Cristo deve
ensinar a Palavra de maneira que as pessoas percebam seus caminhos tortuosos e passem a
andar em caminhos retos.
Dedicar-se à Palavra fará você ter convicções firmes e lutar contra as heresias. Himeneu e
Fileto eram exemplos de hereges da época. Ensinavam que a ressureição já tinha acontecido.
Assim, já estamos em corpos glorificados, ou seja, nada mais conta como pecado em nossas
vidas. A resposta a essa heresia está no verso 19. Quem pertence ao Senhor se afasta do mal e
não corre atrás dele como se não houvesse problema nenhum.
O servo do Senhor deve viver em busca da verdade na Palavra de Deus. Discussões secundárias devem
ser deixadas de lado, heresias devem ser combatidas com coragem e a aprovação desejada é a do
Senhor. A quem você tem procurado agradar?
E ucomentário:
estava assistindo a um programa de televisão, quando o entrevistador fez o seguinte
“acho que após essa pandemia a humanidade sairá muito melhor, amando mais
aos outros, cuidando mais da natureza, sendo mais responsável.” O entrevistado, com um
sorriso sem graça, complementou dizendo: “não sei não, viu. A quantidade de gente se
divorciando e brigando não para de aumentar.” Dois comentários de pessoas não cristãs. O
primeiro com uma visão extremamente positiva do ser humano; já o segundo, bem mais realista.
Como será o futuro? O que acontece no fim dos tempos? Paulo alinha as expectativas de
Timóteo quanto ao futuro. As pessoas 1) amarão ao dinheiro (v.2); 2) zombarão de Deus (v.2);
3) serão ingratas e não obedecerão aos pais (v.2 e 3); 4) gostarão do que é mau (v.3 e 4); 5)
demonstrarão falsa religiosidade (v.5).
Parece um filme de terror? Mas não é diferente do que vemos na nossa realidade. Além
disso, vemos líderes ensinando caminhos perversos e se envolvendo em pecados. Como Janes e
Jambres, personagens da tradição judaica (extracanônica) que enganaram o faraó durante as
pragas no Egito, assim vemos líderes engando as pessoas e as conduzindo para a perdição.
Como nos dias de Paulo, atualmente vemos pessoas correndo atrás de dinheiro e
prosperidade, escutando pregadores que falam o que elas querem ouvir, enganando e sendo
enganadas. Deixando de lado padrões bíblicos para seguir seus desejos maus. Líderes que
entram em casas alheias. Mulheres instáveis. Filhos desobedientes. Egoísmo.
Que sejamos o sal da terra e a luz do mundo diante de uma realidade tão adversa! Essas pessoas “não
irão longe” (v.9). Elas estão seguindo um caminho de perdição. E nós? Temos sido levados por esse
caminho? Ou buscamos uma vida de devoção e pregação da verdade?
N olíderes
contexto próximo, vemos que o mundo anda um caos e que pessoas estão procurando
que falem apenas o que elas querem ouvir. Mensagens social e politicamente
corretas, sem apontar pecados, sem falar sobre arrependimento, sem sofrimento, sem ensino.
Muitas “bênçãos” e poucos compromissos.
Você, porém, não devem ser assim. Os outros podem, pois não são servos do Senhor, mas
você é. “Você aprendeu de mim”. Timóteo aprendeu aspectos teóricos e práticos da vida cristã
por conta do seu discipulado com Paulo. Ele aprendeu o ensino, a conduta, o propósito e a fé
que refletem ensinos formais. Além disso, aprendeu a paciência, o amor e a perseverança que
serão vivenciados e não apenas explicados.
Os pregadores falsos não passam por perseguições. Já Timóteo viu de perto os sofrimentos
e perseguições por conta da verdade. Aliás, Paulo alerta Timóteo que a vida devota ao Senhor
será uma vida de perseguição. Perversos receberão sua devida recompensa na devida hora. Já os
que vivem piedosamente sofrem, mas a recompensa eterna é muito superior.
Nosso país não experimenta perseguição oficial. Podemos ter liberdade para pregar a Palavra. Mas, se
você deseja viver piedosamente saiba que empregos podem ser perdidos, namoros podem ser desfeitos,
da mesma forma que as amizades, amigos podem rir e zombar de você, vizinhos podem não lhe chamar
para alguns passeios, portas podem ser fechadas, filhos e pais podem se desentender. Os ímpios podem
obter sucesso, mas irão de mal a pior. Você, porém, crente no Senhor, terá outro fim.
O mundo anda caótico e alguns “líderes espirituais” têm distorcido a mensagem do evangelho,
corrompendo as Escrituras e enganado uma grande quantidade de pessoas. Você, porém,
não deve ser assim. É a segunda vez que Paulo usa desse contraste entre o verdadeiro servo
do Senhor e os enganadores. Eles estão seguindo o caminho natural e irão de mal a pior. Já os
verdadeiros servos do Senhor não devem ser assim.
Se nos versículos anteriores a vida prática deveria ser um diferencial, agora a devoção à
Palavra é o diferencial. Timóteo deve ser fiel ao que foi ensinado (v.14) uma vez que é pelas
Escrituras Sagradas que o aprendizado deve envolver a salvação pela fé (v.15).
Versículos 16 e 17, tão conhecidos, trazem uma reflexão importante para os servos do
Senhor. A Escritura é soprada por Deus, vem da mente do Senhor com valor e propósito, ensina
o que é correto, repreende nos mostrando quando erramos; mostra o caminho do arrependimento
quando pecamos e, por fim, nos instrui no caminho certo.
O objetivo é sermos servos do Senhor aptos e preparados para a obra de Deus.
Infelizmente, muitos servos do Senhor estão buscando capacitações, técnicas, instrumentos
mecânicos e métodos prontos para lidar com situações que somente a Bíblia é capaz de tratar.
Como tem sido sua vida de devoção à Palavra? Tem ficado apenas na leitura um dia na semana? Ou
mesmo no estudo aos domingos? Você tem provado da Palavra que ensina, avalia, corrige e encaminha
sua vida? Você tem confiado e aconselhado baseado nas Escrituras? Que a Bíblia seja o guia da sua
vida e que como servos do Senhor possamos crescer, aprender e praticar a Palavra (Tg 1.25)!
C hegamos ao último capítulo dessa carta do apóstolo Paulo. O texto de hoje e de amanhã
exprime as suas palavras finais a um discípulo amado que está servindo ao Senhor com seus
desafios e suas lutas. Qual será a ordem importante para esse discípulo? “Pregue a
Palavra!” (v.2). O mundo não suporta as verdades do evangelho (v.3), muitos estão buscando
pastores que falem o que eles querem ouvir (v.3) e preferem mentiras e mitos à verdade (v.4).
Você, porém, não deve ser assim. Os servos do Senhor devem se preocupar em realizar a
obra do Senhor, cumprindo o que ele espera. Pregue a palavra! Não devemos ficar esperando a
volta de Cristo passivamente, mas pregar as Escrituras. Ainda que digam que não é
politicamente correto, que está defasada, precisa ser atualizada, é racista, machista, um mito.
Nada disso é verdade. A Palavra é a verdade e devemos anunciá-la.
Paulo então faz seu famoso epitáfio: “eu já estou sendo derramado... combati o bom
combate, completei a carreira e guardei a fé” (v.6-7). Ele já sabe que seus dias estão perto do
fim, e seu coração é grato a Deus pela salvação, pelo ministério e por ter completado fielmente
tudo que foi proposto.
Paulo já está com o Senhor, assim como Timóteo. Mas a Palavra está conosco. O “bastão” foi passado a
nós! Minha oração é que sejamos servos fiéis, que pregam a Palavra, que suportam a tentação e que, ao
chegarem diante de Deus, ele diga: “servo bom e fiel”. O “bastão” foi passado. Que o Senhor nos
capacite!
N aOsuaprimeiro
saudação final, Paulo aponta para 4 tipos de pessoas encontradas no serviço ao Senhor.
está nos versículos 9 e é representado por Demas. Ele era um cooperador do
evangelho (Fm 24), mas não queria mais essa vida dedicada a Deus. Sofrer? Ser preso?
Morrer? Nada disso. Demas escolheu a vida confortável em Tessalônica. Confortável, mas
inútil.
O segundo grupo são os que se opõe fortemente ao ministério do evangelho, esse foi o
caso de Alexandre, o ferreiro. Ele causou muitos problemas a Paulo e em vez de o apóstolo
revidar, sua oração é para que Deus lhe retribuísse e que Timóteo ficasse atento a ele.
O próximo grupo de pessoas são aquelas que estão seguindo seus trabalhos na obra.
Vemos Crescente, Tito, Tíquico, Priscila, Áquila, Onesíforo, Erasto e Trófimo. Irmãos em
Cristo, servos do Senhor, alguns eram frutos do ministério de Paulo e agora cada um está em um
canto do mundo trabalhando para o Senhor.
Finalmente, o grupo daqueles que precisam ficar junto dos que sofrem. Lucas foi quem
ficou com Paulo durante esse período. O apóstolo conta com Marcos, aquele que desistira da
primeira viagem missionária de Paulo e que fora a causa da divisão entre Paulo e Barnabé. O
jovem cresceu, amadureceu e seguiu trabalhando buscando a aprovação do Senhor. Sua vida
piedosa faz sua presença ser aguardada pelo apóstolo.
Minha oração é que, se formos vacilantes, possamos como Marcos, voltar aos caminhos do Senhor e ser
úteis na Sua obra. Se temos buscado conforto, que nos arrependamos e venhamos a ter uma vida
dedicada a Deus. Se temos ignorado ao Senhor, que abramos os olhos! Se temos servido, que sejamos
encontrados fiéis. A Cristo seja a glória para todo sempre!
N ossa esperança, assim como a nossa fé, pode ser testada pelas muitas dificuldades da vida. A
pobreza, a perda de entes queridos, a saúde precária e outras adversidades podem levar ao
enfraquecimento da esperança. Mas nunca duvide da Palavra, mesmo quando a esperança se
esvair.
Deus, através de Isaías, ofereceu ao povo de Judá algo que eles não conseguiam encontrar
no estilo de vida pagão que adotaram. Ele lhes ofereceu esperança. Isaías disse ao povo que
mesmo diante da miserável condição espiritual que estavam vivendo, ainda experimentariam
bênçãos: aprenderiam os caminhos de Deus e adotariam um novo modo de vida; guerras e
disputas chegariam ao fim; armas dariam lugar a implementos usados para o bem.
Muitas vezes, a esperança é paralisada pelo desespero, pela sensação de que não há mais
nada que possa ser feito. Quando as pressões da vida se aproximam, nos deixamos apavorar. É
quando precisamos ouvir a mensagem que Isaías compartilhou com seu povo: Deus vê o futuro.
Tudo está em Suas mãos. Deus foi fiel no passado, também será fiel no futuro. Anime-se, as
coisas vão melhorar!
Apesar dos traumas e tragédias da vida, Deus sempre está no comando. Nenhuma situação
que possamos viver, por mais trágica que seja, é destituída de esperança, independente da
improbabilidade de um resultado positivo ou um final feliz.
Para quem diz: “Para mim isso é difícil de acreditar”, eu pediria que se lembrasse das
palavras do Salmo 62.5-6: “Descanse somente em Deus, ó minha alma; dEle vem a minha
esperança. Somente Ele é a rocha que me salva; Ele é a minha torre alta! Não serei abalado!”
Se o barco que lhe dá segurança afundar, lembre-se que uma pequena boia é suficiente para mantê-lo
com a cabeça para fora da água. E mesmo que as coisas não acabem da forma que planejávamos, creia:
nosso Pai Celestial enxugará cada lágrima e restaurará todas as coisas. Para onde vamos, não haverá
mais dor, pois, as coisas anteriores passaram (Ap 21.4).
M ulheres são como guardiãs da moralidade nas sociedades humanas. Enquanto houver um
resquício de fibra moral nas mulheres de uma sociedade corrompida pelo pecado, a
situação não está totalmente perdida... são as mulheres que, através dos lares, têm maior
influência sobre a geração mais jovem. Neste texto, o mesmo orgulho arrogante visto nos líderes
de Judá era evidente em suas esposas. As mulheres ali retratadas eram claramente as mais
abastadas daquela sociedade, cujos ricos vestuários, adornos e joias foram comprados por seus
maridos com o dinheiro da exploração dos mais pobres.
O profeta compara o olhar altivo daquele povo com Sodoma. Esta passagem descreve as
poses luxuosas daquelas mulheres enquanto desfilam pelas ruas de Jerusalém, com uma
linguagem que sugere uma aparente tentativa de atrair a atenção masculina. A descrição
apresenta um catálogo de seus ornamentos luxuosos e contrasta com a expressão “necessitados”.
Curiosamente, há uma linguagem poética neste capítulo. Talvez seja difícil concatenar a
poesia com o conteúdo nada agradável deste capítulo. Mas a forma como estas mulheres
exibiam-se luxuriosamente, realmente chamava a atenção de todos: inclusive de Deus. São os
julgamentos de Deus que merecem a linguagem da poesia, não o exibicionismo sensual, seja nas
ruas, seja nas atuais redes sociais.
Triste situação! Cego, o ser humano não percebe quanto o pecado o destrói. No mundo
atual, a vida imoral parece encantadora, excitante e aprazível. Entretanto, independente da forma
em que a sociedade o perceba, é esse estilo de vida que nos traz miséria e destruição.
Os que se orgulham de seus pecados arcarão com as consequências. No caso de Judá, o julgamento viria
através dos inimigos que levaria cativo aquele povo, despendendo-lhes o tratamento agressivo e nada
honroso de prisioneiros de guerra (v.24)
Porém, em meio de sua mensagem, Deus nos dá esperança: o justo receberá a recompensa de Deus e o
ímpio colherá seu castigo. Qual impacto que essas verdades têm sobre a sua vida hoje?
D eus não tolera o pecado, o nosso pecado! Basta uma rápida olhada nos perfis pessoais de
nossas redes sociais para concluir que a humanidade vai mal, muito mal. Nossa sociedade
não deixa nada a desejar em termos de sensualidade e corrupção para as mais decadentes da
história. Não somos diferentes daquela Judá a quem Isaías se dirigiu.
Mas, a despeito de toda a vida de pecado exibida e descrita no capítulo 3, Deus anuncia a
restauração futura do Seu povo. Como pode ser isso? Dos muitos atributos perfeitos do nosso
Senhor, aqui destaco três: justiça, misericórdia e graça.
Sua santa justiça exige que todo pecado seja punido. Nada mais justo do que isso! Hoje
nós sabemos que a justiça de Deus foi feita na cruz, plenamente satisfeita em Cristo. Já no
tempo de Isaías, o profeta anunciava o Renovo do Senhor, a esperança da salvação daquele
povo.
Quanto a Sua misericórdia infinita, nos revela Jeremias, “são a causa de não sermos
consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são a cada manhã...” (Lm
3.22,23). Isso significa que por causa da misericórdia de Deus nós não recebemos o que
merecemos.
“Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em
Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Aqui se manifesta a maravilhosa graça de Deus. Por
causa dessa graça, nós ganhamos o que não merecemos.
Em meio à degradação espiritual, moral e social apontada por Isaías, Deus anuncia restauração,
esperança para os aflitos com as injustiças, desejosos por renovação. Que nós sejamos distinguidos por
uma vida de santidade e temor as Senhor, e não por riqueza, prestígio ou um corpo sarado.
Tenhamos em mente que a maldade reinante um dia cessará. A injustiça e a imoralidade não se
perpetuarão. Deus lhes porá fim e aqueles que permanecerem fiéis desfrutarão de Seu descanso
glorioso.
E ste capítulo começa com a mais bela canção que encontramos em Isaías. A canção da vinha
demonstra a relação entre o povo e seu Deus. A lição da vinha mostra que a nação escolhida
por Deus deveria dar fruto para levar a cabo Sua obra, para defender a justiça e tornar o
nome de Deus conhecido em toda a Terra. Produziu fruto, mas não o fruto esperado: “Ele
esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas”.
A exploração dos necessitados, orgulho, sarcasmo, imoralidade, presunção, perversão da
justiça são alguns dos pecados apontados por Deus neste capítulo.
Os homens de Judá passavam muitas horas bebendo e festejando, e Isaías prediz que
muitos morreriam de fome e de sede. É irônico, mas a busca desenfreada por prazeres, não traz a
bênção de Deus, muito pelo contrário, podem nos destruir. Deus não é contra a alegria e o
prazer, contanto que estas sejam regradas, conforme lemos em 1Timóteo 6.17: “Ordene aos
que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na
incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação”.
Via de regra procuramos maquiar nossa consciência para justificar esses comportamentos.
Com isso, vamos relativizando a diferença entre o bem e o mal. Se não tomarmos a Palavra de
Deus, a Bíblia, como nosso padrão de regra e conduta, logo todos os pilares morais da vida se
desvanecerão. Colocando Deus fora da nossa sociedade, iremos direto ao fracasso e sofreremos
o dano.
Quando abraçamos valores terrenos e passageiros como fundamentais na nossa vida, invariavelmente
nos afastamos de Deus. Consequentemente, nos sobrevém o dano e o inevitável questionamento tolo:
“por que isso, meu Deus?” Israel sofreu porque afastou-se de Deus. Judá estava prestes a sofrer o
mesmo. É muito triste ver que, da mesma forma, ainda hoje há tanta gente a procura de significado na
vida enquanto desprezam a Deus. Podemos evitar o engano de Israel e Judá colocando o Senhor em
primeiro lugar em nossa vida.
Se você tivesse uma experiência frente a frente com o Senhor como teve Isaías, o que faria? Se
fosse cercado pela gloriosa majestade de Deus, como reagiria? Uma
experiência desta magnitude mudaria alguma coisa em sua vida?
Para o judeu do Antigo Testamento, o templo era o lugar físico que representava a
presença de Deus no meio do seu povo. No capítulo 6, Isaías inicia narrando que o rei Uzias
havia morrido, e (neste contexto) o Senhor faz questão de mostrar que Ele reinava: “eu vi ao
Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo”.
Este encontro com Deus trouxe à tona a consciência de sua natureza pecaminosa. O
mesmo efeito de admiração e temor foi produzido em outros homens pela presença de Deus,
como por exemplo o apóstolo João. A única maneira de você viver sem se sentir desconfortável
com essa verdade é ficar o mais longe possível da presença de Deus. No entanto, quanto mais
perto estivermos de Deus, mais desfrutaremos da graça de Deus.
Isaías também reagiu prontamente ao chamado para ir e pregar. A princípio, poucos
estariam dispostos a apresentar uma mensagem tão impopular ao povo. Não é diferente dos dias
atuais. Talvez alguns estejam esperando uma experiência como a de Isaías para despertar... Mas
a que custo? De acordo com o Talmude, Isaías foi serrado ao meio por ordem do rei Manassés
anos mais tarde. Mesmo não havendo provas, podemos imaginar que Isaías tenha morrido como
muitos outros profetas enviados por Deus para denunciar os desvios do povo de Israel.
Não há dúvidas que uma experiência face a face com Deus, como teve Isaías, transformaria a vida de
alguns de nós. Mas deixe eu lhe lembrar um detalhe: se você é cristão de fato, sua convocação já foi feita
pelo próprio Senhor Jesus (Mt 28.19-20; At 1.8). Portanto, vá e pregue.
Lembre-se: “Somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus
preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Ef 2.10)
A soberania de Deus é clara em todo o livro de Isaías. Há referências diretas e indiretas. Por
exemplo, quando Deus diz “eu vou” ou “eu não vou” fazer isso e aquilo é uma expressão de
Sua soberania. Expressões assim aparecem pelo menos 191 vezes! Toda vez que Ele dá um
comando direto para Seu povo isso é, também, um reflexo de Sua soberania.
Além disso, há dezoito referências a um dos títulos de Deus: “o Soberano Senhor” a
primeira registrada aqui no v.7: “Assim diz o soberano Senhor: ‘Não será assim, isso não
acontecerá...’”
Não importa o que Deus planeje, isso certamente, acontecerá. Sem surpresas.
O Senhor dos Exércitos jurou: “Certamente, como planejei, assim acontecerá, e, como
pensei, assim será. Esse é o plano estabelecido para toda a terra; essa é a mão estendida sobre
todas as nações. Pois esse é o propósito do Senhor dos Exércitos; quem pode impedi-lo? Sua
mão está estendida; quem pode fazê-la recuar?” (Is 14.24, 26, 27).
Qual o limite da Sua soberania? Deus demonstra que, com uma mera repreensão, Ele pode
e controla os mares (Is 50.2b). Demonstra que com apenas um ato de Sua vontade Ele veste o
céu de trevas (Is 50.3) e pode abrir os ouvidos para ouvir (Is 50.5). E, referente ao Seu controle
sobre as nações, Ele diz: “Porque, assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz
germinar a semente, assim o soberano Senhor fará nascer a justiça e o louvor diante de todas
as nações” (Is 61.11).
A pergunta não deveria mais ser “Deus é soberano?” Ele se declarou e demonstrou estar realmente no
controle. Qual deve ser, então, nossa resposta ao aprender que Deus é realmente soberano? Devemos
nos perguntar frequentemente: confio nEle e acredito que o que Lhe agrada será para o meu bem? Essa
é a natureza da fé e confiança em nosso soberano Senhor. O poder de Deus não deve ser encarado
apenas como base para nossa confiança, mas suscitar nosso louvor.
Leitura Diária: Mateus 4.1-22; Marcos 1.12-20; Lucas 4.1-30; 5.1-11; João 1.35-
2:12; Mateus 13.54-58; Marcos 6.1-6; Lucas 5.1-11
Semana 41 | Dia 281 | Domingo | Isaías 7.9
O contexto deste livro acontece muitos anos após a divisão do reino de Israel. O reino do
norte, composto por dez tribos, ainda se chamava Israel (às vezes identificado como
“Efraim”) e sua capital era Samaria. Eles se afastaram irremediavelmente de Deus.
O reino do sul, conhecido como Judá, somava apenas com a tribo de Benjamim.
Estes não ficaram muito atrás e logo se desviaram também. Judá estava sob ataque da Síria e
Israel. Em pânico, o rei Acaz se colocou como vassalo do rei da Assíria, copiou os costumes
pagãos, trocou os serviços do templo e utilizou o altar do mesmo para seu benefício pessoal.
Acaz substituiu o altar dos holocaustos com uma réplica do altar pagão que viu em Damasco.
Tristemente, Acaz permitiu que Deus fosse substituído como líder de Judá. Condenamos
sua atitude, mas fazemos o mesmo quando tratamos de adaptar a mensagem de Deus para se
enquadrar dentro de nossas preferências pessoais. Devemos adorar a Deus pelo que Ele é e não
pelo que nós – egoistamente – gostaríamos que fosse.
Isaías ainda insiste para que Acaz não temesse, pois Israel e Síria logo seriam destruídos.
Deus até se oferece para dar a Acaz um sinal de sua própria escolha para provar que ele poderia
confiar em Deus, mas este se recusa a fazê-lo. Mesmo assim, Deus, o verdadeiro Rei dos Reis,
anuncia um sinal a Acaz e à casa de Davi: uma virgem teria um filho, e Ele seria chamado
Emanuel, que significa “Deus conosco”.
Mateus descreve o nascimento de Cristo como o cumprimento milagroso de Deus do sinal
dado a Acaz. Jesus nasceu, e Ele é Emanuel, “Deus conosco” (Mt 1.9, 23).
Podemos ser tentados a desanimar por causa de tribulações, guerras ou eventos que ameaçam a vida,
mas esse sinal continua sendo nossa esperança. Emanuel veio e está voltando. Cabe aqui o
questionamento que Paulo nos faz: “Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem
será contra nós?” (Rm 8.31).
Semana 41 | Dia 282 | Segunda | Isaías 11.1-5
A promessa de um rei que reinaria para sempre sofreu um sério revés depois que o povo de
Israel foi levado ao cativeiro. Nenhum rei da linhagem de Davi reinou novamente em
Jerusalém. Mas Isaías afirma que um ramo cresceria desse tronco e governaria com justiça
sobre a terra. Esse ramo é Jesus.
Ele julgará com justiça e com equidade. Desejamos que outros nos tratem com justiça, mas
agimos assim? Detestamos quem julga pela aparência, falsa evidência ou por rumores. Mas,
somos rápidos em julgar utilizando esses mesmos métodos?
O profeta retrata o Messias exercendo juízo, pois Cristo pode ser o perfeito e justo Juiz. Só
quando Ele governar nossos corações aprenderemos a tratar a outros com justiça, assim como
desejamos ser tratados.
Judá se corrompeu e agora estava rodeada de potências estrangeiras hostis. A nação
necessitava desesperadamente de um avivamento de justiça, equidade e fidelidade. O povo
precisava voltar a Deus, humilhar-se, arrepender-se de sua soberba e egoísmo e mostrar justiça
ao pobre e ao oprimido. A justiça que Deus valoriza é mais que simplesmente deixar de pecar. É
doar-se ativamente a outros e lhes oferecer a ajuda de que necessitam.
Seguir o Messias hoje, o Renovo da raiz de Jessé, significa que devemos ajustar nossas expectativas. Um
dia Jesus julgará a todos. Ele é o Príncipe da Paz que espera que recusemos o caminho da violência e
promovamos a paz para que nossos inimigos vejam Seu amor. Que Seu reino de paz preencha nossos
pensamentos e relacionamentos e sature o mundo com Seu amor!
O mundo está fora de controle? Quem ouve as notícias pode pensar assim. O trem da história
mundial parece estar descendo a ladeira sem ninguém no controle. Se
temos essa sensação hoje, não estava sendo muito diferente no tempo de Isaías.
Deus usa nações pagãs para trazer juízo sobre Seu povo. Mas Deus é consistente em Seu
caráter e em Suas ações. Aquela Babilônia, que serviu como instrumento de punição de Deus
não era melhor ou pior do que Israel ou Judá. Ela também deveria ser julgada por seu pecado.
Diz o Senhor: “Punirei o mundo por sua maldade, os ímpios por seus pecados. Porei fim à
arrogância dos altivos e humilhação rei o orgulho dos implacáveis”.
Deus é capaz de, apesar de todas as nossas escolhas humanas, todos os nossos fracassos,
direcionar todas as coisas para o Seu bom propósito. Ele não comete erros. O Seu objetivo
divino pode ser traçado por meio pessoas ímpias e cruéis. Deus pode utilizar toda Sua criação
para atingir Seus propósitos.
Mais tarde, Deus levanta outro povo para realizar Sua justiça. Por meio dos Medos, Ele
decreta a queda da Babilônia. Os Medos, por sua vez, também seriam humilhados e usados por
Deus para o remanescente de Judá retornar e preparar a vinda do Messias (Dn 8-9).
Nosso Deus é o Senhor da história. Ele sabe objetivamente para onde o mundo está indo. Mas nossa
esperança não deve estar neste mundo, mas no Dono da História. Nosso destino é Seu reino de paz. Se
você é um cidadão desse reino, pode encontrar confiança em saber que Deus opera todas as coisas para
esse bem supremo.
C ertamente vemos nesta passagem uma das mais claras representações de orgulho e
egocentrismo: Eu. Primeiro Eu. Apenas Eu. Estamos todos aflitos com esta doença em
particular. Os primeiros versos do capítulo 14 revelam a quem o profeta se dirigia: o rei da
Babilônia. Porém, essa passagem é interpretada (e cabe perfeitamente) como uma metáfora para
nos revelar o motivo da queda de Lúcifer.
Seja o rei da Babilônia, seja o “capiroto”, fica explícita toda a exaltação do Eu. O orgulho
nosso de cada dia intenta nos elevar ao céu, mas está nos levando para o inferno. Intenta nossa
exaltação, mas é o motivo da nossa vergonhosa humilhação. Intenta nos fazer semelhante ao
Altíssimo, mas nos leva à sepultura.
É triste e desesperador saber que esse é o orgulho que encontro em meu próprio coração:
- Eu quero minhas necessidades atendidas.
- Eu quero que as pessoas concordem comigo.
- Eu acho que sou eu quem está certo.
- Eu quero ser feliz agora e as pessoas tem a obrigação de me satisfazer.
Como crentes, fomos libertos de nossa velha natureza que nos impunha sua própria
maneira de viver. Porém, mesmo depois do perdão, somos tentados continuamente a nos
satisfazer pela cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a soberba da vida (1Jo 2.16).
E quando permitimos conceder satisfação aos nossos desejos, seja o grau que for,
exaltamos o nosso próprio deus em detrimento da vontade de Deus.
Assim, “...Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente
considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses,
mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus...” (Fp
2.2-5).
“Da mesma forma jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para
com os outros, porque ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes’.
Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo
devido” (1Pe 5.5-6).
Ore sobre isso hoje. Medite diante de Deus sobre o defeito de fabricação chamado “orgulho”; você
também nasceu com ele.
A queda deixou danos em toda a humanidade que, afastada de Deus e rebelde, não tem
conhecimento de Deus, não O busca e nem confia nEle. Sempre faz as coisas confiando em
suas próprias forças, capacidades e habilidades. Mesmo contemplando a criação, recusa-se
acreditar no criador. Infeliz, não percebe que quanto mais agir dessa maneira, menos sentirá a
presença de Deus e Seu grande poder. Não consegue sentir como Deus conduz todas as coisas
todos os dias de nossas vidas. Não há paz ou alegria em corações tão endurecidos.
Deus criou a humanidade para Si e, mesmo depois da queda, a tem guiado silenciosamente.
Ele não nos abandonou, nem nos deixou sem esperança, mas nos mostrou um caminho de volta
para encontrá-lO e adorá-lO. Ainda que O neguemos, podemos desfrutar de Suas bênçãos
diariamente.
Mesmo no meio de uma humanidade corrompida e cega às coisas de Deus, há aqueles que
nEle confiam. E quando confiamos em Deus em todas as situações, Ele nos guiará, dará
sabedoria e força para enfrentarmos todas as dificuldades que encontrarmos em nossa jornada.
Assim, poderemos viver sob o cuidado e proteção de Deus. Com Ele, nossos corações estão em
paz mesmo em meio a tribulações. Nossos pés caminham tranquilos sobre pedregulhos, nossos
espíritos são consolados mediante tanta injustiça e miséria porque confiamos no Deus
verdadeiro.
Pela Palavra, podemos ver quão grandes coisas Deus faz através de Seus filhos, porquanto
confiaram no Senhor. Por exemplo, Davi derrotou o filisteu, confiando no poder de Deus e não
em si mesmo. Salomão tornou-se o rei mais sábio do mundo porque pediu sabedoria divina para
governar Israel. Podemos ver que a sabedoria e a onipotência de Deus são inesgotáveis e estão
em toda parte.
Se aprendermos a confiar em Deus em tudo em nossa vida diária, não apenas obteremos sabedoria dada
por Deus para fazer as coisas melhores, mas também experimentaremos grandes feitos. Quanto mais
confiança tivermos em Deus, mais provaremos daquilo que Deus pode fazer em nós, apesar de nós.
Quanto mais reconhecermos a autoridade de Deus, maior será nossa fé.
A oDesejo
longo das próximas duas semanas, estaremos percorrendo a Epístola de Paulo a Tito.
que Deus fale ao seu coração através dessa incrível carta do Novo Testamento.
Espero que você consiga extrair aplicações profundas para sua vida de forma que seja moldado
pela Palavra de Deus à semelhança de Cristo. Hoje, quero dar um panorama dessa carta. Nela
temos instruções sobre o modo que a igreja de Deus deve se organizar em um mundo caído e
corrompido. A ilha de Creta possuía uma cultura depravada. A sua cidade não deve ser
diferente, a minha não é. Mais que nunca precisamos de instrução da Palavra de Deus para
nossas igrejas e famílias diante da corrupção crescente. Quanto a Tito, ele era um jovem pastor,
ovelha de Paulo. E antes de chegar a Creta, provavelmente passou por Éfeso e Corinto. Tinha
experiência e teve um excelente professor de Bíblia e ministério. Essa carta nos mostra a
importância da organização da igreja como também da nossa vida. Precisamos ser intencionais
quanto ao serviço do Senhor. Paulo está instruindo Tito a estabelecer uma liderança bíblica e
saudável para pastorear o rebanho e pôr “a casa em ordem”. Com isso os diversos grupos da
igreja seriam instruídos a viver a doutrina cristã com maturidade e a igreja brilharia no meio de
uma cultura em trevas. Perceba que Paulo não alivia a cultura cretense, que não era muito
moral. Alguns dizem que havia o verbo “cretar”, sinônimo de mentir fazendo referência a essa
prática na ilha. A igreja em Creta deveria estar firmada no bom ensino da Escritura e, como
regenerada pelo Espírito Santo, viver o cristianismo fazendo oposição à cultura e ao legalismo
judaico.
Umas das palavras que descreve essa carta é “organização”. O mal é organizado em suas maldades,
mas a organização é algo que Deus deixou para nós, afinal, Ele mesmo criou o mundo de maneira
ordenada. Para sermos intencionais na obra de Deus (na igreja, na família, no evangelismo e
discipulado...) precisamos nos organizar para recebermos a instrução de Deus, para vivermos a Sã
Doutrina e para ensinarmos a outros. Como anda sua rotina e vida, bagunçada ou organizada? Pense
e ore sobre isso! Peça a ajuda de Deus para ser organizado e intencional.
Semana 42 | Dia 289 | Segunda | Tito 1.1-4
SERVO ENVIADO
O apóstolo Paulo inicia a carta se identificando. É natural que isso ocorra, como foi em outras
cartas paulinas. Aqui Paulo se identifica como servo/escravo e depois como apóstolo. O
servo não tem vontade própria e por isso pode ser enviado pelo seu senhor para a missão
que Ele desejar. Foi assim com Paulo. Deus enviou esse servo como apóstolo aos gentios e ele
tinha total convicção disso. Ele descreve: “para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento
da verdade que conduz à piedade” (v.1). A missão do servo é essa: levar a mensagem da graça
salvadora que salva eficazmente os eleitos de Deus, no tempo certo, para uma vida piedosa.
Temos duas lições importantes aqui. A primeira é a missão dos servos de Deus. Os servos
cumprem esse papel. Não importa onde você more, trabalhe, estude ou em que família você
nasceu. Após a salvação você é um servo que cumpre a missão de pregar a Palavra. A segunda é
que a garantia do êxito da missão é dada por Deus. Ele nos salva, nos torna Seus servos, nos
envia e, por isso, garante o resultado: a produção da piedade na vida dos eleitos. Esse resultado
serve como autenticação de que o evangelho foi pregado com fidelidade aos eleitos. Na
execução do trabalho precisamos lembrar que a esperança do evangelho foi prometida “antes
dos tempos eternos” dando a entender que não foi uma reação de Deus, mas um plano pré-
estabelecido.
Você compreende o peso da palavra “servo”? Tem servido a Deus como deveria e poderia? Lembre-se
que a piedade também implica em pregar o evangelho ao mundo. Pense e escreva abaixo o que você
precisa que Deus lhe dê para que sirva a Ele como Ele é digno.
Leitura Diária: Mateus 10; 14; Marcos 6.7-56; Lucas 9.1-17; João 6
Semana 42 | Dia 292 | Quinta | Tito 2.1-5
PRECISAMOS DE HOMENS E
MULHERES EXEMPLARES
A SãPaulo
Doutrina é a base para a construção de toda obra piedosa na vida dos crentes em Cristo.
ordena que Tito ensine aos diversos grupos da igreja a partir dela. Agora ele passa a
esses grupos: homens, mulheres, jovens e escravos. A igreja não sobrevive apenas de bons
líderes, ela precisa de “bons crentes”, discípulos comprometidos com a doutrina e a piedade.
Destaco dois grupos: homens e mulheres mais velhos. Você, homem adulto e de meia idade em
diante, precisa se apresentar como um modelo de fé para os homens mais novos. E você querida
irmã, precisa demonstrar piedade no modo em que vive, sendo inspiração às mais jovens. Os
homens não podem achar que a próxima geração de jovens homens está ganha. Eles precisam
de constante exortação e encorajamento para se tornarem maduros em masculinidade e fé.
Infelizmente, temos visto uma espécie de “letargia espiritual” entre os homens que tem levado à
perda do legado da masculinidade bíblica. Da mesma forma, as filosofias humanas estão
distorcendo o papel da mulher na igreja, na sociedade e na família. Muitas moças não desejam
mais ter filho e não querem mais ser donas de casa. Sabemos que não há uma proibição bíblica
ao trabalho da mulher, afinal, a mulher de provérbios 31 também é uma mulher “pau pra toda
obra”. O ponto é que as mulheres estão perdendo o zelo pelo lar e isso pode acabar por
enfraquecer a família e a formação cristã em casa. Essa mistura de homens inertes e mulheres
distraídas pode ser fatal. Por isso Paulo encoraja esses dois grupos a assumirem seus papeis.
Ainda é possível mudar essa realidade. Mulheres e homens que são exemplos de fé para uma
próxima geração.
As mulheres mais velhas precisam mostrar a bênção que é construir um lar junto com seus maridos.
Os homens mais velhos precisam exemplificar o modo glorioso de viver a vida comum de um homem
cristão. O resultado será a fama do evangelho de Cristo sendo espalhada. Como você pode se
posicionar a respeito disso? Pense e ore a Deus pedindo ajuda nisso!
PRECISAMOS DE TRABALHADORES
COM BOM TESTEMUNHO
C erta vez o reformador Martinho Lutero foi questionado por um sapateiro sobre como poderia
contribuir com a Reforma (Protestante). A resposta de Lutero marcou o que era o
pensamento reformado quanto ao trabalho, ele disse: “Vá fazer os melhores sapatos que
puder e vendê-los por um preço justo”. O trabalho não é um desastroso resultado da queda, mas
uma ordem de Deus ao homem emitida antes da era do pecado. Cultivar e guardar o jardim
eram a missão de Adão que já começou a trabalhar dando nome aos animais. O trabalho escravo
era comum no período da igreja primitiva e também, apesar da situação, era considerado um
trabalho. Paulo não pôde incentivar a rebelião. Seu objetivo é que os escravos ganhassem o
coração de seus senhores que tinham poder sobre eles. Com isso eles poderiam ser instrumento
do evangelho entre outros escravos e aos seus senhores. O cristianismo de fato é radical, de
forma que valia mais se preocupar com o testemunho de Cristo do que com a sua liberdade
pessoal ou familiar. O trabalhador cristão precisa de conduta exemplar frente a cultura atual. É
muito comum funcionários (públicos ou privados) serem insubmissos causando rebeliões contra
os superiores a troco de nada ou a serem mal-educados, respondões. Muitos passam boa parte
do tempo de trabalho usando o celular “roubando” o lucro de seus patrões e ganhando sem
trabalhar. O cristão precisa ser um funcionário dedicado, exemplar e digno de confiança. Deve
se lembrar de que o trabalho é digno e glorifica a Deus e que deve ser feito como para o Senhor
e não para os homens de forma que o testemunho do evangelho se torne atraente a todos ao seu
redor e aos chefes.
Dos pecados citados no texto, qual deles você tem cometido? Seja específico escrevendo isso. Você se
dedica ao trabalho como deveria e está sendo pago ou se preocupa mais em reclamar que ganha pouco
e que é injusto? A Palavra de Deus nos lembra de que quem não trabalha, não é digno de comer (2Ts
3.10). Trabalhe com foco de edificar, construir riqueza e glorificar a Deus através de seu esforço tendo
como objetivo o sustento da sua família, a ajuda ao próximo e o investimento no Reino de Deus.
A SALVAÇÃO É UM MILAGRE DA
GRAÇA
A gora Paulo nos fala sobre a nossa salvação. Existe um fator determinante que muda a
inclinação do homem e o torna diferente dos demais da cultura peca-
minosa imperante. Esse fator é a salvação, um milagre da graça de Deus. Temos algumas
características aqui. Primeiro, ela é da parte de Deus. Jesus é a manifestação do amor de Deus
pelos homens, e isto é um ato monergístico de Deus, isto é, realizado de maneira unilateral por
Deus. Segundo, a misericórdia de Deus é a base dessa salvação e não as obras que praticamos.
Terceiro, o Espírito Santo é o aplicador dessa obra realizada por meio de Cristo. Ele aplica em
nós nos vivificando (lavar regenerador e renovador); o conteúdo da nossa salvação é a
justificação que vem pela fé somente no sacrifício de Jesus que nos torna filhos e nos dá uma
esperança real de vida eterna; e por último, as boas obras são um resultado diretamente ligado a
essa salvação pela graça. Essa realidade deve nos confirmar o que falamos no devocional de
ontem: a única chance que tínhamos para sair do destino triste que estávamos seguindo era a
graça e a misericórdia de Deus. Graças a Deus porque essa salvação é uma obra dele, perfeita,
que Ele derramou sobre nós. Esse, de fato, é o maior milagre.
Você conhece as bases de sua salvação? Achava que tinha alguma participação na sua salvação? Pare
e medite alguns minutos sobre o fato apresentado na Palavra de Deus e escreva algumas
consequências disso na sua vida hoje.
“TRETEIROS” DA INTERNET
M uitos de nós, ao conhecer a sã doutrina, nos tornamos uma espécie de “treteiro de internet”,
que ficava debatendo nas redes muitas vezes de forma pecaminosa. Aqui, Paulo não está
condenando a defesa da fé e da Sã Doutrina, mas é importante entender o que Paulo
combate e aprender com isso. O grupo da circuncisão presente em Éfeso e na Galácia,
combatido por Paulo, gostava de gerar discussões que não eram edificantes e que não tinham
base bíblica. Eram controvérsias sobre genealogias intermináveis e infrutíferas. Esses se
achavam mais santos por não comerem alguns alimentos e por guardarem datas. Paulo afirma
que isso vai contra a nossa justificação pela fé que é somente em Cristo. Essas coisas são inúteis
e não servem o propósito de edificar o corpo de Cristo (1Tm 1.4-7). Devemos, sem dúvidas,
defender a fé e a verdade, mas será que de fato estamos defendendo a fé ou pontos curiosos e
secundários? Alguns irmãos se preocupam muito com detalhes que não ajudam em nada a
descobrir o sentido do texto e que não afetam o ensino, mas por certo orgulho de saber aquilo,
buscam aquela informação. Outros brigam por pontos importantes, mas o fazem de forma
errada, sem amor e humildade. Precisamos buscar equilíbrio nisso, nem causando confusão,
nem dando ênfase a questões de pouca importância.
Não devemos ficar querendo saber qual era o espinho na carne de Paulo ou o que Jesus fez na Sua
infância. Precisamos nos preocupar com o que Deus revelou e nos iluminou a saber. Também, ao
defender ideias bíblicas precisamos de mansidão, misericórdia e amor com os irmãos que ainda não
tem tal compreensão orando e falando com paciência. Você tem “tretado” muito? Como pode mudar
isso para que suas conversas sejam para edificar aos outros?
J oel, possui um nome que é uma declaração, um brado de verdadeira fé: “YAHWEH é Deus”.
Ecoa o que Moisés escreveu em Deuteronômio 6.4 que pode ser traduzido literalmente como,
“Ouça, ó Israel: YAHWEH, o nosso Deus, é o Único”. Quando a Bíblia fala de “outros
deuses”, eles são, na verdade, apenas criações dos homens feitos à sua falha imagem além de,
muitas vezes, fruto dos seus medos.
Ele é o filho de um desconhecido chamado Petuel e traz várias menções e referências à
Jerusalém e ao templo (1.9; 2.15–17, 23, 32; 3.1). Algo que sugere que ele nasceu em Judá e
que talvez tenha sido nativo ou pelo menos um morador de Jerusalém. Talvez tenha sido um
sacerdote ou alguém muito próximo ao dia a dia do templo, tal como um profeta. Vemos isso
pelo fato de ele mencionar tanto este ambiente.
Joel, como muitos profetas, procura trazer uma mensagem que confronte o povo de Deus a
arrepender-se diante de um Deus que julga a toda a humanidade e que, inclusive, já destinou um
dia para seu Julgamento Final. Israel tem aqui mais uma chance de retornar ao caminho da
Aliança e se tornar o povo que abençoaria a toda a humanidade. Algo que, como sabemos, não
aconteceu.
Tornou-se comum nos últimos tempos as pessoas afirmarem, “Só Deus pode me julgar”. Certo
pastor perguntou diante disso, “E tal ideia não lhe amedronta?” Como juiz, o nosso Deus não
pode ser comprado, nem subornado. Israel sabia do que lhe era requerido ao estar em Aliança
com o Senhor, mas resolveu testar se Deus falava mesmo a sério. De certa forma, parece que
toda a humanidade faz o mesmo. Ainda que de formas diferentes.
Enquanto nos preparamos para caminhar neste livro, pergunte a si mesmo se você tem se aproveitado
(abusado) da noção de que Deus é amor e esquecido da parte do “fogo consumidor” (Dt 4.24; Hb 12.29).
Só há um Deus e Ele não brinca em ser o que Ele é. Esquecer disso e de Suas obras, além de Seu poder
soberano foi parte do erro de Israel. Será que temos levado isso a sério e aplicado às nossas vidas
hoje?
Semana 44 | Dia 303 | Segunda | Joel 1.2-4
N ascomúltimas décadas onde temos vivido, algumas vezes as pessoas ficaram de queixo caído
alguns acontecimentos. Eventos aconteceram que jamais nós tínhamos visto antes. O
11 de setembro e o tsunami de 2004 são exemplos disso, mesmo que o primeiro tenha sido
causado pela maldade humana e o segundo por um “ato de Deus”, tal como costumam chamar
os cataclismas climáticos. A imagens paralisaram as pessoas e marcaram de tal forma que a
maioria lembra onde estava quando ficou sabendo das “más notícias”.
Nos dias de Joel, ele conclama o povo a perceber o quão inusitado era o que viria sobre
eles, “Já aconteceu algo assim nos seus dias? Ou nos dias dos seus antepassados?”. Não
apenas seria uma praga de gafanhotos (pois, tal havia acontecido no Egito), mas sucessivas
ondas que varreriam da terra o que a onda anterior deixasse. Infelizmente, muitos tem tomado
este texto de forma alegorizada e aplicado das maneiras mais estrambólicas no mundo
evangélico. Contudo, os gafanhotos aqui são exatamente isso: gafanhotos. Não são demônios,
nem qualquer outra suposta interpretação.
E a mensagem de Joel aqui é: vocês não percebem a magnitude do que vem sobre vocês e
como isso não se viu antes? Vocês não entendem que é Deus chamando a atenção de vocês?
C. S. Lewis disse que o sofrimento é o megafone de Deus para chamar a atenção de uma
humanidade surda. Bem, este era realmente o povo de Deus daqueles dias.
Nenhum de nós gostaria que a nossa atenção fosse chamada por surpresas desagradáveis. Contudo,
muitas vezes, desprezamos o cuidado de Deus e o quanto Ele supre as nossas vidas. Nos tornamos
lenientes com o conforto e a ausência de reais problemas. Diante disso, o Senhor muda a Sua
estratégia para que possamos prestar atenção.
Analise a sua vida hoje e tente pensar em momentos nos quais exatamente isso aconteceu. Será que
está acontecendo agora? Como mudar isso?
É Deus. Vez após vez, Ele avisa aos Seus para que se arrependam e voltem. Nos versos algo
13 e 14, mais uma vez Ele faz isso focando nos sacerdotes, pois eles deveriam servir de
exemplo para todo o povo. Assim, eles deveriam colocar “vestes de luto”. Literalmente, “pano
de saco”, algo que era usado em momentos de lamento e como expressão de arrependimento. A
razão de tal lamento era que os itens necessários para o serviço a Deus haviam acabado, “pois
as ofertas de cereal e as ofertas derramadas foram suprimidas do templo do seu Deus”. Só
restava convocar todos para um jejum e para clamar ao Senhor.
Em seguida, o Senhor avisa que o “dia do Senhor está próximo”. Aqui os comentaristas
entendem que Joel está apontando para o fim dos tempos para que os seus leitores pensem em
algo final e definitivo à luz da destruição que estava diante dos seus olhos (v.16-18).
Diante disso, o profeta clama ao Senhor, pois a destruição está diante de todos (v.19-20).
Quem dera cada ser humano pudesse ter esse discernimento a respeito do mundo em que
vivemos e as claras evidências do juízo de Deus diante da maldade do homem. Basta ligar o
noticiário e as evidências estão em cada manchete. Quem dera isso pudesse levar mais e mais
pessoas a clamarem percebendo que isso ainda não é nada diante do Dia do Senhor!
A perspectiva escatológica (i.e., do fim das coisas) tem um grande poder de acordar-nos para a
realidade. As maquiagens que colocam na realidade não devem nos impedir de enxergar esse toque de
despertar.
Se você está em Cristo, o Dia do Senhor é um dia de maravilhosa expectativa. Mas, há muitos que não
têm como olhar para este futuro com a mesma visão. Como você pode hoje impactar a eternidade de
alguém? Quais evidências de condenação na vida dessa pessoa podem ser instrumentais para que você
fale da Esperança eterna em Cristo?
A Bíblia é repleta de linguagens bem gráficas que nos faz imaginar a cena que está ali descrita.
No verso 1, nossa imaginação pensa em um antigo ajuntamento de pessoas com muros e
torres. E no alto de uma delas, uma sentinela. Ele olha sempre o horizonte para ver se
alguém vem em direção à cidade. Especialmente, possíveis inimigos. Então, ele toca a trombeta
para avisar. Contudo, quem está por trás da ameaça nesses versos não são apenas forças
humanas, mas o próprio Deus. Afinal, é “o Dia do Senhor”.
Quando qualquer ameaça vem contra nós, raramente paramos para pensar que aquilo não é
por nada que fizemos, antes é fruto de nossas decisões; nossas más decisões. O povo de Deus
estava sendo atacado como forma de juízo da parte do Senhor. O objetivo não era castigo pelo
castigo. Aliás, a disciplina divina nunca é meramente punitiva. Até porque jamais podemos
restituir qualquer mal, erro e pecado à altura da santidade do nosso Deus. Paulo deixa claro que
a disciplina busca restauração do irmão (Gl 6.1) e o autor de Hebreus nos diz que o objetivo de
Deus sempre é produzir “fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hb
12.11).
Assim, em mais um exemplo de aviso de Deus sobre os perigos da desobediência, a
trombeta é tocada. Há um exército vindo contra nós. Nós causamos isso com nossa rebeldia.
Vamos ficar sentados sem fazer nada?
Essa trombeta em nossas vidas podem ser irmãos queridos. Infelizmente, muitas vezes, não gostamos
daqueles que “tocam a trombeta” nos avisando. Você tem valorizado o agir disciplinador de Deus? No
primeiro momento, claro, não é motivo de alegria (Hb 12.11a). Mas, depois você passa a ser grato
pelos avisos e pela disciplina de Deus (Sl 119.67, 71)?
P oucas coisas enchem o coração humano de medo como a descrição de um inimigo que não
temos como resistir. Por diversas vezes o povo de Deus esteve em desvanta-
gem contra os seus adversários. Em algumas dessas vezes, o resultado foi quebrantamento,
arrependimento, confissão e outras atitudes de humildade e humilhação diante do Senhor. Um
exemplo disso encontramos nos dias do rei Josafá em 2Crônicas 20: “Depois disso, os moabitas
e os amonitas, com alguns dos meunitas, entraram em guerra contra Josafá. Então informaram
a Josafá: ‘Um exército enorme vem contra ti de Edom, do outro lado do mar Morto. Já está em
Hazazom-Tamar, isto é, En-Gedi’. Alarmado, Josafá decidiu consultar o SENHOR e proclamou
um jejum em todo o reino de Judá. Reuniu-se, pois, o povo, vindo de todas as cidades de Judá
para buscar a ajuda do SENHOR” (v.1-4). Repare que a atitude de Josafá é a esperada diante de
um cenário assim.
Infelizmente, não parece que a profecia de Joel tenha tido o mesmo efeito. Nem na
aplicação imediata desde texto (os dias de Joel), nem se tomarmos uma segunda aplicação
escatológica (isto é, no fim dos tempos). Ao que parece, os homens em sua maioria continuam
ignorando e praticamente rindo-se dos avisos de Deus.
A Bíblia tem muitos exemplos de avisos que não foram atendidos. Quem de nós almejaria, por
exemplo, um ministério como o de Jeremias. Falou, falou e falou e foi ignorado (e atacado) pelo povo.
Hoje, o alerta do Evangelho não deve ser opressivo ou agressivo, mas precisa ser realista. A eternidade
das pessoas está em jogo. Elas precisam saber que “aceitar a Jesus” não é uma decisão banal, nem é
como entrar para um clube. É um compromisso de vida e com mudança da mesma, pois “Como é
grande
o dia do Senhor! Como será terrível! Quem poderá suportá-lo?” Temos pregado com um
senso de urgência e gravidade?
Leitura Diária: Mateus 26.1-5, 14-35; Marcos 14.1-2, 10-31; Lucas 22.1-
38; João 13
Semana 44 | Dia 308 | Sábado | Joel 2.12-17
D epois da descrição ameaçadora dos inimigos que vinham contra o povo de Deus, o Senhor,
através do Seu profeta, passa a descrever de forma clara qual deveria ser a atitude de
resposta. Primeiro, eles deveriam se voltar, isto é, se converter ao Senhor (v.12-13). A ideia
aqui é de um giro de 180°. Não apenas de palavras como haviam feito, mas “de todo coração”;
algo comprovado por atitudes de quebrantamento: “jejum, lamento e pranto’. Não apenas algo
exterior como rasgar as vestes, mas algo interior simbolizado pelo rasgar do coração, isto é,
arrependimento e mudança do “homem interior”. Deviam fazer isso confiando no caráter de
Deus que é “misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não
envia a desgraça”.
Tal resposta poderia ter a esperança não apenas de um livramento do inimigo, mas da
suspensão da atual disciplina e restauração das lavouras. A motivação era que Deus é tão
misericordioso que Ele (se assim desejar) pode fazer o que não merecemos.
Finalmente, diante disso, todo o povo (anciãos, crianças, recém-casados...) deveria buscar
o Senhor. A trombeta é tocada novamente para convocar a assembleia para junto com os
sacerdotes clamarem ao Senhor.
Que maravilhosa descrição de como deve ser a nossa pregação do Evangelho. Ela deve convocar e
desafiar as pessoas ao arrependimento e à mudança pela fé em Cristo. Uma mensagem clara, direta e
realista remove as desculpas dos ouvintes. Se recusarem, serão ainda mais responsáveis. A verdade em
amor não pode faltar na nossa proclamação à nossa geração.
ESTAMOS DE PASSAGEM
ma das melhores experiências da vida é conhecer outras culturas, povos
diferentes e regiões distantes. Na verdade, algumas pessoas gostam disso, outras
nem tanto, porque ser um viajante tem vantagens e desvantagens, dependendo do lugar onde se
está. Mas espiritualmente, é bom que nos lembremos de que não somos deste mundo e que
estamos aqui só de passagem. Pedro começa sua primeira carta chamando seus leitores de
“eleitos de Deus” e “peregrinos dispersos”. Duas expressões de grande significado.
Uma vez que a carta de Pedro foi escrita para encorajar os irmãos que estavam sendo
perseguidos e lidando com muitas aflições (1Pe 4.12), era importante já começar a mensagem,
destacando quem eles eram em meio aos problemas que estavam enfrentando. Eles precisavam
ter em mente que foram escolhidos por Deus. Isso poderia dar a eles grande consolo nos tempos
de crise, e também reconhecer que não pertenciam a esse mundo.
A exortação de Pedro começou com palavras importantes para que seus leitores
enfrentassem as lutas sem esquecerem de sua identidade. Dessa forma, todo crente, como um
peregrino, deve estar focado em sua pátria celestial (Fp 3.20; Hb 13.14) e em seu
relacionamento único e exclusivo com Deus.
Como escolhido de Deus, viva de acordo com os planos dEle, em santidade e obediência a Jesus Cristo!
Como peregrino, tenha sempre o desejo de um dia estar em sua pátria celestial! Em meio às aflições
desse mundo, não deixe de agradar a seu Deus, sendo confiante em Seus planos.
Semana 45 | Dia 310 | Segunda | 1Pedro 1.3-9
EXULTAÇÃO NA PROVAÇÃO
H umanamente falando, é difícil entender como alguém pode se alegrar, quando todas as
circunstâncias ao seu redor são tão desfavoráveis. Realmente não é uma reação tão fácil e
muito menos natural. Por isso, só pessoas convictas de seu relacionamento com Deus,
eleitas, e certas de que estão neste mundo só de passagem, como peregrinas, conseguem se
alegrar em meio às provações.
Conseguem porque entendem que foram regeneradas por Deus, ou seja, foram renascidas
para uma nova vida, para fazer parte de uma família singular. Foram regeneradas conforme a
grande misericórdia de Deus (elas não têm mérito algum) para uma esperança viva, para uma
vida com sentido e propósito. Conseguem se alegrar em meio às crises porque compreendem
que o maior problema de suas vidas já foi solucionado. Já receberam perdão, justificação e
livramento da condenação eterna.
Qual deve ser a atitude de alguém que entende a ação de Deus em seu favor? Não poderia
ser outra, a não ser a da exultação (v.6) ou da alegria indizível e gloriosa (v.8),
independentemente das circunstâncias externas.
Ore ao Senhor, expressando sua alegria de ser uma pessoa salva pela obra redentora de Cristo! Seja
grato por ter sido alvo da misericórdia de Deus. Em meio às provações dessa vida, não perca o foco,
continue lembrando do Senhor Jesus que o capacita a lidar com as lutas e que, em breve, Ele voltará e
todas essas lutas serão passado.
GRAÇA ESPECIAL
P resente por si só já é algo especial. De certa forma, é uma expressão carinhosa de alguém.
Mas, quando o presente é personalizado, é melhor ainda, não é verdade? Pedro fala de uma
graça destinada aos seus ouvintes (“graça destinada a vocês”, v. 10) e enfatiza no versículo 12
que Cristo foi um presente às pessoas da era da igreja, ou seja, a nós que cremos nEle como
nosso Salvador. A nossa redenção foi planejada de forma especial por nosso Deus antes da
criação do mundo (Ef 1.4).
Esse plano envolveu homens do Antigo Testamento que falavam da salvação e estudavam
suas profecias, procurando entender quem seria o Messias e quando Ele viria. Foi um plano que
envolveu o Espírito Santo que apontava os profetas para Cristo, ou seja, o Espírito atuou na vida
dos profetas como também atuou e atua nos pregadores do evangelho, envolvidos nesse
admirável plano de redenção.
A salvação de pecadores é uma graça especial. A redenção em Cristo é um plano divino
admirável que inclusive os anjos anseiam compreender tão grande expressão de amor e
misericórdia. Será que temos sido gratos por essa graça destinada a nós?
Cultive em seu coração a admiração pelo Deus doador da graça especial que alcançou você. Não
permita que situações difíceis da vida desviem seu foco da salvação em Cristo Jesus. Semelhantemente
aos anjos, admire, contemple o plano do Deus misericordioso de salvar pecadores. Louve ao Senhor
também pela unidade da Sua Palavra – A Bíblia é formada por Antigo e Novo Testamento com uma
só mensagem, Jesus Cristo.
ENQUANTO AGUARDAMOS
ocê gosta de aproveitar o tempo? Numa sala de espera, por exemplo, você
costuma ler enquanto aguarda sua vez de ser atendido? Nesse mundo, todos os
que creem em Cristo são peregrinos, mas enquanto aguardam o encontro com o seu Salvador,
precisam fazer alguma coisa. Não podem desperdiçar o tempo que tem na jornada terrena,
precisam se portar com temor a Deus, o Pai celestial, e agirem como filhos obedientes.
Pedro deixa claro que cada crente precisa realizar boas obras, pois serão julgados pelo Pai.
Também enfatiza que a motivação deve ser a de expressar gratidão pela sua salvação pelo sangue
de Cristo. Isso faz grande diferença, pois não fomos chamados por Deus para simplesmente
vivermos fazendo coisas certas e tendo uma vida moral digna de apreciação. Fomos salvos por
Jesus Cristo a quem devemos honrar em todo tempo e expressar nossa fé e esperança em Deus.
Olhe para a obra de salvação e trabalhe para exaltar a Cristo. Ore, sendo grato a Deus por poder tê-
lO como seu Pai. Cultive sua gratidão a cada dia de sua jornada terrena pela graça recebida de poder
viver em santidade. Cuide para que todos os dias sua fé e esperança estejam em Deus, não nas
circunstâncias desse mundo.
Leitura Diária: Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; João 20-21
Semana 45 | Dia 314 | Sexta | 1Pedro 1.22-25
O PODER DA PALAVRA
A maior bênção que uma pessoa pode receber é uma nova vida. Só assim, ela pode ter suas
motivações transformadas, deixando de ser egoísta para se importar
com outras pessoas e amá-las. Mas como que é possível se obter um novo nascimento e ser
regenerado? Não existe outra forma a não ser por meio da Palavra de Deus, viva e permanente.
Para deixar essa verdade bem clara, Pedro cita o profeta Isaías 40.6-8, e assim,
entendemos que não importa quantos séculos atrás a Palavra de Deus tenha sido escrita, pois ela
continua sendo válida e transformando vidas. Vidas de pessoas rebeldes transformadas em vidas
de pessoas obedientes. Vidas de pessoas amantes de si mesmas, em vidas de pessoas que amam
sinceramente umas às outras, sem hipocrisia e todo o coração. Somente a mensagem sobre Jesus
Cristo tem poder para regenerar os perdidos e fazê-los viver em obediência à verdade. “Essa é a
palavra que lhes foi anunciada”.
Leia e medite na Palavra de Deus todos os dias. Procure, intencionalmente, obedecer às verdades que
você tem conhecido para ter uma vida transformada. Busque oportunidade para expressar amor aos
seus irmãos em Cristo. Anuncie a Palavra de Deus para que outras pessoas também sejam salvas pelo
evangelho.
A DINÂMICA DA SANTIFICAÇÃO
C ada vez mais nossa sociedade tem se acostumado com o vitimismo. Cada vez mais pessoas
procuram desculpar seus comportamentos por razões diversas, “Deus me entende”, “eu não
sou perfeito”, “é meu jeito de ser”, “sofro de um transtorno”, etc. Mas a Palavra de Deus coloca
sobre nós a responsabilidade de se despojar e de se revestir. De mudar comportamentos e desejos
também.
Uma pessoa salva por Cristo pode se livrar dos pecados de sua vida, pois como
conseguiria amar sinceramente e de todo coração ainda sendo maledicente e hipócrita? A
salvação é uma mensagem de esperança, pois a regeneração capacita a vitória sobre tudo o que
desagrada a Deus. Mas para uma vida vitoriosa sobre os pecados, o desejo pela Palavra de Deus
deve ser intenso, como de uma criança recém-nascida que deseja ardentemente leite quando está
com fome. Não temos capacidade em nós mesmos para desenvolvermos nossa santidade,
precisamos de Sua Palavra e de Sua graça.
Seja sensível aos seus próprios pecados e livre-se deles. Lembre-se que é muito fácil ser maldoso com
outras pessoas ou maledicente, então tome cuidado com suas palavras. Peça perdão a Deus e a
qualquer pessoa envolvida com seus pecados. O Senhor é bom, viva para Ele, desejando Sua Palavra
para seu crescimento espiritual.
PEDRAS VIVAS
Ser igreja é uma das bênçãos da regeneração por meio da Palavra de Deus (1Pe 1.23).
Não importa onde as pessoas que creem em Cristo estejam geograficamente. Seja no Ponto,
na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia ou na Bitínia ou em quais circunstâncias estejam
(1Pe 1.1), a fé em Jesus as une formando um só corpo. Um corpo, chamado também por Pedro
de “casa espiritual”, composta por “pedras vivas”, os crentes no Senhor Jesus, que pela graça
de Deus podem se aproximar dEle, a Pedra Viva, a Pedra Angular.
Uma pedra viva não tem sentido ou propósito em si mesma, mas sim, unicamente por meio
do relacionamento com a pedra principal, da mesma forma que um membro do corpo precisa da
cabeça para funcionar adequadamente. Pedras vivas unidas, como casa espiritual, podem servir a
Deus, encontrando seu propósito de existência, vivendo de modo agradável a Ele.
Seja grato por fazer parte da igreja do Senhor Jesus Cristo. Achegue-se, aproxime-se mais dEle, a
Pedra Viva. Busque-O cada vez mais por meio das orações e estudo da Palavra. Seja comprometido e
envolvido com sua igreja local. Seja uma “pedra viva” atuante, contribuindo com a harmonia e
edificação do corpo. Tome decisões e faça escolhas sempre visando o que é aceitável a Deus e expresse
adoração a Ele.
Semana 46 | Dia 317 | Segunda | 1Pedro 2.9-10
SUBMISSÃO SILENCIADORA
C omo a palavra submissão soa aos seus ouvidos? Para algumas pessoas ela ecoa como um
palavrão ou ofensa. Parece pejorativa. Mas biblicamente, podemos ter uma compreensão
que glorifica a Deus. Podemos na verdade entender submissão como uma virtude, ensinada
pelo Senhor Jesus Cristo e esperada de Seus seguidores em qualquer tipo de relação humana.
Como por exemplo, na relação com as autoridades governamentais.
Quando nos lembramos de que Pedro escreveu para pessoas que estavam sendo
injustamente perseguidas pelos governantes de sua época, a passagem de hoje ganha maior
significado e impacto. O que precisamos entender é que nossa atitude de submissão,
primeiramente é evidência de nossa relação com nosso Deus: “Por causa do Senhor, sujeitem-
se...” (v. 13). Se não focarmos em Cristo, especialmente na graça dEle derramada sobre nós,
nunca conseguiremos vencer nossa predisposição à rebeldia.
As autoridades humanas não são maiores do que nosso Deus. Elas só podem exercer
algum tipo de domínio sobre nós porque Deus assim permite. E, apesar de não termos
responsabilidade em transformá-las, temos como silenciá-las, fazendo a vontade de Deus,
praticando o bem, não dando qualquer motivo para sermos maltratados.
Viva como uma pessoa não mais escravizada pelo pecado, mas viva sua liberdade, como servo de Deus.
Trate a todos, inclusive os que aos olhos humanos não merecem, com todo respeito. Ame seus irmãos
em Cristo. Demonstre ao mundo que você sabe lidar com as diferenças e injustiças. Tema acima de tudo
a Deus. Honre as autoridades governamentais, orando por elas e não usando palavras ofensivas a
qualquer que seja a pessoa que governe sua cidade, estado ou país.
A MULHER E A SUBMISSÃO
Submissão é uma palavra que causa até arrepios em algumas mulheres, especialmente devido a
influência da filosofia do empoderamento feminino de nossos dias, bandei-
ra do nefasto feminismo. Mas o que é submissão? Submeter-se não é se escravizar. Não é
assumir uma postura de pessoa menos capaz e inferior. É simplesmente uma atitude de respeito
e humildade de acordo com os planos de Deus, tanto que o próprio Jesus Cristo foi submisso,
dando a Sua vida por pecadores como nós (Fp 2.3-5) e servindo Seus discípulos, mesmo sendo
Senhor e Mestre (Jo 13). Portanto, Jesus é o nosso modelo a ser seguido e deve ser nossa
motivação para nos submetermos uns aos outros (Ef 5.21), inclusive nas relações conjugais.
O texto de 1Pedro 3.1-6 ensina que toda mulher deve se submeter ao seu marido
independentemente de seus méritos. Isso porque a sujeição da esposa deve ser intencional,
visando à salvação do seu marido ou seu crescimento em maturidade cristã. A opção não é o
abandono do casamento ou a desesperança. A opção de acordo com o plano de Deus é uma
“pregação silenciosa”, com a própria vida, que visa impactar o marido. Esse tipo de sujeição é
de grande valor para Deus, ou seja, Ele aprecia e dá Sua graça capacitadora para quem vive
dessa forma.
Pode não ser fácil, claro, mas quando estamos focados em Deus e no agir dEle em nós,
mais do que no desejo de mudança do outro, entendemos que Ele está agindo, visando Sua
glória.
Acima de tudo, ore em favor de seu cônjuge. Ore pelo amadurecimento dele, mais do que pela maneira
que você deseja ser tratada. E também tratado, pois vale para ambos. Foque em Jesus Cristo como
modelo a ser seguido e como motivação para uma vida de respeito e humildade. Avalie constantemente
suas palavras e ações para que não sejam expressões de desesperança ou amargura. Seja intencional em
ganhar o outro para Cristo, aproveitando da proximidade que só você tem.
SABEDORIA E GENTILEZA
A Palavra de Deus é maravilhosa! Ela nos apresenta o Deus incomparável. Fala sobre a obra
singular de Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Aborda a salvação de pecadores (1Pe 1.8-
9) e também ensina como devemos cumprir nossos papéis sociais. Um empregado em
relação ao seu patrão. Uma esposa em relação ao seu marido e também um homem em relação a
sua mulher. Deus deve ser adorado pela forma como nós nos tratamos. Pela maneira como
cumprimos com nossos deveres familiares de modo exemplar.
Em resumo, o que se espera de um marido? Basicamente, sabedoria e gentileza. Pedro diz:
“maridos, sejam sábios” e tratem suas mulheres com honra. Essas não são responsabilidades
opcionais. São mandamentos que devem ser obedecidos. Não são instruções condicionais,
dependendo do comportamento das mulheres. Assim como os escravos tinham de servir seus
senhores, mesmo sendo falhos, assim como as mulheres tinham de impactar seus maridos,
mesmo não obedecendo à Palavra, os maridos foram exortados a serem sábios e amáveis com
suas mulheres.
Maridos devem ser sábios na convivência com suas mulheres, ou seja, devem ser presentes
na vida das suas esposas e na administração do lar. Devem priorizar seus relacionamentos
conjugais, honrar suas esposas, reconhecendo suas diferenças estabelecidas por Deus em relação
aos homens. Elas são mais frágeis e não devem ser tratadas de maneira rude nem arrogante. Elas
devem ser tratadas como irmãs em Cristo. A salvação comum deve fazer os maridos
reconhecerem que assim como foram alvos no amor de Deus, eles devem tratar bem suas
esposas que também foram redimidas por Jesus. Isso é evidência de seus relacionamentos
sinceros com o Senhor de suas vidas.
Marido, tome uma atitude especial hoje para demonstrar que você prioriza sua esposa e seu lar. Decida
expressar de forma especial duas ou três atitudes amáveis que possam surpreender sua esposa. Avalie
seu coração e se despoje de atitudes arrogantes. Solteiro, peça a Deus sabedoria para um dia ser um
marido sábio e gentil. Esposa, ore ao Senhor para que seu marido glorifique a Deus como marido, não
apenas para que seus dias sejam melhores, mas para que ele verdadeiramente seja submisso ao Senhor.
D oMas,
ponto de vista da interpretação bíblica, alguns têm dificuldade com o nosso texto de hoje.
antes de vermos a parte da “dificuldade”, repare como o tom
é de consolo e restauração. O profeta diz que “o Senhor mostrou zelo por sua terra e teve
piedade do Seu povo”. Outra versão diz que “o Senhor teve grande amor pela Sua terra e se
compadeceu do Seu povo” (NAA). Versão após versão, veremos termos de cuidado e
misericórdia. Mesmo depois de tudo o que o povo de Deus havia feito. Tais atitudes refletem o
caráter do nosso Deus. “O Senhor é muito paciente” ou “O Senhor é tardio em irar-se” (ARA),
como nos diz Naum 1.3.
E Ele não fica apenas nas palavras, mas passa a comprová-las com ações. No verso 19, Ele
fala de restauração das colheitas destruídas pela praga de gafanhotos, pois a fome e a falta de
elementos para o culto a Deus estavam assolando o povo. Mas, Ele também promete algo mais
significativo, “nunca mais farei de vocês objeto de zombaria para as nações”. E aqui está a
dificuldade de alguns, pois depois dos dias do Joel, Israel voltou a se encontrar como um objeto
de zombaria. De fato, em comparação com dias como os de Davi ou Salomão, Israel jamais se
recuperou, mesmo depois de sua restauração como nação em 1948.
O entendimento correto, então, é de um olhar ainda mais futuro. Aquilo que Deus
começara a fazer com a restauração imediata da colheita tem um salto de milênios e se concluirá
no “Dia do Senhor”, isto é, no fim dos tempos, quando “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26);
algo que se refere obviamente ao remanescente que se voltará para o Messias.
Tal pensamento é ainda mais solidificado no verso 20 quando os inimigos serão levados
para longe de Israel.
A lição neste texto fala sobre a combinação da fidelidade e da soberania de Deus. Eu posso tentar ser
fiel, mas jamais serei soberano. Portanto, o que desejo fazer para alguém é possível que consiga, mas
não é algo seguro. Para o Senhor, tudo o que Ele decide fazer por nós é algo 100% seguro para nós. Ele
promete restauração neste texto e Ele fará. Ele prometeu para nós, Sua Igreja, promessas de vida
abundante e eterna, e podemos descansar nessas promessas. Mesmo diante da nossa falta de
merecimento.
É E esses que aconteceram com o povo de Deus foram muito sérios. Afinal, somos comum
apenas humanos e a falta de controle sobre as circunstâncias e o futuro nos afetam muitas vezes.
Sabedor disso, o Senhor declara duas vezes para que o povo “não tenha medo”, pois “o
Senhor tem feito coisas grandiosas”. Então, não são meras frases de efeito, nem algo vazio. O
Senhor está dizendo, “Não tenha medo, antes olhe para o que Eu estou fazendo.” Perceber,
contemplar e meditar nos feitos do Senhor são um antídoto para o nosso medo e vitamina para a
nossa fé.
Além de não temer, eles deveriam alegrar-se e regozijar-se no Senhor. Deviam trocar a
testa franzida e os olhos esbugalhados por sorrisos e olhos quase fechando por causa deles. E de
novo, isso seria fruto daquilo que o Senhor estava fazendo.
Assim, várias coisas são mencionadas: pastos verdes, chuvas colheitas, restauração,
satisfação. O resultado final será o retorno do louvor a Deus. Sejamos honestos, geralmente
paramos de louvar em meio aos problemas. Outro resultado seria a estabilidade de que jamais
seriam humilhados novamente e a presença do Senhor no meio do Seu povo seria garantida.
Algo que, novamente, aponta para o futuro escatológico.
Posso afirmar com absoluta certeza que você já passou por lutas e problemas, alguns bem sérios. Dentre
eles, alguns causados por suas decisões e outros por ações de pessoas. Seja qual for a origem, não tema.
Olhe para o poder e o amor do nosso Deus, além de Sua soberania e alegre-se no que Ele promete fazer.
Regozije-se no Seu cuidado para com a sua vida.
N essa parte de sua profecia, Joel muda o tom radicalmente. Não há mais palavras de
advertência, disciplina, ou palavras de restauração e promessas. Este trecho é um chamado
às armas. As nações e as forças do Senhor Deus são convocadas para a batalha.
Instrumentos de paz como arados e foices deveriam ser transformados em instrumentos de
guerra como espadas e lanças. Ou seja, não é tempo de paz, mas de conflito. Trata-se de uma
convocação para aquilo que em Apocalipse é chamado de “A Batalha do Armagedom” (Ap
14.14-20; 16.16).
Um número incalculável de pessoas estará nessa luta. As nações iludidas de que podem
vencer ouvirão o rugido do Senhor serão confrontadas com a sua inutilidade e impotência diante
dEle. Para o remanescente convertido, o Senhor será um refúgio e fortaleza.
Há mais de dois mil e quatrocentos anos, um texto como esse está ecoando, “O Senhor Reina e é
Soberano sobre a Terra!”. Isso deveria nos encher de confiança no presente e pelo nosso futuro. Neste
dia, a Igreja de Cristo estará ao lado do Senhor lutando contra esses inimigos. Estaremos do lado
vencedor!
Louve ao Senhor hoje por ter mudado a sua história. Antes dEle, eu e você estaríamos com as nações
lutando contra o Senhor Deus. Mas, hoje, podemos nos regozijar por termos sido escolhidos pelo Deus
Vencedor!
SOFRIMENTO E EXULTAÇÃO
Q uando olhamos para o céu com nuvens carregadas, não nos surpreendemos com a forte chuva
que começa em alguns instantes. Nas grandes cidades, quando saímos
de nossas residências em horário de pico, não nos surpreendemos com o trânsito
engarrafado pelo caminho. São obviamente coisas que devemos esperar. Da mesma forma,
como seguidores de Cristo, como peregrinos num mundo caído, não devemos nos espantar com
as dificuldades que enfrentamos. Não devemos nos surpreender com o fogo que surge entre nós
para nos provar como se algo estranho estivesse acontecendo.
Como cristãos temos de nos lembrar de que o nosso Senhor Jesus passou por dificuldades
e sofrimentos e que nós não somos maiores nem melhores do que Ele. Temos de cultivar em
nossos corações a certeza de que um dia, especialmente, na volta de Cristo, poderemos usufruir
de uma exultação além da compreensão humana. Não que não possamos ter alegria aqui nesse
mundo, apesar dos momentos desfavoráveis, mas teremos uma grande alegria, uma
incomparável sensação de gozo quando estivermos com o nosso Salvador.
Quando somos insultados, desprezados ou maltratados por nos identificarmos com Cristo,
temos de nos ver como bem-aventurados, pessoas abençoadas, pois nosso Deus se identifica
conosco sobrenaturalmente, fazendo repousar sobre nós o Espírito da glória. Isso é maravilhoso!
Ao invés de nos desesperarmos, devemos confiar nossas vidas ao nosso fiel criador e sempre
praticarmos o bem, inclusive, vencendo o mal com o bem, brilhando no meio do nosso viver.
Tenha alegria em se identificar como cristão em qualquer tipo de ambiente. Não se espante em ver
tantas pessoas rejeitando Cristo como Salvador, mas mostre com sua vida a diferença por segui-lO.
Todos os dias, lembre-se de que o seu criador está no controle de todas as coisas. Não permita que
pessoas ou qualquer circunstância da vida altere seu ânimo e disposição de viver para seu Senhor!
de seu nome: “servo do SENHOR”. Apesar disso, seu conteúdo nos oferece uma espécie de
“miniatura” da mensagem dos profetas, apresentando-nos um quadro resumido da justiça de
Deus em ação. Sua mensagem é basicamente de juízo à nação de Edom, que era composta pelos
descendentes de Esaú, inimigos de Israel. A data mais provável dessas profecias se encaixa no
reinado do rei Jeorão, o quinto rei de Judá, cerca de 80 anos após a divisão do reino de Israel.
Jeorão foi um mau rei, que não temeu ao Senhor. Por conta disso, sofreu o castigo de ser
derrotado por seus inimigos. Nessa ocasião, os edomitas (na época sujeitos aos judeus)
aproveitaram a oportunidade e se uniram aos inimigos (cf. 2Rs 8.20-22). Neste ato de
insurreição, isolaram-se nas montanhas rochosas ao sul de Israel e declararam seu próprio rei.
Não era um bom momento para o povo de Deus; além disso, seus maiores inimigos, os
edomitas, estavam muito bem (aparentemente prósperos como resultado de sua traição).
É diante desse cenário que Deus levanta Obadias como Seu profeta. O Senhor tem algo a
dizer sobre o que está acontecendo, especialmente sobre Edom. E no trecho que lemos, Ele
deixa bem claro que os edomitas serão completamente derrotados, apesar de sua bonança
momentânea. Diante disso, podemos aprender duas preciosas lições: [1] Deus vê todo e
qualquer pecado, até mesmo dos pagãos. Seus olhos não estão voltados apenas para Seu povo,
mas para todas as nações. Para Ele, pecado é pecado, independentemente de quem o comete. Às
vezes, pode parecer que a maldade dos ímpios passa despercebida aos olhos de Deus, mas isso
não é verdade; Ele vê o pecado dos homens e toma nota de cada um deles. [2] Deus punirá todo
e qualquer pecado, em especial a arrogância de coração (pecado mais presente nos edomitas).
Como Edom, aqueles que olham para os outros de cima para baixo e se consideram impuníveis,
um dia, serão castigados por sua arrogância.
O que este texto provoca em você? Se você identifica o pecado de arrogância em sua vida, o que deve
fazer diante dessa profecia? Se você sofre injustamente nas mãos de ímpios, qual deve ser sua
esperança? Como este texto pode ser útil no evangelismo? O que ele comunica sobre Deus?
Semana 49 | Dia 338 | Segunda | Obadias 10-14
pesar de ter se libertado de Judá e estar aparentemente prosperando, no futuro
A Edom será destruído por completo, e quem garante isso é o SENHOR. No texto que
lemos descobrimos algumas razões deste castigo. Aqui Deus oferece cinco causas ou provas
que validam a condenação dos edomitas. Quais eram seus pecados?
O primeiro crime era a violência (v. 10). No dia da invasão a Jerusalém, eles se uniram aos
inimigos e mataram violentamente os judeus. Deus levará isso em conta. O segundo crime era a
ganância (v. 11). Além de matar homens, mulheres, idosos e crianças, os edomitas saquearam
todos os bens do povo. Movidos pelo amor ao dinheiro, roubaram pessoas indefesas e
derrotadas. O terceiro crime era a insensibilidade (v. 12). Edom não se compadeceu da dor dos
judeus, pelo contrário, sorriu de satisfação ao ver sua desgraça. Esse prazer maligno pela queda
do outro seria punido. O quarto crime era a exploração (v. 13). Após a invasão a Jerusalém, os
edomitas encontraram pessoas indefesas, e em vez de socorrê-las, preferiram saqueá-las. Por
tirarem o pouco de quem já tinha quase nada, eles serão punidos por Deus. O quinto e último
crime apontado pelo SENHOR é a crueldade (v. 14). Como se não bastasse, depois de tudo o
que fizeram, os edomitas ainda perseguiram os judeus que fugiram e os prenderam por meio de
emboscadas e os levaram de volta a Judá para serem mortos pelos inimigos. Edom será
castigado por sua violência, ganância, insensibilidade, exploração e crueldade. Pode parecer que
ninguém estava vendo, mas o Senhor viu, e irá puni-los!
O que podemos aprender com tudo isso? [1] Deus castigará todo mal. Nenhum pecado citado neste
texto passará impune diante dEle. Portanto, se há em nós alguma atitude parecida, devemos nos
arrepender antes que seja tarde demais. [2] Deus vingará Seu povo. Apesar de disciplinar Judá por
causa de seus pecados, Deus castigará os que fizeram o mal aos que são dEle. Se fazemos algo parecido
com o povo de Deus, um dia prestaremos contas disso; se sofremos nas mãos de alguém por fazermos
parte do povo de Deus, um dia veremos a vingança divina os atingindo. Dessas coisas podemos ter
certeza!
A geu foi o primeiro profeta a pregar ao povo de Deus após o retorno de uma parte dos judeus
do cativeiro na Babilônia à Jerusalém. Quando Judá foi levada cativa à terra dos babilônios,
Ageu tinha por volta de dez anos de idade. Portanto, vivenciou os setenta anos de cativeiro,
e voltou à sua terra quando Ciro (rei dos persas) permitiu o retorno do povo de Deus. Ele
presenciou o início das reformas físicas e espirituais promovidas por Esdras e Neemias.
Acontece que o tempo passou (mais ou menos quinze anos, para ser mais exato), e havia
algumas coisas que não estavam alegrando ao Senhor no meio do povo. Então Ele chamou
Ageu para pregar ao governador de Judá, Zorobabel, ao sumo-sacerdote Josué e a todo o povo.
O que estava acontecendo em Judá que exigiu o ministério do profeta Ageu?
Há alguns anos, devido oposição do povo do norte (os samaritanos), os judeus
interromperam a reconstrução do templo. Apenas seus alicerces estavam lançados; faltava todo
o restante da obra. Portanto, neste livro, Ageu apresenta a seus leitores quatro obstáculos que
atrapalhavam (e continuam atrapalhando) o povo de Deus a obedecer-lhe. Nesta primeira
passagem, vemos o primeiro obstáculo: prioridades erradas. Neste trecho, Deus primeiro
confronta aquela geração por inventar desculpas para não voltar à obra no templo, enquanto se
ocupava com seus projetos pessoais (v.1-8). Em resultado a isso, como castigo de Deus, tudo o
que faziam não produzia o que eles esperavam. Suas prioridades erradas produziram apenas
insatisfação e descontentamento. Qual resposta eles deveriam ter diante disso? Eles deveriam
parar de dar desculpas e retomar a obra no templo (v.9-15). E foi o que fizeram, conduzidos por
seus líderes. O povo temeu ao SENHOR, e Ele mesmo despertou seu ânimo para que
realizassem Sua obra, afirmando que estaria com eles neste projeto.
Diante do que lemos, como você tem encarado a obra do Senhor? Como estão suas prioridades? O
melhor de seu tempo, recursos e energia estão voltados apenas para seus projetos pessoais ou são
dedicados, também, para aquilo que Deus espera que você faça? Não permita que prioridades erradas
o atrapalhem de obedecer a Deus. Isso não significa abandonar completamente os cuidados pessoais
(como família, trabalho, casa, estudos, projetos, carreira), mas parar de utilizá-los como desculpas
para não obedecer ao Senhor! Mude suas prioridades e comece a priorizar em primeiro lugar as
coisas de Deus!
C omo temos visto, por meio de Ageu Deus confronta Seu povo e oferece a solução para
quatro obstáculos que o impedem de obedecer-lhe. Prioridades erradas, desânimo
na obra e pecados ocultos são os três primeiros. Qual o quarto e último? A falta de um rei.
No mesmo dia em que pregou a última mensagem, Ageu se dirige ao governador de Judá,
Zorobabel. Deus promete que, por meio dos judeus, irá derrotar todos os reinos da terra, e que
tornará Zorobabel um rei com autoridade divina sobre todas as nações. É por causa disso que
Deus se identifica neste livro, por doze vezes, como “Senhor dos Exércitos”. Ele é o “grande
general do universo”, aquele que vence todas as batalhas, que governa sobre todos os tronos da
terra! Ninguém é páreo para o Senhor. Se Ele decide algo, nada e ninguém pode impedi-lO. A
pergunta que fica, então, não é SE estas coisas que Deus prometeu (não só neste texto, mas em
todo o restante do livro de Ageu) se cumprirão ou não; a pergunta correta é: “QUANDO elas
serão cumpridas?” (pois é certo que se concretizarão).
Após receber essas promessas, historiadores apontam que Zorobabel “sumiu do mapa”.
Ele morreu como um ilustre desconhecido, e as coisas prometidas aqui não se cumpriram. O que
isso significa? Deus mentiu ou falhou em suas promessas? Não! Se estas promessas não se
cumpriram por meio de Zorobabel, Deus certamente estava falando de sua linhagem real - da
descendência de Davi. Então, é aí que encontramos seu cumprimento. Cerca de 550 anos depois
de Ageu, ao nos informar sobre a linhagem de Jesus, os evangelistas o identificam como
descendente de Zorobabel (cf. Mt 1.12; Lc 3.27).
Sabe o que isso tudo significa? Que Jesus é o Rei que Deus prometeu por meio de Ageu (e, na verdade,
é aquele que cumpre todas as demais promessas deste livro)! Por meio de Jesus, Deus habitou entre os
homens. Sua glória pôde ser vista através do Jesus de Nazaré. E através de Sua morte e ressurreição,
podemos nos encontrar com Deus, sem a necessidade de um templo físico, simplesmente pela fé nEle!
Jesus é o Rei que faltava ao povo na época de Ageu, mas que não nos falta mais! Isso significa que esse
não precisa ser mais um obstáculo para que você obedeça a Deus. Quando cremos em Jesus, nada nos
impede de buscarmos ao Senhor, pois nEle todos nossos pecados são perdoados, e temos pleno acesso a
Deus. Essa é uma realidade em sua vida? O que falta para que você desfrute dessa bênção?
J udas, meio irmão de Jesus, (Mt 13.55) foi quem escreveu esta epístola, por volta de 68 d.C..
Seu desejo inicial, segundo pode ser percebido no texto, era escrever a respeito da salvação.
Um tratado soteriológico. Porém, para lidar com um movimento herege crescente dentro da
igreja (e obviamente, dirigido pelo Espírito Santo), ele direciona a sua carta para aquilo que
chamamos de “apologética”, isto é, defesa da fé. Seu propósito visava desmascarar os falsos
mestres que estavam corrompendo a igreja de dentro para fora.
Ao ler a epístola toda, você percebe que a mensagem central, de Judas, afirma que: “A
batalha pela pureza da fé envolve a condenação dos hereges e a evangelização contra as
heresias”, ou seja, a igreja que não se incomodar com os erros doutrinários será uma igreja que
se acomodará rapidamente com heresias que a afastarão da verdade. Será uma igreja que, apesar
de manter o nome, estará longe do que é o fundamento de uma igreja, isto é, a doutrina
apostólica.
O estímulo à igreja contemporânea está na continuidade da defesa da fé cristã, como
ocorreu ao longo de toda a História da Igreja contra ideias que questionem os elementos
fundamentais, buscando nas palavras inspiradas de Judas a orientação para batalharem pela
pureza da fé.
Ao batalhar pela fé, considere como elementos fundamentais que norteiam todos os muitos
assuntos apresentados nas Escrituras. São eles: a existência de um único Deus; a divindade de
Jesus Cristo; a Inerrância e Suficiência das Escrituras Sagradas e a Veracidade da Salvação da
alma, exclusivamente pela obra soberana e redentora de Jesus. Ou seja, não se trata aqui de
elementos secundários e até subjetivos, mas daquilo que está no cerne da fé cristã.
Então responda: qual sua crença a respeito desses elementos? O quão convicto você vive acerca de
cada um deles? Você tem se preparado nas Escrituras para responder aos ataques à fé cristã? Você
sabe explicar aquilo em que você crê? Diante dessas respostas, com quais mudanças de atitudes você
deve comprometer-se hoje?
Semana 50 | Dia 345 | Segunda | Judas 3
C ontra os hereges e heresias não basta mostrar a pureza do evangelho, sempre é preciso
desmascarar seus erros e enganos. Ao considerar a batalha pela fé urgente e
necessária, Judas oferece-nos três razões para purificar a igreja. A primeira foi demonstrada
no versículo 3 onde ele explica suas razões para dedicar-se a esse tema, ao encarar que a
realidade dos “impiedosos” tinham práticas não condizentes com a fé cristã, e ainda estavam
influenciando negativamente a igreja (v.3).
A segunda razão foi a infiltração dos hereges e suas heresias na igreja (v.4). Desde o
início, deve ficar claro que as falsas doutrinas só existem por causa dos hereges. Um erro não
aparece do nada dentro da igreja, alguém o traz.
Há um fascínio pelo que é novo, que tem atraído muitos cristãos a seguirem os falsos
mestres, impelido muitos líderes na igreja a abrir as portas para tais hereges. A Bíblia nos
adverte que o diabo, nosso adversário, nos rodeia procurando alguém que possa devorar. E se
ele tem devorado muitas igrejas e ministros da Palavra, a culpa é dos que se deixam seduzir por
ensinos falsos com roupagem de novos.
Na lenda sobre vampiros é dito que eles não entram numa casa sem antes serem
convidados. Judas nos diz que infiltração dos hereges é fraudulenta, secreta, abusada. Portanto,
fechar as portas a eles é responsabilidade da igreja e de sua liderança.
Responda: quais filtros sua igreja tem usado contra os ataques dos hereges? Quais critérios você tem
adotado para ouvir os muitos pregadores que se oferecem para doutriná-lo, por meio da internet, por
exemplo?
Q ualquer pessoa pode se levantar e colocar-se contra Deus e Sua verdade. Infelizmente,
qualquer igreja pode permitir a infiltração de falsos mestres. No entanto, Judas nos traz à
memória uma das mais fortes mensagens que as histórias bíblicas relatam. Deus é o Juiz
contra os hereges e Sua sentença já foi decretada.
Nesses versículos, lemos que a batalha pela fé levanta a bandeira do juízo de Deus. Temos
três histórias que relatam a imagem do juízo aplicado àqueles que decidiram viver contra seus
preceitos.
A primeira nos mostra que Deus julga o pecado no meio do Seu povo (v.5). Deus libertou
Seu povo da escravidão no Egito, mas puniu aqueles que não creram nEle, com 40 anos de
peregrinação do deserto, para não entrarem na terra prometida.
A disciplina de Deus demonstra Sua justa justiça, mas também destaca que Ele reconhece
quem são realmente os Seus no meio do povo que diz ser dEle. Ele sabe quem são os penetras e
age para desmascarar, não apenas os falsos crentes, mas também os falsos mestres.
A ação julgadora de Deus garante aos salvos que Ele toma conta dos hereges, jugando e
condenando-os. À igreja, cabe então, detectar quem são estes e agir para não cair em suas
artimanhas.
Responda: como as narrativas bíblicas podem ajudar a você detectar a presença dos hereges e seus
ensinos falsos? Procure por histórias que mostrem a ação de Deus em julgar os erros de Seu povo.
J udas leva tão a sério a questão da batalha pela fé contra os hereges e suas heresias que, ao
demonstrar o juízo de Deus, ele lembra de sua ação disciplinadora não só contra Seu povo,
mas também contra pecados cometidos no reino celestial (v.6); e entre os incrédulos (v.7).
Apresentando aos leitores um exemplo no ambiente celestial, ele fala de seres angelicais
que abandonaram seu ofício e habitação e cometeram pecados. Tais anjos insurgiram-se contra
as ordens de Deus, abandonando seus deveres. Alguns interpretam isso como que se eles
tivessem deixado o céu e descido à terra. O texto em si não exige a relação com algum texto
bíblico específico, e não há como discorrer sobre isso. O que cabe aqui é que haverá um
julgamento na segunda vinda de Cristo para os seres angelicais.
Numa terceira lembrança, Judas conta o juízo de Deus contra os pecados dos incrédulos
(v.7), ressaltando suas práticas imorais. Vale ressaltar que até aqui, as heresias ensinadas na
igreja não eram um convite a seguir outros deuses, e sim a uma liberação para a prática de
pecados sexuais diversos. Podemos notar, com isso, que é muito comum encontrar a devassidão
moral junto aos erros doutrinários,
Deus, sendo santo, julga toda forma de pecado e incredulidade, tanto no meio do Seu
povo, quanto nas esferas celestiais, e entre os incrédulos. Como filhos de Deus, temos que
batalhar pela fé, preservando a Sã Doutrina e levantando a bandeira do juízo de Deus contra
tudo que se opõe a Ele.
Responda: você consegue diferenciar o papel de batalhar pela fé e o de julgar os hereges? Quais são os
limites da igreja nessa batalha pela fé?
A batalha pela fé acusa os falsos mestres de serem difamadores, pois eles desvirtuam a igreja
de seus fundamentos. Ao oferecer novos ensinos, os hereges classificam, como
desnecessários, os absolutos de Deus, (v.8). Existe em seus ensinos um abandono da
santidade e uma nítida negação à autoridade de Jesus Cristo sobre a vida dos salvos, rejeitando
qualquer forma de liderança como válida.
Além disso, eles consideram insignificante a forma de ação divina (v.9). Neste verso,
lemos sobre um incidente, que segundo boas evidências, está baseado na obra judaica apócrifa,
a “Assunção de Moisés”. Novamente, nosso objetivo não é discorrer sobre o uso que Judas faz
desse episódio, e sim, compreender que os hereges estavam reivindicando uma autoridade
própria, negando a forma como autoridade divina deveria ser vista.
Por fim, os falsos mestres também difamam os preceitos de Deus, porque não os
compreendem (v.10). A natureza de um ímpio é negar a verdade, alegando não aceitar suas
evidências. As heresias são o efeito natural dessa mentalidade, pois foi assim desde a tentação de
Adão e Eva (Gn 3).
Mas lembre-se: “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe
são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém, o
homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem
conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1Co
2.14-16, ARA)
Responda: quão claro é para você que um incrédulo ou falso mestre não será capaz de discernir as
verdades de Deus? Você entende que somente com a iluminação do Espírito Santo alguém pode
conhecer a verdade?
A promoção de festas e encontros de comunhão sempre foi uma realidade na vida da igreja,
desde seu início (At 2.42, 46); e continuava na medida que a igreja avançava (1Co 11.2-22).
No entanto, como dito por Judas no verso 4, os hereges infiltravam-se no meio da igreja.
Usavam esses momentos para disseminar seus falsos ensinos e influenciar muitos irmãos.
Por essa razão, a melhor estratégia contra falsos mestres é conhecer suas ações. Eles
infiltram-se com sutileza no meio da igreja (v.12a); camuflam sua imagem (v.12b); e são
usurpadores (v.12c,13), apoderando-se por meios injustos daquilo que não lhe pertence ou a que
não tem direito. Com isso eles enganam a muitos.
As características dadas a esses hereges por si só devem alertar os salvos a não os seguir.
Eles eram falsos mestres, egoístas, mentirosos, pois ofereciam um alívio que não podiam
entregar. Eram inconstantes, infrutíferos, sem raízes espirituais, frívolos, superficiais e efêmeros
como estrelas cadentes.
Ao compararmos os hereges descritos no Novo Testamento com aqueles que hoje
continuam ensinando falsas doutrinas, infelizmente, encontraremos os mesmos predicados
negativos em suas vidas. Isso nos faz avaliar que são perigosos e dissimulados; portanto, devem
ser evitados.
A igreja de Jesus Cristo, que deseja viver fiel a Ele e a Sua Palavra, terá que tomar decisões
a respeito de como agir diante do padrão de controvérsias dos falsos mestres em suas falas e
piedade. Os salvos, que não viverem alertas contra eles, serão facilmente enganados e levados
por qualquer vento de doutrina.
Responda: você consegue ver com clareza quais são as ações dos hereges? O que você tem feito para
evitá-los? Você já se viu influenciado ou até quase enganado por um deles?
Q ualquer indivíduo pode escolher ensinar errado as Escrituras Sagradas. Qualquer um pode
negar as verdades invioláveis registradas na Palavra de Deus. Mas nenhuma pessoa pode
decidir não ser julgada por suas escolhas e ensinos. Tiago disse: “Meus irmãos, não sejam
muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com
maior rigor” (Tg 3.1).
Judas continua sua jornada, expondo os hereges e suas heresias e vai concluir a primeira
parte de sua epístola, assegurando que os hereges serão julgados conforme suas ações.
Primeiro, eles serão julgados pelo próprio Senhor (v.14-15). Há uma menção de uma
profecia que se encontra no livro não canônico de Enoque (1.9), mas que tem como referência o
personagem bíblico (Gn 5.19-24; Hb 11.5-6). Mais do que o interesse no assunto sobre o texto
de Enoque, Judas enfatiza o julgamento dos hereges vindo diretamente da parte de Deus.
Segundo, os hereges serão julgados segundo suas obras (v.16). Estas ações são descritas:
eles são murmuradores, insatisfeitos, andam segundo suas paixões, são arrogantes e aduladores.
Não há em seu caráter as marcas de Cristo, e sim as obras da carne.
O juízo de Deus contra os falsos mestres traz Sua resposta à apostasia, pois o abandono da
verdade, traduz a vida de alguém que chegou muito perto dessa verdade e que até experimentou
seus benefícios, mas que nunca foi redimido pelo Deus da verdade.
Responda: você crê no juízo de Deus contra todo mal, pecado e sobre aqueles que o praticam e
divulgam? Você tem sido paciente, enquanto espera o momento do julgamento de Deus contra as
obras das trevas?
C harles Swindoll, em sua biografia a respeito do rei Davi, na ocasião de seu enfrentamento
com o gigante Golias, escreveu: “Quantas vezes, ao enfrentar nossos próprios
gigantes, esquecemos o que devemos lembrar e nos lembramos do que precisamos
esquecer”.
No enfrentamento contra os hereges, o sucesso consiste em perseverar. A perseverança
torna-se eficaz quando o foco tem consistência na Palavra de Deus. Por essa razão, a batalha
pela fé exige atenção contra inimigos (hereges).
A atenção advém do estudo persistente das Escrituras: “lembrem-se do que foi predito
pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo” (v.17). Esse é o primeiro imperativo que aparece
na epístola.
A atenção advém pela repetição das advertências apostólicas: “Eles diziam a vocês”. O
tempo imperfeito usado ressalta a insistência nos avisos, encontrados em todo Novo
Testamento.
A atenção advém pelo esclarecimento da natureza pecaminosa e incrédula dos hereges:
“seguirão os seus próprios desejos ímpios” e “causam divisões”. Judas os sentenciam
afirmando que “não têm o Espírito”.
A perseverança na batalha contra os hereges e suas heresias faz com que os salvos vivam atentos à
natureza caída daqueles que trocam a verdade pela mentira. Ao mesmo tempo, demanda ao salvo uma
dedicação disciplinada e consistente no estudo das Escrituras.
Responda: quanto tempo você tem dedicado à leitura e ao estudo bíblico com a finalidade específica de
conhecer melhor as doutrinas centrais da fé para melhor defendê-las?
A segunda carta enviada por Jesus foi para a igreja de Esmirna, cidade que ainda existe, com
mais de 200 mil habitantes. O nome dessa cidade exprime muito o que acontecia com a
igreja. Esmirna significa “mirra”, um perfume comum na época, ingrediente do óleo de
unção usado no Tabernáculo e para preparação dos corpos dos mortos. O sofrimento deles era
amargo, mas era um “cheiro suave” diante do Senhor.
O Remetente é o “Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver”; características
inconfundíveis e só pertencentes a uma Pessoa: Jesus.
As lutas desses irmãos já traziam consequências financeiras. É provável que muitos
haviam sido deserdados, outros perderam suas profissões e passavam necessidades. Mas, aos
olhos do Senhor, eles eram ricos! Ricos em resistir aos judeus meramente de nascimento (v.9),
mas não de “novo nascimento” (Fp 3.2-3).
Repare que não há admoestações (repreensão para a correção) para esta igreja. Ela é uma
exceção entre as sete igrejas aqui endereçadas. Não por coincidência, ela é a que parece mais
estar sofrendo. No verso 10, o que temos é uma exortação, ou seja, uma palavra de incentivo ou
consolo. O sofrimento é anunciado, inclusive o seu prazo: 10 dias (não se deve alegorizar este
período). Porém, eles não deveriam temer. O “dia mau” viria, mas eles estariam cobertos com a
armadura de Deus e poderiam seguir em fidelidade (Ef 6.13).
E mesmo que alguns perecessem em meio a essas perseguições, apenas o seu corpo
morreria. A “primeira morte” não deve nos afetar, pois como vencedores em Cristo a “segunda
morte” não é mais uma possibilidade (Mt 10.28) para nós e a coroa da vida nos aguarda!
Não importa o momento calmo que estejamos passando, as lutas devem ser esperadas na vida do
Cristão. E em meio às perseguições, Aquele que morreu e tornou a viver garante a nós, os fiéis, a coroa
da vida e a vitória sobre a segunda morte. Uma vez que essas são lembranças da eternidade, Jesus está
levantando os olhos da Sua igreja para além das lutas e colocando naquele lugar onde não haverá mais
choro, nem lágrima e viveremos para sempre abençoados com o Senhor. Escreva sobre como isso
impacta a sua vida, a sua rotina, o seu dia a dia!
A 42é, “amor
quilômetros de Sardes, está Filadélfia, cidade cujo nome significa “amor fraternal”, isto
de irmãos”. A palavra ocorre sete vezes na Bíblia (e.g., 1 Ts 4.9; Rm 12.10).
Filadélfia recebeu o apelido de “Pequena Atenas” devido ao grande número de templos que
havia lá. Um lugar de muitos desafios, mas também de oportunidades para testemunhar do
Evangelho. A cidade ainda existe e ainda possui testemunho cristão em nossos dias.
A descrição do Senhor Ressurreto (v.7) aponta para a justiça dEle contra os Seus inimigos
e Seu controle. Ele é quem abre as oportunidades para essa igreja proclamar (v.8). E ela não
estava desperdiçando, mesmo em meio há perigos e ameaças. Os inimigos eram como os de
Esmirna (2.9) e estavam sendo expostos como falsos. Eram judeus religiosos, sem verdadeira
piedade e devoção; mas, com o zelo de perseguir aos cristãos.
Contudo, o dia virá onde todos os inimigos reconhecerão que Cristo é o Senhor (Fp 2.10-
11). E, o Senhor ainda garante que os de Filadélfia iriam ver os seus adversários prostrados aos
seus pés, reconhecendo que eram amados por Cristo.
Mas eles não precisavam desanimar. O Senhor manteria a porta aberta diante deles para
testemunhar (v.8). Eles seriam guardados na tribulação (v.10). E logo o Senhor promete voltar.
Assim, nosso papel é apenas de perseverar (v.11). Afinal, nós, os Seus vencedores somos coluna
no Seu santuário. E os nomes escritos reforçam a promessa de pertencermos a Ele e de termos a
Sua própria identidade em nós.
“Portas abertas” são comumente ligadas no mundo evangélico de hoje com oportunidades materiais.
Curiosamente, tanto com João quanto com Paulo (1Co 16.9; 2Co 2.12; Cl 4.3), são oportunidades para
testemunhar. Como foi este ano para você e o seu testemunho? Quantas pessoas ouviram do
Evangelho por você? Logo um novo ano irá começar. Quais mudanças são urgentes para que você
aproveite as portas que Ele abrir para você? Qual a sua oração (e resolução) para esse novo ano de
portas missionárias?