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O Abismo Entre Promessa e Realidade - Trecho
O Abismo Entre Promessa e Realidade - Trecho
O Abismo Entre Promessa e Realidade - Trecho
Prefácio IX
Agradecimentos XI
F
oi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e
inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós ou-
tros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião
ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de
Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os
sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.
A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros,
ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aque-
les que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evange-
lho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.
1Pedro 1.10-12
N
enhum livro teria sido escrito sem a ajuda e o encorajamen-
to de várias pessoas. A tentação, ao escrever esta página,
com discursos de aceitação de atores que ganham o Oscar,
é tentar dar uma lista completa de todos aqueles •sem os quais isto
não teria sido possível•. Esta lista colocaria à prova a paciência do
leitor e do editor e, inevitavelmente, ainda Þcaria faltando alguém.
Por isso, tentarei ser breve.
Este livro se originou de uma série de sermões pregados na
Redeemer Presbyterian Church, Oxford, Inglaterra; eles foram
atualizados e pregados novamente em um ambiente muito dife-
rente, durante uma vacância pastoral na Aliso Creek Presbyterian
Church, em Laguna Niguel, Califórnia. Quero agradecer a ambas
as congregações do povo de Deus por seu encorajamento e apoio.
Os organizadores da série, Al Groves e Tremper Longman III, foram
meus professores no Westminster Seminary, FiladélÞa. Portanto,
tenho com eles uma dupla dívida. Agradeço a Jim Scott e Thom
Notaro, de P&R Publishing, por melhorarem a qualidade do texto
original de várias maneiras. Os erros e defeitos, porém, continuam
sendo meus.
Gostaria de agradecer particularmente à minha esposa, Barb,
minha crítica mais Þel e entusiasmada. Ela fez um teste de campo
do material em um estudo bíblico de mulheres da New Life Presby-
terian Church, em Escondido, Califórnia, e contribuiu com muitas
perguntas nas seções •Para maior reßexão•. Sem seu amor e apoio
constante, não teria conseguido fazer o que Þz. Agradeço também
aos meus Þlhos, Jamie, Sam, Hannah, Robbie e Rosie por me man-
XIV O ABISMO ENTRE PROMESSA E REALIDADE
C
omo você reage quando se encontra caindo no abismo da
realidade? Como você se sente quando parece haver uma
imensa diferença entre aquilo que Deus prometeu e aquilo
que você vê agora? O que você faz quando a visão que você tinha do
modo como sua vida devia funcionar parece estar se desintegrando
no pó? É fácil ser cristão nos dias alegres do Domingo de Ramos,
cercado pela multidão que canta seus louvores a Jesus: •Hosana!
Bendito o que vem em nome do Senhor!•. Mas é muito mais difícil
ser um discípulo no encontro triste no caminho de Emaús, confuso
com a morte do Messias e ainda não percebendo como essa morte
levará à ressurreição.
Para a maior parte de nós, a vida parece ser passada no terrí-
vel caminho de Emaús. Para uma pessoa, o abismo da realidade
pode aparecer na forma de uma demissão repentina e inesperada,
com pouca possibilidade de encontrar um novo emprego. Para
outra, pode vir com enfermidade e problemas crônicos de saúde.
Pode vir pela morte do cônjuge ou de um Þlho. Pode ser causado
por uma frustração intensa com a igreja em que Deus o colocou.
Qualquer uma destas circunstâncias pode causar uma crise de fé
em sua vida, em que você pondera sobre o abismo da realidade
entre o que Deus prometeu e as circunstâncias em que você se
encontra. Você pensa: Certamente, não é esta a vida que eu deveria
ter como cristão.
2 O ABISMO ENTRE PROMESSA E REALIDADE
ABRAÃO E O EVANGELHO
Mas se Abraão for apenas um exemplo para seguirmos, somos
os mais miseráveis de todos os homens. Quem entre nós pode viver
mesmo segundo o padrão de um herói tão falho quanto Abraão?
Reconhecidamente, nossa salvação como cristãos não depende
de tentarmos fazer o que Abraão fez, mas do sacrifício de Cristo
na cruz em nosso lugar, por meio do qual nossos pecados foram
expiados, a ira de Deus foi afastada de nós e fomos reconciliados
com ele. Dizendo de outra forma, o evangelho não é •o que Abraão
fez•, mas •o que Jesus fez•. Por isso, em nossa exposição da vida de
Abraão, não veremos apenas como ele fornece exemplos positivos
e negativos para nós, mas também como ele age como um precur-
sor e uma sombra, apontando para Cristo.
Esta é, aÞnal, a verdade central do sermão do caminho de
Emaús. Jesus recontou para seus discípulos o que Moisés e os pro-
fetas tinham escrito não porque estivessem cheios de exemplos
para serem seguidos, mas porque falavam dele. EspeciÞcamente,
falavam de seus sofrimentos e das glórias que seguiriam. Todo o
Antigo Testamento é, assim, apresentado como um livro total-
mente cristocêntrico. Isto é verdade não simplesmente porque há
paralelos superÞciais entre certos eventos do Antigo Testamento e
eventos da vida de Jesus, mas mais profundamente porque todo o
livro foi planejado por Deus para fornecer um contexto dentro do
qual os sofrimentos e a gloriÞcação de Cristo possam ser entendi-
dos. Nossa maior necessidade, para viver pela fé no meio do abis-
mo da realidade, não é ter um bom exemplo a seguir. Em vez disso,
precisamos de um entendimento cada vez maior do evangelho de
Jesus Cristo, de seus sofrimentos e da glória que se seguiu, como o
contexto para nossos sofrimentos presentes e a esperança segura
da glória vindoura.