Bible">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

O Abismo Entre Promessa e Realidade - Trecho

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

SUMÁRIO

Prefácio IX
Agradecimentos XI

Introdução no abismo da realidade 01


1. A preparação de um santo (Gn 11.27-32) 05
2. Crendo no incrível (Gn 12) 13
3. Pegue o dinheiro ou abra a caixa (Gn 13) 23
4. Nos dias do bom rei Abrão (Gn 14) 33
5. A fé agarrando-se a Deus (Gn 15) 45
6. A fé tropeçando (Gn 16) 53
7. Nosso Deus pactual (Gn 17) 63
8. Amigo de Deus (Gn 18) 75
9. O Titanic afunda (Gn 19) 85
10. Dois passos para frente, um para trás (Gn 20) 95
11. As promessas de Deus permanecem (Gn 21) 107
12. A fé colocada à prova (Gn 22) 115
13. O funeral de uma amiga (Gn 23) 125
14. Deus ajuda aqueles que se ajudam? (Gn 24) 131
15. O Þm da estrada (Gn 25.1-18) 139
PREFÁCIO
A
O Novo Testamento está escondido no Antigo;
o Antigo Testamento está revelado no Novo.
Agostinho

F
oi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e
inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós ou-
tros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião
ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de
Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os
sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.
A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros,
ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aque-
les que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evange-
lho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.
1Pedro 1.10-12

É verdade também que algumas mulheres, das que conosco esta-


vam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e,
não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma
visão de anjos, os quais aÞrmam que ele vive. De fato, alguns dos
nossos foram ao sepulcro e veriÞcaram a exatidão do que disseram
as mulheres; mas não o viram. Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e
tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Por-
ventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua gló-
ria? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.
Lucas 24.22-27

Os profetas investigaram, os anjos desejaram ver e os discípu-


los não entenderam. Mas Moisés, os profetas e todas as Escrituras
do Antigo Testamento falaram sobre isso " que Jesus viria, sofreria
XII O ABISMO ENTRE PROMESSA E REALIDADE

e seria gloriÞcado. Deus começou a contar uma história no Antigo


Testamento, por cujo Þnal a audiência aguardava ansiosamente.
Mas a audiência do Antigo Testamento foi deixada em suspense.
O enredo foi apresentado, mas o clímax foi protelado. A história
não terminada pedia um Þm. Em Cristo, Deus forneceu o clímax
para a história contada no Antigo Testamento. Jesus não chegou
inesperadamente; sua vinda foi anunciada antecipadamente no
Antigo Testamento não apenas em profecias explícitas sobre o
Messias, mas também por meio das histórias de todos os eventos,
personagens e circunstâncias do Antigo Testamento. Deus estava
contando uma história ampla, abrangente, uniÞcada. Desde o re-
lato da criação, em Gênesis, até as histórias Þnais sobre o retorno
do exílio, Deus revelou progressivamente seu plano de salvação.
E o relato veterotestamentário desse plano sempre apontou, de
alguma forma, para Cristo.

TREMPER LONGMAN III


J. ALAN GROVES
AGRADECIMENTOS
A

N
enhum livro teria sido escrito sem a ajuda e o encorajamen-
to de várias pessoas. A tentação, ao escrever esta página,
com discursos de aceitação de atores que ganham o Oscar,
é tentar dar uma lista completa de todos aqueles •sem os quais isto
não teria sido possível•. Esta lista colocaria à prova a paciência do
leitor e do editor e, inevitavelmente, ainda Þcaria faltando alguém.
Por isso, tentarei ser breve.
Este livro se originou de uma série de sermões pregados na
Redeemer Presbyterian Church, Oxford, Inglaterra; eles foram
atualizados e pregados novamente em um ambiente muito dife-
rente, durante uma vacância pastoral na Aliso Creek Presbyterian
Church, em Laguna Niguel, Califórnia. Quero agradecer a ambas
as congregações do povo de Deus por seu encorajamento e apoio.
Os organizadores da série, Al Groves e Tremper Longman III, foram
meus professores no Westminster Seminary, FiladélÞa. Portanto,
tenho com eles uma dupla dívida. Agradeço a Jim Scott e Thom
Notaro, de P&R Publishing, por melhorarem a qualidade do texto
original de várias maneiras. Os erros e defeitos, porém, continuam
sendo meus.
Gostaria de agradecer particularmente à minha esposa, Barb,
minha crítica mais Þel e entusiasmada. Ela fez um teste de campo
do material em um estudo bíblico de mulheres da New Life Presby-
terian Church, em Escondido, Califórnia, e contribuiu com muitas
perguntas nas seções •Para maior reßexão•. Sem seu amor e apoio
constante, não teria conseguido fazer o que Þz. Agradeço também
aos meus Þlhos, Jamie, Sam, Hannah, Robbie e Rosie por me man-
XIV O ABISMO ENTRE PROMESSA E REALIDADE

terem Þrmemente em contato com a vida real e me lembrarem das


coisas que são as mais importantes.
Este livro é dedicado, porém, à memória da Redeemer Pres-
byterian Church, em Oxford (1992-1995). Um pastor inexperiente
não poderia ter uma congregação mais amorosa e comprometida.
De todos os membros pode ser dito, como Paulo disse sobre Timó-
teo, que têm um interesse genuíno pelo bem-estar uns dos outros,
e a comunidade não coloca em primeiro lugar seus próprios inte-
resses, mas os de Jesus Cristo (Fp 3.20-21). Barb e eu oramos a Deus
por toda a recordação que temos de vocês, e anseio por encontrá
-los no céu, quando o pleno fruto de nossos labores será revelado.

SOLI DEO GLORIA


INTRODUÇ ÃO
NO ABISMO DA REALIDADE
A

C
omo você reage quando se encontra caindo no abismo da
realidade? Como você se sente quando parece haver uma
imensa diferença entre aquilo que Deus prometeu e aquilo
que você vê agora? O que você faz quando a visão que você tinha do
modo como sua vida devia funcionar parece estar se desintegrando
no pó? É fácil ser cristão nos dias alegres do Domingo de Ramos,
cercado pela multidão que canta seus louvores a Jesus: •Hosana!
Bendito o que vem em nome do Senhor!•. Mas é muito mais difícil
ser um discípulo no encontro triste no caminho de Emaús, confuso
com a morte do Messias e ainda não percebendo como essa morte
levará à ressurreição.
Para a maior parte de nós, a vida parece ser passada no terrí-
vel caminho de Emaús. Para uma pessoa, o abismo da realidade
pode aparecer na forma de uma demissão repentina e inesperada,
com pouca possibilidade de encontrar um novo emprego. Para
outra, pode vir com enfermidade e problemas crônicos de saúde.
Pode vir pela morte do cônjuge ou de um Þlho. Pode ser causado
por uma frustração intensa com a igreja em que Deus o colocou.
Qualquer uma destas circunstâncias pode causar uma crise de fé
em sua vida, em que você pondera sobre o abismo da realidade
entre o que Deus prometeu e as circunstâncias em que você se
encontra. Você pensa: Certamente, não é esta a vida que eu deveria
ter como cristão.
2 O ABISMO ENTRE PROMESSA E REALIDADE

O SERMÃO DO CAMINHO DE EMAÚS


Para onde você se volta quando tem uma crise de fé? Que
ajuda está disponível para fortalecer a fé daqueles que caem
no abismo da realidade, que sentem o golpe em um momento
ruim ao longo do caminho de Jerusalém para Emaús? Talvez a
melhor resposta a essa pergunta seja a que o próprio Jesus deu
aos discípulos que viajavam por aquele caminho. Depois que lhe
contaram sua perplexidade, não percebendo ainda quem ele era,
Jesus respondeu:

Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas


disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e
entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo
por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito cons-
tava em todas as Escrituras (Lc 24.25-27).

Em outras palavras, Jesus lhes deu um sermão baseado no An-


tigo Testamento que começava com os escritos de Moisés (os pri-
meiros cinco livros da Bíblia) e continuava por todos os profetas (o
restante do Antigo Testamento), mostrando-lhes como o padrão de
sofrimento seguido por glória é continuamente entrelaçado pelos
Þos da história do povo de Deus. Se tivessem entendido melhor o
Antigo Testamento, a morte e a ressurreição de Jesus não teriam
sido um choque tão grande. Eles estariam mais bem preparados
para enfrentar as duras realidades da vida com uma fé inabalável
em Deus.

ABRAÃO COMO NOSSO EXEMPLO


Onde Abraão se encaixa no sermão do caminho de Emaús?
Lucas não nos diz os detalhes, mas é difícil imaginar que Abraão te-
nha sido negligenciado por Jesus. Abraão é supremamente o homem
de fé do Antigo Testamento. Ele, talvez mais do que quase todas as
outras pessoas da Bíblia, sabia o que signiÞca viver pela fé diante
de circunstâncias esmagadoras. Nas páginas do livro de Gênesis,
encontramos registrada para nós a fé e as falhas de um homem como
nós, que viveu no abismo entre promessa e realidade.
INTRODUÇÃO NO ABISMO DA REALIDADE 3

De fato, mesmo no Antigo Testamento, Abraão era considerado


uma Þgura exemplar. Em Isaías 51.2, os exilados na Babilônia são
orientados a considerar a experiência de Abraão como um modelo
para sua própria experiência: •Olhai para Abraão, vosso pai, e para
Sara, que vos deu à luz; porque era ele único, quando eu o chamei,
o abençoei e o multipliquei•. Exatamente como Abraão tinha sido
chamado por Deus da cidade de Ur, contra todas as probabilidades,
para entrar na terra prometida, assim também os exilados podiam
conÞar que Deus cumpriria suas promessas ao patriarca. Eles po-
diam ter fé de que o Deus de Abraão os faria voltar para a terra, por
mais impossível que isso parecesse.
Mas o uso de Abraão como um exemplo data de antes do
exílio. Quando examinamos a narrativa de Abraão, descobrimos
que sua história foi escrita para dar encorajamento à geração do
deserto, aqueles que estavam em sua própria viagem a Emaús,
presos no abismo da realidade entre seu chamado por Deus para
fora do Egito e sua posse ainda futura da terra da promessa. Para
eles, também, Abraão era um exemplo a ser seguido e uma ad-
vertência para se evitar o pecado. A fertilidade do Egito foi um
desvio para Abraão, assim como para eles; a tentação de tomar
atalhos e •ajudar Deus• foi muito real para ambos. O chamado de
Abraão para exercer fé na realidade invisível da promessa de Deus
contra todas as probabilidades era um desaÞo para o qual deviam
atentar.
Mas o que dizer de nós? Não vivemos no deserto do Sinai
nem entre os exilados na Babilônia. O que podemos aprender de
Abraão? O escritor de Hebreus nos dá a resposta em Hebreus 3.4,
mostrando-nos a analogia fundamental entre nossa atual posição
espiritual como cristãos e a da geração do deserto. Nós também
ainda não entramos em nosso descanso (4.6). Também corremos
o risco de desobedecer a promessa do evangelho e não alcançar a
bênção de Deus (3.12; 4.1). Embora tudo na criação esteja sujeito
à autoridade de Jesus, no presente frequentemente não vemos
essa realidade espiritual reßetida claramente em nossa própria
experiência terrena (Hb 2.8). Precisamos viver pela fé, exatamente
como nossos antepassados do Antigo Testamento (Hb 11). Portan-
to, também podemos aprender muito com o exemplo de Abraão
sobre como viver no abismo entre promessa e realidade.
4 O ABISMO ENTRE PROMESSA E REALIDADE

ABRAÃO E O EVANGELHO
Mas se Abraão for apenas um exemplo para seguirmos, somos
os mais miseráveis de todos os homens. Quem entre nós pode viver
mesmo segundo o padrão de um herói tão falho quanto Abraão?
Reconhecidamente, nossa salvação como cristãos não depende
de tentarmos fazer o que Abraão fez, mas do sacrifício de Cristo
na cruz em nosso lugar, por meio do qual nossos pecados foram
expiados, a ira de Deus foi afastada de nós e fomos reconciliados
com ele. Dizendo de outra forma, o evangelho não é •o que Abraão
fez•, mas •o que Jesus fez•. Por isso, em nossa exposição da vida de
Abraão, não veremos apenas como ele fornece exemplos positivos
e negativos para nós, mas também como ele age como um precur-
sor e uma sombra, apontando para Cristo.
Esta é, aÞnal, a verdade central do sermão do caminho de
Emaús. Jesus recontou para seus discípulos o que Moisés e os pro-
fetas tinham escrito não porque estivessem cheios de exemplos
para serem seguidos, mas porque falavam dele. EspeciÞcamente,
falavam de seus sofrimentos e das glórias que seguiriam. Todo o
Antigo Testamento é, assim, apresentado como um livro total-
mente cristocêntrico. Isto é verdade não simplesmente porque há
paralelos superÞciais entre certos eventos do Antigo Testamento e
eventos da vida de Jesus, mas mais profundamente porque todo o
livro foi planejado por Deus para fornecer um contexto dentro do
qual os sofrimentos e a gloriÞcação de Cristo possam ser entendi-
dos. Nossa maior necessidade, para viver pela fé no meio do abis-
mo da realidade, não é ter um bom exemplo a seguir. Em vez disso,
precisamos de um entendimento cada vez maior do evangelho de
Jesus Cristo, de seus sofrimentos e da glória que se seguiu, como o
contexto para nossos sofrimentos presentes e a esperança segura
da glória vindoura.

Você também pode gostar