NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos
RESUMO: Pretende-se, neste artigo, apresentar uma comparação entre duas obras lexicográficas
de língua portuguesa que se propuseram, no século XX, a descrever e destacar o léxico brasileiro
e suas particularidades sociolinguísticas, com o objetivo de investigar três aspectos do projeto de
dicionarização de cada trabalho: estrutura, fontes e sistema de marcas de uso. O primeiro
dicionário é o “Léxico de lacunas, subsidios para os diccionarios da lingua portugueza” (1914),
de Afonso de Taunay, que, nas palavras do autor, descreve-se como um “LÉXICO de termos
vulgares, correntes no Brazil, sobretudo no Estado de São Paulo, e de accepções de numerosos
vocábulos, ainda não apontados nos grandes diccionarios da língua portugueza” (TAUNAY,
1914, p. 7). A segunda obra é o Novo Dicionário da Gíria Brasileira (1956), de Manuel Viotti,
um suplemento lexicográfico que teve por missão “inserir material já catalogado em outros
dicionários e vocabulários cujo rol vai mencionado na Bibliografia anexa, salvo quando não
figuravam ainda nos grandes léxicos da nossa língua” (VIOTTI, 1956, p. 9). O estudo
fundamenta-se em Atkins e Rundell (2008), Burkhanov (1998), Hartmann e James (2002) e
Welker (2011). A metodologia consistiu na comparação das propostas das obras e suas respectivas
estruturas, identificação das fontes e levantamento, descrição e, por fim, contraste das marcas de
uso empregadas em verbetes. Como resultados, observa-se que: a) a construção semelhante das
obras é orientada por uma pauta da Academia Brasileira de Letras (ABL); b) as fontes
lexicográficas do Léxico de lacunas oferece destaque para as obras, enquanto o Novo Dicionário
da Gíria Brasileira enfatiza a autoria; c) o Léxico de lacunas apresenta 90 marcas de uso e o Novo
Dicionário da Gíria Brasileira 99 marcações.
ABSTRACT: The aim of this article is to present a comparison between two Portuguese-language
lexicographical works that proposed, in the 20th century, to describe and highlight the Brazilian
lexicon and its sociolinguistic particularities, with the purpose of investigating three aspects of
the dictionization project of each work: structure, fonts and usage labels system. The first
dictionary is the “Léxico de lacunas, subsidios para os diccionarios da lingua portugueza” (1914),
by Afonso de Taunay, that, in the author's words, it is described as a “LÉXICO de termos vulgares,
correntes no Brazil, sobretudo no Estado de São Paulo, e de accepções de numerosos vocábulos,
ainda não apontados nos grandes diccionarios da língua portugueza” (TAUNAY, 1914, p. 7). The
second work is the Novo Dicionário da Gíria Brasileira (1956), by Manuel Viotti, a
lexicographical supplement whose mission was “inserir material já catalogado em outros
dicionários e vocabulários cujo rol vai mencionado na Bibliografia anexa, salvo quando não
figuravam ainda nos grandes léxicos da nossa língua” (VIOTTI, 1956, p. 9). The study is based
on Atkins and Rundell (2008), Burkhanov (1998), Hartmann and James (2002) and Welker
(2011). The methodology consisted of comparing the proposals for the works and their respective
structures, identifying the sources and surveying, describing and, finally, contrasting the usage
marks used in entries. As a result, it is observed that: a) the similar construction of the works is
guided by an agenda of the Brazilian Academy of Letters (ABL); b) the lexicographic sources of
the Léxico de lacunas highlight the research source, while the Novo Dicionário da Gíria Brasileira
1
Mestre em Língua e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade
Federal da Bahia, Salvador, Bahia. E-mail: ips.nascimento@hotmail.com OrcID: https://orcid.org/0000-
0001-9255-696X
53
emphasizes authorship; c) the Léxico de lacunas has 90 usage labels and the Novo Dicionário da
Gíria Brasileira 99 usage marks.
Introdução
Por outro lado, o Novo Dicionário da Gíria Brasileira (1956), de Manuel Viotti,
o segundo objeto de investigação e comparação em relação ao Léxico de lacunas,
configura-se como um suplemento lexicográfico que teve por objetivo “inserir material
já catalogado em outros dicionários e vocabulários cujo rol vai mencionado na
Bibliografia anexa, salvo quando não figuravam ainda nos grandes léxicos da nossa
língua” (VIOTTI, 1956, p. 9). Esse trabalho contou com duas edições, a primeira no ano
de 1945 e outra em 1956, tomando como ponto de partida uma missão institucional da
Academia Brasileira de Letras, que, desde a sua fundação, em 1897, sob a liderança de
Machado de Assis, urgia a construção de um dicionário de brasileirismos.
Viotti, no prefácio da primeira edição, retoma o discurso acadêmico de Mário de
Alencar, de 3 de dezembro de 1918, situando o seu esforço lexicográfico em um embate
entre puristas e humanistas, tendo em vista a incorporação e sistematização do léxico
brasileiro no tocante às gírias, que podem ser entendidas como o léxico popular
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
54
Por exemplo, um reflexo desse momento é o próprio amparo que Viotti busca em
A expansão da língua portuguesa no mundo, de Teixeira Soares (1943), texto que situa
o Brasil entre as nações ocidentais e o status da língua portuguesa em termos
demográficos, quando justifica sua tarefa da seguinte forma: “se, pois, ela [a língua
portuguesa] se expande assim no universo, é conveniente que se estude a sua expansão
dentro da sua unidade idiomática” (VIOTTI, 1956, p. 10, adaptado).
A partir do contexto, das condições de produção de cada obra lexicográfica e as
premissas que vão nortear uma reflexão metalinguística e uma sistematização de um
léxico, aspectos que despertam curiosidade são o modo como variedades do português
brasileiros seriam contempladas em um dicionário, quais seriam as bases materiais para
fundamentar o exercício lexicográfico e quais dispositivos seriam mobilizados nessa para
evidenciar as dimensões sociolinguísticas e as condições de emprego do léxico registrado.
Destarte, no esteio da lexicografia, mais precisamente da lexicografia
comparativa, serão contrastadas as propostas das obras e suas respectivas estruturas, será
construída uma breve discussão das fontes indicadas por cada autor e, por fim, serão
examinados os dispositivos criados para assinalar as dimensões sociolinguísticas dos itens
lexicais, que se materializam nas marcas de uso. Esta iniciativa tem o objetivo de
desenvolver uma crítica que englobe aspectos macroestruturais e um item de
microestrutura para entender até que ponto os dicionários se aproximam e se distanciam,
ainda que guiados pelo mesmo espírito lexicográfico de salvaguardar o patrimônio lexical
como elemento constitutivo de uma identidade brasileira.
Nesta seção do artigo, será discutida a relação entre o léxico de uma língua e os
valores sociais subjacentes ao exercício lexicográfico para a construção de uma obra de
referência. Nesse sentido, é importante considerar os dicionários, assim como as
gramáticas, como obras metalinguísticas complementares que, aos seus consulentes,
fornecem um acesso sistematizado às línguas e auxiliam no ensino-aprendizagem e no
reconhecimento de normas.
Sobre a relação entre léxico, sociedade e dicionários, Atkins e Rundell explicam
que:
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
55
2
[...] a dictionary is a description of the vocabulary used by members of a speech community
(for example, by ‘speakers of English’). And the starting point for this description is evidence of
what members of the speech community do when they communicate with one another.
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
56
prática, saber, ciência e disciplina. Welker (2011) demonstra clareza ao preferir também
uma separação mais clara entre teoria e prática, atribuindo estatutos de técnica e ciência
individualmente e seus produtos, quando explica que
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
57
Por outro lado, para o exame do Novo Dicionário da Gíria Brasileira (1956), de
Manuel Viotti, pela Indústria Gráfica Bentivegna, em São Paulo, território brasileiro,
utilizou-se um exemplar em suporte impresso. A figura 2, por sua vez, apresenta a folha
de rosto da obra de Viotti (1956) e convém salientar que o material analisado constitui
3
Link de acesso: <https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/6962>.
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
58
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
59
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
60
termo, gíria, expressão, designação, forma, região (Norte, Sul, Sudeste, Centro-
Oeste), sertão, litoral e nomes de estados.
O estabelecimento dessa estratégia lexicomática de busca de marcas de uso por
palavras afins e da pesquisa reversa na lista de abreviaturas de cada obra contou com a
experiência do pesquisador na identificação de marcas de uso em dicionários dialetais,
em Nascimento (2020), uma experiência de pesquisa a nível de mestrado, em que se
percebeu um nível de recorrência desses termos em verbetes que continham o segmento
informativo de interesse. Assim, as palavras-chave foram inseridas na ferramenta de
buscas do documento digital do Léxico de lacunas (1914), oferecendo um ponto de
partida para a coleta e sistematização dos dados, diferente do que aconteceu com o Novo
Dicionário da Gíria Brasileira (1956) que demandou uma consulta completa, verbete por
verbete.
Por fim, os dados foram projetados em um quadro de referência para a tipologia
das marcas de uso, presente em Hartmann e James (2002, p. 168), no sentido de
estabelecer classificações e comparações entre a sistematização de Taunay (1914) e Viotti
(1956).
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
61
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
62
É interessante observar que, em suas “Duas palavras”, Taunay (1914) situa seu
trabalho em um clima de crítica à produção dicionarística, colocando, em primeiro lugar,
o vocabulário técnico-científico para, em seguida, deter-se à questão dos brasileirismos,
isto é, do léxico brasileiro e de suas particularidades. Informações relativas à
microestrutura apresentam-se de modo disperso nessa mesma seção, referindo-se
basicamente ao emprego de nomenclatura científica para esclarecer a referência a nomes
de animais e vegetais, exemplos que permitam identificar as condições de emprego, e
indicações de fontes e páginas de localização.
Por outro lado, o Novo Dicionário da Gíria Brasileira (1956), de Manuel Viotti,
o segundo objeto de investigação e comparação em relação ao Léxico de lacunas,
configura-se como um suplemento lexicográfico que teve por objetivo “inserir material
já catalogado em outros dicionários e vocabulários cujo rol vai mencionado na
Bibliografia anexa, salvo quando não figuravam ainda nos grandes léxicos da nossa
língua” (VIOTTI, 1956, p. 9). Esse trabalho contou com duas edições (1945, 1956) e
toma-se aqui, como objeto de descrição, a segunda edição.
O conjunto de verbetes se desenvolve da página 23 à página 446, sendo
identificadas três partes: o vocabulário comum (p. 23-435), o vocabulário cigano (p. 437-
442) e o vocabulário quimbundo (p. 443-446). Precedem a nomenclatura uma epígrafe, a
Bibliografia de M. Viotti, dois prefácios, uma nota bibliográfica, um registro de ata
intitulado Língua Brasileira, a relação de autores e obras utilizadas e uma lista de
abreviaturas e três sinais convencionados. O livro conta inicialmente com uma epígrafe,
abordando a relação entre a língua, o povo e o uso a partir de referências a James
Darmesteter, Varrão e Platão, situando a perspectiva adotada em sua obra lexicográfica.
Nesta recolta de verbetes, que nos absorveu longas fadigas de alguns anos de
constante e porfiado labor, procuramos não fazer obra feita; vale dizer, inserir
material já catalogado em outros dicionários e vocabulários cujo rol vai
mencionado na Bibliografia anexa, salvo quando não figuravam ainda nos
grandes léxicos da nossa língua. E o fizemos quanto possível. Mesmo por quê:
“Certamente, é absurdo que um Dicionário seja completo quando, dia a dia,
surgem os neologistas necessários a reclamar insistentes foros de cidadania”,
na boca e autorizada afirmação do nosso grande vernaculista Afonso de E.
Taunay.
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
63
Este dicionário não trata apenas dos verbetes da gíria nacional, pois, à medida
que os colecionávamos, controlando-os com os mais recentes dicionários da
nossa língua, encontrávamos repetidas lacunas de palavras, modismos,
expressões que, não sendo propriamente da gíria popular, mereciam citados
neste glossário, uma vez que não estavam ainda mencionados nos supra
referidos dicionários. (VIOTTI, 1956, p. 9).
Por sua vez, o segundo prefácio possui um caráter mais técnico relacionado à
organização da obra, emprego de marcas de uso diatópicas e agradecimentos aos
colaboradores, que têm seus nomes e regiões de proveniência indicados.
Fontes
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
64
do próprio autor e uma nota sobre colaboradores, dos quais destaca a figura de Eurico
Teixeira Leite, como se pode observar no quadro 2.
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
65
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
66
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
67
messe.
● RAYMUNDO MORAES – “Os Ygaraunas”; “Meu Dicionário das Cousas Amazônicas” –
Rio, 1931.
● RENATO DE MENDONÇA – “A influência Africana no Brasil” – São Paulo, 1934.
● RICARDO ARRUDA – “A Arte de Furtar no Jôgo” – S. Paulo, 1935.
● RODOLPHO GARCIA – “Dicionário de Brasileirismos – Peculiaridades Pernambucanas" –
Rio, 1915 – “Na Planície Amazônica”.
● ROMAGUERA CORRÊA (J.) “Vocabulário Sul Rio-Grandense” – Porto Alegre – 1898.
● ROQUE CALLAGE – “Vocabulário Gaúcho” – Pôrto Alegre, 1926.
● SABINO CAMPOS – “Catimbó” – Rio, 1946.
● SEBASTIÃO ALMEIDA OLIVEIRA – “Expressões do Populário Sertanejo – Vocabulário e
Superstições” –– S. Paulo, 1940 – “Folclore”, 1949.
● SOUZA CARNEIRO (A. J. de) – “Cassacos”, “Furundungo” – Rio, 1934. “Mitos Africanos
no Brasil” – S. Paulo, 1937.
● TEIXEIRA SOARES – “Tradição e Cultura” no “Jornal do Commercio”, julho 1943.
● VALDOMIRO SILVEIRA – “Os Caboclos”, “Nas Serras e nas Furnas”, “Mixuangos,
“Lereias”.
● VICENTE CHERMONT DE MIRANDA (dr.) – “Glossário Paraense” – Belém do Pará, 1905.
● VITTÓRIO BERGO (prof.) – “Erros e Dúvidas de Linguagem” – 1.a edç. – Rio, 1940, 2.a
edç. (2 vls.) Rio, 1945.
● ZÉ DO NORTE – (pseudônimo de Alfredo Ricardo do Nascimento) – “Brasil Sertanejo” –
ASA Editôra – Rio, 1948. – Insere copioso vocabulário nordestino, colhido diretamente no
local.
Dicionários
● CALDAS AULETE (F. J.) – “Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa” – Lisboa
1.a. edc. 1881. 2.a. edc. 1892; .a ediç. 1.o tomo, 1949.
● CÂNDIDO DE FIGUEIREDO – “Novo Dicionário da Língua Portuguesa” 3.a edc. – Lisboa,
1899 – a 4.a. e última edc. é de 1925, ano do falecimento do prof. C. de Figueiredo aos 79
anos de vida.
● SIMÕES DA FONSECA – “Novo Dicionário Enciclopédico Ilustrado da Língua Portuguesa”
“Ediç. de 1926, refundida, acrescentada e melhorada pelo prof. João Ribeiro, da Acad.
Brasileira de Letras; onde aliás, não se empossou de sua poltrona apesar de haver sido o
primeiro imortal escolhido por eleição regimental.
● HAMILCAR DE GARCIA – “Dicionário de Espanhol – Português– 1943. Editado pela
Livraria do Globo – Pôrto Alegre.
● NOVO DICIONÁRIO INGLÊS-PORTUGUÊS – de Jacob Bensabat – Lisboa, 1880.
● ANTENOR NASCENTES – “Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa" – edc. de 1932 –
Rio.
● CARLOS TESCHAUER (Je. S. J.) – “Novo Dicionário Nacional” Porto Alegre, 1928.
● VISCONDE DE BEAUREPAIRE – Rohan – “Dicionário de Vocábulos Brasileiros” – Rio,
1889.
● PEQUENO VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO – Edç. da Academia de Letras – Imp.
Nacional – Rio, 1945.
● DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS OCULTAS – Edição da Livraria do “Pensamento” – S. Paulo,
1947.
Vocabulários
● VOCABULÁRIO AMAZONENSE (Dr. Méd.) – Alfredo Augusto da Matta – Manaus – 1939.
● VOCABULÁRIO AMAZÔNICO (Estudos) – S. Paulo, 1942, da autoria de Amando Mendes.
● VOCABULÁRIO SUL RIO-GRANDENSE – de Luiz Carlos de Moraes.
Informantes
● Ari Martins – (Rio G. do Sul)
● Bento Ernesto Junior – (Minas)
● J. Anatolio de Lima – (Minas)
● Prof. Júlio de Faria e Sousa – (São Paulo)
● Prof. dr. Raul Pederneiras – (Rio)
● Oswald Guisard – (Taubaté - São Paulo)
● José Cruz Medeiros – (Rio)
● Norberto Silveira Júnior – (Itajaí - S. Cat.)
● J. L. Álvares Rubião – (Varginha - Minas)
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
68
Marcas de uso
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
69
Quadro 4 — Comparação das marcas de uso empregadas em Taunay (1914) e Viotti (1956)
Léxico de lacunas (1914) Tipo de marcação Novo Dicionário da Gíria Brasileira
(1956)
Diacrônica
- circulação Neologismo
(período)
- Dianormativa
normatividade -
(padrão)
Gíria, gíria carioca, gíria cearense, gíria Gíria bancária, gíria de acadêmicos,
de bandidos do R. G. do Sul, gíria de Diastrática gíria de caipiras ou capiaus, gíria de
estudantes, gíria de marinheiros, gíria do estilo escolares, gíria de filatelista, gíria de
interior do Estado de S. Paulo, gíria do (status social, grupo) garimpeiros, gíria de gatunos, gíria de
Oeste de São Paulo, gíria fluminense, jornalistas ou de tipógrafos da
gíria paulista, gíria portuense. imprensa, gíria de pescadores, gíria
dos colegiais, gíria esportiva, gíria
marítima ou militar, gíria
numismática, gíria portuguesa, gíria
teatral, turfe.
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
70
Diatextual
Alusão literária textualidade -
(gênero)
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro
71
Considerações finais
Referências
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 05, n. 02, p. 52-72, jul./dez. 2021
72
NASCIMENTO, Ivan Pedro Santos. De Taunay (1914) a Viotti (1956): contrastes de uma dicionarização
do léxico brasileiro