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Infância e suas Linguagens

Elessandra Rodrigues¹
Mariane Machado
Wallace Mota²

1. INTRODUÇÃO

O principal objetivo deste trabalho é analisar práticas docentes para exploração de


múltiplas linguagens expressas ou comunicadas por crianças que frequentam a Educação
Infantil.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando discutirmos o processo de linguagem, nos deparamos com um dos preceitos mais
importante da pedagogia, o processo de inserção da linguagem nos mais diversos aspectos. Para
Afonso (2011) o autor introduz que a infância é uma das melhores fases da vida, senão a melhor.
Na infância é oportunizado a chance de brincar, estudar, realizar descobertas, aprender coisas
nova a qualquer momento, imaginar e brincar com e através da imaginação, dançar e cantar sem
ter o medo de errar. Faz parte da infância e do próprio desenvolvimento da criança a aquisição e o
desenvolvimento da linguagem ou de linguagens.
No conceito geral e, seguindo os preceitos da literatura tradicional, Vygotsky
(1987) compreende o fenômeno da linguagem como parte de signos criado pela sociedade ao
longo da história e dentro de um contexto cultural e social, que proporciona a mudança no
desenvolvimento cultural da sociedade e que acaba moldando o próprio homem, que a cria. Nessa
compreensão, além da fala outras formas de comunicação e expressão podem ser consideras
signos. O que ressalta a importância do processo de linguagem.
Segundo Melo (2015, p.25) “A construiu uma teoria que pudesse explicar a origem e
evolução da consciência humana, ou seja, a evolução das estruturas psicológicas superiores do
homem em seu processo de desenvolvimento”. Nessa concepção, é através da linguagem, em
contextos interacionais, que ocorre o desenvolvimento das estruturas psicológicas superiores da
criança. O que ressalta a importância da pedagogia frente aos processos educacionais.
Nessa observação da linguagem e, segundo os conceitos pedagógicos, é necessário
analisar os movimentos e o desenvolvimento da criança, segundo Segundo Galvão (2008, p. 69):

1 Nome dos acadêmicos: Elessandra Rodrigues e Mariane Machado


2 Nome do Professor tutor externo: Wallace Mota
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
2

Além do seu papel na relação como mundo físico (motricidade de realização), o


movimento tem um papel fundamental na afetividade e também na cognição, ou seja, o
movimento não consiste em apenas mover/mexer o corpo está além disso, é um processo
que se utiliza do cognitivo e do emocional para se concretizar, pois ao movimentar-se a
criança expressa sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do
uso significativo de gestos e posturas corporais.

A partir da compreensão de que a linguagem, que estamos discutindo neste


trabalho, linguagem “não é apenas comunicação do comunicável, mas, simultaneamente, símbolo
do não-comunicável” (BENJAMIN, 1992. p.196), podemos entender que, como afirma Benjamin
(1992), o homem não se comunica pela, mas na linguagem. Tudo isso pode ser mais bem
compreendido com a explicação de Jobim e Souza (2008) sobre a constituição da linguagem
humana enquanto sistema de signos: ela é composta de elementos (os fonemas) que são,
concomitantemente, significantes e sem significado, pois permitem a passagem da semiótica
(experiência sensível) à semântica (discurso humano), o que requer considerar as concepções
culturais.
Depois destas análises, descobrimos que a linguagem está presente em todos os
processos educativos, está ligada ao processo formativo e no dia a dia da sociedade, ou seja, estão
presentes na linguagem um caráter natural e outro cultural, que ao se articularem, permitem que o
mundo fechado do signo se transforme em mundo aberto da expressão. É por isso que Benjamin
defende que há algo na linguagem que é comunicável, mas não é a própria linguagem, nem se
identifica com seus conteúdos, mas nela se manifesta.
A infância ocupa um lugar importante para tentar recuperar a ligação entre
experiência e linguagem. É nesse sentido que podemos considerar a produtividade do
pensamento do autor para a Educação Infantil. Apesar de ele não falar
diretamente sobre aspectos desse campo, a crítica que faz ao empobrecimento da
linguagem por conta dos modos de viver no mundo moderno e o alerta ao papel que a
linguagem vem assumindo hoje são fundamentais para repensarmos algumas práticas
que vêm sendo feitas. (JOBIM E SOUZA, 2008. p.42)

Com estes conceitos entendemos que os conceitos de linguagem são fundamentais


no processo formativo da criança, e o pedagogo faz parte decisiva deste processo. Segundo
Benjamin (2002, p. 117) Mas é precisamente no agora que está a possibilidade de criticar, de
mudar, de se viver e deixar a infância ser vivida, até porque “todo desempenho infantil orienta-se
não pela ‘eternidade’ dos produtos, mas sim pelo ‘instante’ do gesto”
A linguagem é algo amplo, presente na música, na arte, na brincadeira, todos esses
processos foram o processo de linguagem formal e informal, quando a criança está brincando-a
não está apenas expressando e se comunicando suas experiências, mas se reelaborando, se
reconhecendo como sujeito pertencente a um grupo social e a um contexto cultural, onde
representar as relações sociais e os significados culturais ali presente. Como afirma Borba (2006,
p.47) “[...] o brincar é, portanto, experiência de cultura, através da qual valores, habilidade,
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conhecimentos e formas de participação social são constituídos e reinventados pela ação coletiva
das crianças”. Desta forma a brincadeira é um fenômeno cultural, pois se configura junto a um
conjunto de práticas e conhecimentos produzidos, construído e acumulado ao longo do tempo,
exemplo disso, e que ainda podemos observar crianças brincando de amarelinha, passa o anel,
ciranda, bolinha de gude e outras brincadeiras que seus avós brincaram quando eram crianças.

FIGURA1: A ARTE COMO LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

https://blog.portalpos.com.br/objetivo-trabalhar-pintura-educacao-infantil/

O desenho também é uma linguagem que se construiu ao longo dos anos. Como afirmar
Derdyk (1990, p. 10), “O homem sempre desenhou. Sempre deixou registros gráficos, índices de
sua existência, comunicados íntimos destinados à posteridade. O desenho, linguagem tão antiga e
tão permanente, sempre esteve presente, desde que o homem inventou o homem [...]. O desenho
além de ser prazeroso é também um jogo, pois ao desenhar além da sensação de prazer a criança
brinca com o desenho e com os seus colegas, ela solta sua imaginação ao desenhar e cria estórias
com o seu desenho. Portanto, o ato de desenhar é inclusive social, visto que a criança interage
com outras pessoas para mostrar e relatar o que foi desenhado.
Ao descrever esses processos, encontramos a linguagem nos mais diversos caminhos da
criança, onde o pedagogo pode atuar em todos os segmentos, fomentando os processos de
construção da linguagem e do processo formativo, a linguagem é algo que desenvolve os
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processos sociais e cognitivos.

3. METODOLOGIA

Buscando por conhecer analisar os benefícios da infância e suas linguagens o método


qualitativo foi usado porque ele tem como objetivo de um conjunto de práticas que transformam
o mundo visível em dados representativos, incluindo notas, entrevistas, fotografias, registros e
lembretes. No presente estudo foi realizada uma pesquisa do modo de abordagem dialético um
método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade, ou seja, nele os fatos não podem ser
considerados fora de um contexto social político econômico entre outros. Com isso estudos
transversais são realizados em determinados pontos no tempo implica em um corte, um momento
determinado de um contexto os resultados expressam apenas o momento em que a pesquisa foi
realizada, Entanto a descritiva tem como descrever o que ocorrer com intuito de conhecê-la e
interpretá-la sem intervir de maneira direta nessa realidade o foco é a descrição como se
manifestam os fenômenos situações e eventos apresenta aspectos pertencentes a um contexto
busca especificar as características propriedades ou perfis de pessoas ou grupos comunidades
processos objetivos ou qualquer outro fenômeno possível de ser avaliado ou analisado mostrar
com precisão, Com isso a pesquisa bibliográfica coleta dados para responder aos objetivos da
pesquisa é realizada mediante leitura de produções textuais em livros e artigos em teses ou
dissertações elaboradas previamente por outros pesquisadores que podem fornecer dados.
Portanto os dados secundários nos quais são originários de informações que foram coletados
processados e analisados em outras pesquisas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para se comunicar, transmitir o que está sentindo, interagir, a criança faz uso das
múltiplas linguagens. É necessário que essas linguagens sejam contempladas nas práticas
docentes escolares,
através do planejamento. A pesquisa evidencia que professoras restringem seus
planejamentos/práticas ao uso da linguagem oral e do desenho, esquecendo que a exploração de
outras linguagens auxilia um desenvolvimento integral mais harmonioso. A linguagem está
presente nas brincadeiras, na arte, em todo processo educativo, desta forma, como pedagoga,
podemos gerenciar os processos de introdução a educação, para que o processo formativo avalie
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os contextos educacionais, mas também forme a criança em seu meio cognitivo.


Muitas vezes as crianças encontram outros meios de linguagem, ou processos
de comunicação com os professores ou com pais e colegas de escola, a linguagem está presente
na vida humana desde o início do mundo em sociedade, porém, cada processo formativo
mudamos nossas formar de comunicarmos e de nos percebermos num mundo social. Hoje
encontramos processos diversos para uma formação continuada.
Apresentamos a imagem das crianças pintando como processo formativo, pois, nesse
contexto podemos definir o processo de conceito linguístico o acesso a arte, uma vez que é pela
arte que muitas crianças expressam seus sentimentos, bem como, podemos rebater o convívio
social, das mais diversas formas. Nesse conceito, podemos reforçar as linguagens, principalmente
o acesso à cultura, o que reforça as teorias apresentadas neste trabalho. Por fim, conhecer os
processos de linguagem é importante para a pedagogia, pois é o contato necessário para a
interação criança/sociedade, bem como, auxilia o professor a buscar caminhos para melhor
relação entre criança e seu processo formativo.

REFERÊNCIAS

AFONSO, Maria Aparecida Valentim. A musicalidade das crianças: a descoberta dos sóns do
corpo, dos objetos e do mundo. In:_ BARBOSA, Rita Cristina; AFONSO, Maria Aparecida
Valentin (org.). Educação Infantil: das práticas pedagógicas às políticas públicas. João Pessoa:

Editora Universitária dá UFPB, 2011. p.109-128.

BENJAMIN, W. (1992) Sobre arte, técnica, linguagem e política. Lisboa: Relógio D’Água
Editores.

BENJAMIN, W. (2002) Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas
Cidades; Ed. 34.

BORBA, Ângela Meyer. A brincadeira como experiência de cultura. In: O cotidiano na Educação
Infantil. Boletim 23, novembro, 2006. P. 46-55

COOPER, Donald; SCHINDLER, Pamela. Métodos de pesquisa em administração. 12 ed.,


McGraw Hill Brasil, 2016.
DA SILVA, Jussara Goulart; LOPES, Evandro Luiz. Análise dos encontros de marketing da
Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração: um estudo bibliométrico da produção
científica de marketing no Brasil. Gestão & Regionalidade, [s. l.], v. 35, n. 103, 2019.

DERDYK, Edith. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1990.

JOBIM E SOUZA, S. (2008) Walter Benjamin: A linguagem como expressão crítica


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da modernidade. In: Infância e linguagem. Campinas, Papirus.

MELO, Glória Maria Leitão de Souza. A linguagem e sua aquisição: abordagens interacionistas.
In:
__ Cenas de atenção conjunta entre professoras e crianças em processo de aquisição da
linguagem.
2015, 276 p. Tese (Doutorado).

VYGOTSKY, Lev. Pensamento e linguagem. 5ª reimpressão. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

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