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Rosane Bernini

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AQUICULTURA

ROSANE OLIVEIRA BERNINI

INCLUSÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA RAÇÃO DE CARPA CAPIM


(Ctenopharyngodon idella)

URUGUAIANA, RS
2015
ROSANE OLIVEIRA BERNINI

INCLUSÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA RAÇÃO DE CARPA CAPIM


(Ctenopharyngodon idella)

Trabalho de Conclusão de Curso do


Curso Superior de Tecnologia em
Aquicultura da Universidade Federal do
Pampa como requisito parcial para
obtenção do grau de Tecnólogo em
Aquicultura.
Orientador: Profª. Drª. Alessandra
Sayuri Kikuchi Tamajusuku Neis
Coorientador: Prof. Dr. Fabio de
Araújo Pedron

Uruguaiana
2015
Dedico este Trabalho de
Conclusão de Curso aos meus pais,
Guilherme e Maria das Graças, meu
marido, Eliel, e aos nossos filhos,
Rafael, Laura e Isabela.
AGRADECIMENTO

À Deus, em primeiro lugar, por me sustentar todos os dias da minha vida com
Sua infinita graça e fidelidade. Deus sempre me surpreende!
Ao meu marido, Eliel, pelo apoio e compreensão nos momentos de correrias,
trabalhos e ausência do lar. Aos meus filhos, Rafael, Laura e Isabela por me
apoiarem e confortarem com seus abraços carinhosos, que amenizaram o cansaço
físico e mental.
À minha orientadora, Profª. Drª. Alessandra, que, com sua visão científica
ampliou a minha visão.
Aos professores, que no decorrer do curso transmitiram muito mais do que
conhecimento acadêmico, foram amigos e parceiros, sempre à disposição para
responder as minhas infinitas dúvidas.
Aos técnicos, Alexandra, Cristiano, Clarissa e Queila pela parceria nas análises
nos laboratórios e companheirismo durante o tempo de experimento!
Aos colegas que estando no mesmo barco foram um apoio em todo processo
acadêmico, nas apresentações dos seminários, construção de projetos e o
companheirismo nem se fala.
A toda equipe que me acompanhou no experimento, nas biometrias ou
simplesmente no mate e bolo de coco (hehe). Sem vocês o trabalho seria
impossível.
Aos funcionários, que mesmo sem perceber, fazem parte da minha construção
acadêmica.
Aos meus familiares e amigos de perto e de longe, que pelas redes sociais ou
pessoalmente me incentivaram com mensagens e palavras de apoio.
“Bem sei eu que tudo podes, e
que nenhum dos teus propósitos pode
ser impedido.” Jó 42:2
RESUMO
INCLUSÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA RAÇÃO DE CARPA CAPIM
(Ctenopharyngodon idella)

As macrófitas aquáticas apresentam grande capacidade de adaptação e


grande amplitude ecológica. Este fato possibilita que a mesma espécie colonize os
mais diferentes tipos de ambientes. Em piscicultura, as macrófias aquáticas podem
ser aproveitadas como fertilizantes da água, proporcionando o aumento de
organismos que participam da cadeia alimentar dos peixes ou como fonte alternativa
de proteína e fibras. A maior eficiência desta fonte de alimento é obtida na nutrição
de peixes herbívoros ou onívoros, como carpas e tilápias. No presente trabalho
avaliou-se o desempenho zootécnico de juvenis de carpa capim (Ctenopharyngodon
idella) alimentadas com ração suplementada com farinha de macrófitas aquáticas
como alternativa de fibra, em substituição a forragem verde. O período experimental
foi de 60 dias e os dados zootécnicos foram obtidos a partir de biometrias
quinzenais. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com quatro trata-
mentos e três repetições, com dez unidades de juvenis de carpa capim em cada
caixa. Foram utilizadas 12 caixas com capacidade de 40L em sistema fechado e
recirculação de água. O peso médio inicial foi 4,068g e o comprimento médio inicial
de 7,34cm. Os tratamentos foram: T1: somente ração; T2: ração mais capim
elefante; T3: ração elaborada com 20% de farinha de macrófita aquática Ludwigia
spp e T4: ração elaborada com 20% de macrófita aquática Potamogentun
berteroanus. Quanto ao ganho de peso, variáveis de comprimento total e
comprimento padrão não houve diferença significativa entre os tratamentos T1, T3 e
T4, mas o T2 apresentou um aumento significativo em comparação com os demais
tratamentos.

Palavras-chaves: fonte de fibra; farinha de macrófita; ração; plantas


aquáticas.
ABSTRACT
AQUATIC MACROPHYTES INCLUSION IN THE GRASS CARP DIET

The macrophytes present a large adaptability and ecological amplitude. This fact
enables the same species colonizes over different types of environments. At fish
farming, aquatic macrophytes can be harnessed as water fertilizers, providing an
increase of organisms that participate in the food chain of fish or as an alternative
source of protein and fiber. The greater efficiency of this food source is achieved in
herbivorous fish nutrition or omnivores such as carp and tilapia. In the present study,
it was evaluated the production data of juveniles grass carp (Ctenopharyngodon
idella) feed with a diet supplemented with aquatic macrophytes flour as an alternative
for fiber replacement to green fodder. The experiment lasted 60 days and the
production data were obtained from biometrics fortnightly. The experimental design
was completely randomized with four treatments and three repetitions, with ten units
of juvenile grass carp in each tank. It were used 12 tanks with capacity of 40 L in a
closed circulation system and recirculation of water. The average weight was 40.68 g
and the initial average length was 73.46 mm. The treatments were: T1: only feed; T2:
feed more elephant grass; T3: feed prepared with 20% macrophyte Ludwigia spp
flour and T4: feed prepared with 20% macrophyte Potamogentun berteroanus flour.
As for the weight gain, total length and standard length of variables there was no
significant difference between the treatments T1, T3 and T4, but the T2 showed a
significant increase compared to the other treatments

Keywords: fiber source; macrophyte flour; feed ; aquatic plants


10

SUMÁRIO

I. CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................................................... 10
II. ARTIGO .......................................................................................................................................... 14
Resumo.......................................................................................................................................... 15
Abstract ......................................................................................................................................... 15
Introdução ..................................................................................................................................... 16
Materiais e métodos ..................................................................................................................... 17
Análise bromatológica das macrófitas aquáticas .......................................................................... 17
Confecção da farinha de macrófitas e ração ................................................................................. 17
Teste nutricional em juvenis de Carpa capim ............................................................................... 18
Resultados e Discussão ................................................................................................................. 19
Referências .................................................................................................................................... 21
III. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 23
IV. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 24
V. ANEXOS ........................................................................................................................................ 26
10

I. CONTEXTUALIZAÇÃO
Segundo a FAO, (2014) a produção mundial de pescado em 2012 foi de 158
milhões de toneladas, dos quais 136,2 milhões de toneladas foram utilizados no
consumo humano Desses 136 milhões de toneladas, 69,6 milhões de toneladas
(51,1%) tiveram origem na pesca, enquanto 66,6 milhões (48,9%) de toneladas
tiveram origem na aquicultura. No ranking dos doze países com a maior produção
aquícola em nível mundial, temos somente três países ocidentais, que são a
Noruega em 6º lugar, o Chile em 8º lugar e o Brasil em 12º lugar. Todos os demais
países são do continente asiático, com amplo destaque para a China, em 1º lugar,
com mais de 41 milhões de toneladas produzidas em 2012. Segundo os dados
oficiais do Ministério da Pesca e Aquicultura, a produção brasileira de pescado em
2013 foi de 1.241.807 toneladas, sendo que, destas, 765.287 toneladas foram de
origem da pesca (61,6%) e 476.512 toneladas de origem da aquicultura (38,4%).
O aumento nas áreas de produção, a busca por maiores produtividades e o
desenvolvimento de técnicas de produção de peixes nativos levou os piscicultores a
aprimorarem as estratégias de produção, principalmente no que diz respeito à
qualidade da água e ao manejo nutricional e alimentar desencadeando um aumento
na demanda por alimentos de melhor qualidade que despertou a atenção dos
fabricantes de rações. Na piscicultura intensiva as rações correspondem de 50 a
70% do custo de produção, que vêm sendo minimizados com a melhora na
conversão alimentar, no crescimento e na saúde dos peixes devido ao incremento
na qualidade das rações e uso de estratégias corretas de alimentação (KUBITZA
1998). As rações utilizadas na aquicultura, além de atenderem às exigências
nutricionais das espécies, devem proporcionar reduzidos excedentes de nutrientes,
visando minimizar os impactos negativos sobre os sistemas de criação e os
ecossistemas aquáticos (VALENTI, 2002; HENRY-SILVA, 2001).
A necessidade de desenvolver rações para peixes de alta qualidade e baixo
custo tem despertado a atenção de pesquisadores e nutricionistas para o uso de
ingredientes alternativos, como por exemplo as plantas aquáticas.
As macrófitas aquáticas representam um grande número de organismos, tendo
como referência algas talóides, musgos, hepáticas, filicíneas, coníferas e plantas
com flores que crescem em águas interiores, águas salobras, estuários e águas
costeiras. As macrófitas são vegetais superiores que permanecem ou não
enraizados no fundo de corpos d’água. Podem estar total ou parcialmente
11

submersas, algumas permanecem flutuantes com raízes submersas, e geralmente


estão relacionados com a presença de matéria orgânica na água (TUNDISI;
TUNDISI, 2008).
As macrófitas aquáticas desempenham um importante papel nos ecossistemas
lênticos e lóticos como produtoras primárias juntamente com as algas, na estocagem
e ciclagem de nutrientes, na liberação de detritos orgânicos, como importante local
de abrigo e na alimentação assim como na diversificação de habitats para peixes,
organismos bentônicos e até mesmo para o perifíton que as utilizam como substrato
(WEANER; CLEMENTS, 1983). A utilização de lemnáceas na alimentação de peixes
parece ser a forma mais difundida para a utilização da biomassa deste vegetal,
podendo ser oferecidas frescas como alimento exclusivo, ou desidratada, em
combinação com outros ingredientes. A maior eficiência desta fonte de alimento é
obtida na nutrição de peixes herbívoros ou onívoros, como carpas e tilápias (IQBAL,
1999).
Entretanto, para melhor aproveitamento dessa biomassa é necessário ter
conhecimento de sua composição química, como proteínas, lipídios, fração de
parede celular e carboidratos, que analisadas conjuntamente indicam o valor
nutricional dessas plantas, proporcionando condições para melhor inferir o
aproveitamento da biomassa vegetal (THOMAZ; ESTEVES, 1984).
Segundo Mello et. al. (2014), as macrófitas aquáticas são plantas que
apresentam grande capacidade de adaptação e amplitude ecológica, habitando
ambientes variados de águas doce, salobra e salgadas, ambientes de água
estacionária e corrente, em sua maioria, são capazes de suportar longos períodos
de seca.
Segundo Graeff et. al. (2007), recentemente diversos trabalhos tem
evidenciado a utilização de algumas macrófitas aquáticas na alimentação de animais
por possuir altas taxas de proteínas em sua biomassa.
De acordo com SEBRAI, 2009, o progresso nas técnicas de reprodução,
manejo e alimentação em conjunto com a melhoria de instalações, tem gerado
condições básicas para se expandir a piscicultura, visando ganhos econômicos com
o suprimento de um mercado promissor. Esse mercado é representado pelo
aumento crescente da demanda tanto de peixes in natura destinados a peixarias,
supermercados, feiras e outros, quanto o consumo industrial, para a produção de
filés, e o abastecimento dos pesque pagues, que se multiplicam em áreas próximas
12

dos centros urbanos, como atividade recreativa. Para que uma espécie de peixe seja
considerada adequada para o cultivo, ela deve apresentar algumas características
às quais o produtor deve estar sempre atento. A primeira destas características é
que a espécie deve ser facilmente propagável, natural ou artificialmente, isto é,
poder produzir anualmente um grande número de alevinos. Também é importante
apresentar bom crescimento em condições de cativeiro e ser resistente ao manejo e
às enfermidades mais comuns. As orientações técnicas também indicam ser
necessário que estas espécies apresentem um hábito alimentar onívoro, herbívoro,
iliófago, detritívoro, filoplantófago, zooplantófago ou plantófago.
Segundo o Plano de desenvolvimento da Aquicultura 2015-2020, no Brasil, das
476.512 toneladas de pescado produzidas pela aquicultura em 2013, a aquicultura
continental foi responsável por 392.492 toneladas (82,36%), e a aquicultura marinha,
por 84.020 toneladas (17,63%). A aquicultura continental no Brasil é essencialmente
representada pela piscicultura. Os peixes mais criados no Rio Grande do Sul são as
carpas em geral, elas estão entre as espécies de peixe de maior potencial de
crescimento, adaptabilidade e mais baixo custo de alimentação.
A carpa é uma espécie introduzida no Brasil, utilizada para ornamentação ou
para consumo. As principais espécies para comercialização de proteína são: carpa
cabeça grande (Aristichthys nobilis), zooplanctófaga, carpa capim
(Ctenopharyngodon idella) herbívora, carpa comum (Cyprinus Carpio) onívora e a
carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix), fitoplantofaga (WATANABE et. al.
2007).
A carpa capim (Ctenopharyngodon idella) é uma espécie de água doce
originária dos rios da China que possui muito prestígio entre os produtores devido a
sua resistência e facilidade de cultivo, aceitação de alimentos peletizados, rápido
crescimento e por ser uma fonte de proteína de alta qualidade (TRIPATHI; DATTA,
1990; El SERAFY et al., 1993). Pelo fato de ser herbívora, a carpa capim
(Ctenopharyngodon idella) tem facilidade em aproveitar dietas à base de
ingredientes vegetais (VEIVERBERG, 2009). KHAN et al. (2004) salientam que a
utilização de ração é importante no crescimento e reprodução desta espécie. Novas
oportunidades de comercialização de pescado estão surgindo, e por isso torna-se
importante a busca de fontes alternativas e de baixo custo para a alimentação dos
peixes (CAMARGO et. al. 2006).
13

Diante disso, o objetivo deste trabalho foi testar a inclusão macrófitas


aquáticas, Ludwigia spp e Potamogentun berteroanus, em forma de farinha, elaborar
rações suplementadas com a farinha de macrófitas e testar a eficiência na nutrição
de carpa capim visando a substituição da forragem verde para a carpa capim.
14

II. ARTIGO

INCLUSÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA RAÇÃO DE CARPA CAPIM


(Ctenopharyngodon idella)

FARINHA DE MACRÓFITA NA NUTRIÇÃO DE CARPA CAPIM

Bernini, R1, Fidelis E2, Carvalho, P3, Bastos, L4, Pretto, A5, Pedron, FA6, Hoshiba, M7, Corrêia, V8,
Tamajusuku, A.S.K9
1
Universidade Federal do Pampa, rosane.bernini@gmail.com
2
Universidade Federal do Pampa, eduardamonfil.aqua@gmail.com
3
Universidade Federal do Pampa, pamelacarvalho313@outlook.com
4
Universidade Federal do Pampa, lucas.unipampa.edu@gmail.com
5
Universidade Federal do Pampa, ale.pretto@yahoo.com.br
6
Universidade Federal do Pampa, fabiopedron@unipampa.edu.br
7
Universidade Federal do Pampa, tokudazoo@gmail.com
8
Universidade Federal do Pampa, vivianicorreia@gmail.com
9
Universidade Federal do Pampa, alessandratamajusuku@unipampa.edu.br
15

Resumo

Com aumento das áreas de produção de piscicultura, surge a necessidade de rações balanceadas, que
atendam às necessidades nutricionais das espécies cultivadas e promovam um crescimento rápido e saudável.
Para isso ingredientes alternativos tem ganhado destaque entre pesquisadores e nutricionistas de peixes. As
macrófitas aquáticas possuem valores nutricionais que indicam que podem ser testadas como suplemento na
alimentação de peixes herbívoros. A carpa capim é uma espécie herbívora, que, se alimenta da maioria dos
vegetais superiores, podendo consumir diariamente um alto percentual do seu peso corporal também, tem uma
boa aceitação a alimentos peletizados e tem rápido crescimento. Para o sucesso da criação de carpa capim em
tanques e viveiros, é necessário a suplementação com ração balanceada. O uso de alimentos alternativos e dietas
de baixo custo podem melhorar o desempenho produtivo das carpas herbívoras. Diante da abundância de
macrófitas aquáticas e da boa aceitação por parte da carpa capim objetivou-se com esse estudo, testar a inclusão
de macrófitas aquáticas na forma de farinha processada na ração como alternativa de fibra para nutrição de
carpa capim (Ctenopharyngodon idella), e comprovar sua eficiência nutricional através de dados zootécnicos
obtidos por biometria quinzenal. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, foram usadas 12
caixas com capacidade de 40L em sistema fechado de recirculação de água, com quatro tratamentos e três
repetições, com dez unidades de juvenis de carpa capim em cada caixa. Os tratamentos foram: T1 = (RC),
somente ração controle; T2 = (RC) ração controle mais capim elefante; T3 = (RL) ração elaborada com 20% de
farinha de macrófita aquática Ludwigia spp e T4 = (RP) ração elaborada com 20% de macrófita aquática
Potamogentun berteroanus. O peso médio inicial foi 4,06g e o comprimento médio inicial de 7,34cm. Nas
variáveis de comprimento total e comprimento padrão, o T2 apresentou aumento significativo em relação aos
demais tratamentos. T1, T3 e T4 não apresentaram diferença significativa entre si nos parâmetros de Peso,
Comprimento Total, Comprimento Padrão, Taxa de Crescimento Específico e Fator de Condição. Em relação
aos parâmetros de desempenho não houve diferença significativa entre os tratamentos, entretanto, observou-se
uma correlação entre o Índice Hepatossomático e a deposição de Gordura Visceral.
Palavras-chaves: carpa capim; ração; plantas aquáticas.

Abstract

With the increase of fish farming areas, there is the need for balanced rations that meet the nutritional
needs of cultivated species and promote rapid and healthy growth. For this purpose alternative ingredients has
gained prominence among researchers and fish nutritionists. The macrophytes have nutritional values that
indicate that can be tested as a supplement in feed for herbivores fish. The grass carp feeds of most higher plants
and can consume daily a high percentage of their body weight, has a good acceptance of pelleted food and has
rapid growth. For the successful creation of grass carp, supplementation with balanced feed is required. The use
of alternative foods, low-cost diets can improve the growth performance of grass carp. Given the abundance of
aquatic macrophytes and good acceptance by the grass carp, the objective of this study was testing the inclusion
of aquatic macrophytes as processed flour in the diet as an alternative for fiber replacement to green fodder for
grass carp nutrition (Ctenopharyngodon idella) and prove its nutritional efficiency through production data
obtained by biometrics biweekly. The experimental design was completely randomized, it were used 12 tanks
with capacity of 40 L in a closed circulation system and recirculation of water, with four treatments with three
repetitions, with ten juvenile grass carp units per tank. The treatments were: T1: only feed; T2: feed more
elephant grass; T3: feed prepared with 20% macrophyte Ludwigia spp flour and T4: feed prepared with 20%
macrophyte Potamogentun berteroanus flour. The average weight was 40.68 g and the initial average length
was 73.46 mm. In total length and standard length variables, T2 showed a significant increase compared to the
other treatments. T1, T3 and T4 showed no significant difference between them in weight, total length, standard
length, specific growth rate and condition factor. Regarding the performance parameters there was no significant
difference between treatments, however, there was a correlation between hepatosomatic index and deposition of
visceral fat.
Keywords: grass carp; feed ; aquatic plants.
16

Introdução

O consumo de pescado e produtos pesqueiros desempenham uma função essencial no suprimento das
necessidades nutricionais da população de países em desenvolvimento e desenvolvidos. A oferta de peixes
comestíveis a nível mundial tem se incrementado de forma constante e nos últimos cinco anos o crescimento
médio anual foi de 3,2%, uma marca que supera o crescimento da população mundial (1,6%). Como
consequência o consumo per capta também obteve um aumento. Da produção mundial de aquicultura em 2012
(66,6 milhões de toneladas), 41,9 milhões de toneladas (62,9%) do total foi proveniente da aquicultura de água
doce e 24,7 milhões de toneladas (37,1 %), da aquicultura marinha. Os peixes são os organismos aquáticos mais
cultivados, com uma produção de 44,1 milhões de toneladas, seguidos pelos moluscos, com 15,2 milhões de
toneladas, e crustáceos, com 6,4 milhões de toneladas. E dentre os peixes, os continentais ou de água doce são
os mais produzidos via aquicultura, com 38,6 milhões de toneladas em 2012 (FAO, 2014). A aquicultura
continental no Brasil é essencialmente representada pela piscicultura (MPA, 2015).
Com o aumento das áreas de produção surge a necessidade de rações balanceadas, que além de atender
as necessidades nutricionais das espécies cultivadas não poluam o meio ambiente. Na piscicultura intensiva as
rações correspondem de 50 a 70% do custo de produção, diversos pesquisadores tem procurado alternativas na
alimentação no sentido de atender a demanda do mercado de forma não onerosa para os produtores.
A inclusão de macrófitas aquáticas é uma alternativa nutritiva e economicamente vantajosa ao produtor
(Graeff et. al., 2007).
As macrófitas aquáticas são componentes importantes nos corpos d'água, desempenham um papel
fundamental na energia e armazenamento de carbono nas bases das pirâmides de alimentos, promovendo
espacial e temporal heterogeneidade, que favorecem a biodiversidade, agindo como proteção e reprodução,
refúgios para muitos organismos, bem como os peixes jovens, e suas "partes submersas” permitem o
desenvolvimento entre as comunidades perifíticas, que são fundamentais como alimentos para alevinos de
peixes, girinos e outros (Pitelli, 1998).
Os valores nutricionais de macrófitas aquáticas possuem algumas variáveis, indicando que embora a
planta não possua altos valores de proteína e lipídios ainda assim poderia ser testada como suplemento
nutricional, pela abundância e perenidade, 6 macrófitas, de diferentes tipos ecológicos, encontradas na fronteira
oeste do Rio Grande do Sul na cidade de Uruguaiana, foram avaliadas quanto a sua importância ecológica e seus
possíveis manejos em prol da aquicultura (Carneiro, 2013). Entre as espécies estudadas as macrófitas Ludwigia
spp., e Potamogentun berteroanus ganham destaque no presente trabalho. A Ludwigia spp., é uma macrofita
aquática, emergente anfíbia, perene, encontrada em colônias nas margens do Arroio. Com folhas venosas e
flores amarelas, da família Onograceae, são popularmente conhecidas como “Cruz-de-malta” e se distribuem
por todo estado do Rio Grande do sul de acordo com a espécie. A Potamogentun berteroanus é uma macrófita
submersa enraizada da família Potamogetonaceae de cor verde escura amplamente distribuída pelo Arroio
Felizardo tem ocorrência na Argentina, Brasil e Uruguai e cultivada em todo o mundo
A habilidade dos peixes em utilizar proteína vegetal difere muito, sendo as espécies de hábito alimentar
herbívoro, as que melhor a utilizam. No Rio Grande do Sul, a carpa capim (Ctenopharyngodon idella), espécie
herbívora originária dos grandes rios da Ásia Central, encontrou um ambiente e mercado promissores (Souza et.
al. 2008).
A carpa capim (Ctenopharyngodon idella) tem sido objeto de considerável pesquisa nestes últimos anos
devido sua habilidade em controlar vegetação aquática. Na Ásia e nos países do leste europeu tem sido
incorporada aos sistemas de policultivos com outras carpas para controlar as macrófitas (Shireman et. al. 1977).
A utilização de ração é importante no crescimento e reprodução desta espécie, diversas pesquisas
mostram que o uso exclusivo de macrófitas aquáticas não atende às exigências nutricionais da maioria dos
peixes. Dessa forma, seu uso deve ser através da inclusão de sua farinha na ração ou como suplemento
alimentar, (Khan et. al., 2004; Souza et. al., 2008).
Tendo em vista a abundancia e perenidade de macrófitas aquáticas o presente estudo teve por objetivo
elaborar uma farinha de macrófitas e formular rações, com a farinha, com níveis de fibra adequados visando a
substituição da forragem verde para a carpa capim.
17

Material e métodos
Análise bromatológica das macrófitas aquáticas
Foram coletadas as macrófitas aquáticas, Ludwigia ssp e Potamogentun berteroanus encontradas no
Córrego denominado Arroio Felizardo (29º 50’ 09.8” S, 57º 05’ 31.6” O), localizado na Universidade Federal
do Pampa (UNIPAMPA) Campus Uruguaiana, BR 472 km 592.
As macrófitas foram separadas por espécie, lavadas em água corrente, para retirar o excesso de
sedimentos e processadas em Material Parcialmente Seco (MPS). As análises bromatológicas foram realizadas
no Laboratório de Nutrição animal e Forragicultura da Universidade Federal do Pampa-Campus Uruguaiana, foi
utilizado o método de Weende, (Salman et. al. 2010). Foram determinadas: Matéria seca total, Cinzas, Fibra
Bruta, Extrato Etéreo, Fibra em detergente neutro, Fibra em detergente ácido, Lignina e Proteína Bruta
(Kjeldahl, 1883), As análises permitiram a visualização numérica da variação nutricional dos vegetais (Tabela
I), permitindo saber qual a porcentagem a ser inclusa na ração como suplemento de fibra vegetal em substituição
à planta verde. Após desidratada em estufa a 75°C por 67 horas, foi triturada em liquidificador e armazenada em
dessecador. Foi quantificada também a composição centesimal do capim elefante, embora o capim tenha sido
ofertado verde.
Confecção da farinha de macrófitas e ração
Após as análises, as macrófitas foram coletadas em quantidade suficiente para elaboração da farinha a
ser inclusa nas rações, foram secas em estufa de ar forçado por 72h à 60°C, moídas em moedor de facas e
armazenadas em pacotes plásticos e refrigeradas até o processamento das rações. As dietas foram formuladas de
acordo com a exigência nutricional da espécie e fase dos peixes (Tabela II). Para a confecção da ração controle
os ingredientes secos foram pesados, moídos e misturados manualmente até completa homogeneização, foi
acrescentado o óleo, sendo novamente homogeneizado e adicionado água o suficiente até obter um ponto de
massa. A mistura foi peletizada em moedor de carne elétrico e seca em estufa de ar forçado (55°C) por 24h.
Nas rações contendo farinha de macrófita, 20% da farinha de macrófitas foram incorporadas à mistura
seca e após a homogeneização foi acrescentado óleo, sendo novamente homogeneizado. O procedimento de
confecção da ração seguiu os mesmos passos da ração controle. Após, todas as rações foram acondicionadas em
sacos plásticos identificados e armazenados sob refrigeração até o momento de fornecimento.

Tabela I - Composição centesimal de macrófitas e capim elefante em Matéria Parcialmente Seca (MPS)
Table I - (Chemical composition of elephant grass and macrophytes in Partly Dry Matter)

Amostra MST Cinzas PB EE FB FDN FDA LIGNINA ENN

Ludwigia 93,54 8,59 15,20 3,28 17,07 29,26 22,24 6,34 77,93

Potamogentun 92,94 12,18 12,60 2,53 28,64 63,55 34,70 1,03 61,00

Capim Elefante 92,96 12,59 14,32 3,26 28,96 58,82 31,84 0,83 64,71
MST= matéria seca total, Cinzas, PB= proteína bruta, EE= extrato etéreo, FB= fibra bruta, FDN= fibra em
detergente neutro, FDA= fibra em detergente ácido, LIG= lignina, ENN= extrato não nitrogenado.
18

Tabela II – Formulação das rações experimentais (%)


Table II - (Formulation of experimental diets (%)*).

INGREDIENTES TRATAMENTOS
RC RL RP
Farelo de soja 25,15 22,8 23
Farinha de carne 35,4 33,65 35,42
Farelo de trigo 8 4,22 -
Ludwigia - 20 -
Potamogentun - - 20
Milho 15,3 9,35 11,5
Óleo de soja 5,65 5,48 5,58
Premix vitamina/mineral 3 3 3
Fosfato bicálcico 0,75 0,75 0,75
Sal 0,75 0,75 0,75
Material inerte 6 - -
Total 100 100 100
RC= ração controle; RL= ração com a macrófita Ludwigia; RP= ração com a macrófita Potamogentun.

Teste nutricional em juvenis de Carpa capim


O experimento foi realizado em sistema fechado de recirculação de água, bio-filtro, com controle de
temperatura. Os animais foram aclimatados por dez dias e tratados com ração controle e inclusão de vermífugo
para profilaxia. O período experimental foi de 60 dias, tendo início em 02 de setembro de 2015 e término em 28
de Outubro. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado. As dietas experimentais foram
formuladas com a inclusão de 20% da farinha de macrófita, sendo isoprotéicas, os tratamentos com quatro trata-
mentos em três repetições T1 Tratamento controle somente ração, T2 ração + capim elefante e T3 teste de ração
com 20% de farinha de macrófita da espécie Ludwigia spp e T4 teste de ração com 20% de farinha de macrófita
da espécie Potamogeton berteroanus. Foram utilizadas doze caixas com capacidade de 40L, dez animais em
cada caixa, o peso médio inicial de 4,06g, totalizando cento e vinte animais. Foi ofertado 3% da biomassa em
ração, dividida em dois horários às 9h e às 16h e, no tratamento T2 foi ofertado na parte tarde 2% da biomassa
de capim elefante. Antes da alimentação da manhã foi realizada a retirada das sobras de forragem, as quais
foram colocadas em pano atoalhado em temperatura ambiente até a evaporação da água e novamente pesados
para determinação do consumo diário de forragem.
A avaliação dos peixes foi realizada a cada 15 dias para coletar dados zootécnicos, para isso os animais
foram submetidos a jejum de 18h e anestesiados com 80µl/L de eugenol. De posse desses dados realizou-se o
ajuste do fornecimento de ração e do capim elefante.
As variáveis biométricas avaliadas foram: Peso (P) comprimento total (CT), medido entre a região
anterior da cabeça até o final da nadadeira caudal; comprimento padrão (CP), medida entre a parte anterior da
cabeça e a inserção da nadadeira caudal; ganho de peso (GP), calculado pela diferença entre os pesos finais e
iniciais, taxa de crescimento especifico (TCE), segundo a fórmula: {[logn(peso final)-logn(peso inicial)/período]}; e
fator de condição (FC), segundo a fórmula: (peso x100)/comprimento total ( Costa et. al., 2008), (Tabela III).
Ao final do experimento (última biometria) três animais de cada tratamento foram abatidos por imersão em água
e gelo (1:1), para estimar o índice digestivo somático (IDS), expresso pelo peso do trato digestório em relação
ao peso do peixe, em %; índice hepatossomático (peso do trato/peso)*100); (IHS), expresso pelo peso do fígado
em relação ao peso do peixe em %; gordura visceral (peso do fígado /peso)*100); (GV), expresso pelo peso da
gordura em relação ao peso do fígado em % (peso da gordura/peso)*100); e quociente intestinal (QI), expresso
pela relação entre o comprimento do trato digestório total do peixe (comp. Trato/comp. Total) (Costa et. al.,
2008), (Tabela IV).
Os dados obtidos foram analisados por análise de variância e as médias comparadas pelo teste de
DUNCAN (P<0,05). Utilizou-se, para as análises, o pacote estatístico “SAS” (1997).
19

Resultados e Discussão
Durante o período experimental, os parâmetros físico e químicos da água mantiveram-se dentro da faixa
aceitável para criação de peixes (Millan, 2009): temperatura da manhã 24,6°C; temperatura da tarde 25,4°C; pH
8,7; condutividade 607,62; turbidez 0,461; oxigênio dissolvido 7,11mg/L; amônia total 0,0 ppm; nitrito total 0,0
ppm.
Os resultados do presente estudo evidenciam que a associação de forragem (capim elefante) com ração
proporciona um melhor crescimento para juvenis de carpa capim, sendo que o T2 apresentou melhor resultado
em relação aos parâmetros de peso, comprimento total, comprimento padrão e taxa de crescimento específico
quando comparado com os tratamentos T1 e T3. O T2 em relação ao T4 não apresentou diferença significativa
nos parâmetros de peso e taxa de crescimento específico, os tratamentos T1, T3 e T4 não apresentaram
diferença significativa entre si nas variáveis de peso, comprimento total, comprimento padrão ganho de peso e
taxa de crescimento específico. (Tabela III). Resultado semelhante foi encontrado por Costa et. al., 2008,
trabalhando com capim teosinto e ração balanceada para carpa capim, no qual observou aumento linear do peso
final em relação ao nível de suplementação de ração, porém não existiu diferença significativa entre os outros
tratamentos.
O ganho de peso dos juvenis de carpa capim nos tratamentos T2 e T4, suplementados com capim
elefante in natura e ração com inclusão de 20% de farinha de Potamogentun, respectivamente, diferiram
estatisticamente. Nascimento et. al., (2010), salientou que a silagem de tifton proporcionou um ganho de peso de
23,1g(P>0,05). Aos alevinos de carpa capim alimentados com silagem de capim elefante (17,5g), silagem de
capim colonião (17,2g) e Brachiaria sp in natura (18,5g). Observou ainda, que o fornecimento de fibra
fermentada e rica em ácidos orgânicos não limitou o desempenho dos alevinos, tornando uma fonte de fibra em
período de escassez de forragem comumente utilizado na produção de ruminantes.
Costa et. al. (2011), observou a melhor taxa de crescimento especifico em dieta para juvenis de carpa
capim constituída de capim teosinto mais 4% de ração/PV. No presente trabalho o T2 diferiu quanto a TCE, em
relação aos tratamentos T1, T3 e T4 a TCE não apresentou diferença significativa. O fator de condição não
apresentou diferença significativa entre os tratamentos. Possivelmente o tamanho das unidades experimentais e
a quantidade de animais alocados podem ter interferido no fator de condição, segundo pesquisadores alevinos de
carpa capim necessitam de um espaço maior para um bom desenvolvimento, (Ribeiro et. al., 2015).

Tabela III - Parâmetros zootécnicos de juvenis de carpa capim


Table III - (Production data of juveniles grass carp).
Variável T1 T2 T3 T4 P
b a b ab
Peso 5,28 + 1,03 5,84 + 0,88 5,13 + 0,88 5,64 + 1,00 <0,05
CT 8,07 + 6,62b 8,39 + 5,54a 7,89 + 4,47b 8,07 + 6,24b <0,05
b a b b
CP 6,43 + 5,42 6,71 + 4,90 6,33 + 4,10 6,44 + 5,47 <0,05
b a b b
GP 1,21 + 1,03 1,77 + 0,88 1,06 + 0,88 1,56 + 1,00 <0,05
TCE 0,40 + 0,34b 0,58 + 0,25a 0,36 + 0,29b 0,51 + 0,31ab <0,05
FC 1,00 + 0,07 0,99 + 0,07 1,03 + 0,08 1,01 + 0,06 NS

Variáveis: peso médio final; CT=comprimento total; CP=comprimento padrão; GP=ganho de peso; TCE=taxa
de crescimento específico; FC=fator de condição. T1=tratamento somente ração; T2=tratamento ração mais
capim elefante (verde); T3=tratamento ração com 20% de farinha de Ludwigia spp; T4=tratamento ração com
20% de farinha de P.berteroanus; NS= não significativo.

Nos parâmetros de desempenho da carpa capim não apresentaram diferenças significativas, entretanto a
deposição de gordura visceral do T1, em que os peixes foram alimentados exclusivamente com ração, em
20

comparação aos tratamentos T2, T3 e T4 foi um pouco menor, resultado semelhante ao encontrado por Marques
et. al., (2004).

Tabela IV - Parâmetros de desempenho da carpa capim alimentadas com ração suplementada com
macrófitas aquáticas
Table IV - (Production data of grass carp fed with diet supplemented with aquatic macrophytes).

Variável T1 T2 T3 T4 P
IDS 2,64 + 0,99 2,83 + 0,93 2,43 + 0,46 2,85 + 0,66 NS
IHS 1,24 + 0,45 1,41 + 0,34 1,31 + 0,37 1,57 + 0,30 NS
GV 2,72 + 1,34 3,72 + 3,49 3,09 + 1,37 3,22 + 1,24 NS
QI 1,38 + 0,30 1,44 + 0,14 1,53 + 0,22 1,45 + 0,21 NS
Valores expressos como média + erro padrão da média. IDS= índice digestivo somático; IHS= índice
hepatossomático; GV= gordura visceral; QI=quociente intestinal.

Em relação ao IDS, IHS, GV e QI não houve diferença significativa entre os tratamentos. Entretanto,
observou-se a correlação quanto ao aumento do IHS (peso do fígado) e ao aumento de GV, quanto maior o
fígado maior a deposição de gordura visceral. O IHS também apresentou alta correlação quando relacionado ao
peso do trato (IDS) (Tabela IV).
Santos et. al., avaliou a utilização de níveis de farelo de coco em dietas para alevinos de tilápia do Nilo em
função do desempenho zootécnico e a viabilidade econômica e constatou que não houve diferença significativa,
quando comparados os valores médios para os índices hepatossomático, gordura visceral e peso das vísceras de
tilápia-do-nilo, fato esse pode ser explicado, pois as rações têm valores nutricionais semelhantes. A semelhança
dos valores nutricionais são características importantes para uma avaliação das condições fisiológicas. As dietas
com alimentos alternativos de origem vegetal podem conter relações com fatores antinutricionais como
rancificação, contaminação por microoganismos devido as condições de armazenagem e umidade, interferindo
nos resultados.

Tabela V – Significância da correlação dos índices digestivo somático, hepatossomático,


gordura visceral e quoeciente intestinal.
Table V- (Correlation significance of somatic digestive index, hepatosomatic index, visceral fat and
intestinal quoeciente).
IDS IHS GV QI
IDS 1,000 0,479 0,322 0,278
- 0,0042 0,055 0,099

IHS - 1,000 0,623 0,268


- <0001 0,124

GV - - 1,000 0,116
- 0,497

QI - - - 1,000

Correlação de Pearson – IDS= (peso do trato/peso) *100; IHS= (peso do fígado/peso) *100;
GV= (peso da gordura/peso) *100; QI=(comp.do trato(cm)/comp. Total).
21

Os resultados deste trabalho são semelhantes aos obtidos com outras espécies herbívoras e onívoras. A
inclusão de farinha de macrófita em ração para carpa capim é uma alternativa viável como suplementação de
fibra na dieta, e, principalmente, se a oferta de forragem verde for escassa. As dietas testadas neste trabalho
demonstraram que os animais responderam positivamente aos tratamentos e que, de forma isolada, a farinha de
Potamogentun pode substituir a fibra da forragem.

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23

III. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Historicamente a carpa capim (Ctenopharyngodon idella) apresenta boas taxas de
crescimento quando alimentada com gramíneas em viveiros de cultivo. A fim de se obter
melhores resultados da criação em cativeiro, é adequado ofertar ração associada a
forragem. A opção de incluir as macrófitas aquáticas na ração em forma de farinha pode
ser uma alternativa de suplemento de fibra produção desta espécie ocorresse em
tanques de alvenaria e onde a forragem fosse escassa.
No presente trabalho de modo geral, os animais tiveram uma boa aceitação aos
tratamentos ofertados. O tratamento T1, em que foi ofertada somente ração, os animais
apresentaram o menor resultado quanto ao ganho de peso. Como o esperado o T2
(ração mais capim elefante) apresentou um crescimento sensivelmente maior que o
tratamento sem suplementação vegetal. Entre os tratamentos com a inclusão de
macrófitas, o que apresentou o pior resultado foi T3 (20% Ludwigia spp), provavelmente
esse resultado esteja relacionado com a lignina desta macrófita, pois em comparação
com a macrofita P. berteroanus a Ludwigia spp, apresentou um nível maior de lignina. A
carpa capim apesar de ser uma espécie herbívora não possui a enzima celulase, e o
aproveitamento da forragem é possível por possuir dentes faringeanos que colabora
para a maceração do alimento verde.
Durante o experimento, após as biometrias foi observado que, os animais do T2
consumiam a ração, mas não aceitavam a forragem verde no mesmo dia, já os demais
tratamentos alimentavam-se normalmente. O consumo de capim elefante não foi
significativo, não alcançando 1% da biomassa, possivelmente o baixo consumo de capim
pode ser justificado na fase e tamanho dos animais, quando muito jovens os dentes
faríngeanos ainda são pouco desenvolvidos e impedem a maceração da forragem.
Diante dos resultados obtidos neste trabalho sugere-se que outros testes sejam
realizados com animais maiores da mesma espécie ou ainda diferentes porcentagens de
inclusão de macrófitas aquáticas na ração.
24

IV. REFERÊNCIAS

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26

V. ANEXOS

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