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2º Fichamento Professora Marcella - Pimenta e Lima

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UERJ – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FEBF – FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE


Docente: Marcella Estevez
Disciplina: Estágio III - Normal
Discente: Mônica Ferreira Fernandes Clacino Matrícula: 201920642411
Curso: Pedagogia Noite Turma: 2

Fichamento do texto “Estágio e docência: diferentes concepções”. PIMENTA,


Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena.

Pimenta e Lima defendem que o estágio deve ser visto como uma plataforma de
construção de conhecimento. Elas enfatizam a necessidade de ir além da percepção do
estágio apenas como um esforço prático e, em vez disso, vê-lo como um processo
orientado para a investigação. Neste contexto, os professores estagiários são
incentivados a refletir e a envolver-se ativamente no ambiente escolar, com o objetivo
de evitar uma mera replicação de práticas de ensino.
O artigo começa destacando que a prática não pode ser simplesmente
caracterizada como uma entidade separada da teoria. Em vez disso, é através da fase de
observação que os candidatos a profissionais podem envolver-se na reflexão crítica e na
análise dos métodos pedagógicos, identificar desafios e formular projetos destinados a
melhorar as práticas educativas nas escolas. Além disso, este processo também serve
para estimular o surgimento de tendências pedagógicas que podem ser identificadas e
incorporadas em futuros projetos educacionais em sala de aula. Lima e Pimenta
discutem diversas tendências pedagógicas que podem ser aplicadas em sala de aula,
oferecendo insights para futuras práticas educativas.
Um conceito-chave que exploram é a importância da prática como imitação.
Assim como qualquer outra profissão, à docência exige experiência prática para que o
conhecimento teórico seja solidificado. De acordo com esta perspectiva, a melhor forma
de aprender a profissão docente é através da observação, imitação, reprodução e, por
vezes, até da reformulação de modelos de boas práticas existentes. Ao incorporar essas
abordagens, os professores podem aprimorar suas ações pedagógicas e explorar
diferentes caminhos para melhorar a educação.
Ao atribuir importância às práticas e instrumentos tradicionalmente consagrados
como eficazes, a escola limita sua função ao ato de ensinar; caso os alunos não
alcancem o aprendizado, a responsabilidade recai sobre eles, suas famílias e sua cultura
que difere daquela valorizada pela instituição de ensino. Porém, o estágio vai além de
simplesmente replicar as ações de profissionais consagrados. Envolve a capacidade de
perceber e analisar criticamente o que pode ser reinventado para obter melhores
resultados. Envolve também o desenvolvimento de uma compreensão e maturidade
mais profundas através da reflexão e da criação de projetos que contribuam para a base
de ser um professor eficaz.
Essa abordagem está relacionada a uma visão de professor que não reconhece a
importância de sua formação intelectual, restringindo o exercício docente a uma mera
execução que terá sucesso quanto mais se assemelhar aos modelos observados.
Quando a prática é abordada apenas como um exercício técnico, os profissionais
tendem a priorizar o fazer sem considerar as implicações. Segundo Pimenta e Lima,
essa abordagem pode levar a erros significativos no processo de formação profissional.
Envolver-se na prática sem uma reflexão cuidadosa e confiar apenas nas técnicas pode
perpetuar o equívoco de que a teoria e a prática são entidades separadas.
Para ensinar eficazmente, os professores devem não só desenvolver
competências técnicas, mas também reconhecer que o domínio dos fundamentos
teóricos por si só é insuficiente. A capacidade de ensinar não torna automaticamente o
professor proficiente na cobertura do conhecimento científico ou na navegação pelas
complexidades da profissão.
As universidades muitas vezes priorizam as disciplinas “práticas” em seus
cursos de formação, empregando métodos de ensino instrumentais que criam a ilusão de
que todas as situações de ensino são idênticas e podem ser resolvidas com técnicas
específicas. Esta abordagem ao ensino tem enfrentado críticas pelo seu foco estreito,
levando a uma rejeição da didática e a uma crítica mais ampla das escolas como
instituições que perpetuam ideologias dominantes na sociedade. Consequentemente, os
estágios têm se limitado a identificar e destacar as deficiências e fracassos das escolas,
diretores e professores, resultando em críticas superficiais que apenas os rotulam como
“tradicionais” ou “autoritários”, sem oferecer qualquer análise substancial. A natureza
deste programa de estágio muitas vezes resulta em conflitos e cria uma sensação de
distância entre universidades e escolas, fazendo com que algumas escolas rejeitem a
ideia de acolher estagiários. Isto pode levar a situações extremas em que os
departamentos de educação são obrigados a impor a colocação de estagiários em escolas
relutantes.
As autoras, na seção intitulada “O que entendemos por teoria e prática”,
menciona que segundo Sacristán (1999), as práticas educativas estão profundamente
arraigadas nas instituições, tomando forma em diversos contextos institucionais que
moldam a cultura e as tradições dessas instituições. Essas tradições abrangem tanto o
conteúdo quanto a metodologia da educação. Da mesma forma, Zabala (1998)
argumenta que a estrutura das práticas institucionais é influenciada por múltiplos
fatores, incluindo parâmetros institucionais e organizacionais, tradições metodológicas,
as capacidades dos professores e as condições físicas existentes.
Ainda explica que o conhecimento está ligado à ação, pois a teoria é o resultado
da colocação do conhecimento em prática. Essa prática é moldada pela realidade do
ensino e da pedagogia, que envolve análise, base sólida e aquisição de conhecimentos.
O objetivo dessas atividades é facilitar o processo de ensino e aprendizagem
tanto para educadores quanto para alunos. Esse processo abrange diversos elementos,
incluindo conteúdos educacionais, desenvolvimento de competências e cultivo de
atitudes científicas, sociais, afetivas e humanas.
Para atingir esses objetivos, são empregados métodos pedagógicos específicos.
Nos programas de formação de professores, é crucial proporcionar aos futuros
educadores uma compreensão abrangente das complexidades inerentes às práticas
institucionais e às ações profissionais nelas desenvolvidas. Esse conhecimento irá
prepará-los melhor para suas funções futuras. Portanto, esta atividade envolve obter
insights sobre as práticas institucionais e as ações realizadas dentro delas. Contudo, este
conceito suscita algumas questões importantes: O que se entende por “realidade”? A
que realidade se refere? Qual é o significado desta abordagem? Aproximar-se implica
observação detalhada ou manter uma certa distância?
Consequentemente, quando os profissionais se esforçam para desenvolver a sua
práxis, a teoria e a prática trabalham em harmonia para se aprimorarem mutuamente.
Lima e Pimenta enfatizam a necessidade de intenção em todos os esforços de pesquisa e
intervenção.
A vista disso, quando se trata de estágios, a utilização da pesquisa de estágio
como meio de preparação de futuros professores estagiários torna-se um veículo para a
realização de pesquisas que permitem a exploração e avaliação dos diversos ambientes
em que ocorrem os estágios.

Os estagiários têm a oportunidade única de cultivar a mentalidade e as


habilidades de um pesquisador por meio de seus estágios. Ao se envolverem em
projetos que os incentivam a analisar criticamente e questionar as situações que
encontram, os estagiários podem desenvolver uma compreensão profunda dessas
situações.
O objetivo da teoria é auxiliar o estagiário na interpretação e análise dessas
situações, capacitando-o a compreender os contextos sociais, políticos, culturais e
organizacionais. Além disso, a teoria capacita os estagiários a refletir sobre suas práticas
de ensino e a fazer intervenções informadas no ambiente escolar.
A capacidade de desenvolver este processo é facilitada pelo envolvimento em
atividades de pesquisa. Começa examinando e questionando ações e práticas em relação
às explicações teóricas, partindo das experiências e perspectivas de outros indivíduos e
campos do conhecimento, e alinhando-se aos objetivos pretendidos e propósitos
educacionais na sociedade.
Em última análise, as autoras enfatizam a importância da docência como prática
social que necessita de conexão com teorias, orientando estudos, pesquisas e ações
globais desenvolvidas durante e após o curso. Isso permite que os estagiários se
envolvam na reflexão crítica e na análise de vários aspectos.
A eficácia do trabalho docente depende da transformação bem-sucedida de
informações e métodos em conhecimentos, habilidades, habilidades e atitudes do aluno.
Ao se envolver com o conteúdo e cultivar o raciocínio, a pesquisa e a introspecção, as
capacidades de pensamento crítico e criativo são estimuladas. É crucial, portanto,
abordar a educação brasileira com otimismo e, ao mesmo tempo, estar atento às áreas
que precisam de melhorias.
Bibliografia:
PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro L. Estágio e Docência. Cortez,
2004
Revista Poíesis -Volume 3, Números 3 e 4, pp.5-24, 2005/2006

PIMENTA, Selma
Garrido; LIMA, Maria
Socorro Lucena. Estágio e
docência:
diferentes concepções.
Revista Poíesis – Volume 3,
número 3 e 4, pp 5-24,
2005/2006
Este artigo tem por objetivo
discutir e compreender o
conceito de Estágio e
Docência
com um olhar abrangente,
para tratar destes conteúdos
as autoras utilizam
diversos
estudiosos renomados, que
irão discutir e revelar
vários caminhos para se
tratar da
problemática, da formação
de professores e pedagogos
a partir da relação teórica
e a
prática nas atividades de
estágio.
Para as autoras o estágio
sempre foi identificado como
a parte prática dos cursos de
formação de profissionais
em geral, em contraposição
à teoria (PIMENTA e
LIMA,
p.6). Com isso, é de extrema
relevância para os
licenciandos para que possa
pensar e
avaliar as teorias estudadas
na sala de aula por meio do
campo.
O artigo inicia mostrando
que a pratica não pode ser
definida como um
momento em
que se distancia da parte
teórica, além do mais é a
partir do estágio de
observação que o
futuro profissional poderá
refleti e analisar os meios
pedagógicos, identificar
problemas
e desenvolver projetos que
poderão trazer melhora a
ação de aprendizagem nas
escolas.
Além de despertarmos
tendências pedagógicas
que poderíamos
identificarmos para
futuramente trabalhar na sala
de au
Dito isso, o estágio não se
reduz apenas em reproduzir a
prática de outros
profissionais,
mas de perceber e analisar
criticamente o que poderia
ser reinventado para
melhores
resultados, como também
perceber e amadurecer
reflexões, elaboração de
projetos, que
de certa maneira contribuirão
para a ‘segurança’ de ser
professor.
Ao se tratar da prática
como instrumentalização
técnica, o profissional
acaba por
priorizar a prática do fazer,
segundo as autoras quando
ocorre esse processo pode-se
gerar equívocos graves no
processo de formação
profissional. A prática pela
prática e o
emprego de técnicas sem a
devida reflexão pode reforçar
a ilusão de que há uma
prática
sem teoria ou de uma teoria
desvinculada da prática
(PIMENTA e LIMA, p.9).
Como qualquer outra
profissão que precisa de
desenvolver determinadas
habilidades, o
docente desenvolve uma
qualidade técnica para
ministrar aulas, mas é
importante
salientar que só dominar a
fundamentação teórica não é
o suficiente, uma vez que
essa
mesma capacidade técnica
não profissionaliza nenhum
professor para conseguir
abarcar
o conhecimento cientifico e
nem do quanto é complexo
das circunstâncias que
podem
permear na atuação do dia-a-
dia do ser docente.

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