Artigo - Docência No Ensino Superior
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RESUMO
ABSTRACT
This article is the result of research literature on teaching in higher education, whose
goal is to guide current and future professionals on the identity and practice of the teaching
profession in higher education. For both, were selected as reference books and articles
published over the past sixteen years, which could contribute to the understanding of reality
and the needs on the topic. The results indicate that the quality of university teaching and
work of teachers conducted in the classroom are closely linked. The development of skills and
abilities to think and learn in a structured environment are necessary to promote appropriate
changes and innovations leading to a significant improvement in the classroom. The courses of
higher education must provide support for the new professionals and citizens. Only with
practice and development of intellectual activity conducted in a participatory and practical
training has to be integral. The methodology of higher education should lead the student to
understand the mechanisms that lead to learning of a conscious and independent. Forming
student in general cognitive strategies to each science, according to analyze situations and
solve problems.
Pensar em educação sem pensar no profissional que atua nela de nada adiantaria, pois a
educação, como atividade relacional, somente se realiza por meio da ação entre pessoas: de
um lado, o profissional docente; de outro, o aluno. Daí a importância da formação desse
profissional em busca do aperfeiçoamento não só da sua didática, mas também, da sua
habilidade de fazer com que os educandos sintam-se motivados, enfim, sintam-se parte do
processo de ensino e de aprendizagem.
Assim, este estudo promove reflexões sobre alguns aspectos que já foram publicados
sobre a docência do ensino superior, bem como sobre possibilidades para aprimorar a prática
docente, sobre as suas mudanças nos últimos anos, tendo em vista o trabalho desse professor
dentro das salas de aula ser o responsável pela formação dos profissionais de diversas áreas do
saber, os quais são colocados no mercado de trabalho todos os anos.
Corrobora para esse processo, o fato da inexistência de uma formação específica como
professor universitário. Embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, de
1996, estabeleça que essa formação se realize, preferencialmente, em programas de mestrado
e doutorado (BRASIL, 1996), por outro lado, é conhecido o fato de que esses cursos têm foco
maior na formação do pesquisador, em detrimento da formação pedagógica (BAZZO, 2006).
Assim, ao se tornar professor universitário, são resgatadas as suas experiências como
aluno ou são tomadas orientações com os professores com mais tempo de casa, resultando
numa prática que reproduz o modelo predominante na universidade. Nesse sentido, Benedito,
Ferrer e Ferreres (1995, p. 57), afirmam que “o professor universitário aprende a sê-lo
mediante um processo de socialização em parte intuitiva, autodidata ou seguindo a rotina dos
outros”. Certamente não podem ser descartadas as suas observações acerca das reações de
seus alunos e sua capacidade autodidata, mas são insuficientes.
[...] o professor pesquisador centra-se na consideração da prática, que passa a ser meio,
fundamento e destinação dos saberes que suscita, desde que esses possam ser orientados e
apropriados pela ação reflexiva do professor.
É importante ressaltar também que, segundo Lima (2000), pode-se definir o professor
como aquele profissional que ministra, relaciona ou instrumentaliza os alunos para as aulas ou
cursos em todos os níveis educacionais. Segundo suas concepções, o professor-pesquisador, é
aquele que exerce a atividade de buscar reunir informações sobre um determinado problema
ou assunto e analisá-las, utilizando para isso o método científico com o objetivo de ampliar o
conhecimento de determinado assunto, descobrir algo novo ou refutar conjecturas anteriores.
Assim, o perfil do professor deve ser construído com base nas reais situações relativas à
docência. Não há como adquirir status de uma profissão se a atividade didático-pedagógica
permanecer em segundo plano ou se a escolha for por falta de opção. O professor que
acredita na causa e reconhece suas limitações e as necessidades de seus alunos e da
sociedade, como responsável pela formação de outros, deve ter as suas capacidades
potencializadas mediante a formação permanente e continuada e com um aprofundamento
em pesquisas em seu campo de atuação. Apenas com profissionais capazes de buscar
respostas para essas expectativas ter-se-á o sucesso que se espera na formação dos futuros
profissionais.
Ensinar é uma prática social ou, como Freire (1996) imaginava, uma ação cultural, pois é
na interação entre professor e aluno que se concretiza a prática reflexiva da cultura e dos
contextos sociais a que pertencem. Ser professor significa, antes de tudo, ser um sujeito capaz
de utilizar o seu conhecimento e a sua experiência para desenvolver-se em contextos
pedagógicos práticos preexistentes.
Com o advento das análises das práticas pedagógicas como prática social, resta indagar:
como chegamos ao profissional docente de que necessitamos? Por meio do pensamento
analítico sobre os conteúdos interdisciplinares (politécnicos) ou fragmentados; sobre a
necessidade de união entre teoria e prática enquanto metodologia; e, ainda, a democracia
enquanto gestão. De acordo com a visão de Paulo Freire (1996), percebe-se que a ideia de
prática educativa é a busca de alternativas e propostas que devem ser uma constante em
nosso dia a dia, no sentido de resgatar o “homem”, o “cidadão” e o “trabalhador” da alienação
de seu “ser”, seu exercício de cidadania e sua dignidade.
As propostas pedagógicas devem ser alternativas de “hominização” em contraposição
ao processo de relações econômicas, que se definem em alienação do homem e expropriação
de seu saber. Assim, não se pode reduzir o conceito da prática educativa às ações de
responsabilidade somente do professor e que, normalmente, ocorrem em sala de aula.
(FREIRE,1996)
Zabala (1998) explicita que a ordenação articulada das atividades seria o elemento
diferenciador das metodologias e que o primeiro aspecto característico de um método seria o
tipo de ordem em que se propõem as atividades. Ressalta que o parcelamento da prática
educativa tem certo grau de artificialidade, explicável pela dificuldade em encontrar um
sistema interpretativo adequado, que deveria permitir o estudo conjunto de todas as variáveis
incidentes nos processos educativos.
Pode-se dizer que o professor, na docência do ensino superior, deve conduzir a própria
prática para a realização de formar por meio do exemplo os novos profissionais, em especial os
novos docentes, sem deixar que suas limitações comprometam o processo, fazendo delas
ponte para o seu crescimento e desenvolvimento dos outros.
Na mesma linha, para Pimenta e Anastasiou (2002), a Lei não concebe o processo de
formação para a docência no ensino superior com todo o rigor que necessita. Saber dialogar
com a realidade e os alunos, levá-los à construção consciente da ética, da cidadania, das
relações político-sociais e afetivas são fundamentais no exercício das atividades pedagógicas.
Todas juntas em uma única aula, na qual, além de possibilitar o aprendizado sobre o rigor
característico de cada ciência, o professor possa revelar por meio de suas ações na sociedade
um profissional competente e múltiplo nas várias relações que necessita desenvolver durante
sua atuação.
Essa questão merece destaque especial uma vez que o nosso sistema educacional
possibilita que pessoas atuem como professores universitários sem nenhuma formação e
prática de magistério. A orientação, do ponto de vista legal, é que essa formação se dê em
cursos de pós-graduação, preferencialmente em cursos de mestrado e doutorado.
A especialização ou pós-graduação latu sensu tem duração que varia de seis meses a um
ano e meio; o mestrado (pós-graduação strictu sensu), em torno de dois anos; e o doutorado
(também strictu sensu), aproximadamente de quatro anos. É comum o aluno terminar a
graduação e iniciar logo em seguida a pós-graduação, sem ter exercido a profissão, logo tendo
uma grande bagagem acadêmica e teórica, mas pouca experiência. O problema é que esse
aluno, quando conclui o mestrado, acaba se transformando em professor universitário sem
nunca ter trabalhado no seu ramo; além disso, a pós-graduação stricto sensu é muito mais
voltada para a formação do pesquisador do que para a do magistério.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
BAZZO, Vera Lúcia. Algumas reflexões sobre a profissionalidade docente no contexto das
políticas para a Educação Superior. In: RISTOFF, Dilvo; SEVEGNANI, Palmira (Org.). Docência na
Educação Superior. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira, 2006. (Coleção Educação Superior em Debate; v. 5)
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27ª ed.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998.
LIMA, Elvira Souza. A função antropológica de ensinar. Revista Nova Escola, São Paulo, v.
15, n. 138, p. 9-11, Dez. 2000.
PIMENTA, Selma Garrido; Anastasiou, Lea das Graças C. Docência no ensino superior.
São Paulo: Cortez, 2002.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas
Sul Ltda., 1998.
[4] Selma Garrido Pimenta e Lea das Graças C. Anastasiou defendem uma ação
autorreflexiva e não uma perspectiva externa que analisa e propõe a prática de ensinar de fora
para dentro.