Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Pediatria

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 67

Pediatria

Thaís Teixeira Duarte 37826770807


Pediatria 01: doenças exantemáticas ------------------------------------------------------------------------------------------- 01
Pediatria 01: tabela resumo ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 06
Pediatria 02: síndromes respiratórias ------------------------------------------------------------------------------------------ 09
Pediatria 02: tabela resumo ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Pediatria 03: imunizações ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22
Pediatria extra: Nefro e uropediatria ------------------------------------------------------------------------------------------- 31
Pediatria 04: neonato ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 34
Tabela resumo imunizações ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 48
Pediatria 05: crescimento e desenvolvimento + puberdade -------------------------------------------------------------------- 51
Pediatria 06: aleitamento + diarreia -------------------------------------------------------------------------------------------- 58

Thaís Teixeira Duarte 37826770807


Doenças Exantemáticas Ped 1
Sem. 01
* Cronologia 14/01/21

 Período de incubação
o Dica: doenças virais: 1 a 3 semanas
 Início dos sintomas
o Pródromos: determinar padrão da febre, sinais típicos, enantemas (mucosas). Já transmite !!!
o Exantema: determinar tipo (maculopapular, vesicular), progressão, descamação
o Convalescência

* Sarampo (Parampo 36)

→ Etiologia
 Paramixovírus

→ Transmissibilidade
 90% dos suscetíveis
 Transmissão por aerossol

→ Pródromos
 Febre aumenta de forma progressiva, e alcança o máximo no momento em que surge o exantema. Após o surgimento
do exantema a febre diminui progressivamente
 Tosse: último sintoma a desaparecer
 Coriza
 Conjuntivite (fotofobia)
 Mancha de Koplik – sinal patognomônico (manchas branco acinzentadas, com halo de hiperemia)

→ Exantema
 Exantema maculopapular morbiliforme (tendência a confluência, com áreas de pele sã)
 Surge em região retroauricular (região de implantação cabelo)
 Progressão craniocaudal
 Descamação furfurácea após resolução do exantema

→ Complicações
 Mais comum: OMA
 Mais óbitos: pneumonia
 Mais leta: encefalite

→ Tratamento
 Vitamina A (deficiência de vitamina A cursa com formas mais graves de sarampo, e a própria infecção por sarampo
causa depleção de vitamina A)
 Notificação imediata !!!

→ Profilaxia pós-contato: somente para indivíduos suscetíveis


 Vacina de bloqueio até 3° dia (resposta imune é menor que tempo que incubação)
 Imunoglobulina padrão até 6° dia (imunodeprimidas, grávidas, < 6 meses)
 Obs.: imunodepressão grave é sempre considerado suscetível, independente do estado vacinal

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 1


* Rubéola (rubola)

→ Etiologia
 Togavírus

→ Pródromo
 Linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical (bola)
 Sinal de Forschheimer (sarampo alemão): lesões petequiais em palato. Não é um sinal patognomônico

→ Exantema
 Rubeoliforme: lesões mais claras, espaçadas
 Progressão craniocaudal
 Sem descamação

* Eritema infeccioso (eritema não infeccioso: não transmite no momento do exantema)

→ Etiologia
 Parvovírus B19

→ Transmissibilidade
 Não transmite na fase exantemática !!
 Obs.: pode causar crise aplásica em indivíduos com anemia falciforme (é contagioso na crise aplásica)

→ Pródromos
 Inespecíficos ou inexistentes

→ Exantema trifásico
 1° fase: face esbofeteada
 2° fase: exantema reticulado (lesões maculopapular mais pálidas o centro) mais evidente em superfícies extensoras
 3° fase: recidiva quando exposição a calor, luz solar, exercício físico
 Evolução crânio-caudal
 Descamação ausente ou discreta

* Exantema súbito

→ Etiologia
 Herpes vírus humano tipo 6 ou 7
 Herpes vírus ficam latente no organismo e são eliminados na saliva de adultos saudáveis
 “Beijo no lactente: passa amor, carinho e herpes vírus”

→ Pródromo
 Febre alta que some em crises

→ Exantema
 Exantema maculopapular que surge após cessar a febre !!!
 Início no tronco
 Descamação ausente

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 2


* Varicela (varicela 54)

→ Etiologia
 Vírus varicela zoster (infecção pode recidivar após vários anos, levando a quadro de herpes zoster)

→ Pródromos
 Inespecíficos

→ Exantema
 Exantema vesicular (mácula → pápula → vesícula → pústula → crosta). Obs.: atenção: presença de pústula não
significa infecção bacteriana
 Polimorfismo regional
 Pruriginoso
 Acomete mucosas
 Progressão cetrífuga (começa no centro e vai para as extremidades), mas com distribuição centrípeda
 Descamação ausente

→ Complicações
 Infecção secundária: suspeitar em casos de febre duradoura

→ Tratamento
 Aciclovir oral
o > 12 anos
o 2° caso no domicílio
o Doença cutânea ou pulmonar crônica
o Uso de corticoide em dose não imunossupressora
o Uso crônico de AAS (maior risco de síndrome de Reye)

 Aciclovir venoso
o Imunodeprimidos
o RN
o Varicela progressiva
o Obs.: internação com precaução aérea (transmissão por aerossol)

→ Profilaxia pós-contato (para suscetíveis)


 Vacina até 5° dia
o Até V° dia (idealmente até 3° dia)
o Pode ser feita em maiores de 9 meses, que não tenham contraindicações à vacina
o MS indica vacinação para bloqueio hospitalar, creche e escola (crianças menores de 7 anos).
 IGHAVZ (imunoglobulina específica) até 4° dia
o Até 4° dia
o Imunodeprimidos
o Grávidas
o RN pré-termo
 < 28 semanas: sempre (passagem de Ac maternos ocorre no final da gestação)
 > 28 semanas: se a mãe nunca teve varicela
o RN de mãe com varicela, desde que quadro tenha iniciado 5 dias antes até 2 dias após parto
o Controle de surto hospitalar em < 9 meses

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 3


* Mão-pé-boca (mão-pé-boca-bunda)

→ Etiologia
 Coxackie A16 (família dos enterovírus)

→ Clínica
 Vesículas em mãos e pés
 Pápulas em região glútea
 Vesículas em toda cavidade oral

* Escarlatina

→ Etiologia
 SGA (Streptococus beta hemolítico do grupo A, Streptococus pyogenes) produtor de exotoxina pirogênica
 Indivíduo pode ter escarlatina mais de 01 vez

→ Pródromos
 Faringite (doença estreptocócica)
 Piodermite
 Enantema: língua em morango branco → língua em morango vermelho (língua em framboesa)

→ Exantema
 Exantema micropapular eritematoso (aspecto em lixa)
 Sinais Clássicos
o Pastia: acentuação do exantema em áreas de pregas
o Sinal de Filatov: palidez peri-bucal
 Início em região do pescoço
 Progressão centrífuga
 Descamação lamelar

* Mononucleose infecciosa (doença do beijo)

→ Incubação
 Pode chegar a 40 dias (pega no carnaval e fica doente na semana santa)

→ Etiologia
 Esptein barr vírus (família herpes)

→ Clínica
 Faringite
 Linfadenopatia generalizada
 Esplenomegalia
 Exantema após amoxicilina

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 4


* Doença de Kawasaki

→ Diagnóstico
 Febre alta por no mínimo 5 dias + 4 dos seguintes critérios:
o Conjuntivite não exudativa
o Alterações em lábios e cavidade oral
o Adenomegalia
o Exantema polimórfico mais intenso em região inguinal (pode ter diferentes aspectos, mas nunca é
vesicular)
o Alterações em extremidades

Doença de Kawasaki Escarlatina


É uma vasculite de médios vasos que afeta Doença exantemática causada pelo Streptococus beta
preferencialmente as artérias coronárias. hemolítico grupo A.
O paciente, tipicamente uma criança, pode apresentar
infarto agudo do miocárdio e morte súbita cardíaca.
< 5 anos > 5 anos
Febre > 5 dias Febre mais curta
Conjuntivite ( + alterações em lábios, cavidade oral, Não tem conjuntivite
linfadenomegalia cervical, exantema, eritema e edema
palmo-plantar)
Não tem faringite exudativa Faringite exudativa
Língua em morango Língua em morango

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 5


Doenças Exantemáticas na Infância (Obs.: vacinação em dia NÃO exclui possibilidade de doença)
Etiologia Transmissão Clínica Tratamento Complicações Exantema

Morbillivirus - Aerossol * Pródromo: febre, tosse, - Vitamina A (2 doses) - OMA: + comum


Paramyxoviridae - 6 dias antes a 4 coriza, conjuntivite, fotofobia, - Pré-expos.: vacina - PNM: + óbito
dias após o rash mancha Koplik (altura pré - Pós contato: - Encefalite: + grave
molares e molares) ° Vacina de bloqueio em até 72 h; - Pancencefalite esclerosante
Obs.: doença de * Exantema: maculopapular ° Imunoglobulina padrão até 6° dia subaguda: doença
notificação morbiliforme. (gravidas, < 6 m, imunodeprimidos degenerativa fatal após vários
Sarampo
imediata! - Início: (linha implantação do suscetíveis que foram expostos) anos
Notificar ainda cabelo) pescoço, retroauricular - Obs.: IgM pode ficar
que suspeita! - Progressão craniocaudal Obs.: imunossupressão grave é aumentado por até 30 d
- Descamação furfurácea considerado sempre suscetível
- Tosse: último sintoma a
desaparecer
Exantema + Febre

Rubivirus - 5 a 7 dias antes * Pródromo: sintomas catarrais, - Sintomáticos - Artropatia em


Togaviridae até 5 a 7 dias após febre baixa, linfadenopatia - Pré-expos: vacina mulheres jovens
o rash retroauricular, cervical e - Pós contato: - Sd rubeola
Obs.: doença de occipital Vacina de bloqueio congeênita
notificação * Exantema: rubeoliforme em até 72 h;
obrigatória e (exantema maculopapular

Rubéola imediata! róseo), manchas de


Forchheimer (lesões róseas em
palato)
- Início: face
- Progressão craniocaudal
- Obs.: costuma ter evolução
benigna na infância

Hérpes vírus - Gotículas de saliva * Pródromo: febre alta que - Sintomáticos - Crise febril
humano 6 ou 7 do hospedeiro desaparece em crises
saudável * Exantema: maculopapular que
Beijo no bebeê inicia cerca de algumas h após o
passa amor, - Comum em desaparecimento da febre
Exantema
carinho e herpes lactentes após 6 - Início: tronco
Súbito
meses - Progressão: face e região
(Roséola)
proximal dos membros
Exantema após a febre

Parvovírus B19 - Na fase * Pródromo: inexistente ou - Sintomáticos - Pode causar


exantemática não febre, cefaleia, coriza crise aneêmica em
transmite! * Exantema: face esbofeteada → portadores de
exantema com aspecto anemia
Eritema rendilhado em troncos e falciforme
infeccioso membros → exantema
recidivante por 1 a 3 semanas
5° doença quando exposição a sol, calor,
exercício, estresse

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 6


Vírus varicela - Aerossol * Pródromo: febre, cefaleia, dor - Aciclovir VO: casos - Infec bact:
zoster (faz parte - Incubação: 10 a abdominal com risco complicaçã + comum
da família 21 dias * Exantema: vesículas (> 12 a, 2° caso - Varicela
Herpesviridae) pruriginosas com polimorfismo domicilio, dç progressiva
regional pulmonar, cutânea, - Sd varicela
- Início: couro cabeludo, face, corticoide, salicitatos congeênita
tronco - Aciclovir IV: - Complicações
- Progressão: centrífuga, com imunodeprimidos, RN neurológicas:
distribuição centrípeda com varicela neonatal encefalite,
por exposição ataxia cerebelar
Varicela - Pré expo: vacina perinatal, varicela aguda, risco de
- Pós expo: suscetível expostos progressiva Sd Reye (AAS é
Vacina bloqueio até 5° dia contraindicado),
Vesícula

(> 9 m, p/ bloqueio hospitalar, Sd. Guillain-


creche e escola) Barré
Imunoglobulina até 4° dia:
imunodeprimidos, grávidas RN
Obs.: RN prematuro prematuro, RN filho de mãe que
< 28 sem: sempre teve varicela 5 dias antes até 2
> 28 sem: se mãe dias após parto,
suscetível < 9 meses hospitalizadas.

Coxsackie A16 - Via fecal-oral, via - Vesículas e úlceras em - Sintomáticos


(Família dos respiratória, cavidade oral
Mão-pé- enterovírus) transmissão - Lesões papulovesicularees em
boca vertical, foêmites mãos, pés, nádegas

SGA - > 5 ANOS() * Pródromo: febre, voêmitos, dor - Antibioticoterapia


(Streptococus abdominal, faringite, língua em ° Penicilina benzatina
beta hemolítico do morango / framboesa. dose única
grupo A) * Exantema: micropapular ° Amoxicilina 10 dias
eritematosa (aspecto de lixa) ° Azitromicina 5 dias
- Início: pescoço (mesmo da faringite

Escarlatina - Progressão: cranio-caudal estreptocócica)


rápida - Analgésicos e
- Sinal de Pastia: acentuação do antipiréticos
exantema em áreas flexurais
- Sinal de Filatov: palidez
peribucal
- Descamação lamelar
Exantema + alteração em cavidade oral

Vasculite de - Comum em - Febre alta por 5 dias + 4 dos - Fase aguda: - Aneurismas de
médios e crianças < 5 anos critérios: imunoglobulina EV coronárias
pequenos vasos, ° Conjuntivite (dose única) (fazer eco: dx →
que afeta artérias ° Alteração lábios e boca E AAS em dose anti- 2/3 sem → 6/8
coronárias ° Linfadenopatia cervical inflamatória sem)
Doença de
° Exantema polimórfico
Kawasaki
° Alterações de extremidades

Vírus Epstein-Barr - Contato íntimo - Faringite exudativa, - Sintomáticos - Ruptura


oral (doença do linfadenopatia generalizada, - Repouso se fadiga espleênica
beijo) esplenomegalia excessiva (< 0,5%)
- Incubação: 30 a - Exantema após uso de - Prednisona:
Mononu- 50 dias (pega no amoxocilina controverso. Usar se
cleose carnaval e fica complicações
infecciosa doente na Semana - Linfocitose com linfócitos
Santa) atípicos

- Ac IgM

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 7


Thaís Teixeira Duarte 37826770807 8
Síndromes respiratórias na infância Pediatria 02
Sem. 04
* Exame Físico 04/02/21

 Estridor: obstrução das grandes vias de condução extrapleurais


 Taquipneia: doença das vias aéreas inferiores
o < 2 meses: > 60 irpm (na criança com 60 dias, a FR é de 60)
o 2 meses – 12 meses: > 50 irpm
o 1 – 5 anos: > 40 irpm

 Infecção das vias aéreas superiores: sem taquipneia, sem estridor


o Resfriado comum
o Complicações do resfriado: OMA, sinusite
o Faringite aguda
 Doenças periglóticas: com estridor, FR variável
o Abcessos profundos do pescoço
o Epiglotite aguda (supraglotite)
o Laringotraqueíte aguda
 Pneumonia: com taquipneia, sem estridor
o Pneumonia bacteriana, típica: quadro agudo, grave
o Atípica: quadro insidioso
o Viral (bronquiolite): presença de sibilos – mais frequentes entre o período neonatal e < 5 anos

IVAS

* Resfriado Comum / rinite / rinossinusite / nasofaringite / rinofaringite viral aguda

→ Conceitos iniciais
 Infecção viral: mucosa nasal, seios paranasais e nasofaringe
 Nos primeiros 5 anos de vida é comum observar de 6-8 episódios/ano, e de 10-12 episódios/ano em crianças que
frequentam escolinhas.

→ Etiologia
 Rinovírus (vírus do nariz)
 Transmissão por contato direto

→ Clínica
 Inflamação e infecção da mucosa respiratória
 Coriza hialina → mucopurulenta: nos primeiros dias de sintomas, a coriza é clara e hialina, mas evolui para coriza
purulenta, espessa, esverdeada (o que não significa complicação bacteriana)
 Obstrução nasal → Roncos ao EF
 Tosse: quando presente é predominantemente noturna (gotejamento pós nasal)
 Febre (febre alta não é indicativo de complicação bacteriana)
 Espirros, dor de garganta, hiperemia de mucosas

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 9


→ Tratamento
 Tempo!
 Desobstrução nasal: solução salina fisiológica
Não prescrever AAS
 Líquidos: importante para fluidificar secreções da criança
Risco de Síndrome de Reye se
 Antipiréticos: dipirona, paracetamol, ibuprofeno em doses antipiréticas
infecção por Influenza ou Varicela!
 NÃO USAR medicamentos desnecessários (antitussígenos, mucolíticos,
Condição com letalidade elevada:
descongestionantes. AAS é proscrito)
encefalopatia + disfunção hepática
 Prática: Mel é bom para aliviar tosse noturna (> 1 ano de idade)

→ Complicações
 Otite media aguda
 Sinusite bacteriana aguda

* Otite Média Aguda


 Complicação mais frequente do resfriado comum (até 30%)
 Mais comum em < 2 anos
 Infecção bacteriana com inflamação da orelha média
 Disfunção tubária → acúmulo de secreção no interior da orelha média → favorece proliferação bacteriana

→ Etiologia
 S. pneumoniae (pneumococo) *
 H. influenzae não tipável *
 Moraxella catarrhalis: menos frequente

→ Clínica
 Otalgia
 Irritabilidade, choro (< 2 anos)
 Otorreia (secreção no conduto auditivo externo. Quando otoreria aparece, dor melhora)
 Febre
 História de resfriado prévio

→ Diagnóstico: otoscopia
 Normal: membrana timpânica transparente, brilhante, côncava, móvel
 OMA: membrana timpânica opaca, hiperemiada, abaulada (dado mais específico), imóvel
 Otorreia (atenção: também presente na otite externa. Diferenciação pelo EF + HMA (história de banho de piscina,
praia). O principal agente da otite externa é a Pseudomonas)
 Obs.: otoscopia pneumática: avalia mobilidade da membrana timpânica

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 10


→ Tratamento
 Analgésico, antipirético
 Avaliar antibioticoterapia ou observação
 Indicações de ATB (muitos casos evoluem com resolução espontânea, mesmo sem antibioticoterapia)
< 6 meses Todos
6 meses – 2 anos Bilateral, otorreia, casos graves (Tax > 39° C, dor moderada – intensa, > 48 h dç)
Qualquer idade Otorreia, casos graves (Tax > 39° C, dor moderada – intensa, > 48 horas de dç)
Amoxicilina 40-50 mg/kg/dia (10 dias***)
Amoxicilina 80-100 mg/kg/dia (10 dias***) < 2 anos, creche, ATB nos últimos 30 dias
(> incidência de infecção por pneumococo resistente a amoxicilina)
Amoxicilina + clavulanato Falha terapêutica, OMA + conjuntivite, ATB nos últimos 30 dias

Obs.: Em todos os outros casos é possível observar.


Se não prescrever ATB, reavaliar em 48 – 72 horas. Se não houver melhora, iniciar ATB.
OMA + conjuntivite: associar clavulanato porque etiologia provavelmente é por Hemófilo (eyemófilo)

→ Complicação
 Otite média serosa /otite média com efusão / otite média secretória
o Efusão sem infecção aguda
o Evolução favorável: observação por até 3 meses
o Se persistência do quadro por mais de 3 meses: avaliar necessidade de tubo de timpanostomia (otorrino)
 Mastoidite aguda
o Inflamação do periósteo
o Sinais de inflamação retroauricular (hiperemia, dor, edema retroauricular, apagamento do sulco
retroauricular)
o Deslocamento do pavilhão
o Tto: hospitalização + ATB parenteral + TC

* Sinusite bacteriana aguda (duração < 4 semanas)


 < 5 anos: somente seios etmoidal e maxilar

→ Clínica
 Resfriado “arrastado” (> 10 dias)
o Coriza abundante: secreção mucopurulenta
o Tosse intensa, diurna e noturna
 Quadro grave (> 3 dias)
o Febre alta > 39° c
o Coriza mucopurulenta + tosse
 Quadro que piora (evolução bifásica)
o Piora clínica súbita, melhora e piora

→ Diagnóstico
 É CLÍNICO!! Não solicitar exames de imagem

→ Etiologia Tratamento
 Agentes = OMA (S. pneumoniae (pneumococo), H. influenzae (não tipável), Moraxella catarrhalis)
 Antibioticoterapia: amoxicilina
o Duração individualizada: manter por mais 7 dias após melhora clínica

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 11


→ Complicações
 Celulite orbitária / pós-septal (complicação de sinusite bacteriana aguda do seio etmoidal)
o Inflamação pálpebra
o Proptose
o Dor a movimentação ocular
o Edema na conjuntiva (quemose)
o Não confundir com celulite periorbitária, que é uma doença pré-septal
o Tto: internação + TC

Diagnóstico diferencial:
- Rinite alérgica: prurido e espirros; palidez de mucosas; secreção rica em eosinófilos
- Sífilis congênita: rinite sifilítica, presente do 1° ao 3° mês, com obstrução nasal intensa e secreção sanguinolenta
- Corpo estranho: rinorreia unilateral, fétida, sanguinolenta

* Faringite aguda bacteriana

→ Etiologia
 Streptococcus Beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes)

→ Clínica
 Comum entre 5-15 anos (em menores de 3 anos não ocorre. Entre 3 e 5 anos pode ocorrer raramente)
 Febre alta + dor de garganta
 Exsudato amigdaliano (mas nem toda faringite estreptocócica é exudativa, e nem toda faringite exudativa é
bacteriana – pode ser viral)
 Petéquias no palato (achado que mais se relaciona com etiologia bacteriana, mas também pode ocorrer em quadros
virais)
 Adenopatia cervical
 Não tem tosse! Não tem manifestações catarrais! Não tem coriza!
 FARINGITE BACTERIANA NÃO É COMPLICAÇÃO DE QUADRO VIRAL!

→ Diagnóstico complementar
 Testes rápidos: alta especificidade, detecção de antígeno. Pode ter falso negativo (pouco disponível no SUS)
o Se + : iniciar antibioticoterapia
o Se - : fazer cultura e se guiar por ela (o teste rápido pode ser falso negativo)
 Cultura de orofaringe: mais sensível. Desvantagem: demora.
o Se + : iniciar antibioticoterapia
o Se - : acompanhamento

→ Tratamento
 Previne febre reumática, mas não previne glomerulonefrite pós estreptocócica
 Para fins de profilaxia da febre reumática, atb pode ser iniciado em até 9 dias do início dos sintomas
 Analgésicos e antipiréticos
 Antibioticoterapia
o Penicilina benzatina IM (DU) – dose única
o Amoxicilina VO – 10 dias
o Azitromicina VO – 5 dias (não é 1° escolha, usada em casos de alergias a penicilina)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 12


→ Complicações
 Abscesso periamigdaliano / peritonsilar
o Mais comum. Geralmente adolescentes ou adultos jovens
o Clínica:
 História de amigdalite (sem tto ou tto incorreto)
 Disfagia, sialorreia (marcador de disfagia grave)
 Trismo (espasmo do músculo pterigoide, paciente não consegue abrir a boca)
 Desvio da úvula
o Tto:
 Avaliar internação
 Drenagem (aspiração por agulha, incisão e drenagem) + ATB

 Abcesso retrofaríngeo
o Pode ser complicação de qualquer infecção das vias aéreas superiores
o < 5 anos: gânglios no espaço retrofaríngeo. A partir dessa idade, esses gânglios involuem
o Geralmente crianças < 5 anos
o História de IVAS recente
o Clínica
 Febre alta e odinofagia
 Disfagia e sialorreia
 Dor à mobilização do pescoço (diagnóstico diferencial de torcicolo na infância)
 Pode ter estridor, mas é raro
o Tto: ATB parenteral

→ Diagnósticos diferenciais
 Herpangina
o Coxsackie A
o Odinofagia + úlceras (vesículas), localizadas no palato mole, pilares amigdalianos
 Adenovirose
o Adenovírus
o Odinofagia + conjuntivite, adenomegalia pré-auricular
 Mononucleose
o Epstein-barr
o Odinofagia + linfadenopatia, esplenomegalia, linfocitose com linfócitos atípicos
 PFAPA (síndrome de Marshall)
o Febre Periódica, estomatite Aftosa, Faringite, Adenite
o Episódios recorrentes e autolimitados (com intervalos de aproximadamente 2 semanas)
o Geralmente início após 2 anos
o Tto fase aguda: corticoide
o Em provas: quadros recorrentes de faringite (geralmente com início precoce, a partir dos 2 anos ) + aftas
+ culturas negativas

Obs.: questões que falam de crianças adotadas, abandonadas: pensar que não se conhece antecedentes pré-natais, história
vacinal e testes de triagem neonatal.

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 13


* Epiglotite aguda

Infecção mucosa da epiglote e dos tecidos subjacentes, que ficam edemaciados, com menor movimentação, causando
obstrução da via aérea.

→ Etiologia
 Haemophilus influenzae B (redução importante da incidência com vacinação)
 S. pneumoniae
 S. pyogenes
 S. aureus

→ Quadro clínico
 Curso agudo e evolução fulminante (criança fica grave desde o início da doença)
 Febre alta e toxemia
 Dor de garganta, disfagia e sialorreia
 Estridor (sinal de obstrução de VA iminente)
 Posição em tripé

→ Tratamento
 Conduta imediata
o Garantir via aérea (IOT, traqueo, crico). A IOT deve ser feita pelo profissional mais experiente!
o Enquanto isso:
 Deixe a criança em paz (diminuir agitação)
 Ofereça oxigênio
 Não tente visualizar a orofaringe
 Não solicitar exames
 RX: Sinal do polegar (epiglote edemaciada). Não é prioridade
 Após estabelecimento da VA:
o Suporte + ATB

* Laringotraqueíte viral aguda / crupe viral


 Inflamação da mucosa que reveste a laringe (laringite), traqueias (laringotraqueíte) e brônquios
(laringotraqueobronquite)

→ Etiologia
 Vírus parainfluenza (vírus não para de descer).
 Outros: adenovírus, VSR, influenza

→ Clínica
 Pródromos catarrais
 Febre baixa
 Tosse metálica (tosse de cachorro, ladrante)
 Afonia e rouquidão (acomete região infraglótica – cordas vocais)
Crupe
 Estridor

→ Diagnóstico
 O diagnóstico é clínico!!
 Obs.: Radiografia cervical: Sinal da torre: estreitamento da região infraglótica

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 14


→ Tratamento (depende da gravidade do caso)
 Estridor em repouso: marcador de gravidade
o Nebulização com adrenalina (0,5 ml/kg – máximo 5 ml, não precisa diluir) +
o Corticoide: dexametasona, dose única (VO ou IM)
o Manter em observação por 2 – 4 horas após nebulização (tempo da dexametasona fazer efeito)
 Sem estridor em repouso
o Apenas corticoide

→ Complicação
 Traqueíte bacteriana
o Criança que vinha com quadro de traqueite viral aguda, mas que evolui com piora geral do quadro (febre
alta e piora clínica), e não melhora com adrenalina!!
o Causa mais comum de obstrução infecciosa grave
o Etiologia: S. aureus
o Tto: hospitalização + IOT + ATB

→ Diagnóstico diferencial
 Laringitie estridulosa / crupe espasmódico
o Despertar súbito sem pródromos
o Pode recorrer durante algumas noites

* Causas não infecciosas de estridor

 Estridor agudo
o Anafilaxia: manifestações cutâneo mucosas + manifestações respiratórias ou cardiovasculares
o Aspiração de corpo estranho: história de estar brincando sem supervisão
 Estridor crônico
o Laringomalácia: causa mais comum de estridor congênito. Instabilidade das estruturas laríngeas, que tem
maior tendência ao colapso durante a respiração. Começa nas primeiras horas de vida e piora na posição
supina. Geralmente melhora com o tempo, tem evolução benigna.

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 15


* Pneumonia bacteriana Pediatria 02
Sem. 06
→ Quadro clínico 18/02/21
 Pródromos catarrais
 Evolução com febre alta e tosse mais intensa
 Taquipneia
 Sinais clássicos: estertores, percussão submaciça, frêmito toraco-vocal aumentado, broncofonia, pectorilóquia
fônica
 Sinais de gravidade
o Tiragem subcostal mantida (diafragma precisa fazer força para se contrair)
o Batimento de asa nasal (mais frequente em crianças pequenas)
o Gemência (tentativa de aumentar a capacidade residual funcional – volume de ar que fica nos pulmões ao
final da expiração)
o Cianose
o Saturação O2 < 92%

→ Diagnóstico complementar
 Radiografia de tórax
o NÃO é obrigatória!
o Indicada nas hospitalizações!!
o RX normal não afasta o diagnóstico
o RX não é necessário para controle de cura
o Pode “sugerir” etiologia
 Pneumonia bacteriana: consolidação, aerobroncograma, pneumonia redonda
o Identifica complicações
 Derrames, pneumatoceles, abscesso
 Cuidado: não confundir com timo (sinal da vela do barco)
 Exames laboratoriais
o Solicitado para crianças com necessidade de internação

→ Tratamento
 Indicações de hospitalização
o Idade < 2 meses
o Comprometimento respiratório grave
o Sinal geral de perigo (incapacidade de beber líquidos, “vomita tudo que ingere”)
o Doença de base
o Complicação (derrame, abcesso, pneumatocele)

Idade Agente Tratamento


< 2 meses S. agalactiae (grupo B) - Hospitalar: Ampicilina + Aminoglicosídeo
Gram-negativos entéricos
> 1 – 2 meses S. pneumoniae (causa bacteriana + comum em todas - Ambulatorial: Amoxicilina (7 a 10 d), sempre reavaliar
as fases da vida, exceto no período neonatal) em 48 horas
S. aureus (quadros graves, com complicações - Hosp: penicilina cristalina EV,
(derrame, pneumatoceles), porta de entrada oxacilina + ceftriaxona (casos graves)
cutânea)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 16


→ Complicação
 Transudato x Exsudato
 Derrame pleural parapneumônico é sempre um exsudato, que pode ser inflamatório ou empiema

* Pneumonias atípicas
 Quadro insidioso
 Manifestações extrapulmonares
 Não melhoram com penicilina

→ Pneumonia atípica por Mycoplasma pneumoniae (< 5 anos)


 Etiologia
o Mycoplasma pneumoniae
 Clínica
o < 5 anos
o Início gradual
o Cefaleia, odinofagia, rouquidão
o Tosse + taquipneia
 Diagnóstico
o Presença de crioaglutininas (> 1:64): muito sugestivo, mas não patognomônico
o RX: infiltrado intersticial
 Tratamento
o Macrolídeos

→ Pneumonia afebril do lactente


 Etiologia
o Chlamydia trachomatis
o Contaminação no momento do parto vaginal (colonização conjuntiva e nasofaringe)
 Clínica
o Conjuntivite ainda no período neonatal (RN)
o Pneumonia com início entre 1° e 3° mês de vida: quadro insidioso, tosse + taquipneia, afebril
o Hemograma: eosinofilia; Rx: infiltrado intersticial

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 17


 Tratamento
o Macrolídeos

→ Diagnóstico diferencial

- Coqueluche
 Agente: Bordetella pertussis
 Clínica
o Fase catarral
o Fase paroxística: acessos de tosse + guincho (inspiração profunda, com emissão de ruído). A tosse pode
levar a vômitos!! Entre os acessos de tosse, a criança fica assintomática.
o Fase de convalescência
o Nos menores de 3 meses: APNEIA e cianose
 Avaliação complementar
o Leucocitose com linfocitose
o Rx: infiltrado peri-hilar, aspecto de coração felpudo
 Tratamento
o Azitromicina
o Claritromicina (2° opção)

* Bronquiolite viral aguda

A bronquiolite é uma doença infecciosa, de etiologia predominantemente viral, mais incidente em lactentes menores de 24
meses (principalmente os menores de seis meses), que resulta na obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores
(bronquíolos).
É o 1° episódio de sibilo na criança < 2 anos.

→ Etiologia
 Vírus sincicial respiratório (VSR)

→ Clínica
 < 2 anos
 Pródromos catarrais
 Febre e tosse
 Taquipneia
 Sibilos

→ Diagnóstico
 CLÍNICO!!

→ Avaliação complementar
 Pesquisa de antígenos virais
 Radiografia de tórax (não obrigatória)
o Normal
o Hiperinsulfação
o Atelectasia

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 18


→ Tratamento
 Avaliar necessidade de internação
o Crianças com < 12 semanas
o Prematuros nascidos com < 32 semanas
o Sinais de gravidade
 Tratamento ambulatorial
o Sintomáticos
 Tratamento hospitalar
o Oxigenoterapia (se SpO2 < 90 - 92%): CNAF (cateter nasal de alto fluxo), reduz taxa de necessidade IOT
o Nutrição, hidratação venosa se necessário: hidratação venosa com solução isotônica
o Avaliar nebulização com solução hipertônica (NaCl 3%) (?, conduta questionável)
o Não indicar:
 Beta-2 agonistas !!
 Corticoides !!
 Fisioterapia respiratória (não incurta período de permanência hospitalar)

→ Prevenção
 Lavagem das mãos (media mais importante para evitar disseminação do VSR)
 Palivizumabe (anticorpo específico para VSR)
o 1 vês ao mês, por 5 meses
o Profilaxia passiva (é um Ac específico para VSR).
o Recomendado para crianças de maior risco da forma grave de bronquiloite viral aguda.
o MS:
 < 1 ano: RN nascidos com < 29 semanas
 < 2 anos: crianças com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica* ou doença
pulmonar da prematuridade (que tenham recebido tratamento farmacológico nos últimos 6
meses)**
o SBP
 Mesmas indicações do MS
 < 6 meses: RN nascidos entre 29 e < 32 semanas

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 19


→ Diagnóstico diferencial

- Asma
 Sibilante transitório precoce
o Crianças que apresentaram episódios de sibilância nos primeiros 2 ou 3 anos de vida, e nunca mais
sibilaram. Possivelmente causado por várias infecções virais.
 Sibilante persistência
o Crianças que apresentaram episódios de sibilância nos primeiros 2 ou 3 anos de vida, e que ainda sibilam
aos 6 anos. Provavelmente asma.
 Sibilante de início tardio
o Crianças que não sibilaram nos primeiros 2 ou 3 anos de vida, mas que sibilaram aos 6 anos. Provavelmente
asma.

 Índice preditivo de asma (IPA)


o Episódios recorrentes
o História familiar positiva (pai ou mãe com asma)
o Sensibilização a alérgenos
o Eczema atópico (rinite alérgica?)
o Eosinofilia (> 4% na ausência de parasitose)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 20


Doenças Respiratórias na Infância
Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento Complicações

- Rinovírus - Coriza hialina → mucopurulenta - Tempo - OMA


- Obstrução nasal (roncos ao EF) - Desobstrução nasal - Sinusite
- Tosse noturna (gotejamento pós nasal) - Líquidos bacteriana
Resfriado
- Febre - Antipiréticos aguda
Comum
- Espirros, dor de garganta, hiperemia de mucosas - Não usar: ASS,
antitussígeno, mucolítico,
descongestionante
- S. pneumoniae - Otalgia - Otoscopia: MT - ATB: Amoxicilina - Otite média
(pneumococo) * - Irritabilidade, choro (< 2 anos) opaca, ° < 6 meses serosa
- H. influenzae - Otorreia hiperemiada, ° 6 m – 2 anos: bilateral - Mastoidite
não tipável * - Febre abaulada, ° Qualquer idade: otorreia, aguda
OMA - Moraxella - História de resfriado prévio imóvel. casos graves (Tax > 39°,
catarrhalis - Otorreia dor importante, > 48 h dç)
(- comum) (diferenciar de - Clavulin: falha, OMA +
otite externa) conjuntivite (eyemófilo),
atb nos últimos 30 d.
- Efusão sem - Evolução favorável: observação por até 3 meses - Se > 3 meses: avaliar
infecção aguda necessidade de tubo de
Otite média timpanostomia (otorrino)
serosa

- Inflamação - Inflamação retroauricular - Hospitalização


periósteo - Hiperemia, dor, edema retroauricular, - ATB parenteral
apagamento do sulco retroauricular - TC
Mastoidite
- Deslocamento do pavilhão
aguda
IVAS: sem taquipneia, sem estridor

- S. pneumoniae - Duração < 4 semanas CLÍNICO - Amoxicilina (duração - Celulite


(pneumococo) * - Resfriado “arrastado” (> 10 d) individualizada, manter orbitária pós
- H. influenzae ° Coriza abundante Dx. diferencial: por mais 7 dias após septal: inflam
não tipável * ° Tosse intensa, diurna e noturna - Rinite alérgica melhora clínica) pálpebra,
Sinusite
- Moraxella - Quadro grave (> 3 dias) - Sífilis congeêni proptose, dor
bact. aguda
catarrhalis ° Febre alta > 39° c - Corpo mov. ocular,
(- comum) ° Coriza + tosse estranho edema conjun
- Quadro que piora (evolução - Tto: intern.
bifásica), piora clínica súbita + TC
- Streptococcus - Entre 5-15 anos - Teste rápido - Sintomáticos - Febre '
Beta-hemolítico - Febre alta + dor de garganta + : atb - Penicilina benz. IM, DU reumática
do grupo A (S. - Exsudato amigdaliano - : cultura - Amoxicilina VO – 10 dias - GNPE
pyogenes) - Petéquias no palato - Cultura - Azitromicina VO – 5 dias - Abscesso
Faringite
- Adenopatia cervical + : atb (alergias a penicilina) periamigda-
aguda
- Não tem tosse nem coriza! - : acompanha - Obs.: previne febre liano
bacteriana
- Não é complicação de quadro reumática, mas não - Abscesso
viral! glomerulonefrite. retrofaríngeo
- P/ prevenção pode ser
iniciado em até 9 dias

- + comum, adolescentes, adultos jovens - Avaliar internação


Abscesso
- História de amigdalite (sem tto ou tto incorreto) - Drenagem (aspiração por
periamigda-
- Disfagia, sialorreia agulha, incisão e
liano /
- Trismo (não consegue abrir a boca) drenagem) + ATB
peritonsilar
- Desvio da úvula
- Complicação de qualquer IVAS - ATB EV
Abscesso
- Geralmente < 5 anos
retrofarín-
- Febre alta, odinofagia, dor a mobilização do
geo
pescoço
- Herpangina: coxsackie A; odinofagia + úlceras (vesículas), localizadas no palato mole, pilares amigdalianos
- Adenovirose: adenovírus; odinofagia + conjuntivite, adenomegalia pré-auricular
Dx - Mononucleose: epstein-barr; odinofagia + linfadenopatia, esplenomegalia, linfocitose com linfócitos atípicos
diferenciais - PFAPA (síndrome de Marshal): febre Periódica, estomatite Aftosa, Faringite, Adenite. Quadros recorrentes de faringite (geralmente com
início precoce, a partir dos 2 anos ) + aftas + culturas negativas. Tto fase aguda: corticoide

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 21


- Haemophilus - Curso agudo e evolução fulminante - Garantir VA
influenzae B - Febre alta e toxemia - Suporte + ATB
Epiglotite - S. pneumoniae - Dor de garganta, disfagia e sialorreia
aguda - Estridor (sinal de obstrução de VA iminente)
Doenças periglóticas: estridor, FR variável

- S. pyogenes - Obs.: RX: sinal polegar


- S. aureus - Posição em tripé

- Vírus - Pródromos catarrais - Estridor em repouso - Traqueite


parainfluenza - Febre baixa ° Nebulização adrenalina bacteriana:
Laringotra- - Adenovírus - Tosse metálica (tosse de cachorro, ladrante) ° Corticoide: dexa, DU não melhora
queíte viral - VSR - Afonia e rouquidão ° Observação por 2 – 4 h c/ adrenalina
aguda / - Estridor após nebulização ° Tto:
crupe viral - Sem estridor em repouso internação +
- Obs.: Dx diferencial: laringite estridulosa, crupe ° Apenas corticoide IOT + atb
espasmódico: desperta súbito sem pródromos! - Obs.: RX: sinal da torre
- Estridor agudo
Outras ° Anafilaxia: manifestações cutâneo mucosas + manifestações respiratórias ou cardiovasculares
causas ° Aspiração de corpo estranho: história de estar brincando sem supervisão
estridor - Estridor croênico
° Laringomalácia: causa mais comum de estridor congeênito. Começa nas primeiras horas de vida e piora na posição supina.
- < 2 meses: - Pródromos catarrais - RX tórax não é - Hospitalização: - Derrame
° S. agalactiae - Evolução com febre alta e tosse obrigatória, ° Idade < 2 meses pleural
° Gram-neg. mais intensa indicada nas ° Comprometimento - Pneumato-
Entéricos - Taquipneia hospitalizações respiratório grave celes
- Sinais de gravidade: tiragem ° Sinal geral de perigo - Abscesso
- > 2 meses: subcostal, batimento asa nasal, (incapacidade de beber
° S. pneumonia gemeência, cianose, satO2 < 92% líquidos, “vomita tudo
° S. aureus que ingere”)
Obs.: falha após 48 h → fazer RX ° Doença de base
Pneumonia → se derrame > 1 cm → ° Complicação
bacteriana toracocentese → empiema (pus,
pH < 7,2, glicose < 40, bact) → - < 2 meses:
drenagem + manter atb Ampicilina + Aminoglicos
- > 2 meses:
Obs.: geralmente S. aureus causa ° Amb: Amoxicilina
quadros graves, c/ complicações, (7 a 10 d, reavaliar 48 h)
e tem história de porta de entrada ° Hosp: : penicilina
cutânea cristalina EV, ou
oxacilina + ceftriaxona
Pneumonia: com taquipneia, sem estridor

(casos graves)
Pneumonia - Mycoplasma - < 5 anos - Crioaglutinina - Macrolídeos
atípica por pneumoniae - Insidioso, com início gradual - RX: infiltrado
Mycoplasma - Cefaleia, odinofagia, rouquidão intersticial
pneumoniae - Tosse + taquipneia
- Chlamydia - Conjuntivite neonatal (RN) - Eosinofilia; - Macrolídeos
Pneumonia trachomatis - PNM entre 1° e 3° meês de vida - Rx: infiltrado
afebril do (parto vaginal) - Quadro insidioso intersticial
lactente - Tosse + taquipneia
- Afebril
- Bordetella - Leucocitose c/ - Azitromicina
- Acessos de tosse + guincho
pertussis linfocitose - Claritromicina
- A tosse pode levar a voêmitos!!
- Rx: infiltrado (2° opção)
Coqueluche - Entre os acessos de tosse, a
peri-hilar
criança fica assintomática.
(coraç felpudo)
- < 3 meses: APNEIA e cianose
- < 2 anos
- Vírus sincicial - Clínico !!!! - Internação:
- Pródromos catarrais
respiratório - Ag virais ° < 12 semanas
- Febre e tosse
(VSR) - RX: normal, ° Nascidos com < 32 sem
- Taquipneia
hiperinsulfaçãoa ° Sinais de gravidade
- Sibilos
telectasia - Tto ambulat.: sintomat.
- Tto hospitalar:
Obs.: Prevenção c/ polivizumabe
Bronquiolite ° O2: CNAF
° 1 x/meês, por 5 meses
viral aguda ° Nutrição
° < 6 meses: nascido < 32 sem
° Hidratação: sol. isoton
° < 1 ano: nascido < 29 sem
° Avaliar NBZ sol. hipert
° < 2 anos: cardiopatia congeênita
- Obs.: não fazer B2,
grave ou doença pulmonar da
corticoide, fisio resp
prematuridade tratada nos
últimos 6 meses
Thaís Teixeira Duarte 37826770807 22
Imunizações Ped 03
Sem. 10
* Calendário Vacinal 18/03/21
 Ao nascer (bebê)
o BCG + Hep B
 2 meses (4 P)
o Penta + Pólio (V1P) + Pneumo-10 + VORH (vacina do rotavírus: piriri)
 3 meses ( )
3

o Meningo-C
 4 meses
o Repete 2 meses
 5 meses
o Repete 3 meses
 6 meses (recebe 6 vacinas)
o Penta + Pólio (V1P)
 9 meses
o Febre Amarela
 12 meses (Três Melhores Presentes)
o Tríplice viral + Meningo-C + Pneumo-10
 15 meses (A Debutante Vomita Tequila)
o Hepatite A + DTP + VOP + Tetraviral
 4 anos (Depois Você Faz Vacina?)
o DTP + VOP + Febre Amarela + Varicela
 Adolescência
o HPV + Meningo-ACWY
 dT
o Reforço a cada 10 anos
 Influenza
o Campanha anual para crianças de 6 meses a 6 anos

Obs.: Até 6 meses: vacina todo mês.


6 a 15 meses: vacina a cada 3 meses
Depois pula 3 anos

* Regras básicas
 Vacinas podem ser simultâneas (não diminui eficácia e não amenta risco de efeitos adversos)
 Exceção:
o FA + tríplice viral
o FA + tetraviral Fazer com intervalo de 30 dias nas crianças menores de 2 anos

 Não há intervalo máximo entre as doses da mesma vacina!


 Não reiniciar esquema !! Somente completar doses que
faltam.
 Período de latência
o Saber da FA: 10 dias
 Efeito booster

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 23


* Vacinas (composição)

→ Agentes vivos
 Agente atenuado e autorreplicativo
 Podem causar doença semelhante a que ocorreria na infecção pelo vírus selvagem
 Intra-dérmica: BCG
 VO: VOP (poliomielite), VORH (rotavírus humano)
 SC: Febre amarela, varicela, tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola), tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola,
varicela)
 BRAVO34 (BCG, rotavirus, febre amarela, varicela, VOP, trípliceviral, tetraviral)

→ Agentes não vivos


 Não causam doença
 Podem conter adjuvantes, que são substâncias imunopotencializadoras (causa reação/inflamação local
exuberante, que recruta para região um grande número de células imunes apresentadoras de antígeno)
 São feitas via IM (para que o adjuvante tenha ação).
 Podem ser conjugadas: Pneumo-10, meningo-C, ACWY, HebatiteB
o Formadas por sacarídeo + proteína
o Imunizam crianças < 2 anos
o São capazes de causar resposta T-dependente (que leva a formação das células de memória)

 Hepatite B
 Polio VIP (vacina inativada de polimomelite)
 Penta (DTP (difteria, tétano, pertussis (coqueluche)) + haemophilus influenzae tipo B + Hepatite B )
 Pneumo-10
 Meningo-C / ACWY
 Hepatite A
 HPV
 Influenza

* Contraindicações

→ Contraindicações falsas
 Doenças comuns benignas afebril (resfriado, doença diarreica não grave, doença de pele)
 Desnutrição
 Alergia não grave (Contraindicação verdadeira: anafilaxia prévia a dose da vacina ou a componente)
 Hospitalização (exceto VOP e VORH, devido eliminação fecal do vírus vacinal e exposição das outras crianças)
 História familiar de eventos adversos
 Dose baixa de corticoide VO (para uso de corticoide tópico, inalatório e nasal, a dose não tem relevância. Não
contraindicam vacinação)

→ Contraindicações verdadeiras
 Doenças moderadas ou graves
 Relato de anafilaxia a dose prévia da vacina ou a algum componente (ovo – tríplice e tetra viral, FA)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 24


→ Contraindicações verdadeiras para vacinas vivas
 Gestantes
 Imunodepressão
o Algumas formas de deficiências primárias permitem fazer vacina viva
o HIV permite algumas formas de vacina viva, dependendo da situação clínica
 Corticoide em doses altas
o Prednisona > 2 mg/kg/dia ou 20 mg/doa por > 14 dias
o Após tratamento ser suspenso, deve-se aguardar 30 dias para fazer vacinas vivas
 Obs.: mulheres em idade fértil, que recebem vacina de vírus vivo, devem aguardar 30 dias para engravidar

Vacinas Vivas

* BCG
 Micro-organismo vivo: Mycobacterium bovis atenuado
 Indicação
o Prevenção de formas graves de tuberculose (meníngea e miliar, comuns na primo-infecção)
o MS recomenda para todas as crianças < 5 anos (não é contraindicada após os 5 anos)

 Aplicação
o Via intradérmica: inserção inferior do deltoide D
o Objetivo de conseguir acompanhar a lesão: pápula → pústula → úlcera → cicatriz.
o Pode haver formação de gânglio axilar < 3 cm, não supurativo
o Não revacinar a criança sem cicatriz

 Contraindicação / adiamento
o RN < 2 kg
o Lesão de pele extensa
o Imunossupressão
 Obs.: exposição perinatal ao HIV: vacinar RN
 Obs.: gestante que fez tratamento com imunobiológico: adiar vacina.
o RN contato domiciliar com indivíduo bacilífero
 Nesses casos fazer profilaxia primária (Isoniazida, Rifampicina)
 BCG pode falsear resultado PPD

 Eventos adversos
o Formação de úlcera > 1 cm (> 12 semanas)
o Formação de abcesso subcutâneo frio Tto: Isoniazida até regressão da lesão
o Linfadenite regional supurada

 Revacinação
o A ausência de cicatriz não indica a revacinação
o Revacinar contactante de hanseníase
 > 1 ano: se 0 ou 1 cicatriz: fazer + 1 dose
 < 1 ano: 1 cicatriz: não revacina
0 cicatriz: + 1 dose apenas se tomou vacina há mais de 6 meses

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 25


* Poliomelite
 Indicação
o Crianças < 5 anos (3 doses iniciais VIP + 2 reforços VOP)
 VOP (Zé gotinha)
o Poliovírus atenuado VOPb 1 e 3 (bivalente, 2 vírus. Sorotipos 1 e 3, do PT)
o Reforços < 5 anos, após VIP
o Efeito Adverso: pólio vacinal (raro, maior no início do esquema. Por isso, começar com VIP)
o VOP interrompe transmissão do vírus selvagem (produção de Ac no intestino)
o Contraindicações: imunodeficientes e contactantes dos imunodeficientes e hospitalizados (pode-se
eliminar vírus vacinal nas fezes). Nesses casos, o reforço é feito com VIP.
o Não revacinar se criança cuspir, vomitar ...

* VORH
 Rotavírus atenuado
 Prevenção de diarreia grave
 Aplicação
o 1° dose: até no máximo 3 meses e 15 dias
o 2° dose: até no máximo 7 meses e 29 dias
 Contraindicações
o Invaginação intestinal prévia
o Malformação intestinal não corrigida
 Obs.: nunca reaplicar !!! Se cuspir 1° dose, pode fazer 2° normalmente.

* Febre amarela
 Vírus atenuado da Febre Amarela
 Indicada em todo o Brasil (a partir de 2020)
 Indicação
o Crianças: vacinar aos 9 meses. Fazer reforço aos 4 anos.
o Toda a população (9 meses a 59 anos. Idoso pode receber vacina após avaliação individual)
o Intervalo entre doses de 30 dias
o > 5 anos
 Não vacinado: fazer 1 dose
 Vacinado antes dos 5 anos (com 1 dose): fazer 1 reforço
 Vacinado antes dos 5 anos (com 2 doses): não fazer reforço
 Vacinado após 5 anos: não fazer reforço
 Eventos adversos
o Doença neurológica
o Doença viscerotrópica (quadro grave, com falência de múltiplos órgãos, principalmente hepática)
 Contraindicações
o < 6 meses
o Mulheres amamentado crianças < 6 meses (se muito necessário, vacinar e suspender a amamentação por
28 dias e no mínimo 10 dias)
o Anafilaxia a ovo (se muito necessário, pode receber vacina no CRIE)
o Gestação (?)
o Imunodeficientes (?)
o HIV somente se CD4 < 200 ou 15%

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 26


* Tríplice viral
 Vírus atenuados do sarampo, rubéola e caxumba
 Indicação
o 1 – 59 anos
 Até 29 anos: comprovação de 2 doses é suficiente
 30 a 59 anos: comprovação de 1 dose é suficiente
 Profissional de saúde: comprovação de 2 doses
o Dose zero: dose extra feita entre 6-11 meses. Não é válida para rotina
o Respeitar intervalo com hemoderivados:
 Adiar se uso recente de imunoglobulina ou hemoderivados
 Revacinar de Ig ou hemoderivados até 2 semanas após vacinação

* Tetra viral
 Tríplice viral + vírus varicela atenuado
 Indicação
o Apenas após tríplice
o < 5 anos

* Varicela
 Indicação
o 4 – 7 anos

Obs.: indicações MS
 < 5 anos: tríplice viral + tetra viral + varicela
 5 a 7 anos: tríplice viral + tríplice viral + varicela + varicela
 < 7 anos: tríplice viral + tríplice viral

Vacinas não vivas

* Hepatite B
 Agente de superfície (HBsAg)
o Indivíduos vacinados: anti-HBs +
 Indicação
o Toda população
 Esquema
o Hepatite B nas primeiras 12 horas de vida, pode ser feita durante o primeiro mês
o + 3 doses na forma de penta: 2, 4 e 6 meses de vida
o > 7 anos não vacinados: 3 doses HepatiteB isolada (0, 1 mês, 6 meses)
o Esquemas incompletos: considerar doses prévias, completar esquema, nunca reinicia esquema vacinal
 Observações
o Mãe HBsAg + : vacina e imunoglobulina hiper-imune para hepatite B (específica para HB)
 Sorologia pós-vacinal
o Indicada para profissionais da saúde e grupos de risco
o Feita de 1-2 meses após término do esquema
 Negativa (< 10): receber 3 doses e só (se ainda negativa, não fazer mais)
o Feita 6 meses após o esquema
 Negativa (< 10): 1 dose + nova sorologia (se ainda negativa, fazer mais 2 doses)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 27


* Penta
 DTP + Hib + Hepatite B
 Indicação
o Todas crianças < 7 anos (3 doses da penta + 2 reforços DTP)

 Eventos adversos DTP


o Febre alta ou choro persistente e incontrolável (> 3 horas): continua recebendo DTP
o Episódio hipotônico-hiporresponsivo e/ou convulsão: passa a receber DTPa (CRIE)
o Encefalopatia: passa a receber DT (CRIE)

 Outras vacinas
o DTP (tríplice bacteriana celular), DTPa (tríplice bacteriana acelular) e DT (dupla do tipo infantil)
 São indicadas para < 7 anos
 DTPa: tríplice bacteriana acelular. É a recomendada pela SBP, porque provoca menos reação. No
SUS é fornecida no CRIE (centro de referência de Imunobiológicos Especiais).
 Episódio hipotônico-hiporresponsivo e/ou convulsão com DTP
 Doença convulsiva crônica
 Cardiopatias ou pneumopatias que descompensam com febre
 Doença neurológica crônica incapacitante
 RN internato na época da vacina
 RN pré-termo (< 1000 g ou 31 semanas)
 Obs.: sempre que usa DTPa no primeiro ano de vida, é obrigatório fazer reforço de Hib e HepatiteB
 DT: dupla do tipo infantil. Menos reação que DTPa.
 Feita no CRIE, em caso de eventos adversos.
 Encefalopatia com DTP
o dT (dupla do tipo adulto)
 Indicada para > 7 anos
 Reforços a cada 10 anos
 Não vacinados: 3 doses dT (0, 2 meses, 4 meses) + reforço dT 10/10 anos

o dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto)


 Indicada para gestantes com > 20 semanas (passar Ac contra coqueluche para bebe)
 Puérperas (caso não tenha vacinado quando gestante)
 Profissionais que trabalham com RN
 Obs.: se tiver condições, fazer reforço com dTpa ao invés da dT.

o Cuidado
 Penta acelular: DTPa + Hib + VIP
 Hexa acelular: DTPa + Hib + VIP + HepB

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 28


* Pneumocócica 10–valente
 10 sorotipos de Strepto pneumoniae
 Vacina conjugada
 Prevenção para DPI (doença pneumocócica invasinva – sepse, meningite) e OMA (otite média aguda)
 Indicação
o < 5 anos (2 meses, 4 meses, 12 meses)
o Pneumo-23 valente: vacina polissacarídica, não é conjugada.
 Feita para > 2 anos com comorbidades (CRIE)
 Idosos institucionalizados
o Pneumo-13 conjugada
 Recomendada pela SBP
 Feita para > 5 anos com HIV/aids, transplantes, neoplasias, desde que não tenham recebido a
pneumo-10 anteriormente (CRIE)

* Meningocícica-C
 Sacarídeo capsular (conjugada)
 Proteção para Neisseria meningitidis grupo C
 Indicação
o < 5 anos, > 5 anos se comorbidades (CRIE)
o Meningo ACWY
 Vacina conjugada, recomendada pela SBP
 MS: 11-12 anos (1 dose ou reforço)
 Pacientes portadores de hemoglobinúria paroxística noturna, que vão fazer tratamento com
eculizumabe, a partir dos 14 anos (CRIE)
 Vacinação adolescente: proteção individual + imunidade de rebanho

* Poliomelite
 VIP
o Poliovírus inativado (trivalente, 3 vírus)
o Sempre nas doses iniciais
o Até < 5 anos
o Comunicantes de imunodeprimidos: doses e reforços

* Hepatite A
 Vírus inteiro inativado
 Indicação
o Até < 5 anos
o Pelo PNI: aos 15 meses
o SBP: 2 doses aos 12 e 18 meses
o Comorbidades: 2 doses (CRIE)

* Influenza
 Composição: vírus inativado trivalente (A e B)
 Anualmente durante as campanhas (6 meses a < 6 anos, > 55 anos, profissional saúde, comorbidades)
 6 meses a 9 anos : 2 doses na primovacinação (0 – 30 dias) + reforço anual
 > 9 anos: 1 dose + reforço anual
 Depois: reforço anual
 Atenção: anafilaxia a ovo, pode receber vacina

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 29


* HPV
 Quadrivalente: 6, 11, 16 e 18
 Indicação
o Idealmente antes do início da atividade sexual
o Meninas 9 a 14 anos (< 15 anos)
2 doses com intervalo de 6 meses (0-6)
o Meninos: 11 a 14 anos (< 15 anos)

o Se vacinação feita após 15 anos


o Homens, 9 a 26 anos + HIV, imunossupressão 3 doses (0-2-6)
o Mulheres, 9 a 45 anos + HIV, imunossupressão

* Adolescentes (10-19 anos: comprovações, avaliar doses prévias)


 Hepatite B: 3 doses
 dT: 3 doses + reforço
 Febre amarela: 1 dose (reforço se dose única antes dos 5 anos)
 Tríplice viral: 2 doses
 De acordo com faixa etária específica
o HPV
o Meningo ACWY

Adolescente nunca vacinado Adulto Idoso


* 10 a 19 anos - HepB: 3 doses - HepB: 3 doses
- HepB: 3 doses - Triplice viral: de acordo com idade - dT: 3 doses + reforço 10/10 anos
- Triplice viral: 2 doses - dT: 3 doses + reforço 10/10 anos
- dT: 3 doses + reforço 10/10 anos - FA
- FA
* Para todos (conforme faixa etária) - Influenza > 55 anos - Influenza
- HPV - Pneumo 23 se institucionalizado
- Meningo ACWY

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 30


Nefro e Uropediatria
* Infecção do trato urinário

→ Conceitos iniciais
 Proliferação de agentes infecciosos em regiões do trato urinário que habitualmente deveriam ser mantidas estéreis,
o que desencadeia reação inflamatória
 Infecções frequentes na prática pediátrica (dados epidemiológicos subestimados)
o 1 – 3% das meninas
o 1% dos meninos
 Recorrência importante: investigar fatores desencadeantes, fatores de risco
 Sequelas
o HAS
o Doença renal crônica

→ Mecanismos
 Principal: via ascendente
 Exceção: no RN, pode haver ITU por via hematogênica. Mas a via ascendente continua sendo a principal causa

→ Fatores de risco
 Sexo feminino
 Ausência de circuncisão
 Obstrução urinária
o Válvula de uretra posterior (VUP)
 Malformação congênita que se caracteriza pela presença de folheto membranoso na uretra
prostática, que leva a obstrução parcial, dificultando o esvaziamento urinário.
 Pode cursar com hidronefrose fetal (geralmente bilateral), distensão vesical (bexigoma), jato
urinário fraco
 Disfunção vesical
 Constipação !!!!
 Refluxo vesicoureteral (maior FR para pielonefrite)

→ Picos de incidência
 1° pico (1° ano, principalmente nos primeiros meses de vida): meninos – anomalias trato urinário
 2° pico: meninas – controle esfincteriano
 3° pico: meninas – atividade sexual

→ Etiologia
 Escherichia coli (gram -): mais comum
 Proteus: associada ao desenvolvimento de cálculos de estruvita. Principalmente no sexo masculino
 Outros gram-negativos: Klebsiella, Pseudomonas (se manipulação do trato urinário)
 Gram-positivos: enterococos, S. saprophyticus (adolescentes sexualmente ativas)
 Vírus: adenovírus (cistite hemorrágica)

→ Quadro Clínico
 Cistite – sintomas observados em crianças maiores!
o Disúria, polaciúria, estrangúria
o Dor suprapúbica
o Incontinência urinária !!

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 31


 Pielonefrite
o Com ou sem sintomas de cistite
o Calafrios, dor lombar
o Manifestações inespecíficas
o FEBRE (até que se prove o contrário, toda criança com ITU e febre, tem pielonefrite; a cistite é considerada
um quadro afebril)

A febre pode ser a única manifestação!


ITU: principal causa de FSSL (febre sem sinais de localização) em lactentes!

→ Diagnóstico
 EAS
o Avaliação bioquímica
 Esterase leucocitária (presença de leucócitos): marcador sensível
 Nitrito (marcador da presença de bactérias gram -, que convertem nitrato em nitrito): marcador
específico
o Avaliação do sedimento
 Leucocitúria (> 5 p/c ou 10.000/ml)
 Bacterioscopia / GRAM
 Urinocultura obrigatória para diagnóstico definitivo
o Presença de bacteriúria significativa
o Jato médio: > 100.000 UFC/ml
o Saco coletor: valorizar se negativa (valor preditivo negativo)
o Cateterismo: > 50.000 UFC/ml
o Punção suprapúbica: qualquer crescimento bacteriano ou > 50.000 UFC/ml (divergência literatura)
o Cuidado com: bacteriúria assintomática
 Bacteriúria significativa sem infecção do trato urinário. Não há processo inflamatório. São
quadros autolimitados, comum em meninas em idade escolar.

→ Tratamento
 Sempre coletar urocultura antes!! Não aguardar o resultado para tratar em caso de febre!!

- Cistite (3 – 5 dias)
 Ambulatorial
o Sulfametoxazol-trimetoprim (divergência literária)
o Nitrofurantoína

- Pielonefrite (7 – 14 dias)
 Hospitalar (graves, < 3 meses)
o Ceftriaxona
o Ampicilina e aminoglicosídeo
 Ambulatorial
o Ceftriaxona IM
o Ciprofloxacina (principalmente se risco de pseudômonas – manipulação trato urinário)
 NÃO PODE: nitrofurantoina (não alcança boas concentrações no parênquima renal)

Após o tratamento: investigar fatores de risco!!!

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 32


→ Refluxo vesicoureteral (RVU)

 Primário: alteração na inserção do ureter na bexiga


o Idiopático: alteração no ângulo de implantação do ureter na bexiga. Tende a resolução espontânea (de
acordo com o grau). É a forma mais comum.
 Secundário: aumento da pressão vesical
Obs.: refluxo vesicoureteral grau III, IV, V: fazer quimioprofilaxia

→ Exames de imagem

 USG de rim e vias urinárias


o Só identifica alterações grosseiras

 Cintilografia renal com DMSA


o Cintilografia morfológica
o Fase aguda: identifica pielonefrite
o Fase crônica: identifica cicatrizes

 Uretrocistografia miccional (UCM)


o Permite diagnóstico definitivo de refluxo vesicoureteral

- Quando indicar?
 Nelson (AAP)
o 1° pielonefrite em < 2 anos: USG. Se alteração presente, UCM
o Após 2° pielonefrite: UCM sempre
 ITU confirmada
o < 2 anos: USG e UCM
o > 2 anos: USG

* Disfunção Miccional

→ Incontinência urinária
 Enurese: perda involuntária de urina durante o sono, em criança com mais de 5 anos
o Primária: nunca teve controle. Pode ser somente um amadurecimento mais lento do controle
esfincteriano.
o Secundária: teve controle por pelo menos 6 meses. Investigar por qual razão a criança deixou de ser
continente.
o Monossintomática: o único sintoma é a enurese
o Não monossintomática: outras manifestações que refletem alteração do trato urinário

 Incontinência urinária diurna


o Avaliar bexiga hiperativa
 Sintomas de urgência urinária
 Manobras de contenção (criança cruza as pernas, pressiona o períneo)
 Sempre avaliar constipação
 Considerar oxibutinina
Obs.: em geral, começa controle miccional diurno, a partir dos 2 anos de idade, e só depois o noturno. É considerado
normal que a criança tenha incontinência durante o sono até 5 anos de idade

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 33


Neonatologia Ped 03
Sem 18
* Classificação do RN
13/05/21

Idade gestacional: determinada pela DUM ou USG


EF: Capurro e Ballard (mais adequado para pré-termo)

→ Idade Gestacional
• < 37 semanas: pré-termo
o < 28 semanas: extremo
o 34 a 36 s e 6 dias: tardio
• 37 – 41 s 6 dias: termo
• > 42 semanas: pós termo

→ Peso
• < 1000 g: extremo baixo peso ao nascer
• < 1500 g: muito baixo peso ao nascer
• < 2500 g: baixo peso ao nascer

→ Peso x IG
• > p90: GIG (grande para IG)
• Entre p10-90: AIG (adequado para IG)
• < p10: PIG (pequeno para IG)

• Dica: > 37 semanas, tem que pesar ao menos 2 kg

Infecções Congênitas

* Quando suspeitar?
• RN assintomático na maioria dos casos. No final da gestação a transmissão é maior, mas a gravidade é menor
• Suspeita com doença ou sorologia materna
• RN sintomático
o Quadro antenatal
o Quadro inespecífico (visceral, ocular, neurológica, cutânea, medular) ou específico
o Sequelas
• Atenção
o IgM no RN: infecção (Ac maior, não passa pela placenta)
o IgG no RN: pode ser materna (passa pela placenta). Observar se os níveis estão aumentando ou diminuindo

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 34


* Sífilis

• Agente: Treponema pallidum


• A transmissão para o feto pode ocorrer em qualquer estágio da doença materna (1°, 2°, latente, 3°).
• Risco maior na sífilis 1ª e 2ª!

* Clínica: a maioria dos casos é assintomática!

→ Sífilis precoce (< 2 anos): manifestações inflamatórias


• Rinite sifilítica
o Treponema infecta mucosa nasal
o Obstrução nasal intensa e secreção sero-sanguinolenta
• Lesões cutâneas e mucosas
o Placas mucosas
o Condiloma plano: lesão úmida ao redor de orifícios (ânus, p.ex.)
o Pênfigo palmo plantar: lesões vesico-bolhosas, que se rompem, formando áreas de pele exposta,
descobertas. São lesões ricas em Treponema, contagiosas, necessidade de precaução de contato
o Exantema máculo-papular: lesão cutânea mais comum
• Lesões ósseas
o Periostite
o Osteocondrite / metafisite: reação inflamatória na articulação e metáfise. São lesões dolorosas, a criança
chora durante a manipulação ou movimentação
▪ Pseudoparalisia de Parrot: ↓ mobilidade devido à dor

→ Sífilis tardia (> 2 anos): sequelas


• Fronte olímpica: abaulamento do osso frontal. Periostite do osso frontal.
• Nariz em sela: afundamento da base nasal
• Rágades: sulcos (fissuras) no canto da boca
• Alterações dentárias: dentes de Hutchinson (incisivo central deformado) e molares em amora (com várias cúspides)
• Tíbia em sabre: tíbia torta, curvada (obs.: as manifestações ósseas da sífilis, só estão presentes na sífilis congênita)

* Avaliação do RN: na suspeita (clínica ou sífilis na gestante)


1. VDRL (teste não treponêmico): avalia atividade da doença e grau de lesão tecidual. Deve ser obtido do sangue
periférico (não fazer de cordão umbilical).
2. Hemograma: alterações hematológicas concomitantes, como anemia, plaquetopenia, leucopenia, leucocitose
3. LCR: avaliação de neurossífilis
o VDRL + ou
o Celularidade > 25 ou
o Proteinorraquia > 150
4. Rx ossos longos: avaliar possível osteocondrite
5. Outros: avaliação auditiva, visual, hepática, eletrólitos, RX de tórax

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 35


* Tratamento

1° Passo: avaliar tratamento materno; 2° Passo: avaliar resultados dos exames do RN

→ Tratamento adequado
• Penicilina benzatina
• Adequado para a fase da doença (dose e intervalo)
Principais

o Sífilis primária, secundária, latente recente: 2,4 milhões U, IM, dose única
o Sífilis latente tardia, indeterminada, terciária: 2,4 milhões U, IM, 1x/semana, por 3 semanas
• Tratamento iniciado em até 30 dias antes do parto
• Avaliado risco de reinfecção (parceiro portador, tratado, outros parceiros, manteve relações sexuais. Obs.: somente
a informação de que parceiro não foi tratado, não significa tratamento inadequado)
• Avaliar queda do VDRL (os títulos de VDRL permitem avaliar o grau de atividade da doença)

→ Mãe não tratada ou inadequadamente tratada


• Por definição, a criança é um caso de sífilis congênita → NOTIFICAR
• Realizar todos os exames e tratar todos os casos
• O tratamento depende dos exames:

Resultado Tratamento
LCR alterado (VDRL +/ celularidade > 25 / PTN > 150) Penicilina cristalina IV 10 dias (única que atinge SNC) !!!
Qualquer outra alteração com LCR normal Penicilina Procaína IM 10 dias OU Penicilina cristalina
RN assintomática com todos exames normais (VDRL negativo) Penicilina benzatina em dose única

→ Mãe tratada adequadamente


• Sempre solicitar VDRL

Resultado Tratamento
VDRL RN > VDRL materno em 2 diluições Exames + 10 dias de penicilina cristalina (se LCR alterado) ou procaina
VDRL RN não maior que o materno em 2 diluições EF normal: acompanhamento
EF alterado:
° VDRL reagente: sífilis (exames e tratamento – cristalina ou procaina)
° VDRL não reagente: avaliar outras infecções congênitas

Obs.: ser maior que 2 diluições: RN 1:4 e mãe 1:16


Obs.: penicilina cristalina: nos 1°s 7 dias, fazer de 12/12 horas. A partir do 8° dia, fazer de 8/8 h

→ Acompanhamento
• Teste não treponêmico (VDRL): 1, 3, 6, 12 e 18 meses
o Declinar aos 3 meses; não reagente aos 6 meses
• LCR: 6/6 meses (quando havia alteração)
• Avaliação auditiva, visual e neurológica: 6/6 meses até os 2 anos
• Teste treponêmico pode ser feito em crianças > 18 meses: confirmação retrospectiva de sífilis congênita

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 36


* Toxoplasmose congênita
• Agente: Toxoplasma gondii
• Transmissão: infecção materna aguda ou reativação em imunodeprimidas

→ Diagnóstico
• IgM; IgG
• Obs.: IgM pode ficar reagente por muito tempo (até 12 meses)
• 1° trimestre
o IgM - ; IgG + : toxo imune
o IgM +; IgG - → repetir exames (pode ser falso +) → IgM +; IgG + : toxoplasmose
o IgM +; IgG + → teste de avidez de IgG → avidez alta indica infecção há mais de 3,4 meses
o Obs.: avidez baixa não indica infecção aguda.

→ Clínica
• Coriorretinite (pode levar a cegueira)
• Hidrocefalia obstrutiva Tríade de Sabin
• Calcificações intracranianas difusas: todo o parênquima é acometido!
(na toxo, todo o parênquima é acometido)

→ Tratamento
• Espiramicina para a mãe no momento do diagnóstico (evita infecção do feto)
• Avaliar infecção fetal: USG, PCR do líquido amniótico
• Se infecção fetal: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico → apenas após 1° trimestre (divergência literária)
• Tratar todos os RN infectados
o Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico no 1° ano de vida (toxoPASmose)
o Corticoide (somente se reação inflamatória acentuada: coriorretinite grave, proteína LCR > 1g/dL )

* Citomegalovirose
• Agente: Citomegalovírus (família herpes vírus – causam infecção aguda, e permanecem no organismo na forma de
infecção latente)
• Transmissão: infecção materna aguda, reinfecção ou reativação de infecção prévia

→ Clínica
• Microcefalia
• Rash petequial / purpúrico
• Calcificações periventriculares
(Na infecção pelo CMV a calcificação circunda meu ventrículo)

→ Avaliação
• CMV na urina ou saliva do RN (primeiras 3 semanas de vida)

→ Tratamento
• Somente para casos graves
• Ganciclovir EV por 6 semanas ou Valganciclovir VO por 6 meses (alto custo)

→ Sequelas
• Surdez: a infecção por CMV congênita é a principal causa de surdez neurossensorial não hereditária na infância (“cê
me vê, mas não me ouve”)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 37


* Síndrome da Rubéola Congênita
• Agente: vírus da rubéola
• Transmissão: risco de transmissão é alto no 1° e no 3° trimestre
Para que ocorre sd da rubéola congênita, a infecção deve ocorrer no 1° trimestre

→ Clínica
• Surdez
• Catarata: reflexo vermelho ausente! (Obs.: pode ter coriorretinite em sal e pimenta)
• Cardiopatia congênita: PCA, estenose artéria pulmonar; presença de sopro ao EF (as manifestações CV são as mais
específicas)
• Síndrome (surdez) Rúbeola (reflexo alterado) Congênita (cardiopatia)

→ Tratamento
• Manejo de sequelas
• Prevenção da transmissão! O RN que nasce com rubéola congênita pode eliminar o vírus em secreções por até 1 - 2
anos.

* Varicela congênita
• A transmissão fetal pode ocorrer em qualquer momento da gestação, mas a síndrome da varicela congênita só ocorre
quando a infecção ocorre < 20 semanas de gestação

→ Clínica
• Lesões cicatriciais
• Hipoplasia dos membros
• Doença neurológica

→ Tratamento
• Manejo de sequelas

* Prevenção transmissão HIV

→ Medicações para prevenção da infecção


• AZT (VO ou IV)
o Começar na sala de parto ou < 4 horas (máximo até 48 h)
o Manter por 4 semanas
o Indicador para todos os RN expostos
• Nevirapina (VO) (associação ao AZT)
o Apenas 3 doses
o Indicações:
▪ Mãe sem antirretroviral
▪ Carga viral desconhecida ou > 1.000 no último trimestre
▪ Mãe com má adesão ao tratamento
▪ Outra IST concomitante

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 38


Icterícia Neonatal

• Icterícia fisiológica: amenta APENAS bilirrubina indireta


o Produção exagerada de bilirrubina indireta: hematócrito alto (situação de hipóxia uterina), hemácias com
meia-vida curta (hemoglobina fetal)
o Imaturidade hepática: captação e conjugação deficientes (↓ glicuroniltransferase)
o Aumento do ciclo entero-hepático: maior reabsorção no intestino devido ao aumento da circulação êntero-
hepática da bilirrubina (nos primeiros dias de vida, a criança tem um trânsito intestinal mais lento e maior
ação da enzima glicuronidase, que separa o ácido glicurônico da bilirrubina).
• Ocorre do 2° ao 3° dia de vida !!

* Provável icterícia não fisiológica


• Início < 24h ou 36h de vida
• Aumento > 5 mg/dL/dia.
• Nível elevado de bilirrubina (> 12 mg/dL à termo; > 14 mg/dL prematuro ou quando icterícia alcança zona 3 de Cramer.
A zona 3 é marcada pela cicatriz umbilical: “Passou do umbigo, sinal de perigo!”)
• Outra alteração clínica
• Icterícia persistente (por mais de 7 – 10 dias à termo; mais de 10 – 14 dias em prematuros)
• Colestase: ↑BD, colúria, acolia fecal .

* Icterícia precoce (< 24 ou 36 h de vida) = anemia hemolítica (para fins de prova)

→ Anemia hemolítica isoimune: incompatibilidade materno-fetal

• Incompatibilidade Rh
o É a mais grave.
o Ocorre quando a mãe é Rh - e o RN Rh +.
o A mãe Rh - produz Ac Anti-Rh que atravessam a placenta e destroem as hemácias fetais. Ocorre nas mulheres
sensibilizadas (multíparas).
o Mãe: Rh - : Coombs indireto + (detecta Ac Anti-Rh, indica sensibilização)
o RN: Rh +: Coombs direto + (indica Ac nas hemáticas)

• Incompatibilidade ABO
o Menos comum
o Mãe: O
o RN: A ou B
o Coombs direto + ou – (detecta Ac nas hemácias. Pode ser positivo ou negativo, porque pode ser uma doença
mais branda, por isso, o Coombs direto – não afasta incompatibilidade ABO)
o Pode acontecer na 1° gestação

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 39


→ Esferocitose hereditária Na prática não são causas comuns de icterícia precoce, mas costumam aparecer como
diagnósticos diferenciais em provas.
→ Deficiência de G6PD O coombs direto, é sempre - : o processo de hemólise não depende de Acs

→ Avaliação complementar
• BT e frações
• Hematócrito (ou Hb) e contagem reticulócitos
• Tipagem sanguínea, fator Rh
• Coombs direto no RN
• Hematoscopia: avaliação do esfregaço do sangue periférico (pouco usado na prática, mas muito comum em provas)
o Presença de esferócitos: quadro de esferocitose hereditária ou incompatibilidade ABO
o Corpúsculos de Heinz: deficiência de G6PD
• Teste do eluato: avaliação para identificar os Ac que estão ligados as hemácias

• Doença hemolítica: ↑bilirrubina indireta, ↓ hematócrito, ↑ reticulócitos


• Ex.: Mãe O, RN A, presença de esferocitos no sangue periférico, RN com Coombs direto - : pode ser esferocitose
hereditária ou incompatibilidade ABO. Sempre que tiver as duas alternativas, marcar incompatibilidade ABO, porque
é mais comum!!

* Icterícia persistente ou tardia


• Sempre avaliar bilirrubina total e frações!!
• Persistente - duração
o Termo: > 10 dias
o Pré-termo: > 14 dias
• Tardia
o Termo: após 2 - 3° dia de vida
o Pré-termo: após 3 – 4° dia de vida

→ Aumento de BI: Icterícia do leite materno (para fins de prova)


• Inicia em torno do 4º dia e permanece até a 2ª semana de vida.
• Substância no leite
• Quadro autolimitado
• Avaliar suspensão temporária do leite materno
• RN em aleitamento materno exclusivo e que permanece ictérico: existe alguma presença de alguma substância no
leite que interfere ao metabolismo da bilirrubina. Geralmente se resolve espontaneamente, mas em alguns casos, o
aumento de bilirrubina é tão alto, que é necessário suspender temporariamente o aleitamento materno (24 – 48 h).

Obs.: Icterícia do aleitamento materno exclusivo


• Início nos 1°s dias
• Dificuldade amamentação
• Aumento da perda ponderal
• Aumento ciclo êntero-hepático
• Aumentar oferta leite materno
• Não confundir com icterícia do leite materno. A icterícia do aleitamento materno ocorre entre o 2° e o 3° dia de vida,
com bebês que estão sendo mal amamentados, com baixa ingesta láctea, o que leva a diminuição do trânsito
intestinal diminuído, e aumento da circulação êntero-hepática da bilirrubina. Há perda de peso concomitante. A
conduta é corrigir amamentação.

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 40


→ Aumento de BD (colestase): Atresia de vias biliares
• Urgência diagnóstica!
• Dosar BT e BTF, pois a icterícia pode ser o único sinal precoce.
• Icterícia + sinais de colestase (colúria e acolia podem demorar a ocorrer).
• Tratamento: cirurgia de Kasai (portoenterostomia) durante as primeiras 8 semanas de vida. A cirurgia reestabelece
a drenagem biliar.
• No momento do nascimento não há problemas nas vias biliares, mas com o passar do tempo ocorre fibrose, levando a
interrupção da drenagem biliar.

* Tratamento
• O aumento da BI pode levar a encefalopatia
• Fototerapia: fotoisomerização da BI, tornando-a hidrossolúvel, o que possibilidade excreção via renal
o Indicações:
▪ Níveis elevados de acordo com os gráficos
▪ Icterícia nas primeiras 24 h de vida
▪ Bilirrubina total > 17 (não é consensual)
• Exsanguineotransfusão: retirar o sangue cheio de BB e trocar por outro sem BB. Pouco utilizado atualmente.

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 41


Ped 04
Distúrbios Respiratórios Sem 19
20/05/21
* Sempre avaliar
• História: idade gestacional; forma de parto; fatores específicos
• Clínica: desconforto respiratório (taquipneia, tiragem (retração), BAN, gemidos, cianose), evolução do quadro
• Radiografia: padrão do infiltrado, expansibilidade pulmonar

* Doença da Membrana Hialina = Síndrome do desconforto respiratório

→ Fisiopatologia
• Diminuição de surfactante alveolar
• Colapso dos alvéolos na expiração (desenvolvimento de mircoatelectasias difusas)

→ Fatores de risco
• Prematuridade: surfactante só estará presente em quantidade suficiente nos alvéolos com 34 semanas
• Diabetes materna: a insulina diminui a liberação de surfactante; assim filhos de mãe DM podem ter DMH mesmo com
mais de 34 semanas (Geralmente RN GIG) !!

→ Redução de risco
• Aumento de cortisol pelo feto (ex.: ruptura prolongada, estresse crônico. Geralmente RN PIG)

→ Clínica
• Início nas primeiras horas de vida
• Desconforto respiratório clássico: taquipneia, retrações costais, gemido, batimento de asa nasal, cianose

→ Radiografia
• Infiltrado reticulogranular difuso com formação de aerobroncograma: padrão de vidro moído
o Regiões de microatelectasias justapostas a áreas ainda insufladas - hipotransparência
difusa pontilhada
• Volume pulmonar diminuído
• Obs.: a imagem de RX demora a se formar. O diagnóstico deve ser clínico, precoce.

→ Tratamento
1. CPAP nasal (Continuous Positive Air Pressure)
• Pressão expiratória positiva contínua na via aérea: promove estabilidade alveolar, evita o colapso alveolar!!!
2. Ventilação mecânica: refratários ao CPAP, acidose respiratória, hipoxemia com CPAP, apneia persistente
3. Surfactante exógeno: via tubo traqueal (indicado quando doença bem estabelecida)
4. Antibioticoterapia: garantir que não tenha infecção porque clínica da DMH é muito parecida com PNM

→ Prevenção
• Evitar prematuridade
• Se não for possível prevenir prematuridade → Corticoide antenatal (corticoide para a gestante a fim de acelerar
maturação pulmonar do feto)
• Surfactante x CPAP
o Manter RN em CPAP e fazer surfactante de forma precoce para crianças que tem grandes chances de evoluir
para forma grave

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 42


* Sepse neonatal

• Sepse precoce: < 48 horas de vida


o Infecção via ascendente ou intraparto
o Agentes: estreptococo do grupo B (S.agalactiae), Enterobactérias
• Sepse tardia: > 7 dias de vida
o Infecção nosocomial ou comunitária
o Agentes: estafilococos (coagulase negativo e S.aureus), outros gram-negativos

→ Fatores de risco
• Bbolsa rota > 18 horas
• Corioamnionite FR para sepse precoce
• Colonização materna por GBS
• Prematuridade (FR para sepse precoce e tardia)

→ Clínica
• Pode haver período assintomático (importante para diferenciação de outras condições)
• Desconforto respiratório
• Sintomas sistêmicos
o Distermia: variação da temperatura corporal, febre ou hipotermia
o Alteração do estado de alerta (hipoativo, pouco reativo)
o Alteração cardiocirculatório
o Alteração gastrointestinal

→ Avaliação complementar
• Radiografia de tórax (na sepse precoce é igual a DMH (infiltrado reticulogranular difuso))
• Hemograma
o Neutropenia
o Relação I/T > 0,2
▪ Relação I/T (neutrófilos imaturos / neutrófilos totais)
▪ > 0,2 sugere infecção bacteriana e indica antibioticoterapia (desvio a esquerda)
• PCR: importantes para seguimento
• Identificação do agente
o Hemocultura
o Punção lombar e cultura do LCR (indicado por algumas referências)
o Urocultura (fazer se infecção tardia)

→ Tratamento
• Sepse precoce: Ampicilina + Aminoglicosídeo (Gentamicina)
o Cobertura para GBS + gram-negativos!
• Sepse tardia: o ATB depende do perfil de resistência bacteriana da UTI.
o Geralmente um agente com cobertura para staphylococcus e outros agentes.

→ Prevenção sepse GBS


• Sepse por GBS tem mau prognóstico
• Profilaxia primária: GO prescreve ATB (penicilina) antes do parto
• Profilaxia secundária: começar a tratar RN ainda assintomático
o Corioamnionite materna: exames (hemograma, hemocultura) + antibióticos
o Profilaxia intraparto indicada
▪ Inadequada: exames (hemograma, hemocultura) se < 37 semanas ou bolso rota > 18 horas ou
acompanhamento (USA)
▪ Adequada: rotina neonatal

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 43


* Taquipneia Transitória do Recém-Nascido (TTRN) / Sd do pulmão úmido

• Ocorre pelo retardo da absorção do líquido pulmonar!


• Em condições normais, as catecolaminas liberadas durante o parto sinalizam a reabsorção do líquido. Nos RN com
TTRN, essa reabsorção não ocorre.

→ História
• Ausência de trabalho de parto → cesárea eletiva
• RN a termo/pré-termo (maior risco)

→ Clínica
• Início nas primeiras horas de vida
• Desconforto respiratório leve a moderado
• Rápida resolução (< 72 h)

→ Radiografia
• Congestão hilar
• Aumento da trama vascular
• Líquido cisural; derrame
• Cardiomegalia
• Hiperinsuflação (arcos costais retificados, com espaço intercostal aumentado)

* Tratamento – suporte!
• Oxigenoterapia (baixas concentrações de O2: FiO2 < 40%)
• Suporte geral
o Aquecimento
o Suporte nutricional
• Não fazer diurético!

* Prevenção
• Evitar cesariana eletiva

* Síndrome de Aspiração Meconial

→ Etiopatogenia
• A asfixia gera eliminação do mecônio (por relaxamento esfincteriano) e aumento dos movimentos respiratórios. Assim,
tem-se presença de mecônio na traqueia, que pode ser aspirado para VA inferiores, causando obstrução expiratória,
pneumonite química e infecção secundária.

→ História
• Liquido amniótico meconial
• Sofrimento fetal
• RN termo e pós-termo - pré termo não tem mecônio na ampola retal e a peristalse não é propulsiva
• EF: impregnação de mecônio em unhas e coto umbilical

→ Clínica
• Início nas primeiras horas
• Desconforto respiratório grave
• Presença de mecônio, sofrimento fetal

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 44


→ Radiografia
• Infiltrados alveolares grosseiros
• Pneumotórax
• Volume pulmonar aumentado – arcos retificados
• aumentado – arcos retificados
→ Tratamento
1. Ventilação mecânica
2. Antibioticoterapia
3. Surfactante
o SAM consome surfactante, deve-se repor!

→ Complicação
• Hipertensão pulmonar persistente neonatal
o Resistência vascular pulmonar permanece alta após nascimento
o Mantém shunt direita → esquerda
o Cianose, diferença saturação pré e pós ductal
• Tratamento: NO inalatório

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 45


* Reanimação neonatal – cuidados na sala de parto

* 3 perguntas iniciais
1. RN a termo?
2. Respirando ou chorando?
3. Tônus adequado?

Caso as 3 perguntas sejam Sim


• Clampeamento tardio do cordão (1 – 3 minutos)
• Colo da mãe

Quando surge um Não → mesa de reanimação

→ Boa vitalidade (não / sim / sim)


• Aguardar para clampeamento
o > 34 semanas: aguardar 1 a 3 minutos
o < 34 semanas: aguardar 30 a 60 segundos
• Mesa de reanimação

→ Má vitalidade (tanto faz / não ou não)


• Clampeamento imediato
• Mesa de reanimação

* E quando tem mecônio?


• RN a termo vigoroso: colo materno!
• RN deprimido: APAS !!!
o Se necessário: VPP
o Após VPP, se necessário: aspiração traqueal

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 46


* Mãe com COVID-19
• Sintomática, contactante domiciliar ou infecção comprovada
• CD: não tem contato pele a pele. Só tem contato quando após a mãe ser higienizada, fômites trocados
• No alojamento conjunto: distância de 2 metros entre berço do RN e cama da mãe
• Não contraindica amamentação (mas usar máscara, luva)

* Triagem neonatal

→ Triagem metabólica: Teste do pezinho


• Rastreia 7 doenças (MS - SUS) (H F H F H F T)
• Deve ser feito entre o 3° e o 5° dias de vida

• Hipotireoidismo congênito: dosa TSH (está aumentado)


• Fenilcetonúria: erro inato do metabolismo da fenilalanina, acumulando fenilalanina – dosa FAL
• Hemoglobinopatia (doença falciforme): normal HbFA
• Fibrose cística: dosar IRT – tripsina imuno-reativa
• Hiperplasia adrenal congênita (a mais comum é a def. 21-hidroxilase):- dosar 17-OH-progesterona
• Deficiência de biotinidase (vitamina B): dosa atividade enzimática
• Toxoplasmose congênita

O teste do pezinho não deve ser coletado com menos de 48h de vida, pois tem-se resultados falso positivos para hipotireoidismo
e falso negativos para fenilcetonúria.
O que não é feito pelo MS?? Galactosemia e deficiência de G6PD

→ Teste da oximetria (teste do coraçãozinho)


• Tem por objetivo identificar cardiopatias congênitas críticas, ou seja, que dependem do canal arterial – fluxo pulmonar
ou fluxo sistêmico dependem do canal arterial.
• Realizado para RN > 34 semanas
• Realizado nas primeiras 24 – 48h de vida
• SatO2 MSD (pré-ductal) e um dos MI (pós-ductal)

• Normal: > 95% e ≠ < 3% entre MSD e MI


• Se alteração: repetir em 1 hora
• Mantém alteração: ECO em até 24 horas

→ Pesquisa do Reflexo Vermelho (teste do olhinho)


• Forma de rastreamento para anormalidades oculares, desde a córnea até o segmento posterior, e permite a
detecção das opacidades dos meios transparentes do globo ocular.
• Normal: achado de um reflexo vermelho brilhante, bilateral e simétrico
• Precisa ser feito até dos 2 anos para diagnóstico precoce de retinoblastoma

→ Triagem auditiva (teste da orelhinha)


• Pesquisa da emissão otoacústica pré-neural (EOA): capta as vibrações cocleares
• Avalia apenas o sistema pré-neural (surdez pré neural)
• Realizar próximo da alta hospitalar
• Crianças com alta chance de surdez, não basta o EOA, fazer outros exames

→ Triagem do frênulo lingual (teste da linguinha)


• Avalia anquiloglossia
• Tratamento: frenectomia
SBP: questiona a confiabilidade do protocolo do teste da linguinha; MS: preconiza a realização do teste da linguinha

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 47


Imunizações
- Ao nascer (bebeê): BCG + Hep B
- 2 meses (4 P): Penta + Pólio (V1P) + Pneumo-10 + VORH (piriri)
- 3 meses: Meningo-C
- 4 meses: repete 2 meses
- 5 meses: repete 3 meses
- 6 meses (recebe 6 vacinas): Penta + Pólio (V1P)
- 9 meses (camisa 9): Febre Amarela
- 12 meses (treês melhores presentes): Tríplice viral + Meningo-C + Pneumo-10
Calendário
- 15 meses (a debutante vomita tequila): Hepatite A + DTP + VOP + Tetraviral
- 4 anos (depois voceê faz vacina?): DTP + VOP + Febre Amarela + Varicela
- Influenza: campanha anual para crianças de 6 meses a 6 anos
- Adolesceência: comprovação de HepB (3 doses), dt (3 doses), triplice viral (2 doses), FA (1 dose*) + HPV + Meningo-ACWY
- Grávida: HepB (3 doses) + dTpa (> 20 sem. Obs.: fazer + 2 doses de dT se não vacinada) + Influenza
- Adulto: comprovação de HepB (3 doses), dt (3 doses), triplice viral (2 doses até 29 a, depois 1 dose), FA (1 dose) + Influenza (55 a 59)
- Idoso: HepB (3 doses), dt (3 doses), avaliar FA (dose única), influenza, PNM 23 se institucionalizado
- dT: reforço a cada 10 anos
- Vacinas podem ser simultâneas. Exceção: FA + tríplice / FA + tetra ( intervalo 30 dias)
Regras - Não há intervalo máximo entre as doses da mesma vacina!
básicas - Não reiniciar esquema !! Somente completar doses que faltam.

- BRAVO 34
° BCG - Agente atenuado e autorreplicativo
° Rotavírus - Podem causar doença semelhante a que ocorreria na infecção pelo vírus selvagem
Vacinas ° Febre amarela - Vacinas de virus vivo adm via parenteral (todas menos VOP e VORH) não podem ser feitas próximo
vivas ° Varicela da administração de imunoglobulina. As Ig permanecem muito tempo no organismo, impendindo a
° VOP ação das vacinas. Por isso, deve-se adiar a vacina por pelo menos 11 meses"
° Tríplice viral
° Tetra viral

° Hepatite B
° Polio VIP - Não causam doença
° Penta - Podem conter adjuvantes, que são substâncias imunopotencializadoras (causa reação/inflamação
Vacinas não ° Pneumo-10 local exuberante, que recruta para região um grande número de células imunes apresentadoras de
vivas ° Meningo-C antígeno)
° ACWY - São feitas via IM (para que o adjuvante tenha ação).
° HPV - Podem ser conjugadas: Pneumo-10, meningo-C, ACWY, HebatiteB
° Influenza

- Doenças comuns benignas afebril (resfriado, doença diarreica não grave, doença de pele)
- Desnutrição
Contraindi- - Alergia não grave
cações - Hospitalização (exceto VOP e VORH, devido eliminação fecal do vírus vacinal e exposição das outras crianças)
falsas - História familiar de eventos adversos
- Dose baixa de corticoide VO (para uso de corticoide tópico, inalatório e nasal, a dose não tem relevância. Não contraindicam vacinação)

Contraindi-
- Doenças moderadas ou graves
cações
- Relato de anafilaxia a dose prévia da vacina ou a algum componente (ovo – tríplice e tetra viral, FA)
verdadeiras

- Gestantes
Contraindi-
- Imunodepressão
cações
- Corticoide em doses altas (prednisona > 2 mg/kg/dia ou 20 mg/doa por > 14 dias. Após tto ser suspenso, deve-se aguardar 30 dias para
verdadeiras
fazer vacinas vivas)
para
- Obs.: mulheres em idade fértil, que recebem vacina de vírus vivo, devem aguardar 30 dias para engravidar
vacinas
vivas

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 48


Imunizações
Composição Indicação MS Contraindicação Efeitos Adversos Obs.

- Mycobacterium - < 5 anos - RN < 2 kg - Úlcera > 1 cm (> 12 sem) - Aplicação ID


bovis atenuado - Lesão de pele extensa - Abcesso subcutâneo frio - pápula → pústula → úlcera → cicatriz.
- Prevenção de - Imunossupressão - Linfadenite regional - Não revacinar a criança sem cicatriz !!
BCG formas graves de TB - RN contato domiciliar supurada - Revacinar contactante hanseníase > 1
(meníngea e miliar) com bacilífero: fazer * Tto: isoniazida até ano e < 1 ano se vacina há mais de 6
prof prim (Rifa, Isonia) regressão lesão meses

- Poliovírus atenuado - < 5 anos - Imunodeficientes - Pólio vacinal (raro, + - Interrompe transmissão do vírus
VOPb 1 e 3 - Contactantes dos comum imunodeprimidos), selvagem (produção de Ac no intestino)
VOP
- Ze gotinha imunodeficientes e por isso sempre fazer após - Não revacinar se cuspir, vomitar ..
hospitalizados VIP
- Rotavírus atenuado - 1° dose: máx 3 m e 15 d - Invaginação intestinal - Nunca reaplicar !!! Se cuspir 1° dose,
- Prevenção de - 2° dose: máx 7 m e 29 d prévia pode fazer 2° normalmente.
VORH diarreia grave - Malformação
intestinal não corrigida

- Vírus atenuado da - Crianças: 9 m - 4 a - < 6 meses - Doença neurológica (não - Intervalo entre doses: 30 dias
Vacinas vivas

Febre Amarela - População 9 m a 59 anos - Mães amamentando vacinar < 6 meses ou mães
- Indicada em todo o - Idoso: avaliação indiv. crianças < 6 meses amamentando)
Febre Brasil - > 5 anos - Anafilaxia a ovo - Doença viscerotrópica
Amarela ° Ñ vacinado: + 1 dose - Gestação ?
° 1 dose < 5 a: + 1 reforço - Imunodeficientes ?
° 2 doses < 5 a: nada - HIV: CD4 < 200, 15%
° 1 dose > 5 a: nada
- Vírus atenuados do - 1 a 59 anos - < 5 anos
sarampo, rubéola e ° Até 29 a: 2 doses - Apenas após tríplice
caxumba ° 30 a 59 a: 1 dose
° Prof. saúde: 2 doses
Tríplice
Viral

- Tríplice viral + vírus


Tetra Viral varicela atenuado

Varicela - 4 a 7 anos
- HBsAg - Mãe HBsAg + : vacina + Ig hiper-imune (específica)
- Toda população
- Vacinad:anti-HBs +
- HepB: primeiras 12 h vida (até 1° meês)
- Sorologia pós-vacinal
- + 3 doses penta: 2, 4 e 6 meses de vida
° Profissionais saúde e grupos de risco
Hepatite B - > 7 anos não vacinados: 3 doses HepB isolada
° Feita de 1-2 meses após término do esquema
(0, 1 meês, 6 meses)
Negativa (< 10): receber + 3 doses e só
- Esquemas incompletos: considerar doses prévias,
° Feita > 6 meses após o esquema
completar esquema, nunca reinicia esquema vacinal
Negativa (< 10): 1 dose + nova sorologia (ainda -, + 2 doses)
DTP (difteria, tétano, - < 7 anos (3 doses penta + - Febre alta ou choro persistente: continua DTP * DTPa (triplice bacteriana acelular)
coqueluche) + Hib + 2 reforços DTP) - Episódio hipotoênico-hiporresponsivo e/ou - Episódio hipot-hiporrespons, convuls
Hep B convulsão: DTPa (CRIE) - Dç convulsiva croênica
- Encefalopatia:DT (CRIE) - Cardiopatias ou pneumopatias
- Dç neurológica croênica incapacitante
Obs - RN internato na época da vacina
 Penta acelular: DTPa + Hib + VIP - RN pré-termo (< 1000 g, 31 semanas)
 Hexa acelular: DTPa + Hib + VIP + HepB Obs.: se usar DTPa, fazer reforço Hib e
HepatiteB
Penta
* DT (dupla tipo infantil)
- Encefalopatia com DTP
* dT (dupla tipo adulto)
- > 7 anos
- Reforço a cada 10 anos
- Ñ vacinados: 3 doses + reforço 10/10
* dTpa (tríplice bact acelular adulto)
- Gestantes > 20 semanas
- Puérperas (caso ñ vacinado gestação)
49
vivas

Thaís Teixeira Duarte 37826770807


- 10 sorotipos de - < 5 ANOS (2 4 12 meses) - Vacina conjugada
Vacinas não vivas

Strepto pneumoniae - Pneumo-23 valente: vacina polissacarídica, não é conjugada. - Prevenção para DPI e OMA
° > 2 anos + comorbidades (CRIE)
Pneumo 10 ° Idosos institucionalizados
- Pneumo-13 conjugada
° > 5 anos + HIV, transplantes, CA, desde que não tenham recebido a pneumo-
10 anteriormente (CRIE)

- Protege Neisseria - < 5 anos, > 5 anos se comorbidades (CRIE) - Vacina conjugada
Meningo-C
meningitidis grupo C

- Protege Neisseria - 11 a 12 anos (1 dose ou reforço) - Vacina conjugada


Meningo
meningitidis grupo A - Pacientes portadores de hemoglobinúria paroxística noturna, que vão fazer - Vacinação adolescente: proteção
ACWY
C, W e Y tratamento com eculizumabe, a partir dos 14 anos (CRIE) individual + imunidade de rebanho

- Poliovírus inativado - Sempre nas doses iniciais


- < 5 anos
VIP (trivalente, 3 vírus)
- Contatos imunodeprimidos: doses e reforços

- Vírus inteiro - < 5 anos


Hepatite A
inativado - Comorbidades: 2 doses

- Vírus inativado - Anualmente nas campanhas (6 m - 6 anos, > 55 anos, prof. saúde, comorb)
trivalente (A e B) - 6 m a 9 anos: 2 doses na primovacinação + reforço anual
Influenza - > 9 anos: 1 dose na primovacinação + reforço
- Depois: reforço anual

- Quadrivalente: 6, - Idealmente antes do início da atividade sexual


11, 16 e 18 - 2 doses (0 - 6 meses)
° Meninas 9 a 14 anos (< 15 anos)
° Meninos: 11 a 14 anos (< 15 anos)
HPV
- 3 doses (0 – 2 – 6 meses)
° Se vacinação feita após 15 anos
° Homens, 9 a 26 anos + HIV, imunossupressão
° Mulheres, 9 a 45 anos + HIV, imunossupressão

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 50


Crescimento Habitual Pediatria 5
* Classificação nutricional Sem. 20
28/05/21
→ MS
• Compara dados do paciente com curvas de percentil e escore-Z
• Escore Z: distância em desvio padrão da média da população (recomendado pelo MS)
• Percentil: posição na distribuição ordenada de valores
o Z-escore +3 → corresponde a percentil 99,9 o Z-escore -1 → corresponde a percentil 15
o Z-escore +2 → corresponde a percentil 97 o Z-escore -2 → corresponde a percentil 3
o Z-escore +1 → corresponde a percentil 85 o Z-escore -3 → corresponde a percentil 0,1
o Z-escore 0 → corresponde a percentil 50

Peso x Idade Estatura x Idade Peso x Estatura IMC x Idade


0 a 10 anos 0 a 19 anos 0 - 5 anos 5 – 19 anos
Escore Z > 3 Peso elevado Obesidade Obesidade grave
Escore Z > 2 Sobrepeso Obesidade
Escore Z > 1 Risco de sobrepeso Sobrepeso
Escore Z < -2 (p3) Baixo peso Baixa estatura Magreza (desnutrição moderada)
Escore Z < -3 (p0,1) Muito baixo peso Muito baixa estatura Magreza acentuada (desnutrição grave)
Obs.: Valores em cima da linha entram na classificação mais próxima do normal (só é gol quando passa da linha)

• Presença de edema nutricional: sempre desnutrição grave


• Alteração somente peso: quadro de desnutrição agudo
• Alteração peso e altura: quadro de desnutrição crônico

→ Crescimento
• Peso
o Nascimento com aproximadamente 2.500 g, 3.000 g. Perde 10% nos primeiros dias de vida.
o 1° trimestre: 700 g/mês
o 2° trimestre: 600 g/mês
o 3° trimestre: 500 g/mês
o 4° trimestre: 400 g/mês

o Duplica com 4 – 5 meses


o Triplica com 1 ano

• Estatura
o Nascimento com aproximadamente 50 cm
o 1° semestre: 15 cm
o 2° semestre 10 cm
o 2° ano: 12 cm/ano
o Pré-escolar: 7 – 8 cm/ano
o Escolar: 6 – 7 cm/ano
• Perímetro cefálico
o Nascimento com aproximadamente 35 cm. Durante o primeiro ano costuma ganhar 12 cm.
o 1° trimestre: 2 cm / mês
o 2° trimestre: 1 cm / mês
o 3° semestre: 0,5 cm / mês

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 51


* Desnutrição grave

→ Etiologia
• Desequilíbrio nutricional negativo
• Primária: pobreza, miséria, fome. Falta alimentos.
• Secundária: doença de base que promove perda anormal de nutrientes (síndromes disabsortivas...) ou aumento do
gasto energético (cardiopatias, pneumopatias...)

Kwashiorkor (- comum, + grave) Marasmo (+ frequente, - grave)


Processo ocorre de forma mais aguda, o organismo não se Processo ocorre de forma mais lenta, o organismo se adapta,
adapta, não faz lipólise, proteólise faz lipólise, proteólise
Deficiência proteica, ingestão energética normal (+ comum 2° ano) Deficiência global de energia e proteínas (+ comum 1° ano)
Edema de extremidades, anasarca Não há edema
Fisiopato: hipoalbuminemia, aumento da permeabilidade vascular
(reação inflamatória sistêmica)
Subcutâneo preservado Ausência de tecido adiposo
Hepatomegalia (pode ter esteatose) Fáscies senil ou simiesca
Hipotrofia muscular e hipotonia
Alterações de cabelo e pele Não há alterações de cabelo e pele
- Cabelo: sinal da bandeira: faixas de hiperpigmentação,
alternadas com faixas de hipopigmentação
- Pele: aspecto de pavimentação: lesões hipercrômicas
intercaladas com áreas hipocrômicas

• Kwashiorkor marasmático (forma mais grave de todas)


o Criança emagrecida com edema de extremidades
o Criança que tinha quadro de marasmo e apresentam alguma intercorrência aguda que deflagra quadro de
Kwashiorkor.

→ Tratamento hospitalar
• Internar: edema e sinais de instabilidade hemodinâmica

- Estabilização (1 – 7 dias) (evitar morte. Prevenção de alteração da homeostase – hipoglicemia, hipotermia, distúrbios
hidroeletrolíticos e infecção)
• Tratar hipotermia: aquecer, manter aquecida
• Tratar e evitar hipoglicemia: tratar VO (crianças conscientes), IV (crianças inconscientes), alimentação frequente
em curtos intervalos de tempo
• Tratar distúrbios hidroeletrolíticos
o Hidratação via oral (preferir VO mesmo que desnutrição grave, porque crianças desnutridas podem ter
disfunção miocárdica. Só fazer IV em casos de sinais de choque)
o Não repor Na (o Na está retido no intracelular)
• Tratar infecção: antibioticorepia empírica mesmo que assintomático (sempre partir do principio que criança
desnutrida é infectada)
• Dieta habitual; não hiperalimentar (risco da síndrome de realimentação: pacientes desnutridos que são
hiperalimentados desenvolvem estímulo anabólico, que leva a grande liberação de insulina. A insulina consome
vários elementos, inclusive fosfato, provocando hipofosfatemia grave, hipoK, hipoMg)
• Micronutrientes: suplementos de potássio, magnésio, zinco. Não repor ferro (pode ser usado no metabolismo de
algumas bactérias e aumentar estresse oxidativo)!
• Polivitamínicos: vitamina A (megadoses), ácido fólico.
o Deficiência de vitamina A: cegueira noturna, manchas de Bitot, ceratomalacia.

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 52


- Reabilitação (2 – 6 semanas)
• Marco inicial: retorno do apetite
• Aumento da ingesta de calorias e proteínas (catch-up)
• Suplementação de ferro
• Alta para tratamento ambulatorial

- Follow-up
• Pesagem semanal

Baixa Estatura
* Etiologia

→ Variantes normais do crescimento: saudável, mas baixa! Atingem estatura alvo! São as causas mais comuns de baixa
estatura
• Baixa estatura genética (familiar)
o Filhos de pais baixos
o Pode ser alta nos primeiros anos de vida, porque nessa fase, o potencial de crescimento tem pouca
influência genética
• Retardo constitucional do crescimento e puberdade
o Criança que tem crescimento mais lento e puberdade atrasada.
o Na infância e início da adolescência é baixa, a puberdade ocorre um pouco mais tarde, mas tem
crescimento normal. Torna-se adulto com estatura normal.

→ Condições mórbidas
• Desnutrição (causa mórbida mais comum)
o Primária: falta o alimento
o Secundária: recebem o alimento, mas tem alguma doença concomitante (ex.: doença celíaca, cardiopatia..)
• Doenças endócrinas
o Hipotireoidismo adquirido (causa endócrina mais comum)
o Deficiência de GH
o Excesso de cortisol
• Doenças genéticas
o Displasias esqueléticas (acondroplasia: baixa estatura desproporcional – alter. crescimento ossos longos)
o Síndromes cromossômicas
▪ Turner (45X0)
• Baixa estatura + atraso puberdade + pescoço alado, tórax em escudo + aumento FSH.
• Linfedema mãos e pés (RN), cúbito valgo, baixa implantação cabelo
• Maior risco de hipitireoidismo, valva aórtica tricúspide, coarctação aórtica
→ Avaliação
• Estatura atual: < percentil 3 ou Z escore < - 2 (OMS) ou < percentil 5 (NCHS)
• Velocidade de crescimento diminuída (ideal observar em pelo menos 6 meses. Normal: curva ascendente e paralela
a linha do gráfico)
• Estatura < 1 DP do canal familiar
o Masculino = altura pai + altura mãe + 13 +/- 10 (aproximadamente 1,63)
2
o Feminino = altura pai + altura mãe – 13 +/- 9 (aproximadamente 1,51)
2
• Rx idade óssea

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 53


• Obs.: idade estatural é o tamanho que a criança tem. É a idade cujo percentil 50 de estatura, corresponde a estatura
do paciente
• Sempre que diferença entre idade óssea e idade cronológica > 2 anos: existe atraso

* Obesidade

→ Etiologia
• Primária: alimentação inadequada + sedentarismo (são crianças obesas e grandes)
• Secundária: relacionada a doenças crônicas, endócrinas (são crianças obesas e baixas)

→ Como definir? IMC = peso (kg) / A (m)²

→ Classificação
• Ministério da saúde
• CDC: > 2 anos
o P85 ao p94: sobrepeso; > p95: obesidade

→ Comorbidades, avaliação complementar


• HAS
• Dislipidemia: CT, HDL, LDL, triglicérides
• Esteatose hepática: TGP
• Resistência insulínica, DM: glicemia de jejum
• Síndrome metabólica (obs: Obs.: não há definição diagnóstica de sd metabólica < 10 anos)
o 10 a 16 anos
▪ Circunferência abdominal > p90 +
▪ TGD >150 ou
▪ HDL < 40 ou
▪ HAS (> 130 x 85) ou
▪ Glicemia (>100 ou DM2)

→ Tratamento
• Planejamento dietético (alimentos saudáveis, fracionados, fazer refeições na mesa, livre de distrações)
Atividades físicas diárias, com diminuição de atividades sedentárias

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 54


Puberdade Ped 05
Sem. 21
* Adolescência 03/06/21

• Período cronológico
• Mudanças biológicas, psicológicas, sociais
• OMS: 10 a 20 anos
• Estatuto criança e adolescente: 12 a 18 anos

* Puberdade
• Caracteres sexuais
• Função reprodutora
• Aceleração e término do crescimento
• A puberdade decorre da gonadarca e da adrenarca
o Gonadarca: ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada: GnRh → LH/FSH → esteroides gonadais
(testosterona e estrogênios)
o Adrenarca: início da secreção de androgênios pela adrenal (S-DHEA)

Sexo feminino: 8 – 13 anos

Sexo masculino: 9 – 14 anos

→ Eventos puberais
• Telarca: surgimento do broto mamário (resultado da ação dos estrogênios ovarianos)
• Pubarca: surgimento de pilificação genital (nas meninas é secundário a adrenarca. Nos meninos pode ser resultado
dos androgênios liberados pela adrenal ou pelos testículos)
• Menarca: primeira menstruação. Costuma ocorrer 2 anos após o início da puberdade. Geralmente nos primeiros
anos são anovulatórios e irregulares.
• Ginecomatia: presença de tecido glandular mamário no sexo masculino. Resultado de desequilíbrio entre
androgênios e estrogênios circulantes. A ginecomastia fisiológica durante a puberdade é comum (ocorre em 70%
dos meninos que já iniciaram puberdade (> G1P1)), e pode ser uni ou bilateral, com involução espontânea em 2 a 3
anos.
• Crescimento
o Fases do crescimento
▪ Peripuberal: período que antecede a puberdade. Ocorre desaceleração do crescimento.
▪ Estirão: aceleração do crescimento
▪ Desaceleração: ocorre após “pico” do estirão
o Características
▪ Centrípeto: cresce primeiro as extremidades, e depois no tronco
▪ Distal – proximal: cresce primeiro as mãos e os pés
o Composição corporal
▪ Homem: aumento de massa magra
▪ Mulher: aumento de massa gorda (deposição de gordura no quadril)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 55


→ Tanner

- Sexo feminino (telarca → pubarca → menarca)

• M1: Pré-puberal
• M2: Telarca: surgimento do broto mamário (apenas tecido subareolar).
o 1° sinal de puberdade em meninas.
o Início da aceleração do crescimento.
• M3: Aumento da mama e aréola
o Ocorre o pico de crescimento (8 – 9 cm/ano).
o Obs.: algumas literaturas falam que esse crescimento ocorre entre M2 e M3
• M4: Duplo contorno.
o Nesse momento costuma ocorrer a menarca (2 – 2,5 anos após a telarca).
o Crescimento ainda ocorre, mas de forma desacelerada.
• M5: Mama madura

• P1: Pré-puberal
• P2: Pubarca: pelos finos somente sob os grandes lábios. É uma consequência da adrenarca
• P3: Sínfise púbica: pelos mais grossos e escuros sob a sínfise púbica
• P4: Grande quantidade: pelos com características de mulher adulta
• P5: Raiz das coxas

- Sexo masculino (gonadarca (testículo) → pênis (comprimento → diâmetro) → pelos pubianos)

• G1: Pré-puberal
• G2: Aumento testicular: medida por orquidômetro de Prader (testículo > 4 ml)
• G3: Aumento pênis (comprimento)
• G4: Aumento pênis (diâmetro): contorno da glande sobressai em relação ao contorno do pênis. Pico do
crescimento (9 – 10 cm / ano) (pico mais tardio, mas mais intenso)
• G5: Genitália adulta

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 56


• P1: Pré-puberal
• P2: Pubarca: pelos finos somente sob a base do pênis
• P3: Sínfise púbica: pelos mais grossos e escuros sob a sínfise púbica
• P4: Grande quantidade: pelos com características de homem adulto
• P5: Raiz das coxas
• P6: Pelos acendendo em direção a cicatriz umbilical

* Puberdade precoce
• Aparecimento de caractere sexual secundário e aceleração do crescimento antes dos 8 anos em meninas e antes
dos 9 anos em meninos.
• Consequências: psicossociais, perda de estatura na vida adulta (alta estatura na infância (IE > IC), mas baixa
estatura no adulto)

→ Central (verdadeira):
• GnRh dependente.
• Idiopática (90% dos casos em meninas) ou por lesão SNC ( > 50% dos casos em meninos)
o Em meninos, a principal causa orgânica é o hamartoma hipotalâmico (crises gelásticas – riso incontrolável),
seguido por neoplasias, entre outros.
o A puberdade precoce central é mais comum no sexo feminino. Quando ocorre em meninas, geralmente é
idiopática. Quando ocorre em meninos, geralmente é por lesão no SNC.
• Laboratório: ↑ LH e FSH
• Sempre isossexual
• Clínica: caracteres sexuais normais.

→ Periférica (pseudopuberdade):
• GnRh independente, ou seja, tem liberação de esteroides sexuais independente da ativação do eixo H-H-G.
• Pode ocorrer por doença gonadal, doença adrenal, uso de esteroides.
• Laboratório: LH e FSH normais
• Isossexual ou heterossexual
• Clínica: caracteres sexuais incompatíveis - sinais de virilização em meninas e volume testicular pré puberal,
assimetria testicular.

- Hiperplasia adrenal congênita


• Mutação genética que leva a deficiências enzimáticas, tendo como consequência alteração na síntese de cortisol
• Deficiência 21-hidroxilase
o Comprometimento da síntese de cortisol e de aldosterona
o Forma clássica
▪ Perdedora de sal:
• Genitália atípica (sexo feminino)
• RN com vômitos e desidratação
• Hiponatremia + hipercalemia
▪ Virilizante simples
• Genitália atípica
o Forma não clássica
▪ Laboratório: ↑ 17-OH-progesterona

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 57


→ Avaliação
• RX mão e punho para avaliação de idade osséa: IO > IC > IC
• LH, FSH
• Androgênios adrenais (se suspeita de PPP)
• RM região hipotálamo-hipofisária (se suspeita de PPC. Fazer para todos os meninos, e para meninas < 6 anos
ou que puberdade é rapidamente progressiva)
• USG pélvica / abdominal (avalia indícios de puberdade, possíveis causas secundárias (ovarianas), adrenal)

→ Tratamento
• Causa base
• Puberdade precoce central: análogo de GnRH (leuprorrelina)

* Variantes benignas do desenvolvimento puberal

→ Telarca precoce isolada


• Apenas telarca
• Pode ocorrer em qualquer idade < 8 anos, mas é mais comum nos primeiros 2 anos de vida
• CD: excluir outras causas e seguimento ambulatorial

→ Adrenarca precoce
• Liberação precoce dos androgênios que podem levar a pilificação, acne, odor axilar
• CD: excluir outras causas e seguimento ambulatorial

Menina: 8 a 13 anos (telarca → pubarca → menarca). Estirão em M3. Menarca ocorre 2 anos após telarca. Após
menarca, ainda cresce, mas com velocidade diminuida
Meninos: 9 a 14 anos (testículo > 4 cm → pelos → pênis). Estirão em G4
Puberdade Precoce Central / verdadeira Puberdade Precoce Periférica / pseudopuberdade
GnRH dependente: ativação eixo H-H-G GnRH independente: não depende do eixo
Clínica Obedece puberdade fisiológica (TPM, TPP) Não obedece puberdade fisiológica (P > 2, M1, G1)
Mais comum em meninas Sinais de virilização: pelos pubianos, acne, comedões,
odor axilar, alteração comportamento, hipertrofia
muscular, ↑ pênis, ↑ clitóris
Causa Meninas: idiopática (mais comum), história familiar + Adrenal (mais comum)
Meninos: alteração SNC (harmartomas hipotalâmicos - Hiperplasia adrenal: sem massas EF, fusão rafe
(crises gelásticas: risos desmotivados), gliomas opticos, - Tumor adrenal
inflamação, TCE, hidrocefalia, lesão vascular, Gonadal
radioterapia, asfixia perinatal) - Tumor de ovário
- Tumor de testículo
Avaliação Idade óssea, ↑ LH, ↑ FSH, ↑ estradiol / testosterona Idade óssea, 17-OHP, DHEA-S, testosterona,
Após confirmação, sempre pedir RM encéfalo andronestediona
Obs.: TSH: hipotireoidismo descompensado pode causar
PPC e ↓ velocidade crescimento (síndrome van Wyk‐
Grumbach)
Tratamento Idiopática: análogos de gonadotrofina (Leuprorrelina) Tratar causa
SNC: tratar causa

A puberdade precoce tem como maior consequência a baixa estatura, porque o estirão de crescimento começa mais cedo
e inicia mais cedo, tem o fechamento da cartilagem de crescimento antes do momento adequado.
Virilização + testículos aumentados: central
Virilização + testículos normais: periférica
Virilização + testículos assimétricos: pensar em tumor testicular

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 58


Aleitamento Materno Pediatria 2
Sem. 13
* Recomendações atuais 06/04/20
• Aleitamento materno exclusivo por 6 meses
• Aos 6 meses: alimentação complementar
• Aleitamento materno exclusivo: leite materno (LM) (ou leite humano (LH) de outra fonte - pasteurizado) e nada
mais!
o Pode: medicações, vitaminas, minerais.
• Aleitamento misto: leite materno + outro tipo de leite
• Aleitamento materno predominante: leite materno + líquidos (chás/sucos)
o Nunca deve ser recomendado! Diminui aporte de leite, risco de contaminação.
• Aleitamento materno complementado: leite materno + alimentos sólidos / semissólidos
o Manter leite materno até 2 anos no mínimo!!

Obs.: criança < 1 ano: não fornecer suco de fruta! Somente fruta!!

* Composição do leite

→ Diferenças nutricionais

Leite Humano Leite de vaca


Menos proteína (menor sobrecarga de solutos renais) ~ 3 vezes mais proteínas
Menor percentual de caseína (mais proteína do soro, que é Maior percentual de caseína (menos proteína do soro)
facilmente absorvida)
Proteína do soro: Alfa-lactoalbumina Proteína do soro: Beta-lactoglobulina
(proteína p/ o bezerreiro)
Menos eletrólitos (principalmente sódio) Mais eletrólitos
Mais lactose (glicose + galactose) (o excesso de lactose Menos lactose
proporciona fezes mais amolecidas)
Mais gordura (colesterol, LC-PUFA (ARA/DHA): ↓ risco Menos gordura, gorduras diferentes
de DLP futura, e favorece formação retina e término da
mielinização do SNC (LC-PUFA))
Ferro: > biodisponibilidade devido a presença de Ferro: < biodisponibilidade (quantidade parecida)
lactoferrina (se liga ao ferro e libera no intestino)
Menor sobrecarga renal, maior digestibilidade, menos Maior sobrecarga renal, menor digestibilidade, mais
alergênico alergênico

→ Fatores protetores (não podem ser reproduzidos em laboratório)


• Imunoglobulina (IgA secretória específica)
• Lisozima, que aumenta a partir dos 6 meses de lactação (enzima que faz a lise, destrói microrganismos, bactericida)
• Lactoferrina (se liga ao ferro, que é importante para metabolismo de muitas bactérias. Assim, tem ação
bacteriostática)
• Fator bífido (glicoproteína usada no metabolismo da flora saprófita)
• Lactoperoxidase (ação bactericida)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 59


→ Modificações no leite

- Durante a lactação
• Colostro (~ 3° e 5° dia de vida da criança): mais proteínas e eletrólitos. Rico em vitamina A (vitamina lipossolúvel
que confere tom amarelado)
• Leite intermediário (~ 5° ao 10 dia de vida da criança)
• Leite maduro (~ a partir do 10° dia de vida da criança): mais lactose e gordura
- Durante a mamada
• Leite anterior
• Leite posterior: mais gordura, garante saciedade e ganho de peso
• Orientar: manter o bebê na mesma mama até esvaziar. Se o bebê parar de mamar antes de esvaziar, começar com a
que parou até esvaziar.
- Durante o dia
• Aumenta a gordura

A gordura sempre aumenta: do colostro pro leite maduro, do anterior pro posterior e ao longo do dia.

* E na ausência materna?

• Leite humano ordenhado (LHO)


o 12 horas na geladeira
o 15 dias no freezer ou congelador

• E na impossibilidade do LM?
o Fórmula infantil ($$)
o Quando inevitável: leite de vaca
▪ Criança < 4 meses: diluído + óleo
▪ Criança > 4 meses: não diluído (leite puro)

* Técnicas de amamentação

→ Posicionamento
• Criança bem apoiada
• Cabeça e tronco no mesmo eixo
• Corpo próximo ao da mãe (“barriga com barriga”)
• Rosto de frente para a mama

→ Pega
• Boca bem aberta
• Lábio inferior evertido
• Aréola mais visível acima da boca
• Queixo toca a mama

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 60


* Queixas comuns

→ Fissuras
• Corrigir técnica (as fissuras ocorrem quando a criança abocanha o mamilo e não a aréola)
• Mudança de posição
• Ordenhar antes da mamada: desencadear o reflexo de ejeção e liberação de ocitocina. Quando o bebê começa a
mamar já tem leite
• Aplicação do leite (?)

→ Igurgitamento (grande aumento do volume da mama)


• Mama aumentada, difusamente hiperemiada, pele com aspecto brilhoso
• Livre demanda com técnica correta (esvaziar a mama)
• Ordenhar antes (aréola distendida prejudica a pega)
• Esvaziar as mamas: fazer ordenha após a mamada
• Compressas frias / crioterapia

→ Mastite
• Hiperemia, edema, dor, em região mais localizada da mama
• Esvaziar mamas
• Livre demanda com técnica correta
• Se infecção associada (ausência de melhora com esvaziamento da mama, sintomas sistêmicos): antibioticoterapia
com cobertura para S. aureus
• Em casos que evoluem com formação de abscesso: drenagem.
o A permanência da amamentação concomitante a formação de abcessos é controversa

→ “Leite fraco”
• Avaliação objetiva
o Ganho ponderal
o Não considerar choro
• Se ganho ponderal satisfatório: manter aleitamento materno exclusivo e avaliar técnica correta
• Se ganho ponderal inadequado: em um primeiro momento, manter aleitamento materno exclusivo. Avaliar técnica
(livre demanda, esvaziamento das mamas)!

* Contraindicações

→ Doenças maternas
• Absolutas
o HIV
o HTLV
• Relativas
o Herpes simples (contato direto com lesão)
o CMV quando RN nascido < 30 semanas
o Psicose puerperal grave (controverso)
o Uso regular de substâncias (uso eventual, a amamentação deve ser suspensa somente por um tempo
específico após o uso, de acordo com cada substância. Consultar manual MS)
o Varicela por 5 dias antes ou 2 dias após o parto

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 61


• Não contraindicam
o Tuberculose (RN recebe quimioprofilaxia primária e não recebe vacina BCG).
Obs.: Tuberculose multirresistente e mastite tuberculosa contraindicam amamentação!
o Hepatite B (RN recebe vacina e imunoglobulina)

→ Doenças do lactente
• Absolutas
o Galactosemia: erro inato no metabolismo da galactose. A criança só pode receber fórmula sem lactose (a
base de soja)
• Relativa
o Fenilcetonúria: leite materno + fórmula sem FAL (fenilalanina)

→ Uso de medicamento
• Absolutas
o Amiodarona!!! (bebê pode desenvolver hipotireoidismo)
o Imunossupressores e citotóxicos
o Radiofármacos (contraindicação temporária durante meia vida)
o Linezolida e Gangiclovir

Diarreia Aguda

* Definição
• Diarreia: evacuações amolecidas, líquidas, > 3 evacuações/dia ou mudança no padrão habitual (importante para
definição de diarreia em crianças).
• Aguda: até 14 dias
o Até que se prove o contrário, a diarreia aguda na criança tem etiologia infecciosa – autolimitada.
• Persistente: 14 a 30 dias
• Crônica: > 30 dias

* Complicações da diarreia aguda


• Desidratação
• Desnutrição (diarreia predispõe a desnutrição e a desnutrição predispõe a diarreia)

* Formas clínicas
• Diarreia aguda aquosa: diarreia
• Disenteria: diarreia + sangue, pus, muco

→ Mecanismos
• Osmótica: acúmulo intraluminal de solutos (não absorvidos, digeridos).
o Melhora com jejum
• Secretória: secreção ativa de eletrólitos pelo enterócito
o Mantida no jejum
• Invasiva: inflamação, invasão da mucosa colônica, leva a menor absorção

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 62


* Etiologia diarreia aquosa (etiologia viral (principalmente) ou bacteriana até que se prove o contrário)

→ Rotavírus
• Mecanismo osmótico: causa achatamento das vilosidades, ↓ dissacaridase (no ápice das vilosidades intestinais há
enterócitos maduros, que secretam as dissacaridases, como a lactase. Na infecção pelo rotavírus, tem-se o
achatamento desses vilosidades, com consequente diminuição no número de enterócitos maduros e redução da
secreção das dissacaridades. A criança, que geralmente consome muito leite, passa a apresentar uma deficiência
de lactase. Não se deve manter as crianças em jejum, pois é a presença de alimentos no lúmen intestinal que
estimula o crescimento e a regeneração das vilosidades e amadurecimento dos enterócitos)
• Mecanismo secretor: secreta enterotoxina NSP4
• Clínica: diarreia aquosa + vômitos (geralmente 1° manifestação)
• Causa de doença diarreica grave em < 2 anos (imaturidade imunológica – vacina rotavírus).
Obs.: algumas literaturas: rotavírus ainda é a principal causa de doença diarreica grave em crianças (cenário tem
mudado com uso da vacina)
• Bebês ~ até 3 meses: não apresentam quadro graves (provavelmente por ainda possuírem Ac maternos)

→ Outros vírus: norovírus


• Surtos de doença diarreica

→ E. coli
• E. coli enterotoxigênica
o Principal causa de diarreia bacteriana
o Comum em países subdesenvolvidos: diarreia do viajante (turista)
• E. coli enteropatogênica
o Pode levar a quadros de diarreia persistente, principalmente em crianças pequenas, < 2 anos

→ Vibrião colérico
• Não é bactéria endêmica no Brasil. Normalmente acontece em surtos, relacionadas a grandes tragédias ambientais
• Diarreia bastante grave: mecanismo secretor (toxina que leva a grande perda de eletrólitos, pode levar a óbito em
poucas horas por desidratação: fezes em aspecto de água de arroz)

→ Parasitas: giárdia
• Percentual pequeno dos episódios de diarreia aguda

* Etiologia disenteria (infecção bacteriana: qualquer agente que causa disenteria pode causar apenas diarreia aquosa. Mas
agentes que causam diarreia aquosa não causam disenteria)

→ Shingella
• Principal causa de disenteria no Brasil
• Clínica (mecanismo invasor): evacuações sanguinolentes, febre, dor abdominal, tenesmo, manifestações
extraintestinais
o Sintomas neurológicos (convulsão)
o Síndrome hemolítica-urêmica (SHU)
▪ Clínica (tríade): IRA + plaquetopenia + anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos no SP)
▪ Lesão endotelial que leva a formação de microtrombos no capilar glomerular. Ocorre normalmente
em lactentes (0-2 anos).

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 63


→ Campylobacter
• Síndrome de Guillain-Barré
o Polirradiculopatia desmielinizante aguda (Ac formados contra o Campylobacter reagem contra estruturas
da bainha de mielina, levando a desmielinização dos nervos periféricos)

→ E.coli
• E.coli enteroinvasvia
• E. coli êntero-hemorrágica / e. coli produtora de toxina shiga / STEC:
o Causa disenteria sem febre
o Síndrome hemolítica-urêmica (SHU o157:H7) (a E.coli causa mais SHU que Shingella!!)
o O uso de antibiótico aumenta o risco de desenvolvimento de SHU

→ Salmonela
• Em geral não são quadros importantes, mas podem cursar com bacteremia (5% dos casos), o que pode ser grave em
indivíduos com hemoglobinopatia S, imunodeprimidos, < 3 meses.
• Nesses pacientes: solicitar coprocultura

→ Parasita
• Entamoeba histolytica

* Tratamento
• Prioridade: prevenção e tratamento da desidratação
• Soluções glicossalinas orais
o Soro caseiro (40 – 50 meq/l)
▪ 1 medida rasa de sal + 2 medidas rasas de açúcar em 01 copo cheio de água limpa. É útil para
manter crianças hidratas, e não para hidratar.
o Solução de reidratação oral – SRO
▪ Padrão (311 mOsm/l)
▪ Osmolaridade reduzida: mais recomendada atualmente (245 mOsm/l)
• Soluções cristaloides EV (SF 0,9%)

→ Avaliação da hidratação

Desidratação grave Desidratação Sem desidratação


Tratamento Plano C Plano B Plano A
Condição Letárgica Irritada
(estado neurológico) (choque hipovolêmico)
Sede Incapaz de aceitar água Sedenta (bebe líquido com avidez)
Olhos Fundos ou muito fundos Fundos
Sinal da prega Desaparece muito lentamente Desaparece lentamente (<2 seg) Não tem sinais
(pinçamento longitudinal (> 2 seg) suficientes
na parede abdominal)
Pulso Muito fraco, ausente Rápido, fraco
Lágrimas Ausentes Ausentes
Enchimento capilar > 5 segundos 3 – 5 segundos
Perda Peso > 9% 3 – 9% < 3%
* A criança deve preencher ao menos 2 critérios para o diagnóstico

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 64


→ Plano A
• “Manter hidratação”
• Aumentar a ingesta hídrica (soluções caseiras)
• Após cada evacuação diarreica:
o < 1 ano: 50 – 100 ml soro caseiro ou SRO
o > 1 ano: 100 – 200 ml soro caseiro ou SRO
• Manter dieta habitual (Obs.: após melhora do quadro diarreico, adicionar 1 refeição/dia por 14 dias)
• Orientar sinais de gravidade
• Zinco (10 dias ou 10-14 dias): reduz gravidade do episódio e risco de recorrência
→ Plano B
• “Criança deve ficar na unidade de saúde até se reidratar”
• TRO – Unidade de saúde
o Solução de reidratação oral
o Volume: 75 ml/kg em 4 horas (50 – 100 ml/kg em 4–6 horas ou 3-4 horas)
• Alimentação: manter aleitamento materno
• Reavaliação frequente
• Hidratada: alta com plano A (com SRO)

→ Plano C
• Hidratação venosa com SF 0,9%: 100 ml/kg

> 1 ano: executar < 1 ano: executar CDC: 20 ml/kg


plano em 3 horas plano em 6 horas
30 ml/kg 30 minutos 1 hora
70 ml/kg 2 h 30 min 5 horas

• TRO tão logo seja possível


• Reavaliação após 3 – 6 horas
• Hidratada: alta com plano A (com SRO)

→ Antimicrobianos (disenteria + comprometimento estado geral)


• Shigelose: Ceftriaxona IM ou Ciprofloxacina (menos usada)
• Salmonela com fator de risco (hemoglobinopatia S, imunodeprimidos, < 3 meses)
• Cólera: Azitromicina

→ Outras medidas
• Antieméticos: não recomendados
o Obs.: ondasetrona no plano B (01 dose antes de iniciar plano – muito bom na prática)
• Probióticos: avaliar? (encurta duração do quadro com etiologia viral)
• Racecadotrila (tiorfan)?

- Na diarreia persistente (> 14 dias)


• Avaliar redução de lactose
• Obs.: intolerância a lactose
o A lactose não digerida, causa além da diarreia, sua fermentação no cólon, levando a formação de ácidos
orgânicos e gases (metano/H2), o que desencadeia quadro de flatulência, distensão abdominal, fezes
explosivas, hiperemia perianal (fezes ácidas)

Thaís Teixeira Duarte 37826770807 65

Você também pode gostar