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As Grandes Navegações PDF

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As Grandes Navegações:

No início do século XIV, as informações geográficas e náuticas eram restritas quase que
inteiramente a Europa. A Igreja Católica, por exemplo, é quem detinha todo o
conhecimento científico durante a Idade Média.

O cenário só começou a mudar quando os portugueses começaram a estudar o


conhecimento e técnicas dos povos antigos que velejavam, aperfeiçoando seus
instrumentos e adaptando-os para alto-mar. Com isso, conseguiram chegar a Ásia,
África e América.

Esse processo de expansão marítima e comercial iniciado na Europa, mais


especificamente pelos portugueses que lideraram o movimento, foi seguido pelos
espanhóis e outras nações que entraram em contato com outros povos e culturas
distintas, possibilitando a colonização e trocas de mercadoria.

Um Mundo Desconhecido:

Como já dito anteriormente, até o início do século XIV o conhecimento era bastante
limitado, viajar para lugares distantes era raro, e para fora do continente europeu era
quase inimaginável. O mais longe que os comerciantes iam era até as margens do
Mediterrâneo próximo ao norte da África (Estreito de Gibraltar) ou nos limites da
fronteira com a Ásia. Quando Marco Polo viajou até a China no século XIII, ficou
famoso em todo o continente por ter publicado seus relatos.

As viagens marítimas dos europeus eram limitadas a mares fechados ou à costa dos
oceanos por conta da falta de tecnologia e do imaginário herdado do
medievo/antiguidade. Acreditavam em seres fantásticos e fantasiosos, gigantes
habitando o “Mar Tenebroso” que destruíam as embarcações e comiam suas almas,
sereias que encantavam e assassinavam. Também achavam que no extremo sul do
oceano, a terra era plana e as embarcações cairiam num abismo de fogo.

O Empreendimento Português:

A situação começou a mudar a partir do século XV com a conquista de Ceuta (1415)


pelos portugueses, um importante centro comercial e militar dos muçulmanos. Essa
conquista foi um divisor de águas para o expansionismo português. Após a conquista,
os portugueses obtiveram a notícia de um reino africano localizado no sul do Saara,
que seria muito rico em ouro (época do Mercantilismo), era o Reino do Mali. Com isso,
Portugal iniciou uma série de tentativas para conquistar e subjugar esse reinado e
extrair suas riquezas.

O processo expansionista pode ser dividido em duas fases: 1ª – Conquista da costa


atlântica da África, começando em 1415-18 até 1487 quando contornaram o extremo
sul do continente africano. 2ª – Era das Grandes Navegações, quando a frota
portuguesa liderada por Vasco da Gama (1498) chegou às Índias.

A chegada às Índias por um caminho marítimo era muito importante para os


portugueses, porque depois da conquista de Constantinopla pelos turcos (1453), o
comércio se tornou um problema para os europeus. Dominaram o Mediterrâneo
oriental e passaram a cobrar altos impostos das caravanas que iam em direção à
Europa carregadas de produtos/especiarias.

Para chegar as fontes da mercadoria (a Ásia), comerciantes e navegantes europeus


buscaram novos caminhos para chegar ao Oriente. Foi quando o navegador genovês
Cristóvão Colombo convenceu os Reis da Espanha a financiarem uma expedição para
as Índias. Em agosto de 1492 iniciou-se a viagem que chegou “acidentalmente” ao
Novo Mundo, na América Central. Porém acreditavam ter chegado às Índias, daí vem o
nome “índios”.

Pode-se considerar que A Era das Grandes Navegações terminou por volta do séc. XVII,
quando as rotas de comércio já estavam bem estabelecidas e as regiões interligadas.

O Avanço dos Saberes Naúticos:

A construção de navios destinados a navegação em alto-mar era algo recente em


Portugal no século XV, os navios usados até então eram barcas pesadas destinadas à
pesca. Isso só mudou a partir da conquista de Ceuta em 1415 e com a expansão
territorial portuguesa. Incentivados pela coroa, estudiosos de cartografia, astronomia
etc. recuperaram informações náuticas de povos antigos (egípcios, fenícios, gregos).
Essa iniciativa proporcionou a criação das cartas de navegação.

Caravelas e Naus
A caravela foi uma novidade na época, era leve e apropriada para navegação.
Impulsionadas pelo vento, podiam fazer 250km por dia. Porém tinham desvantagens,
por serem pequenas não tinham tanto espaço para provisões e escravizados. Por isso,
em viagens longas, era utilizada apenas como auxiliar da Nau. As naus eram maiores e
mais espaçosas, podiam ter 3 ou 4 andares, levava uma quantidade maior de pessoas e
carga, suportando até os canhões. Quando voltavam de suas expedições, os
portugueses traziam consigo, além de especiarias, africanos escravizados vendidos na
costa da África. Desde metade do séc. XV os portugueses comercializavam seres
humanos, esse comércio deu início ao tráfico em grande escala que durou até o séc.
XIX.

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