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Slides de Aula - Unidade II PROJETOS E PRATICAS DE AÇÃO PEDAGOGICA EF
Slides de Aula - Unidade II PROJETOS E PRATICAS DE AÇÃO PEDAGOGICA EF
Slides de Aula - Unidade II PROJETOS E PRATICAS DE AÇÃO PEDAGOGICA EF
Projetos e Práticas de
Ação Pedagógica –
Ensino Fundamental
Profa. Walkiria Rigolon
Nesta unidade II
Fonte: http://tecla.pt/index.php%3Ft=training&key=concecao-e-gestao-de-
projetos-de-intervencao-social. Acesso em 03/08/2018.
Caso I – Assumindo uma turma de alfabetização
Luíza sempre dava ditado das palavras trabalhas, porém a maioria não se saia
bem, investia muito no treino caligráfico e ortográfico, mas sem resultado.
A coordenadora pedagógica, logo após a primeira semana de aula tirou uma
licença prêmio que emendou com as férias de julho, quando voltou visitou cada
uma das classes para saber do nível de aprendizagem dos alunos e pediu
cadernos de alguns alunos e também o diário de classe dos professores.
Após ter analisado os materiais da professora Luíza, ela a chamou para conversar
e perguntou para ela como os alunos estavam. Luíza então respondeu que a
turma não avançava, que as crianças eram muito imaturas, só queriam brincar e
que apesar das inúmeras atividades que ela ofertava
diariamente. Depois que a professora concluiu sua fala, a
coordenadora pedagógica perguntou se ela já tinha feito a
sondagem das hipóteses de escrita e ela respondeu que
não e admitiu que não sabia fazer.
Sondagem das hipóteses de escrita
Por que a coordenadora solicitou que ela lesse a “Psicogênese da língua escrita”?
Luíza, achava a leitura do texto do livro muito difícil. Na verdade ela não estava
acostumada a realizar leitura de textos acadêmicos e por isso, a impressão que
ela tinha era de que a leitura não fluía, ler parecia ser um exercício muito
exaustivo. Mas a coordenadora todos os dias a chamava e perguntava o que ela
havia lido e retomava alguns trechos, explicava algumas partes e assim, devido a
este apoio que ela teve, ela conseguiu ler todo o livro.
Terminada a leitura a coordenadora pediu que ela fizesse uma sondagem das
hipóteses de escrita da turma. Luíza fez e ficou muito abismada quando descobriu
que as hipóteses silábicas dos 34 alunos eram as seguintes:
3 eram pré-silábicos;
11 silábicos sem valor sonoro
14 silábicos com valor sonoro
6 eram silábicos-alfabéticos
Continuando...
Foi bem difícil para Luíza abrir mão das atividades que estavam bem cristalizadas
em sua matriz pedagógica. Ela tinha a impressão de não saber fazer mais nada,
entendia como as crianças construíam a escrita, devido ao estudo da
“Psicogênese da língua escrita”, todavia não conseguia identificar um método que
desse conta de ajudá-la a mudar sua prática pedagógica.
De qualquer forma, Luíza aos poucos foi fazendo amizade com a professora Rita,
que também tinha um primeiro ano. Rita já trabalhava há muitos anos como
alfabetizadora e já tinha feito muitos cursos sobre alfabetização. Com a ajuda de
Rita, Luíza ia conseguindo aos poucos produzir atividades que estavam em
consonância com a concepção construtivista de
alfabetização, mas seguia ainda oferecendo algumas das
atividades anteriores.
Continuação
Luíza se incomodava muito pelo fato dos alunos escreverem com muitos “erros”.
Ela ainda não tinha ainda muita paciência e nem o conhecimento necessário para
realizar as intervenções pedagógicas necessárias para que todos avançassem.
Como ela queria evitar que os alunos escrevessem errado, então sempre depois
das atividades, Luíza passava na lousa uma lista com as palavras trabalhadas,
para que todos copiassem, isso a fazia se sentir melhor, embora que do ponto de
vista da alfabetização, por exemplo, das crianças pré- silábicas ou silábicas sem
valor sonoro, o registro da escrita “correta” não fazia sentido algum.
A professora sentia necessidade de corrigir, para que o
erro não se repetisse novamente, ela acreditava que se a
correção não fosse feita, ela poderia passar o resto da
vida escrevendo errado.
Continuação
Na reunião de país, muitas mães vieram comentar que seus filhos e filhas
estavam mais interessados em escrever, estavam sempre perguntando qual era
a letra quando tinham dúvida e no caso do Julinho, que antes chorava muito todos
os dias para não ir à escola, agora já ia sem chorar.
Luíza não esperava por esses relatos e ficou feliz, parecia que seu trabalho
estava mesmo dando frutos que já eram percebidos pelas famílias dos alunos.
O reconhecimento é sempre o melhor incentivo.
Luiza ficou sabendo que haveria um curso sobre
alfabetização e decidiu se inscrever, assim ela poderia
avançar mais em seu conhecimento sobre este processo
e procurar mais alternativas de ajudar seus
alunos a avançarem.
Continuação
Outro aspecto importante foi o fato de Luíza ter adquirido o hábito de ler para
estudar. Antes ela lia muito os livros de literatura infantil que usava em sala de
aula, lia notícias e revistas em geral. Mas, artigos científicos, livros, revistas
especializadas e pesquisas não faziam parte de seu universo leitor.
Neste sentido, ela passou a ler para estudar, procurava as indicações
bibliográficas que a coordenadora pedagógica lhe passava, lia os livros
destinados aos professores que havia na escola, procurava na internet as leituras
indicadas no curso que havia feito. Enfim, ela queria aprender cada vez mais
sobre alfabetização, competência leitora e escritora, sobre leitura e muito mais.
Interatividade
Então Luíza pediu auxílio sobre como poderia realizar agrupamento produtivos,
que pudessem favorecer o avanço de todos os seus alunos.
Foi quando uma professora que havia feito o curso com ela lhe explicou como
trabalha com as duplas produtivas em sala de aula.
Ela explicou que as duplas deveriam ser formadas de acordo com o tipo de
atividade que seria proposta: de escrita, de leitura ou de produção de texto.
A amiga da Luíza explicou que quando a atividade for de leitura, é importante que
as duplas sejam organizadas com alunos que tenham hipóteses de escrita
próximas, ou seja: silábico com valor sonoro + silábico sem valor sonoro; silábico
com valor sonoro + silábico-alfabético e assim por diante, quer dizer que no
agrupamento para atividade de leitura é preciso garantir que, pelo menos um
aluno da dupla tenha uma hipótese com valor sonoro, pois se agruparmos dois
alunos pré-silábicos eles não terão como tentar realizar a leitura.
No caso da atividade de escrita é importante que o
agrupamento também seja realizado com estudantes que
tenham hipóteses próximas, caso contrário, o par mais
avançado acabará realizando a atividade sozinho e
assim, o outro não terá tempo de refletir sobre que letra
usar, em qual ordem colocar as letras etc.
Os agrupamentos produtivos no processo de alfabetização
Luíza estava cada vez mais envolvida com a aprendizagem de seus alunos, aos
poucos ela estava alterando sua prática pedagógica. Nem tudo que ela tentava
dava certo, mas o mais importante era o fato dela não desanimar e de agora
acreditar na capacidade de todos os alunos aprender.
Ela ia para o trabalho cada vez mais animada, gostava muito de compartilhar
suas experiências com seus pares, sua coordenadora e até nas reuniões de pais
ela explicava de forma simples o trabalho que vinha realizando com seus alunos.
Interatividade
A professora Luísa que havia começado o ano muito insegura, por uma série de
motivos. Ela estava enfrentando muitos desafios: desemprego do marido,
mudança de bairro, nova escola além de ter de atuar como alfabetizadora, algo
que nunca havia feito.
Contudo, apesar dos conflitos, das tensões e contradições enfrentadas, ela com o
apoio da coordenadora pedagógica e de professoras mais experientes ela ousou
mudar. Investiu no estudo para poder se apropriar de uma nova concepção de
ensino, de aprendizagem, de alfabetização etc.
Questões para reflexão: