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Feedback Na Palma Da Mao
Feedback Na Palma Da Mao
Feedback Na Palma Da Mao
na palma
da mão
Aprendizagem
de fato. 2
Vamos começar esse texto com um rápido estudo de caso. Considere, por favor,
a situação abaixo.
Diz um gerente: “Ernesto, queria dar um feedback para você. Vou fazer isso
como um colega, como um par. É sobre o Jaime, seu funcionário. Ontem, em
uma discussão do novo projeto da fábrica, ele se recusou a adotar a nossa nova
proposta, mas fez isso de uma forma bem confusa e atrapalhada. Olha, me parece
que ele organiza mal as ideias. Sei que o Jaime é nossa interface há mais de um
ano, mas realmente queríamos que você pensasse em outro profissional para
fazer parte do nosso time no projeto da fábrica. Pode ser?”
Como você acha que o Jaime, o personagem central do caso, se sentirá quando
souber o que aconteceu? Provavelmente, ele passará por alguns estágios muito
pouco produtivos:
Claro, de modo diferente do que o caso narra, em inúmeras outras situações nas
empresas o feedback até acontece. Mas aí cometemos uma série de outros erros (que
esse texto irá explorar mais adiante), que também provocam consequências negativas.
Resumo da ópera: caro leitor, pode fazer uma pesquisa com seus colegas de
trabalho sobre o feedback. Pouco gostam de dar, muito poucos gostam de
receber. Feedback é triste e erroneamente visto como sinônimo de confusão e
desconforto, prenúncio de conflitos, ou um conceito ardiloso para disfarçar uma
má notícia.
Aprendizagem
de fato. 3
Mas a culpa não é do feedback. Nós é que utilizamos mal a ferramenta e não
entendemos o seu enorme valor.
Veja bem, a cada momento da sua vida, você provavelmente sabe o que fez ou falou,
mas não conhece o impacto disso em outra pessoa. O feedback é essa revelação.
O feedback é um instrumento cotidiano de desenvolvimento. Ele abre canais de
aprendizado recíprocos. Ele cimenta relações verdadeiras e autênticas. E é um
instrumento essencial para equipes atingirem melhores resultados!
Por tudo isso, vale muito entender como praticar o feedback corretamente e
que erros evitar! Conduziremos esta reflexão por meio de 5 pontos essenciais,
organizados em um conceito da Atingire chamado de “Feedback na Palma da
Mão”:
Foque em comportamentos
2 3 Elogie,
específicos, que alavancam 4 praticando
o desenvolvimento da também o
pessoa e impactam os feedback de
resultados do negócio. reforço!
5
1
Aprendizagem
de fato. 4
Foque em comportamentos
específicos, que alavancam o
1 desenvolvimento da pessoa e
impactam os resultados do negócio.
Esse talvez seja o mandamento mais consagrado da prática do feedback: foque
em comportamentos específicos!
Mas muita gente a partir daí assume que o feedback deve forçosamente falar sobre
“gaps”, sobre comportamentos com impacto negativo, que precisam ser corrigidos.
Essa é, aliás, uma eterna discussão em liderança: vale mais corrigir “defeitos” ou
potencializar qualidades?
Vale explicar com um exemplo: uma pessoa bastante criativa, que aprendesse
a estruturar melhor suas ideias, potencializaria sua capacidade de efetivamente
implementar soluções inovadoras. Em outras palavras, não corrigimos
simplesmenteuma falha (a incapacidade de estruturar projetos), mas alavancamos
o grande talento da pessoa, que é pensar criativamente! Tudo isso a serviço do
desenvolvimento dela e dos resultados do negócio.
ica Se você é o líder de uma equipe, avalie também se faz mais sentido
D
investir tempo e energia para potencializar o talento coletivo do grupo, ou
Dica seja, aperfeiçoar os pontos fortes de uma pessoa, para “compensar os
pontos fracos” de outra.
Aprendizagem
de fato. 5
Falando agora mais especificamente sobre o feedback que lida com comportamentos
que precisam ser corrigidos, vale ter muito cuidado com os “rótulos generalizantes”.
Mas atenção, vai aqui uma outra dica importante: revele o impacto do
comportamento no negócio e em VOCÊ, não em pessoas ausentes da conversa.
E se for um comportamento que merece ser mudado, nunca promova a conversa
de feedback publicamente, na frente de outras pessoas.
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de fato. 6
A reação mais comum quando seu comportamento também era criticado pelo
profissional menos graduado era ignorar. Isso mesmo, simplesmente fingir que não
ouviu e continuar a preleção quase acadêmica. Foi o que aconteceu em 53% dos casos.
Em 34% das simulações, por outro lado, o profissional com cargo mais alto
automaticamente se defendia, com toda a sorte de inspiradas justificativas:
“nunca proponho uma agenda para nossas reuniões porque quero estimular o
espírito criativo de todos...” ou até de forma mais veemente: “acho que você está
passando um pouco dos limites, eu sou chefe, não se esqueça”.
Na prática, observamos que ainda que seja por omissão, ou por nos
mostrarmos pouco acessíveis no dia-a-dia, somos sempre correspon-
sáveis pelo comportamento de quem trabalha conosco. Quando
Dica
reconhecemos essa nossa parcela de contribuição e nos comprometemos
a mudar, fazemos ao outro um convite irresistível de aprendizado e
evolução, objetivo final de todo processo de feedback.
Aprendizagem
de fato. 9
Crie uma
4 cultura de feedback
Quando você pede feedback, você demonstra para sua equipe que realmente
acredita no feedback como fonte de evolução!
Mostre que este pedido está a serviço do seu desejo de melhorar sempre, de criar
relações de aprendizado com as outras pessoas.
Claro, faça isto de forma autêntica e sincera, nunca como um “truque” ou com
uma atitude paternalista.
Peça feedback sobre uma situação específica, deixando claro que você
quer pelo menos uma dica sobre “como fazer melhor da próxima vez”.
Por exemplo: “ontem, acho que aquela minha apresentação para o cliente
Dica não foi nota 10. Por favor, eu queria 1 dica sua sobre como posso fazer
ainda melhor na próxima apresentação!”
ste modo de pedir feedback sinaliza claramente que você não está atrás
E
de “confete” e deixa a outra pessoa bastante à vontade para contribuir!
Aprendizagem
de fato. 10
Se você trata um membro da sua equipe como uma pessoa que é incompetente,
indolente, avessa às mudanças, ou, que possui de forma inequívoca e imutável
qualquer outro traço negativo, então... surpresa, ela será realmente assim.
A boa notícia é que o inverso também é verdadeiro. Por exemplo, se você tratar
aquele funcionário como competente, ele provavelmente buscará ser o “espelho”
dessa sua crença. Uma pesquisa muito interessante mostra bem o poder da
confiança no potencial das pessoas. Os pesquisadores visitavam professoras de
classes do nível primário, no começo do ano letivo, e afirmavam categoricamente
que o aluno X era um gênio. Os professores até tentavam protestar, alegando o
histórico no máximo regular desse mesmo aluno em anos anteriores. Mas não
tinha jeito: os pesquisadores diziam que tinham feito vários testes, que eram
especialistas no assunto...
Bom, tudo mentira (para o bem da ciência, lógico). De qualquer forma, a pergunta aqui
é a seguinte: o que você acha que acontecia com as notas do aluno X no final do ano?
Subiam! E muito!
Claro, nenhum milagre. Mas, ao longo do ano, havia um processo de ciclo virtuoso,
em que para cada intervenção do aluno, a professora respondia de forma positiva,
encorajadora...isto porque elas passaram a assumir que os alunos realmente
tinham potencial. Até que no final do ano: bingo, os alunos respondiam à altura.
Lutando para corresponder a essa imagem positiva desenhada pela mestra e
acreditando em seu potencial como alunos, as notas melhoravam sensivelmente.
Bibliografia básica
Stone, D. e outros. (2014). Thanks for the feedback: the science and art of receiving
feedback well.
www.atingire.com