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Volume 3
Volume 3
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FÍSICA A 07
Forças de Atrito
O estudo matemático das forças de atrito entre os A força de atrito que se manifesta sobre o objeto quando
corpos sólidos é posterior aos trabalhos de Newton. tentamos colocá-lo em movimento é chamada de força de
No entanto, podemos utilizar a mecânica newtoniana para atrito estático. Quando o objeto desliza sobre a superfície,
analisar macroscopicamente o efeito das forças de atrito a força de atrito é chamada de força de atrito cinético.
sobre os corpos sólidos, e é o que faremos neste módulo.
Experimentalmente, observa-se que a força de atrito
Mesmo uma superfície aparentemente lisa, como a do papel
entre os corpos sólidos depende de dois fatores: o par de
desta página que você está lendo, apresenta rugosidades.
superfícies em contato e a força de compressão normal
Quando tentamos mover os objetos, de modo a fazer com que
entre elas. Vejamos o que ocorre com uma caixa que se
uns deslizem sobre os outros, forças microscópicas de origem
elétrica fazem com que esse movimento não ocorra de maneira encontra inicialmente em repouso sobre uma superfície
desimpedida, criando o que denominamos, macroscopicamente, horizontal e é empurrada por uma força horizontal, cujo
de força de atrito (FA). Vejamos um exemplo simples, em que módulo aumenta progressivamente a partir de zero.
representaremos as forças de interação entre o chão e o pé À medida que essa força aumenta, a força de atrito estático
de uma pessoa caminhando, como mostra a figura seguinte. sobre a caixa, que é oposta ao empurrão, aumenta na mesma
taxa, de forma que a caixa continua em repouso. A figura a
seguir mostra as quatro forças que agem na caixa: o peso P,
a normal N, o empurrão F e a força de atrito estático FAE,
exercida pelo solo.
N
Fchão–pé
Fpé–chão F
ATRITO DE DESLIZAMENTO
Nessa equação, μE é o coeficiente de atrito estático, cujo
Você já deve ter notado que é mais fácil empurrar um valor depende do par de superfícies em contato. Valores
objeto sobre o chão, de forma a manter o movimento, típicos de μE são apresentados na tabela a seguir. O fator N
do que iniciar o movimento. Isso ocorre porque o módulo é o módulo da força normal. Quanto maior for o valor de N,
da força de atrito que atua sobre um corpo na iminência maior será a força de compressão da caixa sobre a superfície,
de movimento é maior que o módulo da força de atrito que e, consequentemente, o efeito do atrito decorrente da interação
atua sobre o corpo quando ele está deslizando sobre o chão. entre a caixa e a superfície será mais evidente.
FAC = μCN B
Aqui, μC é o coeficiente de atrito cinético, também listado Quando a superfície de rolamento é mais dura, como
na tabela anterior. Observe que, para um mesmo par de uma estrada asfaltada ou um pátio cimentado, o efeito do
superfícies, μC < μE. atrito é muito pequeno. Por isso, conseguimos empurrar
com facilidade uma geladeira e um fogão dotados de pés
A título de exemplo, vamos considerar que os coeficientes com roletes.
de atrito entre a caixa e o solo da figura anterior sejam
Nem sempre a força de atrito sobre um objeto é oposta
μE = 0,60 e μC = 0,20. Vamos considerar ainda que a
ao seu movimento. No caso de um carro, as rodas de tração
massa da caixa seja m = 30 kg. Então, a força normal,
(aquelas cujos eixos recebem um torque motor) giram
que é anulada pelo peso da caixa, vale N = m.g = 300 N.
exercendo sobre o solo uma força no sentido para trás do
As forças de atrito estático máximo e de atrito cinético
carro (ação). O solo responde e aplica nas rodas de tração
valem FAE = 0,60 . 300 = 180 N e FAC = 0,20 . 300 = 60 N.
MÁX
uma força para frente (reação). Essa reação é uma força
Esses números indicam que a pessoa deve exercer
de atrito estático, voltada para o sentido do movimento.
uma força ligeiramente maior que 180 N para fazer a
Nas rodas sem tração, a força de atrito é também do tipo
caixa entrar em movimento. Depois disso, o módulo
estático, porém de sentido oposto ao movimento. A figura
da força de atrito diminui drasticamente para 60 N.
a seguir representa as forças de atrito estático atuantes nas
Se a pessoa reduzir o seu esforço e passar a empurrar
rodas traseiras e dianteiras de um carro que se move para
a caixa com uma força exatamente igual a esse valor,
a direita e que possui tração nas rodas dianteiras.
a resultante das forças que atuam sobre a caixa será
nula. Como ela já está em movimento, assim ela v
permanecerá em linha reta e com velocidade constante.
Se a pessoa empurrá-la com uma força maior que 60 N,
o movimento da caixa será acelerado e, se a empurrar
com uma força de módulo menor que 60 N, o movimento FAE
F'AE
será retardado.
4 Coleção 6V
Forças de Atrito
FÍSICA
de força versus tempo, após esse instante, a força
Força (N)
em que b é uma constante que depende do meio no qual Quando uma gota de chuva se forma, seu movimento é,
ocorre o movimento. O sinal negativo na equação indica que inicialmente, acelerado, porém, à medida que sua velocidade
o sentido da força de resistência do ar é sempre oposto ao da aumenta, o módulo da força de resistência do ar também
velocidade do corpo. Apesar de simples, a relação anterior, aumenta, e isso reduz o ritmo no qual a velocidade cresce.
por exemplo, pode ser utilizada para explicar por que não Depois de, aproximadamente, 1 s de formada, a gota de
morremos quando uma gota de chuva nos atinge, caindo de
chuva atinge sua velocidade limite (poucos metros por
uma altura de centenas de metros. A figura a seguir mostra os
segundo) e nos atinge, inofensivamente.
vetores velocidade, peso e força de resistência do ar que atuam
em uma gota que acaba de se desprender de uma torneira.
Fr
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Fr
Fr
Fr
02. (UFMG) Durante um voo, um avião lança uma caixa
P Fr
P presa a um paraquedas. Após esse lançamento,
P o paraquedas abre-se, e uma força, devido à resistência do ar,
P = Peso P
P passa a atuar sobre o conjunto – caixa e paraquedas.
FR = Força de resistência P
Considere que o módulo dessa força é dado por F = bv,
em que b é uma constante, e v é o módulo da velocidade
Observe, na representação feita na figura anterior, que a
velocidade da gota, ao desprender-se da torneira, é zero. do conjunto. Observa-se que, depois de algum tempo,
Assim, não há força de resistência do ar atuando sobre a o conjunto passa a cair com velocidade constante.
gota naquele instante. Porém, à medida que a velocidade
A) Com base nessas informações, explique por que,
da gota aumenta, a força de resistência do ar passa a atuar
sobre ela. Observe atentamente a figura e veja que depois de algum tempo, o conjunto passa a cair com
velocidade constante.
• no início do movimento, a força resultante que atua
sobre a gota apresenta módulo máximo, igual ao B) Considere que a massa do conjunto é 50 kg e a sua
módulo da força peso. Ao longo do movimento de velocidade final é 10 m/s. Calcule a constante de
queda, a força resultante que atua sobre a gota pode proporcionalidade b.
se tornar nula.
Resolução:
• o módulo da força de resistência do ar varia ao longo da
queda, desde um valor nulo (no início do movimento),
A) Durante certo intervalo de tempo do movimento
até um valor máximo (igual ao módulo do peso).
de queda, a velocidade do conjunto aumenta, e,
• o módulo da aceleração que atua sobre a gota varia necessariamente, o valor da força de resistência do
da mesma forma que o módulo da força resultante, ar também aumenta, o que faz com que o módulo da
ou seja, inicialmente, a aceleração é máxima e, ao longo
força resultante diminua, tendendo a um valor nulo
da queda, pode se tornar nula. Esse é um resultado
após certo tempo. Assim, a velocidade tende para um
esperado, pois, de acordo com a 2ª Lei de Newton,
valor constante, pois a força resultante tende para
a aceleração que atua sobre um corpo é diretamente
um valor nulo.
proporcional à força resultante que atua sobre ele.
• o módulo da velocidade da gota aumenta durante B) Quando o conjunto atinge a velocidade limite,
a queda, porém, em um ritmo cada vez menor, o módulo da força de resistência do ar se iguala ao
até assumir um valor constante, atingido no momento módulo do peso, e a resultante das forças que atuam
em que a aceleração torna-se nula. Esse valor de sobre o conjunto é nula. Para esse instante:
velocidade, módulo da velocidade final de queda,
é denominado velocidade terminal ou velocidade limite. FAr = P ⇒ bv = mg ⇒ b = mg/v = 50 . 10/10 = 50 kg/s
6 Coleção 6V
Forças de Atrito
II 2m
2
01. (UFSJ-MG) Um carro é acelerado, sem derrapar, a partir
do repouso, em uma pista horizontal plana e retilínea. III 3m
3
Existe atrito entre os pneus do carro e a pista. Nessas
condições, é correto afirmar que a natureza e o sentido da IV 4m
4
força de atrito nos pneus do carro são, respectivamente,
FÍSICA
C) cinético, apontando no sentido do movimento D) IV
do carro.
D) cinético, apontando no sentido contrário ao movimento 04. (UFSM-RS) Devido à resistência do ar, as gotas de chuva
RI8C
do carro. caem com velocidade constante a partir de certa altura.
O módulo da força resistiva do ar é dado por F = Av2, em
02. (Unesp) Uma moeda está deitada, em cima de uma folha que A é uma constante de valor 8 . 10 –6 N.s2/m2 e v é o
de papel, que está em cima de uma mesa horizontal. módulo da velocidade. Nessas circunstâncias, uma gota
Alguém lhe diz que, se você puxar a folha de papel, cujo módulo do peso vale 3,2 . 10 –7
N atinge o solo com
a moeda vai escorregar e ficar sobre a mesa. Pode-se velocidade, em m/s, de módulo
N
03. (UERJ–2019) Uma força F constante atua igualmente F
6X8S
em quatro corpos distintos, de acordo com o esquema a 60°
seguir:
F
A intensidade da força de atrito entre o bloco e a superfície
é igual a
06. (UFSJ-MG) Carlos dirige seu carro numa estrada plana 02. (PUC-SP) Um bloco de borracha de massa 5,0 kg está
5ØKA ØDLR
com uma velocidade de 90 km/h. De repente, ele avista em repouso sobre uma superfície plana e horizontal.
um cavalo na estrada e instantaneamente pisa no freio. O gráfico representa como varia a força de atrito sobre o
Se o coeficiente de atrito estático entre os pneus e a bloco quando atua sobre ele uma força F de intensidade
estrada vale 0,5 e o cavalo estava a 50 m de distância variável paralela à superfície.
do carro, é correto afirmar que ele
A) atropela o cavalo, pois ele só conseguiria parar seu Fat (N)
carro em 62,5 m. 15
A) em ambos os projetos o atrito será aumentado em B) 0,2; 6,0 m/s2. E) 0,2; 3,0 m/s2.
relação ao projeto original. C) 0,3; 6,0 m/s . 2
A) 2. C) 2. 2
E) .
2 A) a ≥ (m/M).(g/µ) D) a ≥ ((m+M)/m).(g/µ)
B) 3. D) 1. B) a ≥ (M/m).(g/µ) E) a ≥ (m/(m+M)).(g/µ)
C) a ≥ g/µ
8 Coleção 6V
Forças de Atrito
05. (CEFET-MG) Um bloco de massa M é puxado por uma força F 08. (UFLA-MG) Em uma pista horizontal utilizada para teste
sobre uma superfície horizontal com atrito cinético de de frenagem, três veículos A, B e C, de massas mA, mB
coeficiente igual a µ, conforme a figura a seguir. e mC, respectivamente, testam seus freios nas mesmas
condições de pneus e piso, de modo que o coeficiente de
M F
atrito cinético µc possa ser considerado igual para todos os
veículos. Sendo mA = mB < mC, g o valor da aceleração da
Se a aceleração da gravidade for igual a g, então, gravidade no local dos testes e desconsiderando a ação
o módulo da aceleração do bloco será expresso por: do ar sobre os veículos, pode-se afirmar que
FÍSICA
mesma distância até alcançarem o repouso.
começa a deslizar. Qual é o valor máximo do coeficiente
de atrito que atua sobre o bloco? C) se A possui velocidade inicial duas vezes maior que
a velocidade inicial de B, ao acionarem seus freios,
(Adote g = 10 m/s2)
o veículo A percorrerá o dobro da distância percorrida
A) 0,10 C) 0,50 E) 1,00
pelo veículo B até alcançarem o repouso.
B) 0,25 D) 0,75
D) independente das velocidades iniciais dos veículos A, B
07. (UNITAU-SP–2016) Um bloco retangular, cuja massa e C, ao acionarem seus freios, os veículos percorrerão
ED95 as mesmas distâncias até alcançarem o repouso.
é igual a 8 kg, é arrastado ao longo de uma superfície
horizontal, devido à ação da força sobre ele aplicada,
conforme a figura. 09. (ACAFES-SC–2016) Um professor de Física utiliza uma
QRQQ
rampa móvel para verificar o valor do coeficiente de atrito
F estático entre ela e um bloco. Foi alterando o ângulo da
rampa em relação à horizontal, até que o bloco atingiu
30° a eminência do movimento. Nesse exato instante, tirou
uma foto da montagem e acrescentou com os valores
de algumas grandezas, como mostra a figura. Chegando
à sala, explicou a situação a seus alunos e pediu que
O deslocamento do bloco é um movimento somente de
translação. O módulo da força aplicada é de 40 N, e a determinassem o valor do coeficiente de atrito estático
direção da força forma um ângulo de 30° com a superfície entre o bloco e a rampa.
horizontal.
3
Dados: cos(30°) = e g = 10 m/s2.
2
Um estudante de engenharia, passando por uma conseguirem andar subindo na vertical, eles não usavam
movimentada avenida de Fortaleza, testemunha um apenas os braços puxando a corda, mas caminhavam pela
acidente em que um carro A em movimento se choca parede contando também com o atrito estático. Suponha
contra outro carro B parado no sinal. O estudante que Batman, escalando uma parede nessas condições, em
descobre que a distância entres os carros era d = 30 m, linha reta e com velocidade constante, tenha 90 kg, mas
quando o motorista do carro A acionou os freios o módulo da tração na corda que ele está segurando seja
bruscamente, travando as rodas, e que a massa do carro de 750 N e esteja direcionada (para fins de simplificação)
A é cerca de MA = 1 000 kg. totalmente na vertical.
Considerando que a velocidade do carro A era 20 m/s Qual é o módulo da força de atrito estática entre seus
na hora que ele acionou os freios e que o coeficiente de pés e a parede? Considere a aceleração da gravidade
atrito cinético entre os pneus do carro A e o asfalto era como 10 m/s2.
µc = 0,4, a velocidade do carro A calculada pelo estudante A) 15 N.
no momento da colisão é, considerando g = 10 m/s2,
B) 90 N.
aproximadamente,
D) 12,7 m/s.
E) 15,9 m/s.
13. (IFSUL-RS–2016) Uma caixa encontra-se em repouso
N5IH
em relação a uma superfície horizontal. Pretende-se
colocar essa caixa em movimento em relação a
11. (UFV-MG) Um paraquedista salta de uma altura H.
9JH1 essa superfície. Para tal, será aplicada uma força de
O gráfico a seguir relaciona o módulo de sua velocidade
módulo F que forma 53° acima da direção horizontal.
vertical com o tempo.
Considerando que o coeficiente de atrito estático entre
v (m/s) a superfície da caixa e a superfície horizontal é igual
a 0,25, que o coeficiente de atrito dinâmico entre a
50 superfície da caixa e a superfície horizontal é igual
40 a 0,10, que a massa do objeto é igual 2 kg e que a
30 aceleração da gravidade no local é igual a 10 m/s2,
B) 8,33 N.
Os instantes t = 0 s, t = 40 s e t = 70 s correspondem,
respectivamente, aos instantes do salto, de abertura do C) 12,50 N.
paraquedas e do contato com o solo. D) 20,00 N.
É correto afirmar, então, que entre os instantes
A) t = 20 s e t = 40 s, a força resultante sobre o 14. (CEFET-MG) O bloco da figura abaixo está em repouso.
paraquedista é nula. Além do que está indicado, considere μe o coeficiente de
B) t = 0 s e t = 20 s, há uma força resultante para cima atrito estático entre as superfícies e, N a reação normal
atuando no paraquedista. da parede sobre o bloco.
10 Coleção 6V
Forças de Atrito
A) reação normal da parede é dada por N = P. 03. (Enem) Os freios ABS são uma importante medida de
B) reação normal da parede é obtida por N = μe.F. segurança no trânsito, os quais funcionam para impedir
C) força de atrito é sempre calculada por FA = μe.P. o travamento das rodas do carro quando o sistema
FÍSICA
de freios é acionado, liberando as rodas quando estão
D) força F é maior que a reação normal da parede.
no limiar do deslizamento. Quando as rodas travam,
E) produto μe.F pode ser maior do que o peso do bloco.
a força de frenagem é governada pelo atrito cinético.
C) d1 = 90 m e d2 = 120 m.
E)
02. (Enem) Uma pessoa necessita da força de atrito em fat fat
F=
1
kAρv2
Propostos Acertei ______ Errei ______
2
• 01. A
GABARITO Meu aproveitamento
• 02. C
Aprendizagem Acertei ______ Errei ______
• 03. A
• 01. B
• 02. D • 04. D
• 03. A Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ %
12 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA A 08
Aplicações das Leis de Newton
Anteriormente, estudamos os fundamentos das Leis de • FBA e FAB → forças internas do sistema; forças que os
Newton para o movimento dos corpos. Utilizando essas leis, blocos exercem um sobre o outro e que apresentam
os homens puderam interpretar e compreender grande módulos iguais.
parte dos fenômenos da natureza e também desenvolver • F → força aplicada sobre o bloco A por um agente
dispositivos que permitiram ao ser humano visitar e / ou externo.
enviar sondas espaciais a outros astros do Sistema Solar.
Nessa situação, as forças peso e normal que atuam sobre
Descreveremos neste módulo algumas das aplicações das
o bloco A anulam-se mutuamente; o mesmo ocorre com
Leis de Newton para situações simples, mas nem por isso
as forças peso e normal que atuam sobre o bloco B. Logo,
menos importantes, como os sistemas de blocos, o plano a resultante das forças que atuam na direção vertical é zero.
inclinado, a dinâmica do elevador e as forças sobre polias Temos, então, que a força resultante que atua sobre cada
em movimento circular. um dos blocos é dada por:
FR = F – (AA + FBA) ⇒ mAa = F – AA – FBA
SISTEMAS DE BLOCOS A
Quando uma força F atua sobre um sistema de blocos, Lembrando que FAB = FBA e somando as duas equações
os blocos que compõem esse sistema ficam sujeitos a anteriores, chegamos a uma equação que nos permite
deslocamentos iguais em um mesmo intervalo de tempo determinar a aceleração comum aos dois blocos:
desde que permaneçam em contato uns com os outros mAa + mBa = F – AA – AB
e que não haja deslizamento entre eles. Assim, instante
após instante, os blocos estão sujeitos a velocidades e a (mA + mB)a = F – (AA + AB)
acelerações de mesmo módulo. Essa é uma condição essencial Se considerarmos o sistema dos dois blocos como um bloco
que deve ser observada na análise de situações desse tipo. único, teremos o seguinte diagrama de forças para a situação:
A figura seguinte mostra um sistema de blocos apoiado N = NA + NB
sobre uma superfície horizontal rugosa e colocado em
movimento devido à ação da força F horizontal.
v F
NB A = AA + AB
NA
F FAB P = PA + PB
B
AF A partir desse diagrama de forças, temos que a força
AA BA AB
resultante que atua sobre o sistema é dada por:
FR = F – AA – AB
PA PB
(mA + mB)a = F – (AA + AB)
As forças que atuam em cada um dos blocos A e B,
Observe que esse resultado é idêntico ao resultado que
respectivamente, são: obtivemos quando realizamos a análise das forças que atuam
sobre cada um dos blocos isoladamente.
• PA e PB → forças peso, exercidas pela Terra sobre os
blocos. Na análise de situações desse tipo, devemos considerar
três casos:
• NA e NB → forças normais, exercidas pela superfície
sobre os blocos. • Se o módulo da força F for maior que a soma dos
módulos das forças de atrito que atuam sobre os
• AA e AB → forças de atrito cinético, exercidas pela blocos A e B, estes estarão em movimento acelerado
superfície sobre os blocos. e com a mesma aceleração.
POLIA
As polias ou roldanas são dispositivos indispensáveis às
máquinas, pois permitem reduzir a intensidade das forças
necessárias para mover um corpo, permitindo, também, mudar
a direção e / ou o sentido dessas forças. As roldanas também
são utilizadas, frequentemente, em obras da construção civil.
14 Coleção 6V
Aplicações das Leis de Newton
E, na outra situação, em que todas as roldanas são móveis, Sabemos que, quando estamos dentro de um elevador e
você saberia dizer quantos metros de corda o operário deve ele inicia seu movimento de subida, ou quando está descendo
puxar para levantar o bloco em 1 metro? e freia, temos a sensação de que estamos mais “pesados”,
P isto é, comprimimos o solo com uma força maior que a
–
32 usual. Nessas duas situações, a resultante das forças que
atuam sobre nosso corpo está voltada para cima, pois o
P módulo da força normal é maior que o módulo da força peso.
4
P a
P
FÍSICA
P
Máquinas simples – Polias
Esse objeto de aprendizagem explica o
funcionamento das roldanas e de sistemas com uma P7TV Iniciar o movimento de subida ou frear quando desce ⇒
roldana fixa e uma móvel e uma fixa e duas móveis.
Também mostra os vetores força e a relação entre o deslocamento FR > 0 ⇒ N > P ⇒ a > 0
do corpo e o comprimento de corda necessário para realizar esse
deslocamento. Utilize o recurso de pausar a imagem para visualizar, Agora, quando o elevador inicia o movimento de descida,
detalhadamente, a distribuição das forças no sistema.
ou quando ele está subindo e freia, temos a sensação de
que estamos mais “leves” que o usual, isto é, comprimimos
o solo com uma força de menor intensidade. Nessas duas
DINÂMICA NO ELEVADOR situações, a resultante das forças que atuam sobre o corpo
está para baixo, pois o módulo da força normal é menor que
Vimos que o módulo da força peso de um objeto depende o módulo da força peso.
exclusivamente da massa do objeto e do local em que esse
objeto se encontra em um campo gravitacional (P = mg).
Na prática, utilizamos aparelhos, como uma balança de N
banheiro, para medir, de maneira indireta, o módulo do peso
dos objetos. Ao subirmos em uma balança, estamos, a rigor,
medindo o valor da força de compressão que nosso corpo a
exerce sobre o piso da balança (força de compressão normal).
Imagine que uma pessoa, de massa m, entre em
um elevador que se encontra inicialmente em repouso.
Nesse caso, a resultante das forças que atuam sobre a pessoa P
é zero (FR = 0), pois ela se encontra em equilíbrio, indicando
que o módulo da força normal é igual ao módulo da força peso
(P = N). O mesmo aconteceria se o elevador estivesse subindo Iniciar o movimento de descida ou frear quando sobe ⇒
ou descendo com velocidade constante. O corpo ainda estaria
FR < 0 ⇒ N < P ⇒ a < 0
em equilíbrio, e as forças peso e normal se anulariam, como
mostra a figura seguinte.
Observe que, na análise dos dois últimos casos, sempre
mencionamos a variação no módulo da força normal,
N aumentando ou diminuindo, pois o módulo da força peso não
varia. Ele permanece constante em qualquer situação, desde
que os valores da massa do corpo e do campo gravitacional
da Terra não variem.
O mesmo raciocínio que apresentamos para a relação entre Quando o elevador inicia seu movimento de ascensão,
a força peso e a força normal em um elevador também se uma força resultante para cima deve atuar sobre o garoto,
aplica na relação entre a força peso e a força de tensão que pois ele também é acelerado para cima. Logo, o módulo da
uma corda exerce sobre um corpo suspenso por ela dentro força normal deve ser maior que o módulo da força peso,
de um elevador. A figura a seguir mostra casos semelhantes como mostra o diagrama da direita. Nessa situação, com o
aos discutidos anteriormente, em que o elevador acha-se módulo da velocidade do elevador aumentando, a balança
em equilíbrio ou em movimento acelerado. Observe que, registra um peso aparente para o garoto maior que o
para qualquer situação, o peso do pacote não se altera. peso real, pois a força normal é maior que a força peso.
A força que muda de valor e que se adapta à situação
em questão é a força exercida pelo fio sobre o pacote N
(e que tem o mesmo módulo da tensão na corda). A seguir, N
apresentamos um exercício resolvido para exemplificar,
quantitativamente, uma análise das forças que atuam sobre
corpos no interior de um elevador.
T P P
T
MRU ou Movimento
repouso acelerado
para cima
Força exercida
pela superfície
Resolução: Força exercida N
pela superfície
O esquema a seguir representa as forças que atuam no FA
garoto antes e durante o momento em que o elevador ou
inicia sua ascensão. Lembre-se de que o diagrama de
forças do garoto, na situação em que ele se encontra P P
em MRU, é idêntico ao diagrama de forças do garoto
quando este se encontra em repouso. Nessas situações,
a força resultante sobre o garoto é nula; logo, a força A força que a superfície exerce sobre o bloco pode ser
normal e a força peso possuem a mesma intensidade. decomposta em duas componentes perpendiculares, a força
Dessa forma, a balança marca o peso real do menino. normal e a força de atrito.
16 Coleção 6V
Aplicações das Leis de Newton
PTangencial = Px α
P
PNormal = Py EXERCÍCIO RESOLVIDO
α
02. Um bloco de massa m é solto em um plano inclinado, cuja
FÍSICA
Nessa figura, observe que o ângulo entre o plano superfície apresenta atrito. Sabe-se que o movimento
inclinado e o solo e o ângulo entre P e Py são formados apresentado pelo bloco é acelerado. Determine uma
por lados perpendiculares entre si. Por isso, esses ângulos expressão que nos permita calcular o módulo da
são congruentes. Assim, os módulos de Px e de Py podem aceleração do bloco, em função de α, µ e g (α é o ângulo
ser calculados por meio das relações P x = P.sen α e entre o plano inclinado e a horizontal, e µ é o coeficiente
de atrito cinético).
Py = P.cos α.
Resolução:
Uma situação interessante é aquela na qual um objeto
desce ou sobe um plano inclinado sem atrito, como mostra A situação pode ser representada pela figura seguinte.
a figura a seguir. F
N
do
N lina
o inc ito Px
n r
Pla em at
FA
s α
Px N = Py Py
α P
α Py Plano horizontal
P Como o movimento é acelerado na direção do plano
inclinado, podemos escrever que:
Ao decompormos as forças que atuam sobre o bloco,
FR = ma ⇒ Px – FA = ma
percebemos que a componente (Px) é a força resultante que
atua sobre ele, ou seja, é a força responsável pela aceleração Sabemos que Px = P.sen α e FA = µN. Sabemos também
do bloco. O módulo dessa aceleração pode ser facilmente que N = Py = P.cos α.
determinado. Veja: Realizando as substituições, temos:
Direção Y: Py = N ⇒ equilíbrio (FR = 0) Px – FA = ma
P.sen α – µN = ma
Direção X: FR = Px ⇒ movimento acelerado mg.sen α – µPy = ma
Desenvolvendo a igualdade FR = Px, teremos: mg.sen α – µP.cos α = ma
mg.sen α – µmg.cos α = ma
Px = ma ⇒ P.sen α = ma ⇒ mg.sen α = ma ⇒
g.sen α – µg.cos a = a
a = g.sen α (plano inclinado sem atrito) a = g(sen α – µcos α)
Observe que a equação anterior é uma relação geral para o Comentário: Se o bloco for lançado de baixo para cima,
plano inclinado sem atrito. Ela permite calcular a aceleração o seu movimento será retardado. Nesse caso, a força
que atua sobre um objeto quando o ângulo do plano inclinado de atrito FA e a componente Px do peso do bloco estarão
varia de 0° a 90°. Para esses valores, encontramos os no mesmo sentido. Por isso, seus efeitos se somarão,
seguintes resultados: de forma que a desaceleração de frenagem é maior do
que a aceleração de descida. Faça você mesmo os cálculos
α = 0° ⇒ a = g.sen 0° = g.0 = 0 (repouso ou MRU) e verifique que, nesse caso, a desaceleração é dada por
α = 90° ⇒ a = g.sen 90° = g.1 = g (queda livre) a = g(sen α + µcos α). Observe ainda que, fazendo µ = 0
nessa equação ou na expressão da aceleração de descida,
Observe que o valor da aceleração que atua sobre o objeto obtemos a expressão a = g.sen α, que, conforme vimos,
não depende do valor de sua massa. fornece a aceleração em um plano inclinado liso.
EXERCÍCIOS DE 04.
JUL2
(UFV-MG) Um atleta de massa m sobe uma corda leve
vertical com seus próprios braços. A aceleração do atleta
APRENDIZAGEM é constante e vale a. Se g é a aceleração da gravidade,
a tensão na corda vale
01. (Mackenzie-SP–2017)
A) m(g – a).
(2)
B) mg.
C) ma.
D) 11.
C) NH = N1
18 Coleção 6V
Aplicações das Leis de Newton
07.
VEAI
(UFPA) Na Amazônia, devido ao seu enorme potencial
EXERCÍCIOS
hídrico, o transporte de grandes cargas é realizado por
balsas que são empurradas por rebocadores potentes.
PROPOSTOS
Suponha que se quer transportar duas balsas carregadas, 01. (UFV-MG) As três figuras a seguir apresentam um mesmo
uma maior de massa M e outra menor de massa m bloco de peso de módulo P suspenso por roldana(s).
(m < M), que devem ser empurradas juntas por um As roldanas e as cordas ilustradas têm massas
mesmo rebocador, e considere a figura a seguir, que desprezíveis, e o equilíbrio estático é mantido, em cada
mostra duas configurações (A e B) possíveis para este caso, por um homem que exerce uma força de módulo F
transporte. Na configuração A, o rebocador exerce sobre na extremidade livre da corda.
a balsa uma força de intensidade FA, e a intensidade
das forças exercidas mutuamente entre as balsas é fA.
Analogamente, na configuração B, o rebocador exerce
sobre a balsa uma força de intensidade FB, e a intensidade
F=P
das forças exercidas mutuamente entre as balsas é fB.
F = P/2
FÍSICA
Configuração A F=?
M m
Com base nas observações das duas primeiras situações
Configuração B
de equilíbrio, é correto afirmar que, na terceira situação,
o módulo da força F exercida pelo homem é
m M A) P.
B) P/2.
C) P/3.
Considerando uma aceleração constante impressa pelo
D) P/4.
rebocador e desconsiderando quaisquer outras forças,
é correto afirmar que: 02. (CEFET-MG) Dispondo-se de uma régua milimetrada, uma
A) FA = FB e fA = fB D) FA = FB e fA < fB roldana fixa e de um cronômetro, um estudante realizou
o seguinte experimento para determinar o valor de uma
B) FA > FB e fA = fB E) FA = FB e fA > fB
massa desconhecida, conforme mostrado a seguir.
C) FA < FB e fA > fB
Figura 1 Figura 2
5,00
subindo descendo kg
m
F1 = 80 N F2 = 60 N
Nessa montagem, o estudante liberou os corpos,
mediu a distância percorrida pela massa de 5,00 kg e o
correspondente intervalo de tempo, calculou a aceleração
30° 30°
e encontrou 5,00 m/s2. A partir desses resultados,
Adotando g = 10 m/s , pode-se afirmar que a massa m
2 e desprezando os atritos e a massa da roldana, o valor
vale, em kg, da massa x encontrado, em kg, foi igual a
A) 2. D) 8. A) 0,50. D) 2,00.
B) 4. E) 10. B) 1,00. E) 2,50.
C) 6. C) 1,50.
03. (Unesp–2016) Algumas embalagens trazem, impressas C) é maior quando o paraquedista encontra-se em
B6CL em sua superfície externa, informações sobre a velocidade máxima.
quantidade máxima de caixas iguais a ela que podem ser D) é zero nesses dois momentos.
empilhadas, sem que haja risco de danificar a embalagem E) depende da posição do corpo do paraquedista nesses
ou os produtos contidos na primeira caixa da pilha, de dois momentos.
baixo para cima. Considere a situação em que três caixas
iguais estejam empilhadas dentro de um elevador e que, 06. (CEFET-MG) A figura mostra os blocos 1 e 2, com massas
A6YS
em cada uma delas, esteja impressa uma imagem que iguais a 8,0 kg e 10 kg, respectivamente, ligados por
indica que, no máximo, seis caixas iguais a ela podem um cordel em um plano inclinado. Desprezando-se as
ser empilhadas. massas da polia e do cordel, assim como os atritos,
a aceleração dos blocos, em m/s2, é igual a
1
6
6
53°
Suponha que esse elevador esteja parado no andar térreo
de um edifício e que passe a descrever um movimento Dados: sen 53° = 0,8 e cos 53° = 0,6.
uniformemente acelerado para cima. Adotando g = 10 m/s2, A) 1,0. D) 4,0.
é correto afirmar que a maior aceleração vertical que esse
B) 2,0. E) 5,0.
elevador pode experimentar, de modo que a caixa em
contato com o piso receba desse, no máximo, a mesma C) 3,0.
força que receberia se o elevador estivesse parado e, na
pilha, houvesse seis caixas, é igual a 07. (CEFET-MG) Um estudante, desejando medir o coeficiente
1CG5
de atrito estático entre um plano inclinado e um
A) 4 m/s2. C) 10 m/s2. E) 2 m/s2.
bloco feitos do mesmo material, executa os seguintes
B) 8 m/s2. D) 6 m/s2. procedimentos:
04. (PUC Rio) Um bloco de massa 10 kg se move com • Coloca o bloco sobre o plano horizontal;
JTI5 velocidade constante sobre uma superfície horizontal pela • Inclina, lentamente, o plano.
ação de uma força F de módulo 40 N, que faz um ângulo Ao perceber que o bloco começa a escorregar, quando o
de 30° com a horizontal, como mostrado na figura. Qual plano forma um ângulo θ com a horizontal, o estudante
é o valor do coeficiente de atrito cinético entre o bloco e deduz que o coeficiente de atrito estático é expresso
a superfície? corretamente por
Dado: g = 10 m/s2. A) cossec θ. D) sec θ.
F B) cos θ. E) tg θ.
30° C) sen θ.
20 Coleção 6V
Aplicações das Leis de Newton
h1
A razão vale S
h2 B
1 3
A) . B) . C) 3 . D) 2.
2 2 A
SEÇÃO ENEM
FÍSICA
B) 300 N.
Que gráfico representa a força resultante sobre o C) O controle do sentido da velocidade tangencial,
paraquedista durante o seu movimento de queda? permitindo, inclusive, uma fácil leitura do seu valor.
A) Força D) Força D) A determinação do movimento, devido ao caráter
resultante resultante
aleatório, cuja tendência é o equilíbrio.
E) A escolha do ângulo a ser girado, sendo possível,
inclusive, medi-lo pelo número de dentes
da engrenagem.
0 TA Tempo 0 TA Tempo
04. Três vagões de minério, V1, V2 e V3, são puxados por
um motor em um trecho de uma mina, como mostra a
figura seguinte. O motor gira sempre no mesmo ritmo,
B) Força E) Força
resultante imprimindo uma velocidade constante a todos os vagões.
resultante
Motor V1 V2 V3
C1 C2 C3
0 TA Tempo 0 TA Tempo
Eixo
GABARITO Meu aproveitamento
22 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA A 09
Dinâmica do Movimento Circular
O estudo das aplicações das Leis de Newton nos conduz Como já sabemos, a componente tangencial da força
a situações em que os objetos descrevem trajetórias resultante altera o módulo do vetor velocidade, isto é, caso
curvilíneas. No entanto, quando estudamos as aplicações a força FRT esteja no mesmo sentido do vetor velocidade,
das Leis de Newton, não analisamos as situações em que o módulo deste aumenta, e, caso apresente o sentido oposto
tais movimentos ocorrem, como a de satélites orbitando ao do vetor velocidade, o módulo desse vetor diminui.
planetas, de um carro efetuando uma curva, de um pêndulo A seguir, estudaremos com mais detalhes a componente
oscilando e de outras mais. Neste módulo, analisaremos centrípeta da força resultante.
tais situações e aprenderemos um importante conceito,
o de força resultante centrípeta. Veremos que, em algumas
situações, as Leis de Newton parecem não funcionar, Força resultante centrípeta
situações essas em que os movimentos são analisados com A figura a seguir mostra uma partícula de massa m
base em referenciais não inerciais. descrevendo uma curva de raio R com velocidade v.
FORÇA RESULTANTE m
v
v
Discutimos, em módulos anteriores, que o agente aC
responsável pela mudança no vetor velocidade é a força, m
seja ela de qualquer natureza: peso, tensão, força normal, FR
C
aC
força de atrito, força elétrica, etc. Considere a figura a FR
C
seguir, na qual uma partícula de massa m descreve uma
trajetória curvilínea com velocidade v, sujeita a uma força
resultante FR. Como podemos observar, o vetor v muda de direção ao
longo do movimento da partícula. O ritmo no qual essa
v
mudança ocorre é medido pelo vetor aceleração; no caso
m analisado, o vetor aceleração centrípeta.
FAE
e a massa m do corpo forem constantes. Isso significa C 2
Terra
Lua
P
FTerra-Lua FLua-Terra
Resolução:
Raul Soares
24 Coleção 6V
Dinâmica do Movimento Circular
mv2 mv2
FRC = FAEMÁX ⇒ = mN ⇒ = µmg ⇒
R R No ponto C: FRC = N + P
v2 = µgR ⇒ v = gR
FÍSICA
Raul Soares
Carrinho efetuando um loop
Os emocionantes passeios em uma montanha-russa muito No ponto D: FRC = N
devem à força centrípeta. O mesmo ocorre nos circos, com
o popular número do Globo da Morte. Essa apresentação A força resultante centrípeta (FRC), ou simplesmente força
consiste em um determinado número de motocicletas – centrípeta, não obedece à 3ª Lei de Newton, uma vez que
usualmente duas – movendo-se dentro de um globo de não é uma força gerada pela interação entre dois corpos.
metal com cerca de 4 m de raio. As motos movem-se em A força centrípeta é uma resultante de forças que apresenta
círculos, efetuando voltas de 360° e ficando de “ponta a uma direção particular, perpendicular à velocidade.
cabeça”. Alguns brinquedos reproduzem essa situação ao Portanto, seria errado dizer que, no exercício resolvido
realizarem trajetórias em loop, como as representadas a anterior, em que um carro percorre uma trajetória
curva, atuam sobre ele a força peso, a força normal,
seguir. Para que o carrinho possa fazer o loop, é necessário
a força de atrito estático e a força resultante centrípeta.
que ele possua uma velocidade mínima determinada.
Nesse caso, a força de atrito é a força resultante centrípeta.
Nas figuras a seguir, representamos as forças peso P e
normal N que atuam sobre o carrinho, em 4 pontos distintos
de sua trajetória, A, B, C e D. Despreze as forças de atrito
nessa situação. Observe que há sempre uma força resultante Dinâmica do movimento circular
centrípeta atuando sobre o carrinho, embora cada situação Para um corpo permanecer em movimento
possa ter uma representação diferente. circular é necessário que haja uma força centrípeta DP64
atuando ininterruptamente sobre ele. Dessa forma,
a força centrípeta está presente em qualquer movimento circular,
alterando somente a direção do vetor velocidade. Em algumas
situações, ela é oriunda de uma única força, e em outras, de
uma resultante de forças. Assista ao vídeo a fim de compreender
N
a força centrípeta e suas componentes.
P
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
No ponto A: FRC = N – P
02. Um carrinho desliza em um trilho com velocidade de
módulo constante, no sentido indicado pela seta. O trilho
pertence a um plano vertical. O ponto A situa-se em um
trecho horizontal, e os pontos B e C, em curvas de raios
N iguais. Sejam NA, NB e NC os módulos da força normal
nos pontos A, B e C, respectivamente. Coloque em ordem
P crescente os módulos dessas forças.
A
No ponto B: FRC = N C
Resolução:
No trecho horizontal do circuito, as forças que atuam
EXERCÍCIOS DE
sobre o carrinho são a força normal e a força peso,
de módulos iguais, uma vez que o carrinho está em
APRENDIZAGEM
equilíbrio na direção vertical. Logo, P = NA.
01. (UEM-PR) Sobre o movimento circular uniforme, assinale
No ponto B, a resultante das forças verticais que atuam MQN8
sobre o carrinho deve estar direcionada para o centro da o que for correto.
curva, isto é, para baixo. Logo, o módulo da força peso no
01. Período é o intervalo de tempo que um móvel gasta
ponto B deve ser maior que o módulo da força normal nesse
mesmo ponto, pois a força centrípeta que atua sobre o para efetuar uma volta completa.
carrinho, no ponto B, é dada por FR = P – NB. Logo, P > NB.
CB
No ponto C, a resultante das forças verticais que atuam 02. A frequência de rotação é dada pelo número de voltas
sobre o carrinho deve estar direcionada para o centro da que um móvel efetua por unidade de tempo.
curva, isto é, para cima. Logo, o módulo da força peso no
ponto C deve ser menor que o módulo da força normal 04. A distância que um móvel em movimento circular
nesse mesmo ponto, pois a força centrípeta que atua sobre o uniforme percorre ao efetuar uma volta completa é
carrinho, no ponto C, é dada por FR = NC – P. Logo, P < NC.
CC
Sendo o peso do carrinho constante, temos que NB < NA < NC. diretamente proporcional ao raio de sua trajetória.
A) R
NC
P O carrinho passa pelos trechos P e Q, mantendo o módulo
ND NB de sua velocidade constante. Em seguida, ele passa pelos
P P trechos R e S, aumentando sua velocidade. Com base
NA
nessas informações, é correto afirmar que a resultante
P = força peso das forças sobre o carrinho
N = força normal P
A) é nula no trecho Q e não é nula no trecho R.
B) No ponto mais alto da trajetória da motocicleta, ponto C,
a força centrípeta é dada pela soma da força peso e B) é nula no trecho P e não é nula no trecho Q.
da força normal, isto é, FR = P + N. C) é nula nos trechos P e Q.
C
26 Coleção 6V
Dinâmica do Movimento Circular
Com relação aos módulos dessas forças, pode-se Do ponto de vista científico, a derrapagem devido às
afirmar que condições descritas ocorre porque
A) P’ < P e N’ = N. D) P’ = P e N’ > N. A) o travamento das rodas faz o atrito superar a força
B) P’ < P e N’ > N. E) P’ > P e N’ < N. centrípeta, reduzindo a capacidade do automóvel de
C) P’ = P e N’ < N. realizar uma curva.
B) a frenagem reduz a velocidade do automóvel,
04. (FUVEST-SP) O pêndulo de um relógio é constituído por
reduzindo a capacidade da força centrípeta de
uma haste rígida com um disco de metal preso em uma
de suas extremidades. O disco oscila entre as posições A realizar uma curva.
e C, enquanto a outra extremidade da haste permanece C) a fina camada de água na pista provoca uma redução
FÍSICA
imóvel no ponto P. A figura seguinte ilustra o sistema. da força normal, implicando a redução da força
centrípeta.
P
D) a pista molhada e o travamento de roda reduzem o
g atrito estático, impedindo a realização da curva.
E) o travamento das rodas faz o atrito estático
responsável pela força centrípeta parar de atuar.
B) vertical, com sentido para cima. A) o peso de cada passageiro é nulo, quando esse
C) vertical, com sentido para baixo. passageiro está em órbita.
D) horizontal, com sentido para a direita. B) uma força centrífuga atua sobre cada passageiro,
E) horizontal, com sentido para a esquerda. formando um par ação-reação com a força
gravitacional.
05. (UFF-RJ) Uma criança se balança em um balanço, como C) o peso de cada passageiro atua como força
representado esquematicamente na figura a seguir.
centrípeta do movimento; por isso, os passageiros
Assinale a alternativa que melhor representa a aceleração
são acelerados em direção ao centro da Terra.
da criança no instante em que ela passa pelo ponto mais
baixo de sua trajetória. D) o módulo da velocidade angular dos passageiros,
medido em relação a um referencial fixo na Terra,
depende do quadrado do módulo da velocidade
tangencial deles.
E) a aceleração de cada passageiro é nula.
a a Criança Criança
A) a = 0 C) E)
B) a D) a Observador Observador
O correto esquema de forças atuantes sobre a criança 02. (UECE–2015) Considere um carro de passeio de uma
para um observador parado no chão fora do tablado é: tonelada se deslocando a 108 km/h em uma rodovia. Em
Dados: F: força do tablado; N: reação normal do tablado; um dado instante, o carro se encontra no ponto mais alto
P: peso da criança. de um trecho reto em subida. Para simplificar a descrição
A) D) mecânica desse sistema, o carro pode ser tratado como
N uma massa puntiforme e a trajetória em torno do ponto
N F
F mais alto pode ser aproximada por um arco de círculo de
raio 100 m contido em um plano vertical. Em comparação
P com a situação em que o carro trafegue por um trecho
P
plano, é correto afirmar que, no ponto mais alto da
B) E) trajetória, a força de atrito entre a pista e os pneus
N A) é menor, pois a força normal da estrada sobre o carro
N
F é maior.
B) é menor, pois a força normal da estrada sobre o carro
F P é menor.
P
C) é maior, pois a força normal da estrada sobre o carro
C) N é menor.
D) é maior, pois a força normal da estrada sobre o carro
é maior.
28 Coleção 6V
Dinâmica do Movimento Circular
05. (IFCE–2016) Considere a figura a seguir, na qual é 08. (Unicastelo-SP) Em uma visita a um museu,
MCIW PTJV
mostrado um piloto acrobata fazendo sua moto girar por um garotinho se encanta com um aparelho que até
dentro de um “globo da morte”. então não conhecia: um toca-discos de vinil. Enquanto o
Y A disco girava no aparelho, o garoto colocou sobre ele sua
g borracha escolar e ficou observando-a girar junto com o
disco, sem que escorregasse em relação a ele.
B D
R
C
Ao realizar o movimento de loop dentro do globo da
morte (ou seja, percorrendo a trajetória ABCD mostrada
Disponível em: <www.somvintage.com> (Adaptação).
anteriormente), o piloto precisa manter uma velocidade
FÍSICA
mínima de sua moto para que a mesma não caia ao passar Sendo m = 0,02 kg a massa da borracha, r = 0,12 m o
pelo ponto mais alto do globo (ponto “A”). raio da trajetória circular que ela percorre e considerando
Nestas condições, a velocidade mínima “v” da moto, de a frequência de rotação do disco constante e igual a
forma que a mesma não caia ao passar pelo ponto “A”, 30 rpm, é correto afirmar que o módulo da força de atrito,
dado que o globo da morte tem raio R de 3,60 m, é: em newtons, entre a borracha e a superfície do disco é igual a
(Considere a aceleração da gravidade com valor g = 10 m/s2.)
A) 0,0030 . p2.
A) 6 km/h. D) 15 km/h.
B) 0,0036 . p2.
B) 12 km/h. E) 158 km/h.
C) 0,0024 . p2.
C) 21,6 km/h.
D) 0,0042 . p2.
06. (Mackenzie-SP) No trecho de estrada ilustrado, a curva E) 0,0048 . p2.
4N3J
pontilhada é um arco circular e o raio da circunferência
que o contém mede 500 m. 09. (Unesp–2016) Uma garota de 50 kg está brincando em um
QDXM
balanço constituído de um assento e de uma corda ideal
5,25° 6,10° 7,15° 8,20° 9,10°
que tem uma de suas extremidades presa nesse assento e
sen 0,0992 0,106 0,124 0,143 0,158 a outra, em um saco de areia de 66 kg que está apoiado,
cos 0,996 0,994 0,992 0,990 0,987 em repouso, sobre o piso horizontal. A corda passa por
duas roldanas ideais fixas no teto e, enquanto oscila,
θ tan 0,092 0,107 0,125 0,144 0,160
a garota percorre uma trajetória circular contida em um
plano vertical de modo que, ao passar pelo ponto A,
|g| = 10 m/s2
a corda fica instantaneamente vertical.
10. (AFA-SP) Em um local onde a aceleração da gravidade Desprezando a existência de forças dissipativas,
QVDA o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no terceiro
vale g, uma partícula move-se sem atrito sobre uma
pista circular que, por sua vez, possui uma inclinação θ. quadrinho, é
Essa partícula está presa a um poste central, por meio de um A) nulo.
fio ideal de comprimento ℓ que, através de uma articulação,
B) paralelo à sua velocidade linear e no mesmo sentido.
pode girar livremente em torno do poste. O fio é mantido
paralelo à superfície da pista, conforme a figura seguinte. C) paralelo à sua velocidade linear e no sentido oposto.
D) perpendicular à sua velocidade linear e dirigido para
o centro da Terra.
2
E) perpendicular à sua velocidade linear e dirigido para
C
θ fora da superfície da Terra.
3 4
A) gℓ . B) gℓ . C) 3 g ℓ. D) 2 gℓ.
2
SEÇÃO ENEM
01. (Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos
para discutir com os estudantes o movimento de satélites.
Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento
do coelhinho, considerando o módulo da velocidade
constante.
• 03. C • 06. E
• 01. A • 02. D
SOUSA, M. Cebolinha, n. 240, jan. 2006. Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ %
30 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA B 07
2a Lei da Termodinâmica
A 1ª Lei da Termodinâmica é o Princípio da Conservação Porém, depois de aquecido, o gás não é capaz de voltar
da Energia aplicado a sistemas térmicos. No estudo dessa ao estado inicial por meio da realização de um trabalho.
lei, analisamos várias situações que envolvem balanços Em outras palavras, o gás quente não é capaz de girar as
de energia em diferentes processos. Entretanto, podemos pás e de levantar o peso. Apesar de ser viável do ponto de
pensar em alguns processos em que a energia se conserva, vista da conservação da energia, a experiência mostra que
mas que, mesmo assim, são impossíveis de ocorrer na esse ciclo jamais acontece.
prática. Por exemplo, imagine um copo de leite quente
recebendo espontaneamente calor de um bloco de gelo. Trabalho Trabalho
A 1ª Lei da Termodinâmica não proíbe esse processo.
De acordo com essa lei, o calor absorvido pelo leite seria Gás
Polia
convertido em energia interna, de forma que a energia
estaria se conservando. Todavia, pela nossa experiência
diária, sabemos que o leite quente não pode receber Pás
calor do gelo. De fato, o leite quente é que deve transferir Peso
calor para o gelo. A 2ª Lei da Termodinâmica trata,
justamente, de processos naturalmente proibidos, ainda que
a conservação da energia seja verificada. Calor Calor
Em cada ciclo, não há variação na energia interna do Nesse motor, uma mistura de ar e combustível (em geral,
motor (sistema). Por isso, o calor líquido é igual ao trabalho gasolina ou álcool) entra no cilindro quando a válvula de
realizado pelo motor. Usando a equação da 1ª Lei da admissão é mantida aberta durante a descida do pistão
Termodinâmica, temos:
(1º tempo do motor: admissão). A seguir, depois que o
∆U = 0 = (Q1 + Q2) – W ⇒ W = Q1 + Q2 pistão chega à posição mais baixa, a válvula de admissão
O motor produz o trabalho W, absorve o calor Q1 e rejeita se fecha e o pistão começa a subir, comprimindo a mistura
o calor Q2. Assim, W > 0, Q1 > 0 e Q2 < 0. Por exemplo, dentro do cilindro (2º tempo: compressão). Quando o
podemos imaginar um pequeno motor para o qual pistão chega à posição mais alta, uma centelha elétrica
Q1 = 100 J, W = 40 J e Q2 = –60 J. Observe que, dos 100 J ocorre entre os terminais da vela. O combustível explode,
de calor absorvidos pelo motor, 40 J são transformados em e o pistão é fortemente empurrado para baixo (3º tempo:
trabalho, e 60 J são rejeitados na forma de calor para a expansão). Quando o êmbolo chega à posição mais
fonte fria. Outra observação importante é que o rendimento
baixa, a válvula de escape se abre e o pistão começa a
desse motor é igual a 40%, pois o trabalho gerado pelo
subir, expulsando os gases provenientes da combustão
motor corresponde a 40% do calor que ele recebe da fonte
quente. De uma forma genérica, o rendimento térmico (4º tempo: descarga). Terminada essa etapa do ciclo,
de um motor, em valor absoluto, pode ser calculado pelo o motor pode iniciar um novo ciclo com a admissão da
seguinte quociente: mistura de ar e combustível.
W
η=
Q1 O REFRIGERADOR TÉRMICO
Um motor térmico não pode apresentar rendimento Considere que um refrigerador deva ser usado para
térmico igual a 100%, pois, nesse caso, todo o calor Q1 seria congelar certa massa de água que se encontra à temperatura
convertido em trabalho, o que é impossível. Lord Kelvin e de 0 °C. Imagine que o refrigerador opere em um ciclo de
Max Planck resumiram essa proibição por meio daquilo que duas etapas. Na primeira etapa, o refrigerador a 20 °C
hoje é conhecido como o enunciado de Kelvin e Planck da
(que é a temperatura ambiente) recebe calor da água a 0 °C.
2ª Lei da Termodinâmica:
Como resultado, a água congela, e o refrigerador se aquece.
Na segunda etapa do ciclo, o refrigerador cede calor para
Não existe um motor térmico cíclico cujo único resultado a vizinhança até que a sua temperatura volte a ser 20 °C.
seja a absorção de calor de uma fonte e a conversão integral Apesar de não violar a Lei da Conservação da Energia,
desse calor em trabalho. esse ciclo é impossível, pois, na primeira etapa, a água a 0 °C
cede calor para o refrigerador a 20 °C. Da nossa experiência
Existem vários tipos de motores térmicos. Da máquina de diária, sabemos que um corpo não pode ceder calor para
Watt aos modernos motores dos aviões a jato, todos operam outro que esteja a uma temperatura maior.
com um rendimento limitado pela 2ª Lei da Termodinâmica.
O motor térmico mais famoso é o motor a explosão, que Em cada ciclo de um refrigerador térmico real,
equipa quase todos os automóveis do mundo. A figura 3 uma quantidade de calor Q1 é transferida de uma fonte
mostra um motor a explosão, em que o movimento fria para o refrigerador e uma quantidade de calor Q2 é
alternativo do pistão é convertido em rotação através do
transferida do refrigerador para uma fonte quente. Além
conjunto biela-virabrequim.
disso, em cada ciclo, o refrigerador real demanda uma
Comando de válvula quantidade de trabalho W para poder funcionar. A figura 4
mostra os sentidos desses fluxos de energia.
Vela
Válvula de
admissão Válvula de descarga Fonte quente
Ar mais Q2
Câmera de combustão
combustível
Gases de descarga
Pistão Refrigerador
Biela
W
Q1
Virabrequim
Fonte fria
32 Coleção 6V
2ª Lei da Termodinâmica
Fonte quente
refrigerador. Aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica, temos:
Fonte fria
Condensador
Q2 Q1
∆U = 0 = (Q1 + Q2) – W ⇒ W = Q1 + Q2 Evaporador
FÍSICA
e a temperatura é baixa (nas geladeiras, esse valor é cerca
energia no ciclo. de –20 °C). A temperatura da fonte fria é baixa, porém um
Agora, vamos definir uma equação para medir a eficiência pouco maior que a do evaporador (cerca de –10 °C no caso
do congelador de geladeiras). Assim, o fluido, ao atravessar
de um refrigerador. Um refrigerador eficiente é aquele que
o evaporador, recebe o calor Q1, sofrendo vaporização
retira muito calor da fonte fria sem consumir muito trabalho.
isobárica. O compressor aspira e comprime o vapor
Assim, o coeficiente de eficácia de um refrigerador térmico
proveniente do evaporador. Nessa etapa, o fluido recebe o
é dado por: trabalho W. O vapor quente e pressurizado sai do compressor
Q1 e entra no condensador. Nessa serpentina, o fluido cede o
β= calor Q2 para a fonte quente, sofrendo uma transformação
W
isobárica. Por último, o líquido quente proveniente do
condensador atravessa o estrangulamento. Esse dispositivo
Por exemplo, se Q1 = 100 J e W = 40 J (em módulo),
gera uma súbita redução na pressão do fluido, de forma
a eficiência do refrigerador será β = 100 / 40 = 2,5.
parecida com a queda de pressão em uma seringa com
Esse número tem a seguinte interpretação: para cada
a extremidade fechada quando o êmbolo dessa é puxado
unidade de trabalho consumida, o refrigerador retira rapidamente. Em consequência, parte do líquido vaporiza,
2,5 unidades de calor da fonte fria. Teoricamente, causando um forte resfriamento do fluido. É por isso que o
o coeficiente b pode variar desde zero até valores bem fluido entra no evaporador a uma temperatura muito baixa.
elevados. Porém, b não pode ser infinito, pois isso Em seguida, o ciclo recomeça.
implicaria um refrigerador com trabalho W = 0. Nesse caso, O ciclo descrito anteriormente também pode ser usado para
Q1 seria igual a Q2, com o refrigerador transferindo calor aquecer um ambiente. Nesse caso, o interesse não é manter
da fonte fria para a fonte quente sem consumir trabalho. o resfriamento da fonte fria, mas promover o aquecimento
Como vimos, esse ciclo é impossível. A proibição desse da fonte quente, que pode ser a água de uma piscina ou o
ciclo foi expressa por Rudolph Clausius por meio do que interior de uma casa durante o inverno. A máquina térmica,
atualmente é conhecido como enunciado de Clausius da nesse caso, é chamada de bomba de calor, e o seu coeficiente
2ª Lei da Termodinâmica: de eficácia é definido em termos do calor Q2 (e não do
calor Q1, como fizemos para o refrigerador), pela seguinte
Não existe um refrigerador térmico cíclico cujo único razão: β’ = Q2/W. O Exercício Resolvido 01, apresentado a
resultado seja a transferência de calor de um corpo seguir, aborda o uso de uma bomba de calor para aquecer
para outro com temperatura maior. uma casa no inverno. Antes de acompanhar a sua resolução,
procure responder à seguinte pergunta:
O refrigerador térmico mais popular, sem dúvida,
é aquele que usa o ciclo de compressão de vapor, presente
PARA REFLETIR
nas geladeiras e freezers domésticos, nos aparelhos de
ar-condicionado e nos balcões frigoríficos dos supermercados. Por que você pode aquecer uma cozinha
deixando aberta a porta do forno quente,
A figura 5 mostra os quatro componentes desse ciclo: duas
mas não pode resfriá-la deixando aberta a porta
serpentinas (o evaporador e o condensador), um compressor
da geladeira?
e um tubo de seção estrangulada.
Q2 φ' t φ'
β' = = β' = Gás
W P t P (estado 1) Vácuo
24 Peso
3= P = 8 kW
P
34 Coleção 6V
2ª Lei da Termodinâmica
Por exemplo, em um motor automotivo, logo após a explosão durante a expansão isotérmica a-b, ao passo que a rejeição
do combustível, a diferença de pressão ∆P entre a câmara do calor Q2 ocorre durante a compressão isotérmica c-d.
de combustão e o exterior do cilindro é cerca de 20 atm. Observe também que o fluido diminui a temperatura de
Esse valor é enorme e, por isso, ele gera muitas T1 para T2 por meio de uma expansão adiabática b-c e
irreversibilidades e uma redução no rendimento térmico aumenta a temperatura novamente para T 1 por meio
do motor. Por outro lado, é justamente o alto valor de ∆P de uma compressão adiabática d-a. Observe ainda que
que proporciona mais rotação ao motor e mais velocidade o ciclo ocorre no sentido horário, característico de um
ao carro. motor. A área dentro do ciclo é numericamente igual ao
Para discutir a irreversibilidade gerada pela transferência trabalho realizado pelo motor. Se o mesmo ciclo fosse
de calor, vamos considerar um exemplo simples. Imagine um percorrido no sentido anti-horário, esse trabalho seria a
recipiente hermético contendo um gás a 80 °C (estado 1). energia consumida pela máquina, que, nesse caso, seria
Em seguida, o gás transfere calor para o ambiente até um refrigerador de Carnot.
que a sua temperatura atinja 50 °C (estado 2). Para
fazer o gás voltar ao estado 1, vamos usar uma bomba
Pressão
de calor, que deverá transferir calor do ambiente para o
a
gás. Ora, essa máquina, como sabemos, consumirá certa
quantidade de trabalho para executar tal tarefa. Esse
FÍSICA
trabalho representa um vestígio na vizinhança. Portanto,
Q1
um processo de transferência de calor é irreversível.
motor de Carnot seria de: de uma máquina real operando entre as mesmas
temperaturas. Assim, para avaliar a afirmativa do
T2 273 comerciante, vamos deduzir a equação do coeficiente
η=1– =1– = 0,27
T1 373 de eficácia de um refrigerador de Carnot. A equação
genérica do coeficiente de eficácia, válida para qualquer
É claro que o motor real terá um rendimento menor que ciclo, é a seguinte:
este. Se o motor for bem projetado, o seu rendimento poderá
ser a metade do rendimento de Carnot, ou um pouco mais. Q1 Q1 1
β= = =
Devemos tomar cuidado para não achar que o rendimento W Q2 − Q1 (Q2 Q1 ) − 1
de um motor de Carnot é sempre elevado (27%, como nesse
exemplo, não é um rendimento alto). O motor de Carnot Para uma máquina de Carnot, Q2/Q1 = T2/T1. Substituindo
apenas proporciona o maior rendimento possível entre duas essa razão na equação anterior, obtemos o coeficiente
36 Coleção 6V
2ª Lei da Termodinâmica
FÍSICA
de mudanças tecnológicas com profundo impacto no
poderia ser aumentado se a máquina cedesse menos processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada
calor ao meio externo. na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se
C) o trabalho realizado por essa locomotiva nesse pelo mundo a partir do século XIX. James Hargreaves,
processo é de 1 000 J. 1764, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora “spinning
Jenny”, uma máquina de fiar rotativa que permitia a um
D) essa locomotiva teria rendimento máximo se o
único artesão fiar oito fios de uma só vez; James Watt,
trabalho realizado por ela fosse igual ao calor cedido
1768, inventa a máquina a vapor; Gottlieb Daimler, 1885,
ao ambiente externo.
inventa um motor a explosão, etc.
Acerca do assunto tratado no texto em relação às
02. (UFG-GO) A figura a seguir representa o ciclo de Otto
máquinas térmicas, de acordo com a segunda Lei da
4L65
para motores a combustão interna. Nesse tipo de motor, Termodinâmica, podemos afirmar:
a vela de ignição gera uma faísca que causa a combustão I. Nenhuma máquina térmica operando em ciclos
de uma mistura gasosa. Considere que a faísca seja pode retirar calor de uma fonte e transformá-lo
suficientemente rápida, de modo que o movimento do integralmente em trabalho.
pistão possa ser desprezado. II. A segunda Lei da Termodinâmica se aplica aos
refrigeradores, porque estes transferem calor da fonte
P
fria para a fonte quente.
C
III. O rendimento de uma máquina térmica que opera em
ciclos pode ser de 100%.
D Após a análise feita, verifica-se que é(são) correta(s)
B
apena(s) a(s) proposição(ões)
O A A) II e III. C) III. E) I e II.
B) II. D) I.
V1 V2 V
06. ( P U C R S – 2 0 1 6 ) O n d a s s o n o ra s s e p r o p a g a m
A faísca e a liberação dos gases pelo escapamento
longitudinalmente no interior dos gases a partir de
ocorrem, respectivamente, nos pontos sucessivas e rápidas compressões e expansões do fluido.
A) A e C. C) D e A. E) O e C. No ar, esses processos podem ser considerados como
transformações adiabáticas, principalmente devido à
B) B e A. D) D e B.
rapidez com que ocorrem e também à baixa condutividade
térmica deste meio. Por aproximação, considerando-se
03. (UFV-MG) Uma máquina térmica, operando entre duas que o ar se comporte como um gás ideal, a energia interna
I2J3
fontes quente e fria, às temperaturas de 327 °C e 27 °C, de uma determinada massa de ar sofrendo compressão
adiabática _________; portanto, o _________ trocado
respectivamente, realiza um trabalho de 200 J, ao absorver
com as vizinhanças da massa de ar seria responsável pela
1 000 J da fonte quente. Caso essa máquina passasse a transferência de energia.
operar segundo o ciclo de Carnot, entre as mesmas fontes, A) diminuiria – calor
seu rendimento seria B) diminuiria – trabalho
C) não variaria – trabalho
A) 100%. C) 20%.
D) aumentaria – calor
B) 50%. D) 0%. E) aumentaria – trabalho
07. (UFPA) Um técnico de manutenção de máquinas 02. (FUVEST-SP–2015) Certa quantidade de gás sofre
1QY9 KDO1
pôs para funcionar um motor térmico que executa três transformações sucessivas, A → B, B → C e C → A,
20 ciclos por segundo. Considerando-se que, em cada ciclo, conforme o diagrama P – V apresentado na figura
o motor retira uma quantidade de calor de 1 200 J de a seguir.
uma fonte quente e cede 800 J a uma fonte fria, é correto
P
afirmar que o rendimento de cada ciclo é C
A) 13,3%. C) 33,3%. E) 53,3%.
B) 23,3%. D) 43,3%.
A B
08. (UERN–2015) O gráfico representa um ciclo termodinâmico.
G4WL
P (N/m2)
V
A
A respeito dessas transformações, afirmou-se o seguinte:
B
I. O trabalho total realizado no ciclo ABCA é nulo.
D C II. A energia interna do gás no estado C é maior que no
estado A.
V(m3)
III. Durante a transformação A → B, o gás recebe calor e
realiza trabalho.
Os trabalhos realizados nas transformações AB, BC, CD
e DA são, respectivamente, Está correto apenas o que se afirma em
A) negativo, nulo, positivo e nulo. Dados: O gás deve ser tratado como ideal; a transformação
B) positivo, nulo, negativo e nulo. B → C é isotérmica.
EXERCÍCIOS 03.
YOP6
(UFT-TO) Suponha que uma máquina de Carnot seja
construída utilizando como fonte fria o lado do planeta
PROPOSTOS Gliese 581 g que nunca recebe luz e como fonte quente o
lado que sempre recebe luz. A temperatura da fonte fria
01. (PUC-Campinas-SP) O esquema a seguir representa trocas Tf= –40 °C e da fonte quente Tq= 70 °C. A cada ciclo,
de calor e realização de trabalho em uma máquina térmica. a máquina retira da fonte quente 1 000 J de calor.
Os valores de T1 e Q2 não foram indicados, mas deverão Considerando que a máquina trabalha com um gás ideal,
ser calculados durante a solução deste exercício. leia os itens a seguir:
38 Coleção 6V
2ª Lei da Termodinâmica
04. (EFOMM-RJ–2016) O diagrama PV da figura mostra, Com relação às transformações termodinâmicas que
NØB7 constituem esse ciclo, é correto afirmar que o sistema
para determinado gás ideal, alguns dos processos
termodinâmicos possíveis. Sabendo-se que nos processos passa por uma:
AB e BD são fornecidos ao gás 120 e 500 joules de calor,
A) expansão adiabática entre os estados b e d (b → d).
respectivamente, a variação da energia interna do gás,
em joules, no processo ACD, será igual a B) expansão isovolumétrica entre os estados b e c
(b → c).
P (kPa)
C) compressão isobárica entre os estados c e d (c → d).
B D
70 D) expansão isotérmica entre os estados a e b (a → b).
FÍSICA
equipado com motor a combustão, com uma eficiência de
2 500 4 000 V (cm3) 25%. Admitindo-se ambos os veículos com uma massa
A) 105. C) 515. E) 725. de 500 kg, partindo do repouso, em uma estrada plana
e retilínea, a energia gerada nos motores para fazer com
B) 250. D) 620.
que ambos os veículos atinjam a velocidade de 36 km/h
vale, respectivamente,
05. (UFAL) A cada ciclo de funcionamento, o motor de um
Z9Ø4 A) 1,0 . 104 J e 2,0 . 104 J.
certo automóvel retira 40 kJ do compartimento da fonte
quente, onde se dá a queima do combustível, e realiza B) 1,1 . 105 J e 4,0 . 105 J.
10 kJ de trabalho. Sabendo que parte do calor retirado da C) 2,7 . 104 J e 1,0 . 105 J.
fonte quente é dispensado para o ambiente (fonte fria) a D) 2,5 . 105 J e 2,5 . 105 J.
uma temperatura de 27 °C, qual seria a temperatura no
compartimento da fonte quente se esse motor operasse 08. (EPCAR-RJ–2017) Um sistema termodinâmico constituído
NM1R
segundo o ciclo de Carnot? de n mols de um gás perfeito monoatômico desenvolve
Dado: Considere que as temperaturas em graus uma transformação cíclica ABCDA representada no
C) 227 °C.
2,0
09. (UPE–2015) Um gás ideal é submetido a um processo De acordo com o texto, as transformações de energia
ØA4M
termodinâmico ABCD, conforme ilustra a figura a seguir. que ocorrem durante o funcionamento do motor são
p (N/m ) 2 decorrentes de a
III. Se a máquina 2 retirar 4000 J de calor da fonte quente Acesso em: 22 jul. 2010 (Adaptação).
possa funcionar. Quando o motor funciona, parte da de fusão do aço com que se fazem os motores.
energia convertida ou transformada na combustão
não pode ser utilizada para realização de trabalho. 03. (Enem) O diagrama mostra a utilização das diferentes fontes
Isso significa dizer que há vazamento da energia em de energia no cenário mundial. Embora aproximadamente
outra forma. um terço de toda energia primária seja orientada à
CARVALHO, A. X. Z. Física Térmica. produção de eletricidade, apenas 10% do total são obtidos
Belo Horizonte: Pax, 2009 (Adaptação). em forma de energia elétrica útil.
40 Coleção 6V
2ª Lei da Termodinâmica
90%
80%
Energia primária
70%
60%
50%
40%
30% Calor
perdido
Energia
20% na
para produção
produção
de eletricidade
FÍSICA
10%
Energia
elétrica útil
04. (Enem) O esquema a seguir mostra, em termos de potência (energia/tempo), aproximadamente, o fluxo de energia, a partir
de uma certa quantidade de combustível vinda do tanque de gasolina, em um carro viajando com velocidade constante.
Energia dos
hidrocarbonetos
não queimados, Luzes,
energia ventilador,
térmica dos gerador,
gases do direção,
escape e bomba
transferidas ao hidráulica, Energia
Evaporação
ar ambiente etc. térmica
1kW
56,8 kW 2,2 kW 3 kW
Do tanque de gasolina
72 kW 71 kW
Rodas
14,2 kW 12 kW 9 kW
Motor de Transmissão
combustão engrenagens
O esquema mostra que, na queima da gasolina, no motor de combustão, uma parte considerável de sua energia é dissipada.
Essa perda é da ordem de
Gerador
Propostos Acertei ______ Errei ______
Água Turbina
Pilhas
• 01. A
nucleares Condensador
Bomba-d’água
Bomba-d’água
• 02. E
• 03. B
Rio
• 04. C
I. A energia liberada na reação é usada para ferver a • 05. A
água que, como vapor a alta pressão, aciona a turbina.
II. A turbina, que adquire uma energia cinética de
rotação, é acoplada mecanicamente ao gerador para
• 06. D
produção de energia elétrica.
III. A água, depois de passar pela turbina, é pré-aquecida • 07. C
no condensador e bombeada de volta ao reator.
• 02. B
• 01. B
• 02. D • 03. D
• 03. B • 04. A
• 04. E
• 05. D
• 05. E
Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ %
42 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA B 08
Fundamentos da Óptica Geométrica
Os cinco sentidos do ser humano permitem que ele perceba
o mundo à sua volta. De todos os sentidos, a visão é o que
fornece o maior número de informações e é aquele que permite
ao homem o maior aprendizado do mundo que o cerca.
A Óptica é a parte da Física que explica, entre outras coisas,
a visão que temos dos objetos e / ou de suas imagens,
seja por observação direta ou através de um instrumento.
Isso é motivo suficiente para estudar esse conteúdo fascinante.
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A Óptica pode ser dividida, por questões didáticas,
em dois grandes ramos: a Óptica geométrica e a Óptica
física. Aqui, vamos tratar da Óptica geométrica, que é a parte 2. Quanto à dimensão, a fonte de luz pode ser:
da Física que estuda determinados fenômenos luminosos Pontual: se o seu tamanho for desprezível, quando
sem a necessidade de se conhecer a natureza física da luz. comparado à distância de observação.
Por ora, vamos considerar que a luz é uma onda que se
propaga pelo espaço, transmitindo energia luminosa de um Extensa: se o seu tamanho não for desprezível,
ponto a outro, e que é capaz de sensibilizar os nossos órgãos se comparado à distância de observação.
de visão. Em nosso estudo da Óptica, não é importante saber OBSERVAÇÃO
como a luz é produzida nem como ela se desloca através
Na verdade, toda fonte de luz é extensa. Assim, se ela
dos meios de propagação.
ilumina um objeto que se encontra muito distante dela,
a fonte de luz pode ser considerada uma fonte pontual.
O feixe de luz, dependendo da posição entre os raios 2. Translúcido: é o meio no qual uma parte da luz se
luminosos, pode ser classificado como feixe convergente, propaga, porém de forma irregular. A luminosidade
paralelo ou divergente, respectivamente, como mostrado passa através dele, mas a imagem formada não
a seguir. apresenta nitidez. O vidro canelado, plásticos leitosos
e água suja são alguns exemplos.
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O objeto (ou a sua imagem) é visto, sempre, na direção
do raio de luz que chega aos olhos do observador. A figura
a seguir, fora de escala, mostra um observador (O) mirando
uma estrela (E) no céu. Observe o trajeto da luz que sai da 3. Opaco: é o meio que não se deixa atravessar pela
estrela e vai ao observador (EPO). luz e, dessa forma, não se pode enxergar através
dele. Como exemplos, temos o corpo humano, uma
I
parede, os metais, entre muitos outros.
E OBSERVAÇÕES
P Vácuo
Atmosfera A. Dependendo da espessura a ser atravessada pela
luz, um meio transparente pode se tornar translúcido
O ou mesmo opaco. É o caso, por exemplo, da água
cristalina. Uma lagoa profunda, mesmo de águas
claras, não nos permite ver o fundo.
B. Materiais opacos à luz visível podem ser translúcidos
ou mesmo transparentes para outras radiações.
Como a luz chega ao observador na direção IPO, este
Cita-se, por exemplo, o corpo humano, que
verá a imagem da estrela na posição I (chamada de posição
é relativamente transparente para os raios X.
aparente) e não na posição real E, onde se encontra a estrela.
Da mesma forma, materiais transparentes para a luz
É importante ressaltar que nenhum ser vivo pode ver visível podem ser opacos a outras radiações. O vidro
a luz. Nós enxergamos, apenas, os objetos que enviam a comum, por exemplo, é transparente à luz visível,
luz que chega aos nossos olhos. No vácuo, fora da nossa mas é opaco ao infravermelho e ao ultravioleta.
atmosfera, por exemplo, a luz emitida por todas as estrelas
corta o espaço sideral em todas as direções. Estando em Princípios de propagação da luz
uma dessas regiões, um astronauta que olhar ao seu redor
poderá ver o Sol, as estrelas, a Lua, os planetas, etc., mas Nos meios de propagação que sejam transparentes,
o restante do espaço é totalmente escuro (embora uma isotrópicos e homogêneos, podemos usar importantes
infinidade de raios de luz esteja cruzando aquela região). princípios de propagação da luz, a saber:
1. Propagação retilínea: a luz se propaga,
Tipos de meios de propagação a partir da fonte, em linha reta. Isso quer dizer que
a energia transmitida por um raio luminoso viaja em
Chamamos de meio de propagação qualquer região do movimento retilíneo através do meio.
espaço na qual a luz se propaga. Aqui, vamos classificar os
meios apenas para a luz visível. Assim, um meio pode ser: 2. Independência dos raios: dois ou mais raios ou
feixes de luz se propagam independentemente da
1. Transparente: é o meio no qual a luz se propaga de existência de outro(s) na mesma região e no mesmo
forma regular, permitindo que se possa enxergar, de instante. Havendo cruzamento entre eles, cada um
forma nítida, através dele. O ar, o vidro liso e a água segue o seu caminho sem tomar conhecimento da
cristalina, em pequenas quantidades, são exemplos existência do(s) outro(s). Veja a seguir:
de meios transparentes.
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44 Coleção 6V
Fundamentos da Óptica Geométrica
3. Reversibilidade: a trajetória seguida pela luz entre 1. Reflexão: corresponde à parte do feixe luminoso que
dois pontos quaisquer é exatamente a mesma indo do retorna ao meio de origem após atingir a superfície de
primeiro ponto ao segundo ou voltando do segundo separação, mantendo o mesmo módulo da velocidade
ponto ao primeiro. Veja o exemplo a seguir. Considere de propagação.
duas pessoas (O1 e O2) se olhando através de um
2. Refração: corresponde à parte do feixe luminoso
espelho (E). O observador 2 recebe a luz emitida
que passa para a outra substância (muda o meio
pelo observador 1, segundo a trajetória amarela.
de propagação), alterando a sua velocidade de
O observador 1 recebe a luz emitida pelo observador 2,
propagação.
conforme a trajetória azul. Tais caminhos são
idênticos (eles foram ligeiramente deslocados, na 3. Absorção: corresponde à parcela da radiação que é
figura a seguir, para que você possa distinguir um absorvida pela superfície que separa os dois meios
do outro). (fica retida na superfície) e que geralmente faz a
substância aquecer.
E
O1 I0
O2
FÍSICA
60% I0
10% I0
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uma árvore, em determinado horário, projeta no chão Considere que a energia que atinge a superfície tenha
uma sombra de 3,0 m de comprimento. Você, que tem uma intensidade I0. A parte refletida, que volta ao meio de
1,8 m de altura, mede a sua sombra, no mesmo instante, origem (o ar), apresenta intensidade 60%I0, por exemplo.
e encontra 0,60 m. Determine a altura da árvore. Considere que a parcela refratada, que penetra na água,
Resolução: tenha intensidade 30%I0. Observe que, “nessa conta”,
faltam 10% de I0. Essa parcela é absorvida pela superfície
A solução do exercício usa o princípio da propagação
na incidência. Nesse caso, portanto, os três fenômenos
retilínea da luz. Veja a figura a seguir:
acontecem simultaneamente.
H
As radiações do espectro visível
h
A luz branca emitida pelo Sol é policromática e é
formada pela combinação de infinitas radiações de
x frequências diferentes. O nosso sistema visual identifica
Y
cada frequência diferente como uma luz de cor distinta.
O espectro visível é composto, portanto, de uma infinidade
Usando semelhança nos triângulos destacados, temos: de cores que vão do vermelho ao violeta. No espectro da luz
visível, podemos considerar sete cores básicas: vermelho,
H Y H 3, 0 alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. As radiações
= ∴ = ∴ H = 9, 0 m
h x 1, 8 0, 60 foram apresentadas na ordem crescente de frequências. Veja
o espectro a seguir:
A mistura de todas as cores do espectro visível (radiações Assim, a cor de um objeto, percebida por um observador,
de luz) nos fornece o branco. Faça a experiência a seguir, não é uma característica intrínseca do objeto. A cor depende
bastante ilustrativa, para comprovar que a mistura das cores da estrutura do material e, principalmente, da luz que incide
básicas fornece a cor branca. Pegue um disco de papelão sobre ele. Cada objeto, em geral, tem a capacidade de
e pinte setores com as cores básicas, conforme mostrado absorver, de refletir e de transmitir (refratar) algumas das
a seguir. radiações que chegam a ele. Assim, enxergamos o objeto
na cor da luz que ele reflete ou transmite.
46 Coleção 6V
Fundamentos da Óptica Geométrica
Você sabe que existem objetos cujas cores não se Sendo azul, o filtro só se deixa atravessar pela radiação
encontram no espectro da luz visível (marrom e cinza, azul. Se iluminado por luz branca, apenas o azul o
por exemplo). Eles são percebidos naquelas cores, pois atravessa e chega aos olhos do observador do outro lado.
refletem duas ou mais radiações, cuja adição nos fornece a Tal observador verá o celofane azul. Se ele for iluminado
referida cor (inexistente no espectro). por radiação de quaisquer outras cores, exceto o azul,
todas elas serão absorvidas pelo celofane. Dessa forma,
nenhuma radiação atravessa a folha e o observador do
outro lado enxerga o celofane como preto. Você já deve
PARA REFLETIR
ter visto holofotes (ou spots) iluminando festas ou shows.
Qual é a cor do Sol, quando visto de fora da A luz branca de uma lâmpada sai pelo filtro apenas na
atmosfera terrestre? radiação correspondente à cor do filtro colocado à sua
frente.
FÍSICA
Labirinto dos espectros eles vão se mostrar negros.
APLICAÇÕES Sombra
Cone de sombra
Câmara escura Fonte
pontual
Considere uma caixa fechada, com um pequeno orifício em
uma das paredes e com uma folha de papel de seda, papel
manteiga ou papel heliográfico – todos brancos e translúcidos –
na parede oposta. Se uma fonte de luz (seja primária ou
secundária) estiver à frente do orifício, ela envia luz para Esfera
o interior da caixa, através do orifício, e uma imagem será opaca
formada na folha da parede oposta. O seu funcionamento
está baseado no princípio da propagação retilínea da luz. Região
Veja a seguir. iluminada
Anteparo
Região
iluminada
Anteparo
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48 Coleção 6V
Fundamentos da Óptica Geométrica
Observe que a parte da Lua voltada para o Sol é uma região Volte à penúltima figura e observe os pontos A e B
iluminada. Dessa forma, um observador na Terra, olhando colocados na Terra. A noite está começando para um
para a Lua, poderá ver, dependendo da posição desta, partes observador no ponto A. Olhando para o céu, nesse horário,
iluminadas e regiões escuras. Essas diferentes distribuições de ele poderá ver, dependendo do dia do mês e da estação
luminosidade são o que determinam as chamadas fases da Lua. do ano, de Lua nova até Lua cheia (particularmente, a Lua
crescente), mas jamais verá a Lua minguante (esta estará
do outro lado da Terra, nesse horário). Ao contrário, para o
observador no ponto B, está começando o dia. Ele poderá
ver de Lua cheia até Lua nova (particularmente, a Lua
minguante), mas nunca verá, nesse horário, a Lua crescente.
FÍSICA
órbita da Lua) e um outro que se localiza no Hemisfério
α = (inclinação do plano da Norte (que vê a Lua “por cima” – encontra-se acima do
órbita lunar) = 5° 8’ 43’’
plano de órbita desta). As figuras a seguir mostram a mesma
Lua crescente, no mesmo dia e horário, vistas em posições
Para facilitar o raciocínio, considere um observador, fora
diferentes da Terra.
da Terra, olhando o sistema Terra-Lua, pelo Polo Sul da
Terra (PS). A figura a seguir mostra a trajetória da Lua, Lua crescente vista do
conforme vista por tal observador, em oito momentos de seu
movimento em torno da Terra. Observe que os movimentos
de translação da Lua e de rotação da Terra estão no sentido
horário para tal observador. Na figura, o deslocamento da
Terra em torno do Sol é pequeno e foi desprezado.
Hemisfério Plano do Hemisfério
Crescente Sul Equador Norte
PS
Cheia
1 5
B
8 6
Fases da Lua
7
Durante seu movimento em torno da Terra, a Lua
passa por um ciclo formado de quatro fases. Por
meio desse simulador, você compreenderá melhor
Minguante
como ocorrem as fases da Lua de um ponto de vista
da Terra e também sob um ponto de vista externo
Um habitante, no Hemisfério Sul da Terra, olhando
e mais distante (referencial do Sol). Aproveite!
para o céu à noite, nas posições indicadas anteriormente
(de 1 a 8), veria a Lua como mostrado a seguir.
Órbita
da Lua
Órbita Terra
Lua
da Lua nova
Sol
Órbita
da Terra
Terra
Lua
cheia
Veja que, na parte esquerda da figura, a Lua cheia está no cone de sombra da Terra. Assim, a Lua cheia deixa de ser vista da
Terra (eclipse total da Lua). Quando a Lua cheia passa pela região de penumbra da Terra (não mostrada na figura), temos um
eclipse parcial, uma vez que parte da Lua continua visível o tempo todo. Na parte direita da figura, o cone de sombra da Lua se
projeta sobre a Terra. Assim, os observadores localizados na região de sombra projetada pela Lua (círculo preto) não poderão
ver o Sol (eclipse total do Sol). Para os observadores da Terra localizados na região de penumbra da Lua (em torno do círculo
preto), ocorre um eclipse parcial do Sol (não indicado na figura). Nesse mesmo instante, para os habitantes que se encontram
na região iluminada da Terra (não mostrada na figura), não ocorre o eclipse. Assim, o eclipse do Sol, quando acontece,
será visível apenas em pequenas regiões da Terra. Veja a seguir fotografias dos eclipses do Sol e da Lua.
Imagens: Istockphoto
Os eclipses são raros de ocorrer, principalmente do Sol, pois os planos de órbita da Terra e da Lua não coincidem.
Dessa forma, poucas vezes os três astros estão alinhados. A distância Terra-Lua é variável e, assim, existe uma posição
em que a Lua está mais distante da Terra. Se nessa posição é Lua nova e os três astros estão alinhados, pode ocorrer um
eclipse solar mais raro ainda. Observe a figura a seguir, fora de escala, que caracteriza a situação indicada. Veja que a Terra
está, na região de penumbra da Lua, fora do cone de sombra e além do seu vértice.
Sol
Lua
nova Terra
50 Coleção 6V
Fundamentos da Óptica Geométrica
Os habitantes que se encontram, nesse momento, no círculo A segunda estrela mais próxima da Terra, visível a olho nu,
negro recebem apenas a luz dos bordos do Sol. Assim, a parte é a Alfa, da constelação de Centauro. A sua distância à Terra é
central do Sol está obstruída pela Lua (eclipse solar), mas um de 4,3 anos-luz. Isso quer dizer que recebemos a luz que saiu
anel luminoso será visto em torno da Lua (eclipse anular). de Alfa e, portanto, a enxergamos como ela era há 4,3 anos.
A visão desse eclipse está mostrada na foto seguinte. Um eclipse Temos estrelas a centenas, milhões, bilhões de anos-luz
como esse ocorreu em 15 de janeiro de 2010. da Terra. Nós as vemos como elas eram no momento em
que elas emitiram a luz. Muitas das estrelas que estão no
“nosso” céu já “morreram” há muito tempo. Como a luz
enviada por elas ainda está a caminho da Terra, nós ainda
FÍSICA
vendo cada estrela como ela era há dezenas, milhares,
bilhões de anos! Agora, me responda: a Óptica não é um
assunto muito fascinante?
Olhando para o passado
A velocidade da luz, tanto no ar como no vácuo, é muito Óculos polarizados
grande, porém finita. O seu valor aproximado é de 3,0 . 108 m/s
Quando a luz solar incide sobre o asfalto de uma rodovia
(300 000 km/s). Isso quer dizer que ela gasta um tempo não
ou sobre a superfície de um leito d’agua, temos um reflexo
nulo para percorrer determinada distância. A distância Terra-
que costuma atrapalhar a visão de motoristas e pescadores,
-Sol é, em média, de 1,5 . 1011 m. Assim, a luz do Sol gasta,
respectivamente. Por serem sempre superfícies horizontais,
aproximadamente, 500 s (cerca de 8 minutos) para chegar à
esses reflexos são polarizados horizontalmente. Para que
Terra. Nós enxergamos um objeto quando a luz emitida por
esses reflexos específicos sejam bloqueados, usam-se óculos
ele chega ao nosso sistema visual. Como a luz do Sol gasta
próprios, os quais são feitos de materiais que bloqueiam
8 minutos para chegar à Terra, nós o vemos como ele era,
luzes com polarização horizontal e permitem a passagem
no instante em que emitiu a luz. Ou seja, vemos, em cada
momento, um Sol de 8 minutos atrás. apenas de polarização vertical.
Com o objetivo de facilitar o entendimento de uma medição, Um sistema de filme 3D consiste em projetar na tela
as unidades devem estar de acordo com a grandeza a ser duas imagens, uma com polarização vertical e outra com
medida. Quando queremos medir a espessura de uma folha polarização horizontal. Os óculos usados pelo público deixam
de papel, usamos o milímetro; para medir a altura de uma passar a luz polarizada verticalmente de uma imagem
pessoa, preferimos o metro; para estimar distâncias entre para um olho e a luz polarizada horizontalmente da outra
cidades, é usual o quilômetro. Estrelas estão muito distantes imagem para o outro olho, permitindo que cada olho veja
da Terra. Para determinar tais distâncias, preferimos uma uma imagem diferente.
unidade chamada ano-luz. Ela se refere à distância percorrida
pela luz em um ano. Assim, ano-luz é uma unidade de
distância (D), e não de tempo (t).
EXERCÍCIOS DE 03.
UTA5
(UFMG) Um feixe de luz do Sol é decomposto ao passar
por um prisma de vidro. O feixe de luz visível resultante
APRENDIZAGEM é composto de ondas com
uma lâmina de plástico colorida, lisa e opaca. Mesmo sendo vermelha, amarela e azul.
a lâmpada emissora de luz branca, em ambas as situações C) apenas três frequências, que correspondem às cores
o observador enxerga as lâminas como sendo de cor verde. vermelha, verde e azul.
Lâmpada D) uma infinidade de frequências, que correspondem a
cores desde a vermelha até a violeta.
Lâmpada Observador
Vidro Plástico Observador 04. (UFU-MG) Ao olhar para um objeto (que não é uma fonte
2I2O
Figura 1 Figura 2 luminosa), em um ambiente iluminado pela luz branca,
e constatar que ele apresenta a cor amarela, é correto
Pode-se, então, afirmar que, predominantemente,
afirmar que
A) o vidro reflete a luz de cor verde, absorvendo as
A) o objeto absorve a radiação cujo comprimento de
outras cores, e o plástico transmite a luz de cor verde,
onda corresponde ao amarelo.
absorvendo as outras cores.
B) o objeto refrata a radiação cujo comprimento de onda
B) o vidro absorve a luz de cor verde, transmitindo as
corresponde ao amarelo.
outras cores, e o plástico absorve a luz de cor verde,
refletindo as outras cores. C) o objeto difrata a radiação cujo comprimento de onda
outras cores, e o plástico absorve a luz de cor verde, D) o objeto reflete a radiação cujo comprimento de onda
refletindo as outras cores. corresponde ao amarelo.
D) o vidro absorve a luz de cor verde, transmitindo as
outras cores, e o plástico reflete a luz de cor verde, 05. (UEL-PR) Durante um eclipse solar, um observador,
GMUO
absorvendo as outras cores. A) no cone de sombra, vê um eclipse parcial.
E) o vidro transmite a luz de cor verde, absorvendo as B) na região da penumbra, vê um eclipse total.
outras cores, e o plástico reflete a luz de cor verde,
C) na região plenamente iluminada, vê a Lua eclipsada.
absorvendo as outras cores.
D) na região plenamente iluminada, não vê o eclipse
52 Coleção 6V
Fundamentos da Óptica Geométrica
07. (FGV) Com a finalidade de produzir iluminação indireta, O esboço que melhor representa o anteparo iluminado
N328 pelas três lâmpadas acesas é
uma luminária de parede possui, diante da lâmpada, uma
capa opaca em forma de meio cano.
A) D)
Teto
B) E)
Capa
opaca
C)
No teto, a partir da parede onde está montada a luminária,
sabendo que esta é a única fonte luminosa do ambiente
e que a parede sobre a qual está afixada essa luminária
foi pintada com uma tinta pouco refletora, o padrão de
EXERCÍCIOS
FÍSICA
iluminação projetado sobre esse teto é semelhante ao
desenhado em
A)
PROPOSTOS
Teto Sombra
Penumbra 01. (UECE–2015) Considere duas lâminas planas: uma lâmina L1,
LVAC
Luz semitransparente e que exposta à luz do Sol produz uma
Parede sombra verde, com comprimento de onda λVERDE; e outra
lâmina L2 opaca, que, ao ser iluminada pelo Sol, parece
B) Teto Luz
verde a um observador. É correto afirmar que as ondas
Penumbra
do espectro eletromagnético visível com comprimento de
Sombra
onda λVERDE são mais intensamente
Parede
A) refletidas por L1 e por L2.
C) Teto Penumbra
B) transmitidas por L1 e refletidas por L2.
Luz
C) transmitidas por L1 e por L2.
D) refletidas por L1 e transmitidas por L2.
Parede
D) Teto Sombra 02. (ITA-SP) Dos seguintes objetos, qual seria visível em uma
Penumbra sala perfeitamente escura?
A) Um espelho.
Parede
B) Qualquer superfície de cor clara.
E) Teto Sombra
C) Um fio aquecido ao rubro.
D) Uma lâmpada desligada.
Luz
E) Um gato preto.
Parede
100 Azul
Violeta
Absorção (%)
80
Vermelho
60
Anteparo
40
Verde
Máscara 20
0
400 500 600 700
Comprimento de onda (nm)
Com base nessas informações, é correto afirmar que, 07. (UFPA) Em 29 de maio de 1919, em Sobral (CE),
para realizar a fotossíntese, as clorofilas absorvem, JYMU
a teoria da relatividade de Einstein foi testada medindo-se
predominantemente, o desvio que a luz das estrelas sofre ao passar perto
A) o violeta, o azul e o vermelho, e refletem o verde. do Sol. Essa medição foi possível porque, naquele dia,
B) o verde, e refletem o violeta, o azul e o vermelho. naquele local, foi visível um eclipse total do Sol. Assim que
C) o azul, o verde e o vermelho, e refletem o violeta. o disco lunar ocultou completamente o Sol, foi possível
D) o violeta, e refletem o verde, o vermelho e o azul. observar a posição aparente das estrelas. Sabendo-se
que o diâmetro do Sol é 400 vezes maior do que o da
Lua e que, durante o eclipse total de 1919, o centro do
04. (CEFET-MG) A imagem formada em uma câmara
Sol estava a 151 600 000 km de Sobral, é correto afirmar
escura de orifício é invertida em relação ao objeto.
que a distância do centro da Lua até Sobral era de
Para descrevê-la, deve-se considerar a(o)
A) no máximo 379 000 km.
A) propagação retilínea da luz.
B) no máximo 279 000 km.
B) reversibilidade dos raios de luz. C) no mínimo 379 000 km.
C) paralelismo geométrico dos raios de luz. D) no mínimo 479 000 km.
D) variação da velocidade da luz na câmara. E) exatamente 379 000 km.
E) mudança de meio de propagação da luz no orifício.
08. (UFF-RJ) Para determinar a que altura H uma fonte de
luz pontual está do chão, plano e horizontal, foi realizada
05. (IFSul-RS–2016) No dia 27 de setembro de 2015, houve
TR3H a seguinte experiência. Colocou-se um lápis de 0,10 m,
o eclipse da superlua. Esse evento é a combinação de
perpendicularmente sobre o chão, em duas posições
dois fenômenos, que são: um eclipse lunar e a superlua.
distintas: primeiro em P e depois em Q. A posição P está
Isso só acontecerá novamente em 2033. exatamente na vertical que passa pela fonte e, nessa
No fenômeno da superlua, o astro fica mais perto posição, não há formação de sombra do lápis, conforme
da Terra e parece até 14% maior, com um brilho ilustra esquematicamente a figura. Na posição Q,
a sombra do lápis tem comprimento 49 (quarenta e nove)
extraordinário. Já o fenômeno do eclipse lunar é
vezes menor que a distância entre P e Q. A altura H é,
consequência da ____________________ da luz e ele
aproximadamente, igual a
ocorre totalmente quando a posição relativa dos astros
A) 0,49 m.
é Sol, Terra e Lua; e esse fenômeno acontece na fase da
Lua ____________________. B) 1,5 m.
H
C) 5,0 m.
A sequência correta para o preenchimento das lacunas é:
D) 1,0 m.
A) propagação retilínea – minguante.
P Q
E) 3,0 m.
B) reflexão – cheia.
54 Coleção 6V
Fundamentos da Óptica Geométrica
FÍSICA
e isso nos daria a sensação de ver uma cor amarelada.
Já uma luz na faixa de comprimento de onda de 600 nm
(retângulo II) estimularia o pigmento “verde” um pouco
e o “vermelho” em cerca de 75%, e isso nos daria a
sensação de ver laranja-avermelhado. No entanto, há
características genéticas presentes em alguns indivíduos,
ZEWAIL, A. H. Micrographia of the twenty-first century: from
conhecidas coletivamente como Daltonismo, em que um camera obscura to 4D microscopy. Philosophical Transactions
ou mais pigmentos não funcionam perfeitamente. of the Royal Society A, v. 368, 2010 (Adaptação).
I II
“azul” Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho
100
“verde” humano, o tecido corresponde ao(à)
“vermelho” A) íris.
Ativação (%)
B) retina.
50 C) pupila.
D) córnea.
E) cristalino.
como “verde”, com as luzes de 530 nm e 600 nm na verde que chega aos sensores da câmera fotográfica.
mesma intensidade luminosa, esse indivíduo seria Na escolha desse filtro, utiliza-se o conhecimento da
incapaz de composição das cores-luz primárias: vermelho, verde e azul;
A) identificar o comprimento de onda do amarelo, uma e das cores-luz secundárias: amarelo = vermelho + verde,
vez que não possui o pigmento “verde”. ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
02 de 17 de
Seção Enem Acertei ______ Errei ______
outubro setembro
• 01. E
10 de setembro
• 02. B
• 03. D
A) 08 e 09 de setembro.
B) 15 e 16 de setembro. • 04. E
C) 22 e 23 de setembro.
• 05. D
D) 29 e 30 de setembro.
E) 06 e 07 de outubro. Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ %
56 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA B 09
Reflexão da Luz e Espelhos Planos
REFLEXÃO DA LUZ Leis da Reflexão:
• 1ª Lei: RI, N e RR são coplanares (estão sempre
A reflexão é o fenômeno luminoso pelo qual a luz, contidos no mesmo plano).
após atingir uma superfície, continua no mesmo meio de
propagação inicial. A reflexão é um fenômeno físico muito • 2ª Lei: Os ângulos de incidência e de reflexão são
presente em nosso cotidiano e é responsável pela visão sempre congruentes (i = r).
que temos dos objetos que nos cercam, tanto no que se Quando a luz incide sobre uma superfície, ela pode
refere à sua forma como também à sua cor. Conforme visto ser refletida de duas maneiras diferentes, conforme
anteriormente, enxergamos os objetos, fontes secundárias representado a seguir. Na primeira figura, a reflexão é
de luz, pela luz que eles refletem. Além disso, a utilização chamada de especular (ou regular) e ocorre em superfícies
dos espelhos só é possível devido à reflexão. A figura a polidas, como um espelho ou uma lâmina de água parada.
seguir mostra a luz de uma lanterna que sofre reflexão ao Na outra figura, a reflexão é difusa (ou irregular) e acontece
atingir um espelho. Observe, com atenção, que a parte de quando a luz atinge superfícies rugosas, tais como uma
trás do espelho é a superfície refletora (a parte da frente parede, uma folha de caderno ou o rosto de uma pessoa.
é um vidro transparente). Neste estudo, vamos considerar, Esse tipo de reflexão permite que você possa enxergar e ler
exceto quando for especificado o contrário, que os nossos o texto impresso nas páginas deste livro de qualquer posição
espelhos têm espessura desprezível. Assim, a reflexão vai que olhar, pois a luz refletida pelas páginas difunde-se
ocorrer na face que recebe a luz. (espalha) em todas as direções.
O1 O3 E
O2
E
E
I2
I1 I3
58 Coleção 6V
Reflexão da Luz e Espelhos Planos
Campo visual do espelho plano Para θ = 90°, temos 3 imagens (360/90 – 1 = 3).
Elas estão representadas na figura a seguir. Observe que
Outro ponto importante diz respeito ao campo visual as imagens e o objeto estão em uma circunferência cujo
do espelho plano, que é definido como a região onde um
centro coincide com o ponto comum entre os espelhos.
observador deve se posicionar para poder enxergar a
Veja, ainda, que as imagens I3 e I4 são coincidentes e,
imagem de um objeto fixo. Esse campo pode ser encontrado
portanto, enxergamos apenas uma delas.
traçando-se os raios incidentes, originados do objeto,
e os respectivos raios refletidos nas duas extremidades do
espelho, conforme ilustrado na figura a seguir. A região E1
Arquivo Bernoulli
azul, compreendida entre o espelho (E) e os dois raios I1 O
refletidos (RR), representa o campo visual do espelho para
o objeto O da figura. De qualquer lugar dessa região,
o observador pode ver a imagem do objeto. Estando fora
90°
dela, o observador não verá a imagem, embora esta continue
a existir na mesma posição de simetria. Para facilitar o E2
traçado dos raios refletidos, convém desenhar a imagem (I),
FÍSICA
na linha de simetria, e traçar um seguimento de reta
passando pela imagem e pelas extremidades do espelho. I2
I3 = I4
O RR
Veja, a seguir, uma foto das imagens formadas pelos
espelhos.
RR
O I
360
N= –1 v –v
θ
D D
Observe que,
d d
E
essa uma informação útil que deve ser memorizada. O ângulo entre os raios incidente e refletido (δ1), na primeira
figura, é igual a δ1 = θ + θ, ou seja, δ1 = 2θ. Após girar o
Agora, vamos considerar que o espelho foi deslocado.
espelho de α (a normal também gira de α), os ângulos de
Considere um objeto colocado a uma distância D de
um espelho plano (E). Se o espelho for deslocado de incidência e de reflexão passam para θ + α, cada um.
O I
E
v
Assim, o ângulo (δ2) entre os raios incidente e refletido,
2v
na segunda figura, será δ2 = (θ + α) + (θ + α) = 2θ + 2α.
A diferença entre δ2 e δ1 corresponde ao ângulo que o raio
D D
d refletido gira, ou seja: δ2 – δ1 = (2θ + 2α) – (2θ) = 2α. Logo,
2d
se o espelho gira com velocidade angular ω, o raio refletido
E
O
gira com velocidade angular 2ω.
I'
O fato anterior tem uma aplicação prática muito
importante. Alguns aparelhos de medição, que usam
D+d D+d
ponteiros que se deslocam numa escala, têm afixado
no ponteiro um pequeno espelho plano. Um feixe de luz
Se um raio de luz incide sobre um espelho, formando um
incide no espelho e o raio refletido é projetado sobre o
ângulo θ com a normal, ele é refletido, formando o mesmo
ângulo com a normal (2ª Lei da Reflexão). Isso nos permite zero de uma escala. Quando o ponteiro gira, indicando
concluir que, se o raio incidente gira em relação ao espelho funcionamento, o raio refletido pelo espelho gira o dobro
de um ângulo α, o raio refletido gira do mesmo ângulo α. desse valor e se desloca bastante, indicando a leitura a
Assim, os raios incidente e refletido giram com a mesma ser efetuada. Isso permite que a sensibilidade do aparelho
velocidade angular. Veja a seguir. seja ajustada de acordo com a necessidade.
60 Coleção 6V
Reflexão da Luz e Espelhos Planos
EXERCÍCIOS DE
Espelhos angulares
APRENDIZAGEM
Se colocarmos um objeto entre dois espelhos 01. (UFRGS-RS) Na figura a seguir, estão representados
planos que formam um ângulo entre si, T971
um espelho plano E, perpendicular à página, e um
poderemos notar mais de duas imagens. Esse
pequeno objeto luminoso S, colocado diante do espelho,
simulador permite visualizar esse fenômeno.
Verifique o número de imagens formadas para no plano da página. Os pontos O1, O2 e O3, também no
cada ângulo e suas características. Selecione plano da página, representam as posições ocupadas
a aba “Espelhos paralelos” e procure entender sucessivamente por um observador.
as infinitas imagens formadas pelos espelhos.
Boa atividade! S O1 O2 O3
EXERCÍCIO RESOLVIDO E
FÍSICA
diante de um espelho plano preso em uma parede vertical.
A distância entre os olhos do rapaz e o chão mede x.
Qual tamanho mínimo do espelho, e em que posição este O observador verá a imagem do objeto S, fornecida pelo
deve ficar, para permitir ao rapaz enxergar a imagem espelho E,
completa de seu corpo?
A) apenas da posição O1.
Resolução:
B) apenas da posição O2.
A figura a seguir representa o espelho de tamanho
C) apenas da posição O3.
mínimo h (segmento BD), o rapaz de altura H (em linha
cheia) e a sua imagem (em linha tracejada). O espelho D) apenas das posições O1 e O2.
foi posicionado na parede de forma a permitir que o E) das posições O1, O2 e O3.
rapaz, visando os pontos B e D, possa ver a imagem do
chapéu e dos seus pés, respectivamente. Lembre-se de 02. (UNIFICADO-RJ) Antônia vai correr a maratona (42,195 km),
que as distâncias da imagem e do rapaz ao espelho (d)
e o número de sua camiseta é 186. Ao olhar-se no
são iguais, e que a altura (H) do rapaz e de sua imagem
também são iguais. Na figura, A representa os olhos. espelho, Antônia vê, em sua camiseta,
A respeito do periscópio e dos fenômenos luminosos que a Colocando-se um espelho plano, espelhado em ambos os
ele podem ser associados são feitas as afirmativas: lados, de dimensões infinitas e de espessura desprezível
ao longo da reta r, os observadores colocados nas posições
I. A colocação de espelhos planos, como indicada na
1 e 2 veriam, respectivamente, objetos completos com
figura, permite que a luz proveniente da árvore atinja
as seguintes formas:
o observador, comprovando o princípio da propagação
A)
retilínea da luz.
A) II.
D)
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
06. (Unicamp-SP) A figura a seguir mostra um espelho
ZQA4
retrovisor plano na lateral esquerda de um carro.
04. (CEFET-MG–2015) Analise o esquema a seguir referente a
O espelho está disposto verticalmente e a altura do seu
ØVRM
um espelho plano. centro coincide com a altura dos olhos do motorista.
Os pontos da figura pertencem a um plano horizontal que
Observador passa pelo centro do espelho. Nesse caso, os pontos que
3
podem ser vistos pelo motorista são
1 2
Espelho
retrovisor
4
Objeto
Olhos do
6 motorista
Espelho plano 3 9
62 Coleção 6V
Reflexão da Luz e Espelhos Planos
FÍSICA
D) a imagem refletida da bailarina no espelho é uma 04. Um meio anisotrópico é aquele no qual a luz se
imagem real. propaga com a mesma velocidade em todas as
E) a distância da bailarina até o espelho é o dobro da direções e sentidos.
distância da bailarina até sua imagem refletida. 08. A trajetória de um raio luminoso sofre alteração
quando são permutadas as posições da fonte e
do observador.
08. (CMMG) Dois espelhos planos estão posicionados
XSNM 16. Quando ocorre a reflexão da luz, o raio incidente,
perpendicularmente entre si, como na figura seguinte.
o raio refletido e a normal ao ponto de incidência são
perpendiculares entre si.
Soma ( )
Figura 2
a vida, de instantes, você se aproxima do espelho a
Figura 4
1,5 m/s e está a 2,0 m de distância do espelho.
S2 S4
Nesse instante, a sua imagem, fornecida pelo espelho, estará
A) a 2,0 m de distância do espelho, com uma velocidade
de 3,0 m/s em relação a você.
B) a 2,0 m de distância do espelho, com uma velocidade
Meio 1 Meio 2 Meio 1 Meio 2 de 1,5 m/s em relação a você.
C) a uma distância maior que 2,0 m de distância do espelho,
Com base nos fenômenos ocorridos, pode-se concluir que
com uma velocidade de 3,0 m/s em relação ao espelho.
as superfícies são:
D) a uma distância maior que 2,0 m de distância do espelho,
A) A superfície S 1 é rugosa, S 2 separa dois meios
com uma velocidade de 1,5 m/s em relação ao espelho.
transparentes, S3 é metálica e muito bem polida,
e S4 é um corpo de superfície preta. 07. (UECE–2015) Dois raios de luz coplanares incidem sobre
B) A superfície S1 é metálica e muito bem polida, S2 é 1ZVS
um espelho plano. O primeiro raio incide normalmente
um corpo de superfície preta, S3 separa dois meios no espelho e o segundo tem um ângulo de incidência
transparentes, e S4 é rugosa. 30°. Considere que o espelho é girado de modo
C) A superfície S1 é metálica e muito bem polida, S2 é que o segundo raio passe a ter incidência normal.
rugosa, S3 separa dois meios transparentes, e S4 é Nessa nova configuração o primeiro raio passa a ter ângulo
um corpo de superfície preta. de incidência igual a
D) A superfície S1 separa dois meios transparentes, S2 é A) 15°. B) 60°. C) 30°. D) 90°.
rugosa, S3 é metálica e muito bem polida, e S4 é um
corpo de superfície preta.
08. (Mackenzie-SP–2016) Um objeto extenso de altura h
E) A superfície S 1 é metálica e muito bem polida, está fixo, disposto frontalmente diante de uma superfície
S2 separa dois meios transparentes, S3 é rugosa, e S4 refletora de um espelho plano, a uma distância de 120,0 cm.
é um corpo de superfície preta. Aproximando-se o espelho de uma distância de 20,0 cm,
a imagem conjugada, nessa condição, encontra-se distante
05. (UNIFESP) A figura representa um objeto e cinco espelhos do objeto de
IGLW
planos, E1, E2, E3, E4 e E5. A) 100,0 cm. C) 200,0 cm. E) 300,0 cm.
E3 B) 120,0 cm. D) 240,0 cm.
E4
E2 09. (PUC-SP) Um aluno colocou um objeto “O” entre as superfícies
refletoras de dois espelhos planos associados e que formavam
E5 entre si um ângulo θ, obtendo n imagens. Quando reduziu o
A) E1 : ↑ E2 : → E3 : ↓ E4 : ← E5 :↑ θ O
B) E1 : ↑ E2 : E3 : ↓ E4 : E5 : ↑
C) E1 : ↑ E2 : E3 : ↑ E4 : E5 : ↑
A) m = 4n + 3 D) m = 4(n – 1)
D) E1 : ↑ E2 : E3 : ↓ E4 : E5 : ↑
B) m = 4n – 3 E) m = 4n
E) E1 : ↓ E2 : → E3 : ↑ E4 : → E5 : ↓ C) m = 4(n + 1)
64 Coleção 6V
Reflexão da Luz e Espelhos Planos
1,8 m
30° α detalhe
1,5 m
espelho
70°
B d
Nessa figura, dois espelhos planos estão dispostos de Sabendo que a distância entre os olhos da pessoa e a
imagem da parede AB refletida no espelho é 3,3 m e que
modo a formar um ângulo de 30° entre eles. Um raio
seus olhos, o detalhe em sua roupa e seus pés estão sobre
luminoso incide sobre um dos espelhos, formando
uma mesma vertical, calcule a distância d entre a pessoa
FÍSICA
um ângulo de 70° com a sua superfície. Esse raio, e o espelho e a menor distância que o espelho deve ser
depois de se refletir nos dois espelhos, cruza o raio movido verticalmente para cima, de modo que ela possa
ver sua imagem refletida por inteiro no espelho.
incidente, formando um ângulo α de
A Absorvedor
10° Refletor
H
O
Água quente
1,5 m
18 m 2,0 m Água fria
B P Q
Para baratear a fabricação do espelho concentrador, uma
A) 4,0. C) 5,5. E) 6,5.
empresa utiliza quatro longas “tiras” de espelhos planos
B) 4,5. D) 6,0. montadas paralelamente ao tubo absorvedor, conforme
mostra a figura seguinte.
12. (Unesp–2015) Uma pessoa de 1,8 m de altura está Raios solares
RJ8S Tiras de
parada diante de um espelho plano apoiado no solo e
espelhos
preso em uma parede vertical. Como o espelho está mal 1 2 3 4 5
Objeto
O1
O2 O1
E O2
E
Figura 1 Figura 2
D) apenas pelo observador O2, e este enxerga apenas a GABARITO Meu aproveitamento
metade da imagem do malabarista.
E) pelos dois observadores, sendo que O1 enxerga Aprendizagem Acertei ______ Errei ______
apenas a parte inferior da imagem. • 01. D • 03. E • 05. B • 07. C
• 02. E • 04. D • 06. C • 08. A
03. O periscópio é um acessório fundamental dos submarinos,
usado para captar imagens acima da água. Também Propostos Acertei ______ Errei ______
teve largo uso em guerras, para observar o movimento
inimigo de dentro das trincheiras. Um periscópio básico
• 01.E • 07. C
utiliza dois espelhos paralelos, a certa distância um do • 02. Soma = 03 • 08. C
outro. Os espelhos devem estar num ângulo de 45°, pois, • 03. C • 09. A
caso contrário, a imagem não ficará perfeita. Os raios
• 04. C • 10. D
luminosos atingem o primeiro espelho, que os reflete para • 11. C
o segundo espelho, e daí são novamente refletidos para o
• 05. A • 12. d = 80 cm;
visor. O trajeto completo da luz possui a forma aproximada • 06. A mover 15 cm.
66 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA C 07
Associação de Resistores
A corrente elétrica (um fluxo ordenado de cargas elétricas), 1. Toda corrente que entra por uma das extremidades
ao percorrer um circuito elétrico (caminho por onde a de um resistor ou de uma fonte de tensão deve sair
corrente passa), conforme se sabe, produz consequências pela outra extremidade (o número de elétrons que
diversas, por exemplo, o aquecimento dos elementos entra é igual ao número de elétrons que sai – Princípio
do circuito, fenômeno conhecido como efeito Joule. da Conservação das Cargas). Portanto, o resistor não
Sabe-se, também, que a corrente elétrica pode ser contínua “consome” corrente elétrica.
ou alternada, e aprendemos, em estudos anteriores, como 2. Em Eletricidade, a energia fornecida pela fonte de
calcular a potência elétrica e a energia elétrica “consumida” tensão deve ser “consumida” pelos elementos do
em um ou mais elementos de um circuito. Neste módulo, circuito a cada instante (Princípio da Conservação
vamos retomar, complementar e aprofundar tais conceitos. da Energia). As usinas de eletricidade devem,
a cada instante do dia, transformar outras formas
Chamamos de resistor qualquer elemento condutor
de energia em energia elétrica para atender,
colocado em um circuito, propositadamente, com o objetivo
exatamente, à demanda por energia elétrica que
de transformar energia elétrica em energia térmica (caso
existe naquele momento.
dos aparelhos de aquecimento) ou de limitar a corrente
fornecida a um dispositivo (muito usual em eletrônica). Os resistores podem ser associados de várias maneiras:
O resistor, assim como qualquer elemento colocado em um em série, em paralelo, em delta, em estrela, etc.
circuito elétrico, apresenta uma resistência elétrica, seja ela Vamos considerar, aqui, apenas as ligações de elementos
desejada ou não. em série e em paralelo. Para tais associações, podemos
montar um circuito equivalente, em que há um único resistor,
A maioria dos aparelhos que usamos e muitos dos circuitos
utilizados em nosso cotidiano são combinações de dois ou chamado de resistor equivalente, que irá apresentar as
mais resistores. Assim, eles devem ser conectados – de mesmas características da associação.
maneiras específicas – com o objetivo de nos fornecer o
Associação de Resistor
resultado que deles esperamos. Vamos descobrir como são vários resistores equivalente
essas ligações, denominadas associações de resistores, RASSOC REQUI
suas características e o uso que podemos fazer delas. A B A B
IASSOC
Antes de iniciar, vamos fazer uma convenção: os fios que IEQUI
IFonte IFonte
interligam os elementos do circuito e a fonte de tensão
(bateria, por exemplo) não oferecem dificuldade à passagem A B A B
de corrente através deles, ou seja, os fios e a bateria V V
apresentam resistência desprezível (são considerados
ideais). Quando for importante considerar a resistência dos Observe, na figura anterior, que as fontes, a associação
fios e / ou da fonte de tensão, isso será especificado. de resistores e o resistor equivalente estão ligados,
diretamente, aos pontos A e B. Sejam V = tensão,
I = corrente, R = resistência e P = potência dissipada.
ASSOCIAÇÕES DE Em qualquer tipo de associação de dois (ou mais) resistores,
há características que são comuns a todas as associações e
RESISTORES que, portanto, precisamos conhecer. São elas:
Em nosso estudo anterior, vimos que, num circuito 1 – VEQUI = VASSOC = VFONTE
formado por um resistor e por uma fonte de tensão (d.d.p.), 2 – IEQUI = IASSOC = IFONTE
existe uma transformação de energia. Os portadores de carga 3 – REQUI = RASSOC
que constituem a corrente elétrica (elétrons ou íons) recebem
4 – PEQUI = PASSOC = P1 + P2 + ... Pn
energia quando passam através da fonte (a pilha, por exemplo,
transforma energia química em energia elétrica) e,
ao passarem através do resistor, perdem a energia que a No quadro, P 1, P 2 e P n são as potências dissipadas,
fonte lhes forneceu (ocorre transformação de energia elétrica individualmente, nos resistores que formam a associação,
em energia térmica). Observe, então, dois fatos importantes: qualquer que seja ela.
COMO FAZER ASSOCIAÇÃO Portanto, VMN = VPQ = VFONTE. Logo, os dois resistores estão
submetidos à mesma diferença de potencial ou tensão. Dizemos
DE RESISTORES que dois ou mais resistores estão associados em paralelo
se cada uma das extremidades de um dos resistores estiver
Fazer uma associação de resistores, de qualquer tipo,
no mesmo potencial em relação às extremidades dos outros
envolve uma metodologia de como os resistores são
resistores. Assim, resistores associados em paralelo estão
conectados entre si e com a bateria que lhes vai prover a
diferença de potencial (tensão) necessária. Ou seja, o tipo submetidos à mesma diferença de potencial.
de associação depende da maneira (modus operandi) como R1
os resistores são ligados. M N R1 M=P R2
N Q
R2
P Q
Associação de resistores em série V
V N R1 M
I
A + – B
É possível notar que dois resistores em série não estão,
VAB = V
necessariamente, na mesma reta.
RE
Para exemplificar a associação de dois resistores em A B
paralelo, vamos usar os mesmos resistores 1 e 2 da I
montagem anterior. Fazer uma associação de dois resistores
em paralelo exige três etapas, a saber: I
A B
1. Ligar a extremidade M (de R1) à extremidade P (de R2);
VAB = V
2. Conectar as extremidades N (de R1) e Q (de R2);
3. Estabelecer a conexão da bateria aos pontos que Observe que a corrente que percorre o circuito tem um
foram unidos (MP e NQ). único caminho para passar (seja na bateria, no resistor
Observe que os pontos M e P estão submetidos a equivalente ou nos resistores da associação). Portanto,
um mesmo potencial, assim como os pontos N e Q. concluímos que os resistores estão ligados em série.
68 Coleção 6V
Associação de Resistores
FÍSICA
R = R1 + R2 + R3 caminho para percorrer a associação. Assim, podemos
afirmar que os resistores estão associados em série.
A respeito dessa última relação, vamos fazer as seguintes Na figura (b), temos o circuito equivalente, no qual
considerações: R = 8,0 Ω.
Usando a relação V = RI no resistor equivalente (veja
1. A resistência total (ou equivalente) de uma associação que ele está ligado diretamente aos terminais da bateria,
de resistores em série é sempre maior que a resistência VR = VAB = 16 V), temos:
de qualquer um dos resistores da associação. Podemos 16 = 8,0 . I ⇒ I = 2,0 A (corrente no circuito).
fazer uma analogia entre a associação de resistores em Como os resistores estão associados em série, temos que
série e um fio a ser percorrido pela corrente quando I = I1 = I2 = I3 = 2,0 A.
dizemos que, ao fazer a associação dos resistores
em série, é como se estivéssemos aumentando OBSERVAÇÃO
o comprimento (L) do fio a ser percorrido pela corrente Sabemos que Q = ne = I∆t. Em 2,0 A, temos,
(lembre-se de que R = ρL/A). portanto, exatos 1,25 . 1019 elétrons (12,5 milhões de
trilhões deles) percorrendo o circuito a cada segundo.
2. Mais importante do que conhecer a relação entre os Ou seja, a corrente obedece à quantização de cargas.
resistores que compõem a associação e o resistor Vamos usar a relação V = RI em cada um dos resistores:
equivalente é conhecer as relações entre corrente e
V1 = 1,0 . 2,0 = 2,0 V ⇒ V1 = 2,0 V
tensão nesse tipo de circuito, sem as quais será difícil
V2 = 4,0 . 2,0 = 8,0 V ⇒ V2 = 8,0 V
analisar circuitos em série.
V3 = 3,0 . 2,0 = 6,0 V ⇒ V3 = 6,0 V
Em estudos anteriores, vimos que a potência dissipada Como os resistores estão associados em série, temos que
em um resistor pode ser calculada por: VFonte = V1 + V2 + V3 = 16 V.
Se apenas dois resistores estão associados em paralelo, as correntes (I1 e I2) e as potências dissipadas (P1 e P2)
em cada resistor.
podemos reescrever a relação anterior como:
B) Posteriormente, um outro resistor (R3 = 20 Ω) é
R1.R 2 ligado em paralelo aos outros dois. Recalcule, agora,
R=
R1 + R 2 as correntes na associação.
70 Coleção 6V
Associação de Resistores
VAB I R1 I1 I2 R2 VAB I R A A A A A A
VAB I R1 I1 R2 I3 R3 VAB I I R
B B B B B I2
B B B B B B
Resolução:
No circuito equivalente, ITOTAL = V/R = 120/20 ⇒ Antes de continuar, vamos constatar um fato
FÍSICA
I = 6,0 A. importante. A resistência equivalente da associação
Nessa associação, V1 = V2 = VAB = 120 V e I = V/R; logo: com os resistores R1 e R2 é 20 Ω, menor que as
resistências individuais de R 1 e R 2 . O resistor
I1 = V1/R1 = 120/60 ⇒ I1 = 2,0 A
equivalente da associação com os resistores R1,
I2 = V2/R2 = 120/30 ⇒ I2 = 4,0 A R 2 e R 3 tem resistência de 10 Ω (menor que a
Como os resistores estão em paralelo, resistência equivalente da associação anterior).
ITOTAL = I1 + I2 = 6,0 A. Ou seja, quanto mais resistores são colocados em
Certamente, é possível perceber que, na associação, paralelo, menor fica a resistência total do circuito
a corrente total (6,0 A) se dividiu em I1 = 2,0 A (azul) e e, consequentemente, maior será a corrente total,
I 2 = 4,0 A (verde). No ponto B central, essas como veremos a seguir.
correntes (I1 e I2) se unem para formar, novamente, No circuito equivalente, ITOTAL = V/R = 120/10 ⇒ I = 12 A.
a corrente total.
Nessa associação, V1 = V2 = V3 = VAB = 120 V e
Vamos calcular as potências dissipadas nos resistores I = V/R; logo:
R1 e R2 utilizando a relação P = RI2:
I1 = V1/R1 = 120/60 ⇒ I1 = 2,0 A
P1 = 60 . 2,02 = 240 W ⇒ P1 = 240 W
I2 = V2/R2 = 120/30 ⇒ I2 = 4,0 A
P2 = 30 . 4,02 = 480 W ⇒ P2 = 480 W
I3 = V3/R3 = 120/20 ⇒ I3 = 6,0 A
PT = 20 . 6,02 = 720 W ⇒ PT = 720 W (potência
total dissipada no circuito) Chegamos, agora, ao momento mais importante da
Veja o mapa conceitual comparativo das associações Veja que o resistor R1 não está em série com R2 e também
de resistores em série e em paralelo: não está em série com R3 (a corrente neles não é a mesma).
Mas observe que as tensões em R2 e em R3 são iguais
(V2 = V3 = VMB). Assim, os resistores R2 e R3 estão, com certeza,
Associação de resistores em
em paralelo. Deve-se, portanto, começar com eles e desenhar
Série Paralelo um outro circuito, colocando o resistor equivalente de R2 e R3,
conforme a figura anterior. Veja, nela, que os resistores
R1 e R23 são percorridos pela mesma corrente. Assim,
Soma das Igual às tais resistores estão associados em série, e o desenho do
Tensão da
tensões nos tensões em circuito equivalente a eles poderá ser feito. Vamos calcular
associação
resistores cada resistor
a resistência equivalente e a corrente total no circuito,
conforme a sequência a seguir.
Igual às Soma das
Corrente na R23 = (R2.R3)/(R2 + R3) = 6,0 . 3,0/9,0 ⇒ R23 = 2,0 Ω
correntes em correntes em
associação
cada resistor cada resistor
RE = R1 + R23 = 8,0 + 2,0 ⇒ RE = 10 Ω
72 Coleção 6V
Associação de Resistores
As correntes em R1 e R23 são I1 e I23 e podem ser calculadas Considere dois resistores associados em paralelo,
como mostrado a seguir: que fazem parte de um circuito maior, e considere
que conheçamos o valor da corrente que chega a eles.
I1 = VAB/R1 = 120/5,0 ⇒ I1 = 24 A
Como dividir essa corrente entre esses resistores?
I23 = VAB/R23 = 120/20 ⇒ I23 = 6,0 A
R1 = R
Observe que I = I1 + I23.
I1
As correntes que circulam pelos resistores R2 e R3 são I2
iguais; logo, I2 = I3 = 6,0 A. I = 6,0 A
R2 = 2R
As tensões em R2 e R3 são V2 e V3 e podem ser calculadas
da seguinte maneira:
Observe, na figura, que R1 = R2/2. Uma vez que eles
V2 = VAM = R2.I2 = 14 . 6,0 ⇒ V2 = 84 V estão em paralelo, as tensões são iguais e as correntes que
V3 = VMB = R3.I3 = 6,0 . 6,0 ⇒ V3 = 36 V atravessam cada um deles se somam para formar a corrente
total. Sabemos que I = V/R, e, portanto, a corrente em
Note que VAB = V1 = V2 + V3 = 84 + 36 = 120 V.
FÍSICA
cada resistor é inversamente proporcional à sua resistência
OBSERVAÇÃO (a tensão é a mesma para os dois).
Nesse caso, não há necessidade de se calcular o circuito
Como R1 = R2/2, temos que I1 = 2I2.
equivalente, uma vez que R1 está ligado diretamente aos
Em paralelo, I1 + I2 = I ⇒ 2I2 + I2 = 6,0 A ⇒ 3I2 = 6,0 A.
terminais da bateria. A corrente no resistor R1 é I1 = VAB/R1.
Para resolver o circuito, basta calcular a corrente elétrica Assim, I2 = 2,0 A e I1 = 4,0 A.
em R2 e R3, que estão em série. A associação em paralelo é um circuito chamado de divisor
de corrente.
Observe, agora, três resistores associados em série
e essa associação submetida a uma tensão VAB = 120 V.
Associação de resistores Como dividir a tensão entre os resistores?
III IV
A) 0,33 A; 0,17 A e zero. D) zero; zero e 1,00 A.
R R R R B) zero; zero e 1,20 A. E) 33,3 A; 1,67 A e zero.
A R B A B
R R R C) 3,33 A; 1,67 A e zero.
Nessas condições, a corrente elétrica de menor 05. (CPS-SP–2016) Tendo em vista a grande dificuldade
intensidade se estabelece no seguinte circuito: 9CC2 em armazenar energia elétrica, a invenção da pilha
A) I B) II C) III D) IV representou um marco histórico importante. Para
demonstrar a versatilidade da pilha em circuitos elétricos
02. (PUC Minas) No circuito da figura a seguir, é correto fechados, um professor elaborou uma experiência usando
afirmar que os resistores uma pilha, duas chaves, duas lâmpadas e alguns pedaços
de fio, construindo um circuito elétrico capaz de atender,
R4
em momentos distintos, às seguintes funções:
R1 R2
A B
I. Acender as duas lâmpadas ao mesmo tempo;
R5 II. Acender apenas uma lâmpada e manter, ao mesmo
R3 tempo, a outra apagada, podendo esta ação ser feita
para ambas as lâmpadas;
A) R1, R2 e R5 estão em série.
III. Manter apagadas as duas lâmpadas.
B) R1 e R2 estão em série.
Sabendo que as tensões e correntes obtidas no circuito
C) R4 e R5 não estão em paralelo.
construído eram suficientes para que as lâmpadas se
D) R1 e R3 estão em paralelo. acendessem sem se queimarem, assinale a alternativa
que contenha o esquema que corresponde ao circuito
03. (FGV) Um barco de pesca era o mais iluminado
construído pelo professor.
do porto. Em cada cabresto, o pescador distribuiu
5 lâmpadas, todas idênticas e ligadas em série, A) +
B) +
C) +
D)
12 V +
+
E)
74 Coleção 6V
Associação de Resistores
Terminais que A) R1 R2 R3 6 R4 R5 R6
5 N
vão para o 4
MQ
sistema elétrico 3 D)
B) R1 R4 2
1
R2 R5
R3 R6 M
FÍSICA
S e a s r e s i s t ê n c i a s d a s t i raC)
s 1 , R21 . . ., R6
2
f oR
r e3 m ,
P4ØC resistência expresso por 1 – x, enquanto um outro
respectivamente, R 1 , R 2 ..., R 6 , a associação que
R R5 R6 resistor B tem o valor de sua resistência expresso por
corresponde ao arranjo das tiras da figura
4
é:
1 + x, com 0 < x < 1. R1 e R2 são, respectivamente,
A) R1
R R2
R R3
R R4
R R5
R R6
R D) R1 as resistências equivalentes obtidas quando A e B são
A) 1 2 3 4 5 6
R5
entre R
si,
R 6 para oferecer essas três opções de temperatura.
6
R6 é feita por uma chave que liga a rede elétrica
A escolha A) as correntes que passam nos três resistores têm
entre o ponto indicado pela letra N e um outro ponto intensidades iguais.
indicado por M, Q ou MQ, de acordo com a opção de B) o resistor 1 libera, por segundo, mais calor do que a
temperatura desejada. O esquema que representa soma dos outros dois.
corretamente o circuito equivalente do chuveiro é: C) se o resistor 3 queimar, a potência do resistor 1 fica
a mesma de antes.
A) N MQ Q M
D) a resistência total da associação, entre os pontos
A e B, é igual a 3 Ω.
02. (FMJ-SP) No circuito mostrado, o gerador e os fios de 05. (PUC RS) No circuito representado a seguir, a diferença
ligação são ideais, e os resistores R1, R2 e R3 são ôhmicos de potencial V é mantida constante, as resistências
e têm a mesma resistência elétrica. R são iguais e a chave C encontra-se inicialmente
desligada.
R2 R3 R
R1 C
i
Sabendo que o resistor R1 dissipa 100 W de potência, + –
pode-se afirmar que o resistor R2 dissipa, em W, uma V
potência igual a
Ligando a chave C, os valores da resistência equivalente,
A) 10. D) 75. intensidade de corrente i e potência elétrica total dissipada
B) 25. E) 100. nos resistores, em relação aos valores iniciais, com a
C) 50. chave C aberta, ficam, respectivamente,
A) o dobro, a metade, igual.
03. (UPF-RS) Considere um circuito formado por dois B) a metade, o dobro, o dobro.
EXTO
resistores ôhmicos, R1 e R2 em série com uma bateria. C) a metade, o dobro, igual.
Neste circuito, a energia dissipada por unidade de tempo
D) o dobro, o dobro, a metade.
pelo resistor R2 é o dobro do que a dissipada pelo resistor
E) o dobro, a metade, a metade.
R1. Sendo I1 e I2 as correntes elétricas que circulam
pelos resistores, e V1 e V2 as quedas de potencial nos
06. (UFJF-MG–2016) Durante uma aula prática de Física,
respectivos resistores, é correto afirmar que F4IB o professor pediu que os alunos medissem a corrente
A) V1 = V2; I1 = I2; R1 = R2. elétrica total que atravessa o circuito mostrado na figura
B) V1 ≠ V2; I1 = I2; R1 = R2. a seguir, em duas situações distintas: a) com a chave S
aberta e b) com a chave S fechada. Desprezando-se a
C) V1 = V2; I1 ≠ I2; R1 = R2.
resistência interna da bateria e sabendo-se que R1 = 8,0 Ω,
D) V1 ≠ V2; I1 = I2; 2R1 = R2. R2 = 2,0 Ω e V = 32,0 V, calcule o valor da corrente elétrica
E) V1 ≠ V2; I1 = I2; R1 = 2R2. total que atravessa o circuito com a chave S aberta e com
a chave S fechada, respectivamente.
04. (Uncisal) No recente blecaute que afetou a vida de milhões A) 16,0 A e 4,0 A
S
de brasileiros, um vestibulando de São Paulo, estado
B) 3,2 A e 4,0 A
mais afetado pelo apagão, decidiu usar sua lanterna
a pilha. Essa lanterna funciona com 3 pilhas comuns R2 C) 4,0 A e 51,2 A
(1,5 V cada) associadas em série, que vão constituir
D) 3,2 A e 20,0 A
uma fonte de 4,5 V de tensão. Como a luminosidade
fornecida pela lâmpada não lhe fosse suficiente e ele E) 4,0 A e 20,0 A
76 Coleção 6V
Associação de Resistores
Dessa forma, considerando desprezíveis as resistências 11. (FUVEST-SP) No circuito da figura a seguir, a diferença
dos fios de ligação entre eles, a máxima diferença de de potencial, em módulo, entre os pontos A e B é de
potencial, em volts, que pode ser estabelecida entre os
pontos A e B do circuito, sem que haja riscos, é igual a +5 V
+
A) 30. D) 40.
4 kΩ
4 kΩ
B) 50. E) 60.
C) 20. A
B
08. (UERN–2015) A resistência na associação de resistores
2 kΩ
2 kΩ
O6SQ
a seguir é igual a
i = 12A
A 0V
i2 = 6A 10 Ω
A) 5 V.
40 Ω 20 Ω
FÍSICA
R B) 4 V.
B C) 3 V.
D) 1 V.
A) 10 Ω. B) 20 Ω. C) 30 Ω. D) 40 Ω.
E) 0 V.
09. (IMED-RS–2016) O circuito elétrico representado a seguir
TSVN é composto por fios e bateria ideais.
12. (UFPR–2016) De um trecho de um circuito mais complexo,
DUK7
5Ω R em que as setas indicam o sentido convencional da
corrente elétrica, são conhecidas as informações
8Ω apresentadas na figura a seguir.
i0= 0,2 A
i6= 1 A
5A
R6
P4
24 V R4 = 4 Ω
U1
i3= 1,3 A
R1 = 3 Ω
Com base nas informações, qual é o valor da resistência R5
indicada? U5 = 6 V
U2 = 2 V
A) 5 Ω. D) 8 Ω.
R2 = 4 Ω
B) 6 Ω. E) 9 Ω.
C) 7 Ω.
Quanto aos valores que podem ser calculados no circuito,
identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (v)
10. (EsPCEx-SP–2015) No circuito elétrico desenhado a seguir,
1OPS ou falsas (f).
todos os resistores ôhmicos são iguais e têm resistência
R = 1,0 Ω. Ele é alimentado por uma fonte ideal de tensão ( ) A resistência elétrica no resistor R5 é de 3 Ω.
contínua de E = 5,0 V. A diferença de potencial entre os ( ) A tensão elétrica no resistor R1 é de 2 V.
pontos A e B é de
( ) A potência dissipada pelo resistor R4 é de 9 W.
A
( ) O valor da resistência elétrica R6 é de 6 Ω.
R R R
R
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta,
E de cima para baixo.
R
R R A) V – F – V – F.
B
B) V – V – F – V.
B) 2,0 V. D) 3,0 V. E) V – F – V – V.
SEÇÃO ENEM 5 kΩ
A B
20 kΩ
01. (Enem–2018) Muitos smartphones e tablets não precisam
mais de teclas, uma vez que todos os comandos podem 10 kΩ 10 kΩ
ser dados ao se pressionar a própria tela. Inicialmente
essa tecnologia foi proporcionada por meio das telas
resistivas, formadas basicamente por duas camadas de C
material condutor transparente que não se encostam até
Na sequência, conectou o ohmímetro nos terminais A
que alguém as pressione, modificando a resistência total
e B do desenho e, em seguida, conectou-o nos terminais
do circuito de acordo com o ponto onde ocorre o toque.
B e C, anotando as leituras RAB e RBC, respectivamente.
A imagem é uma simplificação do circuito formado pelas R AB
placas, em que A e B representam pontos onde o circuito Ao estabelecer a razão , qual resultado o estudante
R BC
pode ser fechado por meio do toque. obteve?
14
A) 1 D)
4 kΩ
4 kΩ
81
+
ε 4 4
A B) E)
– 7 81
4 kΩ
4 kΩ
10
C)
27
B
78 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA C 08
Resistores no Dia a Dia
CIRCUITOS ELÉTRICOS – O circuito residencial representado a seguir possui apenas
duas lâmpadas de 60 W (I = 0,5 A) cada uma, um aparelho
APLICAÇÕES de TV de 240 W (I = 2,0 A), uma geladeira de 240 W
(I = 2 A), um chuveiro de 5 400 W (I = 45 A) e um ferro de
A maioria das pessoas tem muito temor de eletricidade, passar roupa de 1 800 W (I = 15 A). O circuito é alimentado
uma tecnologia muito útil que requer cautela, mas não medo. pela companhia de energia elétrica que fornece uma tensão
Vamos, neste módulo, descobrir como o chuveiro pode eficaz de 120 V entre os pontos A e B. Assim, a d.d.p. entre
nos fornecer água morna e quente (além de desligar os dois fios principais do circuito (que estão entre A e B) é
de vez em quando durante o nosso banho), vamos de 120 V.
aprender por que aquele secador de cabelos, levado de A 120 V B A 120 V B
viagem a outra cidade, pode se queimar ao ser ligado e
1,0 A 0,5 A 3,0 A 0,5 A
muito mais. Vamos levar o estudo da eletricidade para
o nosso cotidiano.
+
0,5 A 0,5 A
O CIRCUITO RESIDENCIAL
+
2,0 A
+
adiante, não é bem assim). Como se sabe, a corrente 0,5 A 0,5 A
elétrica no circuito residencial é alternada, isto é, ela
+
A figura (2) mostra que a TV foi ligada. Veja que ela puxa
da rede uma corrente de 2,0 A, e, assim, a corrente total
dogotuls.com.mx / Divulgação
arma, e uma corrente de 2,0 A percorre o seu circuito.
A partir daí, a corrente total no disjuntor é de 5,0 A.
Enquanto você estava assistindo à TV, sua irmã foi tomar
banho (4). O chuveiro necessita de uma corrente de 45 A e, Resistor
dessa forma, a corrente total que atravessa o disjuntor é de
50 A. E, justamente nesse momento, seu irmão resolveu
Dentro do chuveiro, existe um resistor, conforme mostrado
passar roupa. Com o funcionamento do ferro elétrico, que
na figura anterior. O resistor pode queimar e, assim,
utiliza uma corrente de 15 A, a corrente total no disjuntor
precisará ser substituído. No entanto, o que vai queimar
passaria para 65 A. Passaria... Mas o que acontece? Como
é o resistor, e não a sua resistência. Esta não queima,
o disjuntor suporta 60 A no máximo, ele vai desarmar e
pois é uma propriedade do resistor (que continua a existir
cortar todo o fornecimento de energia para a sua casa.
nos pedaços do resistor “queimado”).
Lá se foram a TV e o banho quente. (Você conhece uma
história parecida com essa?)
O circuito representado anteriormente está mal
dimensionado. A solução seria chamar o eletricista e pedir
para ele colocar um disjuntor que suporte uma corrente maior?
Não. Se ele fizer isso, o disjuntor não vai mais se
desarmar e, portanto, vai perder a sua função – que é
cr.epaenlinea.com / Divulgação
a de proteger o circuito elétrico da residência. Embora a
resistência dos fios (r) tenha sido desprezada até agora,
ela existe, e esses fios, percorridos por correntes elevadas,
se aquecem muito (P = rI2). Assim, o que determina o
dimensionamento do disjuntor é a espessura (chamada
“bitola”) dos fios do circuito. Para correntes elevadas, seria
necessário trocar a fiação do circuito, utilizando fios mais
Observe o resistor da figura anterior. Note que o resistor
grossos. Esse é o principal motivo para que uma residência
do chuveiro apresenta três bornes por onde a corrente pode
apresente vários circuitos independentes, cada um com a
circular. Vamos analisar um tipo de circuito de ligação de
sua fiação, seu disjuntor e os aparelhos a ele ligados.
chuveiro bem simples mostrado a seguir.
Uma sugestão importante: localize a caixa de disjuntores
em sua casa e chame um amigo para lhe ajudar. Ligue todos RAB = 2,4 Ω RBD = 1,6 Ω
os aparelhos simultaneamente. Desligue um disjuntor de
cada vez e descubra, e, principalmente, anote na própria C
caixa quais aparelhos aquele disjuntor está protegendo. A B D
Assim, havendo necessidade de se desligar determinado CH
aparelho, você vai cortar a corrente dele especificamente.
Isso pode ser útil, principalmente à noite, pois não ficará
sem a iluminação das lâmpadas. VREDE = 120 V
O chuveiro elétrico A
IAD = 30 A
B
C
D
O chuveiro é um equipamento bastante familiar a todos. CH
IAD = 30 A
Entretanto, como é o funcionamento do chuveiro para
que possamos tomar banho com a água na temperatura
desejada? Bem simples. Veja a seguir: VREDE = VAD = 120 V
80 Coleção 6V
Resistores no Dia a Dia
A chave (CH), agora, está ligada ao ponto D (figura anterior), A lâmpada elétrica incandescente
e a corrente percorre os resistores RAB e RBD. A d.d.p. fornecida
ao dispositivo é VREDE = 120 V, e a “resistência do chuveiro” Sabemos do conforto que é chegar em casa, à noite,
vale RAD = 4,0 Ω. Logo, a corrente que percorre o aparelho é abrir a porta e ligar o interruptor de luz. Tudo fica iluminado.
IAD = VAD/RAD = 120/4,0 = 30 A. O chuveiro dissipa, então, Porém, como isso funciona? É, também, graças ao efeito Joule
(nas lâmpadas incandescentes).
uma potência PAD = V2REDE/R AD = 1202/4,0 = 3 600 W.
O banho começou a esquentar! Todo corpo emite radiação eletromagnética. Você percebe
isso quando chega perto de um forno que está assando
RAB = 2,4 Ω
RBD = 1,6 Ω pão de queijo, por exemplo. Dependendo da temperatura
em que o corpo se encontra, ele pode emitir uma radiação
eletromagnética que ilumina os objetos à sua volta. É o que
IAB = 50 A B C acontece com a lâmpada. O seu filamento, ao ser percorrido
A D por uma corrente elétrica, se aquece, fica incandescente
IAB = 50 A CH e emite luz.
FÍSICA
A
A chave (CH), dessa vez, foi conectada ao ponto B.
B
A corrente atravessa, apenas, o resistor RAB = 2,4 Ω,
que, nesse caso, é a resistência do chuveiro. Assim,
IAB = VAB/RAB = 120/2,4 = 50 A. Observe que a corrente que Observe, na figura anterior, que o filamento é soldado aos
percorre o chuveiro aumentou em relação à situação anterior. pontos A (“pé” da lâmpada) e B (parte metálica da rosca).
Assim, apesar de a resistência ter diminuído, a potência Dessa forma, para que a lâmpada funcione, a corrente deve
2
dissipada vai aumentar, PAB = VREDE/RAB = 1202 / 2,4 = 6 000 W. “entrar pelo pé” e “sair pela rosca” ou vice-versa. O sentido
Agora vai sair fumaça! da corrente não importa, pois o filamento se aquecerá da
mesma forma, independentemente do sentido dela.
Resumo das variáveis:
Dentro do bulbo de vidro, existe um gás inerte (não reage
Chave (CH) na posição C D B com o metal do filamento) e de baixa densidade.
Se a densidade do gás não fosse baixa, sua temperatura
Resistência do chuveiro ∞ 4,0 W 2,4 W
elevada faria a pressão dentro do bulbo atingir valores
Corrente que circula 0 30 A 50 A muito elevados, a ponto de “explodir” a lâmpada. A parte
amarela na figura anterior é formada de material isolante e
Potência dissipada 0 3 600 W 6 000 W
serve, apenas, para dar sustentação ao filamento e à rosca
Água do banho Fria Morna Quente da lâmpada.
Como determinar a resistência de uma lâmpada? Vimos, no 2° caso (VREAL = 60 V), que a potência dissipada
Já sabemos que a resistência pode ser calculada de pela lâmpada foi quatro vezes menor do que a potência
duas maneiras: nominal dela. Isso significa que a lâmpada terá um “brilho”
bem menor do que aquele que ela apresentaria caso estivesse
(1) R = V/I = V2/P (2) R = ρ(L/A)
funcionando sob as condições nominais e vai iluminar muito
Na última equação, a resistividade (ρ) depende do material pouco. Entretanto, ela não corre o risco de se queimar.
do filamento e da temperatura, mas não das dimensões do
Você percebeu que, no 3° caso (VREAL = 240 V), o verbo
resistor (L/A). Normalmente, os valores de resistividade
são dados à temperatura ambiente. Dessa forma, o uso foi colocado no futuro do pretérito? Se a lâmpada for ligada
da equação (2) fica restrito ao cálculo da resistência da em 240 V, ela vai fundir o filamento (“queimar”) e deixar
lâmpada fria, a não ser que as grandezas sejam dadas para de funcionar. Por esse motivo, nenhum aparelho elétrico
a temperatura da lâmpada acesa. deve ser ligado em uma tensão acima daquela para a qual
foi fabricado, sob o risco de se queimar – a não ser que ele
Quando a lâmpada encontra-se em funcionamento, tenha sido montado com esse objetivo.
a temperatura do filamento pode atingir 3 000 °C, e sua
resistência aumenta muito. Duas grandezas sempre estão Volte à figura anterior das duas lâmpadas. Nela, percebemos
anotadas no bulbo de uma lâmpada: a potência (60 W, que o filamento da lâmpada (1) é mais grosso que o da
por exemplo) e a tensão (127 V ou 220 V). Esses valores são lâmpada (2). Portanto, de acordo com a equação R = ρL/A,
chamados nominais. A tensão nominal indica o valor de tensão a lâmpada (1) possui menor resistência que a lâmpada (2).
a ser fornecido à lâmpada para que ela dissipe a potência que A potência nominal de cada uma das lâmpadas pode ser
está indicada no bulbo, potência nominal. Assim, para calcular calculada por P = V2/R. Como a lâmpada (1) possui menor
a resistência da lâmpada, em funcionamento, devemos usar resistência que a lâmpada (2) e ambas estão submetidas
a equação (1) da seguinte forma: à mesma d.d.p., conclui-se que a lâmpada (1) terá maior
potência que a lâmpada (2). De fato, as lâmpadas mostradas
VN2 são de 100 W e 40 W, respectivamente.
RL =
PN
O reostato ou potenciômetro
Aqui, V N e P N são os valores que vêm indicados no Muitas vezes, necessitamos que a corrente em uma circuito
bulbo da lâmpada (tensão e potência nominais).
tenha o seu valor variado de forma contínua (analógica).
Imagine uma lâmpada com a seguinte especificação:
Para isso, utilizamos um dispositivo chamado reostato ou
PN = 60 W e VN = 120 V. A resistência de funcionamento
potenciômetro. Esse tipo de circuito é muito usado em vários
dessa lâmpada é dada por RL = V2N/PN = 1202/60 = 240 Ω.
aparelhos elétricos, como o ventilador, no qual você altera,
Vejamos o que acontece se essa lâmpada for conectada a
de forma contínua, a velocidade de rotação, ou o interruptor
fontes de tensão (Vreal) de diferentes valores. Considere que a
em quartos de crianças, no controle da intensidade luminosa,
resistência da lâmpada permaneça constante nos três casos.
por exemplo.
1. Se VREAL = 120 V → A lâmpada será percorrida por
uma corrente I = VREAL/RL = 120 / 240 = 0,50 A e
dissipará uma potência PREAL = PNOMINAL = 60 W.
Omegatron / Creative Commons
82 Coleção 6V
Resistores no Dia a Dia
ΛΛ
ΛΛ
ΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛ
ΛΛΛ
ΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛ
A resistência do reostato (RAC) aumenta ou diminui de acordo C
com a posição do contato. Seja Rv a resistência do ventilador. A B
I
V
V
Existem vários aparelhos que possuem uma chave com
I algumas posições que permitem que eles funcionem com maior
C ou menor eficiência. É o caso, por exemplo, do liquidificador
e de outros eletrodomésticos. Nestes, não existe reostato.
A B Eles possuem dois ou mais resistores ligados em série
(dentro do aparelho), assim como o chuveiro elétrico.
FÍSICA
CIRCUITOS COM LÂMPADAS
V
INCANDESCENTES
I
C Conforme já foi citado, o “brilho” de uma lâmpada
incandescente (energia luminosa emitida por ela a cada instante)
está associado à potência real dissipada por ela. Conhecer
A B situações diversas a esse respeito e o que acontece quando
uma lâmpada é inserida ou retirada de um circuito é importante.
I Caso 1:
C
Considere três lâmpadas idênticas (R = 1 000 Ω),
associadas em paralelo e ligadas à rede elétrica de 120 V.
A B Observe que, se a lâmpada do meio (L2) for desligada ou
A resistência total do circuito é dada por R = Rv + RAC. se queimar, esta se apaga, e os brilhos das outras duas
Observe as três posições do contato nas figuras anteriores. lâmpadas não são alterados.
Na primeira, o contato está no fim do reostato (RAC possui
o maior valor possível), a resistência total é grande
e a corrente no circuito é pequena (o ventilador gira
lentamente). Na segunda figura, o contato está no meio do
reostato (RAC possui um valor intermediário, porém menor),
a corrente é maior que aquela do primeiro circuito e a
velocidade de rotação do ventilador aumenta. Na última,
o contato está no início do reostato (RAC possui o menor valor
possível, RAC = 0) e a corrente é grande, pois encontra, apenas,
a resistência do ventilador. Nesse caso, o ventilador apresenta
a maior velocidade de rotação possível. Assim, utilizando o
reostato, você pode controlar a rotação do aparelho.
No reostato de rotação, você gira o contato (C) para
aumentar ou diminuir a resistência do aparelho. Veja a figura
Considere a figura a seguir. Nela, a corrente em cada
a seguir. Se girar o contato (C) para a esquerda (sentido
anti-horário), você diminui a resistência do reostato e a lâmpada é de 0,12 A. Você já sabe que, na associação em
lâmpada ilumina mais. Se, ao contrário, girar o contato para paralelo, as lâmpadas funcionam de forma independente.
a direita (sentido horário), a resistência aumenta e o brilho Assim, as correntes que passam pelos pontos M, N e P são,
da lâmpada diminui. Reostatos desse tipo são utilizados em respectivamente, 0,36 A (corrente total), 0,24 A (corrente
ferros elétricos e em geladeiras, nos quais a temperatura é das lâmpadas 2 e 3) e 0,12 A (corrente da lâmpada 3)
controlada pela rotação do reostato. conforme mostrado a seguir.
L1 L2 L3
M N P
0,36 A 0,24 A 0,12 A
84 Coleção 6V
Resistores no Dia a Dia
FÍSICA
e todos os aparelhos elétricos (TV, por exemplo)
ligação (pequena) – os fios estão em série com o aparelho.
quando sair de um ambiente. Há muita gente que
Nesse caso, a potência dissipada no circuito será P = V2/(RL + RF). deixa as “paredes” assistirem à televisão.
2. Quando sair de casa, desconecte da rede elétrica os
aparelhos que podem ser desligados.
3. Evite sobrecarregar a geladeira, remova o gelo do
congelador semanalmente e abra a porta da geladeira
apenas quando for necessário, fechando-a novamente
120 V o mais rápido possível (a geladeira é um dos aparelhos
que mais consomem energia em uma residência).
4. Procure reduzir o tempo do seu banho ou feche a
Se os fios que alimentam o liquidificador fazem contato torneira enquanto estiver se ensaboando (o desperdício
um com o outro (por exemplo, se o plástico em volta dos de água também merece a nossa atenção).
fios derreter), eles fecham um curto-circuito nesse ponto.
Tais atitudes exigem um compromisso diário para a sua
A corrente vai passar por um circuito mais “curto” – apenas realização. Pode parecer pouco, mas, se todos fizerem sua parte,
nos fios de ligação conforme mostrado a seguir. os problemas energéticos do mundo podem ser minimizados.
Além das mudanças de hábito citadas anteriormente,
podemos tomar outras atitudes que contribuam para a economia
de energia e que não exigem ação diária. Veja a seguir.
120 V
Lâmpada incandescente x
lâmpada fluorescente
A lâmpada incandescente comum, a mais utilizada
Nessa situação, a corrente elétrica e a potência dissipada
pela população na iluminação residencial e comercial,
no circuito serão muito altas, pois a resistência do circuito
tem uma eficiência energética muito pequena. O gráfico
é apenas a dos fios. Dessa forma, pode acontecer de o a seguir mostra, de forma aproximada, o espectro de
curto-circuito causar incêndio nos fios do liquidificador e emissão de um corpo aquecido, à temperatura de 3 000 K
nos fios da rede elétrica da casa. Muito cuidado com isso! (temperatura média do filamento da lâmpada incandescente
em funcionamento normal). Observe que apenas uma
Outra situação em que pode ocorrer um curto-circuito pequena parcela da energia emitida pela lâmpada (cerca
está mostrada a seguir. Veja que as duas lâmpadas estão de 10% a 20%) é convertida em luz visível, e o restante
associadas em série e conectadas à rede elétrica. Se os dessa energia é dissipada na forma de calor radiante
terminais de uma das lâmpadas forem curto-circuitados por (infravermelho). Por esse motivo, a eficiência energética da
um fio de resistência desprezível, essa lâmpada não vai ser lâmpada incandescente é pequena.
percorrida pela corrente elétrica e, dessa forma, apenas a
I (10–5 W/m2.Hz)
outra lâmpada vai permanecer acesa.
Faixa do
espectro
T = 3 000 K visível
Veja a figura seguinte, que mostra uma lâmpada Assim, se a corrente que os percorre é alta, eles aquecem
incandescente e uma lâmpada fluorescente compacta. muito (consumo de energia desnecessário e perigoso) e
provocam uma queda de tensão significativa na própria
fiação. Dessa maneira, uma forma de minimizar a energia
desperdiçada seria trocar o resistor do chuveiro por um de
maior resistência e aumentar a tensão de alimentação do
chuveiro para 220 V (ou 380 V, conforme a cidade). Veja
o exercício resolvido a seguir.
Istockphoto
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Vamos comparar as características de uma lâmpada
01. Renata possui em sua residência um chuveiro de 4 800 W,
incandescente de 60 W com as características de uma
com a chave seletora na posição inverno. Todos os
lâmpada fluorescente compacta de 15 W. Os valores técnicos
aparelhos elétricos em sua casa apresentam tensão
foram obtidos nas embalagens das lâmpadas citadas.
nominal de 120 V. Ela dispõe de tensões de alimentação
de 120 V (fase-neutro) e de 240 V (fase-fase). Sempre
Incandescente Fluorescente
que o chuveiro é ligado, as lâmpadas do escritório,
Potência nominal 60 W 15 W ligadas no mesmo circuito que o chuveiro, diminuem a
Eficiência luminosa intensidade luminosa emitida. Para resolver o problema,
(quantidade de luz 778 lumens 1 059 lumens ela foi aconselhada a mudar a instalação do chuveiro
emitida)
para 240 V.
Energia consumida
131 kWh 33 kWh A) Determine a corrente que percorre o chuveiro e a sua
(6 horas/dia – 01 ano)
resistência nas condições atuais de funcionamento.
Custo anual médio R$ 83,00 R$ 21,00
B) O eletricista troca o resistor do chuveiro e o instala
Expectativa média
06 meses 04 anos em 240 V. Determine, nesse caso, a nova resistência
de vida útil
do chuveiro e a corrente que o percorre, de modo
Preço médio no mercado R$ 2,00 R$ 8,00
que, quando na posição inverno, ele continue com a
potência de 4 800 W.
Veja que a lâmpada fluorescente custa, em média,
C) Explique por que as lâmpadas do escritório podem
quatro vezes mais. Porém, ilumina 36% a mais que
não mais alterar a intensidade luminosa quando o
a lâmpada incandescente, possui uma vida útil, em
chuveiro for ligado nessa nova situação.
média, oito vezes maior e o seu custo energético anual
é, aproximadamente, quatro vezes menor. Diante do Resolução:
exposto, cabe a você decidir pela troca das lâmpadas
A) A corrente elétrica e a resistência do chuveiro, nas
incandescentes pelas fluorescentes. O planeta agradece
condições atuais de funcionamento, são dadas por:
o seu ato de sensatez!
I = P/V ⇒ I = 4 800/120 = 40 A
Um alerta importante: compre lâmpadas de fabricantes
confiáveis. Uma pequena economia, com produtos de R = V/I = 120/40 = 3,0 Ω
procedência duvidosa, não compensa o risco à sua saúde.
B) A resistência do chuveiro e a corrente elétrica, na nova
situação, são:
Conforme vimos no estudo sobre corrente elétrica, C) O valor da corrente que percorre o chuveiro foi
a rede elétrica residencial apresenta tensões de 127 V reduzido à metade. Assim, a queda de tensão na
(fase-neutro) e 220 V (fase-fase). Em algumas cidades, fiação da casa diminuiu, o que permite maior tensão
tais valores são, respectivamente, 220 V e 380 V. Em de alimentação para as lâmpadas, fazendo com que
estudos anteriores, vimos, também, que os fios de estas não mais alterem sua intensidade luminosa e
ligação, na realidade, possuem uma pequena resistência. evite o desperdício de energia.
86 Coleção 6V
Resistores no Dia a Dia
lanterna lanterna
traseira dianteira
P
FÍSICA
Disponível em: <www.autoentusiastasclassic.com.br>(Adaptação).
Os interruptores three-way (figura anterior da direita)
Considerando que as três lâmpadas sejam idênticas, se o
circuito for interrompido no ponto P, estando o automóvel possuem três saídas de fios. O three-way P pode estar
com as lanternas apagadas, quando o motorista acionar ligado nos contatos 1 ou 2; o three-way Q pode estar
os freios, ligado nos contatos 3 ou 4. A figura a seguir mostra o
A) apenas a lanterna dianteira se acenderá. esquema da ligação entre os dois three-ways, a lâmpada,
B) nenhuma das lâmpadas se acenderá. a fase e o neutro.
C) todas as lâmpadas se acenderão, mas com brilho menor
Fase
que seu brilho normal. 1 Lâmpada 3
D) apenas a lanterna traseira se acenderá. P Q
E) todas as lâmpadas se acenderão com o brilho normal.
2 4
Neutro
02. (UFRN) No mundo atual, é muito difícil viver sem a
ZQ1A eletricidade e seus benefícios. No entanto, o seu uso
adequado envolve o domínio técnico associado a conceitos A lâmpada estará acesa se os interruptores P e Q
e princípios físicos. Neste sentido, considere um ramo de estiverem conectados, respectivamente, em
um circuito residencial montado por estudantes em uma A) 1 e 4 ou 2 e 4.
aula prática de eletricidade, composto pelos seguintes
B) 1 e 4 ou 2 e 3.
elementos: um disjuntor (D), uma lâmpada (L), um
interruptor (I), o fio neutro e o fio fase. O circuito que está C) 1 e 3 ou 2 e 3.
corretamente montado é o representado pela opção D) 1 e 3 ou 2 e 4.
ε L3 L2
L L
B) Fio D) Fio
fase D fase D Se a lâmpada L3 repentinamente se queimar, é correto
afirmar que
Fio Fio
neutro neutro A) L2 diminuirá o seu brilho.
I I B) L1 dissipará mais energia.
05. (UFC-CE) Três lâmpadas, L1, L2 e L3, são alimentadas por Com base nesses dados, a alternativa que indica a
UXPØ uma bateria ideal V, conforme mostra a figura. As três associação formada por essas lâmpadas é:
lâmpadas estão acesas. Quando a chave S é fechada,
A B A
o resultado esperado está indicado na opção: A) D)
L1 B C
C D
D
L3
C
V S B) E)
B
L2 A B
D A
12 V 4
1 2
3
L1 L1
07. (EsPCEx-SP) Quatro lâmpadas ôhmicas idênticas A, B,
L38D
C e D foram associadas e, em seguida, a associação é
ligada a um gerador de energia elétrica ideal. Em um L2 L2
88 Coleção 6V
Resistores no Dia a Dia
Entre as afirmações que seguem, a única correta é: Nessa cozinha, há duas lâmpadas L, uma geladeira G e um
A) No circuito A, L1 e L2 brilham com a mesma intensidade. forno elétrico F. Considere que a diferença de potencial na
rede elétrica é constante. Inicialmente, apenas as lâmpadas
B) No circuito B, L1 e L2 brilham com a mesma intensidade.
e o forno estão em funcionamento. Nessa situação,
C) No circuito A, L1 brilha mais que L2. as correntes elétricas nos pontos P e Q, indicados na
D) No circuito B, L1 brilha mais que L2. figura, são, respectivamente, iP e iQ. Em um certo instante,
a geladeira entra em funcionamento. Considerando-se
E) L1 e L2 brilham mais no circuito B que no circuito A.
essa nova situação, é correto afirmar que
A) iP e iQ se alteram. C) iP e iQ não se alteram.
02. (COLTEC-MG) Uma mulher estava montando uma árvore
NJE5 B) apenas iP se altera. D) apenas iQ se altera.
de Natal, usando um conjunto de 6 lâmpadas, quando
uma delas se quebrou. Para sua surpresa, 3 lâmpadas
ainda continuaram a se acender com o mesmo brilho. 05. (FGV-SP) Um eletricista modifica a instalação elétrica de
J6KV uma casa e substitui um chuveiro elétrico ligado em 110 V
Na produção desse conjunto, qual destes esquemas
mostra a ligação das lâmpadas? por outro, de mesma potência, mas ligado em 220 V.
Observa-se que esse chuveiro passará, então, a
A) C) A) consumir mais energia elétrica.
FÍSICA
B) consumir menos energia elétrica.
C) ser percorrido por uma corrente elétrica maior.
D) ser percorrido por uma corrente elétrica menor.
E) dissipar maior quantidade de calor.
B) D)
08. (UFRRJ) Numa residência, são utilizados, eventualmente, 11. (UFV-MG) Duas lâmpadas incandescentes comuns,
diversos aparelhos elétricos cujas potências estão XUHH
uma de 60 W e 120 V, e outra de 100 W e 120 V,
indicadas no quadro a seguir: são ligadas em série e a associação é ligada a uma
d.d.p. de 120 V. Com relação a esse circuito, considere
Dispositivo Potência (W)
as seguintes afirmativas:
Bomba-d’água 950
Geladeira 350 I. A corrente na lâmpada de 60 W é igual à corrente na
110 V AC
90 Coleção 6V
Lâmpadas Interruptor
Lâmpadas Interruptor Resistores no Dia a Dia
Lâmpadas Interruptor
110 V AC
110 V AC
Lâmpadas
110 V AC Interruptor
ComoLâmpadas
deve ser feita aInterruptor
montagem do circuito da lâmpada Uma pessoa adquiriu um chuveiro do modelo A e, ao
no quarto desse
110casal?
V AC ler o manual, verificou que precisava ligá-lo a um disjuntor
de 50 amperes. No entanto, intrigou-se com o fato de que
110 V AC
A) o disjuntor a ser utilizado para uma correta instalação de
um chuveiro do modelo B devia possuir amperagem 40%
menor.
110 V AC
Considerando-se os chuveiros de modelos A e B,
110 V AC
funcionando à mesma potência de 4 400 W, a razão entre
110 V AC
as suas respectivas resistências elétricas, RA e RB, que
110 V AC justifica a diferença de dimensionamento dos disjuntores,
B) é mais próxima de
110 V AC
A) 0,3 C) 0,8. E) 3,0.
B) 0,6. D) 1,7.
FÍSICA
110 V AC fabricante de uma torneira elétrica.
C)
Modelo Torneira
110 V AC
110 V AC Tensão nominal (volts) 127 220
Frio Desligado
Potência
nominal Morno 2 800 3 200 2 800 3 200
(watts)
Quente 4 500 5 500 4 500 5 500
Corrente nominal
35,4 43,3 20,4 25,0
(amperes)
110 V AC
Fiação mínima
D) 110 V AC 6 mm2 10 mm2 4 mm2 4 mm2
(Até 30 m)
110 V AC
Fiação mínima
10 mm2 16 mm2 6 mm2 6 mm2
(Acima 30 m)
110 V AC
110 V AC Disjuntor (amperes) 40 50 25 30
Características técnicas
Especificação
Modelo A B
Tensão (V˜) 127 220
0 0
Seletor de 2 440 2 540
Potência
Temperatura
(watt) 4 400 4 400
Multitemperaturas
5 500 6 000
Disjuntor ou Fusível (ampere) 50 30
Seção dos condutores (mm2) 10 4
GREF. Física 3: Eletromagnetismo. 06. (Enem) Em associação com os dados do gráfico, considere
São Paulo: EDUSP, 1993 (Adaptação). as variáveis:
92 Coleção 6V
FRENTE MÓDULO
FÍSICA C 09
Instrumentos de Medidas Elétricas
Até aqui, estudamos a tensão, a corrente e a resistência Considere a figura 1, que mostra um circuito elétrico
elétrica. Aprendemos alguns princípios e relações entre constituído por uma fonte de tensão VAB = 12,0 V, uma
essas grandezas e os usamos para resolver muitos lâmpada de resistência elétrica RL = 10,0 Ω e um amperímetro.
Observe que o amperímetro está ligado em série com a
problemas de circuitos elétricos. Agora, vamos tratar
lâmpada. Sem a presença do amperímetro no circuito,
especificamente da medição dessas três grandezas
a corrente através da lâmpada seria I = 1,20 A (valor dado
elétricas. As medições de corrente, tensão e resistência por I = VAB/RL). No caso ideal, o amperímetro não possui
elétrica são realizadas por meio de instrumentos de resistência interna. Assim, a sua presença não afetaria a
medidas elétrica denominados amperímetro, voltímetro resistência equivalente do circuito, de forma que a sua leitura
e ohmímetro, respectivamente. seria exatamente igual a 1,20 A. No caso real, contudo,
o amperímetro apresenta uma pequena resistência interna.
Iniciaremos este módulo discutindo os procedimentos Se esse valor for RA = 0,10 Ω, a resistência equivalente
básicos para realizar medições de corrente e tensão elétricas do circuito será igual a 10,1 Ω, e a corrente será reduzida
por meio de amperímetros e voltímetros. Depois, veremos a 1,19 A. Esse é o valor que o amperímetro registrará.
os procedimentos para medir a resistência por meio de Como a resistência do amperímetro é muito menor que
a resistência da lâmpada (0,10 Ω é 100 vezes menor que
ohmímetros. Veremos, ainda, que a determinação da
10,0 Ω), a corrente registrada no aparelho é praticamente
resistência pode ser feita indiretamente por meio de medições igual ao valor da corrente no circuito original (sem a presença
simultâneas de corrente e de tensão, utilizando amperímetros do amperímetro). Nesse caso, o erro é menor que 1%.
e voltímetros, respectivamente. Na parte final do módulo,
analisaremos um importante circuito usado em medições Amperímetro
PARA REFLETIR
+ R V RV
Por que os amperímetros, em geral, possuem 12 V –
um fusível interno para proteger o circuito interno,
mas os voltímetros não?
A RA
94 Coleção 6V
Instrumentos de Medidas Elétricas
R .R V 2 . 40
R'E = = = 1,905 k = 1 905 A
G
B
R + RV 2 + 40
I Iv IG I
E a resistência equivalente do circuito é: Rv 3
R3
FÍSICA
RE = RA + R’E = 2 + 1 905 = 1 907 Ω N
+ –
Então, a corrente total (registrada no amperímetro) é:
Figura 4. Ponte de Wheatstone.
Vbat 12
I= = = 0,00629 A
RE 1 907 Observe que, nessa figura, a ponte não está equilibrada.
Com o valor dessa corrente, podemos calcular a tensão O potencial do ponto M é maior que o potencial do ponto N
elétrica entre os terminais do amperímetro: (V M > V N ), pois a corrente I G é voltada para baixo.
Para a ponte equilibrada, IG vale zero. Consequentemente,
VA = RA.I = 2 . 0,00629 = 0,0126 V
as correntes I1 e I2 são iguais, o mesmo ocorrendo com as
Portanto, a tensão entre os terminais do resistor e do correntes Iv e I3. Além disso, outra igualdade importante
voltímetro (registrada por esse instrumento) é: para a ponte equilibrada é a seguinte:
V ’ = Vbat – VA = 12 – 0,0126 = 11,987 V
R1.R3 = Rv.R2
Assim, nesse circuito, o voltímetro marca uma tensão
de 11,987 V, e o amperímetro marca uma corrente É fácil demonstrar essa igualdade. Primeiramente, vamos
de 0,00629 A. Como o quociente entre esses valores determinar uma relação entre as d.d.p.s. e as resistências nas
representa a resistência do resistor, temos:
partes superior e inferior do circuito. Para isso, podemos usar
V' 11,987 as igualdades entre as correntes mencionadas anteriormente.
R = = = 1 906 = 1,906 k
I 0,00629 Assim:
Esse valor difere em, aproximadamente, 5% do valor VAM VMB R1 VAM
Parte de cima: I1 = I2 ⇒ = ⇒ =
R = 2 kΩ, o que é um erro significativo. R1 R2 R2 VMB
Comentário:
VAN VNB Rv VAN
O erro obtido era esperado, pois a resistência do Parte de baixo: IV = I3 ⇒ = ⇒ =
Rv R3 R3 VNB
voltímetro é apenas 20 vezes maior que a do resistor.
Por isso, o voltímetro em paralelo com o resistor altera Como os potencias VM e VN são iguais, concluímos que
significativamente o valor da corrente no circuito. VAM = VAN e VMB = VNB. Portanto, as frações envolvendo as
d.d.p.s. nas duas relações anteriores são iguais. Logo, as frações
A PONTE DE WHEATSTONE envolvendo as resistências podem ser igualadas, de modo que:
Rv R2
Agora, vamos estudar algumas aplicações da ponte
de Wheatstone. Uma das utilidades desse circuito é a
Fonte de
determinação de uma das resistências a partir dos valores tensão
das outras três. Na figura 4, considere R1 = 10,01 Ω,
R2 = 19,99 Ω e que a resistência R3 seja desconhecida. A) Determine a temperatura do forno se a regulagem
Imagine que a resistência Rv tenha sido ajustada para 33,52 Ω, de sinal zero para o milivoltímetro corresponde a
de modo que a ponte tenha ficado equilibrada. Assim, Rv = 15,0 Ω.
usando a equação anterior, podemos calcular o valor R3:
B) Determine a maior e a menor temperatura do forno
que podem ser registradas por esse sistema.
R v.R 2 33,52 . 19,99
R3 = = = 66,94
R1 10,01 Resolução:
Outra aplicação da ponte de Wheatstone refere-se à Rv para um valor adequado, obtém-se o registro zero
medição de grandezas físicas relacionadas com a resistência dessa diferença de potencial, indicando o equilíbrio
depende da geometria e da resistividade elétrica da A) Vamos chamar de T15 a temperatura do forno para o
barra. Essa última propriedade, por sua vez, é função da ajuste de Rv = 15,0 Ω. Como a ponte está equilibrada,
temperatura. Assim, usando um procedimento bastante podemos calcular RP pela relação a seguir:
semelhante ao descrito no parágrafo anterior, podemos
R1
obter o valor da temperatura em um ambiente por meio Rp = R v = 15,0.2,00 = 30,0
R2
do cálculo da resistência de uma barra metálica presente
nesse local. Nesse caso, a barra faz o papel da resistência
Substituindo esse valor na equação de temperatura
desconhecida da ponte de Wheatstone. A determinação
fornecida pelo enunciado, obtemos a temperatura do
dessa resistência conduz ao valor da temperatura da
forno:
barra e do local onde ela se acha. A seguir, apresentamos
o Exercício Resolvido 02, que descreve esse método de T = 500 + 10Rp = 500 + 10 . 30,0 = 800 K = 527 °C
medição de temperatura.
B) A faixa de temperaturas do sistema de medição
é limitada pelos valores mínimo e máximo de
96 Coleção 6V
Instrumentos de Medidas Elétricas
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01. (PUC Minas) Leia atentamente as afirmativas a seguir.
I. Para se medir a queda de potencial em um resistor, deve-se colocar o amperímetro em paralelo com o resistor.
II. Para se medir a corrente através de um resistor, deve-se colocar o voltímetro em paralelo com o resistor.
III. Para se medir a corrente através de um resistor, deve-se colocar o amperímetro em série com o resistor.
Assinale
FÍSICA
02. (UEL-PR) Sobre o funcionamento de voltímetros e o funcionamento de amperímetros, assinale a alternativa correta.
A) A resistência elétrica interna de um voltímetro deve ser muito pequena para que, quando ligado em paralelo às resistências
elétricas de um circuito, não altere a tensão elétrica que se deseja medir.
B) A resistência elétrica interna de um voltímetro deve ser muito alta para que, quando ligado em série às resistências elétricas
de um circuito, não altere a tensão elétrica que se deseja medir.
C) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve ser muito pequena para que, quando ligado em paralelo às resistências
elétricas de um circuito, não altere a intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
D) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve ser muito pequena para que, quando ligado em série às resistências
elétricas de um circuito, não altere a intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
E) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve ser muito alta para que, quando ligado em série às resistências
elétricas de um circuito, não altere a intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
03. (UEG-GO) Um circuito simples é composto apenas por uma bateria (B) e uma lâmpada (L). Com esse circuito elétrico, um
BNFK
estudante montou quatro conexões diferentes, com um mesmo medidor de intensidade de corrente elétrica, conhecido como
amperímetro (A).
A L
L L L
Conexão 4
A Conexão 1 Conexão 2
A Conexão 3 A
+B— +B—
+B— +B—
Após as montagens, conforme a figura anterior, o estudante apresentou versões das conexões realizadas. Em qual dessas versões
o amperímetro irá fornecer a leitura real da intensidade de corrente no circuito?
A) A conexão 1 apresenta uma maneira correta de se ler a corrente elétrica em um circuito; nesse caso, optou-se por colocar
o amperímetro do lado esquerdo da bateria.
B) A conexão 2 fornece uma leitura menor que a da conexão 1, já que parte da corrente elétrica dissipou-se ao percorrer
todo o circuito.
C) A conexão 3 é melhor que as conexões 1 e 2, pois esse procedimento fez com que somente a leitura da corrente elétrica
percorrida na lâmpada fosse mensurada.
D) A conexão 4 é quase idêntica à conexão 3 e, portanto, fornecerá a real leitura da corrente elétrica percorrida na lâmpada
e também na pilha.
04. (UFRGS-RS) No circuito elétrico a seguir, os amperímetros 06. (ACAFE-SC–2016) Em uma atividade experimental um
BG4W XØLN
A1, A2, A3 e A4, a fonte de tensão e os resistores são estudante dispõe de um voltímetro V e um amperímetro A.
todos ideais. Uma lâmpada de potência desconhecida é ligada a uma
fonte de tensão, estabelecendo um circuito acrescido de
A1 tais medidores.
R R
A Considerando as informações do texto e da figura,
assinale o que for correto.
V
01. A ponte de Wheatstone está em equilíbrio quando
B)
Esquema B E)
Esquema E nenhuma corrente passa pelo galvanômetro.
98 Coleção 6V
Instrumentos de Medidas Elétricas
R1
5,00 V K
R3 A
R2
A A) 50 mA e 1,25 V.
B) 25 mA e 1,25 V.
C) 50 mA e 2,50 V.
No circuito apresentado na figura, em que o amperímetro
A mede uma corrente I = 1,0 A, R1 = 4,0 W, R2 = 0,5 W D) 25 mA e 2,50 V.
FÍSICA
da diferença de potencial U em função da intensidade da
B) 10. corrente elétrica i para uma lâmpada, um aluno montou
C) 11. o circuito a seguir. Colocando entre os pontos A e B
resistores com diversos valores de resistência, ele obteve
D) 12.
diferentes valores de U e de i para a lâmpada.
E) 13.
EXERCÍCIOS
AMP S
OHM
S
VOLT
PROPOSTOS AMP S
OHM
S
VOLT
+ –
01. (UFTM-MG) Assinale a alternativa que explica corretamente 9V
o funcionamento dos elementos componentes de um
circuito elétrico.
A B
A) A resistência interna do amperímetro deve ser muito
pequena, de forma a não interferir no valor da
Considerando que a bateria de 9,0 V, os aparelhos de
corrente a ser medida.
medida e os fios de ligação sejam ideais, quando o aluno
B) Os fusíveis são elementos de proteção, pois não obteve as medidas U = 5,70 V e i = 0,15 A, a resistência
deixam passar qualquer corrente que os atinja. do resistor colocado entre os pontos A e B era de
05. (Unifor-CE) No circuito elétrico alimentado pela fonte E, 08. (UFTM-MG) O circuito da figura é constituído por dois
EPUN GNRU
tem-se três resistores com os valores de resistência resistores de resistências constantes e iguais a R, um
indicados e dois instrumentos de medida considerados reostato, cuja resistência pode variar de zero (com
ideais. o cursor no ponto I) a R (com o cursor no ponto II),
um gerador ideal de força eletromotriz constante E,
V um amperímetro também ideal e fios de ligação com
10 Ω resistência desprezível.
R
60 Ω
ε 30 Ω Reostato
I
A
E
II
Se a leitura do amperímetro é 0,50 A, o voltímetro marca, A
em volts,
A) 45.
B) 35.
R
C) 25.
D) 20. Quando o cursor do reostato é conectado no ponto I,
E) 15. o amperímetro indica uma corrente elétrica de intensidade
1,00 A. É correto afirmar que, se o cursor for conectado
06. (CN-RJ) Considere que um determinado estudante, no ponto II, o amperímetro indicará, em amperes, uma
BNJV
utilizando resistores disponíveis no laboratório de sua corrente de intensidade
escola, montou os circuitos apresentados a seguir:
A) 0,50.
60 Ω B) 1,25.
V 30 Ω C) 1,00.
60 Ω 40 Ω 20 Ω
20 Ω
D) 1,50.
A E) 0,75.
12 V 12 V
Situação 1 Situação 2
09. (FUVEST-SP–2016) O arranjo experimental representado
KFVN na figura é formado por uma fonte de tensão F, um
Querendo fazer algumas medidas elétricas, usou um
amperímetro A, um voltímetro V, três resistores, R1, R2 e
voltímetro (V) para medir a tensão e um amperímetro (A)
R3 de resistências iguais e fios de ligação.
para medir a intensidade da corrente elétrica.
Considerando todos os elementos envolvidos como sendo
ideais, os valores medidos pelo voltímetro (situação 1) e 2A
pelo amperímetro (situação 2) foram, respectivamente: A F
A) 2 V e 1,2 A. D) 4 V e 2,4 A.
R2
B) 4 V e 1,2 A. E) 6 V e 1,2 A.
C) 2 V e 2,4 A. R1
R3
C) 0,50. A) 4 W. D) 18 W.
D) 0,20. B) 6 W. E) 24 W.
E) 0,80. C) 12 W.
100 Coleção 6V
Instrumentos de Medidas Elétricas
FÍSICA
Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses 120 Ω
RS = 100 Ω
instrumentos está representado em:
A) A
Fase
A Para um valor de temperatura em que RS = 100 Ω,
V
a leitura apresentada pelo voltímetro será de
T
A) +6,2 V. C) +0,3 V. E) –6,2 V.
G L B) +1,7 V. D) –0,3 V.
Neutro
03. João não consegue ligar o seu aparelho de som usando
o cabo bipolar mostrado na figura. Suspeitando de que
B) Fase
o problema se devesse ao fato de o fio PS ou de o fio
V QR estar rompido, ou que houvesse um contato interno
A T L A entre esses fios, João resolve testar o cabo usando um
ohmímetro. Ligando esse aparelho entre os pontos
G
Neutro
Fase
C)
A V G T L A
Neutro
A) P e Q e medindo uma pequena resistência elétrica,
João pode concluir que o cabo está danificado,
Fase sendo o motivo disso um contato interno entre os
D)
A fios PS e QR.
A V G T B) R e S e registrando uma resistência elétrica infinita,
João pode concluir que o cabo está danificado, sendo
L o motivo disso um rompimento do fio PS ou do fio QR.
Neutro C) P e R e registrando uma resistência infinita, João pode
concluir que o cabo está danificado, sendo o motivo
disso um contato interno entre os fios PS ou QR.
Fase
E) D) P e S e medindo uma pequena resistência elétrica,
A
João pode concluir que o cabo está danificado,
V G T sendo o motivo disso um rompimento do fio PS.
E) Q e R e registrando uma resistência elétrica infinita,
L
João pode concluir que o cabo está danificado,
Neutro sendo o motivo disso um contato interno entre os fios
A
PS ou QR.
Propostos
RANGE DATA - H NPN PNP
E
B
E
B Acertei ______ Errei ______
C C
E E
nF µF Hz
Ω
hFE
µA – • 01. A
V–
˜–
mA
˜
V
˜
A–
˜ • 02. C
OFF OFF
• 03. E
A mA Cx COM V ΩF
• 04. B
20A MAX
FUSED
300 mA MAX
FUSED
C III 600 V
C II 1000 V
• 05. E
• 06. B
• 07. E
Para medir a tensão em uma tomada de energia elétrica
de sua casa, um estudante deve interligar um dos
• 08. E
terminais da tomada ao borne “COM” desse multímetro.
O outro terminal da tomada deve ser conectado ao borne
• 09. A
A) “A”, e a chave central deve ser girada para a posição
–”.
Seção Enem Acertei ______ Errei ______
“A ~
102 Coleção 6V