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Apostila Curso Arcanos Maiores Parte II
Apostila Curso Arcanos Maiores Parte II
Apostila Curso Arcanos Maiores Parte II
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INTRODUÇÃO
Estamos adentrando em um novo universo. Para alguns são os primeiros passos, para
outros, um estudo complementar, mas o fato é que o estudo do Tarot oferece infinitas
possibilidades dentro do autoconhecimento, uma ferramenta fundamental para quem tem
a mente aberta às inúmeras nuances da mente humana, é uma tarefa que não encontrará
jamais um fim para os que se apaixonam e se dedicam. Faremos uma viagem pelos
principais arquétipos desse que outrora fora definido como “jogo” e que agora recebe uma
conotação muito mais ampla, muito mais adequada ao seu propósito. Hoje não é mais
conhecido como “cartas”, como “baralho” e nem mesmo como um “oráculo de
adivinhação”; hoje ele pertence a uma específica categoria, uma categoria só sua: o
Tarot. Podem me questionar por que escolho escrever com letra maiúscula, eu respondo
que é sinal de respeito, de amor pelo que faço há mais de dez anos. Para mim o Tarot é
um instrumento que possui vida própria, que conversa com o nosso subcosciente, com a
nossa alma. Através dele eu consegui trilhar com muito mais facilidade o caminho do
autoconhecimento e se hoje estou aqui lhes guiando por esse mesmo percurso é porque
através desse instrumento conheci um modo de ajudar a mim mesma e a outras pessoas
a encontrarem seu norte.
Bons Estudos!
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ÉTICA
De acordo com essas definições, podemos concluir que ética nada mais é do que a
prática do bom senso e do respeito pelo outro e por si mesmo. Enquanto profissionais do
Tarot (tarólogos) terapêutico ou não, temos o dever moral de mantermos o sigilo
profissional diante de todas as informações discutidas dentro de uma sessão e, caso
venha a ser discutido com outro profissonal, a identidade do consulente deverá ser
omitida. Trata-se do princípio basilar da formação de alguém que deseja ser definido
como um verdadeiro profissional.
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TAROT
Antes de nos concentrarmos no estudo dos Arcanos Maiores, vamos conversar um pouco
sobre definição e história do Tarot. Estamos falando de um, assim chamado, jogo,
composto por dois conjuntos de cartas (lâminas), sendo 22 definidas como Arcanos
Maiores e outras 56 definidas como Arcanos Menores. É fácil confundir e chamar o Tarot
de “jogo”, crer que é esta a origem do maco de cartas que utilizamos normalmente nos
jogos de mesa, teoria que é defendida por muitos historiadores, mas olhando mais de
perto, veremos que talvez não seja assim. Tal confusão se dá sobretudo porque os
Arcanos Menores são, por sua vez, subdivididos em 4 subgrupos de 14 cartas, cada qual
terra, fogo e ar) com 10 cartas numeradas e 4 cartas de corte por naipe. Todavia, o
primeiro maço de Tarot reconhecido, que chegou até os nossos dias – pelo menos boa
parte dele (Oswald Wirth, Le Tarot Des Imagiers Du Moyen Age, 1966).
Em 1444-1447 Bonifacio Bembo pintou o primeiro maço de cartas oficial, mas estima-se
que não o tenha terminado, passando esse encargo a outros dois pintores, Ambrogio
A princípio, somente as grandes famílias conseguiam possuir cartas de jogo, pois o preço
materiais que eram utilizados. Eram pintadas por grandes artistas uma a uma em finas
lâminas de metal (por isso as cartas são chamadas lâminas até os dias atuais) e se
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mistério, muitas lendas surgiram, como a teoria de que o Tarot nascera a partir dos livros
de Thoth. Segundo esta lenda, os livros perdidos de Thoth teriam sido encontrados em
uma escavacao clandestina na Esfinge. Estes livros teriam sido vendidos de forma ilegal
para as famílias Viscondi e Sforza e dali teria nascido o Tarot que conhecemos (mais
representados nessas relíquias que teriam sido adaptados aos arquétipos da Igreja com o
fim de mascarar sua verdadeira forma, preservando, contudo, seu significado. Desse
modo, o Tarot foi introduzido na corte européia como mero jogo quando na realidade
cartas. Na França, os principais centros foram Marsilha, Besancon, Epinal e Paris. Outro
fator que pode ter contribuído para a divisão do Tarot pode ter sido a grande dispersão do
cartas. Vale lembrar que os ciganos possuem um baralho particular inerente a própria
cultura (baralho cigano), mas também se utilizam do Tarot e se partiu deles o utilizo
Não existem registros de como o Tarot fosse usado naquele tempo, mas a partir do
Século XVIII alguns respeitados ocultistas, como Etteila (Alliette, figura controversa, mas
muito nota na época) e Court de Gibelin, passaram a se interessar pelo estudo das cartas
e muitas teorias surgiram a esse respeito. Segundo Wirth, até 1781 o Tarot era
considerado como herança de uma epoca bárbara, até que Court de Gibelin, em sua obra
Mundo Primitivo, citou: “Se se escutasse anunciar que existe ainda, em nossos dias, uma
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obra dos antigos egípcios, um de seus livros que escapou das chamas que devoraram
suas soberbas bibliotecas que contém sua doutrina mais pura sobre sujeitos
interessantíssimos, todos estariam, sem dúvida, ansiosos por conhecer um livro tão
precioso, tão extraordinário. Se somasse ainda que este livro é difuso em grande parte da
Europa, que há muitos séculos está nas mãos de todos, a surpresa seria certamente
ainda maior e se chegaria ao cume se se assegurasse que ninguém jamais suspeitou que
esta obra fosse egípcia, que se a possui como se não a possuísse, que ninguém nunca
procurou decifrar uma página: que o fruto de uma sabedoria refinada e considerado como
deseja iludir o interlocutor? Porém é verdade: este livro egípcio, o único que restou das
suas soberbas bibliotecas, existe ainda hoje: é ainda por cima tão comum que nenhum
cientista se dignou a estudá-lo; ninguém jamais suspeitou de sua origem ilustre. Este livro
é o Jogo de Tarot…” (tradução livre). Outra obra que defende a origem egípcia do Tarot é
História da Magia, de Christian. Este autor nos leva até um ritual de iniciação dentro da
piramide de Menfi onde afirma que cada iniciando passava por provas terríveis em torno
de 24 pilares, 12 de cada lado dos quais 22 eram pintados com figuras que teriam dado
Infelizmente nunca foram encontradas evidências de que alguma dessas histórias fosse
real.
Mais tarde, Eliphas Levi foi o primeiro a associar os 22 Arcanos Maiores às 22 letras do
alfabeto hebraico, em seu livro Dogmas e Rituais da Alta Magia, apoiado por Stanislas de
Guaita e de seu aluno Oswald Wirth e, sucessivamente, por Papus (Gèrard Encausse,
criador da Rosa Cruz). Na Inglaterra surgiu a Golden Dawn (Hermetic Order of the Golden
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Dawn), fundada pro Mac Gregor Mathers, cujos afiliados mais conhecidos são Alester
Na realidade não se sabe ao certo nem mesmo a origem da palavra TAROT. Alguns
defendem que seja um anagrama da palavra ROTA (roda), outros que seja da TORAH
(livros sagrados hebreus) e outros ainda crêem que venha da palavra egipcia TAROSH
(caminho real).
Se o Tarot teve mesmo origem nos livros de Thoth, se foi criado a partir do anagrama do
nome de Deus (YHWH), se é un fragmento do último livro que nos resta das bibliotecas
egípcias ou se saiu da mente brilhante de um genial pintor italiano do século XV, não
parece ter tanta importância para nós em nossos dias, visto que hoje existe uma
infinidade de versões do Tarot espalhadas pelo mundo, para todos os gostos e o que
parece ter mais relevância hoje é a conexão que cada tarólogo estabelece com o suas
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TAROT TERAPÊUTICO
Terapia é toda ação que tem por objetivo indicar a via de cura ou controle de uma
determinada patologia, sintomas (no caso da medicina) ou causas (no caso das práticas
distúrbios vêm da mente, na área da medicina, podemos contar com a Psiquiatria, que
aqui estamos falando de patologias instaladas no cérebro (físico) que devem ser tratadas
de modo mais direto e objetivo; temos a psicologia, que trata a mente através de um
nesse caso, sem o utilizo de medicamentos, pois os conflitos estão na esfera mental (do
espírito, da consciência).
Nesse contexto, o Tarot entra como uma preciosa ferramenta que auxilia na compreensão
dos códigos mais profundos que a psique humana apode manifestar e o que é mais
intrigante, através também de uma outra pessoa. Isso quer dizer que o Tarot não é
apenas a representação da nossa própria psique, mas uma representação individual que
pode ser transmitida e decodificada por uma outra pessoa que pode estar na sua frente
coletivo, um ponto onde todos nós nos encontramos, repetindo os mesmos padrões
independente da cultura, raça, nação, credo ou tempo. Vai além do ego, não está sob o
nosso controle, pois é inerente ao ser humano. É onde surgem os arquétipos, que são
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figuras que rerpresentam o incosciente coletivo como pai, mãe, soldado, professor, rei,
composto por dois triângulos sobrepostos e contrários significando que o que está em
cima é como o que está embaixo, que do alto vem a potência de Deus e de baixo, a do
O Tarot terapêutico utiliza-se seja da rede neural que nos une que dos símbolos e
arquétipos de modo a traduzir o que a mente inconsciente está nos revelando através de
códigos. Dessa forma, podemos utilizar as cartas para interpretarmos a mente humana, a
alma humana e, assim, podemos encontrar chaves para desbloquearmos pontos cruciais
como traumas, karmas (padrões de atitudes que geram os mesmos resultados) e medos.