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LÍNGUA BRASILEIRA

DE SINAIS - LIBRAS
LIBRAS e sua estrutura gramatical

Unidade de Aprendizagem 3

Patrícia Tomaz Mattão Rodrigues


APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!

A Libras exerce um papel importante na vida das pessoas com


surdez, como toda língua, proporciona para sua comunidade
interação interpessoal, principalmente nos âmbitos afetivo, social
e cognitivo, corroborando para a construção da identidade do
sujeito. Diante disso, a Libras passou a ter um olhar significativo
pelos pesquisadores e educadores, com número substancial de
adeptos e defensores ao uso da língua de sinais. É importante
destacar que a língua de sinais não é universal, cada país tem a
sua própria língua, inclusive apresenta influências culturais de
cada região, ou seja, o regionalismo. Assim, não existe
padronização dos sinais, como qualquer outra língua, possui
expressões distintas da sua região.

Muitas pessoas imaginam de forma errônea que a libras é


simplesmente um conjunto de gestos usados pelos surdos para
facilitar a comunicação. Na verdade, a libras possui estrutura
gramatical própria compostas pelos níveis linguísticos: o
fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. Mas o que
diferencia a libras da língua utilizada pelo ouvinte? A libras se
diferencia das demais línguas devido a sua modalidade visual-
espacial. Nesta Unidade de Aprendizagem, serão apresentados
sobre A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e sua estrutura
gramatical

Bons estudos!

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CONHEÇA O
CONTEUDISTA
Patrícia Tomaz Mattão Rodrigues

Possuo graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário ICESP,


sou especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela
Faculdade Albert Einstein. Possuo experiência na área da educação,
atuando e pesquisando os seguintes temas: formação de
professores, linguagem, processamento auditivo, educação
inclusiva e língua brasileira de sinais. Em busca de aprimorar o
atendimento à pessoa com surdez, conclui a segunda graduação
em Fonoaudiologia, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito
Federal – UNIPLAN. Estou cursando pós-graduação em Análise do
Comportamento Aplicada (ABA) a pessoas com TEA no contexto
clínico.

Sou professora titular do Centro Universitário ICESP, desde 2010,


nos cursos de Pedagogia e Enfermagem com as disciplinas de
LIBRAS, Alfabetização e letramento, Ludicidade: movimento e
corporeidade, Didática, Planejamento, Metodologia de Ciências,
Estágio II e TCC. Atuo como professora do Ensino Fundamental I
(alfabetização) e realizo atendimento fonoaudiológico na área da
linguagem, comunicação, dislexia, TDAH (Transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade), TPAC (Transtorno no processamento
auditivo central), TEA (Transtorno do Espectro Autista) e gagueira.

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UNIDADE DE
APRENDIZAGEM 3

OBJETIVO DA UNIDADE:

Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:

Identificar as configurações básicas dos sinais;


Compreender os sinais básicos em LIBRAS;
Reconhecer e praticar os sinais.

INTRODUÇÃO

Esta Unidade de Aprendizagem, iremos conhecer e aprofundar acerca


da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, é uma língua natural usada pela
comunidade surda brasileira com L1, (primeira língua). Estudos sobre a
Língua Brasileira de Sinais iniciou no Brasil em 1981, explorando
diferentes aspectos da estrutura gramatical da Libras, é importante
destacar vários estudiosos que contribuíram para estruturação desta
língua, como:

Fernandez (1990), com a psicolinguística.


Felipe (1993), tipologia de verbos,
Karnopp (1994), aquisição da fonologia por crianças surdas,
Quadros (1995), análise da distribuição de pronomes na língua
brasileira de sinais, ainda Quadros (1999) apresenta a estrutura da
Libras.
Vale ressaltar que as pesquisas realizadas foram dirigidas pela
Federação Nacional de Educação e Integração do Surdo (FENEIS), sendo
responsável pelo reconhecimento da língua brasileira de sinais como
língua no Brasil. Esta Unidade de aprendizagem também permitirá um
primeiro contato com a Libras, oportunidade em que será possível
aprender os sinais em Libras, além do alfabeto manual, que é utilizado
para soletrar nomes próprios.
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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

As línguas de sinais (LS), são as línguas naturais do surdo, cada pais


possui a sua, terá o seu próprio sinal criado pelo surdo, respeitando a
cultura local, por isso, ela não é universal. A Libras é a sigla da Língua
Brasileira de Sinais (LSB), sendo a língua natural da comunidade surda
brasileira. As línguas de sinais são denominadas línguas de modalidade
gestual-visual (ou espaço-visual), pois a informação linguística é recebida
viso-espacial, ou seja, olhos e mãos.

Por meio de um canal visual-espacial, a língua de sinais comporta


sistemas simbólicos visuais, sinais, que dão sentido à comunicação e
fortalecem a comunicação da pessoa com surdez. Neste contexto, a
Libras é a língua natural do surdo, sendo sua primeira língua (L1). A
Língua de Sinais possui gramática constituída por verbos, pronomes,
substantivos, adjetivos entre outros. A Língua Portuguesa (L2), será a
segunda língua do surdo, que é adquirida da L1, proporcionando para o
surdo um aprendizado inclusivo, utilizando recursos visuais em qualquer
disciplina, pois o processo de ensino é realizado em uma perspectiva
bilíngue garantindo uma aprendizagem significativa.

Como toda língua, a Libras possui uma estrutura linguística e cultural que
deve ser respeitada, assim, como em pequenos diálogos utilizados na
língua portuguesa, não se difere na Libras. Quando somos apresentados
a alguém, o primeiro diálogo é buscar conhecer a outra pessoa, e são
feitas perguntas básicas, qual é o seu nome? Isso acontece para que
todas as vezes que quisermos nos referir àquela pessoa temos um signo
que a representa. Na Libras este processo acontecerá utilizando a
datilologia (soletração do nome) ou o sinal pessoal ou somente sinal,
costuma-se dizer que se trata de um nome visual.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

ALFABETO MANUAL E A DATILOLOGIA

O alfabeto manual, teve origem pela necessidade de representar as


letras de forma visual, a soletração do alfabeto é denominada de
“datilologia”. Usado para expressar nomes próprios de pessoas ou
lugares, utilizados também para expressões e palavras que ainda
não tem sinais na LIBRAS. Assim, como toda língua, a Libras tem seu
léxico criado a partir de unidades mínimas que junto a outros
parâmetros formam o sinal (vocábulo).

Estas unidades mínimas denominamos de configurações de mãos,


ou seja, são as formas utilizadas para formação de sinais. Através de
algumas dessas configurações de mãos é possível representar o
alfabeto de outras línguas orais como a língua portuguesa, por
exemplo. Vale ressaltar que, da mesma maneira que nas línguas de
sinais, há sinais diferentes, o alfabeto manual das línguas de sinais
também apresenta diferença de uma língua para outra.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

Veja alguns exemplos da datilologia:

NUMERAL

Para os numerais em Libras teremos configurações diferentes de


acordo com tipo de numeral, seja cardinal ou ordinal. Os números
cardinais são utilizados para endereços, telefone, idade entre
outros, já o número ordinal é utilizado para indicar ordem.

Número cardinal

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

Número ordinal

Quantidade

ESTRUTURA GRAMATICAL

A fonologia é o estudo das unidades menores, como os sons do /f/ e /v/.


As unidades menores contribuirão para a formação de uma palavra,
este termo também tem sido usado para designar elementos básicos
na Libras. Na Libras as informações linguísticas são de modalidade
espaço-visual, as unidades básicas da fonologia dessa língua, não são os
fonemas, mas os elementos icônicos (alusão à imagem do seu
significado). Dessa forma, os parâmetros são unidades mínimas que
constituem os sinais na Libras.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

A Libras tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns


parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis
linguísticos. Três são seus parâmetros principais ou maiores: a
Configuração da (s) mão (s)- (CM), o Movimento - (M) e o Ponto de
Articulação - (PA); e outros constituem seus parâmetros menores:
orientação de mão – (Or ou Om) e as expressões não-manuais - faciais
ou corporais – (ENM).

a) Configuração da mão (CM): é a forma que a mão assume durante


a realização de um sinal. Existem 64 configurações das mãos (Quadro I),
sendo que o alfabeto manual utiliza apenas 26 destas para representar
as letras.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

b) Ponto de articulação (PA)/ Localização: também designado por


ponto de articulação. Trata-se da área no corpo em que o sinal é
articulado. Na Libras e também em outras línguas de sinais conhecidas,
o espaço de enunciação é uma área que contém todos os pontos
dentro de um raio de alcance das mãos em que os sinais são
articulados. As locações dividem-se em quatro regiões principais:
cabeça, mão, tronco e espaço neutro.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

c) Movimento (M): é o deslocamento da mão no espaço, durante a


realização do sinal.

d) Orientação/ Direcionalidade (Or ou Om): É o plano em


direção ao qual a palma da mão é orientada. Alguns sinais têm a
mesma configuração, o mesmo ponto de articulação e o mesmo
movimento, e diferem apenas na orientação da mão. É importante
perceber como a modificação de um único parâmetro pode alterar
completamente o significado do sinal.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

e) Expressões não manuais (faciais e corporais – ENM): podem


realizar-se por meio de movimentos na face, olhos, cabeça ou tronco e
têm duas funções nas línguas de sinais:

PRONOMES

Os pronomes pessoais na Libras também hão uma forma de


representar pessoas no discurso, ou seja, um sistema pronominal.

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

Verbos

São apresentados na forma infinitiva. Todas as concordâncias e


conjugações serão feitas no espaço.
Ex.: EU GOSTAR COMER FRANGO ASSADO.

Frases

Obedecerão à estrutura da Libras, e não à do Português.


Ex.: ELA COMPRAR VESTIDO NOVO? (Ela comprou um vestido novo?)

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Concluindo a Unidade

Nesta unidade de aprendizagem aprendemos sobre a Língua


Brasileira de Sinais, enfatizando que a Libras não é universal, que os
seus sinais são constituídos pelo surdo e ao contrário do que
muitos pensam, não são mímicas. O surdo utiliza um sinal para
designar a uma pessoa conforme a sua característica. Além disso,
você estudou sobre o alfabeto e as suas configurações. Foram
apresentados os cinco parâmetros para formação do sinal e as
características de cada um. Aprendeu a diferença entre número
ordinal, cardinal e quantidade. Na próxima unidade de
aprendizagem iremos conhecer um pouco mais sobre Língua
Brasileira de Sinais - Sinais (saudação, apresentação e família).

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DICA DO
PROFESSOR

Nesta unidade de aprendizagem conhecemos Libras, apresento a


vocês um vídeo de forma muito didática sobre o que estudamos.
Para saber mais, assista ao vídeo a seguir:

Alfabeto em Libras: https://youtu.be/fYaXJXf60gU

Números: https://youtu.be/CxNRZ8iLuVM

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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

1. Pratique o alfabeto manual e os números em Libras.


2. Vamos praticar a soletração das palavras abaixo:
3. Treine a soletração do seu nome através do alfabeto manual.

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SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja


abaixo as sugestões do professor:

Leitura:
Texto: “LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.” - Dispõe sobre a

Língua Brasileira de Sinais


Link: L10436 (planalto.gov.br)

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

FELIPE, Tanya Amara. Libras em contexto: Curso Básico. 6 ed. Brasília:


Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005.

GESSER, Audrei. LIBRAS? Que língua é essa? – Crenças e preconceitos em


torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: parábola
editorial. 2009.

HONORA, Márcia; FRIZANCO, Mary Lopes Esteves. Livro ilustrado de Língua


Brasileira de Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com
surdez – São Paulo: Ciranda Cultural, 2009

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