Implementação de Um Plano de Manutenção Preventiva Numa Unidade de Produção de Cerveja
Implementação de Um Plano de Manutenção Preventiva Numa Unidade de Produção de Cerveja
Implementação de Um Plano de Manutenção Preventiva Numa Unidade de Produção de Cerveja
25 de junho de 2017
© Pedro Miguel Fazenda Bastos, 2017
ii
Resumo
iii
iv
Abstract
This report is part of the Dissertation in Business Environment of the 5th year of the
Integrated Master in Electrical and Computer Engineering (MIEEC), Automation and
specialization in Industrial Management, Faculty of Engineering, University of Porto. The
project was conducted at the Maintenance Department of UNICER Bebidas, SA, in the center of
Leça do Balio, and covers the implementation of preventive maintenance in SAP-PM, focusing
on the standardization of procedures, planning of tasks and on the teaching of the SAP tool,
Plant Maintenance module, to all stakeholders in the company's maintenance process.
An equipment is subject to have their normal operating conditions degraded over time,
either by its use or even by fortuitous causes, being the maintenance process the part responsible
for restoring them to correct and acceptable levels. In this way, the maintenance tries to resort
to a diverse set of tasks, selected and programmed according to the characteristics and use of
the object.
The main goals of the project involve the implementation of preventive maintenance in
critical equipment of the company, the uniformity of knowledge and the standardization of
processes, to have a more rigorous use of the SAP tool in support to the Maintenance service of
the company. In this way, the existing transactions were improved, preventive plans were
created for critical equipment identified by UNICER Bebidas, SA and a SAP-PM manual was
created, which will serve as support to the maintenance technicians and main "customers"
involved in the process, which are the "Production" and "Filling" areas.
v
vi
Agradecimentos
vii
viii
Índice
Abstract ............................................................................................ v
Índice.............................................................................................. ix
......................................................................................... 1
Introdução .................................................................................................. 1
1.1 - Visão Global do Projeto ........................................................................ 1
1.2 - Apresentação da Empresa ..................................................................... 2
1.3 - Objetivos ......................................................................................... 4
1.4 - Estrutura e Metodologia da Dissertação .................................................... 4
......................................................................................... 7
Contexto e Enquadramento Teórico ................................................................... 7
2.1 - O Processo de Manutenção .................................................................... 7
2.2 - Manutenção- Definições e Conceitos ........................................................ 8
2.3 - Avarias- Ciclo de vida de equipamentos .................................................. 11
2.3.1 - Taxa Instantânea de Avarias .................................................... 12
2.4 - Total Productive Maintenance ............................................................. 13
2.5 - Software de Gestão Empresarial ........................................................... 15
2.6 - O Sistema SAP ................................................................................. 16
2.6.1 - SAP R/3 ............................................................................. 16
2.6.2 - Arquitetura do SAP R/3 .......................................................... 17
2.6.3 - Módulos ............................................................................. 17
2.6.4 - SAP- Plant Maintenance ......................................................... 19
2.7 - O Processo de Manutenção na UNICER .................................................... 20
........................................................................................ 23
Desenvolvimento ........................................................................................ 23
3.1- Estrutura SAP-PM- Criação de novos equipamentos .................................... 23
3.1.1 Sala de Moagem- Mini-Fábrica ......................................................... 24
3.1.2 Rede de Vapor e Condensados ......................................................... 25
3.1.3 Instrumentação ........................................................................... 26
3.2- Equipamentos críticos ........................................................................ 26
3.3- Implementação de Planos Preventivos com o SAP-PM ................................. 27
3.4- Formação ....................................................................................... 30
........................................................................................ 35
Resultados Obtidos ..................................................................................... 35
ix
........................................................................................ 47
Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros .................................................. 47
Referências ..................................................................................... 50
Anexos ........................................................................................... 51
Anexo A- Tipos e Classes Criados .................................................................... 51
Anexo B- Campos Síntese de Classes ................................................................ 52
Anexo C- Campos do Template Excel para criação de novos equipamentos em SAP ....... 53
Anexo D- Folha de Registo de intervenções do plano de Instrumentação em Excel ........ 54
Anexo E- Folha de Auxílio na Criação de Planos Preventivos ................................... 57
Anexo F- Folha de Auxílio na Inicialização de Planos Preventivos ............................. 59
x
Lista de figuras
[1]
Figura 1.1- UNICER Bebidas, S.A.: Marcas e Turismo .................................................2
[1]
Figura 1.2-Estrutura de Capital da UNICER Bebidas, S.A. ...........................................2
[1]
Figura 1.3- UNICER Bebidas, S.A. no Mundo ...........................................................3
[1]
Figura 1.4- Resultados atingidos pela UNICER Bebidas, S.A. (2013-2016) ........................4
Figura 4.9- Planos Preventivos, Itens de manutenção e listas de tarefas criados em SAP-PM . 41
xi
Figura 4.12- Exemplo de Plano de Manutenção Criado em SAP-PM ................................. 42
Figura 4.13- Exemplo de Ordem criada e executada através de um Plano de Manutenção .... 43
xii
Lista de tabelas
xiii
Abreviaturas e Símbolos
Lista de abreviaturas
Lista de símbolos
λ Taxa de avarias
Ns Número de bens sobreviventes
t Tempo
∆t Intervalo de tempo
xiv
Introdução
A manutenção é uma prática constante em todas as organizações, uma vez que, caso existam
falhas ou defeitos nos equipamentos, o produto final não apresentará o mesmo padrão de
qualidade que poderia oferecer caso estes se encontrassem a funcionar corretamente. De igual
modo, uma manutenção eficaz permite aumentar a segurança dos equipamentos e dos seus
operadores, melhorar a qualidade, aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção,
evitando desperdícios.
Como tal, a gestão de manutenção deve ser encarada como um documento ou ferramenta
moldável e elástica, de forma a se poder adaptar a todas as alterações que surgem. O aparecimento
de softwares informáticos apresenta-se como uma mais-valia na resolução desta situação uma
vez que permitem que se introduzam mais facilmente as alterações necessárias à gestão,
reduzindo-se assim a utilização de papel e a propagação de erros.
1
1.2 - Apresentação da Empresa
A UNICER Bebidas, S.A. é a maior empresa do sector das bebidas em Portugal, focando a sua
atividade no negócio da cerveja e das águas engarrafadas. Encontra-se igualmente presente nos
segmentos dos refrigerantes, na produção e comercialização de malte e, mais recentemente, no
turismo, através da gestão dos Parques Lúdico-Termais de Vidago e Pedras Salgadas, como pode
ser visualizado na figura 1.1.
[1]
Figura 1.1- UNICER Bebidas, S.A.: Marcas e Turismo
[1]
Figura 1.2-Estrutura de Capital da UNICER Bebidas, S.A.
2
O principal objetivo da UNICER Bebidas, S.A. é o de ser líder na área de bebidas,
nomeadamente cervejas e águas. Deste modo, a empresa possui os seguintes objetivos: [1]
Para além do principal centro de produção, situado em Leça do Balio, a UNICER Bebidas,
S.A. conta ainda com outros centros, tais como: Pedras Salgadas, Castelo de Vide, Caramulo,
Envendos, Melgaço, Póvoa do Lanhoso e Poceirão, tendo uma significativa cota de mercado em
Portugal, bem como nos mercados da Europa Central, África, na América, Ásia e na Oceânia. A
figura 1.3 exemplifica os principais destinos de vendas de produtos da UNICER face aos
principais destinos de emigração da população portuguesa.
[1]
Figura 1.3- UNICER Bebidas, S.A. no Mundo
A UNICER Bebidas, S.A. é uma empresa sustentável e com um elevado volume de negócios,
tal como se pode comprovar pela figura 1.4, sendo a empresa líder no mercado de cervejas em
Portugal.
3
Figura 1.4- Resultados atingidos pela UNICER Bebidas, S.A. (2013-2016) [1]
1.3 - Objetivos
Os principais objetivos do projeto incidem na implementação de manutenção preventiva em
equipamentos críticos da empresa, como as Enchedoras e as Rotuladoras das linhas de
enchimento, na uniformização de conhecimentos e na estandardização de processos, de modo a
que haja um maior rigor e critério na utilização da ferramenta SAP, como apoio ao Serviço de
Manutenção da empresa. Deste modo, procurou-se melhorar as transações existentes, criaram-
se planos preventivos em SAP-PM aos equipamentos considerados prioritários pela UNICER
Bebidas, S.A. e procedeu-se à criação de manuais SAP-PM de apoio à equipa de manutenção.
Estes objetivos farão com que a empresa consiga aumentar a taxa de funcionamento dos seus
equipamentos e consiga criar um histórico fidedigno de todas as suas intervenções, o que
permitirá identificar no futuro quais as principais causas de paragens destes, de modo a que seja
possível antecipá-las e corrigi-las atempadamente. Tal fará com que a ocorrência de paragens
obrigatórias diminua, implementando uma filosofia de falha zero na UNICER Bebidas, S.A..
4
5. Conclusões e recomendações de trabalhos futuros para a empresa.
5
6
Contexto e Enquadramento Teórico
7
aumentar as suas margens e conseguirem estabelecer-se num mercado cada vez mais
competitivo. [2]
8
• Manutenção (EN 13306:2010)
9
• Manutenção Preditiva (EN 13306:2010)
A manutenção pode ser definida como um serviço que possui um elevado número de clientes
e poucos fornecedores.
Cada vez mais as máquinas são mais complexas em termos de estrutura e na tecnologia
implementada, o que faz com que seja cada vez mais difícil gerir componentes individuais devido
ao facto das novas tecnologias terem mais pontos de falha do que as suas antecessoras (isto
10
acontece devido à necessidade de ter máquinas mais leves e que ocupem menos espaço, o que faz
com que muitos componentes sejam sensíveis a falhas e defeitos).
Trata-se de uma atividade com cada vez mais importância dentro de uma organização, tendo
como principal objetivos:
11
2.3.1 - Taxa Instantânea de Avarias
A taxa instantânea de avarias é um indicador de fiabilidade que representa a proporção de
equipamentos que devem avariar num instante ti. Trata-se de uma densidade de probabilidade
condicional de avaria, que caracteriza a probabilidade de avaria no intervalo ∆t dos dispositivos
que sobreviveram até ao instante t. [4]
No fundo, não é mais do que um indicador de frequência, onde um dado equipamento passa
do estado OK para NOT OK.
Sejam:
𝑁𝑠 (𝑡) − 𝑁𝑠 (𝑡 + ∆𝑡)
𝝀(𝒕) =
𝑁𝑠 (𝑡) ∗ ∆𝑡
𝑁º 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐴𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠
𝝀=
𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜
A Taxa de Avarias é uma estimativa da fiabilidade de bens reparáveis, sendo também usual a
utilização de outro parâmetro, o Mean Time Between Failures, MTBF, que se relaciona com a
taxa de avarias:
1
𝑴𝑻𝑩𝑭 =
𝜆
12
Neste gráfico tornam-se evidentes as 3 fases da curva, designadamente:
I. Fase de juventude do equipamento. Caracteriza-se por uma elevada taxa de avarias
inicial, que pela sua adaptação ao seu meio envolvente e às condições de
funcionamento, decresce rapidamente. É nesta fase que os bens mais frágeis
(inadequados ou com imperfeições de fabrico) são eliminados.
II. Fase de maturidade do equipamento. Nesta fase a taxa de falhas é aproximadamente
constante, tratando-se da vida útil do equipamento com o seu funcionamento
corrente.
III. Fase de desgaste. Aqui a taxa de avarias é crescente visto que o bem se encontra a
entrar na fase final do seu ciclo de vida, devido à idade do componente e ao desgaste
dos seus materiais, perdendo progressivamente a sua capacidade de bom
funcionamento.
É função dos engenheiros de manutenção reduzir as fases da taxa de avarias decrescente (fase
I) e crescente (fase III), através da implementação de estratégias de manutenção adequadas.
13
A Manutenção Produtiva Total é uma estratégia que visa melhorar a qualidade de
manutenção, procurando atingir melhores resultados a um baixo custo. Esta foi amplamente
reconhecida como uma arma estratégica para melhorar o desempenho de fabrico através de um
aumento da eficácia das instalações e dos equipamentos de produção e baseia-se numa filosofia
de melhoria contínua que procura aperfeiçoar a qualidade dos produtos, melhorando a qualidade
dos equipamentos. Através da introdução de um conjunto de ações práticas e de metodologias,
envolvendo todos os departamentos e funcionários, é possível atingir o objetivo principal do TPM
- implementar um processo de fabrico perfeito e sem falhas. [5]
Na figura 2.5 encontram-se representados os principais pilares do TPM.
14
equipamentos; preparação da manutenção preditiva para o equipamento e avaliação
contínua de todo o programa de manutenção planeado.
• Manutenção da Qualidade: procura garantir a qualidade dos produtos e serviços
utilizando os recursos e ferramentas da qualidade, garantindo zero defeitos.
• Educação e Formação: deve-se garantir a formação para desenvolvimento dos
colaboradores, tanto da área de produção como da de manutenção.
• Saúde, Higiene e Meio Ambiente: pretende minimizar o risco de acidentes de
trabalho e problemas ambientais. É essencial garantir a segurança dos colaboradores
da empresa, trabalhando no método de consciencialização e melhoria nos postos de
trabalho, seguindo e trabalhando com todas as normas ambientais.
• Controle Inicial: procura minimizar as ineficiências em novos produtos, processos
e equipamentos;
• Áreas Administrativas: pilar que procura aprimorar o trabalho administrativo,
eliminando-se desperdício e perdas geradas pelo trabalho de escritório, sendo
necessário que todas as atividades organizacionais sejam eficientes.
15
• Base de Dados - Os dados gerados na camada Aplicação devem ser armazenados
de forma lógica na Base de Dados.
Estes softwares têm como objetivo o de organizar todo o trabalho numa organização,
registando informações referentes a clientes, fornecedores, funcionários, produtos, vendas,
compras, pagamento, impostos, entre outros, tendo como principais vantagens:
16
O objetivo do SAP R/3 é o de colaborar na gestão dos processos de negócio, simplificando e
interligando ao máximo as tarefas envolvidas. Nesta, os módulos podem interagir diretamente ou
mediante a atualização de uma base de dados centralizada.
O software procura facilitar o fluxo de informações entre todos os processos da cadeia de uma
organização, desde as compras até aos recursos humanos. A utilização desta ferramenta faz com
que seja possível controlar e gerenciar, em tempo real, as vendas, produção, contabilidade,
finanças, manutenção e recursos humanos de uma empresa. Cada programa é executado através
de uma transação separadamente, sendo desenvolvidos em Advanced Business Application
Programming, ABAP, uma linguagem de programação na qual a SAP detém os direitos.
2.6.3 - Módulos
Os módulos constituintes da ferramenta SAP R/3, embora possam ser utilizados
separadamente, simbolizam áreas de negócio e tentam materializar todas as unidades integrantes
de uma empresa. Dependendo da necessidade das organizações, novos módulos podem ser
implementados com o intuito de expandir as funcionalidades disponíveis e corresponder aos
requisitos adicionais. A implementação de novos módulos depende da complexidade e do número
de módulos adquiridos, exigindo bastante trabalho em equipa. Esta envolve pessoas das mais
diversas áreas profissionais, sendo que, neste caso, são normalmente contratadas empresas
especializadas para ajudar na implementação de produtos ERP.
Os módulos gerais disponibilizados pelo sistema SAP R/3 são 12, não existindo qualquer
obrigatoriedade de utilização de todos. Isto faz com que as empresas sejam livres de escolher os
17
módulos que correspondem de melhor forma às suas necessidades de negócio. Estes encontram-
se numerados de seguida:
18
Figura 2.6- Módulos do SAP R/3 [8]
19
• Local de Instalação - Consiste na unidade organizacional que estrutura o objeto
de manutenção de uma empresa de acordo com critérios de espaço, técnicos ou
funcionais.
• Equipamentos - Representa o equipamento da empresa numa perspetiva de
manutenção. O equipamento está associado ao local de instalação. Um local de
instalação pode ter um ou vários equipamentos.
• Sub-Equipamentos - Como o mesmo nome diz, são sub-níveis de um
equipamento. Um equipamento pode ter associado um ou vários sub-equipamentos.
• Conjuntos de manutenção - Representam conjuntos de materiais constituintes
de um equipamento. Servem essencialmente para organizar os materiais por área do
equipamento.
• Material - É o nível mais baixo da estrutura e tal como o próprio nome indica,
representa o material que constitui o equipamento ou conjunto de manutenção. Por
esse motivo, pode encontrar-se associados a cada um deles. Os materiais são os
elementos suscetíveis de serem requisitados para se efetuar a manutenção de um
conjunto de manutenção ou de um equipamento, dependendo a qual se encontra
associado. [10]
Deste modo, imagine-se que um cliente do serviço (qualquer pessoa que esteja incluída no
sistema de produção ou assistência) deteta uma avaria e informa a área de manutenção através
da criação de uma Nota de Manutenção em SAP (Nota M1, ME ou MS, sejam elas referentes a
Pedidos, Edifícios ou Segurança, respetivamente). De seguida, o serviço de manutenção recebe a
solicitação, analisando-a e decidindo se a mesma representa algum motivo para intervenção. Se
tal se verificar, este irá criar uma Ordem de Manutenção ZPM1, ordem de manutenção
corretiva planeada, onde irá, entre outros, reservar o material e o pessoal necessário para executar
a tarefa. Posteriormente, o técnico de manutenção terá de executar o trabalho e confirmá-lo.
Após este processo, o serviço irá aguardar o feedback do cliente (a pessoa que solicitou o
pedido) e, caso a avaliação seja positiva, dar-se-á por concluído o processo, encerrando a nota e a
ordem previamente criadas. Caso seja negativo, o serviço de manutenção irá de novo reservar
pessoal para voltar a executar o trabalho. Importa salientar que se se tratar de um problema grave
e que envolva paragem de produção, a notificação do problema é feita por telefone, sendo o
20
problema solucionado, efetuando-se o registo do mesmo no SAP-PM apenas no fim de todo o
processo. Neste caso a ordem criada trata-se de uma ZPM2, ordem de manutenção corretiva
urgente.
Os diagramas representados nas figuras 2.7 e 2.8 procuram explicar visualmente o processo
de manutenção corretiva na UNICER:
21
Figura 2.9- Manutenção Preventiva na UNICER
22
Desenvolvimento
23
Figura 3.1- Modelo Equipamento-Tipo-Classe de um equipamento
Ora, a realidade presente na estrutura da empresa ia um pouco contra esta ideia, existindo
mais tipos de objeto do que classes. Deste modo, optou-se por atacar as áreas de Instrumentação
e da Rede de Vapor e Condensados utilizando uma metodologia adequada.
Para a Rede de Vapor e Condensados, optou-se por manter um único tipo de objeto que já se
encontrava na estrutura, “Energia & Fluídos”, sendo atribuído a todos os equipamentos nesta
rede a nova classe “Vapor”. Dentro desta classe é ainda possível identificar outros campos,
denominados síntese de classes, onde se poderá identificar o tipo (conjunto de purga, coletor de
vapor, conjunto de admissão de vapor ou conjunto de bombagem de condensados), o tamanho e
o modo de ligação do equipamento.
Para a área de Instrumentação fez-se um levantamento de todos os instrumentos existentes
na empresa. Deste modo, decidiu-se optar pela criação de um tipo de objeto “Instrumento”,
composto por diversas classes, que permitem qualificar pormenorizadamente o tipo de
equipamento, como por exemplo “Sensor de Temperatura” ou “Condutivímetro”. De igual modo
é possível, dentro da síntese de classes, atribuir outros parâmetros essenciais para o técnico de
manutenção, como o padrão ou os pontos de calibração a serem utilizados aquando a calibração
do instrumento.
Para organizar toda a informação supracitada foi criada uma tabela em formato Excel onde
se encontram detalhadamente os tipos de objeto, as classes e os campos da síntese de classes a
serem criados, que se encontra presente no Anexos A e B.
24
Tabela 3.1- Tabela resumo da Mini-Fábrica
• Fabrico - Neste local foram criados 35 novos equipamentos e 323 novos conjuntos
de manutenção, divididos por duas salas, apelidadas de sala Nordon e Ziemann
Meura.
• Adegas - Nesta área foram criados 52 novos equipamentos, 258 novos conjuntos de
manutenção e 4 listas técnicas de materiais.
• Central Térmica e Cogeração - Nesta zona criaram-se 157 novos conjuntos de
manutenção associados a 26 novos equipamentos.
Central Térmica e
Fabrico Adegas
Cogeração
Equipamentos 35 52 26
Conjuntos de
323 258 157
manutenção
Listas técnicas 0 4 0
25
Importa salientar que toda esta rede foi criada de raiz, não existindo qualquer informação em
SAP-PM anteriormente à realização desta dissertação.
3.1.3 Instrumentação
O acompanhamento de todos os instrumentos existentes na UNICER Bebidas, S.A. é de
elevado interesse, visto que falhas nestes podem levar a grandes problemas no processo
produtivo. Tal acontece uma vez que certos equipamentos consideram valores captados pelos
instrumentos para tomar determinadas ações.
Deste modo, após um levantamento dos instrumentos pertencentes à área de enchimento,
procedeu-se à sua criação em SAP-PM. Foram então criados 168 novos instrumentos. De igual
forma, foi necessário reorganizar 168 materiais que já se encontravam codificados em novos
locais, através da criação de listas técnicas adequadas, com o intuito de facilitar a identificação de
materiais suscetíveis de serem utilizados pelos técnicos. Os dados referentes ao levantamento do
Plano de Instrumentação podem ser visualizados na tabela 3.3.
A necessidade de atribuir a tipificação “Equipamento” a todos instrumentos deveu-se ao facto
de em SAP apenas os equipamentos ou locais de instalação poderem ser alvos de criação de planos
de manutenção preventiva. Como um dos grandes objetivos de estruturar os instrumentos em
SAP-PM se centrou na criação destes planos, foi necessário atribuir esta classificação aos
mesmos, apesar de assumirem igualmente o papel de um material consumível.
Instrumentação
Equipamentos criados 168
Listas técnicas de materiais 168
26
manutenção previamente criadas. Através de uma análise de periodicidade, foi possível
determinar que seria necessário criar 4 planos preventivos para cada equipamento: um para
substituição de diafragmas das válvulas de enchimento, outro para substituição dos êmbolos
destas, ambos com uma periodicidade semestral, um para substituição das tulipas, que será
efetuado anualmente e outro onde se irá efetuar uma revisão geral, com uma periodicidade bienal.
Paralelamente, detetou-se uma falha recorrente nas garras das válvulas das Sopradoras das
Linhas 5 e 6. Deste modo, e tal como anteriormente, identificaram-se quais os componentes
necessários à manutenção destas, tendo como base uma análise de ordens passadas, e definiu-se
uma periodicidade anual para a criação de ordens de manutenção geradas automaticamente.
Posteriormente foi também detetada a necessidade de se efetuar um plano de inspeção de
fugas das linhas de Enchimento. Tal como dito anteriormente, estas fugas representam grandes
perdas monetárias para a empresa, sendo essencial atuar preventivamente na sua ocorrência.
Logo, optou-se pela criação de uma inspeção semanal, levada a cabo pelos técnicos, a todas as
linhas de enchimento da empresa.
Para o Plano de Instrumentação, foram atribuídas periodicidades a todos os instrumentos,
tendo como base as utilizadas na área de Metrologia. Neste caso não foi necessário efetuar
reservas de material, uma vez que apenas é necessária a troca do instrumento quando este
apresenta problemas funcionais relevantes ou elevado desgaste, o que não se verifica na grande
maioria das vezes.
Relativamente à Rede de Vapor e Condensados foram levantadas as tarefas recomendadas
pelos fabricantes para assegurar o bom funcionamento dos seus equipamentos. Esta também não
apresenta qualquer reserva de componentes uma vez que apenas após a inspeção dos
equipamentos é possível averiguar o seu estado. Caso seja necessário proceder à reparação ou
substituição destes, o técnico deverá proceder à criação de uma ordem ZPM2, ordem de
manutenção planeada, onde irá planear as operações necessárias para tal e reservar os
componentes essenciais para o seu conserto.
27
equipamento se encontra num estado não funcional, a procura da causa de mau funcionamento
torna-se extremamente difícil e demorada.
Além de ser uma prática mais em conta, a manutenção preventiva evita as quebras de
produção e, com isso, aumenta a disponibilidade dos equipamentos. O facto de ser planeada faz
com que seja possível prever os gastos com peças e mão-de-obra, evitando grandes surpresas, e
se possa montar um orçamento mais fidedigno.
Pelas razões supracitadas, procedeu-se à criação de planos preventivos em SAP-PM, que são
compostos por cinco etapas principais.
Inicialmente, cria-se uma lista de tarefas, onde se identificam as operações e componentes
necessários para a execução do plano, o centro de trabalho responsável, o número de operadores
necessários, a duração da operação, a periodicidade das operações, entre outros. Estas listas de
tarefas podem ser aplicadas a diversos equipamentos.
Depois, é necessário criar um item de manutenção. A sua codificação permite identificar o
equipamento e/ou local onde serão executadas as operações. É também identificado qual o tipo
de ordem que se pretende criar, que neste caso será sempre ZPM3, uma ordem de manutenção
preventiva. O item é então associado a uma lista de tarefas criada anteriormente que irá definir
quais as operações que irão ser executadas no equipamento.
Posteriormente é necessário criar um plano de estratégia, que irá estar associado a um ou
mais itens de manutenção. O plano poderá criar uma ordem de manutenção com uma ou várias
operações, ou mesmo várias ordens, com uma ou várias operações cada uma. O que causará esta
diferenciação serão as quantidades de itens inseridos e a quantidade de operações e pacotes
coincidentes estabelecidos na ligação Plano-Item e Lista de tarefas-Operações-Periodicidade.
Neste encontrar-se-ão estabelecidos parâmetros de tolerância e de c0nfirmações
atrasadas/antecipadas, que definirão o comportamento do plano para atrasos ou adiantamentos
na execução do mesmo, que se encontram descritos de seguida:
28
o Por outro lado, caso a data de conclusão ocorra no dia 11 de julho, como
os 9 dias já foram ultrapassados, a folga de confirmação atrasada aplicar-
se-á, sendo que a data da próxima intervenção terá como base o dia 11 de
julho.
• Horizonte de Abertura - Serve para especificar em percentagem quando uma
ordem deve ser criada para uma dada data de manutenção calculada; por outras
palavras, quanto tempo deve decorrer entre as duas datas planeadas até que a ordem
seja criada no sistema.
• Intervalo de solicitação - Este campo permite definir com que folga a ordem será
criada, em dias, meses ou anos.
Após criar o Plano de Manutenção, é necessário entrar na transação IP10, onde se irá iniciar
o ciclo do mesmo com uma data de início, que poderá ser a data de última realização da
manutenção contemplada no equipamento ou, caso o plano seja de uma manutenção até então
não realizada, a data prevista no balanceamento construído.
Ao concluir esta etapa deveremos ainda realizar a programação do Plano através da transação
IP30 para finalizar a criação dos Planos. Esta transação serve para monitorizar os prazos dos
Planos e forçar a geração de planos atrasados ou futuros.
O esquema da figura 3.2 demonstra, de uma forma simplificada, o processo de criação de
Planos de Manutenção.
29
rotina semanal de inspeção de fugas de ar comprimido nas linhas 2, 3, 4, 5 e 6, o que originou 5
novos planos de manutenção.
Para o Plano de Instrumentação foram criados 168 novos planos de manutenção, um por
instrumento. A razão de não se fazer um único plano com vários itens associados centralizou-se
no facto dos instrumentos possuírem periodicidades bastante díspares e a verificação destes estar
intimamente ligada a paragens das linhas, que são planeadas pela Produção e que vão variando
ao longo do tempo. Para este, foi ainda criada uma folha de registo de intervenções em Excel, que
pode ser consultada no Anexo D. Esta ferramenta permitirá, ao longo do tempo, observar o
comportamento dos instrumentos e efetuar uma análise preditiva destes. Logo, torna-se possível
identificar as tendências dos equipamentos, permitindo, alterar periodicidades de verificações,
entre outros, o que poderá diminuir a carga horária dos trabalhadores.
Analogamente, para a Rede de Vapor e Condensados, foram criados 113 novos planos de
manutenção, um por equipamento. Estes planos irão permitir efetuar uma avaliação do estado de
funcionamento dos equipamentos pertencentes à rede, como por exemplo através de uma
avaliação efetuada por uma câmara termográfica que permite avaliar se os equipamentos
apresentam problemas não detetáveis a olho nu. Se tal se verificar, é possível então planear uma
manutenção corretiva para solucionar estes defeitos, prevenindo a ocorrência de falhas não
planeadas.
Quanto à sala de moagem da Mini-Fábrica não foi criado qualquer plano de manutenção. Tal
justificou-se pelo facto de a empresa ter decidido adiar a criação destes, uma vez que esta ainda
se encontra em remodelação.
A partir do momento da criação dos planos, é possível à empresa atuar preventivamente nos
seus equipamentos, através da geração de ordens de trabalho criadas automaticamente pelos
mesmos. Nestas já se encontra reservado tudo aquilo que é necessário para a execução das tarefas,
facilitando o trabalho dos técnicos de manutenção e permitindo atuar preventivamente em
possíveis falhas críticas de equipamentos que poderão originar paragens no processo produtivo.
3.4- Formação
Paralelamente à implementação de planos preventivos a todos os equipamentos identificados
anteriormente, foi identificada uma enorme dificuldade. Esta incidia na elevada complexidade
em identificar quais os equipamentos críticos da empresa, devido ao facto das manutenções aos
equipamentos se encontrarem mal registadas ou simplesmente não existirem. Este fator torna
praticamente impossível a criação de um histórico de manutenções fiável, de onde seria possível
retirar diversas conclusões.
O facto de não existir estandardização de procedimentos na utilização do SAP-PM faz com
que a criação de um histórico de manutenções, onde é possível identificar quais os equipamentos
críticos e, dentro destes, os componentes que são suscetíveis de um maior desgaste, seja uma
tarefa bastante complicada.
Deste modo, foi identificada uma necessidade de formação para os intervenientes no processo
de manutenção.
Decidiu-se então dividir os intervenientes no processo em 3 áreas principais: os clientes,
mais concretamente as áreas de Produção e Enchimento; os técnicos de manutenção e a
equipa de gestão de manutenção, para que eles próprios saibam construir e consultar os
históricos das áreas da sua responsabilidade.
30
Inicialmente, foram identificadas as tarefas que cada um dos intervenientes do processo deve
conhecer, tendo-se chegado à seguinte lista de tarefas:
Clientes
Técnicos de Manutenção
31
Todos os intervenientes no processo (100% dos inquiridos, independentemente da área a que
pertencem) reconhecem que o SAP é uma ferramenta extremamente útil, possuindo diversas
vantagens, tais como:
• Conhecer histórico de avarias, o que poderá reduzir o tempo de paragem das
máquinas,
• Ser um software onde a centralização de informação é possível num só local, de uma
forma intuitiva e organizada
• Permitir, com relativa facilidade, executar todas as tarefas envolventes ao processo
de manutenção, sendo de destacar a organização e registo de trabalhos, a reserva de
materiais necessários e o controlo de custos, tanto de materiais como de pessoal, o
que faz com que se tenha, a qualquer momento, uma visão global daquilo que é
necessário fazer.
Por outro lado, esta possui algumas desvantagens, sendo de salientar o facto de ser uma
ferramenta pouco intuitiva e ainda pouco explorada.
Através da realização dos inquéritos foi também possível identificar as principais dificuldades
de todos os intervenientes no processo.
As principais dificuldades dos clientes centralizaram-se nas seguintes tarefas:
• Exibir estruturas (50%);
• Ver relatório de turno (50%);
• Consultar anexos (38%);
• Ver mapas de notas pendentes (38%).
Pela análise dos resultados obtidos, optou-se pela criação de um manual SAP-PM para cada
uma das 3 áreas principais. Os técnicos de manutenção terão ainda um manual A7 auxiliar,
impresso, de onde poderão tirar dúvidas simples que possuam acerca do processo.
• Clientes
o Conceito
o Inicializar o SAP
o Exibir Estruturas
▪ Locais de Instalação
▪ Equipamentos
o Notas de Manutenção
32
▪ Criar
▪ Avaliar
o Consultar anexos
o Consultar Relatório de Turno
o Consultar Mapa de Notas Pendentes
• Técnicos de Manutenção
o Conceito
o Inicializar o SAP
o Exibir Estruturas
▪ Locais de Instalação
▪ Equipamentos
o Notas de Manutenção
▪ Criar
▪ Avaliar
o Ordens de Manutenção
▪ Criar
▪ Criar Ordem para Nota
▪ Confirmar
o Consultar anexos
o Consultar Relatório de Turno
• Supervisores de Manutenção
o Conceito
o Consultar Mapa de Ordens Preventivas Pendentes
o Consultar Mapa de Status de Ordens
o Criar Plano Preventivo
▪ Criar Lista de Tarefas
▪ Criar Item de Manutenção
▪ Criar Plano Preventivo
▪ Inicializar Plano Preventivo
▪ Inicializar Plano Preventivo- Batch Input
o Efetuar Controlo de Custos
o Consultar Relatório de Turno
o Consultar Mapa de Notas Pendentes
o Organizar anexos
o Anexo
▪ Planos preventivos
Para auxiliar na formação dos intervenientes, foram ainda criadas apresentações de suporte
a sessões de formação, bem como vídeos tutoriais que ficarão disponíveis no portal da UNICER
Bebidas, S.A., onde se apresenta passo a passo a resolução de cada uma das tarefas citadas
anteriormente.
Para os Supervisores de Manutenção foi também criada uma ferramenta que os auxilia na
tarefa de inicializar planos preventivos, apresentada no Anexo F. Esta permite compreender
33
todos os campos referentes à criação de planos de manutenção, descritos no capítulo anterior,
bem como o preenchimento dos mesmos conforme o comportamento que se pretende dar ao
plano.
34
Resultados Obtidos
35
800 738
700
600
500
Quantidade
400
300
36
Figura 4.3- Exemplo equipamento criado na Sala Moagem
No que diz respeito à Rede de Vapor e Condensados, a sua estrutura ficou dividida conforme
a figura 4.4.
37
Figura 4.5- Estrutura SAP-PM Fabrico Sala Nordon
38
Quanto ao Plano de Instrumentação, é apresentada na figura 4.7 uma lista de equipamentos
criados. Neste caso é exposta a lista, e não a estrutura, tendo em conta que estes possuem como
equipamento superior diversos equipamentos que já se encontravam criados na rede.
Tal como na Rede de Vapor e Condensados, é de salientar os novos tipos e classes criados
para os diversos instrumentos. Esta informação pode ser consultada na figura 4.8, onde se
encontra representado um equipamento referente ao Plano de Instrumentação.
39
Figura 4.8- Exemplo de Instrumento criado em SAP-PM
Após serem criados os equipamentos a serem alvo de manutenção preventiva, foi necessário
criar planos de estratégia para os mesmos. Deste modo procedeu-se à criação de 308 novos
planos, com base em 392 itens de manutenção e 29 listas de tarefas. As listas de tarefas permitem
essencialmente identificar as operações a serem executadas para os diversos equipamentos. Os
itens de manutenção associam um equipamento a uma dada lista de tarefas, ou seja, identificam
quais as operações a serem executadas no mesmo. Os planos de estratégia tornam possível
caracterizar como é que o plano se irá comportar ao longo do tempo, sendo que este pode ser
constituído por um ou mais itens de manutenção (por exemplo, um dado equipamento pode ser
alvo de tarefas mecânicas e elétricas, podendo estas encontrar-se divididas em dois itens de
manutenção diferentes, um que contém as operações mecânicas e outro as elétricas).
Foram criados planos de manutenção preventiva para os equipamentos constituintes do
Plano de Instrumentação, da Rede de Vapor e Condensados e dos equipamentos identificados
como críticos por parte da empresa. De igual modo, implementou-se um plano de inspeção de
fugas de ar comprimido para cada linha de enchimento. Relativamente à sala de moagem da Mini-
Fábrica tal não foi possível, sendo que a criação de planos para esta área foi adiada.
Tal informação pode ser consultada na figura 4.9.
40
180 168 168
160
140
100
80
60
40
22
20 11
5 5 5 4 5
0 0 0
0
Planos Preventivos Itens de manutenção Listas de Tarefas
Figura 4.9- Planos Preventivos, Itens de manutenção e listas de tarefas criados em SAP-PM
Nas figuras 4.10, 4.11 e 4.12, encontram-se representados uma lista de tarefas, em
particular a sua periodicidade e os componentes necessários à execução das mesmas, um item de
manutenção, onde se identifica o equipamento a ser alvo da operação e um plano preventivo,
associado a diversos itens de manutenção. A organização de toda esta informação foi feita com o
auxílio de uma folha Excel, que se encontra no Anexo E.
41
Figura 4.11- Exemplo de item de manutenção criado
42
Após o plano estar ativo, cada item dará origem a uma ordem de manutenção, com todas as
operações e componentes definidos na lista de tarefas. Um exemplo de uma ordem criada através
do plano e onde o trabalho já foi executado pode ser consultado na figura 4.13.
43
Figura 4.14- Mapa de acompanhamento de ordens de manutenção preventiva
Relativamente à formação SAP, todas as ferramentas necessárias para que esta seja dada aos
clientes, técnicos de manutenção e supervisores foram desenvolvidas, através da criação de três
manuais em formato PDF, onde se encontram detalhadas todas as tarefas onde estes intervêm,
três apresentações em formato P0werPoint, bem como vídeos tutoriais exemplificativos de cada
tarefa.
Um exemplo de uma tarefa descrita num dos manuais, nomeadamente no manual a ser
utilizado pelos técnicos de manutenção, encontra-se representada nas figuras 4.15, 4.16 e 4.17.
44
Consultar Relatório de Turno- Passo 1
ZPM_RP_027
“Enter”
OU
Inserir Centro
de
Planeamento
(D022)
Inserir Data e
Por defeito é colocado o
Hora de último dia
Início/Fim
Pressione
OU
45
Consultar Relatório de Turno- Passo 3
Consulte o
Relatório de
Turno
46
Conclusões e Sugestões para Trabalhos
Futuros
• Foram criados 342 novos equipamentos em estrutura SAP-PM 752 novos conjuntos
de manutenção e 168 novas listas técnicas, inexistentes até então. Estes encontram-
se divididos por 3 áreas principais: a Mini-Fábrica, a Rede de Vapor e Condensados
e o Plano de Instrumentação.
• Foram identificados novos equipamentos críticos e os materiais necessários para a
sua manutenção.
• Foram criados 308 novos planos de manutenção, 392 novos itens de manutenção e
29 novas listas de tarefas, divididos pelos equipamentos críticos supracitados, pelo
Plano de Instrumentação e pela Rede de Vapor e Condensados.
• Foram produzidos 3 manuais de suporte às diversas áreas participantes no processo
de manutenção, apoiados por tutoriais em formato vídeo e apresentações
PowerPoint.
Através da criação dos novos equipamentos e conjuntos em estrutura SAP-PM, será possível
à UNICER Bebidas, S.A. aceder a informação relevante acerca de cada um destes numa
plataforma centralizada.
Com a identificação de novos equipamentos críticos suscetíveis de serem alvo de tarefas de
manutenção preventiva, foi possível selecionar os componentes necessários à execução das
mesmas, com o objetivo de diminuir a ocorrência de falhas não planeadas.
Com a criação dos planos de manutenção em SAP-PM, é agora possível à empresa atuar
preventivamente na ocorrência de falhas dos equipamentos, o que faz com que a necessidade de
se recorrer a manutenção corretiva diminua drasticamente, implementando nesta uma filosofia
de falhas zero.
Através da formação dos intervenientes no processo de manutenção torna-se possível o
registo de todas as tarefas diárias, de uma forma que permita ter um maior controlo e
47
acompanhamento sobre o processo. Com isto, serão produzidos históricos de manutenção
fidedignos que poderão ser analisados futuramente com o intuito de se identificarem novos
equipamentos e componentes críticos do processo. Através de um registo eficaz de todas as
intervenções levadas a cabo na empresa, torna-se mais acessível efetuar um controlo de custos
fiável e identificar quais os componentes e equipamentos críticos que nela residem. Desta forma
passará a atuar-se preventivamente na resolução dos seus problemas mais frequentes,
impossibilitando a ocorrência de quebras de produção não planeadas.
Com base na experiência adquirida ao longo da realização desta dissertação em ambiente
empresarial e nos resultados expostos ao longo deste documento, parece oportuno, nesta fase,
tecer algumas sugestões à empresa:
• Sugere-se que seja feita uma revisão contínua à estrutura SAP-PM, uma vez que esta
ainda apresenta carências nalgumas áreas. Deste modo, é aconselhável que a empresa
continue a levantar as restantes áreas da sua estrutura utilizando a metodologia
descrita nesta dissertação. Inicialmente deverá criar novos tipos e classes, a serem
utilizados nos novos equipamentos e alterados naqueles que já se encontrem criados.
Posteriormente, deverá dividir estes equipamentos em conjuntos de manutenção,
conforme critérios funcionais ou estruturais, com o objetivo de facilitar a procura dos
materiais a serem utilizados em cada parte do equipamento. A codificação de
materiais em SAP-PM deverá continuar a ser realizada, uma vez que desta forma todo
o processo de compra, gestão de stocks e acompanhamento de consumos passará a
ser melhor acompanhado. Por outro lado a identificação de quais os materiais
utilizados em determinado equipamento passará a ser mais intuitiva, permitindo
conhecer a qualquer momento quais os materiais constituintes do mesmo, através da
codificação de listas técnicas adequadas.
• Dar continuidade ao levantamento de equipamentos críticos, através de uma análise
de registos criados em SAP-PM, nomeadamente Notas e Ordens de Manutenção,
explorando as transações abordadas nos manuais de formação. Esta deverá ter em
atenção dois grandes fatores inerentes ao equipamento: a sua criticidade, ou seja, de
que forma uma falha afeta todo o processo de produção, e a sua vulnerabilidade, que
simboliza a exposição a falhas do equipamento.
• Continuar com a criação de planos preventivos aos equipamentos levantados, com o
objetivo de minimizar a existência de manutenção corretiva na empresa. A realização
de ordens preventivas fará com que a ocorrência de falhas não planeadas diminua,
uma vez que estas já foram resolvidas aquando a realização da manutenção
preventiva.
• Iniciar um processo de tipificação de avarias nas ordens de manutenção, de modo a
que se consiga averiguar através destes campos quais os tipos de avaria mais
frequentes.
• Aconselha-se que esta incida na formação dos diversos partícipes no processo de
manutenção, uma vez que foram criadas todas as ferramentas necessárias para a
mesma. Deste modo, a empresa deverá desenvolver um plano, onde identificará quais
os intervenientes que necessitarão de formação na área e marcará datas relativas à
mesma. A formação deverá ser realizada com o auxílio das ferramentas desenvolvidas
com o intuito de melhorar os conhecimentos dos clientes, técnicos de manutenção e
equipa de gestão, numa perspetiva de melhoria contínua. Com um registo de
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intervenções correto torna-se possível à empresa a construção de históricos
fidedignos acerca do comportamento dos seus equipamentos, permitindo atuar
preventivamente nas suas falhas.
49
Referências
50
Anexos
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Anexo B- Campos Síntese de Classes
52
Anexo C- Campos do Template Excel para
criação de novos equipamentos em SAP
53
Anexo D- Folha de Registo de
intervenções do plano de Instrumentação
em Excel
54
55
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Anexo E- Folha de Auxílio na Criação de
Planos Preventivos
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Anexo F- Folha de Auxílio na Inicialização
de Planos Preventivos
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