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02 - Língua Brasileira de Sinais

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ANA CAROLINA COSTA CONTRERAS VEJAR

PEDAGOGIA

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

RESUMO

A língua brasileira de sinais (Libras) é a utilizada pela maioria dos surdos dos centros urbanos
brasileiros e legalmente reconhecida como meio de comunicação e expressão, derivada tanto
de uma língua de sinais autóctone, que é natural da região ou do território em que habita,
Libras não é a simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua à parte, como o
comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de sinais diferente, a língua gestual
portuguesa. Assim desta maneira sua classificação é possível porque ela preenche os
requisitos científicos para tanto, uma vez que apresenta um funcionamento gramatical e
enunciativo próprio, com suas estruturas sintáticas, semânticas, morfológicas.

Palavras Chaves: autóctone, derivada, gestual, libras, portuguesa.

ABSTRACT

The Brazilian language of signs (Libras) is the one used by the majority of deaf people of the
Brazilian urban centers and legally recognized as a means of communication and expression,
derived both from an autochthonous sign language that is natural of the region or territory in
which it lives, Libras is not simply the gestualization of the Portuguese language, but a
language apart, as evidenced by the fact that in Portugal a different sign language is used, the
Portuguese sign language. Thus its classification is possible because it fulfills the scientific
requirements for both, since it presents a proper grammatical and enunciative functioning,
with its syntactic, semantic, and morphological structures.

Keywords: autochthonous, derived, gestural, pounds, portuguese.

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1. INTRODUÇÃO

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é derivada de uma língua de sinais autóctone, natural
da região que habita, e também da língua gestual francesa. É importante ressaltar que as
línguas de sinais não são universais, elas possuem a sua própria estrutura que varia de país
para país. A LIBRAS é o resultado da miscigenação da língua de sinais francesa com a língua
de sinais brasileira antiga.

A Língua Brasileira de Sinais foi oficialmente reconhecida como segunda língua oficial
brasileira, através da lei 10.436, de 24 de abril de 2002, dispõe que o ensino da Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), deve ser parte integrante dos Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCNs, e que o sistema educacional federal, estaduais e municipais devem garantir
a sua inclusão nos cursos de formação de Educação Especial.

Classifica-se a língua dentro de um contexto nos níveis fonológico, morfossintático,


semântico e pragmático, para o aprendizado de Língua Portuguesa pelo aluno surdo,
praticamente, são considerados apenas os níveis morfossintáticos, semântico e pragmático,
observando a não configuração de imagem acústica e as dificuldades articulatórias de alunos
surdos. (BRASIL, 1997).

Salles (2007) permitem uma reflexão sobre as dificuldades encontradas na aprendizagem da


Língua Portuguesa pelos alunos surdos, fator relevante no processo ensino aprendizagem.
Metodologias diversificadas e adequadas para o apoio na leitura e escrita da Língua
Portuguesa, a qualidade do ensino, a comunicação entre surdos e ouvintes e o aprendizado
acadêmico, possibilita o crescimento pessoal e pedagógico dos surdos no compromisso de
Inclusão.
A Educação Especial tem se destacado como meio privilegiado de favorecer o processo de
inclusão social dos cidadãos, revelando as dificuldades em diversos fatores sejam familiares,
institucionais e socioculturais, de certa forma praticamente centrada nessas peculiaridades da
população por ela absorvida, reduziu sua ação de tal forma que o fundamental se restringiu à
adaptação de procedimentos pedagógicos às dificuldades geradas pela deficiência.

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2. DESENVOLVIMENTO

Todo indivíduo é capaz de desenvolver o aprendizado, então, quando é exposto a uma língua,
começa o processo de aprendizado com uma cadeia de significados que é a base para o
desenvolvimento da escrita, o processo de desenvolvimento fica em desvantagem. Sua
capacidade de aprender é interrompida bem na linha de partida.

Segundo QUADROS (2007, p.218 e 219) A linguagem é um dos principais meios pelos quais
o homem adquire conhecimento de mundo, fator que tem participação definitiva na
organização da própria linguagem. Por isso, hoje, os estudos de aquisição de linguagem por
pessoas surdas realçam a ideia de que toda criança surda deveria crescer em um ambiente
bilíngue.

O desenvolvimento da linguagem é proporcionar aos surdos meios para desenvolvê-la de


acordo com as possibilidades próprias da sua condição, desenvolver competência linguística
oral, o que lhe permitiria desenvolver-se emocional, social e cognitivamente do modo mais
normal possível, integrando-se como um membro produtivo ao mundo dos ouvintes, deste
modo se desenvolve varias linhas de atuação possíveis para a produção de conhecimentos por
pesquisadores envolvidos na educação de surdos. (QUADROS, 2005, p.46)

... Pessoas surdas e com grave impedimento auditivo devem ser reconhecidas
como uma minoria linguística, com o direito específico de ter uma língua de
sinais nativa aceita como sua primeira língua oficial e como o meio de
comunicação e instrução, tendo serviços de intérpretes para a língua de sinais.
Soares (p. 65, 2005).

Na realidade, a prática social já havia demonstrado que surdos eram capazes de entender o
que lhe falavam, bem como aprender a ler escrever, a educação inclusiva não se faça somente
com atos legais, e sim com ações e relações realiza das na escola e na sociedade, para efetivar
o compromisso de transformar nossa sociedade injusta e excludente, numa sociedade
igualitária. Assim, utilizar tanto a língua de sinais quanto a língua portuguesa na escola e
possibilitar o estudo dessas línguas pode significar o acesso à expressão, à compreensão e à
explicitação de como as pessoas tanto surdas quanto ouvintes se comportam quando
pretendem comunicar-se de forma mais eficaz e obtiver êxito nas interações e nas
intervenções que possam aprender e ter resultados.

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Segundo afirma Santarosa, (2000) que língua designa um sistema específico de signos que é
utilizado por uma comunidade para comunicação. Portanto, a Libras é uma língua natural
surgida entre os surdos brasileiros com o propósito de atender às necessidades comunicativas
de sua comunidade. A comunicação em libras se dá através de sinais manuais e não manuais,
cuja configuração segue gramática específica: a posição e movimento da mão, o ponto de
articulação do sinal isto é, no corpo ou espaço de sinalização e as expressões faciais ou
corporais, porque é a língua natural deles, mas sim porque, tendo os surdos bloqueios para a
aquisição espontânea de qualquer língua natural oral, eles só terão acesso a uma língua
materna.
A língua escrita teria uma importância secundária, devendo seguir a língua
oral e não precedê-la. O ensinamento através da linguagem de sinais
significava ir em contrário ao avanço dos alunos (MOORES, 1978).

A inclusão de pessoas com surdez na escola regular requer dos docentes novas estratégias
para que ocorra de fato a aprendizagem, professores precisam conhecer e usar a Língua de
Sinais, mas deve-se considerar que a simples adoção dessa língua não é suficiente para
escolarizar o aluno com surdez. Assim, na educação das pessoas surdas, foram feitos
inúmeros investimentos para equipar as escolas especiais com aparelhos de amplificação
sonora, possibilitando aos surdos treinarem a oralidade.

Dessa forma, é necessário que haja efetivamente uma educação que privilegie essa
singularidade e a proposta mais adequada é o bilinguismo, em que a língua materna seja a
língua de sinais e, como segunda língua, a língua oficial do país. A Libras deve ser inserida
como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício
do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de
ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (BRASIL, 2005)
Classifica-se que essas conquistas apresentadas foram mais impactantes na área da educação
de surdos, pois são leis que tratam exclusivamente da comunidade surda, significa que
abrange a língua, as ideias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo, preciso
oportunizar interações entre professores, alunos ouvintes e surdos para que seja igualitária a
participação.

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3. LIBRAS

Língua Brasileira de Sinais é composta por níveis linguísticos, como fonologia, morfologia,
sintaxe e semântica. Os sinais são itens lexicais que surgem da combinação de configurações
de mão, movimentos e pontos de articulação, suas características podem facilitar o
entendimento da língua, como a não representação dos pronomes pessoais e o aparecimento
de todos os verbos no infinitivo, para seu uso necessário conhecer os sinais e a gramática da
língua, o que possibilitará a combinação das frases e o estabelecimento da comunicação.

Classifica-se sua origem baseada na linguagem de sinais francesa e é um dos conjuntos de


sinais existentes no mundo inteiro com o propósito de realizar a comunicação entre pessoas
com deficiência auditiva, entende-se como Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS a forma de
comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com
estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos,
oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

A língua de sinais facilita a comunicação e melhora a interação entre ouvinte e surdo, é uma
língua natural usada pela maioria dos surdos do Brasil. Diferente de todos os idiomas já
conhecidos, que são orais e auditivos, a libras é visual-gestual, é uma língua pronunciada pelo
corpo.

Segundo Fernandes (2004), os alunos surdos constantemente são isolados do


convívio com o ouvinte nas suas manifestações em Língua de Sinais e
discriminados nas produções acadêmicas em Língua Portuguesa. A diferença
linguística manifestada na comunicação visual que tem na LIBRAS, é
ignorada.

Particularidades da língua, que facilitam o entendimento, sinais surgem da combinação de


movimentos da mão e de pontos de articulação, que são locais no próprio corpo humano ou no
espaço onde os sinais são feitos também de expressões faciais e corporais, as línguas de sinais
são naturais, pois surgiram do convívio entre as pessoas surdas. Elas podem ser comparadas à
complexidade e à expressividade das línguas orais, pois pode ser passado qualquer conceito,
concreto ou abstrato, emocional ou irracional.

A gramática da Língua de Sinais deve-se ressaltar a estrutura frasal particular dessa


linguagem, estrutura diferenciada se baseia no conceito de que para os surdos o ‘objeto’ da
frase vem sempre antes do verbo ou sujeito, dando sentido ao que é dito.
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4. LÍNGUA DE SINAIS NO BRASIL

A Língua Brasileira de Sinais é uma língua que tem ganhado espaço na sociedade por conta
dos movimentos surdos em prol de seus direitos, é uma luta de muitos anos que caracteriza o
povo surdo como um povo com cultura e língua própria que sofre a opressão da sociedade.
A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos –FENEIS define a Língua
Brasileira de Sinais –Libras como a língua materna dos surdos brasileiros e, como tal, poderá
ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com esta comunidade.
Em 1856, o conde francês Ernest Huet, que era surdo, trouxe ao Brasil a língua de sinais
francesa, afirma Moisés Gazale, diretor da Federação Nacional de Educação e Integração de
Surdos , no Rio de Janeiro. Essa globalização do sistema foi facilitada pelo fato de os sinais
também representarem além das letras conceitos como fome ou sono, permitindo a
comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades.

Processo de comunicação:

 A configuração das mãos se dá através da datilologia (alfabeto manual), bem como


outras formas que são realizadas pela mão predominante ou, em alguns casos, pelas
duas. Certas letras são usadas várias vezes para expressar uma determinada palavra,
porém, se diferem pelo ponto no corpo em que é expresso.
 O ponto de articulação é simbolizado através do local onde incide a mão
predominante, ou seja, o local onde é feito o sinal.
 O movimento da mão pode existir ou não, dependendo do sinal que irá representar.
 A expressão facial é essencial para a compreensão real do sinal, pois na língua de
sinais a entonação é realizada através da expressão facial.
 Os sinais seguem determinadas orientações e direções. Por exemplo, ao expressar o
verbo IR e VIR, as direções são opostas

De acordo com a lei de 2002, entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras - a forma
de comunicação e expressão em que o sistema de natureza visual-motora, com estrutura
gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos,
importante para comunicar-se com deficientes, assim, promover a inclusão e expor suas ideias
para mais pessoas, é a língua brasileira de sinais. Por meio dela que milhares de pessoas
portadoras de deficiência auditiva e de fala, conseguem se comunicar.
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5. CONCLUSÃO

Obviamente coube à educação, responsável pelas transformações sociais e culturais, servir de


cenário para que a ação da inclusão encontrasse seus direitos, onde por muito tempo
convivesse com desigualdades, injustiças, preconceitos, discriminações e desrespeito a toda e
qualquer diferença no mundo todo e em todos os segmentos da sociedade.

Assim se torna inegável que leis que fundamentem propostas educacionais e políticas que
norteiam as práticas pedagógicas são essenciais para que a inclusão aconteça oferecer suporte
para que o outro, embora com suas diferenças, possa se desenvolver em condições de
igualdade, pessoal e social.

O sistema educacional ainda não está preparado efetivamente para que possa garantir a
inclusão social do surdo na escola, de certa forma necessária rever as políticas públicas em
relação à educação inclusiva, estruturando, formando e qualificando profissionais, isso
causará um impacto não somente no espaço escolar, como também na sociedade, respeitando
opiniões do aluno surdo para que todos entendam suas argumentações e respeitem sua língua.
A partir dessa análise, conclui-se que, para tornar possível a inclusão entre surdos e ouvinte, é
necessário conhecer a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a importância da presença de
profissionais surdos no contexto escolar para que os alunos surdos tenham mais fluência de
sua língua e tenham contato com sua cultura, reconhecendo-se por meio do outro e
expandindo a Libras.

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REFRERÊNCIAS

BRASIL. Carta para o terceiro milênio. Obtida via Internet.

FELIPE, T.A.; Libras em contexto. 8 ed. Rio de Janeiro, Wal Print Gráfica e Editora. 2007.

QUADROS, R.M.; O tradutor e o intérprete de língua de sinais e língua portuguesa.


Brasília, MEC, SEE, 2004.

__________. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva-garantindo o acesso e


permanência de todos os alunos na Escola – Alunos com necessidades educacionais
especiais. Brasília, 2000.

MOORES, D. Educating the deaf, psychology, principles and practice.Boston: Houghton


Mifflin Co. 1978.

SALLES, Heloisa Maria Moreira Lima [et al]. Ensino de língua portuguesa para surdos:
caminhos para a prática pedagógica. – Brasília: MEC, SEESP, 2007.

SANTAROSA, l. M. C. Simulador de teclado para portadores de paralisia cerebral:


avaliação e adaptação para português. Madrid: alba s/a, 2000,

SOARES. Maria Aparecida Leite, A educação do surdo no Brasil: 2. ed. Campinas, SP:
Autores Associados, 2005.

VASCONCELOS, Norma Abreu e Lima Maciel de Lemos. Inclusão e realidade: um olhar


sobre a pessoa surda. 2006. Dissertação – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,
2006.

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