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Resenha Bartira

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Resenha Crítica

Promoção da saúde e qualidade de vida: uma perspectiva histórica


ao longo dos últimos 40 anos (1980-2020)
Sara L. Correa
RA – 2021197952
.
Há muito tempo tem sido questionado o papel da medicina, da saúde pública e do setor
saúde no enfrentamento do que seriam as causas mais amplas e gerais dos problemas de
saúde, ou seja, as que fogem à atuação médica propriamente dita.
Em um livro já clássico, McKeown & Lowe afirmam que a melhoria na nutrição e no
saneamento e as modificações nas condutas da reprodução humana (sobretudo a
diminuição no número de filhos por família) foram responsáveis pela redução da
mortalidade na Inglaterra e no País de Gales, no século XIX e na primeira metade do
século XX.
Na articulação entre saúde e condições e qualidade de vida, pode-se identificar, com
flagrante inspiração dos pensadores e dos movimentos pioneiros da saúde pública e da
medicina social, o desenvolvimento da promoção da saúde como campo conceitual e de
práticas.
Decorridos pouco mais de trinta anos da divulgação da Carta de Ottawa, um dos
documentos fundadores do conceito contemporâneo de promoção da saúde, esse termo
ficou associado a um conjunto de valores: qualidade de vida, solidariedade, equidade,
democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, entre outros.
motivação central do documento parece ter sido política, técnica e econômica, pois
visava a enfrentar os custos crescentes da assistência médica, ao mesmo tempo em que
se apoiava no questionamento da abordagem exclusivamente médica para as doenças
crônicas, com poucos resultados significativos.
importância da integração recursiva de práticas-formação-pesquisa, mediando-se pelo
“conceito” de espaço sócio-sanitário os estudos avaliativos tem servido para documentar
colaborações de diversos setores e esferas de atividade, e para mostrar conflitos,
diferenciais de recursos e poder e as desigualdades sociais.
desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais favoráveis à saúde em todas as
etapas da vida envolve as instituições, particularmente as de educação e saúde, no
empoderamento das pessoas por meio da aquisição de conhecimentos, acesso a bens e
serviços e aumento do poder político dos indivíduos e da comunidade.
Conferência de Adelaide – A Conferência de Adelaide, realizada em 1988, focou-se nas
políticas públicas saudáveis em todas as áreas, identificando a intersetorialidade e a
responsabilização do setor público, não só pelas políticas sociais que faz ou deixa de
fazer como também pelas políticas econômicas e seu impacto sobre a situação de saúde
e no sistema de saúde.
documento final reafirmou a visão global e a responsabilidade internacionalista da
promoção da saúde: estabeleceu que, devido ao fosso econômico-social e de saúde entre
os países, os desenvolvidos têm obrigação de assegurar que suas políticas públicas
resultem em impactos positivos na saúde das nações em desenvolvimento.
Parte da análise de que, asso lada pelas desigualdades agravadas pela prolongada crise
econômica e pelas políticas de ajuste macroeconômico a América Latina enfrenta a
deterioração das condições de vida da maioria da população, aumento dos riscos para a
saúde e redução de recursos para enfrentá-los.
Conferência do México – A V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde foi
realiza da na Cidade do México, no ano 2000 e teve como objetivos: (1) avaliar o
impacto da promoção da saúde na saúde e qualidade de vida, especialmente, para as
pessoas que vivem em circunstâncias adversas;
Ao mesmo tempo em que se reconhecem as oportunidades de cooperação advindas das
tecnologias de informação e comunicação e da ampliação de mecanismos eficientes de
governança global e troca de experiências entre os países, foram assinalados problemas,
como o aumento crescente das desigualdades dentro dos países e entre eles, novos
padrões de consumo não saudáveis, mudanças ambientais e um processo crescente e
desordenado de urbanização.
Remonta aos primórdios do Estado moderno, por volta do século XVII, embora o
advento da era microbiológica, em meados do século XIX, tenha restringido o escopo
da ação sanitária, despojando-a de seu caráter de intervenção social e enfatizando seu
caráter técnico e setorial.
Ideia contemporânea de políticas públicas saudáveis envolve um duplo compromisso: o
de situar a saúde no topo da agenda pública, promovendo-a de setor da administração a
critério de governo, e o compromisso técnico de enfatizar, como foco de intervenção, os
fatores determinantes do processo saúde-doença-cuidado.
Tendo na interdisciplinaridade o seu fundamento cognitivo e na intersetorialidade a sua
ferramenta operacional, as políticas saudáveis, para não se limitarem a uma
normatividade burocrática socialmente natimorta, devem suscitar ou partir de pactos
horizontais com parceiros de outros setores governamentais e de outras comunidades
epistêmicas, como urbanistas, educadores e ambientalistas.
Um enfoque deste tipo requer necessariamente a criação de redes interinstitucional uma
nova cultura organizacional que requer melhorar a qualidade dos recursos humanos
envolvidos e gerar novas formas de relações e comunicação entre os distintos âmbitos
do aparelho estatal.
saúde pública latino-americana realmente tem condições de contribuir efetivamente para
a construção teórica e prática de tais propostas, principalmente por meio da estratégia
dos “Municípios Saudáveis”, um modelo que contém os requisitos da formulação e
implementação de políticas em prol da saúde por meio de ações intersetoriais.
Segundo a OPAS, esse enfoque se centra na ação e na participação, as assim como na
educação sanitária e na comunicação para a saúde, visando a ampliar a capacidade da
comunidade de melhorar suas condições físicas e psicossociais nos espaços onde as
pessoas vivem, estudam, trabalham e se divertem.

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