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TCC Processamento Sensorial e Linguagem
TCC Processamento Sensorial e Linguagem
TCC Processamento Sensorial e Linguagem
Salvador – Bahia
2018
MANUELA FERNANDES DA SILVA PEREIRA
Salvador – Bahia
2018
LINGUAGEM E PROCESSAMENTO SENSORIAL: REPERCUSSÕES NA
CLÍNICA COM SUJEITOS AUTISTAS SOB A PERSPECTIVA HISTÓRICO
CULTURAL
RESUMO
Introduction: The search for the relationship between sensory knowledge and a language
in clinical practice has been disseminated predominantly through neurobiological
perspectives that comprise the notion of body and brain as dissociated and
compartmentalized elements. Considering a sensation, a perception and a language that
characterize the complex and associated, introduce a look at autism, repercussions on a
more reflective clinical practice. Objectives: To review a literature on the subject and
sensory language in the clinic with the autistic ones, reflecting the respect for the different
theoretical foundations in light of the historical theory. Method: This is an integrative review
of literature, based on scientific data, in the last ten years, on the platforms: Scielo, Lilacs
and Medline. The descriptors were found in the search: sensation, sensation disorder,
language, language development and autistic disorder and their correlates. Results: A total
of 943 studies were found, however, only 6 articles met the established criteria and were
selected for analysis. The results can be concentrated in two axes: between a language and
the sensorial processing; the understanding about autism. Discussion: A historical
perspective, based on the analysis of the study, the understanding, the understanding and
the comprehension of a complex and symbolic language; is taking their associated operate,
repercutindo in the clinical pressentry contextualizated and that seek to understand the
subject autographed to part of the subjectivities, with scontting to perspectives curatives and
decontextualized de lis. Conclusion: There is a predominance of investigation of the
behavioral situation. In this sense, it is necessary to elaborate studies that allow discussions
about the characters, such as language and sensorial processing, that transcend a
dissociated relation between functions. In this sense, there is room to write about the role of
language in sensory gestations and clinical practices with subjects under the discursive
theoretical perspectives.
RESUMEN
2. MÉTODOS ...................................................................................................... 6
3. RESULTADOS ................................................................................................ 6
4. DISCUSSÃO ................................................................................................... 8
5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 13
1. INTRODUÇÃO
O processamento sensorial (PS) é definido como uma habilidade do sistema
nervoso central que irá se estruturar por meio de um ato perceptivo, no qual as
informações são inicialmente captadas do ambiente por vias periféricas, passando
por um sistema de modulação, discriminação e organização das características
sensoriais, levando a um repertório de respostas adaptativas que serão percebidas
pelos homens. Dentro das perspectivas neurobiológicas, o PS é entendido segundo
relação direta de causa e efeito, ou seja, o processamento será a habilidade de
receber e processar estímulos levando a comportamentos responsivos esperados 1.
Sob a perspectiva histórico cultural, base teórica subjacente à análise deste
artigo, a percepção e a sensação serão entendidas enquanto processos mentais
ativos, de natureza complexa2, questionando criticamente a ideia de causalidade
entre corpo (aquele que sente) e cérebro (aquele que modula e organiza os
sentidos). A dinâmica3 do processamento sensorial compreenderá a interconexão
de redes que não pode prescindir da linguagem, conjuntamente de caráter
simbólico.
Os diferentes entendimentos teóricos sobre como as informações sensoriais
são processadas irão influenciar a compreensão sobre a relação com a linguagem e
os possíveis desdobramentos clínicos terapêuticos. É notável que uma tendência
cognitivista possui maior representatividade na literatura científica, determinando as
linhas de investigação e estudo. Em sua maioria, estes autores visam estabelecer
relação de causalidade entre possíveis déficits sensoriais e comprometimentos no
funcionamento da linguagem, relacionando a transtornos do desenvolvimento
infantil, dos quais destacamos o Autismo, uma vez que estes sujeitos apresentam
demandas para as duas esferas.
O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição
enigmática que instiga e mobiliza diferentes estudiosos. Atualmente é definido como
uma desordem do neurodesenvolvimento de início precoce, caracterizado por
prejuízos nas áreas da comunicação e interação social, bem como na identificação
de padrões repetitivos de comportamento3, restrição de interesses e uma disfunção
no processamento de informações sensoriais, que podem estar relacionada ou não
a um Transtorno do Processamento Sensorial (TPS)2. Uma outra possibilidade de
entender o Autismo, é enquanto uma identidade completa e profundamente
diferente4, constituída pela/na linguagem.
Assim, as diferentes maneiras de se olhar para o Autismo será influenciada
pelas noções de corpo, mente e sujeito que se sustentam em embasamentos
teóricos específicos. Reitera-se que este ponto permeia as discussões sobre a
relação entre o funcionamento da linguagem e o próprio processamento sensorial.
Baseado em tais pressupostos, este artigo configurou-se enquanto uma
revisão integrativa da literatura, a fim de responder ao seguinte questionamento:
Qual o papel da linguagem nas produções científicas sobre o processamento
sensorial no transtorno do espectro autista? Tendo em vista a questão enunciada,
este estudo teve por objetivo revisar a literatura acerca da relação entre linguagem e
3
Enfatizamos o fato de que preferimos termos como funcionamento, organização, por serem mais
compatíveis com as abordagens sócio-histórico-culturais de cérebro e também de linguagem que são
adotadas neste trabalho. Porém, a maior parte dos estudos sobre a organização sensorial partem de
uma perspectiva cognitivista em que se faz importante manter termos tradicionais como
processamento.
6
2. MÉTODOS
O artigo trata-se de uma revisão integrativa da literatura com a finalidade de
reunir e sintetizar achados de estudos realizados anteriormente, mediante diferentes
metodologias, com intuito de contribuir para o aprofundamento do tema
investigado5. Norteou-se o desenvolvimento do estudo a partir do seguinte
questionamento: Qual o papel da linguagem nas produções científicas sobre o
processamento sensorial e o transtorno do espectro autista?
O processo de construção do artigo permeou as seguintes etapas:
formulação da questão de pesquisa e identificação do tema; especificação da
metodologia e estabelecimento dos critérios para inclusão e exclusão; categorização
das informações extraídas; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos
resultados; apresentação da síntese do conhecimento produzido 5.
A coleta de dados foi realizada durante o período de agosto e setembro de
2018, nas seguintes bases de dados: Medline, Lilacs e Scielo; utilizaram-se os
Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “sensation”, “sensation disorder”,
“language”, “language development” e “autistic disorder”; segundo as combinações:
1º - sensation disorders AND language development; 2º - autistic disorder AND
sensation disorders AND language development; 3º - autistic disorder AND
sensation AND language, e os seus correlatos em português.
Foram incluídos estudos publicados nos últimos dez anos (2008-2018), nas
línguas portuguesa e inglesa, disponíveis integralmente nas bases pesquisadas e
cujo título ou resumo fizessem referência a temática da linguagem, processamento
sensorial e/ou autismo. Excluíram-se documentos em teses, trabalhos incompletos
ou que não atenderam à temática. Por fim, todo material selecionado foi analisado e
categorizado criticamente.
3. RESULTADOS
Foram identificados 943 estudos, dos quais 265 respondiam aos critérios
estabelecidos, sendo escolhidos para leitura prévia. Destes, 11 estudos foram
eleitos. Excluíram-se: 5 amostras referentes a estudos duplicatas. Desta forma, 6
trabalhos foram eleitos para análise, estando relacionados ao questionamento
norteador da pesquisa. O processo de seleção está descrito na Figura 1.
Os resultados da revisão de literatura estão apresentados no Quadro 1.
Dentre os estudos incluídos, o método quantitativo foi o mais recorrente, o que
apontam para uma perspectiva positivista e de análise objetiva; apenas dois dos
artigos selecionados6,7 tiveram caráter descritivo e qualitativo. A análise das
publicações permitiu a identificação de dois principais eixos temáticos, são eles: I)
Relação entre a linguagem e o processamento sensorial; II) Compreensão acerca
do Autismo. Vale ressaltar que algumas produções abordam os dois eixos
simultaneamente.
4. DISCUSSÃO
Atribui-se assim estigmas, em sua maior parte, a uma ausência de contato social,
ou que estes indivíduos estão alheios a linguagem. Questões levantadas ao tomar o
corpo e o cérebro enquanto entidades dissociadas, refletindo em práticas de
reabilitação que buscam a remissão de sintomas. Tomar o isoladamente uma falha
sensorial como base para o autismo, significa desconsiderar o imbricamento
existente entre as funções complexas superiores.
Para Luria2, a discussão deve ser baseada na associação. O sensorial e a
linguagem serão tomados em seu funcionamento, sendo as dificuldades
encontradas oriundas de um desequilíbrio sistêmico, “se a percepção do homem
tem um estrutura tão complexa (...) compreende-se perfeitamente que em estados
patológicos ela possa apresentar distúrbios variados” (p.77); da mesma forma que,
pensar o cuidado será sobretudo promover situações em que a linguagem esteja em
funcionamento, privilegiando sua relação com as demais funções superiores, tais
como a sensação e a percepção.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Lorenzini MV. Brincando a brincadeira com a criança deficiente. 1.ed. São
Paulo: Manole; 2002.
10. Watson LR, Patten E, Baranek GT, Poe M, Boyd BA, Freuler A et al.
Differentialassociationsbetweensensory response patternsandlanguage,
social, and communication measures in
childrenwithautismorotherdevelopmentaldisabilities. J Speech Lang Hear Res.
2011; 54 (6): 1562-1576.
13. Ximenes VM, Barros JPP. Perspectiva histórico cultural: que contribuições
teórico-metodológicas podem dar à práxis do psicólogo comunitário.
Psicologia Argumento. 2009; 27 (56): 65-76.
14. Vygotsky LS. Pensamento e linguagem. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes;
2015.
15. Luria AR. Curso de psicologia geral. 2.ed. São Paulo: Civilização Brasileira.
18. Ministério da Saúde (BR). Linha de cuidado para a atenção às pessoas com
transtornos do espectro do autismo e suas famílias na rede de atenção
psicossocial do sistema única do SUS. Brasília. 2015.
ANEXO I
Figura 1. Fluxograma do processo de seleção da amostra.
18
ANEXO II
Quadro 1. Apresentação dos artigos que compõem a revisão. Informações
relevantes referente aos autores, ano de publicação, objetivos e principais
resultados.
Tipo de
Autor/Ano Objetivos Principais resultados
estudo
Determinar o impacto
Jasmin E, das habilidades sensório- Crianças com TEA apresentam
Couture M, motoras sobre respostas sensoriais atípicas e
Experimental o desempenho de dificuldades motoras que justificam
McKinley P, Reid
atividades de a baixa independência em
G, Fombonne E,
autocuidado em crianças atividades de autocuidado.
Gisel E. (2009)
pré escolares com TEA.
Relatar o processo
terapêutico de uma Distúrbios do desenvolvimento
Reddy A, Graves
criança que apresenta de linguagem podem vir a contribuir
C, Augustyn M. Estudo de comportamentos para problemas de autorregulação
(2011) caso autísticos e atraso no e comportamentos desafiadores,
desenvolvimento de relacionados a problemas sensoriais.
linguagem.
19
Examinar padrões de
responsividade sensorial
como fatores que podem
explicar a variabilidade Hiporresponsividade possui
de sintomas socio- associação positiva a gravidade
Watson LR, comunicativos do autismo dos sintomas socio-comunicativos
Patten E, e a variabilidade no e; o processamento sensorial
Baranek GT, Poe Caso desenvolvimento de
controle pode desempenhar papel
M, Boyd BA, habilidades de
importante na patogênese do autismo
Freuler A et al. linguagem, sociais e outras deficiências,
(2011) e de comunicação em bem como na aquisição de habilidades
crianças com TEA ou comunicativas.
outras deficiências do
desenvolvimento.
Determinar se a
participação escolar de Maior assiduidade e engajamento dos
Kinnealey M,
estudantes com TEA alunos, além de resposta emocional
Pfeiffer B, Miller pode ser potencializada positiva e melhor desempenho, após
J, Roan C, Experimental
após instalação de modificação ambiental e promoção de
Shoener R, Ellne paredes acusticamente ambiente com conforto sensorial
ML. (2011) tratadas e iluminação global.
adequada.
Forma e preparação:
Introdução com revisão de literatura e objetivo; deve ser curta, definindo o problema
estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento
(“estado da arte”) que serão abordadas no artigo;
Material e método explicitando a população estudada, a fonte de dados e critérios de
seleção, dentre outros. Esses devem ser descritos de forma compreensiva e
completa.
Resultados com descrição dos achados encontrados sem incluir
interpretações/comparações; devem ser separados da discussão. O texto deve
complementar e não repetir o que está descrito em tabelas, quadros e/ou figuras.
Essas não devem exceder o número de 10, e devem ser alocadas no final do artigo
após as referências bibliográficas;
Discussão que deve ter a comparação com a literatura e interpretação dos autores;
Conclusões, indicando os caminhos para novas pesquisas;
Referências bibliográficas: Os ARTIGOS devem conter até 30 referências
atualizadas, preferencialmente 70% de periódicos e 30% de livros, dissertações e
teses. As referências de periódicos devem citar publicações de periódicos nacionais
e internacionais
21
Artigos de Periódicos:
Ex.: Shriberg LD, Flipsen PJ, Thielke H, Kwiatkowski J, Kertoy MK, Katcher ML et al.
Risk for speech disorderassociatedwithearlyrecurrentotitis media witheffusions:
tworetrospectivestudies. J Speech Lang Hear Res. 2000;43(1):79-99.
Ex: p. 320-329; usar 320-9. Ex.: Halpern SD, Ubel PA, Caplan AL. Solid-
organtransplantation in HIV-infectedpatients. N Engl J Med. 2002Jul;25(4):284-7.
Ausência de Autoria
Ex.: Murray PR, Rosenthal KS, Kobayashi GS, Pfaller MA. Medical microbiology. 4th
ed. St. Louis: Mosby; 2002.
Capítulos de Livro
Anais de Congressos
Ex.: Cantarelli A. Língua: que órgão é este? [monografia]. São Paulo (SP): CEFAC –
Saúde e Educação; 1998.
Material Audiovisual
Ex.: Marchesan IQ. Deglutição atípica ou adaptada? [Fita de vídeo]. São Paulo (SP):
Pró-Fono Departamento Editorial; 1995. [Curso em Vídeo].
Documentos eletrônicos
Monografia na Internet
25
Ex.: Anderson SC, Poulsen KB. Anderson'selectronic atlas ofhematology [CD- ROM].
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2002.
Homepage
Autor(es) da base de dados (se houver). Título [base de dados na Internet]. Cidade:
Instituição. Data(s) de registro [data da última atualização com a expressão
“atualizada em” (se houver); data de acesso com a expressão “acesso em“].
Endereço do site com a expressão “Disponível em:”.
Tabelas
Legendas
Elaborar as legendas usando espaço duplo, uma em cada página separada. Cada
legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo a cada tabela
ou figura e na ordem em que foram citadas no trabalho.