Neuroscience">
Teorico 3
Teorico 3
Teorico 3
A Visão
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
Revisão Técnica:
Prof.ª Ma. Marcia Regina Pinez Mendes
A Visão
• A Visão Humana;
• Princípios Ergonômicos;
• Cansaço Visual.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Estudar a visão e seu relacionamento com o espectro visível;
• Compreender os vários tipos de iluminação e suas finalidade;
• Saber sobre a importância de estabelecer uma boa iluminação para qualquer tipo de ambiente.
UNIDADE A Visão
A Visão Humana
Sarmento (2021) afirma que o olho é encarregado em perceber os elementos luminosos
e modificá-los em estímulos que interagem e são codificados pelo Sistema Nervoso e é
responsável no processo de modificação da luz em imagens; ou melhor, em visão, que é
encarregada por 1/3 da assimilação do ser humano.
Figura 1
Fonte: Getty Images
8
Sendo assim, os olhos refratam e focalizam raios luminosos que incidem sobre os
fotorreceptores da parte de trás de cada olho.
Impulsos nervosos a partir dos fotorreceptores estimulados são conduzidos pela via
da visão no interior do encéfalo até o lobo occipital, onde a imagem é percebida. Essas
células fotorreceptoras são sensíveis para 10 milhões de graduação de intensidade lumi-
nosa e 7 milhões de cores diferentes.
Aparelho óptico
5
4
2
1
3
Sendo:
• Córnea e cristalino;
• Recepção da luz na retina;
• Transmissão da informação óptica através do nervo óptico ao cérebro;
• Sinapses e comando retroativo do Aparelho Óptico;
• Percepção visual do mundo exterior na esfera do consciente.
9
9
UNIDADE A Visão
Pupila
Íris
Conjuntiva
Esclera
Nervo
óptico
Córnea Músculos
extraoculares
Zônula Retina
ciliar
Íris
Cristalino
Fórvea
Luz
Córnea
Humor
aquoso Nervo óptico
Músculo
ciliar Humor vítreo
Esclera
10
Como os verdadeiros órgãos receptores são as células visuais da retina, devemos
entender que os cones fazem a recepção para a visão da cor sob bastante luz, e os bas-
tonetes, muito mais sensíveis, para a visão de pouca luz.
A partir daí, as células visuais convertem, por meio das reações fotoquímicas, a ener-
gia luminosa em impulsos nervosos transmitidos por meio das fibras do nervo óptico.
c
b a
Onde:
a) Campo de percepção nítida: ângulo de 1º;
b) Campo médio: visão não nítida: ângulo de 1 a 40º;
c) Campo periférico: movimentos são reconhecidos: ângulo de 41 a 70º.
11
11
UNIDADE A Visão
acomodação, os músculos ciliares. Quanto mais perto um objeto precisa ser focado,
maior é o esforço dos músculos ciliares. Após um longo período em um trabalho de
precisão, com extrema necessidade de acomodação, o ponto próximo distancia-se
mais do olho, causando fadiga dos músculos ciliares. A leitura prolongada, sob con-
dições inadequadas, está associada a um aumento da distância do ponto próximo,
que ocasiona a fadiga visual.
Sendo:
a) Ponto distante: não é necessária muita refração, o músculo ciliar relaxa, distende
as fibras da zônula ciliar, achatando o cristalino;
b) Ponto próximo: maior poder de refração, obtendo-se com um cristalino mais
esférico, arredondado, graças à contração do músculo ciliar, o que diminui a
tensão nas fibras da zônula ciliar.
• Adaptação visual: adaptação dos olhos a diferentes níveis de iluminação. A aber-
tura da pupila é controlada por dois músculos diferentes: um que reduz e o outro
que aumenta o tamanho da pupila. É um reflexo condicionado para adaptar a quan-
tidade de luz necessária para a retina. A íris se constringe e o tamanho da pupila
diminui com o aumento da luz, e o contrário acontece com a redução da luz. Para
qualquer condição de luz, a pupila está em contínuo ajuste, assim como o cristalino
do olho. Além disso, temos outros fatores reguladores:
» A pupila se contrai, quando focaliza objetos próximos, e abre com o cristalino
relaxado;
» A pupila também reage a estados emocionais dilatando sob emoção forte: alarme,
alegria, dor intensa. A pupila diminui com a fadiga e a sonolência.
Portanto, devemos conhecer também as adaptações ao escuro ou à luz.
Princípios Ergonômicos
Todas as superfícies importantes dentro do campo visual devem ser da mesma ordem
de luminosidade. A superfície clara diminui a sensibilidade de toda a retina, reduzindo o
potencial de visão da fóvea central.
12
Superfície clara
reduz a sensibilidade
O nível geral de iluminação não deve oscilar rapidamente, pois as reações da pupila,
assim como a adaptação da retina, são processos lentos.
• Acuidade visual: é a capacidade de detectar pequenos detalhes e discriminar pe-
quenos objetos, ou seja, é a resolução do olho. Quando se tem as condições ade-
quadas de iluminação, a acuidade visual é melhorada. A medição da acuidade visual
usa estímulos pretos padronizados (Anéis de Landolt ou Letras de Snellen ou Sloan)
sobre um fundo branco.
A percepção visual nos permite identificar o mundo exterior por meio da:
• Localização espacial: Identificação de um objeto em um local do campo visual;
• Medida da intensidade da luz: O brilho de cada objeto comparado a outros no
mesmo ambiente;
• Discriminação de formas: Diferenciação de objetos, seus contornos e suas formas;
• Detecção de movimento: Percebemos o movimento de alguns objetos;
• Visão de cores: Percepção da sensibilidade às cores.
Achou interessante? Leia, então, o Capítulo 3 – Organismo Humano, item 3.4 – Visão, p. 83-89
do livro Ergonomia – Projeto e Produção, de Itiro Iida. (e-book)
Disponível em: https://bit.ly/3j97XBA
Cansaço Visual
Ao se chegar ao extremo do cansaço visual, dois grandes efeitos também podem se
manifestar: olhos cansados e aumento da fadiga geral.
13
13
UNIDADE A Visão
Figura 9
Fonte: Getty Images
O estresse visual ocorre devido ao uso excessivo do Sistema Visual e/ou devido ao
uso da visão em condições ambientais inapropriadas. Vários são os fatores desencadean-
tes da fadiga visual, principalmente, por cansaço dos músculos ciliares da acomodação,
por olhar muito de perto para vários objetos pequenos, assim como os efeitos de fortes
contrastes na retina.
A manifestação da fadiga visual pode ser: uma irritação dolorosa, como uma “quei-
mação” ou ardência nos olhos, que pode estar acompanhada por lacrimejamento, ver-
melhidão nos olhos e, também, conjuntivite.
Pode manifestar visão dupla, dores de cabeça, redução tanto da força de acomodação
e convergência quanto da acuidade visual, da sensibilidade ao contraste e da velocidade
de percepção.
A fadiga geral acontece em todos os tipos de trabalho visual pois eles exigem movi-
mentos mais rápidos e precisos dos olhos, o que causa maiores demandas na percepção,
na concentração e no controle motor.
Devemos sempre nos ater aos sintomas de fadiga ocular (olhos inchados e dores de
cabeça) que se somam aos da fadiga geral, o que levará a perda de produtividade, redu-
ção da qualidade, maior índice de erros, assim como de acidentes de trabalho, incluindo
redução da acuidade visual.
Para que o estresse visual não ocorra, devemos estar atentos a alguns fatores, na ver-
dade, devemos repensar nossos hábitos de uso do Sistema Visual em casa, no trabalho,
nos estudos etc.
14
Figura 10 – Erros frequentes ao usar o computador
Fonte: Getty Images
E você, aluno, como tem utilizado o seu Sistema Visual? Como você se sente após
um período longo de estudos ou de trabalho? Sente dores de cabeça, cefaleia frontal,
temporal ou occipital? A sua visão fica embaçada, sente os olhos “pesados”, prurido,
epífora, olhos secos?
Fique atento!
Essa síndrome afeta trabalhadores que ficam por horas na frente da máquina e tem
crescido demasiadamente.
Trabalhar por horas na frente do computador pode desencadear fadiga visual, dores
de cabeça, vermelhidão e secura nos olhos, uma sensação de corpo estranho nos olhos,
e ardência na vista, além de dores no pescoço, nos ombros e nas costas.
15
15
UNIDADE A Visão
Na Prática
Algumas medidas simples poderão eliminar ou amenizar a fadiga visual. Por exemplo:
• A cada 20 minutos de leitura, uso da visão próxima, olhe para longe por 20 segundos;
• Lembre-se de piscar. Normalmente, piscamos 20 vezes por minuto quando não
estamos em frente ao computador, ao celular, mas, perante algum dispositivo, di-
minuímos a piscada para 5 vezes por minuto, portanto, lembre-se de piscar mais
vezes frente ao seu computador ou celular etc.;
• Ajuste o brilho e o contraste da tela de seu computador, celular etc., equilibrando
com a iluminação do ambiente para melhorar a visualização do texto;
• Dê preferência à luz natural, mas, atenção: o excesso de luz pode ser prejudicial.
Evite que a luz da janela, ou da luminária, por exemplo, incida diretamente na tela
do computador. Cuidado para que a luz natural vinda da janela ou a luz artificial
vinda da luminária também não incida diretamente nos olhos;
• Feche os olhos com bastante força por 5 segundos, abra os olhos e não pisque por
5 segundos. Faça isto ao menos 8 vezes ao dia;
• “Role” os olhos para todas as direções, isto fará com que você realize movimentos di-
ferentes dos que ocorrem quando permanecemos olhando direto para o computador.
16
Essas medidas simples irão auxiliá-lo(a) a diminuir a fadiga visual, relaxar o cristalino
e aumentar o rendimento no trabalho e nos estudos.
As pessoas que apresentam algum tipo de doença ocular precisam de uma ilumina-
ção adequada para que tenham satisfação, conforto e qualidade de vida. Caso contrário,
terão piora da doença.
Importante!
Obviamente, a correção do erro de refração com lentes dióptricas ajudará a diminuir o
estresse visual, por minimizar o esforço visual, mesmo assim, os cuidados anteriormente
mencionados devem ser observados.
Pessoas emétropes podem sofrer de fadiga visual por não fazerem o correto uso de
seu Sistema Visual e estarem expostas às várias condições ambientais inapropriadas que
desfavorecerão esse Sistema como, por exemplo, realizar leitura durante a noite, em
más condições de iluminação etc.
Ao escrever, ler ou utilizar o computador, permanecer com uma boa postura, com a
coluna ereta, sem posicionamentos viciosos de cabeça, auxiliarão para que não ocorra
sobrecarga no Sistema Motor Visual.
Uma má postura sobrecarregará os músculos extrínsecos oculares, gerando astenopias.
17
17
UNIDADE A Visão
Ejercicios para descansar la vista del ordenador, que enfatiza a importância de se conse-
guir descansar a visão na próxima e média distância:
• O item 5, de Mel, em El cuidado e la segurida’d de los ojos, dará ênfase aos cuidados
que devemos dispensar aos olhos na segurança do trabalho.
Disponível em: https://youtu.be/uFglxBA-qUE
• O item 12, de Queiroz Neto, em O uso excessivo de celular e a saúde ocular, esse
tema atual retrata os malefícios do excesso do dispositivo.
Disponível em: https://youtu.be/ytyEcCAIrQ8
18
Referências
ALVAREZ, E. Optometría ocupacional. 2013. Disponível em: <https://pt.slideshare.
net/eliskhaalvarez/optometra-ocupacional>. Acesso em: 06/03/2019.
HIDA, R. Y. Fadiga ocular: um dos problemas decorrentes do estresse sobre a visão. Op-
ticanet. 2014. Disponível em: <https://opticanet.com.br/secao/saude/8632/fadiga-ocu-
lar-um-dos-problemas-decorrentes-do-estresse-sobre-a-visao>. Acesso em: 28/03/2019.
IIDA, I. Ergonomia. Projeto e Produção. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Edgard Blücher,
s/d. (e-book)
LETTER, H. H. Blue light has a dark side: What is blue light? The effect blue light
has on your sleep and more. 2018. Disponível em: <https://www.health.harvard.edu/
staying-healthy/blue-light-has-a-dark-side>. Acesso em: 28/03/2019.
19
19