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2.1 Concepções de Leitura e de Escrita

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UNIDADE II

Disciplina: Língua Portuguesa e Comunicação


Professor: Romário Duarte Sanches
E-mail: romario.duarte@unifap.br
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❖Sabe-se que a história da escrita começou na antiga civilização mesopotâmica (atual Iraque)
por meio dos povos sumérios;

❖ Essas pessoas desenvolveram a escrita cuneiforme por volta de 4.000 a.C.


Eles iniciaram o processo da escrita usando argila e a cunha (uma
ferramenta de metal ou madeira dura, em forma de prisma).
2
❖A história das práticas de leitura está intimamente associada à história dos suportes de
acomodação da escrita. Esses suportes podem ser desde as tabuinhas com escrita cuneiforme da
antiga Mesopotâmia até a escrita virtual dos monitores de computador, passando por rolos de
papiros, códices, escritos em pedra, escritos em couro, entre outros;

❖ Esses suportes determinaram ou, no limite, contribuíram decisivamente para moldar a prática da leitura
em cada época específica.

❖ Por exemplo, nas sociedades antigas, em que a escrita era um privilégio de sacerdotes, escribas e
demais pessoas ligadas a funções hierárquicas, a leitura era uma prática oral e coletiva.

❖ Lia-se em voz alta para uma grande quantidade de pessoas. Aprendia-se, de cor, vários textos
literários, com era o caso da educação das crianças em Atenas, que decoravam e recitavam trechos
das epopeias de Homero.

3
❖As concepções de leitura e de escrita devem ser entendidas conforme a concepção
de sujeito, de língua, de texto e de sentido que se adota (KOCH; ELIAS, 2018,
2017);

Com foco no
Com foco no escritor
texto
Com foco na
Com foco no interação Com foco Com foco
autor autor-texto- na língua na interação
leitor
Concepções
Concepções escrita
de leitura

4
Língua como representação do pensamento;

A leitura é entendida como atividade de captação das ideias


do autor;

O foco é o autor e suas intenções.

5
Língua como estrutura, como código;

A leitura é uma atividade que exige do leitor o foco


no texto, em sua linearidade;

O leitor deve reconhecer o sentido das palavras e


estruturas do texto, decodificar e reproduzir.

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Concepção interacional (dialógica) de língua. Os sujeitos são vistos
como atores/construtores sociais, que se constroem e são construídos no
texto;

O sentido do texto é construído na interação texto-sujeito;

A leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção


de sentidos que requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes
no interior do evento comunicativo.

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Concepção Ler é traduzir a escrita em fala;
redutora Ler é decodificar mensagens;
Ler é dar respostas a sinais gráficos;
Ler é extrair a ideia central;
Ler é seguir os passos da lição do livro didático;
Ler é apreciar os clássicos.
Concepção Ler é interagir;
interacionista
Ler é produzir sentidos;
Ler é compreender e interpretar;

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❖ A leitura não significa mais ler um texto escrito em papel, em uma direção pré-
determinada, ou seja, de cima para baixo e da esquerda para a direita;
❖ Hoje em dia, após a intensificação do uso da Internet, essa concepção de leitura
precisou ser reformulada;
❖ No ambiente digital, como afirma Rojo (2012), a comunicação passa a ser
multimodal, ou seja, a informação é fornecida não apenas em forma de texto
escrito, mas também através de imagens e sons.

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❖O incentivo à inclusão a leitura deve partir de todas as áreas do convívio
humano, as quais são:

escolar

familiar leitura cultural

político
10
Com foco no
escritor

Com foco na Com foco na


língua interação

escrita

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Deve conhecer as regras gramática (código);

Usar palavras rebuscadas;

O texto é visto como produto de uma codificação realizada pelo


escritor a ser decodificado pelo leitor.

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A escrita é vista como representação do pensamento;

O sujeito é visto como o senhor absoluto de suas ações e de seu


dizer;

O texto é visto como um produto do pensamento, sem levar em


conta as experiências, o conhecimento do leitor ou a interação
que envolve esse processo.

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A escrita é vista como produção textual e que exige do produtor a
ativação de conhecimentos prévios e várias estratégias;

O produtor pensa no eu que vai escrever e em seu leitor, depois


escreve, lê o que escreveu, revê ou reescreve o que julga necessário,
em um movimento constante e on-line, guiado pelo princípio
interacional;

Tanto aquele que escreve como aquele para quem se escreve são
vistos como atores/construtores sociais.

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❖Assim como aconteceu com as concepções de linguagem, as concepção de leitura e
escrita também mudaram;
❖Após a intensificação do uso da Internet, essas concepções foram alteradas;
❖Atualmente, as concepções de escrita, como um processo socialmente
contextualizado, e de leitura, como um processo discursivo e interativo;
❖No ambiente digital, por exemplo, a comunicação passa a ser multimodal, ou seja,
a informação é fornecida não apenas em forma de texto escrito, mas também
através de imagens e sons.

15
❖A escrita no ambiente digital perde a tradicional linearidade normalmente
associada a textos escritos;
❖A própria organização do texto escrito em páginas na Internet difere da
organização de textos tradicionais;
❖Encontramos vários textos pequenos, relacionados ou não, dispostos em pontos
diferentes da mesma página, o que permite que o leitor leia os vários textos na
ordem que ele desejar;
❖A própria presença da multimodalidade, isto é, de textos, imagens e sons
diversos nas páginas da Internet, transforma o conteúdo a ser compreendido pelo
leitor, pois produz mensagens ou significados que não estão presentes apenas no
texto escrito.

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17
❖Primeiramente, o hábito da leitura deve ser pensado como uma prática substancial para a
natureza racional humana. E, durante a nossa existência, temos contato com vários tipos de
leitura e objetivos de leitura;
❖Este deve ser o ponto de partida: qual o objetivo da leitura?
❖Existem diversas estratégias de leitura, pois cada experiência leitora é individual. Mas, no
geral, o processo de leitura crítica - modelo mais exigido no ensino superior - pode acontecer
em três momentos:

Pré-leitura Durante a Pós leitura


leitura

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PRÉ-LEITURA
❖É feita uma análise global do texto (título, tópicos e figuras/gráficos) e
também predicações e uso do conhecimento prévio, ou seja, o uso da técnica
de skimming;

▪ Esta prática consiste em observarmos o texto


apenas para detectar o assunto geral, sem nos
preocuparmos com os detalhes.

▪ Por isso, devemos atentar para a disposição do


texto, compreender os parágrafos introdutórios e
conclusivos, além de observar os elementos não
verbais com imagens, gráficos, tabelas etc.

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DURANTE A LEITURA
❖É feita uma compreensão da mensagem passada pelo texto, uma seleção
das informações relevantes, uma relação entre as informações apresentadas
no texto e uma análise das predicações feitas antes da leitura, para
confirmá-las ou refutá-las;
❖Geralmente, são feitas notas e destaques de texto nessa fase;

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SCANNING
❖ Também existem estratégias para leituras mais técnicas: ainda
nesse modelo de três momentos, durante a leitura é possível
utilizar a técnica de scanning;

▪ Apreensão rápida da informação visual,


através de uma mera passada de olhos, a fim
de localizar uma informação específicas;

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PÓS-LEITURA
❖É feita uma análise com o objetivo de rever e refletir sobre o conteúdo
lido, o significado da mensagem, a aplicação para solucionar o problema e
a verificação de diferentes perspectivas apresentadas para o tema;
❖ Geralmente, é o momento em que se produz textos a respeito do tema,
como resumos, fichamentos e/ou resenhas;

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❖A leitura é importante para o enriquecimento do vocabulário, melhora do
raciocínio, facilita a argumentação, e, novamente, é fundamental para o
desenvolvimento do pensamento crítico e renovação de ideias.

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KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto,
2018.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo:
Contexto, 2017.
ROJO, R. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In:
ROJO, R.; MOURA, E. (Orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012.

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