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As Contribuições Do Desenho Infantil para Psicopedagogia
As Contribuições Do Desenho Infantil para Psicopedagogia
As Contribuições Do Desenho Infantil para Psicopedagogia
PSICOPEDAGOGIA
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3
2. PSICOPEDAGOGIA ............................................................................... 5
PSICOPEDAGOGIA ...................................................................................... 21
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NOSSA HISTÓRIA
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1. INTRODUÇÃO
As linhas, as cores e os rabiscos são fenômenos verbais, que pode dizer algo
de alguém com base no contexto em que a conhece. As fronteiras entre a arte e a
linguagem são invisíveis, talvez não existam, justamente porque essa relação entre
imagem e palavra ou traço e letra são, na verdade, mais próximas do que se imagina.
A tarefa de compreensão da arte em texto, sua tradução linguística, pode ser
formulada a partir da comunicação e das técnicas de interpretação de adulto
profissional: o psicopedagogo. A tarefa de educar, entre outras definições, pode ser
compreendida por proporcionar caminhos a serem percorridos aos educandos. Estes
caminhos nem sempre são livres, fáceis, mas recorrer a maior compreensão possível
da identidade representada por cada educando, através de índole, gostos pessoais
vivência familiar e social, anseios, interesses peculiares, bloqueios e outras variáveis
críticas, que podem facilitar ou inibir os aprendizados em geral diante da própria
existência e dos estímulos inerentes a formação escolar.
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passam a ser uma necessidade, e é assim que elas vão se inserindo no processo de
aprendizagem, desde o estágio pré-operatório, onde se inicia o processo de
representação, interagindo com a escrita como se a mesma fosse um jogo que
contém regras e, também o imaginário. Dessa forma a escrita deixa de ser uma
representação mental e passa a ser uma representação gráfica, carregada de
sentidos, assim como o desenho que, primeiro passa pelo plano da representação
mental e só depois a criança passa a representá-lo graficamente.
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2. PSICOPEDAGOGIA
Para Lino de Macedo (1992,) Psicopedagogia é um caminho para compreender
melhor os processos de aprendizagem. Já no Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa (1992, p.25) a Psicopedagogia é “a aplicação da psicologia experimental
à Pedagogia.” A Psicopedagogia tem vários conceitos, para cada autor, mas um em
comum é que a Psicopedagogia acaba criando seu próprio objeto de estudos quando
enfatiza seu caráter interdisciplinar. De acordo com Kiguel apud Bossa (1991,) o
objeto de estudos se apresenta no processo de aprendizagem humana que é
influenciada no seu desenvolvimento pela família, sociedade e a escola. Para Neves
(1991,) seria o ato de aprender e ensinar e tudo que está envolvido nesse aprender
e ensinar como aspectos cognitivos, afetivos e sociais, sendo vistos por um mesmo
parâmetro. Então de acordo com esses autores brasileiros percebe-se que a causa e
a razão da Psicopedagogia é a aprendizagem, ou seja, os problemas que há nesse
processo. E nessa mesma linha de pensamento Jorge Visca (1987, p.32) afirma que
o objeto de estudos da Psicopedagogia é “o processo de aprendizagem - e de
recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios. ”
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sobre o trabalho preventivo, podemos nos atentar para a alfabetização, onde o
psicopedagogo entrará nesse nível diminuindo a frequência dos problemas de
aprendizagem ou até mesmo encontrando meios de eliminá-los.
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Colares ressalta:
Piaget:
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A atuação do profissional de psicopedagogia é caracterizada pelo processo de
aprendizagem, os fatores que interferem nesse processo e os objetivos tanto
psicanalíticos como ao epistemológico. E essa aprendizagem nos leva a vermos o
homem como sujeito ativo dessa aprendizagem através da interação com o físico e o
social. O trabalho psicopedagógico vem compreendendo o sujeito frente a uma
aprendizagem individual ou em grupo. E cada situação analisada tem uma forma de
atuação por causa da problemática que é individualizada. A psicopedagogia na
instituição tem a prática voltada para a clínica, pois o psicopedagogo procura formas
para se produzir a aprendizagem, identificando os obstáculos e os elementos que
ajudam a produzir essa aprendizagem de forma preventiva. E quando se previne um
problema pode acabar prevenindo outros, por isso que o trabalho clínico se torna
preventivo e vice e versa a Psicopedagogia preventiva também é considerada clínica
ao se observar e analisar profundamente a situação concreta de cada caso. Tanto na
clínica como na instituição devemos considerar a família, a escola, a comunidade, ou
seja, a vida do sujeito.
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2.1 A Psicopedagogia e o Desenho
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não conseguimos mensurar. Essas primeiras garatujas básicas classificam-se como
unidades gráficas e estarão contidas em qualquer desenho, seja ele figurativo ou não,
no momento em que desenha, a criança imprime marcas no papel de uma forma
espontânea e em diversas direções, isso ocorre devido a mesma não ter o domínio
de proporção sobre o papel.
Existem também traçados que não são provocados por alguma intenção de
representar algo, ou mesmo que depois de traçados são destituídos de qualquer
significação. No geral, durante essa fase a criança começa a traçar sem qualquer
intenção, só mais tarde é que verificará que os traços produzidos outrora se
assemelham a algo. Luquet diz que a intenção realista encontra ainda um outro
obstáculo, este já não é de gráfica, mas psíquica, ou seja, o caráter ao mesmo tempo
limitado e descontinuo da atenção infantil. Por isso, observa-se que a criança não
desenha os pormenores, na realidade ela apenas tem a intenção, enquanto pensa,
no entanto não realiza seus desenhos, percebe-se essa intenção no instante em que
se pede uma explicação verbal sobre o desenho, percebendo-se essa intenção no
instante em que se pede uma explicação verbal sobre o desenho.
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alguns psicopedagogos, pode interpretar os desenhos, seguindo protocolos
estabelecidos para esse fim.
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Toda criança desenha. Tendo um instrumento que deixa uma marca: A varinha
na areia, a pedra na terra, o caco de tijolo no cimento, o carvão nos muros e calçada,
o lápis, o pincel com tinta no papel, a criança brincando vai deixando sua marca,
criando jogos, contando histórias. Desenhando, cria em torno de si um espaço de
jogo, silencioso e concentrado ou ruidoso seguido de comentários e canções, mas
sempre um espaço de criação. A criança desenha para brincar.
Ao observar o desenho de uma criança, pode aprender muito sobre o seu modo
de pensar e sobre as habilidades que possui. Quando, em um desenho, os braços de
uma figura humana saem da cabeça e não do tronco, por exemplo, significa que a
criança ainda não tem construído interiormente, em seu pensamento, o esquema
corporal de uma figura humana. Isso nada tem a ver com o fato de ela não estar
enxergando direito, de estar com problemas de motricidade fina, ou ainda, de não
estar apta a desenhar com destreza. Desenhar figuras humanas possibilita à criança
estruturar suas ideias sobre as mesmas. É importante que a criança tenha
oportunidade de desenhar livremente, em papéis e em tamanhos e texturas
diferentes, em posições variadas, com materiais diversos.
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ritmo de cada criança, a maneira como sua obra está evoluindo, porque cada criança
tem um tempo e uma maneira de internalizar suas experiências. “A princípio, para a
criança, o desenho não é um traçado executado para fazer uma imagem, mas um
traçado executado simplesmente para fazer linhas”.
São de ressaltar que o professor deve oferecer para seu aluno a maior
diversificação possível de materiais, fornecendo suportes, técnicas, bem como
desafios que venham favorecer o crescimento de seu aluno, além de ter consciência
de que um ambiente estimulante depende desses fatores colocados, permitindo a
exploração de novos conhecimentos. “O ensino de arte constituirá componente
curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos”. Partindo do pressuposto de que não são
oferecidos tais suportes, a tendência é que o aluno bloqueie sua criatividade, visto
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que não lhe foram oferecidas tais condições. A importância de valorizar o desenho
desde o início da vida da criança se dá pelo fato da necessidade que o universo infantil
tem em ser estimulado, desafiado, confrontado de forma que venha enriquecer as
próprias experiências da criança.
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dia, Desenho livre, Família Educativa, Plano de minha casa, Desenhos em episódios
e o Dia do meu aniversário. O que demonstrou que falar sobre o desenho infantil é
falar em desenvolvimento, aquisição de conhecimentos, construção de conceitos,
organização de ideias, formulação de opiniões, capacidade intelectual e de
comunicação.
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Iavelberg (2013, p. 08), “O interesse pelo desenho infantil e sua valorização são
recentes na história do ensino”, no entanto, sabe-se que desde as cavernas já
existiam registros das situações e vivências que aconteciam naquela época. O
desenho antecede a escrita e por isso traz consigo muitas informações que de outra
maneira talvez não pudesse ser expresso. Segundo Iavelberg (2013, p. 15),
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como sua MATURIDADE COGNITIVA, OS ASPECTOS MOTORES e
ECONÔMICOS E SOCIOCULTURAIS envolvidos nas cenas.
Assim, diante dos dizeres dos autores acima citados, o desenho permite a
exploração de pensamentos e sentimentos muitas vezes não expressos no cotidiano
do aluno, seja criança ou adulto. Na educação infantil, foco do presente estudo, as
representações por meio do desenho surgem voluntariamente e trazem muitas
informações que de outra maneira não poderiam ser observadas, pois a fala, ainda,
não é totalmente formada, o vocabulário é limitado e a criança ainda não sabe
escrever. Entretanto, mesmo o desenho sendo algo que pode ser voluntário e
espontâneo do aluno, quando utilizado por profissionais psicopedagogos, deve ser
direcionado e orientado conforme as necessidades observadas e deve ser
acompanhado para que não haja outras influências no diagnóstico. Segundo Pereira
(2009, p. 18),
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5. A IMPORTÂNCIA PSICOPEDAGÓGICA DO DESENHO
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estudada, investigada e priorizada por todos os profissionais envolvidos. Segundo
Porto (2007) o pensamento de Piaget sobre o desenvolvimento do sujeito se dá em
um processo de maturidade orgânica e neurológica que observa determinadas faixas
etárias. Essas fases do desenvolvimento são assim estabelecidas cronologicamente:
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a criança. Visitar também a sala de aula, observando vínculos estabelecidos e
relacionamentos com colegas e professores, visitar a família visando a conhecer
hábitos e costumes, bem como os conflitos e dificuldades encontrados nesse espaço
que afetam o desenvolvimento da criança são práticas psicopedagógicas
importantes.
Vigotsky, da mesma forma que Almeida, afirma que: “Não se pode falar em
aprendizagem sem, portanto, considerar todos os aspectos relevantes na vida desse
sujeito que se relaciona e troca, a partir da criação de vínculos”. O desenho é um
importante recurso para o ensinante, pois representa esses vínculos, tornando visível
o invisível e em alguns momentos os segredos existentes no inconsciente do sujeito.
Esses muitas vezes são os principais geradores das queixas, sendo assim, o desenho
coopera com o trabalho do psicopedagogo oferecendo maior clareza ao sintoma e um
diagnóstico mais preciso. Segundo Oliveira (2009, p. 41):
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e subjetivos, e depois, cada vez mais complexos, detalhados e próximos à
realidade objetiva (OLIVEIRA, 2009 p.43).
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tem um simbolismo. ” De acordo com o local do desenho esse terá um simbolismo
uma forma de ver o mundo, e de se portar nele, seu jeito de ser.
Área inferior: Modo de ver a vida pelo lado da materialidade ou inconsciente. Estando
do lado esquerdo pode ser medo, no meio insegurança e no direito desejo.
Piaget estabelece três fases por onde passam as crianças em relação ao espaço
gráfico.
Realismo Visual: Idade entre oito e nove anos. Se preocupa com a relação projetiva,
relação real sobre as linhas do desenho. Isso origina a verdadeira perspectiva nos
desenhos.
Quando se desenha todo o traçado e a suas formas são importantes e esse traçado
nos revela alguns detalhes. Traçados regulares e nítidos nos aponta uma criança
tranquila e segura. Já os traçados irregulares ou frágeis demonstram crianças
inseguras e tímidas. Dessa forma os traçados nos remetem alguns simbolismos em
suas linhas.
Quadrado: São rígidas e pouco maleáveis. Não surgem de linhas contínuas, por isso
o traçado é mais denso.
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Triângulo: Vértices para cima espiritualidade e divindade. Vértices para baixo maior
ligação com a Terra.
Boca: Quando não desenham pode significar que não falam ou se sentem carentes.
Boca com traçado pra cima rementem a alegria e boca para baixo a tristeza. Só mais
a frente desenhará a boca com lábios inferiores e superiores.
Nariz: Início da puberdade. Meninos desenham com mais capricho. Já a sua ausência
significa insegurança.
Orelhas: As crianças surdas podem omitir ou não. Se a orelha é grande pode mostrar
um desejo de ouvir. É comum na pré-escola ser omitida as orelhas.
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Braços: Braços longos vontade de abraçar quem amamos. Se o braço tiver garras
pode representar agressividade. Braços curtos pode simbolizar dificuldade de se
relacionar com o outro.
Pernas: Nos bonecos girinos elas ainda não aparecem. Pernas curtas podem
demonstrar que as crianças tem o pé no chão. Pernas muito longas parecem pernas
de pau fazendo relação com a vontade de crescer rápido.
Portas: A passagem do desconhecido para o conhecido, das trevas para a luz. Casas
onde as portas estão fechadas demonstram dificuldades de adquirir novas
experiências Portas abertas busca de novos conhecimentos.
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Chaminés: Chevalier e Gheerbrant (1982, p.102) afirmam que “as chaminés
simbolizam as nossas vias de comunicação com os seres do alto. Ela é a ligação de
dois mundos da terra e do céu. ”
6.4. As Árvores
Pode significar árvore da vida, de bem e do mal. Pode simbolizar a mãe quando se
tem frutos e folhas. Árvores bem estruturadas mostram com a criança vê o mundo.
Troncos: Troncos grossos significa que a criança está segura na sua família ou na
escola. Troncos finos fragilidade, insegurança.
6.5. Família
Segundo alguns autores os desenhos da família são depósitos das fantasias. As
crianças tanto podem desenhar famílias reais ou imaginárias. Quando imaginárias
podem estar sofrendo problemas de relação e cabe investigar se isso for constante.
Temos que observar os desenhos da família como observamos o desenho da figura
humana, Se pinta o desenho, que cores utiliza para cada membro. Isso nos ajudará
a fazer as interpretações corretas por trazer alguns simbolismos.
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seu desenho pode representar positivamente ou negativamente esse vínculo com a
aprendizagem. Mostraremos agora a posição do desenho na folha e seu significado:
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Quando o desenho na sua totalidade é grande apresenta uma aprendizagem
boa e quando o tamanho é pequeno a aprendizagem é ruim. Visca (2013) relaciona
o tamanho do aluno em relação aos seus colegas no desenho analisando da seguinte
forma: grande pode ser liderança ou aceitação do ponto de vista dos outros, pequeno
pode ser submissão e tamanho igual demonstra que está pé de igualdade com seus
colegas. O último vínculo escolar é o desenho da planta da sala de aula. Se a criança
desenhar a sala de aula pequena pode representar uma inibição, tamanho desmedido
falta de limites adequados. Os elementos incluídos no desenho demonstram que é
um vínculo positivo e os excluídos que não se estabeleceu vínculos. Quando o aluno
está na frente conexão adequada e participação efetiva. Nos fundos e nas laterais na
maioria das vezes retração com tendência a participação não efetiva. E no meio indica
vínculo mediano. Jorge Visca (2013)
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6.6.3. Vínculos Consigo Mesmo
De acordo com Visca (2013) teste para avaliar o aprendizado do sujeito
consigo mesmo é o desenho em episódios e nele se observa indicadores vinculados
ao tempo, espaço e causalidade. E o dia do aniversário também pode ser
representado através de desenhos e também indica vínculos de aprendizagem que a
criança tem consigo mesma. O tamanho e a posição dos personagens mostram que
de frente se tem importância e vínculos positivo ou negativos (de costas etc). Essa
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7. REFERÊNCIAS
CUNHA, Susana Rangel Vieira da. Cor som e movimento: a expressão plástica,
musical e dramática no cotidiano de crianças. Porto Alegre: Mediação, 1999.
LOWENFELDER, Viktor. A criança e sua arte. São Paulo: Mestre Jou, 1954.
MEREDIEU, Florence de; O Desenho Infantil. Rio de Janeiro: Editora Cultrix, 2012.
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OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Interações Sociais e desenvolvimento: a
perspectiva sócio histórica. In: CADERNOS CEDES. Implicações pedagógicas do
modelo histórico-cultural. São Paulo, nº. 35, Jul/2000.p. 62-77.
PILLAR, Analice Dutra. Desenho & escrita como sistema de representação. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1996.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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