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Doença Inflamatoria Felinos
Doença Inflamatoria Felinos
Doença Inflamatoria Felinos
FACULDADE DE VETERINÁRIA
ESPECIALIZAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA DE FELINOS DOMÉSTICOS
REVISÃO DE LITERATURA
PORTO ALEGRE
2021
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REVISÃO DE LITERATURA
PORTO ALEGRE
2021
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Aprovada em 25/11/2021
APROVADO POR:
AGRADECIMENTOS
“Um ronronar cura, renova e traz esperança para nosso coração e para nossa alma.”
Amara Antara
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RESUMO
A doença intestinal inflamatória felina é uma das enteropatias mais comuns na clínica de
pequenos animais. É considerada idiopática, já que sua etiopatogenia não está bem elucidada,
tendo como possível causa o desequilíbrio da imunidade intestinal do hospedeiro, é
caracterizada pela presença de um infiltrado composto por linfócitos, plasmócitos, eosinófilos
e/ou neutrófilos presentes nas camadas mucosa e submucosa da parede intestinal. Os felinos
acometidos apresentam normalmente sinais clínicos inespecíficos e de caráter crônico, como
êmese, emagrecimento progressivo e diarreia de intestino delgado, portanto é difícil a sua
diferenciação em relação a outras patologias de similar sintomatologia, como o linfoma
alimentar. O diagnóstico é de exclusão e o principal exame complementar é o histopatológico
realizado por meio da coleta de amostras intestinais para biópsia. O tratamento pode ser
realizado através da associação de terapia alimentar com dietas específicas como as de
proteínas hidrolisadas e terapia farmacológica com a administração de corticosteroides,
imunossupressores e antibióticos. Geralmente dependendo da fase da doença, os pacientes
têm resposta satisfatória ao tratamento instituído, entretanto, em alguns casos, apenas o
controle da doença é possível, com episódios de recidivas sendo comuns.
ABSTRACT
Feline inflammatory bowel disease is one of the most common enteropathies in small animal
possibly causing the imbalance of the intestinal immunity of the host. It is characterized by
neutrophils present in the mucosa and submucosa of intestinal wall. Affected felines usually
present nonspecific and chronic clinical signs, such as emesis, progressive weight loss and
small bowel diarrhea, therefore it is difficult to differentiate them from other pathologies with
similar symptoms, such as lymphoma in food. The diagnosis is one of exclusion and the main
complementary exam is the histopathological exam carried out through the collection of
intestinal samples for biopsy. Treatment can be carried out through the association of food
therapy with specific diets such as hydrolyzed proteins and pharmacological therapy with the
on the stage of the disease, patients have a satisfactory response to the treatment instituted,
however, in some cases, only control of the disease is possible, with relapse episodes being
common.
gastroenterology.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 10
2.1 Manifestações clínicas ................................................................................................... 10
2.2 Etiopatogenia ................................................................................................................. 10
2.3 Diagnóstico ..................................................................................................................... 11
2.4 Classificação ................................................................................................................... 15
2.5 Tratamento ..................................................................................................................... 16
2.5.1 Terapia Dietética.............................................................................................................. 16
2.5.2 Terapia Farmacológica .................................................................................................... 17
3. CONCLUSÃO................................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 20
9
1. INTRODUÇÃO
A Doença inflamatória intestinal felina (DIIF) é uma das patologias mais comuns na
clínica de felinos domésticos. Geralmente possui caráter crônico, sem causa específica, mas
podem existir alguns fatores predisponentes no seu desenvolvimento. A DIIF é definida como
um grupo de doenças intestinais crônicas caracterizadas por infiltrados difusos de células
inflamatórias, incluindo linfócitos, plasmócitos, eosinófilos, neutrófilos e macrófagos,
podendo ocorrer tanto no intestino delgado como no grosso (TAMS, 2005; SOUZA-FILHO et
al,2020).
Geralmente a sua classificação varia conforme a infiltração celular encontrada durante
a análise histopatológica das amostras intestinais coletadas para biópsia. As mais comuns são
a: enterite linfocítica plasmocítica, enterite linfocítica e colite linfocítico plamocítica (TAMS,
2005; MELO et al,2018). Segundo Tams, (2005), visto que outras patologias podem causar
um processo inflamatório intestinal, é importante investigar as possíveis causas
concomitantes, antes de chegar o diagnóstico de DIIF idiopática.
Apesar da DIIF ter etiopatogenia desconhecida, há indícios de que alguns fatores
possam predispor seu desenvolvimento, como suscetibilidade do hospedeiro, imunidade da
mucosa, desequilíbrio microbiano intestinal, componentes dietéticos (intolerância alimentar),
quadros parasitários e neoplasias (JERGENS, 2002; JERGENS, 2012; MELO et al,2018).
O diagnóstico é de exclusão, sendo o definitivo possível somente através da realização
biopsia intestinal e posterior análise histopatológica que possibilita caracterização do tipo e
gravidade do infiltrado inflamatório, além de diferenciar a DIIF de outras doenças, incluindo
o linfoma alimentar, principal diagnóstico diferencial da doença (JERGENS,2012).
Visto a frequência crescente desta patologia na rotina clínica de felinos domésticos, o
objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura abrangendo as possíveis
etiologias envolvidas, meios de diagnóstico e tratamentos realizados, colaborando com o
entendimento desta enteropatia crônica.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os pacientes acometidos pela DIIF são geralmente de meia idade a idosos, com idade
média de 8 anos, entretanto, pode afetar animais em qualquer idade, não possuindo
predisposição racial ou de gênero definida (JUNIOR & PIMENTA, 2015; LITTLE, 2015;
JUNIOR, 2016; MARSILIO, 2021;).
As manifestações clinicas podem variar conforme a região do trato gastrointestinal
acometida pela inflamação que poderá estar presente no intestino delgado e/ou grosso,
podendo até ter envolvimento de pâncreas e fígado (JERGENS,2012). Assintomatologia mais
comum inclui o vômito, perda de peso progressiva e a diarreia isoladamente, ou em conjunto,
persistentes por mais de 3 semanas JERGENS, 2012; LITTLE, 2015; MARSILIO, 2021).
Segundo Tams, (2005), os episódios de vômito podem ser intermitentes com duração de
semanas, meses ou anos, evoluindo para o agravamento do quadro.
Outras manifestações clínicas podem estar presentes conforme a evolução da
enteropatia como hematoquezia (com ou sem presença de muco), apetite seletivo ou com
variações (polifagia, hipofagia ou anorexia) e apatia (JERGENS, 2012; JUNIOR &
PIMENTA, 2015; MELO et al, 2018).
2.2 Etiopatogenia
2.3 Diagnóstico
A B
2.4 Classificação
2.5 Tratamento
O tratamento da doença inflamatória intestinal felina deve ser baseado nos sinais
clínicos, histórico, exames complementares e se possível associado com os resultados do
histopatológico. É importante esclarecer ao tutor que esta enteropatia não tem um tratamento
definitivo, entretanto poderá ser controlada através de exames complementares,
sintomatologia, e tratamento. Portanto, a abordagem terapêutica, pode sofrer variação , de
acordo com cada caso.
com fonte de um carboidrato altamente digerível, e ausência de glúten, com baixo teor de
lactose e fibra, nutricionalmente equilibrada e altamente palatável (JERGENS, 2012).
Atualmente estão disponíveis rações comerciais com essas características (Hipoalergênica
Gatos, Royal Canin®).
Mandingers, Biouge e German (2010) descreveram um estudo em que os pacientes
tiveram resposta satisfatória com o uso a dieta hidrolisada, sugerindo que essa terapia pode ser
eficaz no controle de enteropatia crônica felina.
Além disso, pode-se realizar a suplementação com o uso de fibra solúvel natural
como, psyllium (1/4 de uma colher de chá por refeição), modificação a dieta com o uso de
ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 (PUFAs), também pode auxiliar na modulação das
respostas inflamatórias e a suplementação com cobalamina parenteral (250 µg / gato
administrado por via subcutânea semanalmente por 4 a 6 semanas enquanto o tratamento para
DIIF estiver em andamento) é recomendado se as concentrações séricas estiverem abaixo dos
valores de referência normais para espécie felina, entre 200 – 1680ng/L ( MEYER,COLES,
RICH,1995;JERGENS, 2012; JUNIOR, 2016).
Visto que o desenvolvimento da DIIF pode ser resultado de uma resposta imunológica
exacerbada, o objetivo do tratamento farmacológico é a imunossupressão. Podem ser
utilizados corticosteroides, antibióticos e imunossupressores, e é necessário considerar a
severidade dos sinais clínicos da patologia para a escolha do tratamento ideal com o uso de
fármacos isoladamente ou em associação.
O antibiótico de escolha é o metronidazol, que têm mecanismos de ação na redução da
inflamação intestinal com atividade antiprotozoária e antibacteriana na dose de 15mg/kg/a
cada 12 horas por 14 dias, caso ocorra a remissão deve se reduzir a dose em 25% a cada 2
semanas até descontinuidade do uso do medicamento, o benzoilmetronidazol poderá ser usado
em felinos que não toleram o uso do metronidazol (JERGENS,2012).
A princípio prednisolona poderá também ser utilizada em pacientes que não
responderam a dieta ou ao metronidazol. A dose recomendada por via oral é de 2mg/kg a
cada 24 horas por 2 semanas, com redução de 25% da dose em intervalos de 2 semanas
conforme resposta clínica e/ou até a dose efetiva mínima ser estabelecida e podendo ser
associado ao Metronidazol (JERGENS 2012; MARSILIO,2021). A budesonida é um fármaco
glicocorticoide, sendo uma excelente opção para gatos diabéticos, pois tem baixa
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3. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS