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Relatório 7
Relatório 7
Relatório 7
Ariane do Nascimento Forte, Luís Felipe Bavati Medri, Rodrigo Enzo Viergbiski Schwitzner
1. Introdução
A maioria dos medidores de vazão por restrição se baseia no princípio da aceleração
de uma corrente fluida por meio de alguma forma de bocal. O bocal serve para restringir
o espaço disponível para o escoamento causando um aumento de velocidade, que por sua
vez implica em uma redução da pressão com base na conservação da energia. A variação
de pressão pode ser medida com o auxílio de um manômetro (FOX; MCDONALD;
PRITCHARD, 2014).
No equacionamento desses acessórios, admite-se como hipóteses o escoamento
permanente e incompressível ao longo de uma linha de corrente, a ausência de perda de
carga e de variação de altura e a uniformidade de velocidade e pressão em cada seção. No
entanto, quanto mais abrupto o contorno do medidor, maior o efeito da perda de carga, de
forma que a modelagem matemática se torna menos precisa (FOX; MCDONALD;
PRITCHARD, 2014). Assim, de modo a corrigir o efeito da perda de carga, define-se um
coeficiente de descarga, que será utilizado nesse experimento para avaliar e comparar o
comportamento de dois tipos de medidores de vazão, o tubo Venturi e a placa de orifício.
2. Objetivos
Avaliar o comportamento dos medidores de vazão (tubo de Venturi e placa de
orifício) obtendo os coeficientes de descarga através de medidas de diferentes vazões.
3. Metodologia
Para calcular o valor experimental dos coeficientes de descarga 𝐶𝑑 para cada um
dos medidos foi necessário utilizada a equação 1 disposta no relatório
𝑚̇𝑟𝑒𝑎𝑙 (1)
𝐶𝑑 =
𝑚̇𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎
Referente ao cálculo da vazão mássica teórica, foi utilizada o balanço de energia
entre o um ponto a qualquer e um ponto no meio do estrangulamento, obtendo, então, a
relação 2 disposta abaixo, onde Ab representa a área do estrangulamento, 𝜌 é a densidade
da água, ∆𝑃 é referente a diferença de pressão que acontece na diferença de altura
manométrica do tubo com mercúrio e o 𝛽 representa um parâmetro do medidor.
𝐴𝑏 √2𝜌∆𝑃
𝑚̇𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = (2)
√1 − 𝛽 4
Para a diferença de pressão (∆𝑃) foi medido a altura do manômetro em cada vazão
e calculado a partir da equação 3 abaixo.
4. Resultados
A tabela 1 abaixo é referente aos valores obtidos nas medidas feitas com suas
respectivas médias.
TABELA 1 - DADOS REFERENTES ÀS MEDIDAS FEITAS PARA O TUBO VENTURI
Tubo Venturi
Triplicata m [kg] t [s] ℎ𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 [m]
16,60 5,12 0,165
1 14,36 4,51 0,165
14,66 4,44 0,165
Média 1 15,21 4,69 0,164
17,68 7,29 0,125
2 17,84 6,68 0,123
18,62 6,66 0,120
Média 2 18,05 6,88 0,123
19,32 8,04 0,085
3 17,98 7,84 0,083
17,26 7,89 0,084
Média 3 18,19 7,92 0,084
Fonte: Os Autores (2022).
A Tabela 3 abaixo é referente aos valores obtidos nas triplicatas feitas na placa
de orifício.
TABELA 3 - DADOS REFERENTES ÀS MEDIDAS FEITAS PARA A PLACA DE ORIFÍCIO
Placa de orifício
Triplicata m [kg] t [s] ℎ𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 [m]
14,40 11,02 0,240
1 13,58 10,30 0,240
15,96 12,37 0,240
Média 1 14,65 11,23 0,240
18,14 16,52 0,183
2 17,80 16,43 0,183
17,98 16,40 0,183
Média 2 17,97 16,45 0,183
17,00 20,38 0,106
3 17,14 20,63 0,107
17,38 20,90 0,107
Média 3 17,17 20,64 0,107
Fonte: Os Autores (2022).
Referente a placa de orifício, considerando os cálculos para o cálculo da primeira
vazão, tem-se como área da seção estrangulada igual a 0,000227 m2 e para a diferença de
pressão, com o parâmetro do medidor igual a 0,654 e aceleração da gravidade de 9,81
m/s.
Portanto, o valor da vazão mássica real para a primeira vazão do tubo de Venturi
tem valor de:
𝑚 (𝑘𝑔) 14,65
𝑚̇𝑟𝑒𝑎𝑙 = = = 1,304 𝑘𝑔/𝑠
𝑡 (𝑠) 11,23
Já o valor da diferença de pressão tem valor de:
∆𝑃 = (13533,6 − 998,1022) ∙ 9,81 ∙ 0,240 = 29513,58 𝑃𝑎
A vazão mássica teórica tem valor de:
5. Conclusões
Analisando os resultados obtidos para o coeficiente de descarga em cada situação para
o tubo Venturi e a placa de orifício, verifica-se que os valores são condizentes com o
esperado (cerca de 1 para o tubo de Venturi e 0,6 para a placa de orifício).
Apesar disso, é válido ressaltar que a precisão dos resultados encontrados é limitada
pela incerteza das medidas obtidas na prática. No entanto, com o intuito de minimizar
essa fonte de erros, a obtenção dos dados foi feita em triplicata.
O coeficiente de descarga é definido como a razão entre a vazão mássica real e a vazão
mássica teórica da tubulação a ser analisada. Esse valor existe porque a perda de carga é
desconsiderada no equacionamento dos medidores de vazão. Assim, quanto mais distante
o valor da vazão real em relação à vazão teórica, mais distante de 1 é o coeficiente de
arraste. Nos casos estudados, os coeficientes poderão ser menores que 1, uma vez que a
suposição de que não há perda de carga faz com que a velocidade do escoamento seja
superestimada com base na diferença de pressão mensurada.
Dessa forma, o motivo de os coeficientes serem menores para a placa de orifício se
torna evidente, uma vez que, devido à construção desse equipamento, ocorrem perdas de
cargas mais significativas associadas às zonas de separação de escoamento e de
recirculação de fluido. Já no tubo Venturi, a zona de estrangulamento mais suave
minimiza a perda de carga, de modo que a vazão teórica se torna mais próxima da real.
Além disso, constatou-se que, em ambos os acessórios, os coeficientes de descarga
foram menores para as vazões menores. Isso pode ser explicado pelo fato de que a
diminuição da vazão é realizada com o auxílio de uma válvula, e o ato de fechar a válvula
faz com que a perda de carga sofrida no escoamento seja maior, o que, como já foi
explicado, distância o valor da vazão mássica real da teórica.
6. Referências Bibliográficas
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à Mecânica dos
Fluidos. LTC: Rio de Janeiro, 2014.