Science">
A Internet Como Meio de Partilha e Divulgacao Da C
A Internet Como Meio de Partilha e Divulgacao Da C
A Internet Como Meio de Partilha e Divulgacao Da C
Resumo
A Internet tem vindo a alterar o ecossistema comunicacional global e, especificamen-
te, os processos de partilha e divulgação da ciência, quer no seio das comunidades
científicas quer desta com as comunidades envolventes. Neste texto reflecte-se sobre
a problemática da Internet como nova plataforma de partilha e divulgação dos resul-
tados da investigação científica e apresentam-se os resultados obtidos num estudo
empírico realizado junto da comunidade científica portuguesa.
1. Introdução
O desenvolvimento e a proliferação do uso dos serviços telemáticos em rede, vulgo
Internet, desencadearam novas modalidades de comunicação. Os referidos serviços
criaram novas possibilidades ao nível da divulgação da ciência, quer no seio das
comunidades científicas quer para o seu exterior.
A Internet, enquanto plataforma aberta e global de comunicação, apresenta-se
como um meio com grande potencial ao nível da divulgação da ciência, nomeada-
mente, servindo como factor catalisador da transferência de conhecimento das co-
munidades científicas para as comunidades envolventes.
* Este texto segue, de modo substancial, dois subcapítulos do trabalho de doutoramento da autora, apresentado à
Universidade de Aveiro em 2002, intitulado: Implicações Cognitivas e Sociais da Globalização das Redes e Serviços Telemáticos:
estudo das implicações da comunicação reticular na dinâmica cognitiva e social da comunidade científica portuguesa.
** Departamento de Comunicação e Arte, Universidade de Aveiro. E-mail: lidia@ca.ua.pt
172 Comunicação e Sociedade l Vol. 6 l 2004
3. Estudo empírico
1
Por uma questão prática não foi possível colocar no gráfico que se segue todas as escalas de avaliação que surgiam no
questionário, como tal apresenta-se de seguida os quesitos e a escala de avaliação apresentada:
Lídia J. Oliveira Loureiro da Silva l A Internet como meio de partilha e divulgação da ciência... 177
AvaliaçãoAvaliação
da Internet como
da Internet meio
como dedepartilha
meio partilha eedifusão
difusão de informação
de informação e conhecimento
e conhecimento
A Internet facilita
A Internet a rápida
facilita divulgação
a rápida dosdosresultados
divulgação resultadosda
dainvestigação
investigação
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Facilita Muitíssimo Facilita muito Facilita Facilita pouco Não facilita Dificulta
No que diz respeito à percepção da Internet como meio facilitador da rápida divul-
gação dos resultados de investigação existe uma representação bastante positiva, com
quase um quarto dos inquiridos (24,3%) a responder que ‘facilita muitíssimo’ e 34,7%
a afirmar que ‘facilita muito’; logo, 59% dos respondentes tem uma representação
muito favorável dos serviços em Rede como meio acelerador da divulgação dos resul-
tados de investigação. Se se tomar em consideração os 34,6% que afirmam que ‘faci-
lita’, então obtém-se uma maioria de 93,6% que tem uma percepção positiva acerca
da Internet como um mediador que altera, positivamente, o ritmo de divulgação dos
resultados de investigação. Estes resultados são um indício de que a Internet veio
alterar o ritmo do ciclo de desenvolvimento do conhecimento.
Contudo, quando questionados acerca da eficácia da Internet no processo de di-
vulgação, a representação não é tão positiva existindo 8,3% que considera ‘pouco
1. ‘A Internet facilita a rápida divulgação dos resultados da investigação.’ (facilita muitíssimo; facilita muito; facilita;
facilita pouco; não facilita; dificulta)
2. ‘A Internet é um meio eficaz de divulgação dos resultados da investigação.’ (muitíssimo eficaz; muito eficaz;
eficaz; pouco eficaz; nada eficaz; inoperante)
3. ‘A difusão de conhecimento através da Internet aproxima as comunidades científicas.’ (aproxima muitíssimo;
aproxima muito; aproxima; aproxima pouco; não aproxima; afasta)
4. ‘A Internet, pela sua linguagem multimédia interactiva, valoriza as revistas científica on-line em relação às revistas
impressas do mesmo tipo.’ (concordo inteiramente; concordo muito; concordo; concordo pouco; não concor-
do; discordo em absoluto)
5. ‘A Internet contribui para divulgar a minha instituição e as suas equipas de investigação a nível nacional.’ (con-
tribui muitíssimo; contribui muito; contribui; contribui pouco; não contribui; obstrui)
6. ‘A Internet contribui para divulgar a minha instituição e as suas equipas de investigação a nível internacional.’
(contribui muitíssimo; contribui muito; contribui; contribui pouco; não contribui; obstrui)
7. ‘Uso a Internet para divulgar o meu trabalho de investigação.’ (uso muitíssimo; uso muito; uso; uso pouco; não
uso; jamais uso)
178 Comunicação e Sociedade l Vol. 6 l 2004
eficaz’ e mesmo 0,5% que acha que a Internet ‘dificulta’ a eficaz divulgação dos resul-
tados de investigação. Porém, 50,4% tem uma representação muito positiva conside-
rando que a Internet tem um alto nível de eficácia e 40,8% considera-a ‘eficaz’ como
meio de divulgação dos resultados de investigação. Logo, se se considerar que, para
além dos 93,6% que consideram um meio rápido, 91,2% considera um meio eficaz,
então, é reconhecido à Internet um papel importante na dinâmica de divulgação dos
resultados de investigação com rapidez e eficácia.
Porque se considera que o ter conhecimento dos resultados de investigação é um
dos elementos fundamentais para aproximar as pessoas e as comunidades envolvidas
numa determinada área de investigação procurou-se saber qual a representação que
a comunidade científica portuguesa tem da Internet como meio de aproximar as
comunidades científicas através da difusão de conhecimentos. Deste modo, procura-
-se saber se, para além de alterações a nível das rotinas de divulgação de conhecimen-
to, também terá implicações a nível das rotinas de sociabilidade. Os resultados mos-
tram que os membros da comunidade científica portuguesa envolvidos neste estudo,
atribuem uma importância significativa à divulgação de conhecimento através da
Internet como meio de aproximar as comunidades científicas, sendo que 23,6% afir-
ma que ‘aproxima muitíssimo’, 34,9% afirma que ‘aproxima muito’; logo, 58,5%
tem uma visão muito favorável e, ainda, com uma visão favorável estão os 35,9% que
afirmam que ‘aproxima’. Deste modo, 94,4% tem uma representação positiva no
que diz respeito ao papel da Internet como meio de aproximar as comunidades cien-
tíficas. Sendo assim, é reconhecido um papel à Rede nos mecanismos de geração de
afinidades, parcerias e proximidades cognitivas e sociais.
Esta secção do questionário era dedicada às questões de partilha e difusão de
informação e conhecimento e, como um dos instrumentos clássicos das comunidades
científicas divulgarem os seus trabalhos de investigação são as revistas científicas,
procurou-se saber se a comunidade científica portuguesa tinha das publicações cien-
tíficas on-line uma representação mais positiva comparativamente às clássicas publi-
cações de papel, pelo facto de as publicações electrónicas poderem usufruir da lin-
guagem multimédia interactiva ou hipermédia para apresentar os seus conteúdos
permitindo gerar simulações de fenómenos, animações, etc. O quesito apresentado era:
‘A Internet, pela sua linguagem multimédia interactiva, valoriza as revistas científicas
‘on-line’ em relação às revistas impressas do mesmo tipo’. As respostas a este quesito
evidenciam que 28,9% dos respondentes tem uma opinião muito favorável face às
publicações electrónicas como um suporte que valoriza a própria publicação. Depois,
há a considerar que 35,2% ‘concorda’, o que faz com que globalmente 64,1% tenha
uma representação favorável. Este resultado é indicador de que existe uma represen-
tação favorável à transição do suporte papel para o suporte multimédia como meio
de publicação de resultados científicos. No entanto, uma coisa é a percepção de que
a Internet é um meio com potencial de valorização das publicações graças à sua
linguagem multimédia interactiva e outra coisa é o uso efectivo da Internet para
publicar e divulgar o trabalho de investigação realizado. Esta disparidade entre o
Lídia J. Oliveira Loureiro da Silva l A Internet como meio de partilha e divulgação da ciência... 179
3.2.1. Resultados por áreas científicas, género, idade, grau académico e tempo de
utilização da Internet
Em que medida as diferentes áreas científicas avaliam a importância da Internet como
meio que, potencialmente, facilita a rápida divulgação dos resultados da investigação?
Será que existem diferenças entre áreas ou não?
Gráfico 2 – Avaliação da Internet como meio de rápida divulgação dos resultados de investiga-
ção, por áreas científicas
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Não facilita Facilita pouco Facilita Facilita muito Facilita muitíssimo
Quando se observam os resultados por áreas científicas constata-se que existe uma
percepção bastante semelhante entre as diferentes áreas, no que diz respeito à Internet
como meio facilitador da rápida divulgação dos resultados da investigação. Contudo,
destaca-se o facto de as ciências da agricultura apresentarem uma representação mais
moderada, sendo que 50% dos seus respondentes realizam uma avaliação positiva
moderada de ‘facilita’. É interessante questionar o porquê deste resultado, nomeada-
mente, observando o perfil de resposta aos outros quesitos desta secção.
Destaca-se o facto de se verificar uma distribuição bi-modal, o que faz com que as
áreas científicas se dividam em dois grupos. Por um lado, as ciências da agricultura,
saúde e exactas que apresentam a moda em ‘facilita’ e, por outro lado, as ciências de
engenharia e tecnologia, as ciências sociais e humanas e as ciências naturais que apre-
sentam a moda em ‘facilita muito’. Logo, estas últimas áreas têm uma representação
mais favorável.
No que diz respeito aos resultados por géneros, globalmente, os investigadores do
género masculino fazem uma avaliação mais favorável (4,81)2 do que os investigado-
2
A escala de valoração tinha seis níveis, tendo sido atribuída a designação de 1 a 6 (do menos para o mais favorável) para
facilitar o tratamento dos dados usando o SPSS.
Lídia J. Oliveira Loureiro da Silva l A Internet como meio de partilha e divulgação da ciência... 181
res do sexo feminino (4,68). Logo, os homens atribuem mais importância à Internet
como meio de divulgação rápida dos resultados de investigação do que as mulheres.
Quanto ao factor idade, globalmente, os resultados indiciam a existência de uma
correlação linear negativa entre o aumento da idade e a avaliação realizada. Ou seja,
quanto maior é a idade menor é a importância atribuída, verificando-se mesmo uma
discrepância de avaliação significativa entre o primeiro e o último escalão etário.
Globalmente, os resultados indiciam que os investigadores não doutorados fazem
uma avaliação mais positiva (4,77) da Rede como veículo de divulgação rápida dos
resultados de investigação do que os investigadores doutorados (4,75). Talvez o facto
de os investigadores não doutorados estarem a realizar as suas investigações para
realização do doutoramento lhes crie a necessidade acrescida de acesso rápido a re-
sultados de investigação e, como tal, os torne mais sensíveis a esta problemática.
No que concerne ao factor tempo de uso da Internet os resultados indiciam a
existência de uma correlação positiva linear entre o aumento do tempo de uso e o
aumento da valoração realizada. Ou seja, os investigadores que usam a Internet há
mais anos têm uma representação mais favorável da Rede como meio de divulgação
rápido dos resultados de investigação.
Gráfico 3 – Avaliação da Internet como meio eficaz de divulgação dos resultados de investiga-
ção, por áreas científicas
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Inoperante Pouco eficaz Eficaz Muito eficaz Muitíssimo eficaz
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Não aproxima Aproxima pouco Aproxima Aproxima muito Aproxima muitíssimo
Ciências Exactas Ciências Naturais Ciências Engenharia e Tecnologia
Ciências Exactas Ciências Naturais Ciências Eng.ª e Tecnologia
Ciências Exactas Ciências Naturais Ciências Engenharia e Tecnologia
Ciências dada
Ciências Saúde
Saúde Ciências
Ciências da Agricultura
da Agricultura Ciências
Ciências Sociais
Sociais e Humanas
e Humanas
Ciências da Saúde Ciências da Agricultura Ciências Sociais e Humanas
têm uma posição ligeiramente menos favorável. No que concerne ao factor idade,
globalmente, os resultados indiciam a existência de uma correlação negativa entre o
aumento da idade e a avaliação realizada, ou seja, quanto mais idade se tem maior é a
tendência para não valorizar tanto a difusão de conhecimentos através da Internet
como um meio de aproximar as comunidades científicas. Apesar disso, deve-se sublinhar
que a avaliação mais baixa (4,61) ainda é bastante favorável encontrando-se entre o
‘aproxima’ e o ‘aproxima muito’.
No que se refere ao factor grau académico, globalmente, os resultados indiciam que
os investigadores não doutorados realizam uma avaliação mais favorável (4,78). Os
investigadores que já possuem o grau de doutor são ligeiramente menos favoráveis
(4,73). Talvez este resultado se fique a dever, de facto, à dinâmica de investigação carac-
terística de cada uma destas fases do desenvolvimento sociocognitivo do investigador.
Por um lado, os investigadores doutorados já têm uma rede de colegas mais estabelecida
e, por isso, estão menos predispostos a usar a Rede para essa aproximação. Enquanto
que os investigadores não doutorados estão numa fase de necessidade de procura inten-
siva de informação, nomeadamente, usando a Internet, o que lhes vai facultar acesso a
outras comunidades científicas e, por este meio, gerar procedimentos de aproximação.
Quanto ao factor tempo de uso da Internet verifica-se que os resultados indiciam a
existência de uma correlação positiva linear entre aumento do tempo de uso e aumento
da valoração atribuída. O que significa que o aumento do tempo de uso da Rede contribui
favoravelmente para a representação que os investigadores envolvidos neste estudo
têm da Rede como meio de aproximar as comunidades científicas.
Gráfico 5 – Avaliação da Internet como meio de publicação científica, por áreas científicas
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Discordo em Não concordo Concordo pouco Concordo Concordo muito Concordo
absoluto muitíssimo
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Obstrui Não contribui Contribui pouco Contribui Contribui muito Contribui
muitíssimo
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Obstrui Não contribui Contribui pouco Contribui Contribui muito Contribui
muitíssimo
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Jamais uso Não uso Uso pouco Uso Uso muito Uso muitíssimo
4. Em síntese
O objectivo dos resultados do estudo empírico aqui apresentados era conhecer a
representação avaliativa e o nível de uso que os membros da comunidade científica
portuguesa, respondentes neste estudo, fazem da Internet para a partilha e difusão de
informação e conhecimento.
A análise da tabela síntese que se segue facilita a realização de uma súmula dos resul-
tados obtidos. Assim, tendo em consideração os valores de moda, constata-se que os
respondentes valorizam em primeira instância a Internet como meio que facilita a
rápida divulgação dos resultados de investigação, ao considerarem que ‘facilita muito’.
No que diz respeito aos restantes quesitos, com excepção do último, os resultados
indiciam uma posição positiva moderada. Logo, há reconhecimento da entrada deste
novo mediador nas práticas cognitivas e sociais mas não lhe é atribuído um significado
extraordinário.
Quanto ao nível de adesão ao uso da Internet para divulgação do trabalho de
investigação, a posição dominante é a de adesão muito ténue, sendo o valor da moda
‘uso pouco’. Logo, os resultados indiciam que uma coisa é o que se pensa e o grau de
valorização positivo que denota o reconhecimento da importância, outra coisa é o
que se faz ou, neste caso, não se faz, porque os resultados indiciam que os respondentes
usam pouco a Internet para publicarem os seus resultados de investigação.
No que concerne à influência das variáveis (área científica, género, idade, grau
académico e tempo de uso da Internet), a análise realizada dos quesitos desta secção
do questionário foi deixando patente que as referidas variáveis se apresentam como
modeladores da representação e que, como tal, devem ser tidas em consideração em
estudos futuros.
A comunidade científica portuguesa off-line e on-line é uma realidade distinta.
A Internet apresenta-se como um meio que abre novas oportunidades de acesso ao
conhecimento e novas expectativas quanto à visibilidade desta comunidade no siste-
ma--mundo da ciência. Contudo, há ainda um caminho a percorrer para se passar do
primeiro patamar do uso, em que se olha para a Internet como um repositório no
qual se tem um papel apenas de consumo, para se passar para uma dinâmica pró-
-activa em que os investigadores portugueses dão o seu contributo para a geração de
uma inteligência colectiva conectiva divulgando aí o trabalho de investigação em
curso e realizado.
Referências
Aubert, J. & Bayar, V. (1999) ‘Maximiser les technologies de l’information et l’activité scientifique: Tour
d’horizon et principaux problèmes’, Revue STI, 24 : 7-31.
Caraça, J. & Carrilho, M. (1995) ‘Partilha e conhecimento’, Revista Colóquio e Ciência – Revista de
cultura científica, 16: 84-91.
Cassier, M. (1998) ‘Partage des connaissances dans les réseaux scientifiques: L’Invention de règles de
«bonne conduite» par les chercheurs’, in Revue 391-418.
Knorr-Cetina, K. (1999) ‘A Comunicação na ciência’ in Gil, F. (1999) A Ciência Tal Qual Se Faz, Lisboa:
João Sá da Costa, pp. 375-393.
Lévy, P. (1994) As Tecnologias da Inteligência – O futuro do pensamento na era informática, Trad.,
Lisboa: Instituto Piaget.
Merton, R. (1973) The Sociology of Science, Chicago: The University of Chicago Press.
Palácios, M. (1997) ‘Impactes e efeitos da Internet sobre a comunidade académica’, Tendências XXI –
Audiovisual, Telecomunicações, Multimédia, n.º2, Setembro, 1997, 58-67, Lisboa: APDC.
Thagard, P. (1997) ‘Internet Epistemology: Contributions of a New Information Technologies to Scientific
research’, University of Waterloo, 13p., Philosophy Department, University of Waterloo, Waterloo,
Ontario, N2L 3G1, URL: http://cogprints.soton.ac.uk/archives/p…06/199806010/doc.html/
Epistemology.html [1999-10-07], pthagard@watarts.uwaterloo.ca.