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Tese-Luciana Moreira
Tese-Luciana Moreira
Tese-Luciana Moreira
Setembro de 2013
Carvalho, Luciana Moreira
Membros do Júri
Prof. _________________________________
Presidente
Prof. _____________________________________
Professor
Prof. _____________________________________
Professor
Prof. ______________________________________
Professor
Prof. ____________________________________
Professor
Ao meu pai José Moreira da Costa,
presente em meu coração para sempre.
Às duas mulheres da minha vida: minha
mãe Edna Moreira, exemplo de força,
amor e dedicação e minha filha Mariana
Moreira, meu grande amor.
AGRADECIMENTOS
Agradecer faz bem a nossa alma, por isso ao final de uma etapa tão importante para
mim, meu primeiro agradecimento é a Deus pela vida que me deu, pelos sonhos que
me mantém viva, pela família que é a minha base, meu chão, minha fonte de amor e
pelos amigos com quem compartilho sorrisos e lágrimas. OBRIGADA!
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, meu lar institucional, que concedeu a
liberação para a realização desta tese doutoral e às minhas companheiras do
Departamento de Ciência da Informação pela força, incentivo e amizade sempre
demonstrados.
À Dell pela calorosa acolhida no frio inverno de 2010. À Dulce e Nilson pelo despertar
de uma amizade e por me apresentarem à deliciosa “francesinha”.
Às minhas amigas irmãs: Antônia, Leda, Margarida e Monica, sempre presentes com
palavras, sorrisos, conselhos e muitas risadas...
E por fim, agradeço a todos que estiveram ao meu lado durante esse percurso, e que
através de uma palavra ou de um gesto de carinho, realimentaram minhas forças para
sempre seguir em frente.
Vi a mudança de paradigma – e somos nós.
John Wilbanks
Carvalho, Luciana Moreira. As Bibliotecas Universitárias de Portugal e nordeste
do Brasil: estudo sobre o impacto e mediação das tecnologias digitais. Porto,
Faculdade de Letras, Universidade do Porto, 2013. Tese de Doutoramento.
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................ 17
LISTA DE QUADROS............................................................................................ 19
LISTA DE SIGLAS................................................................................................. 21
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 25
ANEXOS................................................................................................................. 287
ANEXO A - Ofício aos diretores das bibliotecas..................................................... 289
ANEXO B – Termo de responsabilidade do orientador.......................................... 290
ANEXO C – Questionário aplicado às bibliotecas.................................................. 291
ANEXO D- Exemplo de fluxo de informação entre biblioteca e utilizadores
através de rede social............................................................................................. 294
LISTA DE GRÁFICOS
INTRODUÇÃO
1
Adotaremos os termos utilizador e usuário como sinônimos.
26
2
Informações disponíveis no sítio da Faculdade de Letras da Universidade do Porto -
http://sigarra.up.pt/flup/pt/cur_geral.cur_view?pv_curso_id=167&pv_ano_lectivo=2012&pv_orig
em=CUR [Consult. 19 fev. 2013].
31
CAPÍTULO UM
TENSÃO PARADIGMÁTICA E MEDIAÇÃO NA PERSPECTIVA DA CIÊNCIA
DA INFORMAÇÃO
3
Idealizada pelo bibliotecário indiano Shiyali Ramamrita Ranganathan essa Classificação é
“Um instrumento pronto para ser utilizado em bibliotecas e sistemas de informação, com o
objetivo [de] classificar as informações existentes numa determinada coleção ou sistema de
informação com a finalidade de permitir, então, sua recuperação a partir de consultas
apresentadas pelos usuários.” (Dias, 2002, p.93). Já a Classificação Facetada que também foi
idealizada pelo Ranganathan é “representante de um modelo que se utiliza do método
dedutivo para classificar o conhecimento dentro de um contexto.” (Campos; Souza; Campos,
2003, p.10). Portanto usuários e contexto são temas que marcam fortemente a mudança de
foco que passa a caracterizar a transição de paradigmas na área de Ciência da Informação.
39
4
Alusão ao Sistema de Classificação Decimal também conhecido como Classificação Decimal
de Dewey, idealizado pelo bibliotecário americano Mervil Dewey, na segunda metade do século
XIX.
40
Para entender como está sendo processada esta nova visão da área,
nos respaldamos em Foresta (apud Santos, 2005, p.72) quando afirma que:
5
Era Cristã ou Era Comum termo utilizado para assumir uma posição mais neutra em relação
ao aspecto religioso da referência depois de Cristo (d.C.). Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anno_Domini#Era_Comum_ou_Era_Crist.C3.A3. [Consult. 29 maio
2010].
6
Enquanto nas fitas cassetes o acesso é sequencial e a informação é identificada mais
lentamente, como nos rolos de pergaminho, no acesso randômico ou aleatório a informação
pode ser acessada de forma mais rápida e pontual. Em um livro, através do sumário ou da
numeração de páginas, e nos atuais CDs e DVDs pelas faixas. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acesso_aleat%C3%B3rio [Consult. 29 maio 2010].
53
7
Para Eco e Carrière (2010) os incunábulos são “todos os livros impressos entre a invenção da
tipografia e a noite de 31 de dezembro de 1500. ‘Incunábulo’, do latim incunabula, representa o
‘berço’ da história do livro impresso, em outros termos, todos os livros impressos até o século
XV.” (Eco; Carrière, 2010, p.109).
54
8
A explosão documentária percebida já no final do século XIX suscitou preocupação com a
qualidade das publicações fazendo com que os advogados belgas, Paul Otlet e Henri La
Fontaine criassem vários repertórios referenciais em diversas áreas do conhecimento, até
chegar em 1895 ao formato do Repertório Bibliográfico Universal, numa tentativa de mapear
todo o conhecimento registrado, buscando principalmente identificar quem escreve e quais os
temas escritos. (Robredo, 2003).
9
A Internet é um conjunto de redes interligadas em escala mundial, através do protocolo de
transmissão tcp/ip, permitindo assim acessar todo tipo de informação. Possui “uma ampla
variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados por meio de
hiperligações a World Wide Web e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços
como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos.”
http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet [Consult. 01 jun. 2010].
55
Porém, assim como não houve uma ruptura imediata entre a cultura do
manuscrito e a adoção do formato do livro pós-Gutenberg, sendo necessário
para isso um (longo) período de adaptação, também há um processo já em
curso para o uso das novas tecnologias disponíveis. E assim percebemos que,
Por tudo isso, nesse espaço onde cabe simultaneamente uma massa de
informações diversas, pessoas conectadas e cientes da sua própria “distância
cognitiva”, o papel do mediador da informação é, sobretudo, o de filtro. Não no
aspecto negativo da mediação custodial, tendenciosa, mas pelo contrário, o
mediador que irá separar o “lixo”, da informação pertinente.
O poder do mediador, identificado na mediação custodial, onde o
domínio do acervo físico, linear, era possível, cedeu lugar, portanto, a uma
atuação compartilhada, uma vez que seu espaço (a biblioteca) é atualmente,
influenciado fortemente por outros profissionais, sobretudo os informáticos.
Para Silva e Ribeiro (2011, p.177) “O bibliotecário já não é um mediador
dominante, porque tem de partilhar ‘espaço’ com o programador, com o
‘designer’ de informação e ainda com o utilizador que, pela interactividade, é
chamado a participar e a exercer um papel de mediador na renovação e no
alargamento da biblioteca digital.”
A necessidade de partilhar seu espaço com outros profissionais, não
elimina do profissional da informação a capacidade (indispensável) de, no
desempenho de sua função mediadora, filtrar o excesso de informações
produzidas e disponíveis na Internet. E ratificando o que tratamos
anteriormente, isso irá assegurar a credibilidade das informações
disponibilizadas através dos diversos serviços oferecidos.
Para Vaz (2008, p.230) de fato, o mediador “amplia as opções prováveis
para um interesse [numa determinada informação] quando o limite é o excesso
de informações e, consequentemente, o tempo que se demoraria para
encontrá-las.”. Outro aspecto que não muda com a “partilha” do espaço de
atuação, é a necessidade de elaboração de estudos de usuários e de uso da
informação. A experiência do mediador que conhece o perfil do seu público e é
capaz de validar as informações disponíveis na rede, minimiza a possibilidade
de barreiras e ruídos no processo infocomunicacional.
Davallon (2007), após um trabalho de investigação em vários textos da
área de ciências da informação e comunicação11 a respeito do termo mediação,
coloca que a grande questão percebida é a busca por uma definição da
mediação na área e ainda, a verificação se este pode vir a ser um conceito
11
No texto aqui referenciado, o autor sempre se refere à área como Ciências da Informação e
da Comunicação (no plural) e não no singular como de costume nos textos da área.
64
Tipos de Mediação
Pós-custodial Caracterização
CAPÍTULO DOIS
EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS E O COMPORTAMENTO DO
BIBLIOTECÁRIO NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO
12
A Revolução Francesa (1789-1799) é considerada o mais importante movimento social e
político ocorrido na França no século XVIII, bem como o principal acontecimento da história
contemporânea. “Teve por objetivo principal derrubar o Antigo Regime e instaurar um Estado
democrático que representasse e assegurasse os direitos de todos os cidadãos.” (Costa Neto,
[2010]).
70
13
O chamado UGC foi criado na Inglaterra, no início do século XX, para dar uma visão geral
em âmbito nacional tanto das universidades como das bibliotecas universitárias.
72
14
O autor provavelmente se refere ao Manifesto da UNESCO sobre a Biblioteca Pública. O
primeiro datado de 1949 destacou o direito à informação, complementado pelo segundo
manifesto, em 1972 que amplia o papel da biblioteca pública, notadamente como uma
instituição democrática, voltada ao ensino e à cultura. Traz ainda o livro como principal suporte
voltado para a distração, para o recreio, para a informação técnica e científica. Atualmente está
em vigor o Manifesto de 1994, com grande ênfase nos direitos humanos. (Cuzcano, 2002).
73
15
Paul Otlet juntamente com Henri La Fontaine, concebe em 1895 o Repertoire Bibliographique
Universel (RBU), uma tentativa de listar bibliograficamente, todo o conhecimento registrado.
Posteriormente desenvolveu a Classificação Decimal Universal (CDU), utilizada até os dias
atuais.
74
Havia uma inquietação nas ideias de Otlet: ele queria ir além do que
estava aparente no livro, queria explorá-lo completamente. Inicia-se assim, a
era da documentação construída pela visão de Paul Otlet, que colocou em
prática a noção de facetas através da Classificação Decimal Universal. Ele
também é considerado como o precursor do hipertexto “na medida em que o
arranjo por ele proposto é baseado em nódulos informativos, tais como aqueles
sugeridos por Vannevar Bush16 e concretizados na atualidade por Tim Berners-
Lee, o inventor da Word Wide Web.” (Borges, 2002, p.74).
Toda essa trajetória vem mostrar que a evolução dos suportes traz
consigo tanto a noção de preservação como de partilha de informação. Ao
idealizar a divisão do conhecimento em classes, abriu-se a possibilidade de
direcionar com mais precisão a busca pela informação específica. Através da
percepção de Paul Otlet, a área da documentação científica proliferou e com
ela as bibliotecas especializadas e centros de documentação, reflexo das
próprias especializações das áreas de conhecimento. E em termos
instrumentais, a Memex de Vannevar Bush abriu espaço, anos depois para se
chegar ao que conhecemos hoje como os computadores pessoais, e
consequentemente familiarizando os utilizadores com um objeto que em
poucos anos seria o meio responsável pelo acesso à Word Wide Web e todos
os seus desdobramentos.
Se formos categorizar a evolução dos instrumentos de registro de
informação ao longo do tempo, podemos perceber que a noção da importância
destes para a comunicação, a informação e a memória sempre existiu.
Vejamos nesta passagem:
16
Bush através dos princípios anteriormente anunciados por Paul Otlet idealizou em 1945 um
dispositivo chamado Memex, capaz de organizar as informações, armazenar e de forma
mecânica amplificar a memória do homem. (Juillet, 2011).
75
observa que existe uma “distância entre as palavras e a ação” (Hamlin apud
Thompson; Carr, 1990, p.21). Na sequência ele idealiza como uma situação
confortável para a biblioteca universitária se houver um relacionamento que
valorize a biblioteca como uma das prioridades da instituição que a acolhe, e
que haja uma consequente e justa alocação de recursos para ela.
Complementa abordando que em uma observação feita, constatou-se que na
maioria das histórias publicadas sobre as universidades americanas,
praticamente não havia nada a respeito das bibliotecas universitárias, sendo
mais fácil encontrar referências sobre assuntos relativamente banais como
construções de estacionamento, por exemplo.
Em relação ao futuro das coleções da biblioteca universitária na
Inglaterra, Downs (apud Thompson; Carr, 1990, p.163) sugere que apesar das
novas tecnologias que se apresentam o livro em sua forma tradicional sempre
permanecerá, devido às suas imensas qualidades em relação à facilidade de
utilização, flexibilidade, economia e capacidade de armazenamento de
informações.
Contrariamente a essa opinião, Simpson também citado por Thompson e
Carr (1990, p.163), acredita que um dia todas as informações serão
armazenadas eletronicamente, e os usuários poderão utilizar as informações
das bibliotecas a partir das suas casas. Essa previsão já é uma realidade hoje
na maioria das bibliotecas, não só na Europa, mas também nos países em
desenvolvimento como é o caso do Brasil. O que o autor considera mais
inquietante é em relação aos edifícios das bibliotecas, argumentando que se os
usuários têm acesso às informações dos catálogos diretamente de suas casas,
haverá um grande impacto em relação aos edifícios das bibliotecas. Essa
questão mostra como a inserção das novas tecnologias poderá afetar os
serviços oferecidos pelas bibliotecas. Para os autores ingleses, substanciais
mudanças estavam em curso com a chegada das tecnologias digitais no
quotidiano das bibliotecas universitárias.
Na França, no início da década de 1970 a situação das bibliotecas
universitárias causava preocupação na categoria. Em uma publicação da
Associação de Bibliotecários Franceses, datada de 1973, as bibliotecas
universitárias são retratadas como negligenciadas, e que os recursos a elas
destinados são considerados “ridículos”.
77
Outro serviço criado e que vem se intensificando nos últimos anos são
os repositórios digitais de teses e dissertações, que disseminam de forma
rápida e segura esse tipo de literatura, utilizando as tecnologias digitais como
aliadas na valorização dos serviços oferecidos pela biblioteca. De um modo
geral também se percebe a preocupação com a organização de conteúdos de
qualidade, contrapondo ao excesso de informação acessível nas redes. É a
prática da validação da informação pelo bibliotecário, que qualifica tanto a
informação quanto o profissional.
Por fim, também se identifica a atribuição de um serviço (mais comum
em bibliotecas públicas), que é a dinamização cultural no espaço da biblioteca,
através de exposições de livros de uma determinada área do conhecimento, de
pintura, ou outras manifestações artísticas. Todos esses exemplos abordados
trazem um recorte de uma realidade espanhola, em que as bibliotecas
universitárias usufruem tanto das tecnologias digitais disponíveis, como do
ambiente físico da biblioteca para atrair e/ou manter seus usuários. É, pois,
uma tendência não apenas das bibliotecas espanholas, mas também de outras
realidades, consequência de um cenário de mudanças rápidas na maneira de
enxergar os “velhos” serviços.
Em uma pesquisa, realizada em 2002, nos Estados Unidos, buscou-se
através de um concurso de redação respostas para o tema “a biblioteca
universitária em 2012”. O autor relacionou então uma série de “visões” de
como seria essa biblioteca e classificou os temas mais recorrentes em três
categorias: os aspectos tecnológicos, as funções da biblioteca e o papel do
bibliotecário nesse contexto.
Assim, Marcum (2003) inicia seu relato, através de uma visão futurista
dos aspectos tecnológicos, citando um “guru” da media de Los Angeles (que
não é bibliotecário), chamado Stuart Silvesrstone, no qual prevê que a
infraestrutura da biblioteca será como salas de aprendizagem, com “pacotes”
de livros mediáticos, com conferência virtual, onde estudantes possam explorar
questões locais e globais.
Em outra visão, a biblioteca universitária em 2012 será utilizada através
da realidade virtual como um gigantesco atlas, onde os alunos serão
conduzidos a outros lugares, seja no passado ou no futuro, inclusive permitindo
“conversas” com pessoas de diferentes tempos e lugares. (Marcum, 2003). A
81
Oregon State University Library que tem duas versões de seu site, um
para usuários de smarphones e outra para Web-enabled telefones
celulares com tela menor.
Miami University Libraries (Ohio) oferece uma Web app móvel
construído em Drupal que oferece aos usuários o acesso ao catálogo,
bases de dados selecionados, o conteúdo de media social e pessoal
da biblioteca através de texto, mensagens instantâneas, voz e e-mail.
North Carolina State University Libraries [no setor de] Coleções
Especiais tem um aplicativo chamado wolfwalk que orienta os alunos
para 90 diferentes pontos históricos do campus através de um
sistema GPS e imagens de suprimentos e informações sobre cada
um. (The State, 2011, p.42).
18
Maiores informações disponíveis no site: http://www.ajudablogueiros.com.br/2011/05/28/ibsn-
registre-o-conteudo-do-seu-blog/ [Consult. 16 jul. 2012].
94
19
Uma lista com vários outros endereços de blogs específicos da área de CI pode ser
consultada no blog “A Informação”, através de uma publicação de Murilo Bastos da Cunha no
endereço: http://a-informacao.blogspot.com.br/2009/11/blogs-da-Biblioteconomia-
novopotencial.html [Consul. 18 ago. 2013].
20
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Boas-vindas [Consult. 17 jul.
2012].
95
21
Informações referentes aos últimos seis meses e divulgada em maio de 2012. Disponível
em: http://www.socialbakers.com/facebook-statistics/ [Consult. 17 jul. 2012].
22
Disponível em: http://timerime.com/ [Consult. 07 ago. 2013].
96
23
Para Cunha (2007, p.18) o principal motivador da vinda da Família Real para o Brasil foi o
bloqueio europeu da França à Inglaterra, não aceito por Portugal por questões econômicas e
políticas. E assim, “Diante da invasão, a sede do reino transferiu-se para o Brasil em 1808,
numa esquadra que transportou os tesouros da coroa, a alta burocracia civil, militar e
eclesiástica, os livros da Biblioteca Real e os órfãos da Casa Pia de Lisboa.”
98
24
Desde 1995 o MEC é responsável apenas pela área de educação, apesar de manter a
mesma sigla. A área da cultura é responsabilidade do Ministério da Cultura que foi criado em
1985. [Consult. 07 mar. 2012]. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=arTICsle&id=2&Itemid=1164
99
25
Entre 1990 e 1995 o Brasil passou por uma transição no governo iniciada com a saída do
Presidente José Sarney (governou entre 1985-1990). Em seguida, a entrada do primeiro
presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, Fernando Collor de Melo (governou de
1990 a 1992), sucedido pelo vice-presidente Itamar Franco (1992-1995) e por fim Fernando
Henrique Cardoso (1995-2003), o único presidente eleito até então, que conseguiu cumprir o
mandato até o fim.
102
26
Disponível em: http://livroaberto.ibict.br/. [Consult. 30 maio 2013].
27
Disponível em: http://www.ibict.br/sala-de-imprensa/noticias/portal-do-livro-aberto-em-ciencia-
tecnologia-e-inovacao [Consult. 30 maio 2013].
106
enorme quantidade de material impresso, em que muitos deles ainda não estão
disponíveis na rede; e ainda, no caso do Brasil, por causa das assimetrias
sociais, educacionais etc., uma vez que,
28
Disponível em: http://www.ua.pt/sbidm/biblioteca/PageImage.aspx?id=14349 [Consult. 17 set.
2012].
112
29
Disponível em:
http://www.bon.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=116&Itemid=34&lang=pt
[Consult. 20 set. 2012].
113
Por ser de total interesse para esse trabalho, serão destacados apenas
os resultados relativos às bibliotecas universitárias públicas mencionadas pela
autora. Assim, os resultados do ano de 2008 revelaram que das 71 instituições
públicas (incluídas aqui as escolas politécnicas e faculdades associadas), 29
encontravam-se no nível 0, doze no nível 1, uma no nível 2, vinte e cinco no
nível 3 e quatro no nível 4. Na época já era possível constatar que a maioria
das bibliotecas já utilizava algum tipo de ferramenta envolvida no conceito da
Web 2.0. Já em 2009, a mesma escala foi aplicada, revelando que não havia
bibliotecas no nível zero da escala, ficando então os resultados da seguinte
forma: vinte e cinco no nível 1, oito no nível 2, vinte e oito no nível 3 e dez no
nível 4. (Coelho, 2010).
A pesquisa concluiu que a utilização das ferramentas da Web 2.0 já é
uma realidade nas bibliotecas universitárias públicas portuguesas, com
destaque para sindicação de conteúdos, definida por Almeida e Arellano (2008,
p.7) como “a atividade de coleta e replicação de conteúdos dinâmicos em
ambientes digitais, promovendo a troca regular de informação atualizada entre
diferentes páginas Web.”. O aumento do uso das ferramentas da Web 2.0 pode
ser atribuído à sua rápida popularidade entre as várias instituições que
114
30
Online Public Accessible Catalog ou em português Catálogo de Acesso Público On-line.
115
31
Disponível em: http://www.bibliorandum.net/ [Consult. 21 ago. 2012].
116
CAPÍTULO TRÊS
32
A rede Bibliodata é considerada pioneira no serviço de cooperação entre as bibliotecas no
Brasil.
121
estava mais voltada para questões ligadas à área de Gestão Empresarial e dos
recursos humanos, como também envolvia a área de Pedagogia e Didática
com a Psicologia Educativa e a Sociologia, através do envolto interdisciplinar
possível entre elas.
No entanto, a partir do “crescente número de informações
disponibilizadas (seu acesso físico e organização), e a admissão de que a
informação é essencial à sociedade” (Dudziak, 2010, p.25) o tema passou a ser
discutido entre a categoria de bibliotecários, sobretudo os atuantes em
bibliotecas escolares, resgatando, ainda que na ordem inversa, a figura do
bibliotecário-professor.
Atualmente a Literacia Informacional já é um tema recorrente na área de
Ciência da Informação uma vez que envolve, dentre outras, questões ligadas
às competências na busca e no uso da informação.
Em relação ao aspecto interdisciplinar, fica evidente a possibilidade de
um diálogo proveitoso entre as Ciências da Educação e a Ciência da
Informação, tomando como base as competências aprendidas, bem como “as
necessidades espontâneas ou induzidas ao longo do processo de
escolarização no que toca a buscar, reproduzir/citar, interiorizar e comunicar
informação.” (Silva, 2006, p.154).
Através de um resgate na literatura, é possível perceber uma evolução
no conceito de Information Literacy. Surgido em 1974 nos Estados Unidos, o
termo se popularizou através do relatório de autoria de Paul Zurkowisk,
intitulado “The information service environment relationships and priorities”.
Nele, as primeiras concepções da IL tratavam em suma, da recomendação
para que as diversas instituições, através dos seus produtos e serviços,
interagissem com as bibliotecas, que estavam passando por transformações
relacionadas ao acesso à informação.
Três pontos inerentes ao ambiente de trabalho são destacados por
Zurkowski (apud Dudziak, 2001, p.22):
Convergência mediática
34
De acordo com Silva (2010, p.2) modelo é sistema físico, matemático ou lógico que
representa as estruturas essenciais de uma realidade e é capaz de, no seu nível, explicar ou
reproduzir, dinamicamente, o funcionamento dessas mesmas estruturas.
138
CAPÍTULO QUATRO
35
Famoso escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino. Também trabalhou
como bibliotecário e professor universitário. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Luis_Borges [Consult. 04 mar. 2013].
142
36
Disponível em:
http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Reconhecimento/NARICENIC/Ensino+Superior
/Institui%C3%A7%C3%B5es+de+Ensino+Superior+Portuguesas/Lista_ESPublico_PT.htm
[Consult. 28 fev. 2013].
145
37
Os nove estados que compõem a região Nordeste do Brasil são: Alagoas, Bahia, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
38
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=28:ifes-institutos-
federais-de-ensino-superior&catid=102:prestacao-de-contas-1998 [Consult. 28 fev. 2013].
39
Este link foi gerado pela Universidade de Aveiro através dos Serviços de Tecnologias de
Informação e Comunicação – STIC e área Suporte ao Utilizador – aSU.
146
40
A Organisation pour la Coopération et Le Développement Économique ou Organização de
Cooperação e de Desenvolvimento Econômico, vem publicando estudos sobre as habilitações
das populações adultas dos países membros (entre eles Portugal) e dos que tem acordo de
cooperação (entre eles Brasil). (Candeias, 2009).
150
- Universidade de Aveiro43
41
Disponível em: http://www.uc.pt/bguc/500anos. [Consult. em: 16 jul. 2013].
42
Disponível em: http://www.uc.pt/bguc . [Consult. em: 16 jul. 2013].
43
Disponível em:: http://www.ua.pt/PageText.aspx?id=151 / http://www.ua.pt/ sbidm/biblioteca/
PageText.aspx?id=14470. [Consult. em: 16 jul. 2013.]
153
44
Disponível em: (http://www.uevora.pt/conhecer/a_universidade /
http://www.bib.uevora.pt/apresentacao/). [Consult. em: 16 jul. 2013].
155
47
Disponível em: (http://www.ualg.pt/home/pt /
http://www.ualg.pt/home/pt/content/apresentacao-31). [Consult. em: 17 jul. 2013].
157
48
Disponível em: (https://www.ubi.pt/ / https://www.ubi.pt/Entidade.aspx?id=Biblioteca).
[Consult. em: 20 jul. 2013].
49
Disponível em: (http://www.ulisboa.pt/
(http://www.ul.pt/portal/page?_pageid=173,1&_dad=portal&_schema=PORTAL /
http://ulisses.sibul.ul.pt/ulisses/portal/html/index.htm). [Consult. em: 20 jul. 2013].
158
50
Disponível em: (http://www.uminho.pt/ / http://www.sdum.uminho.pt/). [Consult. em: 20 jul.
2013].
51
Disponível em: (http://www.utad.pt/vPT/Paginas/HomepageUtad.aspx /
http://www.sdb.utad.pt/index.php?option=com_content&view=arTICsle&id=45&Itemid=54).
[Consult. em: 20 jul. 2013].
159
53
Disponível em: (http://sigarra.up.pt/up/pt/Web_page.inicial
/http://sdi.letras.up.pt/default.aspx?pg=biblioteca_central.ascx&m=8). [Consult. em: 20 jul.
2013].
161
54
A área do Nordeste do Brasil se aproxima à da Mongólia, a população se aproxima da Itália,
e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH próximo ao de El Salvador. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil#Clima [Consult. 15 jun. 2011].
162
55
O IDH elabora seu cálculo utilizando as variáveis de renda, escolaridade e longevidade.
(BNB, 2011).
164
56
A UAB utiliza um “sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível
superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária,
por meio do uso da metodologia da educação a distância.” (Brasil, [2006?]).
166
57
Disponível em: (http://www.ufal.edu.br/ / http://www.sibi.ufal.br/). [Consult. em: 22 jul. 2013].
167
58
Disponível em: (https://www.ufba.br/ / http://www.sibi.ufba.br/). [Consult. em: 22 jul. 2013].
59
Disponível em: (http://www.ufc.br/ / http://www.biblioteca.ufc.br/). [Consult. em: 22 jul. 2013].
168
60
Disponível em: (http://portais.ufma.br/PortalUfma/index.jsf / http://www.biblioteca.ufma.br/).
[Consult. em: 22 jul. 2013].
169
61
Disponível em: (http://www.ufpe.br/ufpenova/ / http://www.ufpe.br/sib/). [Consult.23 jul. 2013].
170
62
Disponível em: (http://www.ufpb.br/ / http://www.biblioteca.ufpb.br/). [Consult. em 22 jul.
2013].
171
63
Disponível em: (http://www.sistemas.ufrn.br/portal/PT/ / http://www.bczm.ufrn.br/site/).
[Consult. em: 22 jul. 2013].
172
64
Disponível em: (http://www.ufrpe.br/ / http://www.bc.ufrpe.br/). [Consult. em: 22 jul. 2013].
65
Disponível em: (http://www2.ufersa.edu.br/portal/ /
http://www2.ufersa.edu.br/portal/divisoes/biblioteca). [Consult. em: 22 jul. 2013].
173
66
Disponível em: (http://www.ufs.br/ / http://bibliotecas.ufs.br/pagina/bicen-785.html). [Consult.
em: 22 jul. 2013].
174
CAPÍTULO CINCO
68
47
Respostas
Universidades
12 10
Portugal Brasil NE
10
9
8
7
6
Entre 1 a 3 anos
5
Entre 4 a 6 anos
4
Entre 7 a 10 anos
3
2 Mais de 10 anos
1
0
16
14
12
10
Entre 1 a 3 anos
8
Entre 4 a 6 anos
6
Entre 7 a 10 anos
4 Mais de 10 anos
2
60
50
50
40
29 pt
30
br
20 16
11
10 7
2
0
até 1989 entre 1990 e 2009 N.I.
Gráfico 6 - Conclusão do curso de graduação: Portugal e Brasil
181
N.I. 1 1 2
IPP 1 1
ISLA 0
IUL 1 1 2
UA 1 1 2
UAc 1 1 2
UAL 1 1 1 3
UAlg 1 1
UBI 1 1
UC 2 1 1 1 1 6
UÉ 0
UL 1 1 1 3
UNL 1 1
UP 1 1 1 1 1 5
UPT 1 1 2
Total/ano 2 0 0 0 0 0 1 3 0 2 3 1 1 2 0 1 2 1 1 1 3 2 3 0 2 31
N.I. 1 1 2
UFAL 1 1 2
UFBA 1 2 2 5
UFC 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 15
UFMA 1 1 1 3
UFPA 1 1
UFPB 1 2 1 1 1 1 1 2 2 12
UFPE 1 1 1 1 2 2 8
UFRN 1 3 2 2 1 1 1 1 1 13
Total/ano 1 1 1 0 1 2 1 2 2 4 1 1 3 1 0 1 2 3 1 3 4 4 6 1 4 2 7 2 61
40
34
35
29
30
25
20 pt
15
15 br
10 8
5 3
0 0 1
0
Ciência da Educação Gestão História
Informação
Gestão Pública
Administração Pública
Gestão da Informação e Inovações Tecnológicas
Gestão de Pessoas
Gestão em Arquivos Públicos e Privados
Gestão Administrativa e Produtividade
Tecnologia da Informação e Comunicação para Gerenciamento
da Informação
Gestão em Ciência da Informação
Gerenciamento de Bibliotecas Públicas e Escolares
Gestão e Tecnologia da Informação, e Gestão e Desenvolvimento
Universitário
Informação Empresarial
14
12
10
8
pt
6 br
0
Ciência da Informação Educação Gestão
120
112 110
100 106 104
80
60 67
40
20
0
Catálogo on- Email Biblioteca Portal de Empréstimo
line Digital de Teses Periódicos on-line
e Disservações
TICs foram agrupadas por citação entre as universidades e não por número de
vezes em que foram mencionadas.
Segue-se assim, o Quadro 11 referente às bibliotecas localizadas na
região Nordeste do Brasil e que participaram da pesquisa. Do lado esquerdo
do quadro estão as universidades que participaram da pesquisa e ao lado
todas as tecnologias digitais mencionadas no questionário.
Universidade Aberta de Lisboa Catálogo on-line, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, Portal de
(UAB) Periódicos, E-mail, Facebook
Universidade dos Açores Catálogo on-line, empréstimo on-line, Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações, Portal de Periódicos, E-mail, Blog, repositório Institucional.
Universidade do Algarve Catálogo on-line, empréstimo on-line, BDTD, Portal de periódicos, e-mail,
Base de dados bibliográficos, publicações em formato eletrônico
Universidade da Beira Interior Catálogo on-line, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, Portal de
Periódicos, E-mail
sobre os sítios serão feitos na continuação deste capítulo, na secção 5.1, onde
apresentaremos os resultados obtidos com a análise.
Outra questão que podemos observar por trás dos níveis é a importância
da educação continuada, seja através de cursos rápidos ou de formação mais
aprofundada. Como já foi analisado anteriormente, 98 respondentes cursaram
ao menos uma especialização dentro de sua trajetória laboral.
Se aliarmos essas duas vertentes – a mediação informacional e a
educação contínua – chegamos à constatação clara da importância de haver
espaço e disponibilidade para os bibliotecários conhecerem novos recursos,
avaliarem e adequá-los às necessidades do ambiente em relação ao seu
público utilizador. E, sobretudo, como coloca Coelho (2010, p.7) é preciso
atentar “que o sucesso de uma biblioteca não é medido pelo seu grau de
adesão a uma tendência, mas sim pelo serviço prestado aos membros da
comunidade.”.
Finaliza-se assim, a primeira parte da exposição e análise de dados
desta pesquisa, referente às questões fechadas. Após essa primeira parte,
constatamos que os questionários juntamente com a análise dos sítios das
bibliotecas se complementaram e enriqueceram a etapa de coleta de dados, e
na interação com o polo teórico, o epistemológico e o morfológico, formalizam
as etapas desta pesquisa que continuarão a seguir com a análise das questões
abertas.
4% 4%
92%
0% 3%
97%
0%
21%
79%
12%
19%
69%
5% 13%
82%
2% 4%
94%
que sendo o e-mail uma tecnologia mais “antiga”, não foi considerada pelo
respondente como parte das tecnologias digitais disponíveis na biblioteca, no
processo mediador.
Resumindo, após as análises dos resultados obtidos nessa questão 8,
constatamos que um alto percentual de respondentes se reconhecem como um
mediador entre os usuários e as tecnologias digitais disponíveis na biblioteca
onde atuam, sendo respectivamente, 82% entre os brasileiros e 94% entre os
portugueses.
Dando prosseguimento à apresentação dos resultados, a questão 9
buscou respostas a seguinte pergunta:
Você se sente preparado para orientar os usuários/utilizadores no
uso de novos serviços disponibilizados que envolvem tecnologias
digitais? Explique por quê.
A contagem total aponta que 92 pessoas responderam Sim a essa
questão, enquanto 11 disseram que Não e 12 não responderam. É possível
observar que 87 pessoas explicaram o porquê da resposta dada.
O Gráfico 16 mostra os resultados referentes a Portugal:
4%
7%
89%
13%
13%
74%
E complementa:
Essa última resposta nos chamou a atenção pelo fato de visualizar nas
ações desenvolvidas pelo respondente, a prática da Literacia Informacional no
seu quotidiano de atuação. A atitude perante seu próprio desempenho
enquanto profissional da informação, valorizando a educação continuada -
“Faço cursos presenciais e a distância”, a proximidade com os discentes – “dou
palestras (virtuais também)” e com os docentes “participo de grupos de
pesquisa junto com professores” caracterizam uma atitude perante a
informação, própria das práticas inerentes à competência ou Literacia
Informacional.
De acordo com Dudziak (2010, p.13) a Literacia Informacional é definida
como consequência da associação de conhecimentos, habilidades, atitudes e
recursos voltados à ação que:
d) Mudança de paradigmas.
Assim temos de início a alínea (a), em que o tema mediação, mais uma
vez ganha destaque nas respostas dos bibliotecários. Elas reforçam uma
importante mudança de visão do bibliotecário em relação ao seu perfil - o foco
no utilizador. O que evidencia uma mudança de postura, de um olhar voltado
unicamente para o acervo, para um olhar voltado ao utilizador enquanto sujeito,
com necessidades informacionais específicas.
“Tem que ficar para trás a ideia do bibliotecário que está no meio dos
livros cheios de poeira, hoje em dia, com a utilização e desenvolvimento das
TICs, a nossa imagem mudou na perspectiva dos utilizadores” (RP).
“Tem de ser um bibliotecário muito interventivo ao nível do uso das TICs,
embora aqui em Belas Artes, dada a especificidade do tema e uma pouca
adesão às tecnologias o papel maior tenha sido o de instigar e criar hábitos de
uso, coisa que nos últimos dois anos lectivos tem vindo a ser alterado. Agora
são estudantes mais novos e, por isso, também mais utilizadores de novas
tecnologias e plataformas, possibilitando um maior entendimento mas também
criando um desafio de actualidade muito maior.” (RP).
“Hoje ele está mais hábil e mais consciente de seu dever ante o mundo
e a sociedade.” (RB).
“Hoje em dia com a utilização e desenvolvimento das TICs, a nossa
imagem mudou na perspectiva dos utilizadores” (RP).
15%
9%
76%
4%
13%
83%
“A mudança não está a ser tão rápida quanto a literatura diz ser. Pelo
menos na minha instituição.” (RP).
“No meu quotidiano como bibliotecário, ainda não muito, existe sim uma
certa complementação de um em relação ao outro.” (RB).
251
9%
36%
55%
16%
16%
68%
“Acho que a digital é mais abrangente, pela rapidez com que chega a
toda gente, e principalmente pela acessibilidade/ informação que permite.”(RP).
“Pela facilidade de acesso. Você pode aceder à informação a partir de
um computador em qualquer lugar do mundo e facilita o acesso ao
conhecimento que anteriormente só era realizado através do livro.” (RP).
“Acho que pode ser até mais [abrangente]. A informação impressa ela
é em muitos casos mais cara que a digital e mais difícil de ser repassada.
Imagine um artigo que você recebe por e-mail, imagine para quantas pessoas
você pode enviar. Mas, tente tirar uma cópia e enviar para a mesma
quantidade de pessoas. Qual o mais barato e mais fácil?” (RB).
“Talvez por estarmos em um período onde o acesso a equipamentos de
informática, como computadores, por exemplo, é mais democrático do que o
acesso às bibliotecas. Hoje temos lan house em quase todas as esquinas, o
que permite que pessoas que nunca tiveram acesso a uma biblioteca, tenham
a um computador ligado a Internet, e com ele a diversos conteúdos
informacionais ilustrados e interativos.” (RB).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
respostas positivas foi de 97% para o Brasil e 92% para Portugal. Destaca-se
entre os resultados o uso e participação no processo de construção das
informações através da figura do “prossumidor”, produzindo e consumindo
informações em um processo colaborativo com os sistemas de informação.
No que tange à discussão que abordou o impacto da formação do
acervo diante das TICs, constatamos que os periódicos científicos foram
mencionados enfaticamente pelos respondentes, tanto brasileiros quanto
portugueses, como sendo os principais responsáveis pela percepção de
mudança na formação dos acervos das bibliotecas universitárias. Em números
gerais, dentre os 79% que reconhecem que houve um impacto, há uma
evidente vantagem atribuída ao movimento de acesso livre à informação. Entre
os 21% que não reconhecem haver impacto na formação do acervo, as
justificativas prioritárias são, a falta de investimento nos recursos digitais, falta
de credibilidade nas informações provenientes do movimento de livre acesso e
a priorização dos recursos impressos.
Ao nos referir à percepção do bibliotecário enquanto mediador
informacional em interação com as TICs identificamos um alto percentual de
respondentes (82% entre os brasileiros e 94% entre os portugueses) que se
reconhecem no papel de mediador entre os usuários e as tecnologias digitais,
utilizando-as como aliadas no desempenho de suas atividades. A mediação se
revelou através de ações diretas com o utilizador, seja esse presencial ou
virtual; através dos processos técnicos que formam os bastidores da
informação a ser disponibilizada; e através da importância e valorização da
educação continuada e da Literacia Informacional no processo de mediação
informacional.
A abordagem sobre utilizadores e novos serviços de informação
presentes nas bibliotecas, nos revelou que os bibliotecários estão seguros com
os novos recursos e serviços de informação que tem como suporte as
tecnologias digitais. Os números revelaram um percentual maior entre os
portugueses (89%) em comparação com os brasileiros (74%). Um dos pontos
fortes desse quadro aponta para a educação continuada como sendo o fator-
chave para a aquisição da segurança, diante de novos cenários. Essa
conclusão é ratificada pelas informações anteriormente expostas sobre o alto
índice de respondentes com ingressos em cursos de pós-graduação, em
269
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http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/2645/3418
ANEXOS
288
289
Desde já agradeço.
Atenciosamente,
“Universidade
Um espaço de diálogo e partilha de informação sobre eventos, as nossas
bibliotecas, serviços, livros, revistas, conhecimento...”
Data: 28/01