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Antropologia

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Índice

Introdução....................................................................................................................................2
1. Domínio de Símbolos...............................................................................................................3
1.1 Estudos de Rituais na Antropologia........................................................................................3
1.2 Principais ritos........................................................................................................................5
1.3 Ritos de passagem ou de iniciação.........................................................................................5
1.4 Ritos mortuários.....................................................................................................................6
1.5 Ritos propiciatórios................................................................................................................6
1.6 Ritos de Iniciação ou de Passagem na Sociedade Moçambicana...........................................6
1.7Ritos de Iniciação Masculina...................................................................................................7
2.2 Ritos de Iniciação Feminina....................................................................................................8
2.3 Objectivos dos Ritos de passagem ou iniciação......................................................................9
2.4 Impacto dos ritos de iniciação no sistema educacional em Moçambique..............................9
2.5 Aspectos positivos................................................................................................................10
2.6 Aspectos negativos...............................................................................................................10
2.7 Factores que podem interferir nos ritos de iniciação...........................................................11
3. Cultura tradicional na sociedade em Moçambique................................................................12
4. Regiosidade tradicional em Moçambique..............................................................................12
Conclusão...................................................................................................................................13
Bibliografia.................................................................................................................................14

1
Introdução

As teorias antropológicas emergem para explicar diversas situações que o homem


enfrenta na sociedade em que esta inserido. Na medida em que o homem desenvolve as
teorias antropológicas também desenvolvem, para responder face a esse
desenvolvimento. Contudo, formulara-se diversos paradigmas voltados à compreensão
da cultura e de sua influência no comportamento humano. Analisando as diferenças e
semelhanças existentes neste contexto do comportamento humano e elaborar propostas
de acções que busquem transformar a realidade. O trabalho, centra-se no Domínio de
Símbolos (Rituais ou ritos de passagem) em torno da sociedade tradicional em
Moçambique
O presente trabalho esta estratificado da seguinte maneira:

Introdução;

Desenvolvimento e

Conclusão.

2
1. Domínio de Símbolos

1.1 Estudos de Rituais na Antropologia

Os rituais são práticas que fazem parte do leque dos costumes culturais que cada
sociedade cria e segue (Rodolpho, 2004). Constituem actos simbólicos co-
desenvolvidos, incluem, não só, os aspectos cerimoniais de apresentação do ritual, mas
também, todo o processo de preparação. Pode incluir formulações verbais ou não, a
repetição pode fazer parte através do conteúdo, forma ou ocasião (Lind, 2004).

Neste sentido, os componentes dos rituais são os seguintes: a repetição (não só na acção,
mas também no conteúdo e forma); a acção (não só dizer ou pensar algo, mas também
fazer algo); o comportamento especial ou estilização (que difere do comportamento
usual); a ordem (com principio e fim); o estilo evocativo (que pretende apresentar algo);
e dimensão colectiva (com um significado social) (Lind, 2004).

Importa referir que, a conceptualização dos rituais formou-se no campo religioso e, no


início, na escola antropológica, tanto francesa como inglesa. O rito, como o mito,
estavam na dependência do estudo das religiões. A multiplicação dos terrenos e abertura
da etnologia às sociedades modernas orientaram o rito para aspectos mais profanos e,
por vezes, menos colectivos (Segalen, 2000).

Estudos sobre a prática ritual na antropologia iniciaram com o antropólogo belga Van
Gennep, considerado como o primeiro autor do século XX a preocupar-se com o estudo
dos rituais “per si” como objecto de estudo (Rodolpho, 2004). A partir de Van Gennep
os rituais foram considerados em sua constituição básica: ritos de separação, ritos de
margem e ritos de agregação que, segundo Martinez (2007), são passos que se dão em
qualquer rito.

Ainda no século XX aparece outro clássico de referência, Vítor Turner. Este concebe os
eventos conflitivos enquanto “drama social”. Os rituais aqui servem para resolver
conflitos e diminuir rivalidades (Rodolpho, 2004). Vítor Turner dedicou grande parte de
sua pesquisa aos processos rituais colocando o rito no interior dos processos rituais,
tornando possível compreender a profundidade da vida social.

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Para Émile Durkheim, os ritos são essencialmente momentos de efervescência
colectiva: as representações religiosas são representações colectivas que exprimem
realidades colectivas; os ritos são modos de agir que apenas aparecem no meio de
grupos unidos e que se destinam a suscitar, manter ou fazer renascer certos estados
mentais desses grupos (Durkheim, 1912).

Referir que, para Durkheim os ritos tem a finalidade de ligar o presente ao passado, o
individuo à comunidade, a função real de um rito consiste, não nos efeitos particulares e
definidos que ele parece visar, e através dos quais é geralmente caracterizado, mas
numa acção geral que, apesar de continuar sempre e em todo o lado semelhante a si
própria é, no entanto, susceptível de apresentar formas diferentes de acordo com as
circunstâncias, enfim, os ritos são, essencialmente, os meios pelos quais o grupo social
se reafirma periodicamente (Durkheim, 1912).

Marcel Mauss (1968) parte da noção de sagrado e de sacrifício que lhe parece ser o
operador do conhecimento dos ritos e dos mitos. Segundo este autor, a noção de
sacrifício está no centro da definição de rito. Visão esta que veio a ser prolongada por
Douglas (1971) reaproximando rito e acção simbólica eficaz, oferecendo assim uma
nova dimensão heurística para estudar os rituais contemporâneos. Douglas (1971) nota
no entanto, a estreiteza da definição dada ao rito, que acaba por ser assimilado
exclusivamente pelo campo religioso.

Para Douglas (1971) o termo “rito” é muitas vezes sinónimo de símbolo, e, nesta
acepção, vamos poder classificar gestos do quotidiano, desde que signifiquem outra
coisa além do que são ou fazem, tal como Marcel Mauss dizia a respeito do rito. Há rito
onde se produz sentido (Segalen, 2000).

Para Segalen (2000) o ritual reconhece-se como sendo o fruto de uma aprendizagem,
implicando a continuidade das gerações, dos grupos etários ou dos grupos sociais em
que se produz. A mesma autora afirma que, o rito é uma linguagem eficaz no sentido em
que age na realidade social, de onde se deduz que não se pode fazer rito seja com o que
for, que é necessário apoiar-se em símbolos reconhecidos pela colectividade, como nota
Isambert (1979) que comenta a propósito de ritos religiosos, o facto de a comunhão não
poder ser dada a partir de pão vulgar, ou em taças de plástico, etc.

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Entretanto, Segalen (2000) ao fazer a análise dos rituais na sociedade moderna, alerta
para que se evite dois obstáculos: o de fortalecer a ideia de uma certa diminuição dos
rituais nas sociedades modernas e o de ver os rituais em todo o lado.

Segundo esta autora, por um lado, a ideia de diminuição de rituais nos remete à ideia de
desritualização, isto é, extinção dos rituais, quando na sua óptica, os rituais não
desaparecem, mas sim tomam novas formas e se expandem por vários campos da
sociedade, não mais se pode falar de rituais somente ligados à religião, sendo que
reencontrámo-los no domínio do desporto, fora do trabalho (considerando o fora do
trabalho como festas de reforma, celebração de aniversários e de nascimentos de
crianças de empregados da empresa, etc.) (Segalen, 2000).

Para esta autora, o ritual reconhece-se como sendo o fruto de uma aprendizagem,
implicando a continuidade das gerações, dos grupos etários ou dos grupos sociais em
que se produz. E o rito é uma linguagem eficaz no sentido em que age na realidade
social, de onde se deduz que não se pode fazer rito seja com o que for, que é necessário
apoiar-se em símbolos reconhecidos pela colectividade (idem).

1.2 Principais ritos

Os ritos são classificados pelas finalidades, sendo ações. Tem a intenção de conseguir
algo, um bem sagrado. Entre os ritos destacam-se os de passagem, os mortuários e os
propiciatórios.

1.3 Ritos de passagem ou de iniciação

Existem em todas as religiões. Fazem referência a momentos decisivos que o indivíduo


não somente nasce, mas renasce ou se inicia em uma nova forma de ser e de agir.
“Iniciar-se é morrer para voltar a nascer” (CROATTO, 2001, p. 360). De modo geral, os
ritos de iniciação tentam expressar a passagem a uma nova forma de vida, religiosa e
social. Os ritos de iniciação mais típicos são os ligados com a passagem à vida adulta,
que indicam a capacidade de realizar as tarefas de adultos. Ritos de passagem são
aqueles que marcam momentos especiais, onde mudanças significativas ocorrem na
vida das pessoas. Os mais comuns são os ligados a nascimentos, a mortes, a casamentos
e a formaturas.

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1.4 Ritos mortuários

são acções simbólicas para significar a passagem desta vida para outro modo de ser. Os
ritos mortuários estão presentes em todas as sociedades e mesmo que compreendidos de
maneira diferente cumprem sua função nos diferentes grupos. A função do rito fúnebre
é sempre a mesma: facilitar a passagem para a outra vida, pois todos os indivíduos
sabem que a morte determina o fim da existência corporal. Na África, os antepassados
permanecem como tutores dos vivos, assim o culto aos mortos é muito importante, pois
é a reafirmação da imortalidade da Grande Família (os que já morreram, os vivos e os
que nascerão.

1.5 Ritos propiciatórios

são aqueles que tornam propício, que tem a função de atrair ou readquirir o favor ou a
boa vontade de um ser sobrenatural. É uma acção para agraciar essa divindade, para
aplacar a ira ou a justiça divina, para obter perdão da culpa entre outras. É a expiação
pelas faltas cometidas.

Os ritos propiciatórios favorecem, propiciam algo. Podem ser de oferendas e


expiatórios; influenciam uma divindade no sentido de se conseguir o que se pretende. O
rito expiatório é um ato de purificação das influências perniciosas, dos pecados, que
pode ser de pessoas ou de um lugar.

1.6 Ritos de Iniciação ou de Passagem na Sociedade Moçambicana

Ritos de iniciação são cerimónias de carácter tradicional e cultural praticado nas


sociedades africanas que visa preparar o adolescente para encarar a outra fase da vida,
isto é, a fase adulta.

Na sociedade moçambicana, os ritos de iniciação não se manifestam de maneira


homogénica. Eles variam de província para província, de região para região, de religião
para religião, e de sexo para sexo.

A sociedade tradicional em Moçambique pratica ritos de passagem de uma fase da vida


para outra preparando desta forma o adolescente a encarar os problemas que lhes
esperam nesse outro estádio da vida.

De todos ritos praticados pela Comunidade Tradicional, aqueles que consideremo-los


serem mais importante são os de circuncisão para os rapazes e os de iniciação feminina

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(emwali) realiza-se logo após a primeira puberdade feminina (1ª menstruação), o
adonzelamento da menina.

Nestas duas grandes cerimónias de grande importância para a organização da vida


futuro e inserção do jovem na vida comunitária, nem todas as tribos de Moçambique,
praticam da mesma forma, variando portanto de uma região para outra.

Em regra são os seguintes ritos praticados:

1.7 Ritos de Iniciação Masculina

Os ritos de iniciação masculina subscrevem-se em realização da circuncisão e todas a


ela inerentes durante o período de preparação e ensinando aos jovens tudo o que possa a
vir a encontrar na vida e que necessite conhecer para a luta. Alí, aprende-se a sofrer com
resignação todos os martírios que lhe infligirem bem como todas as durezas da vida e,
até, é-se-lhes ensinado a caçar.

No dia marcado, o jovem em companhia do seu padrinho partem para a mata, segurando
uma perna de galinha com uma shima de mapira ou milho que lhe é dado pela mãe.

Ao longo da caminhada para a mata, a marcha é interropida por um grupo de assaltantes


mascarados que gritam fortemente para assustar os garotos.

Quando já se aproximam do local escolhido pelo chefe tradicional no meio de uma


floresta o padrinho tapa-lhes os olhos e os tambores e apitos rufam para que lhe não oiça
os gritos dos outros circuncidados.

«Metem-lhes um pauzinho entre os dentes para melhor suportar as dores.

Nisto o Namuko aproxima-se do garoto a “relampago” e corta o perpucio do


circuncidado de uma só vez mesmo que não o atinge não repete.»

A navalha tradicional usada nesta operação é antes levada ao fogo para evitar infecções.
Depois da operação o namuko deita-lhes um remédio tradicional para cicatrizar a ferida.

Neste intervalo de tempo, até que a ferida cure o jovem é proibido de comer alimentos
salgados, segundo a tradição, infectaria a ferida. Neste período não pode, tomar banho e
nem tocar na água.

7
É raro que alguém morra por infecção mas quando alguém morre não se comunica a
família até acabar o período de incubação todo o grupo regressa a casa.

«A mãe fica a saber da notícia no de “Okuma aluka”, ressurgimento do jovem.»

Os jovens são ensinados durante os ritos as regras de ser bom esposo e pai de filhos :
conviver com as mulheres e tudo que refira da vida intima sexual, os seus tabus,
interdição de manter relações sexuais com mulheres da mesma linhagem, com uma
mulher menstruada ou a amamentar

2.2 Ritos de Iniciação Feminina

Uma rapariga só é reconhecida como ser completo depois de ter passado pelos ritos de
iniciação, estes tem como objectivo a formação de mulheres para enfrentar as múltiplas
tarefas do lar nos aspectos de uma futura esposa mãe e produtora de bens materiais em
benefício do marido e dos filhos. As mestras ensinam que a menstruação nada tem de
anormal, antes pelo ao contrário de que em breve pode procriar.

as raparigas menstruadas pela vez, são conduzidas a uma palhota, no meio do mato,
longe da povoação e ali entre cantigas,e prelecções sob de direcção de mestras idóneas,
aprendem tudo o que uma mulher deve saber nas suas relações com o outro sexo.
Durante o período de iniciação, que dura cerca de oito dias, as raparigas não podem ter
o menor contacto com estranho, mesmo do seu sexo excluindo o contacto obrigatório e
indispensável com as mestras. O ruído dos batuques , próprios das cerimónias ,
impedem que o viajante desprevenido se aproxime do recinto.

Findo estes rito, a palhota que as albergou ee queimada indo todas iniciadas banhar ao
rio próximo, vestindo-se depois, os seus panos mais vistosos e adornando-se com
missangas iniciadas de cores vivas.

Uma vez ali sentadas as raparigas iniciadas, cercadas pelas mulheres mais ou menos
abrias, um monótono canto, acompanhado em coro pelas outras mulheres, abordando no
canto assuntos eróticos e à medida que se vai entusiasmado no canto, vai-se despojando
dos panos até ficar nua, tapando teoricamente o sexo com uma tira de pano cerca de
dois centímetros de largura, suspensa atrás e a frente de um cinto de missangas. No
canto ensinam o seguinte às moças naquele estado de embriagada:

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 A mulher deve sempre limpar o sémen derramado pelo marido com as mãos,
depois das relações sexuais, nunca devendo para tal utilizar qualquer pano;
 Mostrar sempre o seu reconhecimento ao marido quando este lhe oferecer
qualquer presente (panos, missangas, etc.) despindo-se e facultando o coito;
 Nunca esconder do marido o estado da menstruação;
 Nunca cozinhar para o marido nem tocar em sal quando estiver menstruada, só o
podendo fazer depois da finda da menstruação e depois de ter tido relações
sexuais com o marido um a duas vezes.

2.3 Objectivos dos Ritos de passagem ou iniciação

O objectivo destas cerimónias é de preparar os rapazes e as raparigas para a vida


matrimonial e social e com o rito de iniciação os rapazes e as raparigas têm o acesso a
participação e ao conhecimento de certos mistérios.

2.4 Impacto dos ritos de iniciação no sistema educacional em Moçambique

A educação tradicional é uma educação não formal. Ela é dada a criança não lhe
permitindo individualizar-se do grupo, visava a formação da personalidade no sentido
de dependência no grupo através do desenvolvimento da sua consciência.

Entre os 7 e os 10 anos inicia-se a separação de sexos, o rapaz vive ao lado do pai,


enquanto a rapariga ao lado da mãe. É neste período que a criança começa
progressivamente a participar nas actividades produtivas da família. A medida que a
criança, a separação conforme sexos torna-se cada vez mais nítida, o rapaz começa a ser
integrado na intimidade dos homens, enquanto a rapariga, se mergulha no misterioso
mundo das mulheres.

Os ritos de iniciação têm lugar por volta dos 10/15 anos e são marcados por acções
educativas mais conscientes. É nessa altura que a educação dos jovens é confiada a
alguns membros designados pela comunidade, compreendendo os fundamentos da vida
social, os valores culturais, costumes e tradições.

Numa estreita ligação com os adultos, os adolescentes aprendem um ofício, são lhes
comunicado os principais segredos da família e da tribo. Assim, o adolescente forjado
na iniciação é um homem completo, ele tem da sua vida e da sua comunidade uma ideia
clara e corrente, sabre o que ou outros esperam e o que deles pode esperar.

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A educação tradicional dá ao jovem, um conjunto de conhecimentos utilitários que lhe
permitem enfrentar com eficácia e sem frustrações as dificuldades da vida futura.

Actualmente em Moçambique, a educação tradicional não existe no seu no seu estado


puro, apesar de continuar presente na comunidade. Ao nível das escolas,
particularmente nas zonas rurais a sua presença é notória nas crianças, nas quais se
verificam os valores tradicionais veiculados e defendidos pela família.

Por outro lado que se observa actualmente em grande parte dos jovens nas cidades ou
vilas, são inúmeros casos , de má conduta nas escolas, centros internatos e lares, falta de
ética, a aderência a atitudes imorais, o consumo de álcool e drogas, a prática de
criminalidade, as infidelidades conjugais, os divórcios ou ainda as insatisfações sexuais
dos casais devido a uma educação sexual deficiente, podem ser reflexo da decadência da
educação tradicional pura.

Com o reconhecimento e valorização da educação tradicional em Moçambique, o sector


de educação vem fazendo respeitar em algumas zonas, a periodização da realização dos
ritos de iniciação de acordo com as zonas, de modo a não chocar intimamente com o
calendário escolar tomando sempre em consideração e respeito que algumas crianças
devem participar nos ritos em pleno período escolar.

2.5 Aspectos positivos

 A circuncisão, devido a higiene pessoal que evita possíveis doenças de


transmissão sexual;
 Integração social e formação da pessoalidade do indivíduo;
 Educação cívica moral (respeito aos mais velhos, aos lugares sagrados, aos
mortos);
 Educação sexual e matrimonial.

2.6 Aspectos negativos

Os procedimentos para o acto de circuncisão são demasiado dolorosos, aliado ao uso de


instrumentos cortantes não adequados;

O elevado risco de vida dos iniciados ao mergulhar na água, durante o isolamento ficam
a mercê dos animais ferozes e frio;

Preparação da mulher para total submissão ao marido, negando-lhe emancipação;


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 Educação ao homem para manifestação do poder autoritário;
 Não adequação do programa dos ritos de iniciação com o calendário escolar;
 Longo período de permanência nos ritos de iniciação para os rapazes;
 Separação dos trabalhos caseiros e outros por sexo;
 Limitação da dieta alimentar (não consumo de ovos, fígado, moela, etc.).

2.7 Factores que podem interferir nos ritos de iniciação

A educação tradicional em Moçambique através dos ritos de iniciação é complexo e


multiforme devido essencialmente o diverso culturas, como o ilustram as diferentes
línguas que abundam, alicerçado pela vastidão do seu território e influência de culturas
dos países vizinhos. Assim, podem ser apontados alguns factores que podem concorrer
negativamente para a manutenção dos traços culturais tradicionais originais:

Os valores culturais tradicionais são transmitidos de geração em geração através dos


mais velhos aos mais novos com base na capacidade de aprendizagem e transmissão via
oral de vido a escassez ou não existência de registos escritos. Em cada fase, cada tipo de
cultura vai se fragilizando, e a pouco e pouco a originalidade vai cedendo lugar a
inovações;

Os interesses relativos a convicções e crenças religiosas que pululam no país, na maioria


transportadas gratuitamente do estrangeiro;

O matrimónio conjugal entre uma pessoa que passou pelos ritos de iniciação com outra
que não passou pelo rito;

O impacto do desenvolvimento económico, sociocultural, que origina a movimentação


campo-cidade e vice-versa, devido a implantação de novos projectos de
desenvolvimento;

A actual preocupação do governo na divulgação do programa de prevenção e combate


as DTS/HIV/SIDA a todos os níveis e os cuidados básicos a ter em consideração para
não proliferação da doença orientando, por exemplo, aos procedimentos de utilização de
objectos cortantes, até aos médicos tradicionais;

A livre escolha de parceiro(a), para o casamento (Cristão – Muçulmano, Macua – Sena,


Maconde – Ronga, Nhungue – Machangana, Negro(a) – Branca(o), etc.).

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3. Cultura tradicional na sociedade em Moçambique

A sociedade tradicional de Moçambique, ao longo de séculos da sua permanência no


seu hábito pratica diversas actividades inerentes a sua cultura e ao seu próprio ambiente
que são transmitidas de geração em geração, cuja perpetuação chegou até aos nossos
dias. Essas actividades compreendem diversas secções como produtivas, educativas e
recreativas. Das actividades produtivas salienta-se a caça, (a primeira a aparecer e para
algumas tribos até hoje principal) a agricultura (que a mais importante de todas), o
artesanato, a olaria, o comércio, a indústria, pesca e navegação.

Das actividades educativas temos a oratura em todas suas manifestações de contos,


lendas, adágios, adivinhas, provérbios e ensinamentos, nas recreativas incluem-se as
danças a música, uma outra parte, é da medicina tradicional e da ciência oculta.

4. Regiosidade tradicional em Moçambique

Salvo raríssimas excepções, a sociedade tradicional em Moçambique, pratica uma única


religião: Ascentrolatria isto é, religião do culto dos antepassados defuntos.

Como os povos do mundo, a sociedade tradicional em Moçambique é profundamente


religiosa.

A religião consiste no culto dos manes, isto é, espírito dos mortos, acreditam no poder
dos espíritos dos seus antepassados, acreditam que são as almas dos mortos que andam
e que tem a influencia directa nas sua acções e na sua conduta, acreditam que o primeiro
progenitor da família ocupe no mundo invisível das treva lugar mais elevado da hierquia
do poder , entre todos os espíritos familiares.

Este culto dos antepassados que inicio na idade de pedra tenta levaro homem já penetrar
com as suas ideias religiosas os domínios de que para eles era incompreensível.

Esta religião pratica-se no Mipashelo pode ser pertoda sua habitação, no quintal ou no
bosque cerrado.

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Conclusão

Podemos concluir afirmando que dada suas características que a Antropologia é uma
ciência de extrema actualidade. Ela pode contribuir para o desenvolvimento dos nossos
seres humanos e dos povos. O resultado dos seus estudos e pesquisas ajuda na
superação de desequilíbrio e de tensões culturais. antropológicas também desenvolvem,
para responder face a esse desenvolvimento.
Contudo, formulara-se diversos paradigmas voltados à compreensão da cultura e de sua
influência no comportamento humano. Analisando as diferenças e semelhanças
existentes neste contexto do comportamento humano e elaborar propostas de acções que
busquem transformar a realidade

Os símbolos ( rituais) são realidades físicas ou sensoriais às quais os indivíduos


atribuem valores ou significados específicos, representando ou implicando coisas
concretas ou abstractas.

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Bibliografia

IVALA, Z. Manual de Antropologia Cultural de Moçambique. Volume I. Nampula,


Universidade Rovuma, 2011.

NOBRE, J. O Desafio da Diversidade, Uma Introdução à Antropologia Cultural de


Moçambique. Universidade Rovuma, 2010.

BOLEO, Oliveira, Moçambique, Agencia geral do ultramar, Lisboa 1951

A . RITA Ferreira, Povos de Moçambique, História-cultural, Edições Afrontamento,


Porto 1975

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