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Trabalho de Didactica Da LP
Trabalho de Didactica Da LP
Trabalho de Didactica Da LP
Ana Segunda
Àmon Boris Jaime Xavier
Carlos Mendes
Eurico Ernesto
Elisa Assane
Delfina Geraldo
Guido Teodosio
Jafina Daudo
Maquinho Faustino Samanga
Rajabo Samihana
Rogério Fernando
Sonância Ferreira Daniel
Ensino de Leitura
Universidade Rovuma
2021
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Ana Segunda
Àmon Boris Jaime Xavier
Carlos Mendes
Eurico Ernesto
Elisa Assane
Delfina Geraldo
Guido Teodosio
Jafina Daudo
Maquinho Faustino Samanga
Rajabo Samihana
Rogério Fernando
Sonância Ferreira Daniel
Ensino de Leitura
Universidade Rovuma
2021
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Índice
1. Introdução...............................................................................................................3
8. Conclusão.............................................................................................................26
9. Referências Bibliográficas....................................................................................27
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1. Introdução
No presente trabalho, fazer-se-á a descrição sobre o ensino-aprendizagem da leitura, os
métodos a usar durante o ensino de Leitura e procedimentos da fase preparatória, em
que se destacam as habilidades ligadas à leitura e à escrita (percepção visual, auditiva e
motora, grafismos).
Desta forma, o professor poderá compreender melhor o seu aluno por forma a corrigir
caso seja necessário. Um dos grandes problemas da escola é a falta de valorização da
língua ou da variedade que o aluno traz de casa. A língua que a criança traz de casa é
importante, quer dizer, é através dela que a criança pensa e organiza o seu
conhecimento.
Os livros dos alunos tanto do ensino primário quanto do ensino secundário não dão
valor à questão “variação”, ficando a convicção de que se fala PE. “É preciso estimular
um interesse maior por todas as pronúncias e dialectos de uma língua. Estamos falando
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sobre aceitar a variedade de forma que uma língua assume de um ponto do país a outro”
(CRYSTAL, 2005, p.138).
O ensino da língua portuguesa “tem se pautado usualmente em uma visão que supõe a
língua como uma realidade estática (= as regras que dizem como a língua funciona e
como ela deve funcionar valiam ontem, valem hoje e valerão amanhã – são atemporais)
” (BERLINCK, 2012, p.2).
É por isso que alguns linguistas, como é o caso de Ngunga (2007), Lopes (1997) e
Ngunga, Nhongo, Langa et al. (2010), Patel e Cavalcanti (2013) e o historiador Ki-
Zerbo (2006) defendem a educação bilíngue, que pode ser uma “bóia de salvação”
frente à fraca qualidade de ensino ou às reprovações “em massa” que se verificam um
pouco pelo país provocados pelo fraco domínio do português. Ki-Zerbo (2006, p.72)
discute que para “repensar o estado, a partir da natureza plurinacional das sociedades,
seria necessário [...] regressar à alfabetização e à educação nas línguas maternas”. A LP
é uma disciplina estudada em paralelo com a Matemática, as Ciências Naturais, a
Geografia, a Biologia entre muitas outras.
É considerada disciplina básica e o aluno não transita para a classe seguinte, caso não
consiga a nota média exigida em LP. Para Bagno (2008) a “norma culta é determinada
pelas academias de cada país”, quer dizer, é artificial e não está moldada segundo a
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Falta o que Castilho (2010) designa por norma pedagógica que é uma mistura do
realismo com o ideológico em matéria de fenómenos linguísticos, porque “admitisse
hoje que os falantes de uma língua operam com uma variedade de gramáticas, de acordo
com a situação linguística particular em que estão envolvidos” (CASTILHO, 2010,
pp.90-91).
Dias relembra que o mais difícil não é o professor ensinar a norma-padrão, mas é o
aluno (e o próprio professor) usar tal norma. Assistimos muitas vezes as aulas em que o
professor tem plena consciência dos erros e está a dizer aos alunos para não usarem
elemento linguístico, mas no seu próprio discurso ele está a cometer tal erro. O pior é
quando o professor corrige algo que o aluno disse certo, como por exemplo, a correcção
que alguns professores estão a fazer da palavra avô. Alguns professores dizem que se
pronuncia [avu] /avu/, porque a palavra avô tem um acento circunflexo e é necessário
fechar a vogal (DIAS, 2009, p.411).
Estes exemplos apontados por Dias (2002b) ilustram a polémica constante existente
entre os professores, os alunos e o planeamento linguístico guiado pelo Ministério de
Educação de Moçambique. Esse debate escapa do meio escolar e atinge as médias em
geral. O preconceito gerado pela norma-padrão provém da “ideologia linguística da
norma” criada pelos políticos.
Moita Lopes (2013, p.23) mostra que “essa ideologia desampara sociolinguisticamente
aqueles que não dominam a língua considerada legítima”. Esse desamparo não só atinge
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aos alunos em sala de aula, mas também aos locutores de rádio, jornalistas, funcionários
enfim a sociedade em geral.
Quando Moçambique adoptou o português como língua oficial (em 1975) através da
Constituição, parecia que a expansão do português iria “correr às mil maravilhas” e sem
resistência. Lembra-se que no período colonial era obrigatório estudar a história,
geografia, e a cultura portuguesa, numa tentativa de formar novos portugueses em
território moçambicano, uma vez que Moçambique era uma província (Estado, no
contexto brasileiro) de Portugal. Os manuais eram feitos em Portugal e reflectiam uma
realidade bem distante do aluno moçambicano.
Como destaca Mattos e Silva (2004a,b). Cabe, portanto, ao ensino de português nas
séries escolares fazer os indivíduos perceberam que a aquisição é um processo contínuo
de conhecimento e de reconhecimento da multiplicidade de manifestações possíveis da
sua língua - desde os extremos dos usos populares aos externos dos usos académicos,
perpassando por eles as variedades regionais – e que poderão dar a qualquer um o poder
que todos têm o direito de ter sobre a língua materna. (MATTOS; SILVA, 2004a, p.36).
Cabe ao professor moçambicano, em todos níveis e ciclos de ensino, fazer o que Bagno
(2013, p.175) designa por reeducação linguística. O que significa isso? Seria “promover
a auto-estima linguística dos alunos e das alunas, dizer-lhes que eles sabem português e
que a escola vai ajudar a desenvolver ainda mais esse saber.” As correcções constantes e
persistentes com relação à variedade do aluno ou da aluna provocam timidez,
desaprovação, preconceito e desânimo.
Alguns professores chegam a leccionar três turmas por dia. Para melhor entender, é
necessário explicar que a maioria das escolas tem três turnos, que respeitam o seguinte
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horário: das 6h30 às 10h30, das 10h30 às 13h20 e finalmente das 13h30 às 17h10. O
tempo de contacto entre o professor e aluno é muito curto, o que faz com que o aluno
não tenha tempo para progredir. Pior ainda é que no seio familiar, este aluno fala outras
línguas africanas. Os alunos do ensino primário enfrentam todo tipo de dificuldade na
sua aprendizagem. As infra-estruturas são precárias. Muitas escolas, principalmente nas
zonas rurais os alunos percorrem muitos quilómetros para encontrar uma escola. Muitas
delas não possuem salas e há falta de materiais do tipo: livro, lápis, caderno entre
outros. O estado só garante o livro escolar e que muitas vezes esse livro não chega para
todos alunos.
Por conseguinte, são os meios onde a criança é inserida que devem ser estimulantes,
tornando as interacções ricas, pois será o reflexo da qualidade destas interacções que se
manifestará nos diversos domínios linguísticos, quer ao nível de vocabulário, quer ao
nível de regras específicas de uso da língua.
Em função do acima descrito, Sim-Sim (1998) sublinha que “deverá ser um objectivo
primordial do sistema educativo permitir e encorajar cada criança a usar a língua com o
máximo de eficácia, quando fala, ouve falar, escreve e lê” (p. 31). Por esta razão, deve
ser principal preocupação por parte do professor o desenvolvimento do potencial
criativo dos alunos, onde o desenvolvimento da linguagem funcionará como pilar
fundamental, pois a linguagem é posteriormente trabalhada através da leitura e é nestas
actividades que se irão cruzar exercícios relativos ao tratamento da língua que, por sua
vez, serão uma mais-valia no processo de ensino/aprendizagem no 1.º Ciclo do Ensino
Básico.
A leitura e a escrita são usos secundários da língua, pois a aprendizagem da leitura está
dependente do conhecimento da língua já adquirido, e para o reconhecimento e
decifração da palavra escrita, quanto mais amplo for o conhecimento lexical da criança
mais fácil será a aprendizagem da decifração.
Para aprender a leer, los niños han de descubrir las formas de utilizar
la lectura para conseguir sus propósitos y satisfacer sus intereses. Si el
lenguaje escrito tiene sentido para ellos, aprenderán del mismo modo
que antes aprendieron a emplear el lenguaje hablado.” (Smith, 1990,
p. 170).
aprendizagens que irão ser úteis na contínua frequência escolar e na própria vida do
aluno.
Gaitas (2013) afirma que o “contacto com textos reais desde o início da escolaridade
permite desenvolver o conhecimento de que ler e escrever não são actividades de
codificação/descodificação mas sim actividades de comunicação e construção de
significados” (p. 14). Ou seja, experiências positivas orais e linguísticas no pré-escolar,
conduzem a um desenvolvimento de competências fonológicas necessárias à
aprendizagem da leitura.
Segundo Cary, & Verghaeghe (citados por Teles, 2012) “É necessário activar e
relacionar os diversos subsistemas cognitivos, que não foram seleccionados para o
processo evolucionista da leitura.” (p. 1096). A linguagem escrita foi inventada pelo
homem, e ao contrário da linguagem falada, não segue um processo biológico, os
códigos da escrita não são aprendidos naturalmente, necessitam de ser ensinados
explicitamente. Posto isto, percepciona-se que para aprender a ler a escrita alfabética é
necessário tornar claro e consciente, o que na linguagem oral é um processo cognitivo
implícito.
Silva (2012) menciona que o cérebro é a base de trabalho da pedagogia, pois é essencial
compreender o seu funcionamento para se saber ensinar. Se formos conhecedores da
forma como o cérebro recebe os estímulos, vamos saber como se 9 estabelecem as redes
neurais para que o processo de aprendizagem e da consolidação da memória sejam
efectuados com sucesso.
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Pereira (2011) afirma ainda que a função que os neurónios desempenham na aquisição
das competências da leitura e da escrita é muito importante: receber os estímulos,
responder, descodificá-los e armazená-los, transformando-os em informação, ou seja, no
caso específico destas aquisições, os estímulos que lhes são dados são o conhecimento
das letras, dando aos alunos as indicações que necessitam para as usar correctamente.
Eles por sua vez, interiorizam esta informação, treinam o uso das letras e dá-se assim a
aquisição da leitura e da escrita.
Por sua vez o hemisfério direito é responsável pelo pensamento simbólico, pela fantasia,
criatividade e pela imagem. Enquanto no hemisfério esquerdo se faz o processamento e
produção da fala, neste procede-se ao entendimento da linguagem, ou seja, à
contextualização do discurso.
Desta forma, será possível aumentar a quantidade e qualidade das conexões sinápticas
provocando uma boa actividade cerebral, com bons resultados no processo de
aprendizagem. É por isso importante que os docentes sejam conhecedores e capazes de
percepcionar se os métodos que utilizam para a aprendizagem da leitura e da escrita
despertam processos cognitivos ligados à entrada de informação e à compreensão da
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mesma, bem como à sua memorização para posterior utilização adequada. Tendo em
conta todos estes aspectos, e sendo o foco da nossa investigação, tornou-se fundamental
reflectir sobre os métodos que permitem estimular e desenvolver esta mesma
aprendizagem, que se tratará no ponto seguinte.
Segundo Trindade (1990), ensinar significa transmitir alguma coisa a alguém, implica
uma relação interpessoal, considerando em primeiro lugar os que serão ensinados. Para
a definição correcta deste processo deve ser definido objectivo, conteúdo e forma,
garantindo eficácia e resultados, exigindo que todo o ato de ensinar condiga o facto de
se ter efectivamente aprendido. Antes de mais, é necessário definir o conceito de
método.
Alguns autores, como Galliano (1979), defendem que método é um “(…) conjunto de
etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no
estudo de uma ciência ou para alcançar determinado fim.” (p. 6).
Existem vários métodos para a alfabetização, aprendizagem das letras e junção das
mesmas, mas é escassa a existência de livros de alfabetização que contenham uma
organização metodológica a fim de orientar professores e crianças envolvidos neste
processo.
Segundo Dias (2013) vários professores adaptam métodos e ferramentas utilizadas para
o ensino da alfabetização, e cabe aos mesmos ter várias ferramentas para ensinar os
alunos a ler e a escrever, da palavra à letra, da letra à palavra, passando pelas sílabas,
chegando à construção de frases e textos com os conhecimentos necessários adquiridos.
É fundamental que, durante a sua formação (inicial e contínua), o professor tenha direito
a uma formação especializada no ensino da leitura da leitura e da escrita, com base na
teoria escrita e através da experimentação para que assim lhe seja possível percepcionar
e sustentar as suas opções metodológicas de ensino.
Para que o processo de ensino/aprendizagem seja positivo na sua prática docente, este
deve ter uma noção concreta dos diferentes métodos de iniciação à leitura e à escrita e
das respectivas estratégias indicadas para cada um deles. É ainda imprescindível ter em
conta o grupo de alunos, a individualidade e singularidade de cada um, pois toda a
criança tem já uma vida psicológica assinalada por determinadas experiências, vive num
meio que desempenha um papel importante na motivação da aprendizagem, tem, no seu
plano intelectual, um número de possibilidades mais ou menos elevado.
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Sá (2004) faz referência à existência de duas grandes linhas pelas quais se orienta o
processo de ensino-aprendizagem da leitura. Uma das concepções de
ensino/aprendizagem da leitura em prática nas nossas escolas considera essencialmente
a aprendizagem dos símbolos fonéticos, a identificação dos seus valores e a associação
mecânica desses valores entre si, conduzindo à constituição de palavras, enquanto a
outra valoriza essencialmente a associação entre a leitura e o sentido e entre o
pensamento escrito, ao qual se tem acesso através da leitura, e as suas próprias
vivências.
Não obstante, é evidente que estas concepções são ambas úteis e se complementam. É
importante ter em conta estes dois aspectos, para conseguir que esta aprendizagem se
faça correctamente, levando as crianças a compreender o que lêem.
Já de acordo com Brito (citado por Amaro, 2010), muitas das vezes não é o programa
que determina a prática e o método utilizado pelo professor, mas sim o manual escolar.
Este torna-se um instrumento “poderoso” que influencia a prática pedagógica a seguir a
mesma linha adoptada pelo livro, tornando o conteúdo deste a única realidade dos
alunos.
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Segundo Morais (1997), o grande debate dos métodos está presente no nosso país há
mais de um século, baseando-se essencialmente nas duas posturas históricas que dizem
respeito à iniciação da leitura e da escrita:
Referem-se ainda a existência dos Métodos Mistos, diz-nos Amaro (2010) que estes
consistem “numa combinação dos outros dois com vista a melhorar a aplicação de
qualquer daqueles” (p. 43). 15 Posto isto, é feita agora uma breve descrição das
características básicas da aplicação dos diferentes métodos, fazendo referência a qual
dos processos referidos anteriormente lhes está implícito.
Na óptica de Amaro (2010), o Método Sintético é o método mais antigo. Este tem vindo
a ser utilizado desde a antiguidade clássica e consiste no ensino partindo da letra
(abstracto), passando para as sílabas, palavras isoladas, seguindo para a frase (concreto)
e terminando nos textos. Este é seguido por um processo de decifração no qual os
alunos, após o reconhecimento das correspondências grafema/fonema, são capazes de
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fazer o encadeamento das letras para formar sílabas, das sílabas para formar palavras e
dessas palavras formar frases.
O método sintético pode ser dividido em três tipos: o alfabético, o fónico e o silábico.
No alfabético, o aluno conhece e aprende as letras, depois forma as sílabas juntando as
consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto. No
fónico, ou também conhecido por fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o
som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, o
estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras. É neste método que são
utilizadas as cartilhas para orientar os alunos e professores durante a aprendizagem,
apresentando um fonema e seu grafema correspondente, evitando confusões auditivas e
visuais.
Tendo em conta o que nos diz Visvanathan (2010), a aplicação deste método não
apresenta grandes dificuldades, pois é simples e segue uma estrutura lógica, isto porque
a leitura das sílabas nas palavras são lidas como elementos simples e não compostos. No
entanto, na aplicação deste método, é exigido aos alunos um esforço de memorização.
Devido a este esforço, por vezes nota-se uma perda de interesse por parte dos alunos,
pois é bastante repetitivo e não dá grande oportunidade de criação à criança. O Método
João de Deus é o método que apresenta uma forma progressiva e correcta do ponto de
vista pedagógico das dificuldades da língua portuguesa. Este método é apoiado por um
suporte físico conhecido como a Cartilha Maternal de João de Deus, que está dividido
em várias lições e em cada uma está representada uma letra consoante e estão reunidos
os seus diferentes valores, estas estão ordenadas em função do seu 16 número de
valores, sendo ensinadas primeiro as que correspondem foneticamente àquelas que só
têm uma leitura, um valor, um som.
Esta metodologia beneficia e estimula a criança, uma vez que parte do mais simples
para o mais complexo. Inicialmente, são apresentadas as vogais e em seguida as
consoantes “certas”, e só depois do domínio destas é que são apresentadas à criança as
consoantes “incertas”, o que permite relacionar conhecimentos anteriores e descobrir
por si que a posição da letra na palavra, ou a sua envolvência, determina o seu valor
sonoro, que a diferencia de uma parecida mas não igual.
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Este método tem como unidade principal da leitura a palavra, como elemento
estruturante essencial, e numa atitude construtivista de descoberta de valores e regras
que levam à descodificação e à compreensão leitora, de uma forma consciente e
significativa. A apresentação das palavras na cartilha é feita de forma segmentada
silabicamente, recorrendo ao uso do preto/cinzento para dividir a palavra mas sem
quebrar a sua unidade, recusando desta forma tratar as sílabas independentemente das
palavras em que estão inseridas, permitindo ensinar o código alfabético num contexto
de leitura com significado. Esta técnica e o uso das mnemónicas utilizando palavras e
frases em verso são duas das principais linhas que caracterizam o método. Todo o
processo é apresentado à criança como que em forma de jogo que vai progredindo de
uma forma construtivista. (Morais, 2012).
Posto isto, é necessário mencionar que este método é explorado a partir de quatro
elementos: A formação do gosto e do ritmo: através do gesto e do canto, investe-se na
psicomotricidade, permitindo desenvolver a maturação do campo sensorial da criança, o
domínio do movimento e a harmonização do gesto;
Ditado: as crianças, após ouvirem a palavra ditada pelo professor, fazem o gesto
correspondente à letra (ou letras) formando assim a palavra;
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O Método Analítico ou Global, que, é assim chamado pois é um método que parte da
palavra, frase ou conto, sendo estes considerados como unidade, que será dividida em
elementos mais básicos. Importa referir que o método global utiliza uma pedagogia
activa, ou seja, a criança é o principal agente da sua aprendizagem (Amaro, 2010).
Ainda segundo Amaro (2010), este método pode ser dividido em palavração,
sentenciação ou global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra, o
primeiro contacto é com os vocábulos, numa sequência que engloba todos os sons da
língua, e, depois da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das
frases. Na sentenciação, a unidade inicial da aprendizagem é a frase, que é depois
dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no
global, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e
fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da
criança.
O Método das palavras, que é considerado um método analítico, na sua aplicação vai
partir da palavra, como um todo, sem analisar previamente os seus elementos. Neste
método são apresentadas palavras, que seguem uma ordem lógica, e vão sendo lidas e
escritas pelos alunos e, mais tarde, analisadas apenas até à sílaba. Posteriormente, a
palavra é dividida em sílabas, e a etapa seguinte será a reordenação das sílabas,
realizada pelos alunos, de modo a que as palavras voltem a ficar na sua forma original.
Quando os alunos estão familiarizados com as três primeiras palavras, cabe ao professor
decompô-las de forma a chegar às vogais. O método das palavras é bastante produtivo e
eficaz, quando os alunos revelam algumas dificuldades na aprendizagem, pois todas as
palavras presentes neste são de uso do quotidiano da criança, e partindo do concreto que
eles já conhecem, a aquisição tem um maior sucesso.
Na iniciação à leitura e escrita, não são utilizados os livros com histórias, mas sim
algumas frases que vão sendo escritas no quadro pelo professor, de acordo com os
interesses dos alunos. Estas frases vão sendo “recolhidas” em conversas espontâneas
entre os mesmos. A partir destas conversas, vão surgindo outras actividades, tais como:
ilustrações, diálogos, o uso do dicionário, entre outras.
No entanto, importa mencionar que são estes pequenos textos que formam o livro que,
posteriormente, será objecto de estudo da turma. Posto isto, podemos considerar que “o
método natural é, sem dúvida, um dos mais educativos, pois permite que cada criança
aprenda a ler à sua maneira, através de experiências pessoais, que a levam a utilizar
directamente na vida o que lê e o que escreve,” (Froissart, 1976, p. 71).
Assim sendo, os métodos mistos surgiram tentando fazer uma integração do método
sintético e do método global, de modo a que tanto a análise como a síntese fossem
perspectivadas como processos contínuos. (Amaro, 2010).
É nesta vertente dos métodos mistos que surge o Método Analítico-Sintético, tão
utilizado na actualidade, pois está presente na maioria dos manuais escolares destinados
ao 1.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Este pode ser aplicado de duas formas:
partindo de palavras ou frases, passando para a análise dos elementos que compõe as
22
Outra das formas de aplicação, é a que parte das vogais, que são associadas em seguida
às consoantes, formando sílabas, que combinadas originam as palavras, vindo esta
forma a revelar o processo sintético, que por sua vez vai nomear o método como o
Método Analítico sintético de orientação Sintética.
Ainda segundo Soares (2000) neste método os alunos ajudam o professor a direccionar
o seu trabalho de modo a encontrar finalidades e estratégias que orientem à produção de
tipos de escrita e de leitura diversificados. Tendo em conta todo o enquadramento
23
De acordo com Ferreira e Dias (2002, p. 44): O professor, nesta perspectiva, apresenta-
se como aquele que confere um modelo de leitura para o aluno-leitor, servindo-lhe de
espelho, especialmente quando os pais deste aluno não desenvolveram uma atitude
positiva frente a leitura nem encorajam este tipo de atitude em seus filhos. (grifo meu)
Se o professor deve ser considerado como espelho para o aluno, implica que o professor
também tenha suas práticas leitoras e que as coloque a serviço dos alunos no quotidiano
da sala de aula.
Foucault (1986, p. 56) diz ainda que, o discurso não é um contrato entre a língua e uma
realidade, e que ao serem analisados, se desfazem “os laços aparentemente tão fortes
entre as palavras e as coisas”, que destacam um conjunto de regras, que são próprias da
prática discursiva.
A teoria de Foucault ajudará na análise dos discursos dos professores sujeitos desta
pesquisa, à medida que dá suporte teórico para se chegar a um consenso das entrevistas
colectadas a fim de constatar a hipótese primária. O sujeito social do discurso aqui é o
professor e o objecto da pesquisa, o seu discurso, colectado através de entrevista
facilitada por questionário preestabelecido.
Nos baseamos em Foucault (1986), quando fala da autonomia do discurso e deste como
prática social, para isto é necessário trabalhar exaustivamente o dito, deixando de lado
as interpretações inferenciais, que podem remeter à falsas interpretações, porém sem
esquecer, do que Foucault chama de interdiscurso, ou seja, as outras margens do
discurso, o dito no não dito. Leitura, antes de qualquer coisa é um processo de
interlocução, o imaginário pessoal e colectivo se desenvolve a partir do convívio com o
grupo social e por força das experiências prévias de mundo de cada um. Leitura e escrita
apresentam, evidentemente, características que demandam uma preocupação linguística
e pedagógica, e dessa forma a escola precisa, sem dúvida alguma, além de trabalhar a
fruição, cuidar dos modos de produção da leitura e da forma pela qual o indivíduo
constrói sua actividade de leitor. Fazer tudo isso é preciso sim, se desvencilhar dos
paradigmas que marcam boa parte das actividades didácticas formais. Podemos afirmar
que os professores não são leitores? Parece que a afirmação de que o professor não lê, já
se tornou banal e senso comum, fazendo parte da própria imagem do professor. Porém o
que é considerado leitura? Somente a leitura do texto literário? É preciso então definir
inclusive, o que é ser leitor e que tipo de leitura está falando.
25
Porém nesta pesquisa estamos falando do professor e faz-se necessário investigar que
leituras efectivas esses professores fazem.
Segundo Galvão (2001, p. 77), se tornou lugar-comum afirmar que os professores não
lêem. Essa afirmação parte do que se espera que eles leiam e quais leituras são
consideradas legítimas pela sociedade letrada. Antes de responder a essas questões, é
leviano afirmar categoricamente que os professores não lêem. Por outro lado, não
podemos fechar os olhos para o quadro de leitura do país e não enxergar as claras
deficiências do ensino de leitura e se essas encontram no professor ou no próprio
sistema educacional, que são baseadas em pesquisas do MEC e de outras instituições,
vistas nos vários trabalhos apresentados em Congressos e eventos pelo país. Para
investigar essa problemática dividimos a pesquisa em duas visões especificas, a imagem
que o professor tem do aluno leitor, e isso traz reflexões sobre o seu trabalho em sala de
aula e que imagem o professor tem dele mesmo enquanto leitor, trazendo reflexões
sobre a capacidade dele de motivar os seus alunos para a leitura.
26
8. Conclusão
A leitura silenciosa avalia o nível de compreensão do texto lido, ao passo que a leitura
oral avalia as pausas (respeito à pontuação), entoação, a dicção, o ritmo...
Ler é algo pouco praticado pelas pessoas, coisa que não devia acontecer, pois a leitura
faz-nos aprender e aperfeiçoar ideias; contribui também para o raciocínio lógico e
rápido.
A leitura deve fazer parte da vida de todos nós. Ela enriquece o nosso vocabulário e, o
mais importante, ensina-nos a comunicar com mais eficiência; ajuda a desenvolver a
capacidade de argumentar, estimula a criatividade, incentiva a reflexão, forma opiniões,
facilita na correcção gramatical e faz com que escrevamos bem.
A leitura estimula os pensamentos abstractos e a imaginação, a leitura leva-nos a um
mundo diferente, sem falar no desenvolvimento do nosso potencial para as tarefas do
dia.
O discurso sobre leitura sempre recai sobre as mesmas máximas, que de tanto serem
repetidas acabaram se transformando de velha ladainha em oração: “o aluno não lê; o
aluno não gosta de ler”. Esse discurso, ao mesmo tempo em que generaliza o ensino da
leitura e as práticas leitoras, também atribui uma caricatura ao ensino da leitura, de
ineficiência e muitas vezes de impotência diante de tal quadro.
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9. Referências Bibliográficas
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competências no 1.º ciclo do ensino básico. (Dissertação de Mestrado de 2º Ciclo em
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Tuckman, B. (2000). Manual de Investigação em Educação. Lisboa: Fundação Calouste
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