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Slides de Aula - Unidade II

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UNIDADE II

Recursos Materiais
e Patrimoniais

Prof. Herbert Espuny


Gestão de Estoques

 A gestão de estoques tem por objetivo fazer os registros, estabelecer a


fiscalização e controlar a entrada e saída dos produtos, seja numa indústria ou
num estabelecimento varejista. Preocupa-se tanto com os materiais que serão
utilizados para a fabricação (matéria-prima) quanto com as mercadorias
que serão vendidas (OLIVEIRA, SILVA, pp.2-3).
Gestão de Estoques

Segundo esses autores, as principais funções do estoque são:

 garantir o abastecimento de materiais à empresa, prevenindo possíveis demoras


de fornecimento, problemas originados em sazonalidades, entre outros;

 proporcionar economias através de compras adequadas, pela eficiência no


atendimento às necessidades ou outras razões do próprio processo produtivo.
Gestão de Estoques

 A utilização de estoques sempre será uma questão controversa, na medida em


que as organizações discutem a utilização de ferramentas como Just In Time,
conforme foi abordado na unidade anterior. Contudo, há situações em que a
manutenção de certo estoque pode ser estratégica para a organização.

 Tadeu e Rocha (2017, p.15) avaliam que há vantagens e desvantagens


na utilização de estoques e que isso está vinculado às “necessidades,
capacidades e restrições reais da empresa, ou seja, sua condição atual
de operações”.
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

 Quantidade de produtos (matérias-primas para a produção ou mercadorias


prontas para serem comercializadas) necessária para que o gestor evite
riscos operacionais.
 Autores como Pozo (2010, pp. 55-62) citam vários
métodos de cálculos para o estoque de segurança. Há
alguns bem complexos, como o Método com Grau de
Atendimento Definitivo (MGAD). Contudo, o gestor pode
se utilizar de um modelo mais simples, baseado num fator
de risco observável no mercado, que é o Método do Grau
de Risco (MGR). Claro que se a organização trabalhar
com produtos de alto valor agregado ou de grande
complexidade, o gestor deverá implantar métodos
mais precisos.
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

 Outro método bastante simples é aquele que calcula em função do histórico de


consumo: o estoque mínimo é calculado com a multiplicação entre a diferença do
consumo máximo e o consumo médio de determinado período pelo tempo de
ressuprimento (HARA, 2012, p.87).
 Outros autores preferem um cálculo bastante simplificado, que leve em conta tão
somente a demanda e o tempo de espera (lead time para o fornecimento).
Observe a seguinte fórmula:
 ES = DMD X TE
Ou seja:
 ES = Estoque de Segurança
 DMD = Demanda Média Diária
 TE = Tempo de Entrega (em dias)
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

Exemplos:
a) Uma empresa qualquer produz 200 produtos por dia e os vende no mesmo dia.
O tempo de entrega das matérias-primas para confeccionar cada um desses
produtos é de 3 dias. Qual seria o estoque mínimo recomendado?
 ES = DMD X TE
 ES = 200 X 3
 ES = 600
 Resposta: O Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo seria de 600 produtos.
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

b) Uma empresa vende 300 produtos por dia. Trata-se de um varejista que compra
no atacado esses produtos de um distribuidor. Considerando que o distribuidor
demora 10 dias para entregar as encomendas para o varejista, qual seria o
estoque de segurança recomendado?
 ES = DMD X TE
 ES = 300 X 10
 ES = 3000
 Resposta: O Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo seria de 3000 produtos.
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

 Nem sempre o gestor deve se basear nas margens da fórmula recomendada.


Ávilla (2015) fornece um exemplo bastante pertinente, com a representação gráfica
do estoque de segurança.
 A lógica para entender o estoque mínimo é simples. No gráfico a seguir você vai
ver que o eixo x (horizontal) corresponde ao tempo e que o eixo y (vertical)
corresponde à quantidade em estoque de determinado produto. Vamos dizer que
estamos falando aqui de uma loja de roupas e que esse seja o gráfico de estoque
mínimo de bonés.
Vamos ver alguns dados:  Estoque máximo: 200 bonés
 Estoque médio (ou mínimo): 150 bonés
 Estoque de reserva: 100
 Prazo de abastecimento: 5 dias
 Prazo de renovação: 8 dias
 Vendas diárias: 10 bonés
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

Quantidade em estoque

200 EMáx Estoque Máximo


Q Q Q
Pedido Pedido Pedido

150 EMe Estoque Médio

Figura 9: Gráfico Estoques


Fonte: Adaptado de Ávilla (2015).
100 ER Estoque de Reserva
Recebimento Recebimento Recebimento Recebimento

0
Prazo de Prazo de Tempo
renovação abastecimento
8 dias 5 dias
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

Dois outros conceitos foram agregados neste exemplo que o autor esclarece:

 Prazo de abastecimento: é o tempo de reposição de itens entre o pedido realizado,


a entrega, o recebimento e os procedimentos finais para deixar o item disponível
para uso ou venda. Também é conhecido como lead time.

 Estoque máximo: vai variar de acordo com o espaço para


armazenamento disponível, o custo de ter o estoque,
prazo de validade e cuidados especiais necessários.
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

Observando o gráfico (figura 8), o autor comenta:

 Observe que em um mundo ideal e com vendas constantes, teríamos o processo


se repetindo continuamente. A partir do momento do primeiro recebimento de 80
bonés, o nosso estoque sobe de 100 para 180 bonés. Depois de 3 dias
(e vendendo 30 bonés nesse período), atingimos 150 bonés, que é o nosso
estoque mínimo, também conhecido como o ponto de pedido. Nesse momento
uma nova remessa é solicitada para os fornecedores.
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

 Como o prazo de entrega é de 5 dias (50 bonés vendidos), veja que o nosso
estoque sai de 150 até chegar a 100. Nesse momento acaba ocorrendo mais uma
reposição e o estoque volta para os 180 bonés. A partir desse ponto, no gráfico,
tudo se repetirá normalmente (já na vida real, sabemos que essas linhas não
seriam tão uniformes).
Gestão de Estoques – Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo

 No exemplo apresentado, o tempo total de reposição é de oito dias, considerando


que o comerciante faz o pedido e 3 dias depois recebe o pedido de reposição.
Contudo, o tempo que o mesmo espera para o recebimento é de 5 dias. No total,
ao longo de 8 dias ele já vendeu 80 bonés. Observe que, nesse caso,
o estoque mínimo ou de segurança será de 150 bonés, 70 a mais do que a fórmula
inicial estipula ou quase duas vezes a quantidade vendida durante o prazo de
reposição (80 unidades = 10 vendas ao dia X 8 dias).

 As organizações podem estabelecer margens


de segurança adequadas de acordo com
o contexto em que estiverem inseridas.
Interatividade

A gestão de estoques tem por objetivo:


I. Estabelecer fiscalização das atividades.
II. Controlar a entrada e saída dos produtos.
III. Garantir o abastecimento de materiais à empresa.

Estão corretas as afirmativas:


a) I, II e III.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e II.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Resposta

A gestão de estoques tem por objetivo:


I. Estabelecer fiscalização das atividades.
II. Controlar a entrada e saída dos produtos.
III. Garantir o abastecimento de materiais à empresa.

Estão corretas as afirmativas:


a) I, II e III.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e II.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Gestão de Estoques – Tipos de Estoque

Pozo (2010, pp.30) estabelece 5 tipos de estoque. Podem ser mantidos num mesmo
almoxarifado ou em almoxarifados diferentes. São eles:

 Matérias-primas: componentes que serão utilizados no processo de fabricação da


organização, que vão gerar o produto acabado. Por exemplo, uma chapa metálica
que será utilizada para fabricar um carro.
Gestão de Estoques – Tipos de Estoque

 Materiais auxiliares: materiais que ajudam na fabricação. Por exemplo,


óleos lubrificantes.
 Materiais de manutenção: peças que servem de apoio à manutenção geral. Por
exemplo, parafusos, pregos, ferramentas, entre outros.
 Materiais intermediários: conhecidos como peças em processos (WIP – Work in
Process). Constituem-se em produtos ainda não acabados. Por exemplo,
a carcaça de um veículo.
 Materiais acabados: estoque de produtos prontos.
Já podem ser enviados aos clientes. Por exemplo,
uma caixa de refrigerantes.
Gestão de Estoques – Tipos de Estoque

Fonte: http://www.imageafter.com/
image.php?image=b13objects015.jpg
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 A organização precisa e depende de seus estoques para que possua um bom


desempenho no mercado. A questão básica é a da competitividade. Uma empresa
competitiva deve ser capaz de oferecer produtos de qualidade com bons preços.
Cada setor da organização deve estar empenhado nesse objetivo.

Monks (1987 apud Hara, 2012, p.19) elenca alguns fatores pelos quais
os estoques existem:
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Atender aos clientes com demandas variáveis (imediatas e sazonais): o autor


pretendeu com esse item demonstrar que a flexibilidade deve ser uma vertente.
O cliente deve ser atendido em suas expectativas, mesmo que tenha uma
demanda diferente da habitual.

 Proteger contra erros de suprimento, faltas e estoque esgotado: subentende-se


aqui que o planejamento, a execução e o controle precisam acompanhar as
atividades de gestão de estoques. O gestor deve corrigir eventuais erros
de forma imediata.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Auxiliar o nivelamento das atividades de produção, estabilizar o emprego e


melhorar as relações de trabalho: à medida em que o setor produtivo esteja bem
alinhado com a demanda da organização, o relacionamento fica facilitado, tanto
entre os diversos departamentos, quanto em relação às pessoas. É importante a
troca constante de informações para que o gestor de materiais e patrimônio possa
atender e ser atendido pelos clientes internos.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Decompor o processo em etapas sucessivas, de modo que interrupções não


parem todo o sistema: organizar a área produtiva de modo compartimentado,
de modo que problemas pontuais possam ser resolvidos sem repercutir em toda
a produção.

 Facilitar a produção de produtos diferentes nas mesmas instalações: aproveitar


e valorizar o escopo da organização.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Fornecer um meio de obter e manusear materiais em lotes econômicos


e de ganhar descontos por quantidade: obter através de estudos internos,
dados e informações que possam gerar otimizações no processo de produção.

 Fornecer um meio de proteção contra as incertezas de entregas e preços futuros,


tais como greves, aumentos de preços e inflação.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

Pozo (2010, pp.28-29) também salienta alguns pontos relevantes, entre outros,
que se constituem nas políticas de estoque:

 assegurar o suprimento adequado a todos os estoques (matéria-prima, auxiliar,


produtos acabados etc.);

 manter o nível de estoque mais baixo possível (o objetivo é não dispender dinheiro
de forma inútil, porém sempre atendendo adequadamente o cliente);
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 verificar e eliminar itens defeituosos ou obsoletos;

 prevenção contra danos, perdas, extravios ou mau uso.

Observe-se que um ponto de grande importância é o treinamento de pessoal


envolvido com o trabalho em estoques. Ênfase especial deve ser dada com estoques
de medicamentos ou de produtos alimentícios. Além das especificidades próprias
desses segmentos, que podem incluir:
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Cuidados especiais de manuseio: determinados produtos precisam de cuidados


especiais ao ser manuseados, sob risco de se danificarem ou de se tornarem
impróprios para o consumo. Por exemplo, caixas de ovos em empilhamento
inadequado.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

Prazos de validade: este aspecto envolve, inclusive, problemas legais. Observe-se


que um determinado produto, com data de validade vencida, que esteja exposto à
venda ou esteja em estoque junto a outros produtos disponíveis para a venda incorre
em crime previsto no artigo 7º da Lei 8.137/90:

Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:

I. favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador


ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega
ao consumo por intermédio de distribuidores
ou revendedores;
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

II. vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso
ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais ou que não
corresponda à respectiva classificação oficial;

III. misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los


ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades
desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os de
mais alto custo;
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

IV. fraudar preços por meio de:

a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como


denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica,
descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;

b) divisão em partes de bem ou serviço habitualmente oferecido à venda


em conjunto;
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;

d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na


prestação dos serviços;

V. elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante


a exigência de comissão ou de taxas de juros ilegais;
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

VI. sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda


comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim
de especulação;

VII. induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa
ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de
qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

VIII.destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de


provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;

IX. vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma,
entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias ao consumo;

 Pena: detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.

 Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX


pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a
detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

O inciso IX deixa claro que “vender, ter em depósito para vender ou expor à venda
ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições
impróprias ao consumo”. A questão enfocada pela lei é complementada pela
Lei 8.078/90, Lei de Proteção ao Consumidor, que estabelece, no parágrafo
6º, do inciso III, do artigo 18 que:
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

§ 6° São impróprios ao uso e consumo:

I. os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;

II. os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados,


corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou ainda aqueles
em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição
ou apresentação;

III. os produtos que, por qualquer motivo, se revelem


inadequados ao fim a que se destinam.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Isto quer dizer que independentemente do estado em que o produto se encontre


(mesmo que não esteja deteriorado), o simples fato de estar com a data de
validade vencida já está na condição de produto impróprio para o consumo,
condição esta que constitui crime contra as relações de consumo, com base
na Lei 8.137/90.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

Juridicamente há uma discussão bastante recente a respeito deste problema. Por


exemplo, o Supremo Tribunal de Justiça tem considerado que o simples fato do
prazo de validade estar vencido não deve configurar o crime. Mas, o tema é
controverso. Reis (2016) pontua:
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 O Superior Tribunal de Justiça, no que se refere ao crime tipificado


no art. 7°, IX, da Lei 8.137/90, tem decidido no sentido de que não basta a venda
ou exposição à venda de mercadoria com prazo de validade vencido para a
configuração de crime contra a relação de consumo, devendo haver,
necessariamente, a realização de perícia para confirmar se tal produto é realmente
impróprio ao consumo (assim, p. ex., RHC 60.937/RJ, Rel. Ministro Sebastião Reis
Júnior, 6ª T, DJe de 01/03/2016).
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 Ocorre que pelo teor da lei, bem como pela natureza do delito em questão, não se
pode concordar com a atual jurisprudência do STJ.

 O art. 7°, inciso IX, da Lei 8.137/90, dispõe que “constitui crime contra as relações
de consumo vender, ter em depósito para vender ou expor à venda, ou de
qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias
ao consumo”.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

Portanto, o gestor de materiais e patrimônio, por cautela, deve adotar dois


procedimentos básicos:
 Não permitir qualquer produto com validade vencida na prateleira de vendas ou no
estoque de produtos para vender. Inspecionar sempre o estoque. Caso encontre
um ou mais produtos com validade vencida (ou com outros problemas que o
tornem impróprios para o consumo) retire imediatamente o(s) mesmo(s) e, se não
descartá-lo(s) imediatamente, deixe-o(s) acomodados em locais com a inscrição:
Produtos para Descarte ou Produtos Inadequados para a Venda ou, ainda,
Produtos para Descarte.
Aspectos Importantes no Gerenciamento de Estoques

 A segunda recomendação é que o gestor deve – sempre – atualizar-se em relação


à legislação. Mudanças podem ocorrer e é sempre importante que a administração
de materiais tenha conhecimento delas para tomar as providências pertinentes.
Interatividade

Em relação à gestão de estoques:


I. A verificação do prazo de validade da mercadoria estocada é obrigação
do cliente.
II. Uma boa administração de estoques ajuda na competitividade da empresa.
III. Demandas sazonais não são problemas do gestor de estoques.

Estão corretas as afirmativas:


a) I, II e III.
b) Somente a III.
c) Somente a II.
d) Somente a I.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Resposta

Em relação à gestão de estoques:


I. A verificação do prazo de validade da mercadoria estocada é obrigação
do cliente.
II. Uma boa administração de estoques ajuda na competitividade da empresa.
III. Demandas sazonais não são problemas do gestor de estoques.

Estão corretas as afirmativas:


a) I, II e III.
b) Somente a III.
c) Somente a II.
d) Somente a I.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Previsão de Demanda

 Vários são os métodos de previsão de demanda. Hara (2012, pp.25-40) cita os


métodos baseados em séries temporais históricas, os modelos baseados em
regressões e os métodos qualitativos de previsão.

Entre os métodos baseados em séries temporais históricas estão:


Previsão de Demanda

 Método do último período, Método da Média Aritmética Móvel, Método da Média


Ponderada Móvel, Método da Ponderação Exponencial e a Previsão Sazonal.

 Os modelos baseados em regressão, conhecidos como modelos causais ou de


causa-efeito são confeccionados com o auxílio de ferramentas estatísticas.

 Já os métodos qualitativos de previsão são: opinião de especialistas, método


Delphi (ou Delfos) e pesquisas de mercado.

 A seguir, detalhes de alguns desses métodos.


Previsão de Demanda

Método da média aritmética móvel:


 É um método simples. Para prever a demanda do período seguinte, basta tirar
a média aritmética simples de um determinado número de períodos anteriores.

O método é expresso pela equação representada na figura a seguir:


Previsão de Demanda

A equação relaciona:
 PC = previsão de consumo
 Ci = consumo (ou vendas) em cada i período
 n = número de períodos considerados

Exemplo de aplicação:
Previsão de Demanda

Meses Unidades
Janeiro 100
Fevereiro 110
Março 120
Abril 110
Maio 100
Junho 120
Previsão de Demanda

 Na tabela anterior observam-se seis meses de consumo de um determinado


produto. Pela equação do método da média aritmética móvel, nota-se que a soma
dos valores das vendas de um determinado número de meses, dividido por este
mesmo número, serve de previsão de demanda para o mês seguinte.

Por exemplo, a título de exercício serão considerados os primeiros seis meses do


ano (de janeiro a junho) e o objetivo é prever a demanda de julho. Logo, a soma dos
produtos vendidos nos seis meses, dividida por seis, daria a previsão de demanda:
Previsão de Demanda

 Portanto, a previsão de demanda para o mês de julho é de 110.


Previsão de Demanda

Classificação ABC
 O termo classificação ABC foi originado de um gráfico chamado de Curva ABC.
Essa ferramenta permite identificar certas prioridades nas quais o gestor deve agir,
de acordo com sua importância.
 Historicamente, o conceito da classificação ABC está vinculado ao chamado
princípio de Pareto, homenagem ao sociólogo e economista italiano Vilfredo
Pareto, que nasceu em 1848 e morreu em 1923 (FRAZÃO, 2015).

Em termos práticos, o princípio estabelece uma relação de


80/20, explicada por Luiz (2012):
Previsão de Demanda

 A Lei de Pareto, nascida dentro da economia, quando levada para o campo


pessoal, adverte que 80% dos resultados que se alcança é consequência de
apenas 20% dos esforços empregados. Em outras palavras, determinadas ações
estratégicas podem oferecer um retorno muito maior do que muitas outras.

 O princípio pode ser aplicado por estudantes que desejem ser bem sucedidos,
principalmente no que diz respeito à gestão do tempo e da produtividade na
trajetória para a preparação para vestibulares ou concursos públicos.
Previsão de Demanda

 O princípio dos 80/20 nos leva a entender que existe um desequilíbrio muito
significativo entre ações realizadas e objetivos alcançados. Esse é o primeiro
ensinamento que um estudante tem que ter em mente para se preparar bem
para o desafio principal, que é a aprovação.

 Uma realidade irrefutável é que, no cenário dos vestibulares e concursos, menos


de 20% nos candidatos consegue êxito nos resultados das provas.
Previsão de Demanda

 Sem desconsiderar os demais fatores importantes que interferem em tal resultado,


podemos dizer que quase a totalidade desses candidatos tem um bom nível de
conhecimentos em geral, mas que somente um pequeno percentual desse
universo consegue alcançar o preparo necessário para conquistar sua vaga,
ou seja, alcança o nível de eficácia nos estudos adequado para o desafio
da aprovação. De modo geral, muitos estudantes (80%) não se preparam
como deveriam.
Previsão de Demanda

 A parte mais importante é que 20% de todas as causas geram 80% dos efeitos.
Em outras palavras, se o gestor priorizar corretamente as ações corretivas,
consegue resolver um número maior de problemas, agindo sobre as causas
da relação 80/20.

Para isso, é necessário relacionar as ocorrências e classificá-las em três grupos


sugeridos pelo processo, conforme esclarece Dias (2017, p.94):
Previsão de Demanda

 Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma
atenção bem especial da administração.

 Classe B: grupo de itens em situação intermediária.

 Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por
parte da administração.
Exemplo: Curva ABC

Tipo de reclamação Número de ocorrências


Falta de cortesia dos atendentes 80
Telefones ocupados 75
Demora no atendimento telefônico 32
Demora na entrega 28
Demora nas providências 12
Problemas de embalagem 09
Exemplo: Curva ABC

Tipo de Número de % %
Item
reclamação ocorrências Ocorrências Acumulada

Falta de cortesia
1 80 33,90 33,90
dos atendentes

2 Telefones ocupados 75 31,78 65,68

Demora no atendimento
3 32 13,56 79,24
telefônico

4 Demora na entrega 28 11,86 91,10

5 Demora nas providências 12 5,08 96,19

6 Problemas de embalagem 9 2,81 100,00

Total 236 100,00


Exemplo: Curva ABC

Tipo de Reclamação
90

Número de ocorrências
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Falta de Telefones Demora no Demora Demora nas Problemas de
cortesia dos ocupados atendimento na entrega providências embalagem
atendentes telefônico
Exemplo: Curva ABC

Já com os itens reunidos nas respectivas classes, conforme já especificado:

 Classe A: Falta de cortesia dos atendentes e telefones ocupados.

 Classe B: Demora no atendimento telefônico e demora na entrega.

 Classe C: Demora nas providências problemas de embalagem.


Exemplo: Curva ABC

Curva ABC
120,00

100,00

Porcentagem
80,00

60,00

40,00

20,00

0,00
Falta de Telefones Demora no Demora Demora nas Problemas de
cortesia dos ocupados atendimento na entrega providências embalagem
atendentes telefônico

% Ocorrências % Acumulada
Interatividade

A curva ABC auxilia o gestor no sentido de:

a) Priorizar ações.
b) Analisar com mais referências.
c) Administrar insumos.
d) Administrar a produção.
e) Todas as afirmações anteriores.
Resposta

A curva ABC auxilia o gestor no sentido de:

a) Priorizar ações.
b) Analisar com mais referências.
c) Administrar insumos.
d) Administrar a produção.
e) Todas as afirmações anteriores.
Custos de Estoques

 O gestor de materiais e patrimônio precisa lembrar que manter estoque sempre


gera custos. Os custos devem ser administrados na medida da necessidade.
Estoques enxutos, sempre recomendados, administrados pela filosofia do Just in
Time nem sempre resolvem totalmente o problema, haja vista questões como a
sazonalidade, vendas não esperadas, entre outras.

 Dias (2017, pp.69-70) aborda os custos relativos à manutenção de estoques:


 Custos de capital;
 Custos com pessoal;
 Custos com edificação;
 Custos de manutenção.
Custos de Estoques

Custos de capital

 Os custos de capital estão relacionados a itens como o pagamento


de juros ou a depreciação, por exemplo.

 Se a organização investe capital na aquisição de insumos


(para a fabricação dos produtos) ou de estoques do
próprio produto (seja comprando de terceiros, seja
produzido na organização), o custo relativo do dinheiro
empregado faz parte dos custos de capital. Se a empresa
usa financiamento bancário, este é mais um ônus que
deve ser contabilizado.
Custos de Estoques

 Já a depreciação é a perda de valor de determinado bem em função do seu uso.


Tecnicamente, pode ser definida como:

 Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens sofrem,


por uso, obsolescência ou desgaste natural. A taxa anual de depreciação de um
bem será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar utilização
econômica (Portal de Contabilidade).
Custos de Estoques

 O controle da depreciação é importante por razões fiscais e contábeis.


É importante na declaração de bens ao fisco e na apresentação dos
resultados contábeis da empresa.

A taxa de depreciação é calculada em função da vida útil estimada do bem.


Padoveze (2014, p.287) aponta os bens mais comumente depreciados nas
organizações. Observe a tabela a seguir:
Custos de Estoques

Imobilizado Vida útil estimada Taxa anual de depreciação


Terrenos Indeterminada Não existe
Edifícios 25 anos 4%
Instalações 10 anos 10%
Máquinas 10 anos 10%
Móveis e utensílios 10 anos 10%
Veículos 5 anos 20%
Equipamentos de informática 5 anos 20%
Custos de Estoques

 O cálculo da taxa anual de depreciação é feito dividindo-se o percentual de 100%


pela vida útil estimada. Por exemplo, veículos têm a vida útil calculada em 5 anos.
Logo, a taxa anual é de 20%. Em cinco anos, o bem está totalmente depreciado.

 De uma forma geral, pode-se definir: Valor Residual = Valor inicial – (Depreciação
× tempo de utilização).
Custos de Estoques

Exemplo: um carro que custou R$10.000,00 e já está sendo utilizado há três anos,
qual o seu valor, levando em consideração a depreciação, segundo a tabela 15?

Solução:
 Valor Inicial = R$10.000,00 Depreciação: 20% Tempo de utilização: 3 anos

Logo:
 Valor residual = 10.000,00 – (2.000,00 x 3)
 Valor residual = 10.000,00 – 6.000,00
 Valor residual = 4.000,00.
Custos de Estoques

Observações importantes

 A tabela de depreciação pode ser mudada. Sempre consulte o setor contábil


da organização.

 A Receita Federal emite tabela oficial de depreciação de bens. Consulte no link:


http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros.action?idArquivoBi
nario=36085

 Procure sempre a atualização dos temas aqui tratados.


Custos de Estoques

Custo de armazenagem

O custo de armazenagem pode ser calculado a partir da fórmula seguinte:


 CA= (Q/2) T.P.I.

Observe que:
 CA = Custo de armazenagem
 Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado
 T = Tempo considerado de armazenagem
 I = Taxa de armazenamento (pode ser expressa em valor
unitário ou porcentagem)
Custos de Estoques

 Uma observação importante é que o item I é obtido a partir de diversos cálculos


que são as variáveis obtidas em cada organização pelas especificidades concretas
de cada caso. Itens que podem ser mensurados são a taxa de retorno do capital,
a taxa de seguro, a taxa de movimentação, além de outros custos, como os fixos
(aluguel, condomínio, etc.).
Custos de Estoques

Box 1 – Etapas de custeio da armazenagem


Identificar os itens de custo

Calcular os itens de custos

Agrupar itens de custos relativos a cada função ou atividade

Alocar os custos a cada produto ou cliente


Interatividade

Quais são os custos relacionados ao estoque?

a) Custos de capital.
b) Custos com pessoal.
c) Custos com edificação.
d) Custos de manutenção.
e) Todas as alternativas anteriores.
Resposta

Quais são os custos relacionados ao estoque?

a) Custos de capital.
b) Custos com pessoal.
c) Custos com edificação.
d) Custos de manutenção.
e) Todas as alternativas anteriores.
ATÉ A PRÓXIMA!

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