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Aula 02

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O estudo da demanda de mercado

Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:

„„ estudar o mercado como uma entidade abstrata e sem fronteiras visíveis;

„„ compreender o comportamento do consumidor no mercado;

„„ desenvolver competências e habilidades que lhe permitam entender


um dos lados do mercado, representado pelos demandantes (compra-
dores);

„„ identificar e compreender a relação inversa entre preço e quantidade


demandada;

„„ compreender o que representa o excedente do consumidor e como


se forma.

Introdução: o mercado
Antes de entrarmos no estudo específico da demanda de mercado, faz-se
necessário tecer comentários e conceituar o que vem a ser mercado.

Mercado é uma entidade abstrata, sem fronteiras visíveis, em que se pro-


cessam as transações entre demandantes e ofertantes.

As transações aqui retratadas dizem respeito à compra e à venda de bens,


serviços, fatores de produção etc.

Assim, podemos entender mercado como um local, o “ponto de encontro”


entre compradores e vendedores que ali comparecem para realizar transações.

Segundo Mankiw (2005, p. 64)


[...] um mercado é um grupo de compradores e vendedores de um determinado bem
ou serviço. Os compradores, como grupo, determinam a demanda pelo produto; e os
vendedores, como grupo, determinam a oferta pelo produto.

Sabemos de antemão que existem diversos tipos de mercado, desde os


que comportam muitos ofertantes com muitos demandantes, até os que
possuem a totalidade da oferta concentrada em uma única empresa. No
presente trabalho, ocupar-nos-emos em estudar uma estrutura de mercado

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O estudo da demanda de mercado

conhecida por mercado competitivo; qual seja, uma estrutura de mercado


onde existe um grande número de compradores e de vendedores, que não
possuem, individualmente, condições de alterar o estado geral do mercado.

Trata-se de uma estrutura de mercado no qual é o próprio mercado, por


meio das forças de oferta e demanda, que determina o preço.

Em outras palavras, o mercado, por meio das forças de oferta e de deman-


da, compatibiliza o impasse existente entre o comportamento racional do
consumidor e o comportamento racional do produtor.

Logo:

Comportamento
Busca vender pelo maior
racional do ofertante = Maximizar lucro
preço possível
(produtor)
X
Comportamento
Busca comprar pelo me-
racional do deman- = Maximizar renda
nor preço possível
dante (comprador)

Compatibiliza interesses
Mercado Oferta X demanda
conflitantes

A compatibilização dos interesses conflitantes de ofertantes e demandantes


promovida pelo mercado processa-se da seguinte forma: somente permane-
cerão e participarão de um determinado mercado os ofertantes que conse-
guirem oferecer um determinado bem ou serviço a um preço igual ou infe-
rior ao preço estabelecido pelo mercado; bem como somente permanecerão
e participarão desse mesmo mercado os demandantes (consumidores) que
conseguirem pagar um preço igual ou superior ao preço estabelecido pelo
mercado.

Trata-se, portanto, de uma situação de mercado de concorrência perfeita,


ou seja, existe um grande número de ofertantes e de demandantes, transa-
cionando um produto homogêneo, isto é, sem diferenciação.

Um mercado no qual tanto consumidores (demandantes), como produto-


res (ofertantes) guiam-se por meio de um comportamento racional; subme-
tendo-se às forças de mercado (oferta e demanda).

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O estudo da demanda de mercado

A demanda
Após essa breve introdução relativa ao contexto de mercado, cabe-nos
explicitar o estudo de um dos lados desse mercado, qual seja, o lado dos
consumidores (demandantes) do mercado.

Definição
Entendemos por demanda as várias quantidades de um determinado bem
ou serviço que os consumidores podem e querem adquirir; a diversos preços
alternativos, em um determinado período de tempo, permanecendo tudo o
mais constante; qual seja, respeitando-se a condição ceteris paribus.

A condição ceteris paribus


Ceteris paribus trata-se de uma expressão latina que significa “permane-
cendo tudo o mais constante”.

Em outras palavras, estamos limitando as variações das quantidades de-


mandadas de um determinado bem ou serviço unicamente a modificações
em seu preço, fazendo com que todos os demais determinantes da demanda
como renda do consumidor, preços dos bens relacionados, os gostos, prefe-
rências e expectativas permaneçam inalteradas.

Assim procedendo, estaremos evidenciando que mudanças nas quanti-


dades demandadas de um determinado bem serão resultantes de mudanças
em seu preço.

Além disso, devemos ter em mente, em razão da definição de demanda,


que dois outros ingredientes devem estar presentes: o que os consumidores
querem e o que podem adquirir.

Esse fato representa que deveremos conjugar, simultaneamente, o querer


e o poder; não bastando apenas querer, pois podemos desejar; todavia, se
não pudermos pagar o preço estabelecido pelo mercado, não estaremos
aptos a demandar.

Ato contínuo, se tivermos poder, mas não desejarmos, a demanda não se


efetiva também.

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Pela definição acima, fica-nos claro que a demanda reflete preços, pois ela
se constitui de várias quantidades de um determinado bem ou serviço que
os consumidores podem e querem adquirir, a diversos preços alternativos.
Quais preços seriam esses?

A resposta é clara. Como consumidores preferimos, dada nossa restrição


orçamentária (renda), pagar sempre o menor preço possível, a fim de maxi-
mizarmos nossa renda; afinal, espera-se dos consumidores um comporta-
mento racional.

Logo:

Busca por pagar o me-


Consumidores Comportamento racional
nor preço possível

Essa situação ilustra, para os bens normais, a configuração da Lei Geral


da Demanda, que é a de que preços e quantidades demandadas variam
inversamente.

Portanto:

Preço Quantidade demandada

Preço Quantidade demandada

Em resumo:

Quando assumimos a condição ceteris paribus, as quantidades demanda-


das de um determinado bem ou serviço dependem exclusivamente de seu
preço, em uma relação inversa.

Caso aumentemos o preço do bem ou serviço, a quantidade demandada


diminui. Contrariamente, se reduzirmos o preço do bem ou serviço, a quanti-
dade demandada aumenta.

O perfil da demanda: ilustração gráfica


Passaremos, a partir desse ponto, a examinar o comportamento dos con-
sumidores perante as alterações de preço. Mostraremos uma escala de de-
manda por meio de uma tabela e, em seguida, por meio de um gráfico, expli-
citaremos o perfil da demanda.

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Vamos a um exemplo:

Suponha que a tabela abaixo represente uma possível escala de demanda


por sapatos que os consumidores podem e querem adquirir aos diversos
preços alternativos, em um dado mês, respeitando-se a condição ceteris pari-
bus, ou seja, permanecendo tudo o mais constante.

Tabela 1 – Escala de demanda de sapatos

Preço (R$) Quantidade


Ponto
(par de sapatos) (pares de sapatos por mês)

A 80,00 60

B 90,00 50

C 100,00 40

D 110,00 30

E 120,00 20

F 130,00 10

A leitura da tabela acima obedece à Lei Geral da Demanda, que diz que
quanto maior o preço, menor a quantidade demandada, ou seja: no ponto
A, a um preço de R$80,00 o par de sapatos, os consumidores mostram-se
dispostos e podem adquirir 60 pares de sapatos no mês. No ponto B, com
elevação do preço para R$90,00 o par, os consumidores mostram-se dispostos
e podem adquirir 50 pares de sapatos; uma quantidade menor do que no
ponto A em razão da elevação do preço; e assim sucessivamente até o ponto F.

Portanto, temos que quando o preço se eleva, a quantidade demandada


diminui e quando o preço diminui, a quantidade demandada aumenta.

Essa mesma situação pode ser ilustrada por meio de um gráfico. Cons-
truímos um plano cartesiano em que no eixo das abscissas colocaremos
as quantidades e no das ordenadas os preços. Formamos os pares orde-
nados do ponto A até o F; unimos esses pontos e obtemos o perfil da
curva de demanda que como veremos mostra-se descendente em relação
a preços, uma vez que existe uma relação inversa entre preços e quanti-
dades demandadas.

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Assim:

Gráfico 1 – Curva de demanda

preço

130,00

120,00

110,00

menor preço 100,00

90,00

80,00
Quantidades
quantidade
demandadas
demandadas

maior quantidade

Variações nas quantidades demandadas


e variações da demanda
É importante para a sequência de nosso trabalho distinguirmos variações
nas quantidades demandadas de variações na demanda.

Dessa forma:

„„ Variações nas quantidades demandadas – são variações que ocor-


rem ao longo da curva de demanda provocadas unicamente por alte-
rações de preço, não ocorrendo mudanças na curva de demanda.

Logo, podemos exemplificar e demonstrar essa situação por meio do se-


guinte gráfico:

Gráfico 2 – Variações nas quantidades demandadas

preço

p2

p0

p1

q2 q0 q1 quantidade

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„„ Situação inicial – ponto A: a um preço p0 corresponde uma quanti-


dade q0.

„„ Situação final 1 – ponto B: a um preço p1, menor que p0, corresponde


uma quantidade q1 maior que q0.

„„ Situação final 2 – ponto C: a um preço p2, maior que p0, corresponde


uma quantidade q2 menor que q0.

Conclusão: uma variação no preço, e somente no preço do bem ou do


serviço, provoca movimentos ao longo da curva de demanda, não afetando
e nem provocando deslocamento da mesma.

Em outras palavras, variações no preço de um bem ou serviço modificam


apenas as quantidades demandadas. Caso ocorra aumento de preço haverá
redução na quantidade demandada; se houver redução de preço, haverá
aumento na quantidade demandada; tudo em conformidade com a Lei Geral
da Demanda.

Variações da demanda
São variações que modificam a estrutura de demanda fazendo com que
ocorram deslocamentos para mais ou para menos da curva de demanda.
Essas alterações são provocadas por mudanças nos desejos (gostos) e na
renda (capacidade) dos consumidores.

De forma análoga às variações nas quantidades demandadas, também


podemos visualizar graficamente as variações da demanda em razão das al-
terações nos desejos (gostos) e na renda (capacidade) dos consumidores.

Assim:

Gráfico 3 – Variações da demanda


preço

P0

D2 D D1

q2 q0 q1 quantidade

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„„ Situação inicial – ponto A: a um preço p0 corresponde a uma quanti-


dade q0, dentro de uma estrutura (curva) de demanda (D).

„„ Situação final 1 – ocorre um aumento no desejo (gosto) e na renda


(capacidade) dos consumidores.

A curva de demanda desloca-se para a direita; vai de D para D1, onde encon-
tramos o ponto B, que nos retrata que, ao mesmo preço p0, os consumidores
estarão aptos e dispostos a adquirir uma quantidade q1 maior do que q0.

„„ Situação final 2 – ocorre uma diminuição no desejo (gosto) e na renda


(capacidade) dos consumidores.

Nesse caso, a curva de demanda desloca-se para a esquerda; vai de D para


D2, onde encontramos o ponto C que nos retrata que, ao mesmo preço p0, os
consumidores estarão aptos e dispostos a adquirir uma quantidade q2 menor
do que q0.

Conclusão: quando alteramos desejo (gosto) e renda (capacidade) dos


consumidores, ocorrem mudanças na estrutura de demanda fazendo com
que ao mesmo preço os consumidores estejam dispostos e aptos a adquirir
quantidades diferentes de um determinado bem ou serviço. Tais alterações
provocam deslocamentos para mais ou para menos da curva de demanda.

O excedente do consumidor
Conforme constatamos em nossos estudos até agora, os consumidores
buscam satisfazer as suas necessidades e maximizar suas rendas e satisfação
buscando pagar por um bem ou um serviço o menor valor possível.

Dessa constatação surge a figura do excedente do consumidor que nada


mais é do que a diferença entre o preço que esse consumidor está disposto
a pagar por um bem ou um serviço e o preço que efetivamente paga pelo
mesmo.
O excedente do consumidor é o benefício líquido que o consumidor ganha por ser capaz
de comprar um bem ou serviço. É a diferença entre quanto o consumidor estaria disposto
a pagar e o que ele efetivamente paga. (VASCONCELOS, 2002, p. 62)

Ainda sobre o assunto Robert S. Pindyck (1994, p. 144) esclarece que “ex-
cedente do consumidor é a diferença entre o preço que um consumidor

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estaria disposto a pagar por uma mercadoria e o preço que realmente paga
ao adquirir tal mercadoria.”

A essa altura acreditamos que um exemplo hipotético seja de grande


valia, vamos a ele.

Suponha que os dados abaixo representam a estrutura e a escala de


demanda de um bem qualquer para um consumidor qualquer:

Quantidades
Preços (R$)
demandadas
10,00 1

9,00 2

8,00 3

7,00 4

6,00 5

Suponha adicionalmente que o preço de mercado seja R$6,00. Nessa


situação, como nosso consumidor está disposto a pagar R$10,00 pela primeira
unidade, e pagará somente R$6,00, pois trata-se do preço de mercado, estará
auferindo um benefício ou um excedente de R$4,00 (R$10,00 – R$6,00) por
essa primeira unidade. Pela segunda unidade estará auferindo um ganho de
R$3,00 (R$9,00 – R$6,00) e assim sucessivamente, a tal ponto que conseguiremos
ao final determinar o seu excedente total, qual seja:

Excendente da 1.ª unidade R$10,00 – R$6,00 = R$4,00

Excendente da 2.ª unidade R$9,00 – R$6,00 = R$3,00

Excendente da 3.ª unidade R$8,00 – R$6,00 = R$2,00

Excendente da 4.ª unidade R$7,00 – R$6,00 = R$1,00

Excendente da 5.ª unidade R$6,00 – R$6,00 = R$0,00

Excedente total do consumidor


R$4,00 + R$3,00 + R$2,00 + R$1,00 + R$0,00 = R$10,00

Podemos também demonstrar o excedente do consumidor por meio do


gráfico da demanda:

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Logo:

Gráfico 4 – Excedente do consumidor pelo gráfico da demanda

Preços
10,00 Excedente do
consumidor
9,00
8,00
Preço de
7,00 mercado
6,00
5,00
4,00
3,00 D

2,00
1,00

0 1 2 3 4 5 Quantidades

Nesse caso, o excedente do consumidor é demonstrado pela área hachu-


rada do gráfico 4.

A fim de provarmos o acima evidenciado e de deixarmos claro que o exce-


dente do consumidor é realmente a diferença entre o preço que o consu-
midor estaria disposto a pagar e o preço efetivamente pago pelo mesmo,
vamos comparar aquilo que o consumidor estaria disposto a despender com
o que realmente foi despendido.

Logo:

Para a 1.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$10,00

Para a 2.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$9,00

Para a 3.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$8,00

Para a 4.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$7,00

Para a 5.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$6,00

Consumidor disposto a um dispêndio total de:


R$10,00 + R$9,00 + R$8,00 + R$7,00 + R$6,00 = R$40,00

Porém, como o preço de mercado é igual a R$6,00, essa situação pro-


porciona ao consumidor adquirir as 5 unidades pagando somente R$30,00
(5 x R$6,00); gerando, portanto, para si um excedente de R$10,00 (R$40,00
– R$30,00), que é a diferença entre o que o consumidor estaria disposto a
despender e o que realmente foi despendido.

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Ampliando seus conhecimentos

Duas maneiras de reduzir a


quantidade demandada de tabaco
(MANKIW, 2005)

Os formuladores de políticas públicas muitas vezes desejam reduzir a


quantidade de cigarros consumida pelo povo. A política pode tentar atingir
esse objetivo de duas maneiras.

Uma maneira de reduzir o tabagismo é deslocar a curva de demanda por


cigarros e outros produtos de tabaco. Os comunicados públicos, os alertas
obrigatórios nas embalagens de cigarros e a proibição da publicidade de
cigarros na TV são políticas que têm por objetivo reduzir a quantidade de-
mandada de cigarros a cada preço. Se bem-sucedidas, essas políticas deslo-
cam a curva de demanda por cigarros para a esquerda, como no painel (a)
da Figura 1.

Alternativamente, os formuladores de políticas podem tentar aumentar o


preço dos cigarros. Se o governo taxar os fabricantes de cigarros, por exem-
plo, eles repassarão grande parte da taxação para os consumidores sob a
forma de preços mais elevados. Um preço maior incentivará os fumantes a
reduzir o número de cigarros consumidos. Nesse caso, a redução de consu-
mo não representa deslocamento da curva de demanda, mas sim um mo-
vimento ao longo da curva de demanda para um ponto com preço maior e
quantidade menor, como mostra o painel (b) da Figura 1.

Em que medida a quantidade demandada de cigarros reage a mudanças


no seu preço? Os economistas tentaram responder a essa pergunta estudan-
do o que acontece quando o imposto sobre os cigarros muda. Eles descobri-
ram que um aumento de 10% do preço provoca uma redução de 4% na quan-
tidade demandada. Os adolescentes se mostraram especialmente sensíveis
ao preço dos cigarros: um aumento de 10% do preço resulta numa queda de
12% na quantidade demandada de cigarros entre os adolescentes.

Uma questão relacionada a esta é como o preço dos cigarros afeta a de-
manda por drogas ilegais como a maconha.

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Figura 1

Deslocamentos da curva de demanda e movimen-


tos ao longo da curva de demanda
Se os alertas impressos nas embalagens de cigarros convencerem os fu-
mantes a fumar menos, a curva de demanda por cigarros se deslocará para
a esquerda. No painel (a), a curva de demanda desloca-se de D1 para D2. Ao
preço de $2 por maço, a quantidade demandada cai de 20 para 10 cigarros
por dia, como se vê no deslocamento do ponto A para o ponto B. Por outro
lado, se um imposto aumenta o preço dos cigarros, a curva de demanda
não se desloca. Em vez disso, observamos um movimento para um outro
ponto da curva de demanda. No painel (b), quando o preço aumenta de $2
para $4 a quantidade demandada cai de 20 para 12 cigarros por dia, o que
se reflete em um movimento do ponto A para o ponto C.

(a) Deslocamento da curva de (b) Movimento ao longo da curva


demanda de demanda
Preço do Uma política que de- Preço do
Um imposto que au-
maço de
maço de sencoraje o tabagismo cigarros mente o preço dos
cigarros
desloca a curva de de- cigarros resulta em
C
manda para a esquerda $4,00 um movimento ao
A longo da curva de
A B $2,00
$2,00 demanda

D1 D2 D2

0 10
12 20
20 Números de
0 12
10 20
20 Números de
cigarros fumados
cigarros fumados
por dia.
por dia.

Os opositores da taxação sobre cigarros argumentam que tabaco e maconha


são bens substitutos, de modo que preços elevados dos cigarros encorajam o
uso da maconha. Por outro lado, especialistas em dependência química veem o
cigarro como uma “droga de entrada” que leva os jovens a experimentar outras
substâncias nocivas à saúde. A maioria dos estudos com dados é consistente
com essa última visão: constataram que menores preços dos cigarros estão as-
sociados a um maior uso de maconha. Em outras palavras, tabaco e maconha
parecem mais ser bens complementares do que propriamente substitutos.

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Atividades de aplicação
1. Por mercado, entendemos:

a) o ponto de encontro entre demandantes e ofertantes que ali com-


parecem para realizar transações.

b) um local preestabelecido em que produtores e ofertantes realizam


transações.

c) o ponto de encontro entre os demandantes.

d) o ponto de encontro entre os ofertantes.

2. O comportamento racional do consumidor (demandante) associa-se à:

a) busca por pagar o maior preço possível.

b) busca por pagar o menor preço possível.

c) busca da maximização do lucro dos ofertantes.

d) busca da satisfação do ofertante.

3. Preços e quantidades demandadas são variáveis:

a) que não se correlacionam.

b) correlacionam-se diretamente.

c) variam no mesmo sentido.

d) correlacionam-se inversamente.

4. Alterações nos preços e somente nos preços dos bens e/ou serviços
provocam:

a) alterações na curva de demanda, provocando deslocamentos da


mesma para mais ou para menos.

b) não provocam quaisquer impactos sejam nas curvas de demanda


ou nas quantidades demandadas.

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c) provocam alterações nas quantidades demandadas, não provo-


cando deslocamentos na curva de demanda.

d) provocam deslocamentos das curvas de demanda e alterações nas


quantidades demandadas.

5. A diferença entre o preço que o consumidor estaria disposto a pagar


por uma mercadoria e o preço que realmente paga pela mesma quan-
do a adquire conceitua o:

a) excedente do produtor.

b) curva de demanda.

c) curva de oferta.

d) excedente do consumidor.

Gabarito
1. A

2. B

3. D

4. C

5. D

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