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Aerohelps Apostila Meteorologia

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1

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

especificamente na aeronáutica,
1 - O estudo das condições
meteorológicas é muito visando à economia e à segurança
importante para que um voo seja do voo. Esse serviço está dividido
seguro. A meteorologia é a em:
ciência que estuda os fenômenos
Observação: verificação visual e
que ocorrem na atmosfera. A
instrumental dos elementos em
meteorologia divide-se em:
determinado local e momento.
Pura: estudo dirigido para o
Coleta: coleta dos dados das
campo da pesquisa, como a
observações feitas em uma região.
nuclear e climatológica.
Análise: estudo e interpretação
Aplicada: estudo dirigido para
das observações coletadas a fim
aplicação prática aos diversos
de ser fornecido em forma de
ramos de atividade humana, como
previsão do tempo.
a aeronáutica, marítima e
agrícola. Divulgação: transmissão dos
dados observados, para que todos
possam tomar conhecimento
dessas informações.
2- Esse nosso estudo é voltado
para a meteorologia aplicada,
2

Exposição: entrega das 4- Basicamente o serviço de


observações, análises e previsões, meteorologia é composto de uma
para consulta dos usuários. rede de estações de superfície,
radiossondagem, satélites e
centros de previsão. Todas essas
atividades são de responsabilidade
do Comando da Aeronáutica
3- O piloto deve conhecer todas através do Departamento de
as condições e previsões de vento, Controle do Espaço Aéreo
nuvens e chuvas de sua rota e dos (DECEA).
aeródromos de partida, destino e
alternados para que assim possa
manter sua operação segura em
todas as etapas.
1

CAPITULO 2
A TERRA E O SISTEMA
SOLAR

1- O centro do sistema solar é o e noite e, consequentemente pelo


Sol. Em torno dele giram pelo aquecimento diurno e
espaço os planetas, todos resfriamento noturno.
iluminados, ou seja, que recebem Translação ou revolução:
luz de uma estrela. As estrelas, executado ao redor do Sol, de
por terem luz própria são oeste para este, numa órbita
classificadas como luminosas. O elíptica, quase circular. A volta é
sistema solar faz parte da galáxia completada em 365 dias e 6 horas.
conhecida como Via Láctea.

2- A Terra possui 2 movimentos,


a saber:
Rotação: executado em torno do
seu próprio eixo, de oeste para
este, em 24 horas. Esse
movimento é responsável pelo dia
2

4- No seu movimento executado


ao redor do Sol, o de translação, a
Terra ocupa dois pontos
diferentes:
Solstícios (“parada do sol”):
nesse ponto o Sol está mais
afastado do equador, o que
favorece uma diferença maior de
duração entre o dia e a noite. Isso
ocorre 2 vezes por ano: 21de
junho e 22 de dezembro. No dia
21 de junho, quando a Terra está
mais afastada do Sol (afélio), ele
incide sobre o trópico de Câncer
fazendo com que seja verão no
hemisfério norte e inverno no sul;
já no dia 22 de dezembro, quando
3- O eixo N/S da Terra tem uma o sol incide sobre o trópico de
inclinação, fazendo com que o Capricórnio, no hemisfério sul
plano do Equador tenha uma será verão e no hemisfério norte
declinação constante de 23° 27’ será inverno.
com o plano de órbita (eclíptica). Equinócios: nesse ponto, o Sol
Essa inclinação faz com que o Sol incide sobre o equador, fazendo
tenha uma maior ou menor com que o dia e a noite tenham a
incidência na Terra, favorecendo mesma duração.
a definição dos dias e noites bem
como delimitam as estações do
ano.
3

5- Como a inclinação do eixo da


Terra é constante, a cada 6 meses
um hemisfério está mais voltado
para o Sol fazendo, assim, com
que no hemisfério mais iluminado
seja os solstícios de verão e no
menos iluminado seja os
solstícios de i n v e r n o . A
primavera e o outono começam
nos equinócios, quando os dois
hemisférios são igualmente
iluminados.

7- As latitudes da Terra são:

Latitudes tropicais: entre o


trópico de Câncer e o trópico de
Capricórnio.

6 - A Terra é dividida em Latitudes equatoriais: em torno


hemisfério norte e sul, e o centro, do equador terrestre, faixa da
o limite entre os dois hemisférios ITCZ (zona de convergência
é o e q u a d o r . Os círculos intertropical), também chamada
paralelos ao equador, são de CIT (convergência
chamados de paralelos e a sua intertropical).
distância é a latitude. Os círculos Latitudes temperadas: entre os
perpendiculares ao equador são os trópicos e o círculo polar.
meridianos e suas distâncias são
as longitudes. Latitudes polares: entre os
círculos polares e o polo.
4
1

CAPITULO 3
ATMOSFERA TERRESTRE

1- As condições do tempo e o voo de outros gases. Na superfície a


são diretamente relacionadas. A presença do ar atmosférico é
aeronave é afetada diretamente sentida através da pressão que ele
pelas condições do tempo, por exerce em todas as direções. O ar
isso é fundamental que o piloto é compreensível e elástico, mau
precisa avalie os elementos como condutor de calor e eletricidade.
nuvens, vento e chuva para
planejar o seu voo. Aí está a
importância de ter conhecimento
sobre o que acontece na
atmosfera. A atmosfera é uma 3- O vapor de água que é
massa de ar presa à Terra pela proveniente da evaporação da
ação da gravidade, é inodora, água da superfície, não faz parte
incolor e insípida. da composição do ar atmosférico.
Em meteorologia o ar pode ser
classificado quanto à umidade
em:
2- O ar que compõe a atmosfera
é uma mistura mecânica de
Seco: 0% de vapor de água
diversos gases: 78% de
Úmido : de 0 a 4% de vapor de
nitrogênio, 21% de oxigênio e 1%
2

igual a 1,94 cal/cm2/min


água
Saturado: 4% de vapor de água aproximadamente. A filtragem
seletiva que a atmosfera exerce
O ar seco é mais pesado e mais sobre a radiação solar, é feita
denso que o ar úmido, porque através da:
contém elementos mais pesados
que o vapor de água.
Absorção: a mais importante é a
que ocorre na ionosfera, onde são
absorvidas as energias mais
4- A principal função da penetrantes e perigosas, como
atmosfera terrestre é funcionar raios gama, raios x e raios
como um filtro, absorvendo, ultravioletas. Eles se chocam com
difundindo e refletindo os os átomos da atmosfera e sofrem
comprimentos de ondas emitidas uma alteração na estrutura com
pelo sol. A energia solar atinge o eliminação dos elétrons.
topo da atmosfera e penetra em Os raios ultravioletas suaves, são
direção à superfície e, à medida em parte absorvidos entre 20 e 50
que vai passando pelas camadas km de altitude pela camada de
da atmosfera, vai sofrendo uma ozônio da estratosfera. A maior
filtragem seletiva. A quantidade parte da radiação infravermelha é
de energia que atinge a superfície absorvida nos níveis inferiores,
terrestre é denominada insolação. principalmente pelo
vapor de água, poeiras, etc.
Difusão: dispersão da radiação
5- Insolação é a quantidade de solar pela atmosfera, resultando
energia solar que atinge a no brilho da luz solar. A difusão é
superfície terrestre após sofrer a responsável pela coloração do
filtragem seletiva. A quantidade céu, já que a cor azul é mais fácil
de energia solar que alcança o de ser difundida. À medida que a
limite superior da atmosfera é luz do sol passa pelo ar, os
chamada de constante solar. Ela é comprimentos de onda da luz são
3

espalhados pelos gases 35%. As superfícies brancas e


atmosféricos. Cores com lisas são boas refletoras.
comprimentos de onda curtos,
como azul, verde e violeta, são
mais difusas do que outras e,
consequentemente, entram no
olho a partir de uma variedade de 7- A atmosfera terrestre é
ângulos. Como o olho humano é composta por camadas, assim
mais sensível ao comprimento de divididas:
onda associado ao azul, parece
que a luz azul vem de todas as
direções e, por isso, parece ser a Troposfera: a camada mais baixa
cor predominante do céu. A e onde ocorrem os principais
difusão é responsável pela fenômenos meteorológicos. A
restrição de visibilidade, porque a grande maioria dos voos
luz emitida poderá ser difundida acontecem nessa camada. Em
antes de alcançar a nossa retina relação ao equador, atinge uma
favorecendo, portanto, a altura de 17km a 19km; nas
impressão de restrição de latitudes temperadas atinge 13 ou
visibilidade. A difusão da luz até mesmo 15km de altura, e nos
começa na Estratosfera. polos atinge de 7 a 9km de altura.
A principal característica da
Reflexão: boa parte da radiação troposfera é o decréscimo da
luminosa é refletida de volta para temperatura com o aumento da
o espaço, principalmente pelas altitude, conhecida como
nuvens e pela superfície terrestre. gradiente térmico. A diminuição é
de 2°C para cada 1.000 pés, ou
0,65°C para cada 100 metros.
Tropopausa: camada de
6- Albedo é a relação entre a transição que separa a troposfera
energia refletida e a energia que da estratosfera. Tem de 3 a 5km
incide sobre uma superfície. de espessura, sendo mais alta no
O albedo médio da Terra é de equador e mais baixa nos polos.
Sua característica principal é a
4

isotermia, ou seja, a temperatura é


constante na vertical, mas na
horizontal ela muda, sendo mais Exosfera: aqui acontece uma
fria no equador. mudança significativa da
atmosfera terrestre, pois se
Estratosfera: estende-se até estende até aproximadamente
1.000km. A exosfera se confunde
aproximadamente 70km acima da
gradativamente com o espaço
superfície terrestre, onde se inicia
interplanetário e não exerce efeito
a difusão da luz. Na estratosfera
direto na filtragem seletiva por ter
tem uma concentração de ozônio
partículas pouco densas.
entre 20 e 50km, que funciona
como um filtro seletivo de raios
ultravioletas.
Ionosfera: camada eletrizada, ou
seja, que é boa condutora de
eletricidade. A sua ionização é
consequência da absorção dos
raios gama, raios X e ultravioletas
do sol. Estende-se,
aproximadamente de 400 a
500km de altitude.
Apostila Capítulo 04 - Calor e Temperatura
Meteorologia
1- Calor​ é a energia das moléculas de um corpo. Quanto maior a agitação das moléculas
maior é o calor do corpo. Um corpo mais aquecido cede calor ao menos aquecido
equilibrando, dessa forma, a temperatura.

2- A temperatura ​é a velocidade com que as moléculas estão se movimentando no corpo.


Para medirmos a temperatura usamos o termômetro. Na escala Celsius o ponto de
congelamento é de 0° e o de ebulição 100°; já na escala Fahrenheit, o congelamento é a 32°
e a ebulição 212°. Temos ainda a escala Kelvin, que possui a temperatura mais baixa
possível, o zero absoluto, que corresponde a -273°C, nesse caso todas as moléculas ficam
em repouso absoluto.

3- As temperaturas para fins aeronáuticos são as temperaturas ao ar livre. Elas podem ser
obtidas na superfície ou em altitude. Quando medidas à superfície 2 podem ser usados 2
tipos de instrumentos: Psicrômetro: fica entre 1,20 e 2m do solo, dentro de um abrigo
meteorológico. Fornece a temperatura do ar ambiente e do ponto de orvalho.
Telepsicrômetro : fica perto da pista, e os indicadores nos postos de observação. Fornecem
a temperatura na cabeceira da pista. informada no METAR ou SPECI

4- Para medir o ar em altitude usam-se: Radiossondagem: balão de sondagem aerológica,


que usa hidrogênio para subir. Transporta um equipamento eletrônico para medir a
temperatura e a umidade do ar. Os sinais que ele emite são captados no solo pela estação
de radiossonda. Termômetros a bordo de aeronaves: as próprias aeronaves têm
instrumentos para medir a temperatura. Dropsonda: equipamento de radiossondagem.
Lançado das aeronaves de reconhecimento meteorológico.

5- A análise do campo térmico horizontal é feita traçando linhas que une as temperaturas
iguais. Denominadas isotermas, são traçadas a cada 5° Celsius.

1
6- A temperatura pode ser a observada ou a prevista: Observada: obtida pelo termômetro e
Prevista: previstas para um determinado tempo, e informada no TAF.

7- Como a atmosfera é fixada à terra pela 3 gravidade e gira com ela, não haveria circulação
sem forças que perturbassem o equilíbrio da atmosfera. A dinâmica da atmosfera é devida,
em grande parte, a temperaturas desiguais na superfície da Terra. O vento é resultante do
movimento de calor, da tentativa da atmosfera equilibrar sua alterações. O calor pode se
propagar de 4 formas:

● Condução: transferência de calor de molécula a molécula. Ela transmite o calor da


mais quente para a mais fria por contato. Os melhores condutores são os metais, e
os maus condutores são os isolantes térmicos, como por exemplo a cortiça e a lã.
● Radiação : transferência de calor sem contato, isto é, a distância. A radiação solar
provoca o aquecimento da Terra, e a radiação terrestre provoca o resfriamento dela.
● Convecção: transferência de calor na vertical, o ar aquecido sobe por ser menos
denso, enquanto o ar mais frio desce por ser mais denso, formando uma corrente na
vertical, corrente de convecção.
● Advecçao - Transferência de calor por movimento horizontal do ar, como por
exemplo o vento.

2
CAPÍTULO 5 ATMOSFERA PADRÃO

1- Com o passar do tempo, devido às variações dos parâmetros da atmosfera como


temperatura, pressão e densidade, foi necessário estabelecer uma padronização. Essa
atmosfera padrão é conhecida como ISA ( ICAO STANDARD ATMOSPHERE).

2- Na atmosfera padrão, têm-se os seguintes padrões:

● Ar:considerado seco, com ausência de vapor de água. A composição é de 78% de


nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases.
● Latitude: 45°
● Nível: nível do mar (NMM)
● Temperatura: 15°C
● Gradiente térmico: 2°C / 1.000 pés
● Pressão ao nível do mar: 1013,2 hPa, 760 mm de mercúrio ou 29,92 polegadas de
mercúrio

3 - Quando se fala em temperatura padrão para um determinada altitude, considera-se a


temperatura de 15°C ao nível do mar, e conforme for subindo vai perdendo 2°C para cada
1.000 pés.
Em outras palavras , considerando uma temperatura padrão ISA para 10.000 pés, vamos
subir 10.000 pés, perder 20°C, teremos uma temperatura de -5°C voando a 10.000 pés.

4- O gradiente de pressão estabelecido é de 1hPa para cada 30 pés ou 9 metros, ou seja,


para cada 30 pés perderemos 1hPa.

Condição ISA

É a observação da temperatura, comparando a temperatura verdadeira com a temperatura


ISA.

A condição ISA pode ser positiva (temperatura maior que a padrão) ou negativa
(temperatura menor do que a padrão).

1
I. Encontre a temperatura padrão para o nível referido.

ISA = 15 – (2x alt. Pressão)


(1000 )

Ex. FL250 é o mesmo que Altitude Pressão de 25000 pés.

II. Determine a Condição ISA.

Condição ISA = Tv – ISA

Tv (temperatura verdadeira)
ISA (temperatura padrão para aquele FL)

Exemplo:

Qual a condição ISA no FL150 com Tv de -2°C?

- 2 -(-15) = +13

Ou seja,

Condição ISA +13

2
1

CAPITULO 6
PRESSÃO ATMOSFÉRICA

1 - A pressão atmosférica é diversas partes da atmosfera


composta por uma mistura de modifica a densidade do ar e cria
gases, que tem um peso e por isso uma circulação padrão alterando,
exercem uma pressão em todas as portanto, a pressão.
direções e sobre tudo que está
nessa atmosfera, ou seja, é
pressão que o ar da atmosfera
exerce sobre a superfície do
planeta. 3- A pressão não é a mesma em
toda a atmosfera. Com a altitude,
ela diminui. A pressão
atmosférica pode ser medida em
qualquer nível e em meteorologia
2- Torricelli foi o primeiro a
determinar o valor dessa pressão. aeronáutica, utilizamos a unidade
O experimento que ele fez serve hectopascal (hPa).
até hoje como base para construir
os barômetros, instrumentos que
medem a pressão atmosférica. O
aquecimento diferente em
2

proporcionais: quanto maior a


massa, maior a densidade e, por
4- A pressão atmosférica inicia
isso, terá mais pressão.
desde o limite superior da
atmosfera até o nível considerado. Umidade : quanto maior a
O peso dessa coluna é maior na umidade do ar, menor será a
base e vai diminuindo com o pressão.
aumento da altitude. Diminui 1
hPa para cada 30 pés. Latitude : quanto maior a
latitude, maior será a pressão.
Variação diária: a pressão atinge
2 valores máximos e 2 valores
mínimos durante o dia. A pressão
5- Vimos que a pressão varia,
é mais elevada às 10h e às 22h, e
diminui com a altitude e, portanto,
é mais baixa às 04h e 16h (horário
não é padrão, ou seja, não é a
local). Essa variação é conhecida
mesma todos os dias. Sofre
como maré barométrica.
alterações com a temperatura,
densidade, altitude, umidade, 6- As estações meteorológicas
período do dia, latitude e estão
condições meteorológicas. Em
relação à: espalhadas em diversas regiões e
como cada uma está em uma
determinada altitude, por isso foi
necessário corrigir essas pressões,
Temperatura: quanto maior a
trazendo todas para um nível de
temperatura, menor será a
referência padronizado. Esse nível
pressão; Portanto, a temperatura é
de referência é o nível do mar.
inversamente proporcional à
Vamos ver agora alguns tipos de
pressão. O ar frio é mais pesado
pressões e ao que elas se referem:
que o ar quente e, por isso, exerce
uma pressão maior
Densidade: quanto maior a QFE - Essa é a pressão da estação
densidade do ar, maior será a m e t e o r o l ó g i c a . C o m o o s
pressão; portanto, são diretamente barômetros das estações estão no
3

mesmo nível da pista do em rota (FL).


aeródromo, o QFE representa a
pressão atmosférica ao nível da
pista. Isso significa que, se usado
7- A pressão atmosférica é um
em voo esse ajuste fornecerá a dos fatores que determinam as
altura da aeronave em relação à condições do tempo. A baixa
pista; se, porém, esse ajuste for pressão é associada com
usado no solo a indicação de formação de nuvens e chuva; a
altura será zero, por isso é alta pressão é identificada com
conhecido como “ajuste zero”. áreas que possuem céu azul,
poucas nuvens e tempo seco. Os
QFF - Nada mais é do que a
centros de baixa pressão criam um
pressão da estação (QFE),
movimento de ar convergente
reduzida ao nível do mar, para
para o seu centro, concentrando
que assim possa fazer uma análise
umidade e calor propiciando,
da pressão atmosférica de uma
assim, a formação de nuvens. Os
determinada região.
de alta pressão geram um
QNH - O QNH é a pressão da movimento de ar divergente, para
estação (QFE), reduzida ao nível fora do seu centro, fazendo com
do mar baseado na atmosfera que o ar fique mais seco. O ar se
padrão. Usada para fins move da alta pressão para a baixa
aeronáuticos, para pousos e pressão, na tentativa de equilibrar
decolagens e apresentada no as pressões.
METAR e SPECI. Podemos
concluir que ao nível do mar, o
QNH é igual ao QFE das estações
que estão localizadas ao nível do
mar. 8 - Quando as pressões das
estações são analisadas nos
centros de previsão verifica-se um
padrão de aumento ou decréscimo
QNE - Essa é a pressão da
para um ponto em comum
atmosfera padrão, 1.013,2 hPa.
chamado de centro. Existem 2
Ajuste universal usado para voos
tipos de sistemas de pressão: o
4

aberto e o fechado. pressões começam a diminuir.


Cavado: sistema aberto de baixa
pressão. A partir dele, as pressões
começam a aumentar.

9- Os sistemas fechados são Colo: região que fica entre dois


divididos em: centros de alta e dois centros de
baixa pressão. Apresenta ventos
fracos e variáveis.
Alta pressão: no centro, as
pressões são mais elevadas e vão
diminuindo para as extremidades.
Baixa pressão: no centro, as 11- Os meteorologistas plotam as
pressões são mais baixas no seu leituras de pressões de uma área
centro, que vão aumentando para em um mapa meteorológico e
as extremidades. conectam pontos de mesma
pressão com linhas chamadas
isóbaras. Elas são conectadas de
2 em 2 hPa, e servem para
identificar entre outras coisas os
sistemas de altas e baixas
pressões. Um H na carta significa
alta pressão (High) e um L
significa baixa pressão (Low).

10- Os sistemas abertos são


divididos em:

Crista ou cunha: sistema aberto


de alta pressão. A partir dele, as
1

CAPITULO 7
ALTIMETRIA

1- O altímetro é um barômetro aneróide


nível do mar. Ele é utilizado para pousos e
calibrado para indicar a altitude. O botão
decolagens, quando no solo indica a elevação
externo do instrumento serve para ajustar a
do aeródromo, e quando em voo indica a
pressão desejada, após esse ajuste, o
distância para o nível do mar.
altímetro passará a indicar a distância da
Concluímos que quando zeramos o altímetro
aeronave para o nível de pressão selecionado.
encontramos a pressão local, QFE, e quando
ajustamos a elevação do aeródromo
encontramos a pressão do nível do mar,
2- O QFE é o ajuste local, assim que
QNH.
inserido o altímetro ficará zerado, pois ele
está em um local com a mesma pressão
inserida no instrumento. Após a decolagem
4- O QNE indica a distância para o nível
ele passará a indicar a distância da aeronave
padrão ISA, 1013.2. Usado para nível de
para o local que estava antes, a sua altura.
cruzeiro, entre a altitude de transição e o
O processo inverso também pode ocorrer,
nível de transição.
para descobrir a pressão local, basta zerar o
altímetro, e assim descobrirá o QFE. Para
locais acima de 2.000ft o piloto não consegue
5- A altitude de transição acontece durante a
zerar o altímetro pois o instrumento não tem
decolagem, quando o piloto troca de QNH
uma graduação elevada.
para QNE, passando a voar em nível de voo.
O nível de transição acontece durante o
pouso, quando o piloto troca de QNE para
3- O QNH indica a a elevação quanto ao
2

QNH. O nível de transição é informado pelo abaixo da altitude pressão.


controle, quando esse serviço estiver
disponível. Erro combinado: acontece sempre que
tivermos um erro de pressão e temperatura
juntos, o cálculo deve ser feito para corrigir
6- Quando o altímetro está ajustado para a os dois erros.
pressão padrão, QNE, ele está presumindo
uma atmosfera que dificilmente será a
atmosfera real. Então podemos concluir que 7- A densidade do ar diminui com a altitude,
ele não apresenta uma indicação correta, porque ela está diretamente ligada à
vamos ver agora qual é a diferença quando a temperatura. Isso resulta em uma degradação
atmosfera real está diferente da padrão: da performance da aeronave com a altitude.
Quando a aeronave estiver em um local com
Erro de pressão: acontece sempre que a temperatura diferente da ISA, teremos
pressão real estiver diferente da padrão ISA, também uma densidade diferente da padrão,
ou seja, quando o QNH for diferente do então é como se a aeronave estivesse
QNE. Quando o QNH for maior que o QNE, decolando de um lugar mais baixo ou mais
1013,2hPa, a aeronave estará voando acima alto do que realmente está.
da altitude indicada, e quando o QNH for
menor que o QNE a aeronave estará voando
abaixo da altitude indicada.

Erro de temperatura: sempre que a


temperatura estiver diferente da padrão ISA,
a aeronave estará em uma altitude diferente
da indicada, para cada 10 graus de diferença
entre essas temperaturas, haverá um erro de
4% na altitude pressão. Se a temperatura real
for maior que a padrão, a aeronave estará
voando acima da altitude pressão, e sempre
que estiver menor, a aeronave estará voando
1

CAPITULO 8

UMIDADE

(chuva, nuvem e nevoeiro) e


1- O estudo da umidade gasoso (vapor de água).
atmosférica é importante à
medida que ela afeta o meio em
que estamos inseridos, já que é
responsável por muitos dos
2-O volume de água da Terra está
perigos que encontramos durante
em movimento contínuo. A água
a nossa operação. De maneira
sai da hidrosfera (oceanos, rios,
geral, pode-se dizer que se o ar
lagos, etc.) evapora e vai para a
estiver muito úmido
atmosfera. Na atmosfera ele
provavelmente teremos mau
passa por baixas temperaturas,
tempo, e se o ar estiver seco o
resfria e condensa em forma de
tempo costuma ser bom . A água
nuvem. Como as nuvens são
pode apresentar-se em estado
deslocadas pelos ventos, elas
sólido (neve, granizo, nuvens e
passam por áreas mais frias e
nevoeiro congelante), líquido
suas gotas caem dando origem à
2

precipitação. Esse é o Ciclo


Hidrológico.

5- A temperatura do ponto de
orvalho é a temperatura de
saturação do ar, isto é, a
3- Para que a água passe do temperatura em que ele não pode
estado sólido para o estado reter mais água. Isso acontece
líquido (fusão), ela precisa de porque o volume de ar ao ser
calor. Se esse calor continuar resfriado sob pressão constante
aumentando ela então se evapora faz o vapor d’água saturar. A
(evaporação), e quando esse temperatura em que ocorre essa
vapor é resfriado novamente, ele saturação é chamada de ponto de
volta ao estado líquido orvalho, o ar terá 100% de
(condensação), e se continuar umidade que poderia ter naquela
sendo esfriado volta à forma temperatura, ou seja, está
sólida (congelação). saturado. Ela é obtida
indiretamente pelo psicrômetro,
que são 2 termômetros, 1 de
bulbo seco e 1 de bulbo úmido.
Essa temperatura é informada no
METAR/SPECI. Quanto mais
3

afastada da temperatura ambiente


estiver a temperatura do ponto de
orvalho mais seco será o ar,
quanto mais próxima, mais
úmido será o ar, podendo ocorrer
mau tempo, chuva, nevoeiro, etc.

6- A umidade absoluta é a
quantidade total de vapor de água
presente na atmosfera. Ela é
expressa em gramas de vapor de
4- A umidade relativa é a água por metro cúbico de ar, e
quantidade de umidade presente aumenta com a temperatura.
no ar comparada com a
quantidade máxima que pode ter
na naquela temperatura, é medida
pelo higrômetro, registrada pelo 7- A umidade específica é a
higrógrafo e pode variar de 0% a relação entre a massa de vapor de
100%. O ar saturado tem água e a massa do ar úmido,
umidade relativa de 100%. expressa em gramas de vapor por
Quando se aumenta, a quilograma de ar úmido. Como o
temperatura a umidade relativa vapor de água diminui com a
diminui. altitude, a umidade específica
também diminui.
1

CAPITULO 9

EQUILIBRIO NA A
TMOSFERA

1- A umidade diminui a calor com o meio ambiente, será o


densidade do ar, fazendo com que que chamamos de processo
ele fique mais leve e suba na adiabático.
atmosfera. Quando essa parcela
de ar se eleva na atmosfera vai
encontrando pressões cada vez
menores e, por isso, vai se
2- Um sistema adiabático é um
expandindo e provocando
sistema que está isolado de
resfriamento. Caso aconteça o
qualquer troca de calor. As
processo inverso, a umidade
transformações adiabáticas podem
diminua, essa parcela de ar vai
ser:
começar a descer, ela vai se
comprimindo pela pressão maior
e isso vai provocar seu
Adiabática seca: variação da
aquecimento. Se essa compressão
temperatura de uma parcela de ar
e expansão ocorrer sem troca de
seco (da superfície até a base da
2

nuvem), a variação da 4- O nível onde o ar saturado se


temperatura é de 1°C para cada condensa e origina a formação de
100 metros. nebulosidade convectiva é o nível
Adiabática úmida: variação da de condensação convectiva
temperatura de uma parcela de ar (NCC). Nesse nível a temperatura
saturada (da base até o topo da do ar é igual à temperatura do
nuvem), onde a variação de ponto de orvalho e a altura do
temperatura é de 0,6°C para cada NCC é a altura da base da nuvem.
100 metros. Ela é calculada pela seguinte
fórmula:
A variação da úmida para a seca é
diferente pois, à medida que o H = 125 (T - Td)
vapor condensa, ele libera calor e, Sendo,
então, a temperatura varia menos.
H - altura da base da nuvem
T - temperatura à superficie
Td - Temperatura do ponto de
orvalho à superficie
3- Os gradientes maiores que 1°C/
100m são chamados de Considerando uma temperatura de
superadiabáticos, tendo como 30°C e ponto de orvalho de 22°C:

valor máximo 3,42°C/100m. O H = 125 (30 - 22)


ponto de orvalho resfria na razão H = 125 x 8 H = 1.000
de 0,2°C/100m.
3

5- Estabilidade é a resistência da voltará à


atmosfera ao movimento vertical. posição original assim que cessar
Existem 3 tipos de equilíbrio, essa força. Uma parcela do ar se
estável, instável e indiferente. eleva pela razão adiabáticas seca e
Uma atmosfera estável não se esfria, ficando pesada e
previne o movimento do ar na voltando a descer. Como ela não
vertical necessariamente, mas faz consegue sair da superfície ela é
com que esse movimento tenha caracterizada como estável.
mais dificuldade de acontecer e,
quando acontece, em geral, é um Considerando um gradiente
movimento muito suave. Em uma térmico de 0,5°C/ 100m (menor
atmosfera instável o movimento que a razão adiabáticas seca), com
na vertical é a regra. O ar sobe 30°C na superfície, isso significa
porque é mais quente do que o que a 1.000m a temperatura será
que está à sua volta causando, 25°C. Uma parcela de ar que se
então, a turbulência. eleve pela razão adiabáticas seca
(1°C/ 100m), atingirá os mesmos
1.000m com 20°C. Assim sendo,
essa parcela estará mais fria e
6- Equilíbrio do ar seco, mais pesada e será obrigada a
estabelecido com a razão descer novamente.
adiabáticas seca, já que a parcela Instável: quando afastado do seu
de ar ainda não atingiu o NCC. O equilíbrio por uma força qualquer,
equilíbrio pode ser: tende a se afastar ainda mais da
posição original. A temperatura
da parcela de ar que se eleva será
Estável: quando afastado do seu
maior do que o ar ambiente, por
equilíbrio por uma força qualquer,
ser mais quente e mais leve, essa
4

parcela de ar sobe ainda mais, estabelecido com a razão


afastando-se cada vez mais da adiabática úmida, já que a parcela
posição inicial. de ar é considerada saturada
(0,6°C/100m). Como o ar úmido
Considerando um gradiente
esfria mais lentamente ele é
térmico de 1,5°C/ 100m (maior
menos estável. O equilíbrio pode
que a razão adiabáticas seca), com
ser:
20°C na superfície, isso significa
que a 1.000m a temperatura será Estável: o gradiente térmico é
de 5°C. Uma parcela de ar que se menor do que a razão adiabática
eleve pela razão adiabática seca
úmida (menor que 0,6°C/ 100m).
(1°C/100m), atingirá os mesmos
Instável : o gradiente térmico é
1.000m com 10°C. Essa parcela
maior que a razão adiabática
estará mais quente, mais leve e,
úmida
por isso, vai se afastar ainda mais
da sua posição inicial. (maior que 0,6°C/100m).

Indiferente: o gradiente térmico Indiferente : o gradiente térmico


é igual à razão adiabática seca, a é igual à razão adiabática úmida
(igual a 0,6°C/100m).
parcela de ar terá a mesma
temperatura do ar ambiente, ou
seja, a mesma densidade, fazendo
com que permaneça em repouso.
8- Podemos concluir que um
equilíbrio estável promove uma
atmosfera estável, nuvens
estratos, precipitação leve,
7- Equilíbrio do ar saturado, visibilidade restrita e ausência de
5

turbulência. O equilíbrio instável como instabilidade absoluta, ou


promove uma atmosfera instável, instabilidade mecânica. Já a
com correntes ascendentes, estabilidade condicional é a que
nuvens cumulus, pancadas de ocorre sempre que o gradiente
chuva e turbulência e boa térmico do ar ambiente estiver
visibilidade. entre o valor de razão adiabática
de 0,6°C e 1°C para cada 100
metros.

9- Podemos concluir também que


quando o gradiente térmico for
maior que a razão adiabática seca,
o ar será instável. Quando o
gradiente térmico for menor que a
razão adiabática úmida o ar será
estável. Quanto maior for o
gradiente térmico do ar ambiente,
maior será a instabilidade da
atmosfera.

10- A instabilidade que ocorre


com o gradiente máximo (3,42°C/
100m), é o que provoca o maior
grau de instabilidade, conhecida
Apostila Capítulo 10 - Ventos - Meteorologia
1- O vento é um deslocamento do ar no sentido horizontal e é provocado pela diferença de
pressão entre dois pontos. O vento então é a tentativa de equilibrar essas pressões, sopra
da pressão mais alta para a pressão mais baixa.

2- Na aviação o vento interfere tanto no pouso e decolagem quanto na navegação. No


pouso e decolagem acontece o vento de superfície e na navegação acontece o vento de
altitude. Seja na navegação ou no pouso e decolagem, o piloto tem de corrigir
constantemente sua operação porque o vento atua na aeronave fazendo-a desviar-se da
rota ou do centro da pista.

3- A direção do vento é para onde ele sopra: se vem do norte e sopra para o sul. A direção é
apresentada de 10 em 10 graus em relação ao norte verdadeiro para fins meteorológicos, e
em relação ao norte magnético para fins de tráfego aéreo.

4- A velocidade é a distância horizontal percorrida durante um tempo. A velocidade do vento


é expressa em nós (kt).

1
5- Rajada é o pico de velocidade do vento. Ela é informada apenas quando a velocidade
máxima ultrapassar a média em 10kt.

6- Vento calmo é considerado em meteorologia, quando estiver menos de 1kt. E quando o


vento variar mais de 60 graus e menos de 180 graus com velocidade de 3kt ou mais, ele
será codificado no METAR como vento variando.

7- Vamos ver agora as forças que atuam sobre o vento: Força do gradiente de pressão -
Essa é a força formada pela diferença de pressão entre dois pontos. Quando a pressão é a
mesma consequentemente, a densidade e a temperatura também estarão em equilíbrio e,
então, não existirá nenhum movimento do ar. Se as pressões forem diferentes, quanto mais
distantes for uma da outra, mais forte será o vento, na tentativa de equilibrar essas
pressões. O vento que sopra apenas pela força do gradiente de pressão é o vento
barostrófico.

Força de Coriolis ​- Quando o ar flui por grandes distâncias é desviado devido ao


movimento de rotação da Terra. Essa força de Coriolis provoca um desvio para a esquerda
no hemisfério sul, e para a direita no hemisfério norte. Ela é mais forte nos polos e decresce
até zerar no equador. O vento que sopra apenas pelas forças do gradiente de pressão e de
Coriolis é o vento geostrófico.

2
Força Centrífuga ​- Essa é a força do ar para fora do centro de curvatura da Terra. O vento
que sopra pelas forças do gradiente de pressão, Coriolis e centrífuga resulta no vento
denominado gradiente.

Força de atrito ​- O vento de superfície é afetado pelos obstáculos e diferentes níveis que
temos, o que faz com que esse vento sofra uma alteração de direção e velocidade, a que
denominamos força de atrito. Esse atrito é efetivo até 600 metros, que é o que pode ser
considerado como camada de fricção, e acima dessa camada temos a atmosfera livre.
Dentro da camada de fricção temos a camada limite que vai até 100 metros e a camada de
transição que vai de 100m a 600m. O vento que flui dentro dessa camada limite é o vento de
superfície e o vento que flui dentro da camada de transição é o vento de altitude, ou
superior.

8- Essas forças citadas acima atuam sobre o vento e os centros de pressão adquirem
características próprias em cada hemisfério:
Hemisfério sul - ​Na alta pressão o vento é divergente, anticiclônico, anti-horário, NOSE,
com bom tempo e ventos fracos. Na baixa pressão o vento é convergente, ciclônico, horário,
NESO, com mau tempo, e ventos fortes.

3
Hemisfério norte - ​No hemisfério norte temos boa parte oposta ao do hemisfério sul. Na
alta pressão o vento é divergente, anticiclônico, horário, NESO, com bom tempo e vento
fraco. Na baixa pressão temos ventos convergentes, ciclônico, anti horário, mau tempo e
vento forte. Podemos concluir com as figuras acima, que uma aeronave voando no
hemisfério sul, de uma baixa para uma alta pressão será influenciada por um vento vindo da
esquerda, derivando para a direita.

4
9- Como o sol tem incidência diferente na Terra, as regiões equatoriais acabam recebendo
mais energia solar, provocando, dessa forma, uma região de baixa pressão, e
consequentemente um fluxo de ar dos polos para o equador na superfície, e do equador
para os pólos em altitude.
Os aspectos da circulação são:

Zona de transição: ​região que os ventos se elevam para retornar em altitude para os polos.
Essa região é conhecida como confluência intertropical (CIT), intertropical confluente (ITCZ)
ou ainda frente intertropical (FIT).

Circulação inferior:​ ocorre até 20.000 ft, no sentido latitudinal, no paralelo 30° de cada
hemisfério. Aqui existem centros de altas pressões estacionários, conhecidos como
cinturões de anticiclone. Essas altas pressões fazem com que o vento flua, criando um fluxo
de ar constante, conhecido como ventos alísios, que são predominantes de sudeste no
hemisfério sul e nordeste no hemisfério norte.

Circulação superior​ : ocorre acima de 20.000 ft, é o retorno do ar equatorial para os polos.
Nessa área podemos destacar os seguintes ventos:

● Contra-alísios: é o retorno dos ventos aliseos, entre as latitudes 05° e 15° de cada
hemisfério.
● Jatos de Este: ocorrem acima de 40.000ft, com velocidade até 60kt.
● V entos Krakatoa: ocorrem acima da tropopausa, predominam de Este, com
velocidades superiores a 100kt.
● Vórtices polares: fluxo de ventos superiores em forma de espiral, que terminam sobre
forma de vórtices. Acompanham a rotação da terra.
● Corrente de jato: também conhecido como JET STREAM. Trata-se de uma corrente
de ar estreita, e com grande velocidade, em formas de ondas. Existem 2 em cada
hemisfério, com cerca de 400km de largura e com velocidade mínima de 50kt,
ocorrem principalmente nas latitudes temperadas, e a sua direção é de oeste para
este. Na carta SIG WX, ela vem representada apenas quando a velocidade for
superior a 80kt.

10- Existe ainda a circulação secundária, que tem uma amplitude menor. São exemplos:

● Brisas: são circulações locais sobre regiões litorâneas e ocorrem devido à diferença
de temperatura entre a terra e a água. Essa diferença existe porque a terra aquece
mais rápido do que a água.
● A brisa terrestre sopra da terra para o mar e ocorre à noite, porque a terra resfria
mais rapidamente que a água.
● O vento sopra da superfície mais fria para a mais quente e percorre de 20 a 25km
mar adentro.
● A brisa marítima sopra do mar para a terra, ocorre durante o dia e, por isso, o sol
aquece mais facilmente a terra do que a água. Percorre 50km terra adentro.
● Vento de vale ou anabáticos - O sol aquece o ar das encostas do vale durante o dia,
fazendo com que esse ar suba por ela; no centro, por ser mais frio começa a descer.

5
● Vento Foehn :​ o ar quente que sobe a barlavento de uma montanha, vai se
resfriando aos poucos, atingindo a condensação e formando nuvens orográficas;
descendo a sotavento da montanha resultando em ventos quentes e secos,
conhecidos como ventos foehn.

● Vento de montanha ou catabáticos:​ à noite, o ar resfria e, consequentemente ele


começa a descer pela encosta da montanha.

6
● Monções:​ são como as brisas, mas em escala maior. São ventos que variam de
direções conforme a estação do ano, pela diferença de temperatura entre o mar e a
terra. Existem as monções de inverno, que ocorrem quando o vento sopra da terra
para o mar, e as monções de verão, que ocorrem quando o vento sopra do mar para
a terra.

7
1

CAPITULO 11
NUVENS E NEVOEIROS

2- As nuvens dão indicação de


1- O ar resfria até o ponto que visibilidade, turbulência, mudança
condensa ou sublima, então de tempo, direção do vento, etc.
teremos as nuvens, a As nuvens podem ter os aspectos:
condensação transforma o vapor
de água invisível para um estado Estratiformes - Desenvolvimento
visível, que são as nuvens e horizontal, com pouca espessura,
nevoeiros. As nuvens são precipitação leve.
compostas de gotículas de água
ou se tiverem uma baixa
temperatura podem conter
inclusive cristais de gelo. As
nuvens que tem temperaturas
entre 0 e -10 graus centígrados
tem sua maior parte formada por
gotículas de água, que podem
Cumuliformes - surgem isoladas,
formar gelo sobre a superfície da
precipitação forte e em pancadas
aeronave.
isoladas.
2

Médias - Essas nuvens tem suas


bases que variam dependendo da
latitude, vai de 2km a 4km nos
pólos, de 2km a 7 km nas
latitudes médias e de 2km a 8km
no equador. São nuvens com
estruturas liquidas e mistas, e são
Altostratus (AS), Altocumulus
(AC) e Nimbostratus (NS).
3- A estrutura da nuvem pode Altas - Acima das nuvens médias,
ser: são nuvens com estrutura sólida, e
Líquidas - Nuvens constituídas são Cirrus (CI), Cirrocumulus
por gotículas de água. (CC) e Cirrostratus (CS).
Sólidas - Nuvens constituidas por
cristais de gelo. Desenvolvimento vertical - São
as Cumulus (CU) e
Mistas - Nuvens constituídas por
Cumulonimbus (CB).
gotículas de água e cristais de
gelo.

5- Vamos detalhar agora um


pouco mais de cada nuvem:
4- Existes os estágios de
formação da nuvem, que são Stratus (ST) - Camadas
definidos pela altura média da uniformes e suaves na horizontal,
base da nuvem. que se formam em ar estável perto
da superfície, de cor cinza com
Baixas - Nuvens com base de 30
base uniforme, se estiver colada à
metros até 2.000 metros. Essas
superfície é categorizada como
nuvens tem estrutura liquida e são
nevoeiro, precipita na forma de
Stratus (ST), Stratocumulus (SC)
chuvisco.
ou Nimbostratus (NS).
3

Stratocumulus (SC) - Um lençol


de cor cinza ou esbranquiçado que Altostratus (AS) - Camada
tem partes escuras, passando cinzenta ou azulada que encobre o
dentro dela durante o voo sol, mas com partes mais finas
encontrará turbulência. que revelam o sol vagamente,
composta por gotículas e cristais
de gelo, com precipitação leve e
contínua.

Nimbostratus (NS) - Tem uma


Altocumulus (AC) - Banco,
grande espessura, suficiente para
lençol ou camada de nuvens
ocultar o sol, é escura e produz
brancas ou cinzentas, com sombra
precipitação intermitente e
própria e que podem indicar
intensa.
turbulência nos níveis médios.
4

Cirrus (CI) - Aspecto sedoso ou Cirrostratus (CS) - Véu


fibroso, de cor branca. Tem a transparente, fino e
forma de filamentos, ele pode ser esbranquiçado, sem ocultar o sol e
um aviso da aproximação de mau que apresentam o fenômeno de
tempo. halo, um anel luminoso ao redor
do sol ou da lua.

Cirrocumulus (CC) - lençol ou Cumulus (CU) - Contornos bem


camada fina e branca, sem sombra definidos, densa, de
própria. Com elementos pequenos desenvolvimento vertical, e que
em forma de grânulos e rugas, apresenta precipitação em forma
indicam a base da corrente de jato de pancada. Os cumulus muito
e turbulência. desenvolvidos são chamados de
TCU (torre de cumulus), que tem
o aspecto de couve-flor no seu
5

topo.
6- Fora essas 10 nuvens
classificadas acima, ainda temos
as:
Uncinus - Chamada de rabo de
galo, é caracterizada por ventos
fortes e é associada à corrente de
jato.
Castellanus - Nuvens
cumuliformes assentadas numa
única base.

Cumulonimbus (CB) - Nuvem Mammatus - Protuberância como


de trovoada, densa e pesada, que é sacos ou seios na parte inferior de
formada por gotículas de água, uma nuvem, indicam turbulência
cristais de gelo, neve e granizo. forte.
Produzem tornados e pancadas de
chuva, é caracterizada pela
bigorna, onde se tem uma
expansão horizontal no seu topo. 7- Algumas nuvens tem um
processo de formação diferente,
ou surgem em níveis
elevadíssimos, essas são as
nuvens especiais e não se
enquadram na classificação
internacional.
Nacaradas - Semelhantes aos
Cirrus, que surgem em altas
latitudes, cerca de 20 e 30km.
Noctilucentes - Surgem entre 80
e 90km de altura.
6

Trilhas de condensação - esparsas, 3 a 4 oitavos


Formadas pela esteira dos aviões,
*BKN - Broken, céu nublado, 5 a
quando o ar quente que sai dos
7 oitavos
motores do avião encontra uma
atmosfera fria e úmida e assim se *OVC - Overcast, encoberto, 8
condensa e forma a nuvem, oitavos
também conhecido como contrail.

Altura - Distância vertical


estimada, é informada em
unidades de 30 metros, centenas
de pés.

Tipo - O tipo da nuvem usando as


abreviaturas, apenas os CBs e
8- As nuvens são informadas nos TCUs são codificadas.
códigos meteorológicos METAR/
SPECI e TAF, quanto à
quantidade, tipo e altura da base. Vamos agora dar exemplos de
como elas podem ser codificadas:

Quantidade - Ela é feita


dividindo o céu em 8 partes, e - SCT040 - nuvens esparsas a
informando quantas partes aquela 4.000 pés
nuvem está ocupando, com as - FEW030CB - poucos CBs a
abreviaturas: 3.000 pés
- BKN002 - nublado a 200 pés
*SKC - Sky Clear, 0 oitavos - NSC - no significant cloud,
*FEW - Few, poucas nuvens, de serve para informar que não existe
1 a 2 oitavos nenhuma nuvem abaixo de
1.500m e que não existe
*SCT - Scattered, nuvens cumulonimbus, mas o termo
7

CAVOK não pode ser usado 12- O nevoeiro ocorre com uma
umidade relativa alta, entre 97 e
100%, por isso o ponto de orvalho
é importante, ele informa da
probabilidade de encontrar
9- Existem 4 termos que podem nevoeiro. O nevoeiro é
ser usados apenas para falar sobre caracterizado por visibilidade
CB e TCU, que são: horizontal menor que 1.000
metros e vento fraco.

*ISOL - isolado *OCNL -


ocasional *FRQ - frequente
*EMBD - embutido
13- Os nevoeiros de massa de ar
são formados pelo resfriamento
do ar úmido até que a umidade
relativa se torne elevada e a
10- Nas cartas para voos baixos, temperatura atinja a do ponto de
da superfície até o FL250, as orvalho. Isso pode acontecer por:
alturas são referidas à superfície,
para os voos altos, acima do
FL250, as alturas são referidas à Radiação - De noite a superfície
nível de voo. terrestre se resfria por radiação, o
ar entra em contato com o solo
frio e também se resfria, esse tipo
de nevoeiro não se forma sobre o
mar, é característico por se formar
11- O nevoeiro é o resultado da
em céu claro e se dissipam com
condensação ou sublimação do
ventos fortes ou com o calor do
vapor de água em suspensão, é
sol.
uma nuvem stratus que está junto
à superfície. Por reduzir muito a Advecção - O movimento
visibilidade, representa um perigo horizontal do ar na horizontal
para pousos e decolagens. pode encontrar superfícies mais
frias, e consequentemente irá se
8

resfriar. Ele pode ser classificado evaporada durante a precipitação


em: na massa de ar fria, se ele for
antes da frente é um pré-frontal, e
ocorre com a frente quente, se for
*De vapor - quando o ar frio se depois da frente é um pós-frontal,
desloca sobre uma superfície e ocorre após a passagem de uma
liquida mais quente, parece uma frente fria.
fumaça sobre rios, lagos, etc.
*Marítimo - quando o ar quente
se move do continente para o mar
frio, esse ar quente perderá calor 15- Os nevoeiros são codificados
por contato e se condensará. nas informações meteorológicas,
e podem vir codificados como:
*Orográfico - quando o ar se
desloca pela encosta, quando ele
for subindo vai se resfriando, até
De superfície (FG) - Restringe
que atinge a condensação.
apenas a visibilidade horizontal, e
*Brisa - quando o ar quente do não a vertical, vem codificado
oceano se desloca sobre o litoral como FG.
frio, ele vai perder calor e se
condensar.
METAR SBRJ 100300Z 05002KT
*Glacial - ocorre nas regiões
0200 FG SCT003 BKN050 08/08
polares, com temperaturas abaixo
Q1020
de 30 graus, esse ar então sublima
e produz micro cristais de gelo.
De céu obscurecido (FG) -
Restringe as visibilidades
horizontal e vertical, vem
14- Os nevoeiros frontais codificado como FG seguido da
ocorrem na parte frontal das visibilidade vertical.
massas de ar, surgem pela METAR SBRJ 100300Z 05002KT
condensação da umidade
9

0200 FG VV002 08/08 Q1020 Nevoeiro baixo - Quando o


nevoeiro se estende verticalmente,
até no máximo 2 metros.
Banco de nevoeiro (BCFG) -
METAR SBRJ 100300Z 05002KT
Quando o nevoeiro estiver
0500 MIFG BKN020 08/08
isolado, codificado com
visibilidade horizontal igual ou
superior a 1.000 metros.

METAR SBRJ 100300Z 05002KT


2000 BCFG BKN050 09/08
Q1020

Nevoeiro parcial (PRFG) -


Quando o nevoeiro cobrir uma
área distante do ponto de
observação, codificado com
visibilidade horizontal igual ou
superior a 1.000 metros.

METAR SBRJ 100300Z 05002KT


2000 PRFG BKN050 08/08
Q1020
1

CAPITULO 12

VISIBILIDADE

1- Para que possamos ver um objeto distante, encontra com uma visibilidade horizontal
a visibilidade precisa estar boa, quanto inferior a 50m.
maior a distância que esse objeto que
estamos vendo estiver, maior vai ser a METAR SBSP 070900Z 15005KT 9999
visibilidade. Caso a visibilidade não seja a FEW010 19/10 Q1020 - No caso dessa
ideal, não poderemos mais ver esse objeto, a visibilidade informada, o aeródromo se
visibilidade então é determinada pelo grau de encontra com uma visibilidade horizontal
transparência da atmosfera, que depende do maior que 10.000m.
grau de impurezas presente.

3- A visibilidade vertical é dada através da


2- A visibilidade horizontal é dada em torno altura que o observador consiga ver na
do observador, nos 360 graus do horizonte. vertical. Essa visibilidade é codificada no
Essa visibilidade é estimada através de METAR, SPECI e TAF somente se tiver uma
pontos de referência visual baseada nas condição de céu obscurecido, que é um
cartas de visibilidade. Essa visibilidade fenômeno redutor da visibilidade, que
estimada é codificada no METAR, SPECI e prejudica tanto a horizontal quanto a vertical,
TAF. Os critérios para a codificação dessa nesse caso ela vem expressa como VV
visibilidade são: (visibilidade vertical). Essa visibilidade é
dada de 30 em 30m até o limite de 300m, se
*Inferior a 50m - 0000 ela for menor do que 30m virá codificada
*Inferior a 800m - Incrementos de como VV///.
50m
*De 800 a 5.000m - Incrementos Exemplo:
de 100m
*De 5.000 a 9.000m - Incrementos METAR SBSP 070900Z 15005KT 0300 FG
de 1.000m VV002 10/10 Q1020 - A visibilidade vertical
*10.000m ou mais - 9999 nesse caso é de 200 pés.

Por exemplo:

METAR SBSP 070900Z 15005KT 0000 BR


SCT010 10/09 Q1020 - No caso dessa
visibilidade informada, o aeródromo se
2

4- O alcance visual na pista (AVP ou RVR), 5- Caso aconteça uma variação do alcance
serve para quando a aeronave estiver sobre a visual durante a observação, o valor
pista, para pouso e decolagem. Quando ela codificado virá seguido da letra U (para dizer
for codificada no METAR ou SPECI vem que existe um aumento), letra D (para dizer
com a letra R seguida do número da pista, que existe um decréscimo), letra N (quando
caso tenham pistas paralelas, após o valor não existir variação), letra P (para dizer que o
vem a letra L para a pista da esquerda, letra R alcance é maior que 2.000m), ou a letra M
para a pista da direita, ou C para a pista (para dizer que o alcance é menor que 50m.
central.
Exemplo:
Exemplo:
SPECI SBRJ 150630Z 09002KT 0200
SPECI SBRJ 150630Z 09002KT 0200 R02/0200D R20/0300 FG OVC005 07/07
R02/0200 R20/0300 FG OVC005 07/07 Q1021
Q1021 - Nesse caso a visibilidade na pista 02
é de 200 metros, e na pista 20 é de 300
metros.
1

CAPITULO 13

MASSAS DE AR E FRENTES

1- A massa de ar é um grande volume de ar se ela se formar no continente (c) ela vai ser
que tem características quase uniformes no mais seca.
sentido horizontal, como temperatura,
pressão e umidade, pode ter inclusive uma
extensão de centenas de quilômetros. Quando 5- Quando a massa se desloca por uma região
o ar fica em repouso sobre uma superfície, com temperatura diferente, isso gera um
ele acaba adquirindo suas características, e se contraste, formando uma nova área, essa
torna a massa de ar. nova área determina se a frente é fria (k) ou
quente (w). As frentes frias (k) quando se
deslocam sobre uma superfície quente,
2- As regiões de origem são as regiões onde trazem o frio. As frentes quentes (w) quando
essa massa foi formada, para que essa massa se deslocam sobre uma superfície fria, trazem
seja formada devem existir algumas o calor.
características básicas como superfície
uniforme, temperatura uniforme e pressão
quase constante, por isso elas se formam nos 6- A identificação dessas massas são
polos, equador, ártica e antártica. As latitudes classificadas de acordo com a região de
temperadas não permitem a formação de origem, as polares e tropicais identificam
massas porque tem nessa região as condições uma massa com temperaturas características,
básicas ditas anteriormente são bastante e marítima identifica uma massa com
variáveis. umidade característica. Elas são codificadas
como:

3- As propriedades da massa são definidas m - marítima


de acordo com a superfície que ela se P - polar
formou, quanto mais tempo ela permanecer k - fria
parada nessa região, mais espessa ela vai ser. A - ártica
Ao se deslocar, ela passa a se modificar c - continental
gradativamente. T - tropical
w - quente

4- A umidade da massa é definida pela


natureza da superfície, se ela se formar no
meio marítimo (m) ela vai ser mais úmida, e
2

7- A massa de ar fria é a que se desloca


sobre uma superfície mais quente,
consequentemente essa massa vai se aquecer
e se tornar mais leve, porque ficou menos
densa, fazendo com que ela se eleve e fique
instável. Isso faz gerar nuvens cumuliformes,
pancadas de chuva, turbulência, boa
visibilidade e gradiente térmico maior que
1°C/100m.

12- Existem alguns tipos de frentes, vamos


8- A massa de ar quente é a que se desloca começar vendo a a frontogênese, onde a
sobre uma superfície mais fria, frente se forma, onde ela é gerada e começa a
consequentemente essa massa vai se resfriar e se deslocar.
se tornar mais pesada, facilitando a saturação
e ficando mais estável. Isso faz gerar nuvens
estratiformes, chuva leve, visibilidade restrita
e gradiente térmico menor que 1°C/100m.

9- Uma massa de ar que se desloca na direção


de outra massa de ar, faz com que na exista
uma faixa de separação entre elas, essa é a
frente, ou seja, frente é a frente da massa de
13- A frente fria é chamada assim porque a
ar que esta se movimentando.
massa de ar frio desloca a massa de ar quente
e ocupa seu lugar. Como a massa de ar frio é
mais densa, ela consegue fazer isso mais
10- Como a frente da massa tem uma zona de
rapidamente, e por isso essas frentes acabam
transição entre as duas massas de ar, essa
sendo mais rápidas, instáveis e violentas que
zona sofre uma descontinuidade e possui
as outras frentes. Na carta sinóptica essa
características diferentes, provocando
frente vem representada na cor azul. No
diversos fenômenos meteorológicos, essa
hemisfério sul ela se desloca de sudoeste para
região então é conhecida por superfície
o nordeste, e no hemisfério norte ela se
frontal.
desloca de noroeste para sudeste. Quando ela
vai se aproximando de uma região a pressão
diminui, e quando ela passa a pressão
11- A massa de ar frio é mais densa que a
aumenta, natural, porque após a sua
massa de ar quente, e por isso é mais pesada,
passagem o ar fica mais frio. A temperatura
isso faz com que ela permaneça sempre por
aumenta com a aproximação da frente,
baixo da massa de ar quente, fazendo com
porque a parte frontal dela é uma massa de ar
que exista uma inclinação frontal.
quente, e diminui após a sua passagem,
porque a ultima parte dela é uma massa de ar
frio. Os ventos no hemisfério sul são pré-
frontais de NW, frontais de W e pós-frontais
de SW. No hemisfério norte eles são pré-
3

frontais de SW, frontais de W e pós-frontais nevoeiros ocorrem na região pré-frontal. As


de NW. Quando temos nevoeiro, ele ocorre nuvens vem em sequência, primeiro a Cirrus,
na região pós-frontal, porque o ar resfria o ar depois a Cirrostratus, a Altostratus, a
quente. As nuvens da frente fria se formam Nimbostratus e por último a Stratus.
porque o ar quente é elevado, conduzindo a
umidade e resfriando por expansão, até se
condensar e formar a nebulosidade na
dianteira da frente, formando nuvens Cirrus,
a nuvem Cirrus é um sinal da aproximação da
frente fria.

15- Quando uma frente perde velocidade e


seu deslocamento é quase zero, ela se torna
uma frente estacionária , ai então teremos as
duas massas de ar em equilíbrio. Sua
característica é que o tempo permanece o
mesmo por vários dias.

14- Na frente quente, a massa de ar quente


desloca a massa de ar frio, ocupando seu
lugar, pelo ar quente ser menos denso que o
frio, essa massa de ar quente avança
lentamente, o que faz a frente quente ser
menos violenta que a fria. Na carta sinóptica
essa frente vem representada pela cor
vermelha. No hemisfério sul ela se desloca de
noroeste para sudeste, e no hemisfério norte
ela se desloca de sudoeste para nordeste. A 16- A frente oclusa é o encontro de duas
temperatura aumenta após a sua passagem. frentes com características diferentes, isso
Os ventos no hemisfério sul são pré-frontais acontece pela baixa pressão, que é conhecida
de SW, frontais de W e pós-frontais de NW, como ciclone extra tropical. Existem 2 tipos
no hemisfério norte eles são pré-frontais de de oclusão, a fria e a quente, a oclusão fria é
NW, frontais de W e pós-frontais de SW. Os quando após a oclusão o ar frio permanece na
4

superfície, e a oclusão quente é quando o ar 17- Quando a frente começa a se dissipar, ou


mais quente permanece na superfície. seja, quando as duas massas tornam-se
homogêneas, ela é chamada de frontólise.
1

CAPITULO 14

CONDIÇÕES ADVERSAS AO
VOO

1- Quando o ar muda rapidamente


2- A turbulência tem graus de
sua direção e velocidade em uma
acordo com a sua intensidade:
curta distância, isso faz com que
leve, moderada, forte e severa.
gere uma turbulência nas
Ela é definida de acordo com o
aeronaves que estão passando por
porte da aeronave.
essa área. Essa irregularidade do
fluxo de ar é resultante de
diversos fatores como
temperaturas diferentes,
o b s t á c u l o s d o t e r r e n o e 3- A turbulência convectiva
perturbações deixadas por outras (térmica) é a causada pelas
aeronaves. variações térmicas verticais,
decorrentes do aquecimento do
solo, ou das correntes verticais
2

causadas pela diferença térmica causada pelo ar que sopra


dentro e fora da nuvem. Quanto p e r p e n d i c u l a r m e n t e a u m
mais quente estiver a superfície obstáculo e pode ser a orográfica,
maior será a turbulência e isso é que é a que ocorre pela elevação
mais comum sobre a terra, de uma montanha e é identificada
durante o dia e no verão. Se o p e l a s n u v e n s l e n t i c u l a r e s .
gradiente térmico estiver entre Também pode ser de solo, que é
0,6°C/100m e 1°C/ 100m, a causada pela irregularidade do
turbulência vai acontecer apenas terreno como prédios, e outras
dentro da nuvem; se, porém, construções.
estiver maior que isso, a
turbulência vai acontecer dentro e
fora da nuvem, que será um CU
ou CB.

5- A turbulência dinâmica pode


ser a frontal, que é causada pela
ascensão do ar quente sobre uma
massa de ar frio, ou seja, quanto
mais quente e úmido estiver esse
ar, maior será a turbulência. Pode
4- A turbulência m e c â n i c a ser também a de céu claro (CAT),
3

que é a turbulência que não tem é muito importante observar se a


nenhuma indicação visual, e é aeronave que decolou ou pousou
mais comum entre 20.000 e antes era maior que a que está
40.000 pés. A mais importante, voando bem como respeitar o
porém, que ocorre associada à tempo mínimo de decolagem e
corrente de jato (JET STREAM), pouso para evitar que pegue essa
e é mais comum no inverno, sobre esteira de outra aeronave.
os continentes. Temos ainda nessa
categoria a windshear (tesoura de
vento), pode ocorrer associadas às
frentes, brisas marítima, ondas
orográfica ou inversão de
temperatura. Ela tem uma
mudança brusca de velocidade e
direção do vento. Inclusive, a
windshear é abordada nos
simuladores de voo porque é
importante que o piloto saiba o 6- Vamos ver agora outro fator
que fazer nessa situação, sendo que pode ser prejudicial ao voo: a
muito perigosa quando acontece formação de gelo. A formação de
próxima ao solo. E, por último gelo afeta a aeronave de diversas
nessa categoria temos a esteira de formas podendo, inclusive, alterar
turbulência, que ocorre durante o perfil aerodinâmico, e com isso
os pousos e decolagens. A aumentar o arrasto e diminuir a
aeronave deixa uma trajetória na sustentação; além disso, pode
pista e ao longo dela, por isso é também entupir o tubo de pitot,
4

ou ainda prejudicar o carburador. o mais perigoso a ela. Formam-se


entre 0 e -10 graus, em ar instável,
com nuvens cumuliformes e com
turbulência,

7- As condições favoráveis para Escarcha, opaco, amorfo ou


sua formação são gotículas de granulado : leitoso, forma-se em
á g u a n o e s t a d o l í q u i d o e ar estável, nuvens estratiformes,
temperatura igual ou inferior a 0 s e m t u r b u l ê n c i a e e m
g r a u . P o d e m o s f a c i l m e n t e temperaturas entre 0 e -20 graus.
encontrar isso dentro de nuvens: Fácil de ser removido, ele
q u a n t o m e n o r e s f o r e m a s deforma o bordo de ataque,
gotículas de água, mais resistentes diminuindo a sustentação.
elas são às temperaturas baixas,
Geada : cristais de gelo leve e
ficando, então, por mais tempo
fofo, que se depositam nos bordos
em estado líquido.
de ataque, para-brisas e janelas.
Não altera o perfil, afeta apenas a
visibilidade, normalmente se
forma após a aeronave passar por
8- O tamanho e a temperatura das uma região fria e depois cruzar
gotículas é o que determina qual uma região com muita umidade.
tipo de gelo ela vai formar:

Claro, cristal ou liso :


9 - O sistema de proteção e
transparente e denso altera o perfil
eliminação de gelo varia de
aerodinâmico da aeronave, sendo
5

aeronave para aeronave. Há hélices, a velocidade começa a


aeronave com boots, superfícies cair e pode gerar vibrações.
de borracha que inflam,
quebrando assim o gelo; há
também a opção de aplicação um
líquido anticongelante na
12- Quando o gelo se forma no
superfície ou, ainda, tem-se o
tubo de Pitot, ele bloqueia a
sistema de aquecimento, que
entrada do tubo, fazendo com que
impede a formação de gelo.
os instrumentos por ele
alimentados parem de funcionar.
Devido a isso, é fundamental usar
o aquecedor antes de entrar em
10- Quando o gelo se forma nas áreas com possível formação de
asas e empenagem, há alteração gelo.
no perfil aerodinâmico, fazendo a
aeronave perder sustentação e
aumentando o arrasto. Se esse
gelo se acumular pode causar
13- Quando o gelo se forma no
vibrações, fazer a atitude do avião carburador, o rendimento do
variar e dificultar o acionamento motor é reduzido e logo o piloto
das superfícies de controle. vai perceber uma perda de
potência e velocidade. Para
prevenir isso o piloto deve acionar
o aquecimento antes de entrar em
uma área com possível formação
11- Quando o gelo se forma nas
6

de gelo.

15- A trovoada é a manifestação


final do desenvolvimento de um
CB. As trovoadas são
14- A intensidade do gelo pode consideradas macrotempestades.
ser leve - não requerendo
Durante uma trovoada, podem
nenhuma ação do piloto -,
ocorrer ventos fortes, granizo,
moderado - o gelo começa a se
relâmpagos, turbulência,
acumular um pouco mais -, forte -
formação de gelo e chuva intensa.
quando acontece o acúmulo
rápido e é preciso uso contínuo do
sistema contra gelo e mudança de
FL, ou ainda extremamente forte,
quando o sistema contra gelo já 16- A trovoada pode se formar
não é mais eficiente. Nas cartas por alguns tipos de processos
S I G W X P R O G e l e v e m diferentes que assim podem ser
codificado como: classificados:

Massa de ar : são as que se


formam no interior de uma massa
de ar quente e úmido, elas são

isoladas e esparsas.

Convectivas: são as que se


formam por convecção,
7

provocada pelo aquecimento da vida da trovoada:


superfície que se eleva formando
Estágio 1: Cumulus ou
nuvens Cumulus, mais frequentes
formação - Nem todas as nuvens
sobre a terra durante o dia no
Cumulus crescem o suficiente
verão e sobre o mar durante a
para produzir trovoada. A
noite no inverno.
primeira fase da vida de um
Orográficas: são as que se C u m u l o n i m b o s é o q u e
formam à barlavento de uma chamamos de Cumulus. Esse
montanha quando o ar úmido e estágio é característico pelas
instável sobe pela encosta. correntes ascendentes.

Advectivas: a menos comum e Estágio 2: Maturidade - Como


menos intensa de todas, que no estágio de formação temos
ocorrem pela advecção do ar frio correntes ascendentes, o vapor de
água vai condensando cada vez
sobre áreas quentes e por ocorrer
mais, fazendo com que se forme o
à noite, são chamadas de
gelo. Quando elas se tornarem
noturnas.
pesadas o suficiente elas
Frontais : são as que se formam começam a cair da nuvem e,
associadas aos sistemas frontais, e n t ã o , t e m - s e o i n í c i o d a
podem ocorrer a qualquer época e precipitação, com correntes
hora do dia. ascendentes e descendentes.

Nesse estágio acontecem os


trovões, ventos fortes, windshears
e turbulência, sendo considerado
17- Existem 3 estágios no ciclo de o estágio mais perigoso da
8

trovoada. descendentes, isso acaba gerando


turbulência, que é mais intensa na
Estágio 3: Dissipação - Com
parte dianteira do CB,
predominação de correntes
aumentando de baixo para cima
descendentes, a precipitação
até o nível médio da nuvem.
começa a cessar, a turbulência se
torna menos intensa e os ventos Granizo: pode ser encontrado
de rajadas vão desaparecendo. durante o estágio de maturidade.
Durante essa fase os ventos fortes
Gelo: na trovoada, a formação de
dos níveis superiores transformam
gelo oferece menos perigo que a
o topo da nuvem num formato de
turbulência e o granizo.
bigorna.
Relâmpagos: nada mais é do que
uma descarga elétrica que ocorre
na etapa da maturidade, quando o
campo elétrico produzido excede
a capacidade isolante
favorecendo, assim, a ocorrência
da descarga. A alta temperatura
faz o ar ao seu redor se expandir
em alta velocidade, comprimindo
o ar vizinho. Por sua vez, essas
18- Vamos ver agora as condições compressões se propagam em
de tempo que são associadas à todas as direções produzindo uma
trovoada: onda sonora, que é o trovão.

Turbulência: como na trovoada


temos correntes ascendentes e
9

19- A melhor técnica para o


piloto quanto ao CB é evitar
passar por ele podendo, pois,
contorná-lo. Isso deverá ser feito
pela esquerda no hemisfério sul e
pela direita no hemisfério norte,
por ser uma célula de circulação
ciclônica, mantendo uma
distância de 30km da tempestade.
Quando não for possível evitar o
CB, é preciso verificar o estágio
em que a trovoada está e, se a
altura permitir, a possibilidade de
passar por baixo da formação, ou
ainda subir a níveis maiores
passando, então, por cima da
formação.
1

CAPITULO 15

METAR

combinados, a fim de criar uma imagem da


1- As previsões meteorológicas nem sempre

são precisas, porém as técnicas de decifrar as condição meteorológica futura. Inclusive com
tendências da atmosfera estão melhorando a um pouco de conhecimento você pode fazer
cada dia. Milhares de decisões são tomadas uma pequena previsão de tempo olhando
diariamente baseadas na previsão do tempo, apenas para fora da sua janela.
por isso é importante você saber interpretar

essas informações fornecidas para que seu

voo também seja seguro.

3- As observações meteorológicas à

superfície, são elaboradas na Estação

Meteorológica de Superfície (EMS), e são


2- A previsão de tempo pode ser apresentadas no METAR e SPECI.

feita por meio de diversos métodos. Alguns

são mais adequados para previsão de curto

prazo, e outros para longo prazo. Esses

métodos podem ser usados sozinhos ou 4- O METAR é a codificação da observação

meteorológica de superfície usada para fins


2

aeronáuticos. Essa codificação é feita de hora METAR SBSP 070900Z 15005KT 0300 FG

em hora, ou seja, teremos 24 mensagens de VV002 10/10 Q1020

uma estação que funcione 24 horas (H24). O


S - América do Sul
METAR foi adotado mundialmente.
B - Brasil
SP - Aeroporto

5- O SPECI é uma mensagem especial que é


7- O segundo código indica o dia e hora da
confeccionada sempre que houver uma
observação. A hora utilizada é a UTC, por
alteração significativa fora dos horários de
isso é seguida de um Z (zulu). No METAR as
confecção do METAR. Ele também é feito
horas serão sempre cheias, o que não
pelas EMS.
acontece necessariamente no SPECI.

METAR SBSP 070900Z 15005KT 0300 FG

VV002 10/10 Q1020

6- Vamos ver agora a sequência e elementos 07 - Dia 07 do mês 09 - 09 horas


que são usados para a codificação das 00 - 00 minuto
mensagens. Começando pelo indicador de Z - Zulu
localidade, que é estabelecido pela OACI

(Organização de Aviação Civil

Internacional), o qual indica o local da

observação. É composto sempre por 4 letras,


8- O terceiro código indica o vento médio da
a primeira indica a região, a segunda indica a
superfície nos dez minutos finais da
inicial do país e a terceira e quarta indicam o
observação, expresso em kt. Os 3 primeiros
aeroporto.
números indicam a direção e os últimos 2
3

indicam a velocidade do vento. A direção é que 01kt.

relativa ao Norte Verdadeiro, codificada de

10 em 10 graus, e diz de onde o vento sopra.

Quando a velocidade do vento for superior a

100kt, a codificação vem com a letra P


9- O quarto código é a visibilidade horizontal
(P99kt). Quando ele estiver variando 60 graus
predominante em pelo menos metade do
ou mais, porém menos que 180 graus, ele
horizonte,. Ela vem codificada com 4
vem codificado como variável (VRB).
algarismos e é expressa em metros. Além da
Quando a velocidade máxima ultrapassar em
visibilidade predominante ainda pode ser
10kt a velocidade média, ela será reportada
codificada a visibilidade mínima se for menor
como rajada (G gust).
que 1.500m ou quando a diferença entre elas

METAR SBSP 070900Z 15005KT 0300 FG for superior a 50%.

VV002 10/10 Q1020


Quando a visibilidade for de 0 a 800 metros,

150 - 150 graus 05kt - 05 nós ela vem codificada a cada 50 metros; quando

15005KT 120V210 - média de 150 graus com for de 800 a 5.000 metros, vem codificada a
velocidade de 05kt, variando de 120 a 210 cada 100 metros; quando for de 5.000 a 9.000
graus.
metros, vem codificada a cada 1.000 metros;

VRB02KT - direção variável com 02kt, é e quando for superior a 10.000 metros, vem

usado para velocidades inferiores a 3kt. codificada como 9999.

VRB10KT - direção variável com 10kt, usado METAR SBSP 070900Z 15005KT 0300 FG

para variação igual ou maior de 180 graus. VV002 10/10 Q1020 - 300 metros de

visibilidade.
15015G27KT - velocidade média de 15kt,

com rajada de 27kt. SPECI SBSP 070923Z 15005KT 0300

2000SE - Quando houver variação de 50% da


00000KT - vento calmo, velocidade menor
visibilidade mínima, ela será informada pelo
4

setor. R08/P2000 - Alcance visual maior que 2.000

metros (P).

10- Quando o aeródromo opera com pousos e

decolagens de precisão, o alcance visual na 1 1- A próxima codificação é sobre o tempo

pista (RVR) será codificado. Ele vem presente, que indica qualquer fenômeno

expresso em metros precedidos pela letra R significativo, podendo conter até 3

seguida pelo número da pista. fenômenos no máximo.

METAR SBSP 070900Z 15005KT 0300

R08/0400 FG VV002 10/10 Q1020

R08 - Pista 08

0400 - 400 metros de visibilidade

R08L/0400 - Pista 08 da esquerda

R08C/0400 - Pista 08 do centro (C).

R08R/0400 - Pista 08 da direita (R).

R08/0400U - 400 metros de visibilidade

aumentando (U).

R08/0400D - 400 metros diminuindo (D)

R08/0400N - Sem mudança significativa (N).


Por exemplo:
R08/M0050 - Alcance visual menor que 50

metros (M). RA - Chuva


5

+RA - Chuva forte vem codificada em centenas de pés (unidades

FG VV002- Nevoeiro com de 30 metros), e como existem estações em

locais mais elevados, sempre que a nuvem


visibilidade de 200 metros.
estiver abaixo da estação ela será codificada
+TSRA - Trovoada com chuva forte (TS com /// (BKN///).
Thunder Storm).
FEW010 - Poucas nuvens a 1000 pés.
VCRA - Chuva na vizinhança (VC vicinity).
O tipo da nuvem não será codificado, a
MIFG - Nevoeiro baixo. menos que seja uma de desenvolvimento

vertical como o CB e o TCU.


PRFG - Parcial

METAR SBSP 070900Z 15005KT 9999


12- A condição do céu também é codificada
FEW040CB 19/10 Q1020.
quanto à nebulosidade, tanto em quantidade,

altura e tipo, no caso de CB e TCU. O céu é Quando algum fenômeno como o nevoeiro e
dividido em 8 partes e de acordo com isso o precipitação obscurecer o céu, será informada
observador consegue determinar o quanto a visibilidade vertical com a codificação VV:
certa nebulosidade está ocupando dessas 8
VV001 - Visibilidade vertical de 100 pés.
partes.

VV/// - Visibilidade vertical indeterminada.

CAVOK - Ceiling and Visibility OK - usado

quando a visibilidade for igual ou maior que

10km, se não houver trovoada ou

precipitação, nenhuma nuvem abaixo de


METAR SBSP 070900Z 15005KT 9999
1.500 metros e nenhum CB.
FEW010 19/10 Q1020

SKC - usado quando o CAVOK não puder


Dessas, apenas a BKN e OVC constituem
ser usado, e indica ausência de nuvens.
teto. A altura da nuvem é relativa à sua base,
6

13- A próxima codificação é a temperatura destacam-se o fenômeno de tempo presente

do ar e do ponto de orvalho, que são (RE), que aconteceu durante a hora anterior,

representadas em graus Celsius: windshear, tempestade de areia, tromba

d’água, cinzas vulcânicas, etc.


METAR SBSP 070900Z 15005KT 9999

FEW040 19/10 Q1020. METAR SBSP 070900Z 15005KT 9999

FEW040 19/10 Q1020 WS RWY05. -


19 - Temperatura do ar
Windshear na cabeceira
10 - Temperatura do ponto de orvalho

Para temperaturas negativas, ela vem

precedida de um M (M10).

16- AIREP é um tipo de codificação,

encontrada em rota e reportada pelo piloto.

14- E, por último temos a pressão QNH para

ajuste de altímetro, codificada em

hectopascals arredondado para o inteiro


17- SIGMET é uma mensagem de tempo na
inferior.
rota.
METAR SBSP 070900Z 15005KT 9999

FEW040 19/10 Q1020.

18- VOLMET é a divulgação das

informações meteorológicas para aeronaves


15 - Algumas informações suplementares em voo.
podem ser incluídas se forem significativas

para a operação aérea. Entre outras,


7

19- INMET 23- O DHN é a Diretoria de Hidrografia e

Nacional de Meteorologia que, além de Navegação, que apoia o poder naval com a

elaborar e divulgar diariamente a previsão do meteorologia, entre outras coisas.

tempo em nível nacional, também faz 10


boletins e avisos meteorológicos.

20- O DECEA é o Departamento de Controle

do Espaço Aéreo, responsável pelo controle

do espaço aéreo brasileiro, e que é

subordinado ao Comando da Aeronáutica.

21- A INFRAERO é uma operadora

aeroportuária, empresa pública nacional que

administra grandes e pequenos aeroportos.

22- O INPE é o Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais.
1

CAPITULO 16

SPECI / TAF / GAMET

PROB30 1015 7000 -


1- O SPECI é um METAR
Probabilidade de 30% que entre as
especial, que segue as mesmas
as 10h e 15h a visibilidade seja
diretrizes e é divulgado sempre
7000.
que houver alguma alteração
significativa nas condições do
tempo. No SPECI podemos BECMG - Becoming, é uma
encontrar alguns indicadores de
mudança: mudança gradual que se espera
que aconteça após um período de
transição, nunca superior a 2h.
PROB - Probability: é a BECMG AT 1617 NSW - Entre as
probabilidade de 30 ou 40% de 16h e 17h acontecerá uma
ocorrer alguma mudança dentro transição e passaremos a ter a nova
desse período. condição de tempo não
significativo.
2

NSW - No significant weather:


sem fenômeno significativo de
TEMPO - Temporariamente: é
tempo previsto.
uma condição esperada dentro de
um tempo determinado para iniciar
e acabar.

TEMPO FM 1114 -
2- Quando falamos de código TAF
Temporariamente entre 11h e 14h
(Terminal Aerodrome Forecast),
UTC.
não estamos mais falando de
tempo presente, mas sim de uma
previsão de tempo de um
FM - From: a partir de um
aeródromo elaborada pelos
determinado horário alguma
Centros Meteorológicos de
mudança está prevista, o que
Aeródromo (CMA).
indica uma variação brusca.
FM0830 00000KT - A partir das
08:30z vento calmo.

3- Por dia são confeccionadas 4


previsões TAF, sendo 0000,
TL - Until: uma condição que vai
persistir até um determinado 0600, 1200, 1800 UTC. Essas
horário. previsões contêm as seguintes
informações:
TEMPO FM 1030 TL 1130 -
Temporariamente das 10h30 às Indicador de localidade
11h30. Dia e hora da confecção da
mensagem
3

Dia e hora da validade da Dia e horário do início e


mensagem
término da validade: os 2
Vento
primeiros são referentes ao dia do
Temperatura
inicio de validade; os 2 seguintes
Grupos de mudanças
indicam a hora de início e os 2
Indicativo de previsor que
últimos indicam a hora do término.
elaborou a mensagem
Para aeródromo doméstico, a
validade é de 12 horas e para
aeródromo internacional, a
validade é de 24 horas.
4- Vamos ver isso na prática:
Grupo de mudança: indicam
alguma alteração significativa do
tempo dentro do período de
validade da mensagem. Se alguma
das informações como vento e
temperatura não forem informadas
no grupo de mudança, deve-se
Indicador de localidade: é considerar a informação anterior.
definido pela OACI, assim como
Temperatura: a letra T indica a
no METAR.
temperatura, a X indica a
Data e hora da confecção: os 2
temperatura máxima, a N indica a
primeiros são referentes ao dia, e
temperatura mínima, e as
os outros 4 são a hora e o minuto
temperaturas negativas vêm
em UTC da confecção da
precedidas pela letra M.
mensagem.
4

7- A primeira codificação é a

5- O GAMET é uma previsão de data e hora do período de


área em linguagem clara e validade:
abreviada para voos em níveis
baixos, isto é, entre o solo até o
VALID 150600/151200
FL100 ou, no caso de regiões
montanhosas, até o FL150, dentro - A primeira parte diz o dia e a
de uma região de informação de hora do inicio da validade, e a
voo, e é preparada por um CMA. segunda parte diz o dia e hora do
A s p r e v i s õ e s G A M E T s ã o término da validade. Nesse caso é
preparadas para um período de válido do dia 15 às 06h, até o dia
validade de 6 horas, sendo: às 15 às 12h.
0000, 0600, 1200 e 1800 UTC.

8- A segunda codificação é o
indicativo do CMA que elaborou a
6 - Quando nenhum fenômeno
mensagem:
meteorológico ocorrer e nenhum
SIGMET for aplicável, o termo
HAZARDOUS WX NIL
SBRF - Confeccionado pelo CMA
substituirá todos os itens.
Recife.

9- A terceira codificação é o nome


da região para o qual está sendo
5

emitida a mensagem: SFC VIS: 04/06 2000M BR N OF


12 DEG S - Visibilidade na
superfície entre 04h e 06h de 2000
RECIFE FIR BLW FL100 - metros, devido à névoa úmida ao
Mensagem para FIR Recife abaixo Norte de 12 graus Sul.
do FL100.

12- A próxima codificação é de


10- Codificação do vento, é a tempo significativo. Aqui só entra
média do vento de superfície c o d i f i c a ç ã o d e t r o v o a d a s ,
quando a velocidade exceder 30kt: tempestades de areia ou poeira:

SFC WSPD: 08/10 35KT - Vento SIG WX: 10/12 ISOL TS - Entre
na superficie entre 8h e 10h de 10h e 12h trovoadas isoladas.
35kt.

1 3 - Quando uma montanha


11- Codificação da visibilidade na estiver obscurecida, ensombrada,
superfície. Somente codificado ela virá codificada no GAMET:
apenas quando estiver abaixo de
5000 metros:
MT OBSC: MT SERRA DO MAR
- Montanha Serra do Mar
6

obscurecida. 1 6 - Outras informações que


podem ser codificadas:

ICE MOD FL070/080 - Gelo


1 4 - As nebulosidades são
moderado ente os níveis 070 e 080
codificadas quando forem
extensas, com BKN ou OVC, e se
tiverem a altura abaixo de 1.000ft,
MTW: MOD ABV FL060 - Ondas
ou ainda TCU e CB:
orográficas moderadas acima do
FL060.

CLD 12/15 OVC 700FT N OF 18


DEG S -Das12h até as15h céu
TURB: MOD ABV FL 070 -
encoberto a 700 pés ao Norte de
Turbulência moderada acima do
18 graus Sul.
FL070.

15- A mensagem SIGMET que for


17- Exemplo de previsão Gamet
aplicável vem descrita como:
completo:

SIGMET APPLICABLE: 3 AND


SBRE GAMET VALID
5.
150600/151200 SBRF RECIFE
FIR
7

SFC WSPD 08/10 35KT

SPF VIS: 08/10 2000M BR N OF


20 DEG S SIG WX: 10/11 ISOL
TS
MT OBSC: MT SERRA DO MAR

SIG CLOUD: 10/12 OVC 800FT


N OF 18 DEG S

ICE: MOD ABV FL080 TURB:


MOD ABV FL070 MTW: MOD
ABV FL070

SIGMET APPLICABLE 4 AND


1

CAPITULO 17

AVISO DE AERÓDROMO /
SIGMET / AIRMET / SIG WX
PROG

AVISO DE AERÓDROMO
1- O aviso de aeródromo é uma
VÁLIDO 101600/101900 PARA
informação concisa de condições SBBP PREVISTO VENTO
previstas ou observadas, que FORTE E RAJADA 250/40KT
possam inclusive afetar a
segurança das aeronaves no solo.
O aviso é confeccionado pelo
CMA-1 com período de validade
2- A mensagem SIGMET á uma
nunca superior a 6 horas,
informação concisa de linguagem
contendo avisos como ciclone,
clara e abreviada, podendo ser
trovoada, geadas, etc.
uma observação ou previsão de
Exemplo: fenômenos em rota que possam
afetar a segurança aérea.
2

Expedido por um CMV e com GAMET. É expedida por um


validade de 4 horas, podendo se CMV . Ela informa fenômenos
estender até 6 horas. Avisos para ocorridos em níveis baixos, ou
a e r o n a v e s s u p e r s ô n i c a s é seja, da superfície até o FL100.
identificado como SIGMET SST.
Exemplo:
A mensagem contém:
SBCW AIRMET 1 V ALID
221215/221600 SBCW-SBCW
SBBS - Identificador do lugar CURITIBA FIR RA BKN CLD
que presta o serviço. 400/1800FT NC
SIGMET 12 - Identificador do
SIGMET.

VALIDO 101000/101600 -
Validade dia 10 das 10h às 16h. 4- As cartas prognosticadas de
tempo significativo (SIG WX
SBBS- BRASÍLIA - Emitido PROG), são cartas onde estão
para a FIR Brasilia. representados os fenômenos
EMBD TS - Trovoada embutida. previstos desde a superfície até o
FL630, confeccionadas 4 vezes
ao dia, 0000, 0600, 1200 e 1800.

3- O A I R M E T é uma
informação sobre fenômenos
meteorológicos observados ou 5- Na carta SIG WX PROG,
previstos em rota, que ainda não t e m o s r e p r e s e n t a ç õ e s p o r
tenham sido incluídas na previsão símbolos, fora os de frentes que
3

já vimos, temos ainda: Como elas têm validade de 12


horas, elas valem para 12 horas
antes do horário especificado e
12 depois. O vento vem
representado por uma seta na
direção em que o vento está
soprando; já a velocidade vem
representada por rebarbas: uma
rebarba completa equivale a 10kt,
meia rebarba 5kt e uma flâmula
50kt.

6- Vamos ver agora um pouco


sobre cartas de vento, que são
elaboradas pelo CNMA duas
vezes ao dia, 00h00 e 12h00.

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