O Período Interbíblico
O Período Interbíblico
O Período Interbíblico
O Antigo e o Novo Testamentos, em algumas Bíblias, são separados por uma folha em
branco, cuja finalidade é representar o silêncio do Senhor. Do profeta Malaquias, o
último livro do Antigo Testamento, ao evangelho de Mateus, o primeiro do Novo
Testamento, o tempo é de quatrocentos anos.
Esse período, conhecido como período interbíblico, ficou caracterizado como a cessação
da revelação bíblica. Nessa fase, as vozes dos profetas bíblicos do Antigo Testamento
não se ouviam mais, era como se Deus deixasse o homem resolver seus problemas
sozinho (principalmente no âmbito espiritual). Nesse tempo, foram evidentes as ondas
de crescentes filosofias, imoralidades religiosas, quando os judeus, novamente, tiveram
de amargar sucessivas derrotas e hostilidade de seus inimigos.
Período pérsico
Este período abrangeu os anos 430—331 a.C. Ao finalizar o Antigo Testamento (400
a.C), a Pérsia havia anexado a Judéia em seu domínio, tornando-a sua província. Os
judeus não tiveram problemas com o domínio pérsico por ser este um governo brando e
alheio aos interesses de Judá. A conquista da Babilônia deu-se com Ciro no ano 536
a.C, e este fez da Pérsia uma potência mundial. Quando a obra do templo em Judá foi
suspensa por ordem do rei, alguns estudiosos julgam tratar-se de Cambises (530-522
a.C), identificado também como Artaxerxes (Ed 4.7,11,23).
A retomada da construção do templo foi ordenada por Dario (522-486 a.C). Foi nesse
tempo que Ester tornou-se esposa de Xerxes (Assuero; 486-465 a.C). O rei que
autorizou o retorno de Neemias a Jerusalém foi provavelmente Artaxerxes I
(Longimanus; 464-426). Este exerceu domínio quando o cânon do Antigo Testamento
estava para ser encerrado. Os reis persas do período conhecido como “Silêncio
Profético” foram : Xerxes II (Sogdiano; 423 a.C), Dario II (Notus; 404 a.C), Artaxerxes
II (Mnemon; 359 a.C), Artaxerxes III (Ocus; 338 a.C), Arses (335 a.C) e Dario III
(Condomano; 336 a.C), que foi derrotado por Alexandre, o Grande, em 331 a.C.
Com a queda do Império persa, o império grego entra em eminência.
Período grego
O período correspondente a este império vai do ano 331 ao 167 a.C. Em 336 a.C,
Alexandre Magno, com apenas vinte anos de idade, assume o comando do exército
grego e investe contra o Oriente. Alexandre invade a Palestina em 332 a.C. e, um ano
antes, já havia dominado o mundo inteiro. Implantou a língua e a cultura gregas em
muitas cidades sob seu domínio, além de fundar cidades gregas por onde passava.
Com a morte de Alexandre, as nações da Síria e do Egito passaram a ser controladas por
dois generais de seu exército: Ptolomeu governou no Egito e Selêuco, na Síria. A
Palestina permaneceu sob o controle do Egito por cem anos, até 198 a.C. Antes, estava
sob o domínio da Síria.
Quando o Egito dominou a Palestina, não havia qualquer imposição quanto à construção
de sinagogas por parte do governo. Nessa época, Alexandria era o centro cultural do
mundo e influenciou tanto os judeus que eles, a pedido de Ptolomeu, fizeram a tradução
da Bíblia hebraica para a língua grega, versão chamada Septuaginta. Os reis do Egito,
na época, ficaram conhecidos como “Ptolomeus”.
Antíoco Epifânio (Síria) reconquista a Palestina em 198 a.C, voltando o domínio para a
Síria, cujos governadores eram conhecidos como "Seleucidas". Antíoco Epifânio tinha
profunda aversão aos judeus e fez um esforço gigantesco para exterminá-los e acabar
com sua religião. Arruinou a cidade de Jerusalém no ano 168 a.C e tratou com
irreverência o templo judaico, chegando ao ápice de sacrificar uma porca — animal
imundo segundo as Escrituras hebraicas — em seu altar. As leis judaicas, como, por
exemplo, a circuncisão, foram quase suprimidas. Ele proibiu a adoração no templo,
destruiu as cópias das Escrituras existentes na época e decretou morte a todos os que as
possuíssem. Foi nesse tempo que ocorreu a revolta dos Macabeus.
Período Macabeu
É também conhecido como hasmoniano. Um sacerdote amante de sua pátria, chamado
Matatias, demonstrou forte coragem e resolveu enfrentar as atitudes ímpias de Antíoco
Epifânio. Para tanto, contou com o apoio de alguns fiéis que abraçaram sua intenção.
Entre os cinco filhos de Matatias (Judas, Jônatas, Simão, João e Eleazar), a
responsabilidade de continuar lutando pelos ideais objetivados por ele depois de sua
morte (166 a.C) recaiu sobre Judas, por ser um guerreiro e estrategista militar. Judas
colecionou vitórias batalhas após batalhas, mesmo estando em grandes desvantagens, se
comparando com os exércitos que enfrentou, até reconquistar Jerusalém, em 165 a.C.
Com seu ímpeto fervoroso, reedificou e purificou o templo. Há, em João 10.22, uma
festa chamada “Dedicação”, cuja origem se deu devido à esta atitude de Judas Macabeu.
Com Judas, foi estabelecida a linhagem dos sacerdotes-hasmonianos, que governaram a
Judéia por cerca de cem anos.
Período romano
Em 63 a.C, a Palestina foi submetida ao domínio de Roma, sob as ordens de Pompeu.
Na ocasião, foi nomeado governador da Judéia um descendente de Esaú (edomita)
chamado Antípater. Herodes, filho de Antípater e Mariana, foi o sucessor ao governo.
Foi justamente este Herodes, o Grande, que reinou na Judéia entre 37 a.C e 4 a.C. Jesus
nasceu durante o seu reinado.
Este Herodes, inclusive, procurou agradar os judeus ao construir um templo muito
pomposo, no entanto, não deixava de ser cruel, pois a matança dos meninos em Belém
fora ordenada por ele (Mt 2.13-23).