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Apostila Do Curso Semiotecnica Aplicada A Enfermagem

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MELHOR CUSTO BENEFÍFIO


100% LEGALIZADO

1
Sumário

PRECAUÇÕES UNIVERSAIS ........................................................................... 4

PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS ................................................................... 7

CUIDADOS COM A UNIDADE DO PACIENTE ........................................... 21

PREPARO DA CAMA HOSPITALAR ............................................................ 25

ADMISSÃO, ALTA E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE .......................... 28

HIGIENE CORPORAL DO PACIENTE .......................................................... 30

CONFORTO E SEGURANÇA .......................................................................... 34

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ................................................... 43

SINAIS VITAIS ................................................................................................. 63

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS .................................................................. 70

SONDA NASOGÁSTRICA .............................................................................. 71

SONDA NASOENTERAL ................................................................................ 77

ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE .................................................................... 79

APLICAÇÕES TÉRMICAS .............................................................................. 81

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CIRÚRGICO ............. 83

ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM .................................................................. 90

ASPIRAÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO ................................................... 92

CUIDADOS COM PACIENTES INCONSCIENTES E AGONIZANTES ...... 95

ELIMINAÇÃO URINÁRIA ............................................................................ 100

ELIMINAÇÃO INTESTINAL ........................................................................ 118

COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISE LABORATORIAL.................. 123

CURATIVO ..................................................................................................... 127


TRAQUEOSTOMIA ........................................................................................ 145

OXIGENOTERAPIA ....................................................................................... 150

PROCESSO SAÚDE X DOENÇA .................................................................. 157

AGRESSÃO, DEFESA, ADAPTAÇÃO, LESÃO .......................................... 158

CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES – NOMENCLATURA............................. 159

CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR ...................................... 161

APLASIA ......................................................................................................... 163

HIPOPLASIA ................................................................................................... 163

NEOPLASIAS .................................................................................................. 164

DIAGNÓSTICO ............................................................................................... 166

INFLAMAÇÃO ................................................................................................ 167

DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS E METABÓLICOS .............................. 168

HIPEREMIA .................................................................................................... 170

HEMORRAGIA ............................................................................................... 171

TROMBOSE .................................................................................................... 172

EMBOLIA ........................................................................................................ 173

ISQUEMIA....................................................................................................... 174

INFARTO ......................................................................................................... 174

INFARTO HEMORRÁGICO .......................................................................... 174

INFARTO BRANCO ....................................................................................... 175

DISTÚRBIOS METABÓLICOS ..................................................................... 176

FENILCETONÚRIA ........................................................................................ 179

PATOLOGIAS CARDÍACAS ......................................................................... 181

PATOLOGIAS PULMONARES ..................................................................... 188

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 196


PRECAUÇÕES UNIVERSAIS

Precauções Universais, atualmente denominadas Precauções Básicas, são


medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, na
manipulação de sangue, secreções e excreções, e contato com mucosas e pele não-
íntegra.
Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual
(E.P.I.), com a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos
corpóreos, e os cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de
materiais pérfuro-cortantes, contaminados por material orgânico.
Têm por objetivo evitar a transmissão de infecções (conhecidas ou não) do
paciente para o profissional de saúde.

Orientações gerais

Cuidados com as mãos


As mãos são as maiores responsáveis pela transmissão de microorganismos e,
conseqüentemente, a infecção. É necessário, portanto, uma boa higiene das mãos antes e
após o contato com paciente ou depois de manusear materiais contaminados. Devem-se
manter unhas curtas e limpas, proteger lesões das mãos, não usar anéis ou jóias, que
dificultará uma higiene correta das mãos.

Equipamentos de proteção individual

Os equipamentos de proteção individual são: luvas, máscaras, gorros, óculos de


proteção, capotes (aventais) e botas, e atendem às seguintes indicações:
• Luvas - sempre que houver possibilidade de contato com
sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não-
íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros);
• Máscaras, gorros e óculos de proteção - durante a
realização de procedimentos em que haja possibilidade de respingo de
sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do
profissional;

4
• Capotes (aventais) - devem ser utilizados durante os
procedimentos com possibilidade de contato com material biológico,
inclusive em superfícies contaminadas;
• Botas - proteção dos pés em locais úmidos ou com
quantidade significativa de material infectante (centros cirúrgicos, áreas
de necropsia e outros).

Recomendações para utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


nas Precauções Básicas

Lavar Capote Máscara


Procedimento Luvas
as mãos (avental) e óculos d

Exame de paciente sem contato


com sangue, fluidos corporais, X
mucosas ou pele não- íntegra - - -
Exame de paciente, incluindo
contato com sangue, fluidos X X -* -
corporais, mucosas ou pele não-
íntegra
Coleta de exames de sangue, urina
e fezes X X - -
Realização de X X -* - **
curativos
Aplicações X X - - **
Parenterais de medicações

Punção ou
Dissecção venosa profunda X X X X

Aspiração de vias aéreas e


entubação traqueal X X X X

Endoscopias, broncoscopias X X X X

5
Procedimentos X X X X
dentários
Procedimentos com possibilidade X X X X
de respingos de sangue e secreções
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.

* A utilização de capotes (aventais) está indicada durante os procedimentos em


haja possibilidade de contato com material biológico, como na realização de curativos
de grande porte, em que haja maior risco de exposição ao profissional, como grandes
feridas cirúrgicas, queimaduras graves e escaras de decúbito.
**O uso de óculos de proteção está recomendado somente durante os
procedimentos em que haja possibilidade de respingo, ou para aplicação de
medicamentos quimioterápicos.

Cuidados com materiais pérfuro-cortantes


Recomendações específicas devem ser seguidas durante a realização de
procedimentos que envolvam a manipulação de material pérfuro-cortante:

• Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;


• Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a
realização de procedimentos que envolvam materiais pérfuro-cortantes;
• As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas,
quebradas ou retiradas da seringa com as mãos;
• Não utilizar agulhas para fixar papéis;
• Todo material pérfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de
bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado
em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;
• Os recipientes específicos para descarte de material não
devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total, e
devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o
procedimento.

6
Isolamento e precauções

O isolamento e precaução é uma forma aplicada a todos os pacientes com


transmissão de microorganismos por aerossóis, por contato e via respiratória.
O profissional deverá manter as Precauções Padrão, a todos os pacientes com
doenças transmissíveis, que consiste em: lavagem das mãos; o uso de luvas, máscara e
óculos; cuidados no manuseio de materiais pérfuro-cortantes e equipamentos; e quarto
privativo para os pacientes com doenças infecciosas, onde o ambiente também é
considerado.

Tipos de isolamento e precaução

PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA
São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por
gotículas de tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante tosse,
espirro, conversação ou realização de diversos procedimentos. (Exemplo: coqueluche,
difteria, streptococos pneumoiae, neisseria meningitides e caxumba).

Estas precauções consistem em:


1. Quarto privativo ou coorte de pacientes com o mesmo agente etiológico. A
distância mínima entre dois pacientes deve ser de 1 metro. A porta pode permanecer
aberta;
2. Máscara deve ser utilizada se houver aproximação ao paciente, numa
distância inferior a um metro. Por questões operacionais, as máscaras podem ser
recomendadas para todas as vezes que o profissional entrar no quarto. Devem-se incluir
os visitantes e acompanhantes;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado ao mínimo indispensável e,
quando for necessário, o paciente deve usar máscara.

PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS

São indicadas para pacientes com suspeita ou infecção comprovada por


microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns) que
ficam suspensos no ar e que podem ser dispersos a longas distâncias. (Exemplo:

7
varicela, sarampo, tuberculose).
Consistem em:
1. Quarto privativo (ou coorte, que deve ser evitada) que possua pressão de ar
negativa em relação às áreas vizinhas; um mínimo de 06 trocas de ar por hora; e,
cuidados com o ar que é retirado do quarto (filtragem com filtros HEPA) antes da
recirculação em outras áreas do hospital. As portas devem ser mantidas fechadas;
2. Proteção respiratória com máscara que possua capacidade adequada de
filtração e boa vedação lateral, máscara nº 95. Indivíduos suscetíveis a sarampo e
varicela não devem entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores destas
infecções;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles
devem usar máscara (a máscara cirúrgica é suficiente).

PRECAUÇÕES DE CONTATO
Estão são indicadas para pacientes com infecção ou colonização por
microrganismos com importância epidemiológica e que são transmitidos por contato
direto (pele-a-pele) ou indireto (contato com itens ambientais ou itens de uso do
paciente). (Exemplo: infecções gastrintestinais, respiratória, pele e ferida colonizada,
entéricas e grandes abscessos).
Consistem em:
1. Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela
mesma doença transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em incubadora.
Crianças e outros pacientes, que não deambulam, não requerem quarto privativo, desde
que as camas tenham um afastamento maior do que 1metro entre elas;
2. Uso de luvas quando entrar no quarto do paciente. Após o contato com
material que contenha grande concentração de microrganismos (por exemplo: sangue,
fezes e secreções), as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas. Após a lavagem das
mãos, deve-se evitar o contato com superfícies ambientais potencialmente
contaminadas;
3. Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto
contato com o paciente que possa estar significativamente contaminando o ambiente
(diarréia, incontinência, incapacidade de higienização, colostomia, ileostomia, ferida
com secreção abundante ou não contida por curativo). O avental deve ser retirado antes
da saída do quarto, e deve-se evitar o contato das roupas com superfícies ambientais

8
potencialmente contaminadas;
4. O transporte de pacientes para fora do quarto deve ser reduzido ao
mínimo. As precauções devem ser mantidas durante o transporte;
5. Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser
submetidas à limpeza diária;
6. Equipamentos de cuidado com os pacientes e materiais como
estetoscópio, esfigmomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível,
devem ser usados somente por um único paciente. Se não for possível, a desinfecção
deste material é recomendada entre o uso em um e outro paciente.

Técnica de lavagem das mãos

a)Lavagem básica das mãos


É o simples ato de lavar as mãos com água e sabão, visando a remoção de
bactérias transitórias e algumas residentes, como também células descamativas, pêlos,
suor, sujidades e oleosidade da pele. O profissional de saúde deve fazer desse
procedimento um hábito, seguindo as recomendações e etapas de desenvolvimento da
seguinte técnica:

• Fique em posição confortável, sem tocar a pia, e abra a


torneira, de preferência, com a mão não dominante, isto é, com a
esquerda, se for destro, e com a direita, se for canhoto;
• Mantenha se possível, a água em temperatura agradável,
já que a água quente ou muito fria resseca a pele. Use, de preferência, 2
ml de sabão líquido, ou o sabão em barra( nesse caso enxágüe o sabão
antes do uso);
• Ensaboe as mãos e friccione-as por aproximadamente 15
segundos, em todas as suas faces, espaços interdigitais, articulações,
unhas e extremidades dos dedos, conforme mostra a figura:

9
LAURENCE. J.C. The bacteriology of burns. Journal of hospital (Supl. B): 3 –
17, 1985

• Enxágüe as mãos, retirando totalmente a espuma e


resíduos de sabão, enxugue-as com papel-toalha descartável;
• Feche a torneira utilizando o papel-toalha descartável
(evite encostar- se à mesma ou na pia)

Indicações
Uma listagem de todas as situações em que as mãos devem ser lavadas seria uma

10
tarefa prolongada e incompleta.
De modo geral, entretanto, o bom senso autoriza e recomenda que o profissional
de saúde lave as mãos nas situações abaixo indicadas: sempre que estiverem sujas.

Antes de:
• Ministrar medicamento oral;
• Preparar nebulização.

Antes e após:

• A realização de trabalhos hospitalares;


• A realização de atos e funções fisiológicas e ou pessoais
(se alimentar, limpar e assoar o nariz, usar o toalete, pentear os cabelos,
fumar ou tocar qualquer parte do corpo);
• O manuseio de cada paciente e, às vezes, entre as diversas
atividades realizadas num mesmo paciente (por exemplo: higiene,
aspiração endotraqueal, esvaziamento da bolsa coletora de urina etc.);
• O preparo de materiais ou equipamentos (respiradores,
nebulizadores etc.), durante seu reprocessamento;
• A manipulação de materiais ou equipamentos (exemplo:
cateter intravascular, sistema fechado de drenagem urinária e
equipamentos respiratórios);
• A coleta de espécimes;
• A aplicação de medicação injetável;
• A higienização e troca de roupa dos pacientes.

a) Lavagem e anti-sepsia das mãos

Pré-procedimentos cirúrgicos
No preparo das mãos e antebraços, antes de quaisquer procedimentos cirúrgicos,
o profissional de saúde deve remover todas as jóias, pulseiras e ou anéis, inclusive a
aliança. As unhas devem ser mantidas aparadas e sem esmalte.
Para a anti-sepsia, recomenda-se o emprego de escovas apropriadas, com cerdas
macias, descartáveis ou convenientemente esterilizadas. São contra- indicadas as
11
escovas de cerdas duras, já que podem promover lesões cutâneas nas mãos e antebraços.
Proscreve-se, também, a manutenção de escovas em soluções desinfetantes, bem como
seu reaproveitamento após o uso. Caso não existam condições adequadas para a
utilização das escovas, deve-se dar preferência ao desenvolvimento da anti-sepsia sem
escovação.
Com ou sem escovação, porém, a seqüência da lavagem deve ser ritualmente
seguida pelo profissional de saúde. Com movimentos de fricção pelas diferentes faces
das mãos, espaços interdigitais, articulações, extremidades dos dedos e antebraços,
durante 5 minutos antes da primeira cirurgia e de 2 a 5 minutos antes das cirurgias
subseqüentes, desde que a anterior não tenha sido infectada. Nesse caso, deve-se
obedecer ao tempo de 5 minutos.

1ª opção

Desenvolvimento da técnica com anti-séptico-detergente


Quando do emprego de produtos antissépticos-detergentes no final do
procedimento, o profissional de saúde deve enxaguar as mãos em água corrente, aplicar
o produto e, após friccioná-lo nas mãos, enxugar as mesmas com toalha ou compressa
esterilizada.
É vedado o uso de soluções alcoólicas para a remoção de resíduos do anti-
séptico-detergente.

2ª opção

Desenvolvimento da técnica com água, sabão e aplicação de anti- sépticos

Quando não houver a disponibilidade de produtos à base de antisséptico-


detergente associado, o ritual da lavagem / escovagem deverá ser processado com o uso
do sabão, obedecendo-se a técnica preconizada. O profissional de saúde, após friccionar
as mãos com água e sabão, deve enxugá-las tendo o cuidado de remover totalmente a
espuma e resíduos de sabão das mãos e antebraços. Seqüencialmente, deve aplicar uma
solução de álcool iodado a 0,5 ou 1 %, friccionando as mãos com essa solução por, no
mínimo, 1 minuto, secando-as em seguida com toalha ou compressa esterilizada.

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Em qualquer das duas opções, durante o desenvolvimento da técnica, as mãos
devem ser mantidas numa altura relativamente superior aos cotovelos, e a secagem com
toalha ou compressa esterilizada deve ser processada, sempre, obedecendo-se a direção
mãos-cotovelo, com movimentos compressivos e não de esfregação.
É contra-indicada a imersão das mãos em bacias com álcool iodado. Como
precaução adicional, o profissional de saúde deve usar luvas quando houver um elevado
risco de transmissão de infecção. Tal procedimento objetiva proteger os pacientes dos
microrganismos que não foram totalmente removidos através da lavagem das mãos,
bem como evitar que o pessoal de saúde tenha contato direto com secreções, excreções,
material e equipamentos contaminados. O uso de luvas, entretanto, não prescinde uma
boa lavagem das mãos.

Indicações (1 ª e 2 ª opção)

Antes de:

• Cirurgias em geral;
• Procedimentos cirúrgicos de pequeno porte, tais como:
biópsias, cateterismos vasculares, traqueostomias, shunts arteriovenosos,
procedimentos endoscópicos por incisões, punções e drenagens de
cavidades serosas, acesso percutâneo a cavidades naturais (cateterismo
vesical, punção suprapúbica) e outras cirurgias realizadas em unidades
ambulatoriais e de emergência, como por exemplo, retirada de corpo
estranho, cirurgia oftalmológica e outras.

Em alguns serviços de saúde, os procedimentos citados – em conseqüência de


situações emergenciais e outras peculiares à instituição – são realizados em áreas
semicríticas e não em áreas críticas, o que seria mais adequado, devido ao risco
potencial de infecção.

Outros procedimentos de risco

Alguns procedimentos de risco ou invasivos (diagnósticos ou terapêuticos) são


desenvolvidos em diferentes áreas dos hospitais brasileiros. Apesar de não

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representarem risco de infecção equivalente aos das agressões cirúrgicas (de grande e
pequeno porte) acima referidas, os cuidados com as mãos devem ser rigorosos, tendo-se
em vista que freqüentemente acarretam infecções hospitalares. Portanto, preconiza-se a
lavagem das mãos com água e sabão por aproximadamente 15 segundos, com posterior
aplicação de anti-séptico em solução alcoólica, friccionando, durante 1 minuto, todas as
faces das mãos, conforme a técnica já descrita. Ressalva-se que as mãos devem secar
naturalmente e não por intermédio do papel-toalha.
Considerando-se o custo, o problema de disponibilidade dos anti-sépticos
detergentes no mercado e a não necessidade de efeito residual prolongado em alguns
procedimentos de risco. Optou-se, apenas, pela lavagem das mãos com água e sabão,
com posterior aplicação de anti-sépticos em solução alcoólica, o que não exclui,
entretanto, o uso de antissépticos-detergentes por algumas instituições que assim o
preferirem.

Indicações

Antes de:

• Examinar pacientes de isolamento reverso;


• Preparar dietas para berçário (mamadeiras, leite, papa,
etc.);
• Preparar solução parenteral ou enteral;
• Instalar solução parenteral (antes de manusear
equipamentos para ministrar a solução);
• Proceder à instalação da hemodiálise;
• Realizar instrumentação e sondagem de orifícios naturais
(cistoscopia, broncoscopia, laringoscopia direta e cateterismo vesical);
• Realizar punção-biópsia;
• Realizar punção lombar;
• Efetuar cateterismo de trajetos fistulosos.

Antes e após:

• Qualquer tipo de curativo.

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Após:

• Contato com urina, fezes, sangue, saliva, escarro,


secreções purulentas ou outras secreções ou excreções materiais, bem
como equipamentos e roupas contaminadas.

Técnica para calçar luva estéril

O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para


evitar a contaminação da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por isso requer
muita atenção.
As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de
manipulação de áreas estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a utilização de
luvas estéreis, entre eles os procedimentos cirúrgicos, aspiração endotraqueal, curativos
extensos, que se tornam difíceis realizar somente com o material de curativo.
Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais
estéreis ou em lesões, usa-se as luvas esterilizadas.
Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos
numerados como 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.
Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma
superfície limpa, à altura confortável para sua manipulação.

Fonte: site: www.enfermagem.org

Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas. Elas

15
existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar nas luvas e
contaminá-las. Então, segure nas abas abra os dois lados que revestem as luvas,
conforme a figura abaixo.

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão direita
está a sua direita, e a luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso na maioria dos
fabricantes. A maioria das luvas não tem lado anatômico, mas ficam dispostas nesse
sentido, devido a dobra existente do polegar.
Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão não-
dominante, segure a luva pela face interna da luva (que vem dobrada propositalmente).
Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face onde a
luva irá entrar em contato com sua pele, ou seja, face interna.

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

Agora, introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando ajustar


os dedos internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível, mas não se

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preocupe se os dedos ficarem mal posicionados dentro da luva. Continue o
procedimento mesmo com os dedos posicionados de forma errada (é muito arriscado
tentar arrumar a posição dos dedos, você pode contaminá-la).

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva, sempre
a segurando pela face interna.

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), vamos
colocar a luva na mão esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora estamos com
uma luva estéril na mão dominante, não podemos tocar em lugares que não sejam

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estéreis, sejam eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao nosso redor. Com a mão
dominante (enluvada), segure a outra luva pela face externa (ou seja, por dentro da
dobra existente). Esta dobra existente no punho da luva servirá de apoio para segurar a
luva, sem que ocorra o risco de contaminar a luva, mesmo que imperceptivelmente.

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão
esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas agora, com
a cautela de não tocar com a luva na pele da mão esquerda ou em locais não-estéreis.

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org


Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.

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Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

Agora, havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou até


mesmo melhorar o calçamento da luva, faça com ambas as luvas, porém evite manipular
a luva na região dos punhos, caso esta não possua mais as dobras de segurança.

Ilustração retirada do site: www.enfermagem.org

Paramentação

Paramentar-se é vestir de maneira adequada por determinada ocasião, a fim de


evitar a transmissão de microorganismos a outros pacientes.
Como se paramentar de maneira eficiente e segura
Para uma paramentação segura devemos tomar certos cuidados antes de
pegarmos o avental. São eles:

19
1 - Certificar-se de que o pacote está estéril (através de adesivo identificador
no próprio pacote);
2 - Pedir à circulante que abra o pacote para você;
3 - Verificar o espaço disponível, se não há mobiliário ou pessoas
atrapalhando sua movimentação.
Tomados estes cuidados podemos prosseguir com a paramentação.

Técnicas:

1. Retire o avental do pacote, abra-o e segure-o com as duas mãos por


dentro dele na região dos ombros;
2. Erga as mãos e introduza o quanto puder seus braços no avental, em
seguida peça à circulante que lhe ajude a ajeitar o avental;
3. Segure as cordas afastadas do avental por seu meio, enquanto a
circulante amarra seu avental;
4. Entregue as pontas à circulante e espere que ela amarre;
5. Caso o avental seja do tipo opa, faça um bolinho com o fio maior e o
entregue à outra mão dando a volta por trás de seu corpo;
6. Puxe bem a ponta maior para fechar o avental atrás;
7. Com a outra mão amarre as duas pontas;
8. No punho procure deixar o dedal preso no dedão, assim o avental ficará
mais firme e não poderá encolher durante a cirurgia;
9. Calce a luva esquerda se for destro e direita se for canhoto em primeiro;
10. Depois calce a outra luva;
11. Nunca encoste a luva calçada em sua pele. Isso
causaria a contaminação e seria preciso recomeçar o processo;
12. Passe a luva por seu punho para vedar completamente o contato de sua
pele com o paciente;
13. Caso seu avental não possua dedal, certifique-se de que o punho está
bem para frente;
14. Segure o punho com a palma da mão;
15. Passe então a luva até sentir que ficou firme.

20
CUIDADOS COM A UNIDADE DO PACIENTE

1. Limpeza diária ou concorrente


Entende-se por limpeza concorrente a higienização diária de todas as áreas do
hospital, com o objetivo da manutenção do asseio, reposição de materiais de consumo
como: sabão líquido, papel toalha, papel higiênico, saco para lixo. Inclui:
→ Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza
completa do sanitário;
→ Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira), realizada
pela equipe da unidade (ou pela equipe da higienização, quando devidamente
orientada).
Obs.:

• A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida


durante o dia, pois há acúmulo de partículas existentes no ar ou pela
movimentação de pessoas;
• A limpeza ou desinfecção concorrente do colchão deve
ser feita no período da manhã, durante a higiene do paciente.

Técnica:

Inicia-se do local mais limpo para o local mais sujo, ou do local menos
contaminado de acordo com o “provável nível de sujidade ou contaminação”.
1º. Mobiliários;
2º. Parede;
3º. Piso.

Materiais: Baldes, panos e solução apropriada.

• Embeber o pano em solução apropriada;


• Esfregar a área a ser limpa sempre no mesmo sentido, do
mais limpo ao mais sujo;
• Molhar o outro pano em água limpa (2º balde) e enxaguar;
• Molhar com o 3º pano no álcool e aplicar na superfície,

21
deixar secar;
• Friccionar com o 4º pano por 15 segundos em cada ponto;
• Limpar e guardar o material.

Limpeza ou desinfecção terminal


Entende-se por limpeza terminal a higienização completa das áreas do hospital e,
às vezes, a desinfecção para a diminuição da sujidade e redução da população
microbiana. É realizada de acordo com uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma
vez por semana ou quando necessário.
Além da limpeza da unidade outros mobiliários e equipamentos, que têm contato
direto com o paciente, também devem ser limpos sempre que utilizados (cadeira de
rodas, maca e outros).
Consiste no método de limpeza ou desinfecção de mobiliário e material que
compõem a unidade do paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou
longa permanência do paciente.
Executar a técnica com movimentos firmes, longos e em uma só direção. Seguir
os princípios:

• Do mais limpo para o mais sujo;


• Da esquerda para direita;
• De cima para baixo;
• Do distal para o proximal.

Utilizar um balde e um pano para ensaboar e outro balde e pano para enxaguar,
deixando quase seco. No caso de desinfecção passar a solução uma vez.

Técnica:

Materiais: bandeja, 2 baldes com água e recipiente com pedaço de sabão (para
limpeza da unidade), 1 balde com solução desinfetante padronizada no hospital (para
desinfecção da unidade), cuba-rim para lixo, papel toalha, luva de procedimentos.

• Retirar a roupa, separando a leve da pesada, manuseando-a com


cuidado, fazer um pacote e colocá-lo sobre a bandeja. Levar a roupa ao
expurgo;
22
• Se houver comadre, papagaio, bacia e cuba-rim no quarto,
enxaguar no banheiro e levar para o expurgo, lavá-las com água e sabão, secar
e passar álcool 70%;
• Colocar a luva de procedimentos;
• Limpar a mesa de refeição;
• Limpar suporte de soro;
• Limpar a mesa de cabeceira, iniciar pela área externa (parte
superior, laterais, atrás e frente), parte interna da gaveta (iniciando pelo fundo,
laterais, chão e frente) e parte externa da gaveta (limpar apenas laterais). Parte
interna da porta. Parte interna da mesinha (iniciar pelo teto, fundo, laterais,
prateleira do meio e parte inferior). Manter a porta fechada;
• Limpar um dos lados do travesseiro colocando o lado já limpo
sobre a mesa de cabeceira, e proceder à limpeza do outro lado;
• Abrir o impermeável sobre o colchão e limpar a parte exposta,
dobrar e limpar a outra parte exposta, colocando-a sobre o travesseiro;
• Limpar a face superior e lateral do colchão, no sentido da
cabeceira para os pés;
• Colocar o colchão sobre a guarda aos pés da cama, expondo a
metade inferior do estrado aos pés da cama e a metade posterior do colchão;
• Lavar cabeceira, grades e a parte exposta do estrado;
• Dobrar o colchão dos pés da cama para a cabeceira, limpando a
parte inferior do estrado aos pés da cama e a metade posterior do colchão;
• Acionar a manivela para limpar a parte posterior do estrado nos
pés da cama;
• Abaixar o estrado e colocar o colchão no lugar, na posição
horizontal;
• Limpar os quatro pés da cama;
• Colocar sobre o colchão o impermeável e o travesseiro;
• Proceder a limpeza da cadeira, e a escadinha;
• Recolher o material utilizado e lavá-lo, retirar as luvas e lavar as
mãos.

Limpeza e desinfecção dos artigos hospitalares

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Os artigos hospitalares são manejados dentro do hospital como ferramentas para
realização de diagnósticos e tratamentos, ou apoio para esses procedimentos.
Necessitam de controle apurado para o manejo, a fim de não comprometer a vida do
paciente, disseminando a infecção hospitalar.
As ações que se realizam com estes artigos dependem de sua área de contato e
do tipo de artigo hospitalar, realizando as limpezas simples, desinfecções e
esterilizações.
As desinfecções de artigos hospitalares são realizadas de acordo com a
classificação feita por SPAULDING, há mais de 2 décadas, os artigos hospitalares são
classificados em: Críticos, Semicríticos e Não-críticos, baseado no grau de risco de
infecção do uso destes itens.
Os artigos críticos são aqueles destinados a penetração, através de pele e
mucosas, que entram em contato com tecidos estéreis do corpo humano, isentos de
colonização. Exemplo: agulhas, materiais cirúrgicos, cateteres cardíacos e outros.
Os artigos semicríticos são aqueles que entram em contato com mucosas integras
ou pele lesada. Exemplo: circuitos de terapia respiratória, endoscópios, tubos
endotraqueais.
Os artigos não-críticos são aqueles que entram em contato apenas com a pele
íntegra do paciente ou não entram em contato com ele. Exemplo: o material usado para
higienização, termômetro, esfigmomanômetro, oxímetro de pulso, comadre, papagaio,
entre outros.
Para os artigos não-críticos basta a limpeza com procedimento mínimo. Por
limpeza entende-se a completa remoção da sujidade presente nos artigos, utilizando
água, detergente e ação mecânica. Utilizando água morna e detergente enzimático
potencializa-se a efetividade da limpeza.
Para os artigos semicríticos, além da limpeza, há a necessidade de complementar
com a termodesinfecção ou desinfecção química de nível intermediário, no mínimo. A
termodesinfecção faz-se por meio das lavadoras termodesinfectoras, que possuem
programas que operam em temperaturas variadas como as de 70°C, 85°C, 92°C, 95°C,
respectivamente, a um tempo de exposição decrescente. A desinfecção química pode ser
feita imergindo o material em soluções à base de glutaraldeído a 2% por 20 a 30
minutos, ou ácido peracético a 0,2% por 10 minutos, atentando-se para indicações e
contra-indicações para cada material. Estas duas soluções garantem a desinfecção de

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alto nível, ou seja, além de virucida, bactericida, fungicida e micobactericida, é também
parcialmente esporocida. Já outros germicidas como o álcool a 70%, hipoclorito de
sódio a 1% e fenol sintético, são desinfetantes químicos sem ação esporocida, porém
adequados para processar os artigos semicríticos, por serem desinfetantes de nível
intermediário (virucida, bactericida, fungicida e micobactericida).
Para os artigos críticos, a esterilização é o procedimento aceito. Se o artigo for
termorresistente, a autoclavação com pré-vácuo é o processo imbatível, pois é seguro,
rápido, econômico, não-tóxico, e que permite ser seguramente monitorizado. Se o artigo
for termossensível, há que se recorrer à esterilização gasosa automatizada, por meio de
óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio ou vapor à baixa temperatura com o
gás formaldeído.

PREPARO DA CAMA HOSPITALAR

O leito é um fator importante na obtenção do repouso e conforto adequados,


sendo essencial na manutenção e recuperação da saúde. Tem como objetivos: preparar
uma cama segura e confortável; manter a unidade com aspecto agradável; proporcionar
bem-estar e segurança ao paciente.

Cama fechada
É o preparo da cama para ser ocupada por um novo paciente.

Técnica:
1. Reunir o material;
2. Realizar a limpeza concorrente;
3. Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela o travesseiro;
4. Dispor a roupa no espaldar da cadeira, observando a ordem:
• Toalha de banho;
• Fronha;
• Colcha;
• Cobertor;
• Lençol protetor do paciente (sobrelençol);
• Lençol protetor do colchão.

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5. Dispor o lençol de baixo fazendo canto da cabeceira, dos pés e lateral da
6. Colocar o lençol protetor do paciente deixando barrado junto à cabeceira;
7. O cobertor a menos de 40 cm da cabeceira, estender a colcha rente a
cabeceira prendendo junto as 3 peças nos pés da cama e deixando solto os lados;
8. Pôr a fronha no travesseiro colocando junto à grade da cabeceira.
Endireitar a cadeira, passar para o outro lado e repetir a seqüência;
9. Deixar a unidade (quarto do paciente em ordem).
Obs.: Dobraduras do lençol: 2 vezes no sentido da largura e 1 vez no sentido de
comprimento. Colocar na cadeira com as pontas laterais voltadas para a cama.

Cama aberta

É o preparo da cama sem paciente, com ocupação do leito pelo paciente que
pode se locomover.

Técnica:

O material utilizado é o mesmo da cama fechada, acrescido de um recipiente de


pano de limpeza e desinfetante, para limpeza do colchão e travesseiro antes do preparo
da cama.
Proceder à mesma seqüência da cama fechada, deixando o lençol de cima
(protetor do paciente) virado no sentido diagonal sobre o cobertor e a colcha na parte da
cabeceira. O travesseiro é colocado sobre a cama.

Cama ocupada
Consiste no preparo da ama ocupada por um paciente que permanece no leito,
incapaz de se locomover.

Técnica:
O material utilizado é o mesmo da cama fechada, acrescido de um recipiente de
pano de limpeza e desinfetante, para limpeza do colchão e travesseiro durante do
preparo da cama.
1. Orientar o paciente sobre o procedimento;
2. Lavar as mãos;
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3. Preparar o material necessário;
4. Preparar o ambiente com biombo se necessário;
5. Soltar as roupas de cama e colocá-las no hamper;
6. Retirar o cobertor, dobrá-lo e colocá-lo no espaldar da cadeira;
7. Colocar o paciente em decúbito lateral, observando a sua segurança,
dobrar o lençol de baixo para o centro do colchão;
8. Fazer a desinfecção para o centro do colchão;
9. Colocar o lençol de baixo conforme descrito anteriormente, fixando-o
sob o colchão;
10. Virar o paciente de modo que o mesmo fique sobre o lençol limpo em
decúbito lateral;
11. Remover o restante do lençol usado, colocá-lo no hamper e proceder a
desinfecção do restante do colchão;
12. Puxar com cuidado o lençol de baixo, esticá-lo e fixá-lo sob o colchão;
13. Colocar o paciente em posição confortável;
14. Dobrar o sobrelençol usado longitudinalmente, tendo cuidado de não
expor o paciente. Colocar o sobrelençol limpo com a técnica conhecida e estendê-lo
sobre o paciente, no mesmo tempo em que é retirado o lençol usado;
15. Colocar o cobertor e a colcha e fixá-los, conforme descrição anterior;
16. Retirar fronha, fazer desinfecção do travesseiro e colocar fronha limpa.

Cama operado
É o preparo da cama para receber o paciente que se submeteu a cirurgias ou
exames sob anestesia.

Técnica:
1. Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
2. Calçar luvas de procedimento;
3. Retirar roupa suja e colocá-la no hamper;
4. Realizar limpeza concorrente;
5. Proceder de forma semelhante a da cama fechada;
6. Colocar forro móvel sobre o lençol de baixo na cabeceira da cama, com
pregas (no mínimo três) em cada lado do colchão, deixando livre o centro da cama para
a cabeça do paciente;
27
7. Estender as três peças superiores sem prendê-las nos pés da cama;
8. Dobrar as três peças juntas, cerca de 15 cm em cada extremidade;
9. Fazer um rolo com as três peças, no sentido do comprimento,
colocando-o no lado oposto ao que será utilizado para colocar o paciente no leito;
10. Colocar o travesseiro aos pés da cama.

ADMISSÃO, ALTA E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE

1. Admissão
É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período.
Tem por objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar, proporcionar
conforto e segurança.
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade e
encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido com gentileza e cordialidade
para aliviar suas apreensões e ansiedades. Geralmente, o paciente está preocupado com
a sua saúde.
A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus familiares,
inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o atenderá. Se recebido
atenciosamente, proporcionará sensação de segurança e bem estar, e deste primeiro
contato depende em grande parte a colaboração do paciente ao tratamento.

Procedimentos:

1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;


2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o
conforto possível;
3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias;
horários das refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira
chefe;
5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso;
horário de visita;
6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da

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admissão, se não for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um
impresso próprio e encaminhar para a sala de pertences;
7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de
obter sua cooperação;
8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso da
própria roupa;
9. Fazer o prontuário do paciente;
10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao
exame físico;
11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.

Alta
Alta Hospitalar é o encerramento da assistência prestada ao paciente no hospital.
O paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou quando está em
condições de recuperar-se e continuar o tratamento em casa.
A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.

Procedimentos:

1. Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar assinada


pelo médico;
2. Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a serem
feitos antes da saída do paciente;
3. Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;
4. Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;
5. Auxiliar o paciente a vestir-se;
6. Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;
7. Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no
hospital;
8. Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paciente até o
veículo;
9. Transportar o paciente;

29
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

Transferência interna do paciente


É a transferência do paciente de um setor para o outro, dentro do próprio
hospital. Poderá ser transferido quando necessitar de cuidados intensivos, mudança de
setor e troca do tipo de acomodação.

Procedimentos:
1. Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;
2. Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e cuidados
prestados;
3. Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paciente;
4. Proceder as anotações de enfermagem no plano assistencial;
5. Fazer rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à família ou
encaminhando junto ao paciente;
6. Proceder o transporte do paciente, com auxílio;
7. Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences;
8. Auxiliar na acomodação do paciente;
9. Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de rodas;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

HIGIENE CORPORAL DO PACIENTE

Banho no leito
A higiene pessoal adequada é indispensável à conservação da saúde e do bem
estar. A pele íntegra é a primeira linha de defesa contra infecção e contra a agressão aos
tecidos subjacentes, além de ter importância na regulação da temperatura corporal.
O enfermo, em geral, tem menor resistência à infecção, por isso as bactérias
patogênicas contribuem com ameaça mais acentuada, porém a invasão microbiana pode
ser reduzida, mantendo-se intactas a pele e a membrana mucosa.
Os objetivos do banho de leito são: providenciar conforto e bem-estar, promover

30
relaxamento muscular, manter a integridade da pele, estimular a circulação.

Procedimentos:

Material: Equipamentos da cama: colcha, cobertor, 01 lençol de cima, lençol


móvel, 01 impermeável, 01 lençol de baixo, fronha, seguindo esta ordem; luvas
de procedimento; 01 toalha de rosto; 01 toalha de banho; 02 luvas de banho ou
compressas; 01 camisola; 02 bacias de banho ou balde; jarro de água quente; 01
sabonete anti-séptico; comadre ou papagaio; biombo s/n; saco de hamper.

1. Colocar o biombo s/n; fechar janelas e portas;


2. Desocupar a mesa de cabeceira;
3. Oferecer comadre ou papagaio antes de iniciar o banho;
4. Desprender a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor, o travesseiro e
a camisola, deixando-o protegido com o lençol;
5. Abaixar a cabeceira da cama caso seja possível;
6. Colocar o travesseiro sobre o ombro;
7. Ocluir os ouvidos;
8. Colocar a bacia sob a cabeça;
9. Lavar os cabelos;
10. Fazer higiene oral;
11. Calçar as luvas de procedimento;
12. Molhar as luvas de banho retirando o excesso de água;
13. Lavar os olhos do paciente do ângulo interno;
14. Lavar os olhos do paciente do ângulo interno para o externo;
15. Utilizar água limpa para lavar cada olho;
16. Ensaboar pouco e secar com a toalha de rosto;
17. Colocar a toalha de banho sob um dos braços do paciente e lavá-lo no
sentido do punho para as axilas em movimentos longos;
18. Enxaguar e secar com a toalha de banho;
19. Repetir a operação com o outro braço;
20. Colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente, cobrindo-o até a
região púbica;
21. Com uma as mãos suspender a toalha e com a outra lavar o tórax e
31
abdômen;
22. Enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol;
23. Lavar as pernas fazendo movimentos passivos nas articulações,
massagear as proeminências ósseas e panturrilha;
24. Flexionar o joelho do paciente e lavar os pés, secando bem entre os
dedos;
25. Colocar o paciente em decúbito lateral, com as costas voltadas para
você, protegendo-a com toalha, lavar, enxugar e secar;
26. Fazer massagem de conforto;
27. Colocar o paciente em posição dorsal;
28. Colocar a toalha de banho e comadre sob o paciente;
29. Oferecer a luva de banho para que o paciente possa fazer sua higiene
íntima (se tiver limitações, calçarem a luva e fazer a higiene para o paciente);
30. Lavar as mãos;
31. Vestir a camisola;
32. Trocar a roupa de cama;
33. Recolocar o travesseiro e deixá-lo em posição confortável.

Higiene oral

A boca é a principal porta de entrada para os microorganismos causadores de


doenças. É um excelente meio de incubação porque fornece umidade, alimento, calor e
proteção em condições ideais.
A boca mal cuidada favorece o aparecimento de infecção, tanto no trato
digestivo quanto no trato respiratório, por isso, a higiene oral constitui um cuidado de
enfermagem diário.
Os objetivos da higiene oral são: motivar a formação de hábitos de higiene,
remover restos alimentares, prevenir cáries dentárias e infecções, aumentar a circulação
capilar, proporcionar conforto e bem-estar.

Procedimentos:
Material: escova de dente; dentifrício; copo descartável com água; toalha de
rosto; cuba-rim; espátula; canudo s/n; lubrificante labial (vaselina); antisséptico oral

32
(Cepacol); luva de procedimento; gaze.

Paciente com pouca limitação:


1. Em posição de Fowler e com a cabeça lateralizada;
2. Proteger o tórax com a toalha de rosto;
3. Colocar a cuba-rim sob a bochecha;
4. Solicitar para que abra a boca ou abri-la com auxilio da espátula;
5. Utilizar a escova com movimentos da raiz em direção à extremidade dos
dentes. Fazer cerca de 6 a 10 movimentos em cada superfície dental, com pressão
constante da escova;
6. Repetir esse movimento na superfície vestibular e lingual, tracionando a
língua com espátula protegida com gaze, s/n;
7. Oferecer copo com água para enxaguar a boca; utilizar canudo s/n.

Paciente com prótese:


1. Solicitar que retire a prótese ou fazer por ele, utilizando a gaze; colocá-
la na cuba rim;
2. Escovar a gengiva, palato e língua, se o paciente não puder fazê-lo;
3. Oferecê-la para que o paciente coloque-a ainda molhada.

Pacientes inconscientes ou em estado grave:


1. Toalha sobre o tórax e proteger a cama;
2. Elevar decúbito se não houver contra indicação;
3. Molhar a gaze na solução;
4. Lavar dentes, gengivas, palato, bochechas, língua;
5. Lubrificar lábios;
6. Deixar paciente confortável.

Tratamento de pediculose

Pedículos humanos são parasitas do ser humano, conhecido popularmente por


“piolhos”, sendo encontrados no couro cabeludo e outras regiões pilosas do corpo.

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Os sintomas incluem: prurido intenso, presença de lêndeas e presença do próprio
piolho.
O objetivo do tratamento de pediculose é eliminar o parasita e seus ovos,
proporcionando conforto ao paciente e evitando sua propagação.

Procedimento:

Material: bandeja, 1 par de luvas, antiparasitário tópico, impermeável se o


paciente não puder sentar-se, 1 forro, 1 toalha de rosto, recipiente para lixo, 2 tiras de
fita adesiva, 1 par de gazes, pente fino.

1. Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;


2. Pedir ao paciente que se sente na cadeira ou no leito;
3. Calçar as luvas;
4. Proteger o rosto do paciente com a toalha e os ombros com o forro;
5. Aplicar o antiparasitário tópico no couro cabeludo, usando as gazes,
repartindo os cabelos;
6. Prender os cabelos fazendo um turbante justo com o forro;
7. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
8. Deixar o produto agir. Se aplicar à noite, deixar até a manhã seguinte;
9. Encaminhar o paciente ao chuveiro para lavar os cabelos;
10. Pentear os cabelos com pente fino.

CONFORTO E SEGURANÇA

1. Movimentação do paciente
Para que o paciente se sinta confortável no leito, é necessário que o corpo fique
apoiado em bom alinhamento, numa posição repousante.
É fundamental que o paciente seja freqüentemente movimentado no leito,
principalmente o paciente dependente, evitando complicações. Ao se executar a
movimentação do paciente no leito, deve-se levar em conta a proteção do paciente
contra possíveis traumatismos e/ou deformidades decorrentes de mau posicionamento,
utilizando-se para este fim: travesseiros, coxins, almofadas d’água, etc. Deve-se

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considerar também a proteção das pessoas que executam a movimentação, prevenindo
traumas na coluna vertebral e outros acidentes, usando os mecanismos corporais
adequados e os princípios das leis mecânicas.
Tem como objetivos: proporcionar conforto, aliviar área de pressão e relaxar a
musculatura, prevenir a formação de escaras de decúbito, prevenir deformidades
musculares e prevenir complicações pulmonares, embolias, tromboses.

Materiais:

• Bandeja;
• Travesseiros;
• Coxins;
• Apoios para os pés;
• Almofadas d’água;
• Forros.

Mudança de decúbito

Procedimento:

Preparar o material necessário e colocá-lo sobre a cadeira ao lado da cama;


1. Abaixar a cabeceira da cama;
2. Desprender a colcha e o lençol de cima;
3. Colocar o paciente na extremidade oposta - a que vai ser virada.

Executar a técnica em duas etapas:

1) passar um braço sob os ombros do paciente, apoiando a cabeça, e o


outro sob a região lombar, aproximando o tronco.
2) colocar um braço sob a região lombar, o outro sob os joelhos e
aproximar a parte inferior do corpo;
4. Passar para o outro lado da cama;
5. Cruzar os braços do paciente sobre o tórax e flexionar os joelhos do

35
mesmo;
6. Colocar uma das mãos sobre o ombro e a outra sobre o quadril do paciente
e virá-lo delicadamente;
7. Segurar o paciente com uma das mãos e com outra apoiar as costas com o
travesseiro;
8. Passar para o outro lado e completar o apoio nas costas;
9. Estender a perna inferior e flexionar a superior;
10. Colocar um travesseiro, sustentando a cabeça e o pescoço;
11. Apoiar o antebraço superior com o travesseiro, de modo que o braço
fique estendido ao longo do corpo;
12. Colocar um rolo na mão;
13. Deixar o outro braço em posição confortável;
14. Colocar um travesseiro entre os joelhos e outro apoiando o pé, mantendo
a perna superior flexionada e abduzida, o calcâneo e hálux livres;
15. Prender as roupas nos pés da cama.

Mudança de decúbito lateral para dorsal:


1. Desprender a colcha e o lençol de cima nos pés da cama;
2. Retirar os travesseiros de apoio das costas e dos membros e colocá-los
sobre a cadeira;
3. Colocar uma das mãos no ombro e a outra no quadril do paciente e virá-lo
vagarosamente;
4. Apoiar a cabeça, pescoço, ombros, sobre os travesseiros;
5. Deixar os braços e antebraços ligeiramente estendidos ao longo do corpo e
apoiá-los com travesseiros;
6. Colocar um rolo de apoio nas mãos;
7. Dobrar as roupas de cama, dos pés aos joelhos;
8. Colocar um travesseiro sob a região poplítea, mantendo as pernas
semifletidas;
9. Colocar almofada d’água sob calcâneos;
10. Colocar um apoio firme na região plantar, de maneira que os pés fiquem
em ângulo reto com as pernas;
11. Passar para o outro lado e apoiar o outro braço e antebraço;
12. Prender as roupas nos pés da cama, deixando-as frouxas;
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13. Elevar a cabeceira da cama.

Restrição do paciente

Em algumas situações, principalmente com pacientes confusos, agitados e


crianças, torna-se necessário restringir a movimentação do paciente no leito, para evitar
quedas, traumas, retirada de sonda, cateteres, drenos, soros, etc. Porém, é fundamental
que o funcionário conheça os riscos que uma restrição pode acarretar e os cuidados ao
paciente restringido.

Procedimento:
Material: atadura de crepe; algodão; gaze; compressas cirúrgicas; lençóis; tala;
fita adesiva; braçadeiras de contenção.
Proceder a restrição no leito dos segmentos corporais na seguinte ordem:
ombros, pulsos e tornozelos, quadril e joelhos.
• Ombros: lençol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando- as
na região cervical;
• Tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico, com a atadura de
crepe fazer movimento circular, amarrar;
• Quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sob a região
lombar, torcer as pontas, amarrar;
• Joelhos: com 02 lençóis. Passar a ponta D sobre o joelho D e sob o E, e
a ponta do lado E sobre o joelho E, e sob o D.

Observações:
• Não utilizar ataduras de crepe (faixas) menor do que 10 cm;
• Evitar garroteamento dos membros;
• Afrouxar a restrição em casos de edema, lesão e palidez;
• Retirar a restrição uma vez ao dia (banho);
• Proceder a limpeza e massagem de conforto no local.

Transporte do paciente

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É a transferência do paciente de um local a outro, utilizando-se de maca ou
cadeira de rodas.
Para se fazer o transporte ou remoção do paciente de um determinado lugar para
outro, nas dependências do hospital, exige-se que a pessoa que realiza o transporte tenha
noções básicas de como atuar de forma correta e adequada.

Cuidados gerais com o transporte:


1. O transporte do paciente deve ser feito com muito cuidado. A
movimentação mal feita pode provocar lesões, às vezes irreversíveis;
2. Para que o transporte seja eficiente deve-se agir com rapidez e
segurança, porém com cuidado;
3. Observar constantemente o estado geral do paciente durante o
transporte;
4. Movimentos suaves ao manipular o paciente diminuem as vibrações,
solavancos, dor e desconforto;
5. Não mova local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma
pessoa deverá apoiar apenas este segmento (perna, braço, etc.);
6. Ao se movimentar ou transportar pacientes politraumatizados, os
cuidados devem ser redobrados: pacientes com trauma crânio-encefálico devem ser
movimentados com máxima atenção, sem movimentos de flexão e rotação e com maior
número de pessoas;
7. Ao proceder transporte com maca:
• Descer e subir rampas com a cabeça do paciente para cima, exceto
quando o paciente estiver em estado de choque;
• Conduzir a maca pelo corredor com o paciente sempre olhando para
frente. Se for preciso subir a rampa ou entrar em elevador, virar a maca após, para
conduzir o paciente sempre na posição correta;
• Ao entrar no elevador, nivelar o mesmo e travar a porta. Entrar primeiro
com a cabeceira da maca, desta maneira já saíra na posição correta;
• Transporte a maca com a grade, principalmente quando for transportar
pacientes anestesiados, inconscientes, agitados e crianças;
• Transportar o paciente sempre coberto com lençol, se necessário.
8. Ao proceder transporte com cadeiras de rodas:

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• Descer a rampa, transportar sempre a cadeira de ré;
• Subir a rampa com o paciente olhando para frente;
• Solicitar auxílio, sempre que necessário, para subir e descer a rampa;
• Entrar no elevador puxando a cadeira, de ré. Desta forma, ao sair do
elevador estará na posição correta.
9. Cuidados com portas e paredes;
10. Transportar paciente sempre coberto com lençol e cobertor, se
necessário.

Cuidados específicos:
1. Paciente com soro:
• Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em
altura adequada para gotejamento uniforme;
• Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para
evitar desconexão;
• Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo),
interromper o gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que chegar
à unidade;
• Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais
próximo.

2. Paciente com sonda vesical:


• Verificar se a sonda está corretamente fixada na coxa do paciente,
prevenindo lesões uretrais devido a tração acidental;
• Manter a bolsa coletora sempre em nível abaixo do paciente, para evitar
retorno de urina à bexiga. Pode-se também pinçar o prolongamento para poder elevar o
coletor.

3. Paciente com dreno de tórax:


• Pinçar o dreno e o prolongamento com 2 pinças próprias;
• O frasco só poderá ser elevado acima do nível do tórax do paciente quando
o dreno e o prolongamento estiverem pinçados;
• Cuidado para não tracionar o dreno;

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• Coloque o frasco entre os pés em transporte de cadeira; e em caso de maca,
colocar entre os membros inferiores;
• Retirar as pinças imediatamente após a chegada do paciente ao destino,
observando que o frasco esteja em nível mais baixo que o tórax do paciente.

5. Paciente com tubo endotraqueal:


• Transportar sempre com cilindro de oxigênio e ambú. O enfermeiro deve
acompanhar o transporte;
• Cuidado para não tracionar o tubo;
• Se o paciente também estiver com sonda nasogástrica e apresentar náuseas
ou sinal de refluxo, abrir imediatamente a sonda.

6. Pacientes agitados, confusos:


• Proceder sempre o transporte em maca com grade;
• Restringir o paciente se necessário.

7. Pacientes anestesiados:
• Proceder sempre o transporte em maca com grade;
• Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes
casos, lateralizar a cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som
sonda nasogástrica abri-la.

Fatores importantes ao mover ou levantar um paciente:

• É fundamental avaliar o peso e o grau de dependência do paciente, para


que se possa determinar o número necessário de pessoas para o procedimento;
• Evitar esforço desnecessário, prevenindo danos, não só para si, como
também para o paciente;
• Os movimentos devem ser planejados e sincronizados. Quem está na
cabeceira deve comandar o procedimento.

Utilize boa mecânica corporal:

40
• Ao fazer força, sempre utilizar os músculos da coxa, ao invés dos
músculos do dorso, porque os músculos são mais resistentes;
• Segurar um objeto junto ao corpo diminui o esforço físico despendido;
• Prefira: PUXAR, ENROLAR E EMPURRAR A ERGUER, pois
diminui o esforço físico;
• Ao abaixar-se, utilizar os MÚSCULOS DA COXA, manter o dorso reto,
e flexionar os joelhos;
• Mantenha os pés afastados para proporcionar maior estabilidade.

Procedimentos:

Da cama para a maca: 3 pessoas:


1. Forrar o colchão da maca com lençol;
2. Levar a maca à unidade do paciente;
3. Colocar a maca em ângulo reto com a cama;
4. Dobrar o lençol da maca em leque e colocá-lo sobre a cama do paciente
em sentido longitudinal;
5. Unir as bordas laterais das roupas de cama e estender o lençol da maca
sobre o paciente, à medida que se retira a roupa de cama, deixando-a no lado oposto;
6. Dobrar as bordas laterais e inferiores do lençol da maca sobre o
paciente;
7. Aproximar o paciente da borda da cama próxima à maca;
8. Executar a técnica da seguinte maneira:
• Os executantes devem ficar ao lado da cama, em ordem decrescente;
• A pessoa mais alta fica ao nível da cabeceira e passa um braço sob os
ombros do paciente, sustentando a cabeça, e o outro sob a região dorsal;
• A segunda passa um braço sob a região dorsal e o outro sob as nádegas;
• A terceira passa um braço sob as coxas e o outro sob os tornozelos.
9. Coordenar os movimentos e ao sinal de comando da primeira pessoa,
levantar o paciente a altura do tórax, e, com passos cadenciados e movimentos firmes
girá-lo em direção à maca;
10. Colocar o travesseiro, se necessário;

41
11. Cobrir o paciente com cobertor;
12. Arrumar as roupas na maca;
13. Transportar o paciente.

Da cama para a cadeira de rodas - paciente que não colabora – 2 pessoas:


1. Elevar a cabeceira da cama;
2. Verificar se o forro está bem posicionado e soltá-lo;
3. Aproximar a cadeira ou poltrona ao lado da cama, com espaldar voltado
para a cabeceira da cama;
4. Posicionar-se;
5. Ao comando da primeira pessoa, aproximar o paciente para a beirada da
cama e em seguida para a cadeira;
6. Apoiar os braços do paciente com travesseiros;
7. Colocar chinelos na paciente ou manter os pés apoiados sobre a
escadinha.

Obs.: Esta técnica também se aplica para passar o paciente para a cadeira ou
poltrona. Se o paciente for muito pesado, executar a técnica com três pessoas, utilizando
um lençol por baixo.

Da cadeira de rodas para a cama - paciente que não colabora – 2 pessoas:


1. Levar a cadeira ao lado da cama com o espaldar da cadeira voltado para
a cabeceira e o paciente olhando para os pés da cama;
2. A pessoa mais alta se posiciona por trás do espaldar da cadeira,
segurando firmemente com ambas as mãos as extremidades superiores do forro;

3. A segunda pessoa se posiciona de frente para o paciente, segurando


firmemente com ambas as mãos as extremidades inferiores do forro;
4. Ao sinal de comando da primeira pessoa, levantar o paciente e, com
movimentos sincronizados, colocá-lo no leito;
5. Afastar a cadeira;
6. Retirar o forro e ajudar o paciente a permanecer confortável no leito.

Do chão para a maca – 3 ou 4 pessoas:


42
1. Aproximar a maca paralelamente ao longo do corpo do paciente;
2. Dobrar o lençol em leque para um dos lados;
3. Cobrir o paciente com o lençol;
4. Executar a técnica da seguinte maneira:
• Os executantes devem ajoelhar-se no chão em ordem decrescente, de
frente para a maca;
• Pessoa mais alta passa um braço sob os ombros do paciente,
sustentando a cabeça, e o outro sob a região dorsal;
• A segunda pessoa passa um braço sob a região dorsal, e o outro sob as
nádegas;
• A terceira pessoa passa um braço sob as coxas, e o outro sob os
tornozelos.
5. Coordenar os movimentos e, ao sinal de comando da primeira pessoas,
levantar o joelho direito e erguer o paciente do chão, trazendo-o sobre a coxa direita;
6. Levantar e caminhar em direção a maca;
7. Colocar o paciente na maca delicadamente e cobri-lo;
8. Transportar o paciente.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

A administração de medicamentos deve ser realizada com eficiência, segurança


e responsabilidade, a fim de que sejam alcançados os objetivos da terapêutica
implementada e, dessa forma, ocorra uma melhora no quadro clínico do paciente. Para
tanto, deve-se ter conhecimento de alguns dados quanto ao processo de administração:
vias e técnicas de administração. Baseada nesses itens segue uma síntese dos principais
aspectos considerados em um sistema de administração de medicamentos.
As ações de medicamentos no organismo vivo podem ser classificadas em
quatro categorias principais:
• Local, quando o efeito ocorre no ponto de aplicação;
• Sistêmica, para aqueles que atingem a circulação;
• Remota, nos casos em que a ação do medicamento em um alvo
interfere no funcionamento de outro;
• Local/geral, quando a droga produz efeito no ponto de aplicação,

43
sendo absorvida posteriormente para ter ação sistêmica.

A aplicação local de medicamentos é feita na pele ou em membranas mucosas,


sendo que os efeitos podem ser os seguintes: antisséptico, adstringente, irritante,
emoliente, estípico, vulnerário, anti-helmíntico, anestésico, absorvente e estimulante. Os
efeitos de uma droga de ação generalizada podem ser agrupados em: estimulante,
deprimente, cumulativo, antiinfeccioso, antagônico e sinérgico.
Os métodos e as vias de administração dependem de alguns parâmetros: rapidez
desejada para início da ação, natureza e quantidade a ser administrada, e das condições
do paciente.
• Administração enteral (oral) - a ingestão é o método mais comum de
prescrição de um fármaco. Além disso, é o mais seguro, mais conveniente e o mais
econômico;
• Administração sublingual - a absorção pela mucosa oral tem
importância essencial no caso de determinados fármacos, por exemplo, a nitroglicerina.
Como a drenagem venosa da boca dá para ver a cava superior, esses fármacos estão
protegidos do metabolismo de primeira passagem pelo fígado;
• Administração retal - com freqüência, a via retal é usada quando a
ingestão não é possível por causa de vômitos ou porque o paciente se encontra
inconsciente. Cerca de 50% dos fármacos que são absorvidos pelo reto não passam pelo
fígado;
• Administração parenteral - a administração parenteral de fármacos
tem algumas vantagens nítidas em relação à via oral. A disponibilidade é mais rápida e
mais previsível. A dose eficaz pode, portanto, ser escolhida de forma mais precisa. No
tratamento de emergências, a administração é extensamente valiosa. A injeção do
fármaco também tem suas desvantagens. É essencial manter a assepsia, pode ocorrer
uma injeção intravascular quando esta não era a intenção, a injeção pode acompanhar-se
de dor e, às vezes, é difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo, se for
necessária a automedicação. Os custos são outra consideração.
• Intravenosa - a concentração desejada de um fármaco no sangue é
obtida com uma precisão e rapidez que não são possíveis com outros procedimentos;
• Subcutânea - só pode ser usada para substâncias que não são
irritantes para os tecidos. A absorção costuma ser constante e suficientemente lenta para

44
produzir um efeito persistente. A absorção de substâncias implantadas sob a pele (sob
forma sólida de pellet) ocorre lentamente ao longo de semanas ou meses. Alguns
hormônios são administrados de forma eficaz dessa maneira;
• Intramuscular - a absorção depende do fluxo sanguíneo no local da
injeção. A velocidade de absorção no músculo deltóide ou no grande lateral é maior do
que a absorção no músculo grande glúteo. A velocidade de absorção em homens é
maior que a absorção em mulheres quando a injeção é feita no grande glúteo.
Aplicação tópica:

• Mucosas - a absorção através das mucosas ocorre rapidamente. Na


verdade, os anestésicos locais, aplicados para efeito local, algumas vezes são absorvidos
tão rapidamente que provocam efeitos tóxicos sistêmicos;
• Pele - poucas substâncias penetram facilmente a pele íntegra. A
absorção daquelas que o fazem é proporcional à superfície sobre a qual são aplicadas e à
sua lipossolubilidade. A absorção ocorre com maior facilidade através de pele com
abrasão, queimaduras ou soluções de continuidade. As reações inflamatórias e outros
tipos de problemas que aumentam o fluxo sanguíneo cutâneo também aumentam a
absorção;
• Olho - os fármacos oftálmicos de aplicação tópica são prescritos
basicamente por causa de seus efeitos locais. Em geral, não é desejável a absorção
sistêmica que resulta da drenagem através do canal nasolacrimal.
A posologia é a parte que diz respeito à dosagem do medicamento. Nesse item
são importantes os conceitos de dose máxima, mínima, eficaz e dose de manutenção.
Não se pode perder de vista que a dosagem é específica para cada paciente e que ela
deve ser rigorosamente observada, a fim de se garantir a eficácia do tratamento e evitar
o risco de superdosagem.
A organização das rotinas de administração de medicamentos é importante e
deve ser compreendida por todos os que participam do serviço. Assim, vários métodos
são adotados para assegurar precisão na preparação, distribuição e anotação dos
medicamentos. O sistema adotado normalmente consiste de uma ficha para cada
paciente, na qual estão anotados a medicação e tratamentos que o paciente deve receber,
as condições do mesmo pelo relato diário, os planos de cuidados e as prescrições de
enfermagem. Tais fichas devem ser atualizadas diariamente, devendo ser observado o

45
código utilizado pelo serviço, a fim de que seja mantida uma padronização. Quanto ao
cartão de medicamento, este deve ser preenchido ao mesmo tempo em que se passam as
ordens para a ficha do paciente, sendo classificado de acordo com o horário da
administração.

Regras gerais:
1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico;
2. A prescrição dever ser escrita e assinada. Somente em caso de
emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita
pelo médico logo que possível;
3. Nunca administrar medicamentos com rótulos ilegíveis, sem rótulos
e vencidos;
4. Inteirar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados
específicos e eleitos colaterais.

Cuidados na administração de medicamentos:

1. Ao preparar a bandeja de medicamentos, não conversar;


2. Ter sempre à frente o cartão ou a prescrição médica, enquanto
prepara o medicamento;
3. Ler o rotulo do medicamento três vezes, comparando-o com a
prescrição;
4. Colocar o cartão e o recipiente dos medicamentos sempre juntos na
bandeja;
5. Não tocar com as mãos: comprimidos, drágeas e pastilhas;
6. Esclarecer as dúvidas existentes antes de
administrar os medicamentos;
7. Identificar o paciente antes e administrar o medicamento,
solicitando nome completo;
8. Observar a regra dos 5 certos: PACIENTE CERTO, MEDICAÇÃO
CERTA, DOSE CERTA, VIA CERTA E HORA CERTA;
9. Quando o medicamento deixar de ser administrado - por estar em
falta, por recusa do paciente, jejum, esquecimento, ou erro - fazer a anotação no
relatório;
46
10. Correspondência de doses: Colher de sopa (15 ml), colher de
sobremesa (10 ml), colher de chá (5 ml), e de café (3 ml);
11. Usar caneta com tinta azul para checar os horários do dia, e
vermelha para os horários da noite;
12. Lavar as mãos rigorosamente antes e após o preparo dos
medicamentos;
13. O balcão onde são preparados os medicamentos deve ser limpo após
cada horário de preparo. No início e final de cada plantão deve ser feita uma limpeza
rigorosa do balcão, com água e sabão.

Técnicas:

VIA OCULAR
1. Colocar na bandeja a medicação, previamente preparada;
2. Acrescentar à bandeja: 1 gaze, 2 a 3 bolas de algodão embebido em
solução de limpeza dos olhos, se necessário;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o
nome;
4. Colocar o paciente em posição confortável, deitado ou sentado, com
a cabeça apoiada e levemente inclinada para trás;
5. Limpar as pálpebras e cílios com solução indicada e bola de
algodão;
6. Afastar a pálpebra inferior com indicador da mão esquerda, pedir ao
paciente que olhe para cima e instilar na conjuntiva o número de gotas prescritas. Evitar
encostar o frasco nas pálpebras;
7. Pedir ao paciente que fique com os olhos fechados por alguns
minutos;
8. Usar a gaze para retirar o excesso de medicamento.

VIA NASAL
1. Colocar na bandeja a medicação, previamente preparada;
2. Acrescentar a bandeja, um conta-gotas e uma bola de algodão
embebido em solução de limpeza dos olhos, se necessário;
47
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o
nome;
4. Colocar o paciente em posição confortável, deitado ou sentado, com
a cabeça apoiada e levemente inclinada para trás;
5. Aspirar o medicamento no conta-gotas;
6. Segurar o conta-gotas um pouco acima da narina, instilar o número
de gotas prescritas e não encostar o conta-gotas nas narinas;
7. Instruir o paciente para se manter com a cabeça inclinada para trás
por alguns minutos, a fim de permitir a absorção do medicamento.

VIA GASTRINTESTINAL – ORAL E SUBLINGUAL

Orientações:

• Os frascos de soluções devem ser agitados antes de administrar ao


paciente;
• Triturar e dissolver em água os medicamentos sólidos para os
pacientes com dificuldade de deglutição;
• Não misturar medicamentos líquidos, ou comprimidos que
necessitam de maceração.

1. Preparar o medicamento, colocando em recipiente próprio;


2. Conferir o medicamento preparado;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o
nome;
4. Oferecer o medicamento com água ou outro líquido permitido;
5. No caso de medicamento sublingual, pedir ao paciente que erga a
língua e colocar o medicamento embaixo da língua, orientá-lo que não deve engolir este
medicamento;
6. Manter-se junto ao paciente até que o mesmo tenha ingerido o
medicamento;
7. Oferecer líquidos adicionais, se necessário.

VIA GÁSTRICA
48
É a administração de medicamentos via sonda nasogástrica ou por gastrostomia.

1. Preparar o medicamento, colocando em recipiente próprio;


2. Conferir o medicamento preparado;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o
nome;
4. Colocar o paciente com a cabeceira elevada, durante e após a
administração, por 30 minutos, exceto quando contra-indicado;
5. Testar posicionamento da sonda;
6. Aspirar o medicamento na seringa e segurá-lo na mão direita entre o
polegar e o indicador;
7. Dobrar a sonda perto da abertura de drenagem e segurar com a mão
esquerda;
8. Conectar a seringa à sonda, desfazendo a dobra da sonda;
9. Injetar o medicamento lentamente;
10. Dobrar a sonda, retirar a seringa e fechar a abertura da sonda;
11. Aspirar e injetar 20 ml (ou mais se necessário) de água para lavar a
sonda.

VIA RETAL
1. Retirar o envoltório do medicamento e colocá-lo na bandeja entre a gaze;
2. Conferir o medicamento preparado;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o nome;
4. Colocar o paciente em decúbito lateral e expor a região;
5. Calçar luvas;
6. Pegar o supositório protegido com a gaze com a mão direita;
7. Afastar o glúteo superior com a mão esquerda e introduzir o supositório;
8. Pedir para o paciente retê-lo;
9. Deixar o paciente confortável.

VIA VAGINAL
1. Colocar o medicamento no aplicador e proteger com gaze;
2. Levar o material até o quarto;
3. Proteger com biombos se necessário;
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4. Retirar a calcinha ou forro, colocar a paciente em posição
ginecológica;
5. Calçar luvas;
6. Introduzir o aplicador e envolvê-lo em papel toalha, na cuba rim;
7. Deixar a paciente confortável.

VIA TÓPICA OU CUTÂNEA


1. Levar ao quarto do paciente: luvas, gazes, espátula, medicamento e
recipiente para lixo;
2. Expor a área a ser tratada;
3. Calcar luvas;
4. Abrir o recipiente;
5. Transferir o medicamento para a gaze ou espátula;
6. Aplicar o medicamento na área afetada, seguindo na direção do
crescimento dos pêlos;
7. Proceder a aplicação na área quantas vezes for necessária;
8. Desprezar a gaze ou espátula no lixo. Retirar as luvas;
9. Deixar o paciente confortável.

VIA PARENTERAL
É a administração de um agente por meio de uma punção. É importante lembrar,
que sempre se deve fazer uma assepsia rigorosa das mãos no preparo e administração
dos medicamentos. Não contaminar as seguintes partes da seringa e agulha: bico e
embolo da seringa, e a cânula da agulha.

Técnica de preparo de medicação frasco e ampola:


1. Lavar as mãos;
2. Copiar a medicação em impresso próprio;

Preparo de medicação em frasco que necessita de diluição:


3. Acrescentar na bandeja: seringa com capacidade correspondente ao
volume a ser aspirado, duas agulhas, algodão embebido de álcool 70%, ampola de água
destilada ou diluente próprio;
50
4. Retirar o lacre do frasco, fazer a desinfecção com algodão e deixá-lo
sobre o frasco. Serrar a ampola e desinfetar, envolver o gargalo com algodão em álcool
70%;
5. Abrir o pacote, montar a seringa. Segurando-a com a mão esquerda
entre o polegar e o indicador;
6. Abrir o invólucro da agulha com a mão direita, com auxílio da mão
esquerda, e colocá-la entre o indicador e o meio da mão esquerda. Segurar a seringa
com a mão direita e adaptar o bico na agulha;
7. Certificar-se do bom funcionamento da seringa e agulha;
8. Retirar o protetor da agulha;
9. Quebrar a ampola de diluente com auxílio do algodão, com a mão
direita, e desprezar o lixo no recipiente próprio;
10. Colocar a ampola entre os dedos, indicador e médio, à mão
esquerda. Pegar a seringa com a mão direita, introduzir cuidadosamente a agulha na
ampola, e com os demais dedos da mão esquerda segurar o corpo da seringa;
11. Aspirar o líquido na seringa com a mão direita. À medida que se
aspirar o líquido, ir invertendo a seringa e a ampola para facilitar a aspiração;
12. Manter a seringa em posição vertical, aspirar o líquido que está na
agulha e em seguida, expelir o ar;
13. Desprezar a ampola vazia, segurar a seringa na mão direita e com a
mão esquerda retirar o algodão embebido em álcool 70% da tampa do frasco;
14. Pegar o frasco com a mão esquerda, introduzir o diluente na seringa;
15. Deixar sair o ar contido no frasco pela seringa, livremente;
16. Retirar a seringa do frasco com a mão direita;
17. Com a mão esquerda, movimentar o frasco delicadamente até que a
parte sólida esteja totalmente diluída;
18. Introduzir o ar estéril da seringa no frasco, deixando o frasco e
seringa em posição vertical;
19. Retirar o dedo que segura o embolo, deixando o líquido fluir
livremente pela seringa, até retirar todo o líquido necessário;
20. Retirar a seringa do frasco com a mão direita;
21. Retirar o ar da seringa;
22. Trocar de agulha;
23. Identificar a seringa com um pedaço de fita adesiva; Preparo de
51
medicação sem diluição:
24. Acrescentar na bandeja: seringa com capacidade correspondente ao
volume a ser aspirado, agulha, algodão embebido de álcool 70%;
25. Abrir o pacote, montar a seringa. Segurando-a com a mão esquerda
entre o polegar e o indicador;
26. Abrir o invólucro da agulha com a mão direita, com auxilio da mão
esquerda, e colocá-la entre o indicador e meio da mão esquerda. Segurar a seringa com
a mão direita e adaptar o bico na agulha;
27. Certificar-se do bom funcionamento da seringa e agulha;
28. Retirar o protetor da agulha;
29. Quebrar a ampola com auxílio do algodão, com a mão direita, e
desprezar o lixo no recipiente próprio;
30. Colocar a ampola entre os dedos, indicador e médio, à mão
esquerda. Pegar a seringa com a mão direita, introduzir cuidadosamente a agulha na
ampola e com os demais dedos da mão esquerda segurar o corpo da seringa;
31. Aspirar o líquido na seringa com a mão direita. À medida que se
aspirar o liquido, ir invertendo a seringa e a ampola para facilitar a aspiração;
32. Manter a seringa em posição vertical, aspirar o líquido que está na
agulha e em seguida, expelir o ar;
33. Colocar o protetor na agulha;
34. Identificar a seringa com um pedaço de fita adesiva.

VIA INTRAMUSCULAR (IM)

Injeções Intramusculares depositam a medicação profundamente no tecido


muscular, o qual é bastante vascularizado, podendo absorver rapidamente. Esta via de
administração fornece uma ação sistêmica rápida e absorção de doses relativamente
grandes (até 5 ml em locais adequados).
As injeções intramusculares são recomendadas para os pacientes não
cooperativos ou àqueles que não podem tomar a medicação via oral, e para as
medicações que são alteradas pelo suco digestivo. Os tecidos musculares possuem
poucos nervos sensoriais, permitindo na injeção uma administração menos dolorosa de
medicações irritantes. O local de uma injeção intramuscular deve ser escolhido
cuidadosamente, levando em consideração o estado físico geral do paciente e a proposta

52
da injeção. As injeções intramusculares são contra-indicadas em pacientes com
mecanismos de coagulação prejudicados, em pacientes com doença vascular periférica
oclusiva, edema e choque - porque estas moléstias prejudicam a absorção periférica.
Além de não serem administradas em locais inflamados, edemaciados, irritados, ou
ainda em locais com manchas de nascença, tecido cicatrizado ou outras lesões.

Áreas de aplicação:

Deltóide: o paciente pode estar sentado ou deitado, com o antebraço flexionado


sobre o tórax. Medir quatro dedos abaixo do acrômio.

Fonte: www.dentalis.com.br

Dorso-glúteo: deitado em decúbito lateral e aplicar somente no quadrante


superior externo. Delimitam-se os quadrantes com traçado de 2 eixos: um
horizontalmente, com origem na saliência mais proeminente da região sacra; e outro
verticalmente, passando pelo centro da região glútea.

53
Fonte: www.pdamed.com.br

Reto femoral e vasto lateral: sentado com a perna flexionada, ou deitado com o
membro estendido. Aplicar a injeção no terço médio.

Fonte: www.seringasr.com.br

Ventroglutea ou de Hochstetter: aplicada no músculo médio, o paciente pode


ficar lateral ou ventral.

54
Fonte: www.seringasr.com.br

Agulhas indicadas para administração intramuscular:

TIPO DE PESSOA CALIBRE DA AGULHA

1- Adulto magro 25 x 7
2- Adulto com massa muscular/obeso 30 x 7 ou 30 x 8

3- Crianças Desenvolvidas 25 x 7 ou 25 x 8
4-Crianças e Adolescentes Obesos 30 x 7

5- Crianças Pequenas / magras 20 x 5,5 ou 20 x 6

Técnica:

1. Escolha um local adequado para a injeção. Os músculos glúteos são


geralmente utilizados em adultos sadios, embora o músculo deltóide possa ser utilizado
para uma injeção de pequeno volume (2 ml ou menos). Para neonatos e crianças, o
músculo vasto lateral da coxa é mais utilizado porque é geralmente mais desenvolvido e
não contém nervos grandes ou vasos sangüíneos calibrosos, minimizando o risco de
uma lesão grave. O músculo reto anterior também pode ser utilizado em neonatos, mas
geralmente é contra-indicado em adultos;
2. Limpe a pele com algodão e álcool, e aguarde a pele secar;
3. Com os dedos polegar e indicador, da sua mão não dominante, agarre
suavemente a pele do local da injeção;

55
4. Posicione a seringa em um ângulo de 90 graus em relação à epiderme, com o
bizel da agulha lateralizado. Insira a agulha rápida e firmemente através das camadas
dérmicas, profundamente até o músculo;
5. Após a injeção, remova a agulha em um ângulo de 90 graus;
6. Massageie o músculo relaxado para ajudar a distribuir a medicação e ajudar a
promover a absorção.

VIA SUBCUTÂNEA (SC)


Uma medicação injetada nos tecidos adiposos (gordura), abaixo da pele, se move
mais rapidamente para a corrente sangüínea do que por via oral. A injeção subcutânea
permite uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção
intramuscular, ela também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um
pequeno risco de atingir vasos sangüíneos de grande calibre e nervos. Absorvida
principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para injeção
subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes, contidas em 0,5 a 2,0
ml de líquido.
A heparina e a insulina, por exemplo, são geralmente administradas via
subcutânea. Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da porção
superior do braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região
glútea e dorso superior. A injeção é realizada através de uma agulha relativamente curta.
Ela é contra-indicada em locais inflamados, edemaciados, cicatrizados ou cobertos por
uma mancha, marca de nascença ou outra lesão. Elas também podem ser contra-
indicadas em pacientes com alteração nos mecanismos de coagulação.

Locais para administração subcutânea

56
Fonte: www.emrede.com.br
Técnica
1. Selecione um local de injeção apropriado;
2. Limpe o local da injeção com um chumaço de algodão com álcool, iniciando
pelo centro do local e movendo para fora em movimento circular. Permita que a pele
seque sempre antes de injetar a medicação, para evitar uma sensação de picada pela
introdução de álcool nos tecidos subcutâneos;
3. Com a sua mão não dominante, agarre a pele ao redor do ponto de injeção
firmemente, para elevar o tecido subcutâneo, formando uma dobra de gordura de 2,5cm;
4. Segurando a seringa com a sua mão dominante, insira a bainha da agulha
entre os dedos, anular e mínimo, da sua outra mão, enquanto agarra a pele ao redor do
ponto de injeção. Puxe para trás a seringa com a sua mão dominante para descobrir a
agulha, agarrando a seringa como um lápis. Não toque a agulha;
5. Posicione a agulha com o bisel para cima;
6. Insira a agulha rapidamente em um único movimento. Libere a pele do
paciente para evitar a injeção da medicação em um tecido comprimido e irritar as fibras
nervosas;

57
Fonte: www.pdamed.com.br

7. Após a injeção, remova a agulha delicadamente (mas de forma


rápida) na mesma angulação utilizada para a inserção;
8. Cubra o local com um chumaço de algodão com álcool e massageie
delicadamente (a menos que você tenha injetado uma medicação que contra indique a
massagem, como a heparina e a insulina) para distribuir a medicação e facilitar a
absorção.

VIA INTRADÉRMICA (ID)


Usada principalmente com fins de diagnóstico, como em testes para alergia ou
tuberculina. As injeções intradérmicas indicam quantidades pequenas, geralmente 0,5ml
ou menos, dentro das camadas mais externas da pele. Por haver baixa absorção
sistêmica dos agentes injetados via intradérmica, este tipo de injeção é usado
principalmente para produzir um efeito local. A face ventral do antebraço é o local mais
comumente utilizado por ser facilmente acessível e ausente de pêlos.

Área de administração:

Fonte: www.dentalis.com.br

58
Técnica:

1. Limpe a superfície ventral do antebraço, com algodão embebido em


álcool, e espere a pele secar;
2. Enquanto segura o antebraço do paciente em sua mão, puxe a pele
esticando com seu polegar;
3. Com a sua mão livre, segure a agulha em um ângulo de 15 graus em
relação ao antebraço do paciente, com o bisel da agulha virado para cima;
4. Insira a agulha aproximadamente 0,3 abaixo da epiderme em locais
a 5 cm de intervalo. Interrompa quando o bisel da agulha estiver sob a pele e injete o
antígeno lentamente. Você deve encontrar alguma resistência a ao fazer isso e deve
ocorrer a formação de um vergão enquanto você injeta o antígeno;
5. Retire a agulha na mesma angulação em que tenha sido inserida.

VIA ENDOVENOSA
É a introdução de uma droga diretamente na veia, em geral, nas veias
superficiais dos membros superiores. Utilizada para ações imediatas, medicamentos
irritantes no tecido muscular, volume da medicação.
Área de administração:
• Região cefálica: temporal superficial;
• Região cervical: jugular externa;
• Régios dos membros superiores;
• Braço: cefálica e basílica;
• Antebraço: intermédia cefálica, intermédia basílica mediana, radial
• Mão: dorso da mão.

Administração de medicação por punção:


1. Preparar a medicação conforme a técnica descrita antes;
2. Levar a bandeja com a medicação, bolas de algodão com álcool 70%;
3. Identificar o paciente pedindo que diga o nome completo;
4. Expor a área e escolher a veia a ser puncionada;
5. Colocar o garrote 10 cm acima do local escolhido, sem comprimir

59
6. Pedir ao paciente para abrir e fechar a mão diversas vezes e conservá-
7. Fazer a assepsia de baixo para cima, virando a bola de algodão a
cada movimento;
8. Pegar a seringa com a mão direita e retirar cuidadosamente o
protetor da agulha, posicionar o bisel para cima;
9. Colocar o indicador sobre o canhão da agulha e com os demais
dedos segurar a seringa;
10. Distender a pele com a mão esquerda;
11. Segurar a seringa paralelamente à superfície da pele e introduzir a
agulha com o bisel para cima. Havendo retorno de sangue na seringa, soltar o garrote e
pedir para o paciente abrir a mão;
12. Injetar lentamente o medicamento, observando as reações do
paciente;
13. Retirar a agulha, comprimindo o local da aplicação com algodão
umedecido em álcool 70%. Retirar o algodão após completa hemostasia.

VENÓCLISE

Método utilizado para infundir grande volume de líquido dentro da veia. Para
administrar medicamentos, manter e repor reservas orgânicas de água, eletrólitos e
nutrientes, restaurar equilíbrio ácido-básico, restabelecer o volume sanguíneo.
A venóclise pode ser estabelecida por cateter de ponta de aço, conhecido com
“escalpe” e cateter de plástico, com uma agulha que funciona como mandril, conhecido
como “gelco” ou “abocath”
.

Fonte: www.br.geocities.com Fonte: www.allmed.net

60
Cateter de ponta de aço Cateter de ponta de plástico

Cuidados de enfermagem com a venóclise:


• A fixação deve estar sempre com esparadrapo limpo, trocar ao
menor sinal de sujidade, sangue, umidade e secreções;
• Retirar a venóclise na presença de sinais como flebite, dor, edema;
• Nas infiltrações de soro (soroma) retirar logo o
soro, aplicar compressas mornas e orientar elevação do membro;
• Não puncionar veias que apresentam esclerosadas, por deficiência
circulatória;
• Na obstrução de cateteres, tentar desobstruí-los com aspiração do
coágulo, nunca empurrá-los (pode causar embolia).

Preparo do soro:
1. Preencher o impresso de identificação do soro;
2. Retirar o invólucro plástico que protege o frasco da solução e o
equipo;
3. Fazer a escala de controle de gotejamento;
4. Abrir o soro;
5. Retirar a o protetor do equipo (conector do frasco de soro). Adaptar
o equipo e inverter o frasco, segurando o dispositivo de infusão entre os dedos, médio e
anular. Desadaptar o protetor, elevar o frasco e deixar fluir o soro, fechar a roldana e
colocar o protetor no dispositivo de infusão.

61
Velocidade de gotejamento
Nº de gotas: volume (ml)
Tempo (h) x 3

Nº microgotas: volume (ml)


Tempo (horas)

20 gotas: 01 ml.
03 microgotas: 1 gota.

VENÓCLISE POR ESCALPE


1. Levar a bandeja com o soro preparado, bolas de algodão com álcool
2. Identificar o paciente pedindo que diga o nome completo;
3. Expor a área e escolher a veia a ser puncionada;
4. Pendurar o soro no suporte;
5. Adaptar o escalpe no equipo e retirar o ar do mesmo, deixando-o
sobre o leito do paciente protegido com invólucro próprio;
6. Colocar o garrote 10 cm acima do local escolhido, sem comprimir
demais;
7. Pedir para o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e conservá-
la fechada;
8. Fazer a assepsia de baixo para cima, virando a bola de algodão a
cada movimento;
9. Distender a pele com a mão;
10. Segurar o escalpe pelas abas, e puncionar a veia com o bisel do
escalpe voltado para cima;
11. Soltar o garrote após retorno de sangue;
12. Abrir a roldana do equipo;
13. Fixar o escalpe com esparadrapo, de modo que fique seguro;
14. Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.

VENÓCLISE POR ABOCATH OU GELCO


1. Levar a bandeja com o soro preparado, bolas de algodão com álcool

62
2. Identificar o paciente pedindo que diga o nome completo;
3. Expor a área e escolher a veia a ser puncionada;
4. Pendurar o soro no suporte;
5. Retirar o gelco do invólucro mantendo-o protegido;
6. Colocar o garrote 10 cm acima do local escolhido, sem comprimir
7. Pedir para o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e conservá-la
fechada;
8. Fazer a assepsia de baixo para cima, virando a bola de algodão a
cada movimento;
9. Pegar o gelco com a mão dominante e com a outra distender a pele;
10. Introduzir a agulha com o bisel voltado para cima, num ângulo de
15º. Havendo retorno de sangue, soltar o garrote e retirar a agulha (madril) à medida
que se introduz o cateter;
11. Conectar o soro ao gelco;
12. Fazer a fixação do gelco com esparadrapo, cuidadosamente, de
modo que fique seguro;
13. Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.

SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o


diagnóstico inicial e o acompanhamento da evolução do quadro clínico do paciente. São
eles: Pressão arterial; Pulso; Respiração; Temperatura.
Os sinais vitais são medidos apara estabelecer os padrões basais, observar
tendências, identificar problemas fisiológicos e monitorar a resposta do paciente ao
tratamento.

Pressão arterial: A pressão arterial (PA) é a pressão exercida pelo sangue no


interior das artérias. Depende da força desenvolvida pela sístole ventricular, do volume
sangüíneo e da resistência oferecida pelas paredes das artérias. O sangue sempre está
sob pressão no interior das artérias. Durante a contração do ventrículo esquerdo (sístole)
a pressão está no seu valor máximo, sendo chamada pressão sistólica ou máxima.
Durante o relaxamento do ventrículo esquerdo (diástole) a pressão está no seu valor

63
mínimo ou basal, sendo chamada pressão diastólica ou mínima.
A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg).O primeiro
número,de maio valor,corresponde à pressão sistólica,enquanto o segundo,de menor
valor, corresponde à pressão diastólica. Não há um valor preciso de pressão normal,
mas, em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal
para um adulto jovem, entretanto, medidas até 140 mmHg para a pressão sistólica e 90
mmHg para a diastólica também podem ser aceitas como normais.
A posição em que o paciente se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade
física recente e manguito inapropriado também pode alterar os níveis da pressão.
Pacientes, particularmente, sob o risco de alteração dos níveis tencionais, são aqueles:
com doença cardíaca, doença renal, diabetes, hipovolemia ou com lesão craniana ou
coluna espinhal.
O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando como
ponto de ausculta a artéria braquial. Os equipamentos usados são o esfigmomanômetro
e o estetoscópio.
Pulso: Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial
cada vez que o ventrículo esquerdo se contrai. Em locais onde as artérias de grosso
calibre se encontram próximas à superfície cutânea, pode ser sentido à palpação. Cada
onda de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco, pois a freqüência de pulso
equivale à freqüência cardíaca. Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por
cada um dos lados do coração em um minuto.

Valores médios, de freqüência cardíaca, considerados ideais de acordo com a


idade
Adultos 60 a 100 bpm
Crianças 80 a 120 bpm
Bebês 100 a 160 bpm

• Taquicardia: é o aumento da freqüência cardíaca (acima de 100 bpm


nos adultos).
• Bradicardia: é a diminuição da freqüência cardíaca (abaixo de 60
bpm nos adultos).
Os melhores locais para se palpar o pulso são onde artérias de grosso calibre se
64
encontram próximas à superfície cutânea e possam ser comprimidas contra uma
superfície firme (normalmente um osso). As artérias radiais, ao nível dos punhos, são
mais comumente usadas na checagem do pulso em vítimas conscientes. As artérias
carótidas, ao nível do pescoço, são normalmente usadas para palpação do pulso em
vítimas inconscientes. Pode-se também sentir o pulso palpando as seguintes artérias:
femoral, na raiz da coxa, braquial no braço, axila na axila, e pedioso no dorso do pé.
Também podemos medir o pulso pela ausculta cardíaca, no ápice ou ponta do coração,
no lado esquerdo do tórax, levemente abaixo do mamilo (pulso apical).

Respiração: é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e


as células do organismo. A freqüência respiratória normalmente é verificada através da
inspeção visual, observando-se as expansões e contrações do tórax, também, pode ser
palpadas pelo tato, colocando-se as mãos sobre o tórax do paciente. A avaliação da
respiração inclui: freqüência respiratória (movimentos respiratórios por minuto – rpm),
caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e irregular). Deve se avaliar sem que a
vítima perceba, preferencialmente enquanto se palpa o pulso radial, para evitar que a
vítima tente conscientemente controlar a respiração.

Valores médios, de freqüência respiratória,


considerados ideais de acordo com a idade
Adultos 12 a 20 rpm
Crianças 20 a 30 rpm
Bebês 30 a 60 rpm

Temperatura: Existem vários fatores que influenciam no controle da


temperatura corporal, sendo influenciada por meios físicos e químicos e o controle feito
através de estimulação do sistema nervoso. A temperatura reflete o balanceamento entre
o calor produzido e o calor perdido pelo corpo. A temperatura do corpo é registrada em
graus Celsius (centígrados). O termômetro clínico de vidro, mais usado, tem duas
partes: o bulbo e o pedúnculo. O bulbo contém mercúrio; um metal líquido, o qual se
expande sob a ação do calo e sobre pelo interior do pedúnculo, indicando a temperatura
em graus e décimos de graus. Normalmente os termômetros clínicos são calibrados em
graus e décimos de graus, na faixa de temperatura de 35 ºC a 42ºC. Não é necessária
uma faixa de temperatura mais ampla, pois raramente o ser humano sobrevive com
65
temperatura corporal fora desta faixa.
O índice normal de temperatura é de 37 ºC, admitindo-se variações de até 0,6 ºC
para mais ou para menos. As crianças têm temperaturas mais altas que os adultos,
porque seu metabolismo é mais rápido. Tem-se observado que a temperatura do corpo é
mais baixa nas primeiras horas da manhã, e mais alta no final da tarde ou no início da
noite.
A temperatura corporal pode ser medida nos seguintes locais:
• Boca – Temperatura Oral: Coloca-se o termômetro de vidro sob a
língua do paciente, na bolsa sublingual posterior, mantendo o termômetro por 3 a 8
minutos com lábios fechados. O método oferece temperatura central e é contra-
indicado para crianças pequenas, em pacientes com estado mental alterado, trauma
facial ou disturbio convulsivo, apos fumar ou beber liquidos quentes ou gelado, durante
a administração de oxigenio por canula ou mascara e na presença de sofrimento
respiratorio.
• Canal anal – Temperatura Retal: Para o adulto, inserir 03
centímetros do termômetro lubrificado no ânus. Não forçar o termômetro. Mantê-lo no
local de 2 a 4 minutos. É contra-indicado após cirurgia do reto ou ferimento no reto e
em pacientes com hemorróidas.
• Axila – Temperatura axilar: Mais utilizado, tendo em vista a
facilidade. Coloca-se o termômetro no centro da axila, mantendo o braço do paciente de
encontro ao corpo, e mantê-lo ali de 3 a 8 minutos. O método é conveniente, mas é
contra-indicado para pacientes caqueticos; queimaduras do tórax; fraturas dos membros
superiores; esvaziamento ganglionar pós-mastectomia; na presença de furuncolose
axiliar ou processo inflamatório.

Técnica para verificação dos Sinais Vitais

Pressão arterial
Material: Bandeja, estetoscópio e esfigmomanômetro, recipiente com bolas de
algodão embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do
paciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo

66
menos cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o
braço selecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do
coração (aproximadamente no quarto espaço intercostal); quando o paciente está
sentado, coloca-se o braço por sobre uma mesa; a pressão arterial poderá estar
falsamente elevada caso a artéria braquial fique abaixo do nível do coração.
O pulso braquial deve ser palpado para o diagnóstico de sua integridade A bolsa
inflável deve ser centralizada por sobre a artéria braquial, sendo que a margem inferior
do manguito deve permanecer 2,5 cm, acima da prega anti-cubital; prende-se o
manguito e posiciona-se o braço de modo que fique levemente fletido.

Método palpatório:
1. Insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a
“pêra” rapidamente até o desaparecimento do pulso radial;
2. Verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg;
3. Após, desinsufla-se lenta e completamente o
manguito até o aparecimento do pulso, o que é
considerado a pressão arterial máxima;
4. Desinsufla-se a seguir o manguito rapidamente;
O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima.

Fonte: http://www.bombeiroscascavel.com.br/

Método auscultatório:
1. Coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a artéria
braquial;

67
2. Insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30
mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em
seguida desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo;
3. Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que
corresponde à pressão arterial máxima;
4. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o
desaparecimento completo dos ruídos (de Korotkoff), o que corresponde à pressão
arterial mínima.

http://www.bombeiroscascavel.com.br/

Pulso
Material: Bandeja, relógio com ponteiro de segundos, recipiente com bolas de
algodão embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente quanto ao procedimento;
3. Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado,
porém sempre com o braço apoiado;
4. Realizar o procedimento de acordo com a técnica descrita abaixo;
5. Contar durante 1 minuto inteiro;
6. Lavar as mãos;
7. Anotar no prontuário.
Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o
tendão dos flexores, sendo que para palpá-los emprega-se os dedos indicador e médio
com o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o examinador usa a
mão direita para examinar o pulso esquerdo, e vice versa.

68
Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente
aos músculos esternocleidomastoideos. Para sua palpação, devemos colocar o polegar
esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita, e vice-versa, no terço
inferior do pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem
relaxado, aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.
Pulso braquial: colocar a mão oposta por debaixo do cotovelo do paciente e
utilizar o polegar para palpar a artéria braquial imediatamente medial ao tendão do
músculo bíceps, sendo que o braço do paciente deve repousar com o cotovelo esticado e
as palmas da mão para cima.

Respiração
Material: Bandeja, relógio com ponteiro de segundos, recipiente com bolas de
algodão embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente quanto ao exame;
3. Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos;
4. Contagem pelo período de 1 minuto;
5. Lavar as mãos no término;
6. Anotar no prontuário.

Temperatura
Material: Bandeja, termômetro clínico, recipiente com bolas de algodão
embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente quanto ao procedimento;
3. Reunir o material e levar à unidade do paciente;
4. Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente;
5. Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool;
6. Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente;
7. Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo, segurando o
termômetro firmemente e sacudindo-o com cuidado;
8. Colocar o termômetro na axila se for o caso, mantendo-o com o braço bem

69
encostado ao tórax;
9. Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos;
10. Ler a temperatura na escala;
11. Limpar com algodão embebido em álcool;
12. Lavar as mãos;
13. Anotar no prontuário da paciente.

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

É a verificação do peso corporal, de altura e circunferência abdominal. Tem


como objetivos acompanhar a evolução de doenças tais como: insuficiência cardíaca
congestiva, insuficiência renal crônica, cirrose hepática. E calcular dosagens de
medicamentos.

Peso e altura:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminha-lo até o local da balança;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;
7. Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na
balança e ficar no centro da mesma;
8. Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até o
número estimado;
9. Movimentar o massor de gramas até o número em que o fiel da balança
fique nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se a frente do paciente;
11. Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero;
12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os
calcanhares e manter-se ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até
acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e abaixá-lo lentamente,

70
até que o ângulo reto da régua encoste-se à cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o
roupão;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.

Circunferência abdominal:
1. Fazer planejamento;
2. Levar à unidade do paciente fita métrica em bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o restante da fita
na região umbilical;
8. Verificar o número que indica na fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% e guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.

SONDA NASOGÁSTRICA

A passagem de sonda nasogástrica é a inserção de uma sonda plástica ou de


borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz, para: descomprimir o
estômago e remover gás e líquidos; diagnosticar a motilidade intestinal; administrar
medicamentos e alimentos; tratar uma obstrução ou um local com sangramento; obter
conteúdo gástrico para análise.

Condições ou necessidades que requerem utilização de sonda:


- Preparação pré-operatória com dieta elementar;
- Problemas gastrintestinais com dieta elementar;

71
- Terapia para o câncer;
- Cuidado na convalescença;
- Coma;
- Condições hipermetabólicas;
- Cirurgia maxilofacial ou cervical.

Tipos de Sonda Nasogástrica


A sonda nasogástrica é introduzida através do nariz ou boca até o estômago. As
mais comumente usadas são: sonda de Levine, gástrica simples, Nutriflex, a Moss e a
Sengstaken-Blakemore (S-B).
• Sonda de Levine: é uma das mais usadas, existindo no mercado
tanto tubos de plástico como de borracha, com orifícios laterais próximos à ponta; são
passadas normalmente pelas narinas. Apresenta uma única luz (números 14 a 18). A
sonda é usada para remover líquidos e gases do trato gastrintestinal superior em adultos,
obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e administrar
alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrintestinal. A colocação da sonda
pode ser checada depois de colocada aspirando-se o conteúdo gástrico e checando-se o
ph do material retirado. O ph do aspirado gástrico é ácido (± 3); o ph do aspirado
intestinal (± 6,5), e o ph do aspirado respiratório é mais
alcalino (7 ou mais). Uma radiografia é o único meio seguro de se verificar a
posição da sonda;
• Sonda gástrica simples (“Salem-VENTROL”): é uma sonda
radiopaca, de plástico claro, dotada de duas luzes. É usada para descomprimir o
estômago e mantê-lo vazio;
• Sonda Nutriflex: é uma sonda usada para nutrição. Possui 76 cm de
comprimento e uma ponta pesada de mercúrio para facilitar sua inserção. É protegida
por um lubrificante que é ativado quando é umidificado;
• Sonda de MOSS: é uma sonda de descompressão gástrica de 90 cm
de comprimento, três luzes e somente um balão que serve para fixar a sonda ao
estômago quando inflado. O cateter de descompressão serve para aspiração gástrica e
esofagiana, como também para lavagem. A terceira luz é uma via para alimentação
duodenal;
• Sonda S-B: é usada para tratar sangramento de varizes esofagianas.

72
Tem 3 luzes e 2 balões; duas das luzes são utilizadas para inflar os balões, enquanto a
terceira é usada para lavagem gástrica e para monitorizar o sangramento.

Técnica de Sondagem com Sonda Levine Material:


• Sonda gástrica LEVINE (mulher 14 a 16, homem 16 a 18);
• Seringa de 20 ml;
• Copo com água;
• Gaze,
• Benzina;
• Toalha de rosto;
• Xylocaína gel;
• Fita adesiva;
• Estetoscópio;
• Biombo s/n;
• Luvas de procedimento;
• Sacos para lixo.

Procedimento:
1.Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada
para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
2.Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
3.Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pele;
4.Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do
apêndice;

73
Fonte: www.fisterra.com

5. Marcar com adesivo;


6. Calçar luvas;
7. Lubrificar a sonda com xylocaína;
8. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta;
9. Introduzir até a marca do adesivo;
10. Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;
11. Para verificar se a sonda está no local:
12. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com estetoscópio, na base do
apêndice xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
13. Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a seringa de 20 ml;
14. Colocar a ponta da sonda no copo com água - se tiver borbulhamento está
na traquéia. Deve ser retirada;
15. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para
evitar a entrada de ar;
16. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
17. Fixar a sonda não tracionando a narina.

Lavagem gástrica
É a introdução através da SNG, de líquido na cavidade gástrica, seguida de sua
remoção. Tem como objetivo remover do estômago substâncias tóxicas ou irritantes,
preparar para cirurgias do aparelho digestivo. Deve-se evitar a lavagem gástrica em

74
casos de envenenamento por substâncias causticas, para não provocar perfuração do
esôfago ou estômago, pela sonda.

Material:
• Bandeja;
• Material para sondagem nasogástrica – sonda calibrosa;
• Balde;
• Folhas de papel toalha;
• Soro fisiológico com equipo;
• Biombo;
• Luvas de procedimento.
Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar a unidade do paciente, colocá-lo sobre a
mesa de cabeceira;
4. Colocar o balde sobre a cadeia, forrada com papel toalha;
5. Cercar a cama com biombo;
6. Colocar o soro no suporte;
7. Calçar as luvas de procedimentos;
8. Proceder a técnica de sondagem nasogástrica;
9. Conectar o equipo na sonda e deixar fluir aproximadamente 250 a 500 ml de
soro;
10. Fechar o soro, desconectar o equipo, colocar a extremidade aberta da sonda
no balde, deixando o líquido refluir por sinfonagem. Aspirar com seringa. Se necessário
pode-se também usar frasco de soro com pressão negativa;
11. Repetir o processo até que o retorno seja límpido;
12. Proceder a retirada da sonda, conforme técnica descrita;
13. Retirar luvas;
14. Deixar o paciente confortável;
15. Medir o retorno, desprezar e anotar.

Drenagem por sonda nasogástrica

75
Material:
• Bandeja;
• Sonda nasogástrica;
• Xylocaína gel;
• Frasco esterilizado;
• Tampa plástica;
• Seringa de 20 ml;
• Luvas de procedimento;
• Gazes;
• Esparadrapo;
• Estetoscópio;
• Frasco graduado para medir secreção drenada;
• Prolongamento esterilizado.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
3. Cercar a cama com biombo, se necessário;
4. Colocar o paciente em posição Fowler;
5. Proteger o tórax do paciente;
6. Calçar luvas;
7. Proceder a sondagem nasogástrica conforme descrito;
8. Deixar a sonda aberta e conectar a extremidade no prolongamento de látex e
deixar a outra ponta no frasco de soro vazio;
9. Retirar as luvas;
10. Anotar no prontuário a quantidade e aspecto do líquido drenado.

Retirada da sonda nasogástrica


Materiais:
• Bandeja;
• Gazes;
• Luvas de procedimento;
• Recipiente com algodão embebido na benzina;

76
• Cuba rim;
• Papel toalha.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
3. Cercar a cama com biombo, se necessário;
4. Colocar papel toalha sobre o tórax do paciente;
5. Forrar a cuba rim com papel toalha e colocá-la ao lado do paciente;
6. Calçar luvas;
7. Desprender o esparadrapo com algodão embebido na benzina;
8. Pegar a sonda com aze e comprimi-la firmemente;
9. Retirar a sonda com movimentos suaves e colocá-la na cuba rim envolvendo-
a com o papel toalha;
10. Anotar no prontuário procedimento realizado.

SONDA NASOENTERAL

A sonda nasoenteral tem comprimento variável de 50 a 150 cm, e diâmetro


médio interno de 1,6mm e externo de 4 mm,com marcas numéricas ao longo de sua
extensão, facilitando posicionamentos, maleáveis, com fio-guia metálico e flexível,
radiopaca.
A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda
nasogástrica, por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esôfago, e
por alojar-se diretamente no intestino, necessitando de controle por Raios-X para
verificação do local da sonda.
Tem como função apenas a alimentação do paciente, sendo de escolha no caso
de pacientes que receberam alimentação via sonda por tempo indeterminado e
prolongado. Por isso, esta sonda só permanece aberta durante o tempo de infusão da
alimentação.
A técnica de sondagem se assemelha com a técnica de sondagem nasogástrica.

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Material:
• Sonda enteral com fio guia (mandril);
• Seringa de 20 ml;
• Copo com água;
• Gaze;
• Benzina;
• Toalha de rosto;
• Xylocaína gel;
• Fita adesiva;
• Estetoscópio;
• Biombo s/n;
• Luvas de procedimento;
• Sacos para lixo.

Procedimento:

1. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira


inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
2. Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
3. Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da
pele;
4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do
apêndice (acrescentar mais 10 cm);
5. Marcar com adesivo;
6. Calçar luvas;
7. Injetar água dentro da sonda (com mandril);
8. Mergulhar a ponta da sonda em copo com água para lubrificar;
9. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta -
introduzir até a marca do adesivo;
10. Aguardar a migração da sonda para duodeno, encaminhar ao Raio-X para
confirmação do local da sonda;
11. Retirar o fio-guia após a passagem correta;
12. Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse; Para verificar se a sonda está no

78
local:
13. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com esteto, na base do apêndice
xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
14. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para
evitar a entrada de ar;
15. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
16. Fixar a sonda não tracionando a narina;
17. Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da sonda
até o duodeno seja facilitada pelo peristaltismo gástrico.

ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE

Administração de alimentos ao paciente acamado


Dependendo do grau de dependência, o paciente necessitará de auxílio e/ou
estímulo para se alimentar, uma vez que a nutrição do paciente está diretamente
relacionada a sua recuperação.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Orientar o paciente;
3. Colocar o paciente em posição confortável e a toalha de rosto sobre o seu
tórax;
4. Aproximar a mesa de refeições com a bandeja;
5. Oferecer a dieta, e auxiliar no que for preciso;
6. Observar a aceitação alimentar;
7. Retirar a bandeja;
8. Realizar higiene oral;
9. Realizar anotações no plano assistencial.

Administração de alimentos por Sonda Nasogástrica e Enteral – Gavagem


Gavagem é a introdução de alimentos através de uma sonda nasogástrica ou
enteral.

79
Tem por objetivo repor líquidos, hidratar ou alimentar o paciente impossibilitado
de deglutir em pós-operatório de cirurgia de região oral, vias aéreas superiores e
pacientes inconscientes.

Orientações:
• Testar posicionamento da sonda antes de cada administração de dieta;
• Manter a sonda sempre fechada;
• O alimento deve ser introduzido lentamente, gota a gota, evitando
regurgitação, diarréia;
• Evitar entrada de ar na sonda;
• A dieta deve ser introduzida na temperatura ambiente;
• Após introdução da dieta, injetar 50 a 100 ml de água, com o objetivo de
manter a sonda limpa;
• A alimentação deve ser oferecida com o paciente sentado, em posição
confortável;
• Proceder a higiene oral e das narinas a cada período. Trocar a fixação da
sonda diariamente;
• Observar estase gástrica - se houver distensão abdominal ou refluxo de
dieta anterior de 100 ml, não administrar e comunicar o chefe. Abrir a sonda por 10
minutos antes de administrar a dieta para observar se há estase gástrica.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Reunir material e dieta (ou medicamento) prescrita pelo médico ou
nutricionista;
3. Proteger o tórax do doente com uma toalha;
4. Elevar a cabeceira do leito para posição sentado ou semi-sentado;
5. Verificar temperatura (no caso de dieta);
6. Utilizar pinça para abrir e fechar sonda;
7. Proteger com gaze a conexão seringa-sonda;
8. Aspirar na seringa o material a ser injetado na sonda e injetar lentamente
na sonda (despinçada) com seringa em posição vertical e mais alta que a cabeça do
paciente;

80
9. Injetar tantas vezes quanto necessário para infundir o volume prescrito;
10. Lavar a sonda ao término da infusão, com água destilada ou soro
fisiológico para evitar entupimentos;
11. Higienizar boca e narinas.

Alimentação por gastrostomia


Consiste na administração de alimentos líquidos no estômago, por meio de um
tubo de borracha inserido pela parede abdominal, através de procedimento cirúrgico.
A administração pela gastrostomia é indicada quando o paciente possui lesão de
boca, faringe e esôfago, irreversível ou que requerem tratamento prolongado, como o
caso de tumores e estenose de esôfago.
Orientações gerais e procedimentos:
Idêntico a sonda nasogástrica. Apenas não é necessário testar o posicionamento
da sonda. Deve-se trocar o curativo ao redor da gastrostomia no mínimo uma vez ao dia
e quando necessário, com técnica asséptica.
Em caso de sondas de gastrostomia calibrosa, em que não há possibilidade de
conectar o equipo, utilizar um funil (pinçar a sonda para evitar a entrada de ar antes de
conectar o funil).

APLICAÇÕES TÉRMICAS

A aplicação térmica externa, de calor ou frio, é um dos tratamentos mais antigos.


É eficaz e proporciona efeito imediato.
O calor atua relaxando os músculos e facilitando a circulação através da
vasodilatação, acalmando assim a dor, e diminuindo um pouco, e impedindo o edema
local.
O frio age pela contração dos vasos sanguíneos, a dor local e impede a formação
de hematomas e abscessos. Em certos tipos de ferimentos abertos controla a hemorragia.

APLICAÇÕES QUENTES
Têm como indicação proporcionar conforto e bem estar, aliviando a dor e
inflamação, acelerar o processo de supuração de uma área, estimular a circulação,
promover aquecimento, produzir relaxamento da tensão muscular.

81
O calor é aplicação através de: bolsas de água quente, compressas quentes.

Material:
Bolsa de borracha, forro para cobrir a bolsa, de preferência flanela, água quente.

Procedimentos:
1. Certificar-se do local que deverá receber a aplicação;
2. Orientar o paciente sobre o procedimento;
3. Reunir o material;
4. Testar as condições da bolsa, para não ocorrer vazamento;
5. Colocar a água quente na bolsa, retirar todo o ar do interior da mesma e
fechá-la;
6. Virar a bolsa com o gargalho para baixo, observar se está bem fechada e
enxugá-la;
7. Cobrir a bolsa com o forro e observar se a temperatura através do pano está
adequada;
8. Aplicar no local indicado e deixar no local no mínimo 20 minutos e no
máximo 40 minutos;
9. Avaliar as condições da pele no local, 2 ou 3 minutos após a aplicação da
bolsa, para certificar-se de que essa temperatura não vai causar queimaduras no
paciente;
10. Terminada a aplicação, retirar a bolsa e manter a região agasalhada para
evitar corrente de ar;
11. Deixar o paciente em ordem e confortável;
12. Esvaziar a bolsa e pendurá-la com o gargalho para baixo até secar;
13. Anotar o procedimento e o efeito no relatório.

APLICAÇÕES FRIAS
Têm como indicação acalmar a dor, diminuir a congestão local, abaixar a febre,
controlar hemorragia e diminuir processos inflamatórios.
A aplicação fria é realizada através de bolsa de gelo e de compressas geladas.

Material:
Bolsa de borracha, tecido para cobrir a bolsa e gelo picado.
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TÉCNICA PARA APLICAÇÃO DE BOLSA DE GELO
1. Seguir os mesmos cuidados descritos na aplicação de bolsa quente;
2. Colocar as pedras de gelo na bolsa, enchendo até a metade;
3. Fechar a bolsa, testar se não há vazamento e enxugá-la;
4. Envolver a bolsa com a coberta (toalha, flanela);
5. Aplicar no local e deixar o tempo que for indicado, conforme prescrição
médica;
6. Trocar o gelo sempre que necessário, se o tempo da aplicação for prolongado;
7. Retirar a bolsa ao termino da aplicação, verificar o local observando o
resultado;
8. Deixar o paciente confortável e em ordem;
9. Anotar o procedimento e o resultado no relatório de enfermagem.

Cuidados importantes
• Observar constantemente a área de aplicação. Qualquer alteração da pele e
queixas do paciente, suspender o procedimento e comunicar o médico;
• Em pacientes idosos, inconscientes, desnutridos e crianças deve-se ter cautela
quanto ao limite da temperatura, devido à maior sensibilidade da pele;
• Nunca colocar bolsa com água quente debaixo do paciente, para evitar
compressão excessiva da mesma, pois resulta em vazamento e queimaduras ao paciente;
• Não fazer aplicação de bolsa de gelo além de 30 minutos, devido ao risco de
causar necrose.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CIRÚRGICO

Preparo pré-operatório
O preparo pré-operatório tem início com a internação, estendendo-se até o
momento da cirurgia.
Tem por objetivo levar o paciente às melhores condições possíveis para cirurgia,
para garantir-lhe menores possibilidades de complicações. Cada paciente deve ser
tratado e encarado individualmente.

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Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório poderá ser feito
em alguns dias ou até mesmo em minutos. As cirurgias que exigem um rápido preparo
são as cirurgias de emergência, estas devem ser realizadas sem perda de tempo, a fim de
salvar a vida do paciente.

Preparo psicológico:
Tem como objetivo assegurar confiança e tranqüilidade mental ao paciente.
A internação pode significar reclusão, afastamento dos familiares, e o paciente
pode ficar ansioso e cheio de temores. O trabalho e a vida diária do paciente são,
momentaneamente, paralisados e o desconhecimento do tratamento ao qual será
submetido, tudo isso, gera estresse, insegurança, desassossego e medo.
Estes estados psicológicos, quando não reconhecidos e atendidos, podem levar o
paciente a apresentar vômitos, náuseas, dor de cabeça, não cooperando para a
recuperação pós-cirúrgica, levando-o a complicações respiratórias, agitação e outros
problemas.
Para auxiliar o paciente a enfermagem deve ser calma, otimista, compreensiva, e
saber como desenvolver confiança.
Inteirados da aflição do paciente a enfermeira chefe deve ser notificada, para que
tome a melhor medida.
Muitas vezes o paciente tem medo da morte, durante ou após a cirurgia, tem
medo de não acordar da anestesia, tem medo de perder qualquer parte do corpo ou de
sentir dor durante a cirurgia.
Dependendo da necessidade, a enfermeira solicitará a presença do cirurgião ou
anestesista para esclarecer o paciente.
Portanto, a enfermagem, embora solicitando outros profissionais para atender o
paciente em suas necessidades psicológicas, é principalmente a pessoa que ouve,
compreende, ampara e conforta.

Preparo físico:
É dividido em três etapas:
1. Preparo inicial é quando o paciente vai ser submetido a exames
laboratoriais (exames pré-operatórios), que vão assegurar a viabilidade ou não da
cirurgia.
Nesta fase, a atuação da enfermagem no preparo se relaciona:

84
- Ao preparo do paciente, explicando os procedimentos a serem realizados;
- A coleta e encaminhamento dos materiais para exames;
- A manutenção do jejum, quando necessário;
- A aplicação de medicamentos, soro e sangue;
- A realização de controles;
- Sinais vitais;
- Diurese;
- Observação de sinais e sintomas;
- Anotação na papeleta.

2. Preparo físico na véspera da cirurgia tem por objetivo remover toda a


fonte de infecção, através da limpeza e desinfecção, conseguida com um mínimo de
esgotamento do paciente.
Essa segunda etapa se processa assim:
- Verificar lista de cirurgia: quais os pacientes que serão operados, nome da
cirurgia, horário, se há pedido de sangue, preparos especiais ou de rotina;
- Providenciar material e colher a amostra de sangue para tipagem
sanguínea;
- Observar sintomas como tosse, coriza, febre, variação de pressão arterial
e outros.
Proceder a limpeza e preparar a pele para cirurgia da seguinte forma:
- Tricotomia da região a ser operada, bem ampla;
- Banho completo, incluindo cabeça e troca de roupa;
- Limpeza e corte das unhas, remover esmaltes (pés e mãos) para poder
observar a coloração durante a cirurgia;
- Mandar barbear os homens;
- Dieta leve no jantar;
- Lavagem intestinal ou gástrica, de acordo com a prescrição médica;
- Jejum após o jantar, orientar o paciente;
- Promover ambiente tranqüilo e repousante.

3. Preparo físico no dia da cirurgia. Processa-se assim:


- Verifica se o jejum continua sendo mantido;
- Verificar se todos os cuidados da véspera foram feitos;
85
- Remover maquiagem, próteses e jóias. As jóias e próteses serão enroladas
e guardadas conforme rotina do local;
- Controlar pulso, temperatura, respiração e P.A;
- Urinar meia hora antes da cirurgia;
- Aplicar a medicação pré-anestésica seguindo prescrição médica, e
geralmente é feito de 30 a 45 minutos da cirurgia;
- Checar a medicação pré-anestésica dada;
- Fazer anotação na papeleta;
- Ajudar o paciente a passar da cama à maca;
- Levar a maca com o paciente até o centro cirúrgico, juntamente com o
prontuário;
- Qualquer cuidado não efetuado deve ser comunicado ao centro cirúrgico.

Preparo pós-operatório
Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são aqueles realizados após a
cirurgia até a alta.
Visam ajudar o recém operado a normalizar suas funções com conforto e da
forma mais rápida e segura.
Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para receber o paciente
internado.
Observação: nos hospitais que possuem, no centro cirúrgico, sala de
recuperação, pós-anestésica, receber os pacientes nestes locais imediatamente após a
cirurgia, dando-lhes assistência até a normalização de reflexos e sinais vitais.
Só posteriormente esse paciente é encaminhado à unidade onde está internado.
Ao receber o paciente no quarto:
- Transportá-lo da maca para a cama com o auxílio de outros funcionários;
- Manter a cama em posição horizontal;
- Cobri-lo e agasalhá-lo de acordo com a necessidade;
- Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico. Caso tenha sido
feita a anestesia raque deixar o paciente sem travesseiro e sem levantar, pelo o menos 12
horas;
- Enquanto estiver semiconsciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça

86
voltada para o lado;
- Observar o gotejamento do soro e sangue;
- Observar estado geral e nível de consciência;
- Verificar o curativo colocado no local operado (se está seco ou com
sangue);
- Restringi-lo no leito com grades, para evitar que caia;
- Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar que retire
soro ou sondas;
- Observar sintomas como: palidez, sudorese, pele fria, lábios e unhas
arroxeados, hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer
complicações respiratórias e circulatórias;
- Controlar: pulso, temperatura, respiração e pressão arterial;
- Fazer anotação na papeleta;
- Ler a prescrição médica, providenciando para que seja feita;
- Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamente.

Nas horas em seguida:


- Ao recuperar totalmente a consciência avisá-lo do lugar onde está e que
está passando bem;
- Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e sondas;
- Promover comodidade no leito;
- Medicá-lo para dor, quando necessário;
- Movimentá-lo no leito, de decúbito;
- Verificar e estimular a aceitação da dieta.

Tricotomia
É a raspagem dos pêlos na pele. Os pêlos devem ser retirados porque abrigam
microorganismos, que poderão penetrar no ferimento, provocando infecção.
É feita com a finalidade de facilitar a limpeza e a desinfecção da pele e da região
a ser operada.
No caso de cirurgias programadas a tricotomia deve ser feita o mais próximo
possível da cirurgia (no máximo 2 horas antes, e só deve ser feita quando realmente
necessária).

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Áreas de tricotomia:
- Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescrição médica;
- Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas;
- Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e posterior), menos
o couro cabeludo;
- Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis;
- Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior;
- Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis.

Orientação:
- Calçar luvas, como meio de proteção pessoal, em todas as tricotomias;
- Usar tesoura para cortar pêlos mais longos e cabelos, sempre que for
necessário, e retirá-los com papel toalha;
- O pêlo deve ser raspado delicadamente no sentido do crescimento do
mesmo, para evitar lesão na pele e foliculite;
- A pele deve ser esticada para facilitar o deslizamento do aparelho e evitar
lesão;
- Realizar degermação na área tricotomizada.

Material:
• Bandeja;
• Recipientes com bolas de algodão;
• Pacote com gases;
• Cuba redonda com sabão líquido diluído;
• Cuba rim;
• Aparelho de barbear com lâmina nova (se possível utilizar tricotomizador
elétrico para não lesar a pele);
• Pinça.

Procedimento:
• Cerque a cama com biombos;

88
• Exponha a região;
• Umedeça a bola de algodão com sabão;
• Ensaboar a região;
• Com a mão esquerda estique a pele;
• Faça a raspagem dos pêlos de cima para baixo;
• Lave a área com água e sabão para remover os pêlos cortados;
• Retire o material usado.

Degermação da pele
Consiste na aplicação de anti-séptico na pele, com o objetivo de reduzir o risco
de infecção da ferida cirúrgica. A degermação é realizada em algumas cirurgias,
conforme a rotina do hospital. Deve ser feita o mais próximo possível do horário da
cirurgia.
Material:
• Bandeja;
• Anti-séptico;
• Luvas de banho.

Procedimento:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja;
4. Levar o material à unidade do paciente;
5. Encaminhar o paciente ao banheiro;
6. Oferecer a luva de banho embebida em anti-séptico degermante, orientando o
paciente para que esfregue a área tricotomizada com o produto até que se forme uma
espuma branca;
7. Enxaguar com água corrente;
8. Esfregar novamente o antisséptico degermante até formar uma espuma
branca e enxaguar;
9. Enxugar com toalha limpa;
10. Vestir a camisola cirúrgica;
11. Levar o material à sala de utilidades lavar e guardar.

89
ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM

As anotações de enfermagem são todos os registros das informações do paciente,


das observações feitas sobre o seu estado de saúde, das prescrições de enfermagem e
sua implantação, da evolução de enfermagem e de outros cuidados, entre eles a
execução das prescrições médicas. Pode-se afirmar que é um instrumento valorativo de
grande significado na assistência de enfermagem e na sua continuidade, tornando-se,
pois, indispensável na aplicação do processo de enfermagem, pois está presente em
todas as fases do processo.
As anotações de enfermagem são o meio utilizado pela enfermagem para
informar sobre a assistência prestada e, como conseqüência, uma fonte disponível para
avaliação da eficiência e eficácia dessa assistência. Assim, demandam clareza em
relação a sua forma e conteúdo, a fim de garantir a compreensão e a legibilidade da
informação.

Tipos de anotações de enfermagem


São vários tipos de anotações de enfermagem que podem ser registrados no
prontuário do paciente. Dentre eles são destacados:
• Gráfico: facilita a visualização de oscilações dos parâmetros vitais do
paciente, como temperatura (T), pulso (P), respiração (R) e pressão arterial (PA) ou dos
sinais objetivos, tais como: peso, altura, perímetros, pressão venosa central, entre
outras;
• Sinal gráfico: realizado por meio do checar li ou (I) significa que a
ação prescrita (médica ou de enfermagem) foi realizada e, do circular @ significa que a
ação prescrita (médica ou de enfermagem) não foi realizada. Quando um horário está
circulado, é importante uma justificativa da não-realização do cuidado na anotação de
enfermagem;
• Descrição: numérica - são anotados valores de parâmetros mensurá-
veis. Podem ser locais específicos para o registro desses valores para facilitar a
visualização; narração escrita - registro da forma narrativa daquilo que foi realizado,
observado e ou informado pelo paciente ou familiar. É o tipo de anotação mais
freqüentemente utilizado em prontuário de paciente.

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A anotação de enfermagem, quando cientificamente estruturada, apresenta
elementos valiosos para o diagnóstico das necessidades do paciente, da família e da
comunidade, facilitando o planejamento de assistência ao paciente e apresentando
elementos para o ensino e pesquisa no campo profissional.
No dia-a-dia verificamos que as anotações de enfermagem, de modo geral, não
são completas em relação ao cuidado integral que o paciente necessita e recebe, e não
satisfazem os requisitos necessários para sua padronização. Acreditamos que essas
falhas ocorram devido à falta de conscientização de seu valor pelo pessoal de
enfermagem.
Quanto mais consciência o funcionário tiver sobre a finalidade dos registros de
enfermagem, mais ele o fará com riqueza de conteúdo, colaborando assim,
efetivamente, para a elaboração de cuidados de enfermagem, individualizados, ao
paciente.

Roteiro para anotação de enfermagem


Comportamento e observações relativas ao paciente:
• Nível de consciência;
• Estado emocional;
• Integridade da pele e mucosa;
• Hidratação;
• Aceitação de dieta;
• Manutenção venóclise;
• Movimentação;
• Eliminação;
• Presença de cateteres e drenos.

Cuidados prestados aos pacientes, prescritos ou não pelo enfermeiro:


• Mudança de decúbito;
• Posicionamento no leito ou na poltrona;
• Banho;
• Curativos;
• Retirada de drenos, sondas, cateteres, etc.

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Medidas prescritas pelo médico e prestadas pela enfermagem:
• Repouso;
• Uso de colete/faixas;
• Recusa de medicação ou tratamento.

Respostas específicas do paciente à terapia e assistência:


• Alterações do quadro clínico;
• Sinais e sintomas;
• Alterações de sinais vitais;
• Intercorrências com o paciente;
• Providências tomadas;
• Resultados.

Medidas terapêuticas executadas pelos membros da equipe:


• Passagem de dispositivo intravenoso (intracath, duplo ou triplo lúmen, etc.
• Visita médica especializada (avaliações);
• Atendimento do fisioterapeuta, da nutricionista ou psicólogo.

Orientações educativas:
• Nutrição;
• Atividade física;
• Uso de medicações.

Outros fatos relevantes (de qualquer natureza) referidos pelo paciente ou


percebidos pelo profissional:
• Acidentes e intercorrências;
• Recebimento de visitas.

ASPIRAÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO

A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente para ajudá-


lo a remover secreções líquidas ou espessas das vias aéreas superiores e inferiores,
quando o paciente não tem condições de removê-las sozinho. A aspiração das vias

92
aéreas superiores pode envolver o nariz, boca e orofaringe. A aspiração das vias aéreas
inferiores envolve basicamente a traquéia e, ocasionalmente, a aspiração profunda
envolve os brônquios direito e esquerdo.
A aspiração também possui seus riscos, compreendem:
• Infecção das vias aéreas superiores;
• Traumatismos de tecidos por sucção excessiva da camada de
revestimento do trato respiratório;
• Hipoxemia, devido à remoção de ar com secreções durante a
aspiração;
• A remoção de oxigenoterapia durante a execução da aspiração;
• Broncoespasmo, estimulação vagal, que causam
diminuição da freqüência cardíaca e possíveis arritmias;
• Ansiedade e desconforto. Pode-se efetuar a aspiração através das
narinas, da boca, cânula de traqueostomia e tudo endotraqueal.

Objetivos:
• Manutenção de uma via aérea permeável;
• Promover conforto;
• Prevenir infecções do trato respiratório;
• Melhorar oxigenação.

Orientações gerais:
• A aspiração de secreção não pode ultrapassar 15 segundos em cada
sucção e 15 vezes no total;
• Monitorização contínua aos sinais vitais do paciente;
• Realizar drenagem postural ou tapotagem nos pacientes em que não há
contra-indicação, antes da aspiração;
• Pacientes com tubo endotraqueal ou traqueostomia que contenha cuff,
insuflar antes de aspirar;
• Aspirar o paciente 1 hora após administração de dieta;
• A extensão de borracha deve ser trocada a cada 6 horas;
• Desprezar a secreção do frasco de aspiração após cada aspiração e
lavá-lo com água e sabão;
93
• A avaliação do estado do paciente, inclusive dos sons pulmonares,
fornece dados referentes à presença de secreções no inferior das vias aéreas;
• Manter SNG aberta durante aspiração.

Material:
• Bandeja;
• Frasco de vidro para aspiração com válvula;
• Extensão de borracha esterilizada;
• Campo para aspiração;
• Sonda para aspiração (8,10,12 ou 14);
• Luva estéril;
• Pacote de gazes;
• Cuba rim;
• 1 frasco de água destilada;
• Máscara.

Fonte: Fonte: Fonte:


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Sonda de aspiração Frasco de aspiração Aspirador portátil

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar a unidade do paciente, colocá-lo
sobre a mesa de cabeceira;

94
4. Cercar a cama com biombo;
5. Conectar o frasco de aspiração na rede de vácuo;
6. Testar o funcionamento do aspirador;
7. Elevar a cabeceira da cama 30º;
8. Colocar água destilada na cuba, e colocá-la na mesa de cabeceira ao
lado;
9. Abrir o pacote de extensão de borracha e uma das pontas e conectar
ao aspirador;
10. Colocar máscara;
11. Abrir o campo de aspiração sobre o tórax do paciente sem contaminar.
Abrir o pacote de gaze e colocar sobre o campo;
12. Abrir o pacote da sonda e colocar sobre o campo;
13. Abrir a válvula de aspiração;
14. Calçar luvas;
15. Pegar no dispositivo da sonda e adaptar a ponta da extensão de
borracha;
16. Pegar na sonda, introduzir na narina do paciente com movimentos
delicados até a traquéia;
17. Realizar a sucção intermitente;
18. Após a aspiração da traquéia, lavar a sonda de aspiração com água
destilada da cuba rim;
19. Aspirar orofaringe do paciente;
20. Lavar a sonda de aspiração com água destilada da cuba rim;
21. Desligar o aspirador. Desconectar a extensão de
borracha do dispositivo da sonda;
22. Retirar luva segurando a sonda e colocar na bandeja;
23. Retirar o campo do tórax do paciente, o frasco de aspiração e colocar
na bandeja;
24. Reunir o material e levá-lo à sala de utilidades;
25. Anotar no prontuário: quantidade e aspecto da secreção.

CUIDADOS COM PACIENTES INCONSCIENTES E AGONIZANTES

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A inconsciência é uma situação em que há uma supressão das funções cerebrais,
variando do estupor ao coma. No estupor o paciente mostra sinais de inquietação
quando estimulado por algo desagradável. Ele pode reagir ou fazer movimentos faciais
ou proferir sons ininteligíveis. O coma é um estado de inconsciência no qual o paciente
não percebe a si mesmo e nem ao seu ambiente. O mutismo acinético é um estado em
que não há resposta ao meio, não há movimentos, mas os olhos permanecem abertos
algumas vezes. No estado vegetativo, o paciente está acordado, mas sem função mental
eficaz.

Objetivos:
• Manutenção da vias aéreas permeáveis;
• Avaliação neurológica;
• Obtenção de um equilíbrio hidroeletrolítico;
• Obtenção de membranas mucosas orais intactas;
• Manter integridade cutânea;
• Manter integridade dos olhos.

Manutenção das vias aéreas


Uma ventilação adequada assegurará a circulação para o cérebro.
• O paciente deverá ser colocado de lado para evitar broncoaspiração;
• Aspiração da secreção orofaríngea e traqueobrônquica, sempre que
necessário;
• Em caso de insuficiência respiratória administrar oxigênio
umidificado;
• Controle rigoroso de sinais vitais;
• Manter cabeceira no ângulo de 30º.

Nível de consciência
• Verificar o nível de consciência (se está consciente, inconsciente,
confuso, desorientado);
• Verificar se há abertura ocular espontânea, a um comando de voz ou
estímulo doloroso;
96
• Avaliar pupilas quanto ao tamanho, igualdade e reatividade;
• Observar movimentos dos olhos;
• Manter os olhos umedecidos com soro fisiológico ou água boricada
para evitar lesão de córnea;
• Observar reflexos de deglutição, pois quando ineficaz ou ausente,
apresenta sialorréia;
• Realizar estímulo doloroso (pressão suave, mas firme), na região
esternal ou no mamilo, quando o paciente não estiver obedecendo aos comandos;
• Verificar se apresenta decorticação ou descerebração.

Cuidados de enfermagem a paciente inconsciente


• Administrar líquidos por sonda nasogástrica, após dieta
e nos intervalos;
• Se o paciente estiver com soluções endovenosas,
controlar rigorosamente o gotejamento e observar o local da punção;
• Realizar controle hidroeletrolítico;
• Realizar higiene oral rigorosamente para evitar a formação de crostas
e inflamação;
• Lubrificar os lábios com vaselina;
• Realizar massagem com hidratante para ativar circulação;
• Aplicar solução de escara em proeminências ósseas e outras regiões
do corpo do paciente;
• Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas, para evitar formação
de escara;
• Colocar bolsa de conforto nas regiões de compressão;
• Apoiar os pés com travesseiros, para evitar hiperextensão;
• Quando apresentar diurese no leito ou evacuação,
trocá-lo imediatamente;
• Administrar medicação conforme prescrição médica;
• Realizar relatório de enfermagem.

Cuidados de enfermagem a paciente agonizante


• Manter o paciente limpo e confortável na unidade;
97
• Manter proteção de grade na cama, se o paciente apresenta-se agitado;
• Manter o ambiente calmo, semipenumbra e boa areação;
• Retirar próteses dentárias;
• Controlar sinais vitais;
• Administrar e controlar oxigênio, se necessário;
• Se o paciente estiver com soluções endovenosas,
controlar rigorosamente o gotejamento e observar o local da punção;
• Realizar controle de eliminações urinárias e intestinais;
• Realizar higiene oral e corporal;

• Lubrificar os lábios com vaselina;


• Realizar massagem com hidratante para ativar circulação;
• Aplicar solução de escara em proeminências ósseas e outras regiões
do corpo do paciente;
• Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas para evitar formação
de escara;
• Administrar medicação conforme prescrição médica;
• Realizar relatório de enfermagem;
• Manter curativos limpos - se houver;
• Realizar compressas úmidas com água destilada em pálpebras, para
evitar queratinização de córnea.

Cuidado com corpo pós-morte


São os cuidados dispensados ao corpo após a constatação médica de óbito.

Objetivos:
• Deixar o corpo limpo;
• Preservar a aparência natural do corpo;
• Evitar a saída de gazes, odores fétidos, sangue e secreções;
• Preparar o corpo para o funeral;
• Facilitar a identificação do corpo.

98
Após a constatação do óbito:
• Observar a hora;
• Fechar os olhos do corpo;
• Elevar ligeiramente a cabeceira deixando os membros alinhados;
• Colocar prótese dentária se houver;
• Retirar sondas, drenos, cateteres, cânulas...;
• Retirar da cama travesseiro e roupas extras;
• Cobrir o corpo com um lençol.

Material:
• Algodão;
• Atadura de crepe;
• Pinça longa;
• Esparadrapo;
• Etiquetas de identificação (conforme rotina da Instituição);
• Cuba rim;
• Luva de procedimento;
• 2 lençóis;
• Bacia com água e luva de banho, se necessário.

Procedimentos:
1. Prestar assistência à família;

Colocar o paciente em posição anatômica, elevando ligeiramente a cabeça;


2. Fechar os olhos com benzina ou éter;
3. Desligar aparelhos e soros conectados ao paciente;
4. Proceder a higienização do corpo;
5. Vestir o corpo com roupa pessoal, recolocar próteses dentárias. Fixar
mandíbula com ataduras;
6. Cobrir o corpo com lençol;
7. Identificar o corpo com impresso próprio;
8. Encaminhar o corpo ao necrotério;
9. Entregar pertences para a família.

99
ELIMINAÇÃO URINÁRIA

Cateterismo Vesical
Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada
artificialmente através de sondas ou cateteres, que podem ser introduzidos diretamente
na bexiga, ureter ou pelve renal. A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou
cateter na bexiga, que pode ser realizada através da uretra ou por via suprapúbica, e tem
por finalidade a remoção da urina. Suas principais indicações são: obtenção de urina
asséptica para exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária, em preparo
cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para monitorizar o débito urinário horário e, em
pacientes inconscientes, para a determinação da urina residual ou com bexiga
neurogênica que não possuam um controle esfincteriano adequado.
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o
esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência do
mesmo. Nestas sondagens de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu
esvaziamento, perdendo, com o tempo, um pouco de sua tonicidade e levando à
incapacidade de contração do músculo detrursor; portanto antes da remoção de sonda
vesical de demora, o treinamento com fechamento e abertura da sonda de maneira
intermitente, deve ser realizado para a prevenção da retenção urinária.

Observações:
• Fazer higiene íntima antes de executar a técnica do cateterismo vesical;
• Observar conscienciosamente os princípios de assepsia e de ética;
• A sonda utilizada para o cateterismo de demora e é a sonda Foley, que é
mantida no lugar através de balão inflado com água destilada;
• A sonda utilizada para o cateterismo de alívio é a sonda uretral
descartável. Desprezá-la após o uso.

Cateterismo vesical de demora


Objetivos:
• Prevenir distensão da bexiga nas cirurgias pélvicas e prolongadas;
• Proporcionar conforto ao paciente com incontinência urinária;

100
• Controle de diurese em casos específicos.

Cateterismo vesical feminino de demora Material:


• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba rim, cúpula, campo
fenestrado, pinça, gazes;
• Sonda Vesical de Foley, números 10-14;
• Coletor de urina para sistema fechado;
• Uma seringa descartável de 20 ml;
• Duas agulhas calibrosas;
• Uma ampola de água destilada de 10 ml;
• Esparadrapo ou micropore;
• Um par de luvas estéreis e 1 par de luvas de procedimento;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Sonda Foley

Fonte: www.br.geocities.com/xiturmamed/sondaedrenos.htm

101
Coletor de urina para sistema fechado
Fonte: www.br.geocities.com/xiturmamed/sondaedrenos.htm

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade à paciente
e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar a paciente em posição ginecológica;
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, entre as pernas da paciente,
usando técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro da cuba rim: seringa, Sonda Vesical de Foley, gazes e no
campo de cateterismo o coletor de urina para sistema fechado;
11. Abrir a ampola de água destilada e colocar fora do campo;
12. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo
com agulha calibrosa e colocar pequena quantidade de xylocaína numa gaze;
13. Calçar somente a luva estéril direita. Com a mão esquerda não
enluvada, aspirar o conteúdo da água destilada;
14. Calçar a luva estéril esquerda;
15. Testar o Cuff da sonda, em seguida conectá-la ao sistema coletor;

102
16. Lubrificar a sonda com xylocaína;
17. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
18. Limpar primeiramente o monte pubiano, no sentido transversal, com um
movimento único e firme, utilizando sempre uma gaze para cada movimento;
19. Limpar com um movimento único e firme os grandes lábios do lado
mais distante para o mais próximo, de cima para baixo, desprezando a gaze para cada
movimento;
20. Colocar o campo fenestrado sobre o períneo;
21. Afastar os grandes lábios para expor o meato uretral e com a mão não-
dominante limpar os pequenos lábios da mesma forma. A mão não-dominante será
agora considerada contaminada;
22. Limpar o meato uretral com movimento uniforme, obedecendo a
direção meato uretral-ânus, sem tirar a mão não-dominante do local. Se os lábios forem
soltos acidentalmente, repetir o processo de limpeza;

Fonte: www.ugf.br/index.php?q=centro/apresentacao

23. Introduzir delicadamente o cateter lubrificado no interior do meato


uretral e observar se há uma boa drenagem urinária. Avançar a sonda até a bifurcação,
para assegurar que o balão fique posicionado inteiramente no interior da bexiga;
24. Injetar 10 ml de água destilada para preencher o Cuff da sonda, em
seguida, tracioná-la;

103
25. Fixar a sonda com esparadrapo ou micropore na face interna da coxa
para evitar a tração da sonda;

Fonte: www.fisterra.com

26. Manter o coletor de urina abaixo do nível da bexiga, para evitar o


refluxo. Fixá-lo ao leito sem que toque no chão, evitando dobras;
27. Posicionar a paciente confortavelmente;
28. Colocar etiqueta no coletor com: data, volume de água bidestilada
colocada no Cuff e nome do profissional que realizou o procedimento;
29. Recolher o material do cateterismo;
30. Deixar a unidade em ordem;
31. Lavar as mãos;
32. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as
demais características da urina.

Cateterismo vesical masculino de demora Material:


• Pacote de cateterismo vesical contendo: Cuba rim, cúpula, campo
fenestrado, pinça, gazes;

104
• Sonda Vesical de Foley, números 10-16;
• Coletor de urina para sistema fechado;
• Duas seringas descartáveis de 20 ml;
• Duas agulhas calibrosas;
• Uma ampola de água destilada de 10 ml;
• Esparadrapo ou micropore;
• Um par de luvas estéreis e 1 par de luvas de procedimento;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente
e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar o paciente em posição dorsal com as pernas estendidas;
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, usando técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro da cuba rim: seringa, Sonda Vesical de Foley, gazes e no
campo do cateterismo colocar o coletor de urina para sistema fechado;
11. Abrir a ampola de água destilada e colocar fora do campo;
12. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo
com agulha calibrosa;
13. Calçar somente a luva estéril direita;
14. Com a mão esquerda não enluvada, aspirar o conteúdo da água
destilada;
15. Calçar a luva estéril esquerda;

105
16. Testar o Cuff da sonda e, em seguida, conectá-la ao sistema coletor;
17. Solicitar auxílio para preencher a seringa com 10 ml de xylocaína;
18. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
19. Limpar primeiramente a região púbica, no sentido transversal, com
movimento único e firme, desprezando a gaze para cada movimento. Usar gazes para
segurar o pênis, perpendicular ao corpo, e limpar, no sentido longitudinal, de cima para
baixo, do lado mais distante ao mais próximo, sempre utilizando uma gaze para cada
movimento;
20. Limpar o corpo do pênis;
21. Colocar o campo fenestrado. Deixar o pênis em repouso sobre o campo;
22. Segurar o pênis do paciente, perpendicular ao corpo, puxar o prepúcio
para baixo, de modo a expor a glande. Limpar a glande com movimentos circulares,
começando a partir do meato;

Fonte: www.fisterra.com

23. Limpar o orifício da uretra;


24. Injetar 10 ml de xylocaína no meato;

106
Fonte: www.fisterra.com

25. Introduzir delicadamente o cateter no interior do meato uretral e


observar se há uma boa drenagem urinária. Avançar a sonda até a bifurcação, para
assegurar que o balão fique posicionado inteiramente no interior da bexiga;

107
Fonte: www.fisterra.com
26. Injetar 10 ml de água destilada para preencher o Cuff da sonda e, em
seguida, tracioná-la;
27. Fixar a sonda com esparadrapo ou micropore na região hipogástrica
para reduzir a curva uretral e a pressão no ângulo peniano-excrotal, prevenindo a
formação de fístula;
28. Após a sondagem vesical, o prepúcio deve ser recolocado sobre a
glande, pois sua posição retraída pode vir a causar edema;
29. Manter o coletor de urina abaixo do nível da bexiga, para evitar o
refluxo. Fixá-lo ao leito sem que toque no chão, evitando dobras;
30. Posicionar o paciente confortavelmente;
31. Colocar etiqueta no coletor com: data, volume de água bidestilada
colocada no Cuff e nome do profissional que realizou o procedimento;
32. Recolher o material do cateterismo;
33. Deixar a unidade em ordem;
34. Lavar as mãos;
35. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as
demais características da urina.

108
Cateterismo vesical de alívio Cateterismo vesical feminino de alívio Material:
• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba rim; cúpula; campo
fenestrado; pinça; gazes;
• Sonda vesical para cateterismo de alívio: números 10-14 Fr;
• Uma agulha calibrosa;
• Um par de luvas estéreis e um par de luvas de procedimento;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril;
• Uma máscara descartável;
• Um frasco graduado;
• Bolas de algodão com álcool a 70%;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Sonda Vesical de alívio


Fonte: www.br.geocities.com/xiturmamed/sondaedrenos.htm

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade à paciente
e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar a paciente em posição ginecológica;

109
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, entre as pernas da paciente,
usando técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro do campo do cateterismo: sonda vesical de alívio e
gazes;
11. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo
com agulha calibrosa e colocar pequena quantidade de xylocaína numa gaze;
12. Calçar luvas estéreis;
13. Lubrificar a sonda com xylocaína;
14. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
15. Limpar primeiramente o monte pubiano, no sentido transversal, com um
movimento único e firme, utilizando sempre uma gaze para cada movimento;
16. Limpar com um movimento único e firme os grandes lábios do lado
mais distante para o mais próximo, de cima para baixo, desprezando a gaze para cada
movimento;
17. Colocar o campo fenestrado sobre o períneo;
18. Afastar os grandes lábios para expor o meato uretral e com a mão não-
dominante limpar os pequenos lábios da mesma forma. A mão não-dominante será
agora considerada contaminada;
19. Limpar o meato uretral com movimento uniforme, obedecendo a
direção meato uretral-ânus, sem tirar a mão não-dominante do local. Se os lábios forem
soltos acidentalmente, repetir o processo de limpeza.
20. Introduzir delicadamente o cateter lubrificado no interior do meato
uretral e observar se há uma boa drenagem urinária;
21. Depois de esvaziar a bexiga, pressionar o cateter entre o polegar e o
dedo indicador para evitar que a urina permaneça na uretra. Remover delicadamente o
cateter;
22. Posicionar a paciente confortavelmente;
23. Recolher o material do cateterismo;
24. Deixar a unidade em ordem;
25. Lavar as mãos;
26. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as
110
demais características da urina.

Cateterismo vesical masculino de alívio Material:


• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba rim; cúpula; campo
fenestrado; pinça; gazes;
• Sonda vesical para cateterismo de alívio: números 10-18 Fr;
• Uma agulha calibrosa;
• Um par de luvas estéreis e um par de luvas de procedimento;
• Uma seringa descartável de 20 ml;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril;
• Uma máscara descartável;
• Um frasco graduado;
• Bolas de algodão com álcool a 70%;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente e/ou ao
acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar o paciente em posição dorsal com as pernas estendidas;
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, usando técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro do campo do cateterismo: sonda vesical de alívio, gazes
e seringa;
11. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo
com agulha calibrosa;

111
12. Calçar luvas estéreis;
13. Solicitar auxílio para preencher a seringa com 10 ml de xylocaína;
14. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
15. Limpar primeiramente a região púbica, no sentido transversal, com
movimento único e firme, desprezando a gaze para cada movimento. Usar gazes para
segurar o pênis, perpendicular ao corpo, e limpar, no sentido longitudinal, de cima para
baixo, do lado mais distante ao mais próximo, sempre utilizando uma gaze para cada
movimento;
16. Limpar o corpo do pênis;
17. Colocar o campo fenestrado. Deixar o pênis em repouso sobre o campo;
18. Segurar o pênis do paciente, perpendicular ao corpo, puxar o prepúcio
para baixo, de modo a expor a glande. Limpar a glande com movimentos circulares,
começando a partir do meato;
19. Limpar o orifício da uretra;
20. Injetar 10 ml de xylocaína no meato;
21. Introduzir delicadamente o cateter no interior do meato uretral e
observar se há uma boa drenagem urinária;
22. Depois de esvaziar a bexiga, pressionar o cateter entre o polegar e o
dedo indicador para evitar que a urina permaneça na uretra. Remover delicadamente o
cateter;
23. Após a sondagem vesical, o prepúcio deve ser recolocado sobre a
glande, pois sua posição retraída pode vir a causar edema;
24. Posicionar o paciente confortavelmente;
25. Recolher o material do cateterismo;
26. Deixar a unidade em ordem;
27. Lavar as mãos;
28. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as
demais características da urina.

Irrigação vesical
Irrigação vesical é a lavagem da mucosa que reveste a bexiga, com o objetivo de
remover sedimentos, coágulos, urina em decomposição ou fins terapêuticos.

112
Material:
• Bandeja;
• Frasco graduado;
• Folha de papel;
• 1 par de luvas estéreis;
• Recipiente para lixo;
• Bolas de algodão embebidas em álcool 70%;
• Seringa de 20 ml;
• Soro fisiológico de 250 ml ou conforme prescrição;
• Pacote de irrigação (cuba rim e cúpula).

Procedimentos:
01. Fazer planejamento;
02. Lavar as mãos;
03. Reunir o material na bandeja, levar à unidade do paciente, colocá-lo
sobre a mesa de cabeceira;
04. Colocar o frasco graduado e a comadre sobre o papel, na cadeira;
05. Expor a conexão da sonda com o prolongamento;
06. Colocar o pacote de irrigação sobre a cama, próximo a conexão;
07. Proceder a desinfecção da extremidade distal da sonda vesical até a
conexão com a primeira bola do algodão com álcool 70% e a proximal do
prolongamento, usando a outra bola de algodão com álcool 70%;
08. Abrir o pacote de irrigação com uma mão, colocando a sonda vesical e
parte do prolongamento sobre a extremidade do campo estéril;
09. Colocar a solução fisiológica na cúpula;
10. Abrir o pacote da seringa, colocando-a no campo;
11. Calçar as luvas;
12. Retirar a cúpula de dentro da cuba rim;
13. Montar a seringa;
14. Desconectar a sonda, colocando sua extremidade distal dentro da cuba
rim e a extremidade do prolongamento sobre o campo estéril, atrás da cuba rim;
15. Aspirar com a seringa a solução fisiológica e proceder a lavagem da
sonda, injetando o soro e aspirando em seguida;

113
16. Repetir a operação quantas vezes forem necessárias;
17. Conectar cuidadosamente a sonda ao prolongamento;
18. Transferir o líquido da cuba rim para a comadre;
19. Retirar as luvas;
20. Reunir o material e levá-lo coberto ao expurgo;
21. Proceder as anotações de enfermagem.

Retirada de sonda vesical


Materiais:
• Um saco de lixo;
• Um par de luvas de procedimento;
• Uma seringa descartável de 20 ml;
• Bolas de algodão embebidas em solução anti-séptica (álcool a 70%);
• Biombo.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente
e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Verificar a bolsa coletora (quantidade, coloração e demais características
da urina);
6. Retirar o esparadrapo ou micropore de fixação da coxa;
7. Limpar a via do Cuff com algodão embebido em solução anti-séptica;
8. Adaptar uma seringa estéril na via do Cuff para aspirar a água destilada
(o mesmo volume que foi introduzido );
9. Remover a sonda delicadamente, pressionando-a entre o polegar e o
dedo indicador para evitar que a urina permaneça na uretra;
10. Recolher o material do cateterismo e desprezar no lixo apropriado;
11. Providenciar a higiene íntima;
12. Deixar o paciente confortável;
13. Deixar a unidade em ordem;

114
14. Lavar as mãos;
15. Registrar o procedimento.

Controle de diurese
É o controle do volume urinário num determinado período de tempo.

Objetivos:
• Auxiliar no diagnóstico, na evolução e no tratamento do paciente;
• Coletar amostra para análise laboratorial;
• Balanço hídrico.

Orientações gerais:
Controlar a diurese a cada período de trabalho ou conforme solicitação médica;
• Iniciar o controle de diurese, independentemente de solicitação médica,
dos pacientes com:
➢ Cardiopatias;
➢ Doenças renais;
➢ Diabetes;
➢ Nutrição parenteral prolongada;
➢ Pós-operatório de grandes cirurgias;
➢ Ascite;
➢ Pacientes graves.
• Medir o volume urinário no frasco graduado após cada micção,
desprezando a urina em seguida. Observar suas características: odor, cor e aspecto.
Anotar no prontuário do paciente. A diurese não deve ficar guardada no banheiro
durante o período;
• O frasco graduado deve ser enxaguado após cada medida;
• O controle de diurese em pacientes com sonda vesical é feito ao final
de cada período de trabalho ou quando o coletor estiver cheio, medir no frasco e em
seguida desprezar a diurese no vaso sanitário.

Material:
• Bandeja;

115
• Folha de papel;
• Frasco graduado;
• Comadre ou papagaio;
• Funil.

Procedimentos:
01. Fazer planejamento;
02. Orientar os pacientes com controle de diurese para que façam uso de
comadre ou papagaio;
03. Preparar material;
04. Levar o material ao banheiro colocando o frasco graduado sobre o papel no
chão;
05. Levar a comadre ou papagaio ao banheiro, procedendo a mensuração;
06. Enxaguar a comadre ou papagaio, colocando-a em seu lugar. Enxagua
07. Proceder a anotações.

Glicosúria
Destacar mais ou menos 4 cm de glicofita e umedecer uma extremidade em
urina recém eliminada. Manter a fita horizontalmente durante um minuto e proceder a
leitura, conforme instruções da embalagem. Em pacientes com sonda Foley, colher uma
amostra de urina conforme técnicas de coleta. Pacientes que não possuem sonda,
fornecer comadre para coletar urina. Após utilização da glicofita, guardá-la na sua
embalagem de alumínio, pois a fita se altera com a luz.

Observações:
• A urina armazenada na bolsa coletora não pode ser utilizada para verificar
glicofita;
• Antes de oferecer a comadre para o paciente, lavá-la com água.

Coletor de urina para incontinência urinária – “Jontex”


Material:
• Bandeja;
• “Jontex”;

116
• 3 fitas de micropore;
• Luva de procedimentos;
• Frasco de soro de 1000 ml vazio;
• Suporte para frasco de soro;
• Cuba rim;
• Material para tricotomia se necessário;
• Biombo.

Coletor de urina para incontinência urinária


Fonte: http://www.vesimed.com.br/imagens

Procedimentos:
01. Fazer planejamento;
02. Lavar as mãos;
03. Reunir o material na bandeja, levar à unidade do paciente, colocá-lo
sobre a mesa de cabeceira;
04. Cercar a cama com biombos;
05. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
06. Colocar as 3 fitas de micropore na lateral proximal da bandeja;
07. Colocar o frasco de soro, seguro pelo suporte, ao lado da cama;
08. Orientar e auxiliar o paciente a posicionar-se em decúbito dorsal, com
os membros inferiores afastados;
09. Colocar a cuba rim para lixo aos pés da cama;
10. Descobrir somente a região genital;
11. Fazer a tricotomia pubiana genital;
12. Abrir a embalagem do jontex mantendo-o dentro da mesma;
13. Calçar a luva na mão esquerda;
14. Pegar a 1ª fita de micropore com a mão direita;

117
15. Com a mão esquerda posicionar o pênis deixando-o em posição
vertical. Segurar a glande e o prepúcio juntos;
16. Com a mão direita voltear o terço inferior do pênis com a primeira fita
de micropore;
17. Vestir o “jontex” no pênis deixando seu bico justo;
18. Com a mão esquerda segurar o “jontex” sobre o pênis mantendo seu
bico justo à glande;
19. Com a mão direita pegar a 2ª fita de micropore e voltear o pênis, já
vestido com o “jontex”;
20. Subir o jontex deixando exposta a outra metade da 1ª fita;
21. Pegar a 3ª fita de micropore com a mão direita e voltear o pênis
passando-a sobre junção do “jontex” com a 1ª fita de micropore;
22. Baixar o “jontex” cobrindo a 3ª fita de micropore;
23. Pegar o prolongamento do jontex e tracioná-lo levemente certificando-
se de sua segurança;
24. Colocar a ponta do prolongamento no frasco de soro;
25. Retirar a luva da mão esquerda desprezando na cuba rim;
26. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
27. Levar o material ao expurgo. Desprezar o lixo. Lavar a bandeja e cuba
rim, secá-las e guardá-las.

ELIMINAÇÃO INTESTINAL
Enemas
É a introdução de líquido no intestino através de sonda retal no ânus ou da
colostomia.
Pode ser dividida em 3 grupos com seu modo de reação:
• Evacuadores: estimulam a evacuação com seu modo de ação;
• Carminativos: auxiliam na expulsão de gazes do cólon;
• Sedativos: acalmam espasmos.
Cabe ao médico prescrever o tipo de enema e a solução a ser administrada.

Objetivos:
• Aliviar distensão e flatulência;

118
• Auxiliar eliminação de fezes;
• Preparar o paciente para exames e cirurgias.

Enteroclisma ou Lavagem intestinal Material:


• Bandeja;
• Frasco com solução glicerinada, conforme prescrição médica;
• Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26);
• Gazes;
• Vaselina ou xylocaína;
• Cuba rim;
• Papel higiênico;
• Luvas de procedimento;
• Suporte de soro;
• Comadre;
• Biombo s/n;
• Impermeável;
• Lençol móvel;
• Saco para lixo.

Sonda Retal
Fonte: www.br.geocities.com/xiturmamed/sondaedrenos.htm

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Retirar o frasco de solução, prescrita, do invólucro e colocá-lo na jarra

119
com água quente. Deixar a sonda dentro do invólucro;
4. Reunir o material na bandeja;
5. Cortar a ponta do frasco e conectar a sonda retal, mantendo-a protegida
em seu invólucro;
6. Orientar o paciente sobre o que vai ser feito;
7. Levar o material à unidade do paciente, colocar na mesa de cabeceira;
8. Cercar a cama com biombo;
9. Proteger a cama com impermeável e lençol móvel;
10. Colocar a comadre sobre os pés da cama;
11. Colocar o paciente em posição de Sims;
12. Tirar ar da sonda sobre a cuba rim;
13. Lubrificar a sonda retal com xylocaína;
14. Calçar luvas;
15. Entreabrir as nádegas com papel higiênico;
16. Introduzir a sonda de 5 a 10 cm, usando uma gaze, pedir ao paciente que
inspire profundamente;
17. Comprimir com as mãos o frasco com a solução glicerinada, até o
término da solução;
18. Retirar a sonda retal;
19. Pedir para o paciente ficar em decúbito dorsal, retendo o líquido o
máximo de tempo possível;
20. Colocar a comadre e o papel ao alcance do paciente, ou acompanhá-lo
ao banheiro, para se deambular;
21. Proceder as anotações de enfermagem.

Fleet enema
O material e a técnica são idênticos ao descrito anteriormente, a única diferença
consiste no volume e no frasco, que contém um dispositivo próprio para ser introduzido
no reto do paciente, não sendo necessária a sonda retal.

Protóclise ou gota a gota Material:


• Bandeja;
• Frasco de solução glicerinada prescrita;

120
• Água morna;
• Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26);
• Equipo para soro;
• Esparadrapo;
• Gazes;
• Vaselina ou xylocaína;
• Cuba rim;
• Papel higiênico;
• Luvas de procedimento;
• Suporte de soro;
• Comadre;
• Biombo s/n;
• Impermeável;
• Lençol móvel;
• Saco para lixo.

Procedimento:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Retirar o frasco de solução, prescrita, do invólucro e colocá-lo na jarra
com água quente;
4. Retirar o equipo do invólucro e conectá-lo à solução glicerinada;
5. Retirar a sonda do invólucro e conectá-la ao equipo, mantendo-a
protegida em seu invólucro;
6. Reunir o material na bandeja;
7. Orientar o paciente sobre o que vai ser feito;
8. Levar o material à unidade do paciente, colocar na mesa de cabeceira;
9. Cercar a cama com biombos;
10. Proteger a cama com impermeável e lençol móvel;
11. Dependurar a solução glicerinada no suporte de soro;
12. Colocar a comadre sobre os pés da cama;
13. Colocar o paciente em posição de Sims;
14. Tirar ar do equipo sobre a cuba rim;

121
15. Clampar o equipo;
16. Lubrificar a sonda retal com xylocaína;
17. Calçar luvas;
18. Entreabrir as nádegas com papel higiênico;
19. Introduzir a sonda de 5 a 10 cm, usando uma gaze, pedir ao paciente que
inspire profundamente;

Fonte: www.fisterra.com

20. Firmar a sonda com uma mão e com a outra desclampar a extensão;
21. Deixar ecoar gota a gota o líquido, até restar pequena quantidade;
22. Retirar a sonda retal;

122
Fonte: www.fisterra.com

23. Pedir para o paciente ficar em decúbito dorsal, retendo o líquido o


máximo de tempo possível;
24. Colocar a comadre e o papel ao alcance do paciente, ou acompanhá-lo
ao banheiro, para se deambular;
25. Proceder às anotações de enfermagem.

COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISE LABORATORIAL

As provas laboratoriais compreendem os exames feitos em amostras ou


espécimes de excreções e secreções orgânicas.
A coleta de material e o preparo do paciente variam de acordo com a natureza do
exame.
O preparo inadequado do paciente e a não observância de normas técnicas
corretas na coleta do material conduzem a erros, mesmo que a metodologia posterior
seja corretamente aplicada.

Objetivo:
Fornecer dados para auxiliar a determinação de diagnósticos.

Urina
Exame clínico (Urina tipo I)

123
Material:
• Bandeja;
• 1 vidro esterilizado pequeno com tampa (próprio para urina);
• Cuba rim limpa;
• Tira de fita adesiva com identificação do paciente (nome, registro, leito,
data e tipo de material coletado);
• Material para higiene íntima, se o paciente não deambula;
• Comadre, se necessário;
• Luvas de procedimentos.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Informar ao paciente o que vai ser feito, solicitando que chame quando
sentir necessidade de urinar;
3. Lavar as mãos;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade;
5. Colocar biombo;
6. Encaminhar o paciente ao banheiro para proceder a higiene íntima, se o
paciente deambula, ou auxiliá-lo no leito;
7. Calçar luvas;
8. Pegar cuba rim;
9. Orientar o paciente que colha o jato médio de urina na cuba rim, com
cuidado para não contaminar a parte interna da mesma;
10. Transferir cuidadosamente a amostra de urina para o frasco estéril;
11. Enxaguar a cuba rim;
12. Lacrar a tampa do frasco e identificar.

Urucultura
Proceder de maneira idêntica ao descrito anteriormente, apenas substituir a cuba
rim por uma cúpula esterilizada.

Urina de 24hs
Material:

124
• 2 ou 3 frascos de 1000ml, fornecidos pelo laboratório;
• 1 caixa de isopor com gelo.

Identificação da caixa: Nome;


Quarto/Leito;
Início do controle;
Término do controle; Data.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade. Colocar o isopor com gelo no
banheiro. Colocar os frascos dentro do isopor. Colar a identificação na tampa da caixa
de isopor;
4. Orientar o paciente a respeito da coleta de exame;
5. Pedir ao paciente para que esvazie completamente a bexiga,
desprezando esta diurese no vaso sanitário;
6. Anotar o horário desta micção na identificação da caixa;
7. A partir desse horário, toda diurese deverá ser coletada no frasco, e
mantida no gelo;
8. Anotar no plano de enfermagem o início do controle;
9. Acrescentar gelo sempre que necessário;
10. No dia seguinte, 24 h depois, solicitar ao paciente que esvazie
completamente a bexiga. Guardar esta diurese no frasco;
11. Levar a caixa de isopor à sala de utilidades;
12. Lacrar os frascos e identificá-los;
13. Proceder as anotações de enfermagem;
14. Encaminhar a diurese ao laboratório.

Parasitológico de fezes
Material:
• Bandeja;

125
• Latinha;
• Espátula;
• Tira de fita adesiva para lacrar a latinha e identificar o paciente;
• Papel higiênico;
• Comadre.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar mãos;
3. Verificar no impresso de análise laboratorial a identificação do paciente
e o tipo de exame solicitado;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
5. Orientar sobre a solicitação do exame e pedir que chame quando sentir
necessidade de evacuar;
6. Oferecer-lhe a comadre e aguardar;
7. Retirar as fezes da comadre com espátula, colocar na latinha e fechá-la;
8. Lavar a comadre;
9. Lavar as mãos;
10. Lacrar a latinha com fita adesiva e identificá-la corretamente;
11. Encaminhá-la ao laboratório.

Coprocultura
A coprocultura deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório ou guardar
em geladeira.
Para a coleta, seguir os mesmos procedimentos descritos anteriormente.

Escarro
Material:
• Bandeja;
• Latinha;
• Fita adesiva para lacrar e identificar.

126
Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
4. Orientar o paciente sobre a maneira de colher o escarro: ao acordar,
lavar a boca, respirar amplamente 8 a 10 vezes e tossir profundamente;
5. Repetir, quantas vezes forem necessárias;
6. Lacrar a tampa da latinha;
7. Identificar a lata;
8. Encaminhar ao laboratório.

CURATIVO

É todo material colocado diretamente sobre uma lesão a fim de prevenir uma
contaminação. Portanto, as finalidades do tratamento das feridas são:
- evitar a contaminação das feridas limpas;
- reduzir a infecção das lesões contaminadas;
- facilitar a cicatrização;
- remover as secreções;
- promover a hemostasia;
- facilitar a drenagem;
- proteger a ferida;
- aliviar a dor.

CICATRIZAÇÃO
É a transformação do tecido de granulação em tecido cicatricial, sendo a cicatriz
a etapa final do processo curativo da ferida. A cicatrização ocorre de duas formas:
• Por primeira intenção: é quando se aproximam as superfícies da ferida
por sutura, fita adesiva ou outros mecanismos;
• Por segunda intenção ou granulação: é quando não acontece
aproximação de superfícies, e nesse espaço proliferam as granulações, que, por sua vez,
serão recobertas pelo epitélio.

127
Os fatores que afetam a cicatrização normal são:
• Nível nutricional: a diminuição dos elementos protéicos, vitamina C, e
desidratação são os principais causadores do retardo da cicatrização;
• Condições de vascularização: como o sangue fornece os elementos
cicatrizantes, quanto melhor a circulação, mais eficiente será a cicatrização;
• Idade: ocorre um retardo nos idosos;
• Edema: por dificultar a união das extremidades da ferida e diminuir a
vascularização local;
• Administração de drogas que mascaram a presença de infecção;
• Administração de drogas anticoagulantes;
• Técnica de curativo: provocada pela troca insuficiente, falhas de técnica
asséptica, curativo apertado e outros;
• Alteração da taxa de glicose sanguínea.

Curativos
1. Fechado ou bandagem: sobre a ferida é colocada gaze, pasta ou
compressa, fixando-se com esparadrapo ou atadura de crepe;
Nas feridas com infecção nas cavidades ou fistulas, pode-se irrigar soro
fisiológico ou anti-séptico com auxílio de uma seringa;
2. Aberto: recomendado nas incisões limpas e secas, deixando-se a ferida
exposta;
3. Compressivo: indicado para estancar hemorragia ou vedar uma
incisão.

Vantagens e indicações para cada tipo de curativo


Curativo fechado
• Absorver a drenagem de secreções;
• Proteger o ferimento das lesões mecânicas;
• Promover hemostasia, através de curativo compressivo;
• Impedir contaminação do ferimento por fezes, vômito, urina;
• Promover o conforto psicológico do paciente;

Curativo aberto

128
• Eliminar as condições necessárias para o crescimento de microrgani
• Permitir melhor observação e detecção precoce de dificuldades no
processo de cicatrização;
• Facilitar a limpeza;
• Evitar reações alérgicas ao esparadrapo;
• Ser mais barato.

Tipos de curativos
ÁCIDO LINOLEICO-AGE
• O ácido linolênico é vital para a função de barreira, é o maior
componente lipídico no extrato córneo normal gorduroso;
• É vital para a resistência à água, pois é o maior constituinte da barreira
epidérmica (60%);
• É o único que tem capacidade de reverter ou reparar a função de barreira
da pele onde a deficiência dietética não está envolvida;
• Estes têm grande ação na aceleração do processo de cicatrização, pois
auxiliam a quimiotaxia e diapedese dos leucócitos;
• É indicado: para lesões abertas não intactas, e profilaxia das úlceras de
pressão.
• Modo de usar:
- Aplicar no local afetado utilizando uma gaze;
- Trocar de 12 a 24 horas.

ALOE VERA – BABOSA


• Trata-se de curativo não aderente com Aloe Vera. É empregado como
gaze não aderente;
• Pode ser utilizado in natura;
• É indicado para: queimaduras de primeiro e segundo grau, ulcerações
refratárias, dermatite de contato periostomia.
• Modo de usar:
-Freqüência de troca 12 a 24 horas.

SULFADIAZINA DE PRATA

129
• É uma pomada hidrofílica, composta por sulfadiazina de prata a 1%;
• Pode ser associado: nitrato de cério ácido hialurônico;
• Mecanismo de ação:
- Prata: confere características bactericidas imediatas e bacteriostáticas
residuais, provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática
bacteriana.
• Modo de usar:
- Freqüência de troca é recomendada a cada 12 horas.

HIDROGEL
• Composição: carboximetilcelulose + propilenoglico + água (70 a 90%).
• Ação: debridamento autolítico/ remove crostas e tecidos desvitalizados
em feridas abertas.
• Forma de apresentação: Amorfo e placa.

HIDROCOLÓIDE
• Composição: carboximetilcelulose + gelatina + pectina.
• Forma de apresentação: amorfo e placa.
• Ação: é hidrofílico, absorve o exsudato da ferida, formando um gel
viscoso e coloidal, que irá manter a umidade da ferida.

PAPAÍNA
• Composição: enzima proteolítica. São encontradas nas folhas, caules e
frutos da planta Carica Papaya.
• Forma de apresentação: pó, gel e pasta.
• Atuação: desbridante (enzimático) não traumática, antiinflamatória,
bactericida, estimula a força tensil das cicatrizes, ph ótimo de 3 – 12, atua apenas em
tecidos lesados, devido à antiprotease plasmática (alfa antitripsina).
Observações: diluições: 10% para necrose, 4 a 6% para exsudato purulento e 2%
para uso em tecido de granulação.
• Cuidados no armazenamento (fotossensível) e substâncias oxidantes
(ferro/iodo/oxigênio): manter em geladeira.

130
FIBRINOLISINA
• Composição: fibrinolisina (plasma bovino) e desoxorribonuclease
(pâncreas bovino).
• Forma de apresentação: pomada.
• Ação: através da dissolução do exsudato e dos tecidos necróticos, pela
ação lítica da fibrinolisina e do ácido desoxorribonucleico e da enzima
desoxorribonuclease.
Observação: monitorar a sensibilidade do paciente.

ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO


• Composição: 80% íon cálcio + 20% íon sódio + ácidos gulurônico e
manurônico (derivados de algas marinhas).
• Forma de apresentação: cordão e placa.
• Ação: hemostasia, debridamento osmótico, grande
absorção de exsudato, umidade (formação de gel).

AÇÚCAR
• Composição: sacarose.
• Forma de apresentação: em grânulos.
• Ação: efeito bactericida, proporcionado pelo efeito osmótico, na
membrana e parede celular bacteriana.

Observação: é necessário troca de 2/2 horas para manter a sua ação, feridas com
necrose de coagulação, queimaduras, pacientes obesos, desnutridos e com idade
avançada.

FILMES TRANSPARENTES
• Composição: filme de Poliuretano, aderente (adesivo),
transparente, elástico e semipermeável.
Ação: umidade, permeabilidade seletiva, impermeável a fluidos. Observação:
pode ser utilizado como cobertura secundária. Trocar até 7 dias.

HIDROPOLÍMERO

131
• Composição: almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de
não tecido e revestida por poliuretano.
• Indicação: feridas abertas não infectadas com baixa ou
moderada exsudação.
• Contra-indicação: feridas infectadas e com grande quantidade de
exsudação.
Observação: uso de talco para aumentar poder de adesividade.

GAZE DE ACETATO IMPREGNADA COM PETROLATUM


(ADAPTIC)
• Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de
petrolatum, hidrossolúvel.
• Ação: proporciona a não aderência da ferida.
• Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, abrasões e lacerações.
• Contra-indicação: alergia.

CARVÃO ATIVADO E PRATA


• Composição: carvão ativado com prata a 0,15%, envolto por não tecido
de nylon poroso, selado nas quatro bordas.

• Ação: absorve exsudato, absorve os microorganismos, filtra odor,


bactericida (prata).
• Indicações: feridas fétidas, infectadas ou com grande quantidade de
exudato.
• Contra indicações: feridas com exposição osteotendinosas,
em pacientes que apresentem hipersensibilidade ao náilon.

Observação: não pode ser cortado.


• Pode ser associado a outros produtos, como: alginato de cálcio e sódio.
• Freqüência de troca: segundo a saturação, em média com 48 a 72 horas.

ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL (AGE)


• Composição: óleo vegetal composto por ácidos linoleico, caprílico,

132
cáprico, vitaminas A, E e lecitina de soja.
• Ação: quimiotaxia leucocitária, angiogênese, umidade, bactericida.
• Indicação: prevenção e tratamento de úlceras, tratamento de feridas
abertas.
• Contra-indicação: alergia.
Observação: pode ser associado a outras coberturas.

PRODUTOS DERIVADOS DO IODO


• Composição: Polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI)
• Ação: penetra na parede celular alterando a síntese do ácido nucléico,
através da oxidação.
• Indicação: anti-sepsia de pele e mucosas peri-cateteres.
• Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
Observações: é neutralizado na presença de matéria orgânica, em lesões abertas
altera o processo de cicatrização (citotóxico para fibroblasto, macrófago e neutrófilo) e
reduz a forca tensil do tecido.

CLOREXIDINA
• Composição: Di-glucanato de clorexidina.
• Ação: atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática
bacteriana.
• Indicação: anti-sepsia de pele e mucosa peri-cateteres.
• Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
Observações: a atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria
orgânica, citotóxico, reduz a força tensil tecidual.

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (ÁGUA OXIGENADA)


• Composição: Peróxido de hidrogênio a 3%.
• Ação: bactericida limitado.
• Indicação: não existe para ferida.
• Contra-indicação: inapropriada para uso como anti-séptico. Observação:
citotóxico, colapso da ferida por formação de bolhas de ar.

133
Orientações:
1. Um bom curativo começa com uma boa preparação do carro de
curativos. Este deve ser completamente limpo. Deve-se verificar a validade de todo o
material a ser utilizado. Quando houver suspeita sobre a esterilidade do material, que
deve ser estéril, este deve ser considerado não estéril e ser descartado. Deve verificar
ainda se os pacotes estão bem lacrados e dobrados corretamente;
2. O próximo passo é um preparo adequado do paciente. Este deve ser
avisado previamente que o curativo será trocado, sendo a troca um procedimento
simples e que pode causar pequeno desconforto. Os curativos não devem ser trocados
no horário das refeições. Se o paciente estiver numa enfermaria, deve-se usar cortinas
para garantir a privacidade do paciente. Este deve ser informado da melhora da ferida.
Esses métodos melhoram a colaboração do paciente durante a troca do curativo, que
será mais rápida e eficiente;
3. Lavar as mãos com água e sabão, antes e depois de cada curativo. O
instrumental a ser utilizado deve ser esterilizado; deve ser composto de pelo menos uma
pinça anatômica, duas hemostáticas e um pacote de gazina; e toda a manipulação deve
ser feita através de pinças e gazes, evitando o contato direto e conseqüentemente menor
risco de infecção;
4. Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma
solução que contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns
patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita
da área menos contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de
vai e vem nas feridas cirúrgicas. A área mais contaminada é a pele localizada ao redor
da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da
ferida;
5. Devem-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida
com soro fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando
houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo
com atadura ou esparadrapo;
6. Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à
motilidade (articulações), presença de pêlos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses
locais devem-se utilizar ataduras. Esta deve ser colocada de maneira que não afrouxe
nem comprima em demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região
dista para a proximal, e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente;

134
7. O esparadrapo deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo
e, então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se
o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões;
8. O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos,
desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar
o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo
em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras. Nas
articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao
movimento;
9. Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas
para baixo, prevenindo a contaminação; devem-se usar cada gaze uma só vez e evitar
conversar durante o procedimento técnico.Tempos ou Fases do Curativo
1º Tempo: remoção do curativo anterior com pinças: Kocher e Dente de Rato.
2º Tempo: limpeza da ferida com pinças: Anatômica e Kelly.
3º Tempo: tratamento da lesão com as pinças: Anatômica e Kelly. 4º Tempo:
proteção da ferida com as pinças: Anatômica e Kelly.

Curativo simples
Material:
• Bandeja ou carrinho contendo pacote de curativos;
• 1 pinça anatômica; 1 pinça dente de rato; 1 pinça Kocher ou Kelly;
• Tesoura estéril s/n;
• Pacotes de gases esterilizados;
• Micropore ou esparadrapo;
• Almotolia com éter ou benzina;
• Almotolia com soluções anti-sépticas,
• SF 0.9% E PVPI;
• Saco para lixo;
• Cuba rim;
• Atadura de crepe ou gaze s/n;
• Pomadas,

135
• Seringa,
• Algodão e espátula s/n;
• Luvas de procedimento.

Procedimentos:
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser feito;
2. Preparar o ambiente:
- Fechar as janelas para evitar correntes de ar e poeira;
- Desocupar a mesa de cabeceira;
- Colocar biombo, se necessário.
3. Lavar as mãos;
4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo a ser
executado;
5. Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira;
6. Descobrir a área tratada e proteger a cama com forro de papel, pano ou
impermeável;
7. Colocar o paciente em posição apropriada e prender o saco plástico para
lixo em local acessível;
8. Abrir o pacote de curativo e dispor as pinças com os cabos voltados para o
executante, em ordem de uso – pinça Kocher e Dente de Rato na extremidade do
campo, próximo ao paciente, e Pinça Kelly e Anatômica na extremidade oposta;
9. Abrir o pacote de gaze e colocá-lo no campo. Se necessário colocar
também chumaços de algodão;
10. Retirar o curativo anterior utilizando a pinça Kocher e Dente de Rato;
- Ao despejar soluções, virar o rótulo para a palma da mão;
- Preferencialmente, só usar éter ou benzina após a retirada do esparadrapo,
para remover os resíduos do adesivo;
- Retirar o esparadrapo no sentido dos pêlos;
- Ao embeber a gaze, fazê-lo sobre a cuba-rim;
11. Desprezar o curativo anterior e as pinças abertas na cuba rim;
12. Com a pinça Anatômica pegar uma gaze e dobrá-la em 4 com auxílio da
pinça Kelly, limpar as bordas da lesão com gaze embebida em soro fisiológico;
13. Com as mesmas pinças proceder a aplicação de anti-séptico;

136
- Obedecer ao princípio: do menos contaminado para o mais contaminado,
usando quantas gazes forem necessárias;
- Usar técnica de toque com movimentos rotativos com a gaze, evitando os
movimentos de dentro para fora da ferida, tanto quanto os de fora para dentro;
- Usar cada gaze ou tampão uma só vez;
- Remover ao máximo os exsudatos (secreções: pus e sangue), corpos
estranhos e tecidos necrosados;
16. Proteger com gaze e fixar com adesivo (se indicado);
17. Desprezar as pinças e envolver as pinças no próprio campo, que será
encaminhado ao expurgo;
18. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;
19. Lavar as mãos;
20. Providenciar a limpeza e a ordem do material;
21. Checar o horário e fazer as anotações de enfermagem, especialmente
quanto à evolução da lesão e queixas do paciente.

OBSERVAÇÕES
1. Antes de fazer o curativo, observar o estado do paciente, ler as anotações
sobre o tipo de curativo, sua evolução e cuidados específicos;
2. Nas feridas cirúrgicas, a pele ao redor da ferida é considerada mais
contaminada que a própria ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais
contaminada é a do interior da lesão. (Importante lembrar ao limpar ou tratar a lesão);
3. Quando o paciente necessitar de vários curativos, iniciar pela incisão
fechada e limpa, seguindo-se as lesões abertas não infectadas, e por último as
infectadas;
4. Geralmente, nas feridas cirúrgicas, 48 horas após a cirurgia, é
recomendado deixar o curativo aberto;
5. Ao dar banho em pacientes com curativo, aproveitar para lavar a lesão;
6. Devido ao risco de infecção hospitalar, não é recomendado levar o
material de curativo no carrinho. Deve-se levar só a bandeja com o material, para junto
do paciente;
7. Não jogar o curativo anterior e as gazes utilizadas na cesta de lixo do
paciente;
8. Não comprimir demais com ataduras e esparadrapo o local da ferida, a fim
137
de permitir boa circulação;
9. O saco plástico que recebe gazes e ataduras usadas no curativo deve ser de
uso individual (um para cada paciente);
10. Os curativos devem ser trocados diariamente e sempre que se
apresentarem úmidos ou sujos;
11. Não é necessário o uso de luvas para fazer curativo. Exceto quando não
utilizar pinça. Neste caso as luvas devem ser esterilizadas;
12. Nas feridas, com exsudato, com suspeita de infecção, deve ser colhida
amostra para bacterioscopia e encaminhada imediatamente ao laboratório.

Retirada de pontos
Material:
• 1 pinça Kocker, 1 pinça Kelly, 1 pinça Dente de Rato e 1 Anatômica;
• Gazes esterilizadas;
• Soro fisiológico;
• Tesoura de Iris ou lâmina de bisturi, ou gilete esterilizada;
• Fita adesiva;
• Saco plástico.

Procedimento:
1. Faz-se a limpeza da incisão cirúrgica, obedecendo a técnica do curativo;
2. Umedeça os pontos com soro fisiológico, secar;
3. Com a pinça Anatômica, se segura a extremidade do fio e com a tesoura
corta-se a parte inferior do nó;
4. Coloca-se uma gaze próxima à incisão, para depositar os pontos retirados;
após o procedimento, fazer a limpeza local com técnica asséptica.

Dreno de Penrose
O dreno de penrose é um dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias
que implicam em possível acúmulo local pós-operatório, de líquidos infectados ou não.
O orifício de passagem do dreno deve ser amplo, e o mesmo deve ser
posicionado à menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno através da
incisão cirúrgica e, sim, através de uma contra incisão.

138
A fim de evitar depósitos de fibrina que possam vir a ocluir seu lúmen, o dreno
de penrose deve ser observado e mobilizado em intervalos de 12 horas, ou seja,
tracionado em cada curativo (exceto quando contra-indicado), cortado seu excesso e
recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada. Seu orifício de saída
deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que
necessário.

Material:
• Bandeja;
• Pacote de curativo completo;
• Pacote de tesoura de pontos;
• Pacote de gazes;
• 1 alfinete estéril;
• Frasco com anti-séptico;
• Esparadrapo ou micropore;
• Frasco de benzina;
• Cuba rim;
• SF 0,9%.

Procedimentos:
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser feito;
2. Preparar o ambiente, como descrito anteriormente;
3. Lavar as mãos;
4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo a ser
executado;
5. Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira;
6. Descobrir a área tratada e proteger a cama com forro de papel, pano ou
impermeável;
7. Colocar o paciente em posição apropriada e prender o saco plástico para
lixo em local acessível;
8. Abrir o pacote de curativo e dispor as pinças com os cabos voltados para o
executante, em ordem de uso – pinça Kocher e Dente de Rato na extremidade do
campo, próximo ao paciente e pinça Kelly e Anatômica na extremidade oposta;

139
9. Abrir o pacote de gaze e colocá-lo no campo. Se necessário colocar
também chumaços de algodão;
10. Abrir o pacote de alfinete, colocando-o sobre o campo com auxílio da
pinça Anatômica;
11. Abrir a tesoura e colocá-la ao lado da pinça Kelly;
12. Proceder a retirada do curativo conforme descrito anteriormente;
13. Limpar o dreno e a pele ao redor, com soro fisiológico;
14. Colocar uma gaze na região inferior do dreno, isolando-o da pele;
15. O dreno de Penrose deve ser tracionado em cada curativo (exceto quando
contra – indicado). Cortar o excesso e colocar alfinete de segurança estéril, usando
pinças Kelly e Anatômica;
15. Colocar outra gaze sobre o dreno, protegendo-o;
16. Fixar as gazes com adesivo;
17. Juntar o material e colocá-lo na bandeja;
18. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;
19. Lavar as mãos;
20. Providenciar a limpeza e a ordem do material;
21. Checar o horário e fazer as anotações de enfermagem, especialmente
quanto à evolução da lesão e queixas do paciente.

Intracath e flebotomia
Material:
• Bandeja;
• 1 pacote de curativo;
• 1 pacote de gazes;
• 1 frasco de anti-séptico;
• 1 frasco de benzina;
• 1cuba rim;
• Esparadrapo;
• SF 0,9%.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;

140
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
4. Informar ao paciente o que vai ser feito;
5. Fechar janelas;
6. Cercar com biombos;
7. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
8. Expor a área e colocar a cuba rim próximo ao local do curativo;
9. Abrir cuidadosamente o pacote de curativo sobre a bandeja;
10. Dispor das pinças no campo conforme descrito anteriormente;
11. Proceder a retirada do curativo conforme descrito anteriormente;
12. Proceder a anti-sepsia da inserção do cateter de Intracath ou flebotomia;
13. Envolver o cateter com gaze no local de sua inserção;
14. Desprezar as pinças abertas na cuba rim;
15. Fixar a gaze com 1 tira de esparadrapo com mais ou menos 6 cm de
comprimento por 4 cm de largura, conforme o desenho;

16. Fixar outra tira de esparadrapo igual a primeira, introduzir no cateter,


sobre o 1º na posição oposta;
17. Juntar os materiais e levá-los à sala de utilidades;
18. Proceder as anotações de enfermagem.

Dreno de tórax
A drenagem de tórax consiste na introdução de um dreno no espaço pleural ou o
espaço mediastinal, com o objetivo de remover líquidos e gases, facilitando a
reexpansão do pulmão e restabelecendo a função cardiorrespiratória normal.

141
Troca do Curativo Material:
• Um par de luvas estéreis;
• Um par de luvas de procedimento;
• Esparadrapo ou micropore;
• Pacotes de gazes;
• Frasco contendo solução anti-séptica (solução de
polvidine ou clorexidina alcoólica/tópica/degermante).

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente
e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Lavar as mãos;
4. Posicionar o paciente lateralmente, sobre o lado onde não se encontra o
dreno;
5. Calçar as luvas de procedimento;
6. Manter, com uma das mãos, o dreno fixado ao local;
7. Remover com a outra mão, cuidadosamente, o curativo;
8. Observar se há presença de secreção nas gazes, para posterior anotação
(pequena quantidade de secreção sero-sanguinolento no local de inserção do dreno é
comum);
9. Observar a pele no local de inserção do dreno, para identificar se há
presença de hiperemia e/ou edema, para posterior anotação;
10. Apalpar, delicadamente, ao redor do local de inserção do dreno, para
identificar se há presença de crepitações;
11. Retirar as luvas de procedimento;
12. Calçar luvas estéreis;
13. Limpar o local com solução, utilizando gaze embebida em solução anti-
séptica;
14. Envolver com gaze a parte do dreno próximo à pele;
15. Colocar gazes entre o dreno e a pele e sobre o dreno;
16. Colocar tiras largas de esparadrapo ou micropore para
vedar completamente o curativo;

142
17. Observar o posicionamento correto do dreno, evitando dobras e voltas
que possam prejudicar a drenagem;
18. Deixar o paciente confortável;
19. Manter a unidade em ordem;
20. Registrar no prontuário: a troca do curativo, aspecto do local de inserção
do dreno e as queixas do paciente.

Troca do selo d água Material:


• Um par de luvas de procedimento;
• Frasco de solução estéril (solução fisiológica ou água bidestilada);
• Recipiente para colocar a solução drenada;
• Pinça;
• Fita adesiva.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente
e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Lavar as mãos;
4. Calçar as luvas de procedimento;
5. Pinçar a extensão do dreno;
6. Observar o aspecto da solução drenada e seu volume, para posterior
anotação;
7. Abrir o frasco de drenagem;
8. Desprezar o conteúdo do frasco de drenagem no recipiente;
9. Lavar o frasco de drenagem, com solução esterilizada, e desprezar seu
conteúdo no recipiente;
10. Preencher o frasco com nova solução esterilizada, até o nível especificado
pelo fabricante ou até que o tubo do frasco de drenagem fique submerso na solução
esterilizada;
11. Despinçar a extensão do dreno;
12. Marcar o nível original da nova solução em uma fita adesiva aderida
verticalmente ao lado externo do frasco de drenagem;

143
13. Anotar em uma fita adesiva o volume da nova solução que foi colocada
no frasco de drenagem, contendo: data, hora e nome do profissional que realizou o
procedimento - e fixar ao frasco;
14. Registrar no prontuário do paciente o volume proveniente da drenagem,
observada anteriormente, descontado o volume de solução esterilizada que foi colocada
anteriormente no frasco, assim como o seu aspecto.
Observações:
• Manter o frasco de drenagem sempre abaixo do nível do tórax do
paciente;
• Manter o frasco de drenagem protegido contra acidentes;
• Certificar se a extensão do dreno não está dobrada ou tracionada;
• Ao transportar o paciente, o dreno dever ser pinçado.

Cuidados com aspiração portátil em feridas – Dreno de Portovac


É um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com dureza
projetada para uma sucção contínua e suave.
É constituído por uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com
cordão de fixação; uma extensão intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e
conector de duas ou três vias, e um cateter de drenagem com agulha de aço cirúrgico
(3,2mm, 4,8 mm ou 6,4mm).

Curativo na inserção do dreno de PortoVac Material:


• Pacote de curativo completo;
• Frasco de anti-séptico;
• Cuba rim;
• SF0,9%;
• Pacote de gazes;
• Benzina;
• Esparadrapo.

Procedimentos:
Realizar os mesmos procedimentos do curativo simples. Após limpeza e
aplicação de anti-séptico, cobrir a inserção do dreno com a gaze, e fixar com fita

144
adesiva.

TRAQUEOSTOMIA

A traqueostomia é uma comunicação que é feita entre a traquéia e a parte


externa do pescoço, de tal forma que o ar respirado chega aos pulmões sem passar pela
boca, nariz ou laringe. Esta comunicação é feita por meio de um orifício na pele e é
mantida através de um tubo metálico (ou de plástico) curvo, denominado cânula de
traqueostomia.
A traqueostomia é utilizada para:
• Estabelecer e manter uma via respiratória;
• Impedir a aspiração de vômito de alimentos, vedando a traquéia e
separando-a do tubo digestivo na pessoa inconsciente ou paralisada;
• Tratar o doente que necessita de ventilação com pressão positiva e não
pode ser dada eficazmente por meio de máscara.

Indicações:
- Paralisia da laringe bilateral, em que a passagem do ar è inadequada, o que
leva a dispnéia incapacitante e estridor com esforço;
- Edema agudo da laringe que faz com que a via aérea se estreite ou feche, e
exige a restauração da passagem do ar. O edema agudo da laringe pode resultar de
choque anafilático, urticária, laringite aguda, grave doença inflamatória da garganta ou
edema após intubação. Se este for crônico, devido a tratamento da laringe por radiações
ou tumores do pescoço, exige uma traqueostomia;
- Se for necessário manter uma via respiratória durante um período
prolongado ou se houver traumatismo das vias aéreas, que impeçam o emprego de um
tubo endotraqueal, como por exemplo: queimaduras graves, obstrução da laringe
causada por tumores, infecções ou paralisia das cordas vocais.
A traqueostomia pode ser temporária ou definitiva. É definitiva no caso de
tumores da laringe (laringectomia). Estes doentes necessitam sempre da traqueostomia
para evitar a aspiração de alimentos e de líquido para dentro do trato respiratório
inferior, porque a laringe que fornece o esfíncter protetor não está presente. É
temporária no caso de laringectomia parcial, no caso de doentes que precisam de apoio

145
ventilatório prolongado, sendo removida a cânula de traqueostomia logo que o doente
deixe de precisar de apoio ventilatório.

CUIDADOS ESPECÍFICOS

• Trocar o curativo conforme técnica, sempre que estiver úmido ou sujo;


• O cadarço deve ser trocado diariamente e sempre que necessário;
• Manter o paciente com vias aéreas permeáveis e livres de secreção,
aspirando quando necessário;
• Manter umidificação e oxigenação adequada do ar inspirado;
• Sempre que possível manter a cabeceira elevada, principalmente durante
administração de dieta;
• Em caso de cânula portex, insulflar o balão antes de administrar a dieta;
• Observar e comunicar imediatamente a chefe, ou
responsável, ocorrência de alterações respiratórias, sangramento, enfisema, cianose e
sudorese generalizada.
O doente com traqueostomia é um doente que depende muito da equipe de
enfermagem. Após ter-lhe sido efetuada uma traqueostomia ele pode ficar apreensivo
devido à sua incapacidade de comunicar-se com os outros e com o medo de asfixiar-se.
A traqueostomia constitui uma porta aberta à entrada de microorganismos
patogênicos para vias respiratórias inferiores, aumentando o risco de infecção. É
essencial que sejam implementadas intervenções preventivas de enfermagem.
1. Reduzir ao mínimo o risco de infecção: Qualquer tubo inserido no interior
da traquéia provoca irritação da mucosa e em conseqüência há maior produção de muco.
• Observar o doente regularmente quanto ao excesso de secreções e fazer
aspiração segundo norma do serviço e com a freqüência necessária;
• Substituir traquéias, peça em T ou máscara de O 2, sempre que estas
caiam ao chão e protegê-las quando não estão sendo usadas pelo doente;
• Remover a água que condensa na traquéia e não a introduzir novamente
no nebulizador;
• Despejar a água destilada restante do nebulizador cada vez que estiver
cheio de novo, ou pelo menos em intervalos de 24 horas.

146
2. Assegurar adequada ventilação e oxigenação.
• Vigilância das saturações de O2;
• Vigiar freqüências respiratórias e expansão torácica que deverá ser
simétrica;
• Proporcionar segurança e conforto.

3. Proporcionar freqüentes cuidados à boca: As secreções têm tendência a


acumular-se na boca e na faringe.
• Fazer cuidadosa aspiração da orofaringe quando necessário;
• Inspecionar os lábios, a língua e a cavidade oral regularmente;
• Limpar a cavidade oral com espátulas embebidas em anti-séptico oral;
• Aplicar vaselina ou qualquer outro lubrificante nos lábios.

Curativo
Material:
• Bandeja;
• Pacote de curativo;
• Luvas estéreis;
• 1 tesoura ponto;
• 80 cm de cadarço (não necessita ser estéril);
• Frasco com anti-séptico;
• Gazes;
• Cuba rim;
• Máscara;
• Material para aspiração, se necessário.

Procedimentos:
1. Aspirar o paciente, se necessário;
2. Fazer planejamento;
3. Lavar as mãos;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
5. Informar ao paciente o que vai ser feito;
6. Fechar janelas;

147
7. Cercar a cama com biombos;
8. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
9. Expor a área e colocar a cuba rim próximo ao local do curativo;
10. Abrir cuidadosamente o pacote de curativos sobre a bandeja;
11. Pegar a primeira pinça, de preferência Dente de Rato, com a mão
esquerda sob o campo. Com a mão direita segurar a pinça pelo cabo;
12. Dispor das demais pinças sobre o campo com auxílio da primeira, de
modo que seus cabos fiquem voltados para fora;
13. Abrir os pacotes de gaze, colocando-as sobre o campo com auxílio da
pinça Anatômica;
14. Forrar a cuba rim com papel que envolvia as gazes;
15. Colocar máscara;
16. Retirar gazes do curativo;
17. Colocar a pinças, kocher e Dente de Rato, abertas na cuba rim;
18. Proceder a limpeza do ponto de inserção da traqueostomia com anti-
séptico;
19. Retirar o cadarço, firmando a traqueostomia com uma das mãos.
Desprezá-lo na cuba rim;
20. Colocar cadarço limpo;
21. Retirar as luvas, colocando-as na cuba rim;
22. Colocar gaze dobrada ao meio sob as laterais da cânula, usando a pinça
Kelly e Anatômica, sem forçar a cânula;
23. Colocar as pinças abertas na cuba rim;
24. Retirar a máscara;
25. Juntar o material na bandeja;
26. Colocar o paciente confortável;
27. Proceder as anotações de enfermagem.

Observação:
• A cânula deve ficar bem adaptada, porém ser apertar.

Aspiração de secreção traqueal


Quando o tubo de traqueostomia está presente é necessário aspirar as secreções

148
do doente, porque a eficácia do seu mecanismo de tosse está diminuído.
A aspiração traqueal é realizada com base na avaliação dos ruídos adventícios ou
sempre que as secreções estiverem nitidamente presentes. A aspiração desnecessária
pode iniciar o broncospasmo e provocar um trauma mecânico na mucosa traqueal.
Todo o equipamento, que entra em contacto direto, com as vias aéreas inferiores
do doente, deve ser esterilizado de modo a prevenir infecções sistêmicas e pulmonares.
A aspiração de secreções é efetuada para:
• Prevenir infecções;
• Manter as vias aéreas permeáveis.

Material:
• Cateteres de aspiração (com 1/3 do lúmen do traqueostomia);
• Luvas esterilizadas;
• Soro fisiológico de 10 ml;
• Frascos de SF de 100 ml;
• Máscara de proteção;
• Fonte de O2 com peça em T;
• Aspirador.

Procedimentos:
1. Explicar ao doente todos os procedimentos. Posicioná-lo em semifowler
2. Lavar as mãos;
3. Ligar a fonte de aspiração com pressão inferior ou igual a 120 mm/Hg;
4. Verificar fonte de O2;
5. Abrir o invólucro da sonda de aspiração e conectar ao aspirador;
6. Pegar na sonda de aspiração com luva esterilizada;
7. Introduzir algumas gotas de SF, se secreções espessas;
8. Inserir cateter aspirando e rodando-o suavemente com movimentos de
360º (não mais do que 10 a 15 Seg.);
9. Ventilar o doente com O2 nos intervalos das aspirações, pedindo ao
doente que faça várias respirações profundas;
10. Nos intervalos deve-se introduzir a sonda no frasco de SF estéril aspirar;
11. Aspirar cavidade orofaríngea após aspiração traqueal;

149
12. Lavar sonda de aspiração e rejeite-a assim como o SF restante;
13. Registrar procedimento e características das secreções.

OXIGENOTERAPIA

Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior a


encontrada na atmosfera ambiental, para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou
hipóxia.
Métodos de Administração de Oxigênio:
a) Cânula nasal - é empregado quando o paciente requer uma concentração
média ou baixa de O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse e
alimente-se, sem interrupção de O2.
1- Vantagens:
- Conforto maior que no uso do cateter;
- Economia, não necessita ser removida;
- Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
- Facilidade de manter em posição. 2- Desvantagens:
- Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
- Concentração de O2 inspirada desconhecida;
- De pouca aceitação por crianças pequenas;
- Não permite nebulização

b) Cateter Nasal - Visa administrar concentrações baixas a moderadas de


O2. É de fácil aplicação, mas nem sempre é bem tolerada, principalmente por crianças.
Fonte: www.vesimed.com.br

150
1- Vantagens:
- Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
- Facilidade de aplicação.
2- Desvantagens:
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
- Facilidade no deslocamento do cateter;
- Não permite nebulização;
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.

c) Máscara de Venturi - Constitui o método mais seguro e exato para liberar a


concentração necessária de oxigênio, sem considerar a profundidade ou freqüência da
respiração.

Fonte: www.suru.com/venturi1

d) Máscara de Aerosol, Tendas Faciais - São utilizadas com dispositivo de


aerosol, que podem ser ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.

151
Fonte: www.glomedical.ec

Cânula nasal (óculos)


Material:
• Cânula nasal dupla estéril;
• Umidificador de bolhas estéril;
• Extensão de borracha;
• Fluxômetro calibrado por rede de oxigênio;
• 50 ml de AD esterilizada.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao
fluxômetro;
3. Conectar a extensão ao umidificador;
4. Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de
água);
5. Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la, sem tracionar as narinas;
6. Conectar a cânula à extensão, abrir e regular o fluxômetro (conforme
prescrição).

Observações:
• Trocar a cânula nasal diariamente;
• Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.

Nebulização
Material:
• Fluxômetro;

152
• Máscara simples, ou “Venturi”, de formato adequado esterilizada;
• Frasco nebulizador;
• Extensão plástica corrugada (traquéia);
• 250 ml de água destilada esterilizada;
• Etiqueta e folha de anotações de enfermagem.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar a água no copo do nebulizador, fechar e conectar ao fluxômetro;
3. Conectar a máscara ao tubo corrugado, e este ao nebulizador;
4. Colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões;
5. Regular o fluxo de oxigênio, de acordo com a prescrição;
6. Identificar o nebulizador com adesivo (data, hora e volume).

Observações:
• Trocar a água do nebulizador de 6/6hs, desprezando toda a água do copo e
colocando nova etiqueta;
• Trocar o conjunto a cada 48 horas.

Inalação
Material:
• Fluxômetro;
• Micronebulizador, com máscara e extensão;
• 10 ml de SF ou água destilada esterilizada;
• Medicamento;
• Etiqueta;
• Gaze esterilizada;
• Folha de anotações.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro na rede de oxigênio ou ar comprimido, e testá-lo;
2. Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
3. Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e

153
conectar ao fluxômetro;
4. Conectar a máscara ao micronebulizador;
5. Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
6. Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca,
solicitando que respire com os lábios entreabertos;
7. Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até
terminar a solução (quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
8. Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
9. Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
10. Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do
paciente.
Observação:
• Trocar o nebulizador a cada 48 horas.

Patologia

Etimologicamente, o termo Patologia significa estudo das doenças (do gr.pathos


= doença, sofrimento, e logos = estudo, doutrina). No entanto, o conceito de Patologia
não compreende todos os aspectos das doenças, que são muito numerosos e poderiam
confundir a Patologia Humana com a Medicina. Esta, sim, aborda todos os elementos
ou componentes das doenças e sua relação com os doentes. Na verdade, a Medicina é a
arte e a ciência de promover a saúde e de prevenir, minorar ou curar os sofrimentos
produzidos pelas doenças. Entretanto, a Patologia pode ser conceituada como a ciência
que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem e as alterações
morfológicas e funcionais que apresentam, ou seja, é devotada ao estudo das alterações
estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar
sujeitos a doenças. Para tanto, a Patologia é apenas uma parte dentro de um todo que é a
Medicina. Dentro dessa concepção, o diagnóstico clínico, a prevenção e a terapêutica
das doenças, por exemplo, não são objetivo de estudo da patologia.
DIVISÃO DA PATOLOGIA: Tradicionalmente, o estudo da patologia é
dividido em:

154
Patologia geral: Está envolvida com as reações básicas das células e tecidos a
estímulos anormais provocados pelas doenças. Por isso é denominada patologia geral,
doenças relacionadas a todos os processos patológicos, referentes às células.
Patologia especial: Examina as respostas específicas de órgãos especializados e
tecidos a estímulos mais ou menos bem definidos.
Todas as doenças têm causa (ou causas) que age(m) por determinados
mecanismos, os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos,
que resultam em alterações funcionais do organismo ou parte dele, produzindo
alterações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais).

A patologia engloba áreas diferentes como:


Etiologia: Estuda as causa gerais de todos os tipos de doenças, podendo ser
determinado por fatores intrínsecos ou adquirido.
Patogenia: É o processo de eventos do estímulo inicial até a expressão
morfológica da doença.
Alterações Morfológicas: As alterações morfológicas, que são as alterações
estruturais em células e tecidos, características da doença ou diagnósticos dos processos
etiológicos. É o que pode ser visualizado macro ou microscopicamente.
Fisiopatologia: Estuda os distúrbios funcionais e significado clínico. A natureza
das alterações morfológicas e sua distribuição nos diferentes tecidos influenciam o
funcionamento normal e determinam as características clínicas, o curso e também o
prognóstico da doença.
O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da Propedêutica ou
Semiologia, que têm por finalidade fazer seu diagnóstico, a partir do qual se
estabelecem o prognóstico, a terapêutica e a profilaxia.

Classificação das lesões

A classificação e nomenclatura das lesões são complicadas, não havendo


consenso dos estudiosos quanto ao significado de muitas palavras utilizadas para
identificar os diferentes processos. Como o objetivo da Patologia Geral é o estudo das
lesões comuns às diferentes doenças, é necessário que tais lesões sejam classificadas e
tenham uma nomenclatura adequada. Ao atingirem o organismo, as agressões
comprometem um tecido (ou um órgão), no qual existem:

155
1. células, parenquimatosas e do estroma;
2. componentes intercelulares ou interstício;
3. Circulação sanguínea e linfática;
4. Inervação.

Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser afetados,


simultaneamente ou não. Desse modo, podem surgir lesões celulares, danos ao
interstício, transtornos locais da circulação, distúrbios locais da inervação ou alterações
complexas que envolvem muitos ou todos os componentes teciduais. Por essa razão, as
lesões podem ser classificadas nesses cinco grupos, definidos de acordo com o alvo
atingido, lembrando que, dada a interdependência entre os componentes estruturais dos
tecidos, as lesões não surgem isoladamente nas doenças, sendo comum sua associação.

Lesão celular

As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos:


Lesão celular não-letal: São aquelas compatíveis com a regulação do estado de
normalidade após cessada a agressão; a letalidade ou não está frequentemente ligada à
qualidade, à intensidade e à duração da agressão, bem como ao estado funcional ou tipo
de célula atingida. As agressões podem modificar o metabolismo celular, induzindo o
acúmulo de substâncias intracelulares (degeneração/degenerações), ou podem alterar os
mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular originando hipotrofias,
hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias, e neoplasias). Outras
vezes, acumulam-se nas células pigmentos endógenos ou exógenos, constituindo
pigmentações.
Lesão celular letal: São representadas pela necrose (morte celular seguida de
autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise).
Alteração do interstício: Englobam as modificações da substância fundamental
amorfa e das fibras elásticas, colágenas e fibras reticulares, que podem sofrer alterações
estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou originadas da circulação.
Distúrbio da circulação: Inclui aumento, diminuição, cessação do fluxo
sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia), coagulação sanguínea no

156
leito vascular (trombose), aparecimento na circulação de substâncias que não se
misturam ao sangue e causam oclusão vascular (embolia), saída de sangue do leito
vascular (hemorragia) e alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício
(edema).

Alteração da inervação
Alterações locais dessas estruturas são pouco conhecidas.

Inflamação
A lesão mais complexa que envolve todos os componentes teciduais.

PROCESSO SAÚDE X DOENÇA

Pode-se definir saúde como um estado de adaptação do organismo ao ambiente


físico, psíquico ou social em que vivem, em que o indivíduo sente-se bem e não
apresenta sinais ou alterações orgânicas evidentes. Ao contrário, doença é um estado de
falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo sente-se
mal (sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais).

ELEMENTOS DE UMA DOENÇA

Todas as doenças têm causa (ou causas) que age por determinados mecanismos,
os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que resultam
em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, produzindo manifestações
subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). A Patologia engloba áreas diferentes, como a
Etiologia (estudo das causas), a Patogênese (estudo dos mecanismos), a Anatomia
Patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o
nome de lesões) e a Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais dos órgãos
afetados). O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da Propedêutica ou
Semiologia, cuja finalidade é fazer seu diagnóstico, a partir do qual se estabelecem o
prognóstico, a terapêutica e a prevenção.
Considerando esse aspecto, a Patologia pode ser dividida em dois grandes
ramos: Patologia Geral e Patologia Especial. A Patologia Geral estuda os aspectos

157
comuns às diferentes doenças no que se refere às suas causas, mecanismos
patogenéticos, lesões estruturais e alterações da função. Por isso mesmo, ela faz parte do
currículo de todos os cursos das áreas de Ciências Biológicas e da Saúde. Já a Patologia
especial se ocupa das doenças de um determinado órgão ou sistema (Patologia do
Sistema Respiratório, Patologia da Cavidade Bucal, etc.) ou estuda as doenças
agrupadas por suas causas (Patologia das doenças produzidas por fungos, Patologia das
doenças causadas por radiações, etc.).

AGRESSÃO, DEFESA, ADAPTAÇÃO, LESÃO

Lesão ou processo patológico é o conjunto de alterações morfológicas,


moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após agressões. As lesões são
dinâmicas: começam, evoluem e tendem para a cura ou para a cronicidade. Por esse
motivo, são também conhecidas como processos patológicos, indicando a palavra
“processo” uma sucessão de eventos (que, nos processos burocráticos, ficam registrados
em folhas sucessivas, numeradas, dentro de uma pasta). Portanto, é compreensível, que
o aspecto morfológico de uma lesão seja diferente quando ela é observada em diferentes
fases de sua evolução. O alvo dos agentes agressores são as moléculas, especialmente
as macromoléculas de cuja ação dependem as funções vitais. É importante salientar que
toda lesão se inicia no nível molecular. Os mecanismos de defesa, quando acionados,
podem gerar lesão no organismo. Isso é compreensível tendo em vista que os
mecanismos defensivos em geral são destinados a matar (lesar) invasores vivos, os
quais são formados por células semelhantes às dos tecidos; o mesmo mecanismo que
lesa um invasor vivo (p.ex., um microrganismo) é potencialmente capaz de lesar
também as células do organismo invadido.

Causas

Período de
Incubação → Sem manifestações

158
Período → Sinais e sintomas inespecíficos
Prodrômico

Período de → Sinais e sintomas típicos


estado

→ Cura → sem sequela


E
V
→ com sequela
O
L
→ Cronificação
U

Ç
→ Complicações
Ã

O
→ Óbito

Lesão

Resposta do organismo ás agressões.


Muitos agentes lesivos agem por reduzir o fluxo sanguíneo, o que diminui o
fornecimento de oxigênio para as células e reduz a produção de energia; redução da
síntese de ATP também é provocada por agentes que inibem enzimas da cadeia
respiratória; outros diminuem a produção de ATP; há ainda agressões que aumentam as
exigências de ATP sem induzir aumento proporcional do fornecimento de oxigênio.

CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES – NOMENCLATURA

A classificação e a nomenclatura das lesões são complicadas, não havendo

159
consenso dos estudiosos quanto ao significado de muitas palavras utilizadas para
identificar os diferentes processos. Como o objetivo da Patologia Geral é o estudo das
lesões comuns às diferentes doenças, é necessário que tais lesões sejam classificadas e
tenham uma nomenclatura adequada. As lesões podem ser classificadas também, de
acordo com o alvo atingido.
As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos: lesões letais e não-
letais. As lesões não-letais são aquelas compatíveis com a recuperação do estado de
normalidade após cessada a agressão; a letalidade/não-letalidade está frequentemente
ligada à qualidade, à intensidade e à duração da agressão, bem como ao estado funcional
ou tipo de célula atingida. As agressões podem modificar o metabolismo celular,
induzindo o acúmulo de substâncias intracelulares (degenerações), ou podem alterar os
mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular (originando
hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias).
Outras vezes, acumulam-se nas células pigmentos endógenos ou exógenos, constituindo
as pigmentações. As lesões letais são representadas pela necrose (morte celular seguida
de autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise). As alterações do
interstício (da matriz extracelular) englobam as modificações da substância fundamental
amorfa e das fibras elásticas, colágenas e reticulares, que podem sofrer alterações
estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou originadas da circulação.
Os distúrbios da circulação incluem: aumento, diminuição ou cessação do fluxo
sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia), coagulação do sangue no
leito vascular (trombose), aparecimento na circulação de substâncias que não se
misturam ao sangue e causam oclusão vascular (embolia), saída de sangue do leito
vascular (hemorragia) e alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício
(edema). As alterações da inervação não têm sido abordadas nos textos de Patologia
Geral, mas, sem dúvida, devem representar lesões importantes, devido ao papel
integrador de funções que o tecido nervoso exerce. Na verdade, as alterações locais
dessas estruturas são pouco conhecidas.
A lesão mais complexa que envolve todos os componentes teciduais é a
inflamação. Esta se caracteriza por modificações locais da microcirculação e pela saída
de células do leito vascular, acompanhadas por lesões celulares e do interstício
provocadas, principalmente, pela ação das células fagocitárias e pelas lesões vasculares
que acompanham o processo. Como será visto nessa apostila, a inflamação é reação
secundária que acompanha a maioria das lesões iniciais produzidas por diferentes

160
agentes lesivos.

CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR

Crescimento Celular

• Processo essencial para os seres vivos


• Crescimento celular – multiplicação celular, indispensável durante o
desenvolvimento e para reposição celular.

Diferenciação Celular

• Especialização morfológica e funcional

Estes mecanismos sofrem influências de um grande número de agentes internos


e externos, por isso, há transtornos frequentes e de graves repercussões.
Quanto ao ciclo celular, há três categorias de células: Lábeis:
• Alto potencial mitótico
• Divisão contínua por toda a vida
(Ex.: epitélio de revestimento, células hematopoiéticas).

Estáveis:
• Baixo índice de divisão mitótica
• Proliferam quando estimuladas
(Ex.: órgãos glandulares, células endoteliais).

Perenes:
• Não se dividem após o nascimento (Ex.: neurônios).
Regulação do crescimento celular

1. Mecanismo complexo e integrado


2. A população – duplicação de células (mitose) x morte celular (apoptose)

161
3. O ciclo consiste em uma série de eventos que culminam com a
duplicação do DNA e a divisão da célula.
4. Resulta da ação coordenada de numerosos agentes estimuladores e
inibidores da divisão celular.

Distúrbios do crescimento e diferenciação celular

Tipos de distúrbios

• Aumento da demanda e estímulos externos – hiperplasia e hipertrofia;


• Diminuição de nutrientes e fatores de crescimento – atrofia e hipoplasias;
• Formação incompleta de um órgão ou estrutura – aplasia;
• Mudança do tipo celular – metaplasias;
• Estímulos diversos levam a adaptação;
• Estimulação direta – fatores de crescimento produzidos pelas próprias
células ou células vizinhas;
• Ativação de vários receptores de superfície e vias de sinalização;
• Indução da síntese de novas proteínas pelas células- alvo, por aumento
na demanda;
• Estimulação da proliferação, como resposta as influências hormonais;

Adaptação Celular

Alteração do volume celular


Hipertrofia
Hipotrofia

Alteração da taxa de divisão celular (número)


Hiperplasia
Hipoplasia/Aplasia

Alteração da diferenciação
Metaplasia

162
Alteração do crescimento e diferenciação celular Neoplasia

Distúrbios do Crescimento

Malformações
Agenesia/ aplasia/ hipoplasia

APLASIA

• Não formação de um órgão ou estrutura durante a embriogênese.


• Não formação de certos tecidos adultos que dependem de contínua
renovação.
Ex.: anemia aplástica
Causas: Defeitos genéticos
Agentes tóxicos
Medicamentos
Infecções virais pré-natais

HIPOPLASIA

• Não desenvolvimento de um órgão ou parte dele até seu tamanho


normal.
• Diferente da atrofia – “encolhe”.
• Um órgão hipoplásico nunca atingiu o tamanho normal.
• Ocorre durante o período embrionário ou pós-natal.

Causas:
-Defeitos genéticos
-Agentes tóxicos e infecciosos
-Deficiências hormonais
-Podem ser Fisiológicas e Patológicas
-Fisiológicas: involução do timo e das gônadas no climatério
-Patológicas: hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções

163
(AIDS, febre amarela, etc.)
-Consequências: reversíveis, salvo as congênitas

NEOPLASIAS

Neoplasia (neo = novo + plasia = formação) é o termo que designa alterações


celulares que acarretam um crescimento exagerado destas células, ou seja, proliferação
celular anormal, sem controle, autônoma, na qual reduzem ou perdem a capacidade de
se diferenciar, em consequência de mudanças nos genes que regulam o crescimento e a
diferenciação celular. A neoplasia pode ser maligna ou benigna. Nos organismos
multicelulares a taxa de proliferação de cada tipo celular é controlada por um sistema
que permite a replicação em níveis homeostáticos. As replicações contínuas servem para
restaurar perdas celulares decorrentes do processo de envelhecimento celular, é uma
atividade essencial para o organismo, porém, deve seguir um equilíbrio. Uma
característica principal das neoplasias é justamente o descontrole dessa proliferação.
A reprodução celular é fundamental e em geral existe uma correlação inversa
entre a sua diferenciação e multiplicação. Quanto mais complexo é o estado de
diferenciação menor é a taxa de reprodução. Já nas neoplasias, ocorre paralelamente ao
aumento do crescimento, a perda da diferenciação celular. Ou seja, as células
neoplásicas perdem progressivamente as características de diferenciação e se tornam
atípicas.
A célula neoplásica sofre alteração nos seus mecanismos regulatórios de
multiplicação, adquire autonomia de crescimento e se torna independente de estímulos
fisiológicos. Então, neoplasia pode ser entendida como proliferação anormal,
descontrolada e autônoma (fora do controle do organismo que regulam a proliferação
celular), na qual as células reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em
consequência de alterações nos genes que regulam o crescimento e a diferenciação
celular. É importante destacar que os aparecimentos de células neoplásicas indicam um
novo crescimento tecidual com células modificadas geneticamente. Do ponto de vista
clínico, evolutivo e de comportamento, as neoplasias são divididas em duas categorias:
MALIGNAS e BENIGNAS.
As neoplasias benignas geralmente não são letais e nem causam sérios
transtornos ao hospedeiro. As malignas, em geral, têm crescimento rápido, e muitas
provocam perturbações homeostáticas graves, acabando por levar o paciente à morte.
164
ETIOLOGIA

As causas ainda são desconhecidas, devido à complexidade, ainda não foi


possível isolar o agente agressor. Em termos genéticos, os genes alterados ditos
promotores da neoplasia são denominados de ONCOGENES. Estes genes podem estar
ativos ou inativos.
Didaticamente os agentes neoplásicos são divididos em:
- Agentes físicos: Energia radiante, energia térmica …
- Agentes químicos: Corantes, fumo …
- Agentes biológicos: virais, bacterianos …

NOMENCLATURA
Para as neoplasias benignas, acrescenta-se o sufixo OMA ao tecido de origem.
Ex.: Papiloma (origem do epitélio escamoso), adenoma (origem do epitélio granular),
fibroma (origem do epitélio conjuntivo). Para neoplasias malignas, utiliza-se carcinoma
de origem epitelial e sarcoma de origem mesenquimal. Ex.: adenocarcinoma (epitélio
glandular), fibrossarcoma (epitélio conjuntivo).
Existem exceções para essa classificação, que são:
- Melanoma: neoplasia maligna com nomenclatura benigna.
- Linfoma: neoplasia maligna com nomenclatura benigna.
- Granuloma: Processo inflamatório crônico com nomenclatura de
neoplasia benigna.

CLASSIFICAÇÃO

As classificações para as neoplasias podem ser feitas através do seu


comportamento (se agressivas ou não), chamadas de classificação prognóstica, mas,
basicamente são divididas em benignas e malignas. Dentro dessa classificação, as
neoplasias contêm características macroscópicas e microscópicas peculiares, como:

CARACTERÍSTICAS ANATOMICAS MACROSCÓPICAS:


• Neoplasia benigna:
- Velocidade e crescimento: lento

165
- Forma de crescimento: expansivo
- Crescimento à distância (metástase): ausente
• Neoplasia maligna:
- Velocidade e crescimento: rápido
- Forma de crescimento: expansivo e infiltrativo
- Crescimento à distância (metástase): presente

CARACTERÍSTICAS ANATOMICAS MICROSCÓPICAS:

Neoplasia Benigna: Tumores benignos apresentam células semelhantes as de


origem, seus núcleos não estão alterados, ou seja, a célula neoplásica é indistinguível do
normal. Porém produz um arranjo tecidual diferente que seguem os padrões
macroscópicos.
• Neoplasia Maligna: Apresentam células com núcleos alterados. Irregularidade
na forma, tamanho e número; podem surgir mitoses atípicas, hipercromasia nuclear
(grande quantidade de cromatina), polimorfismo (variados tamanhos de núcleos e da
célula como um todo); relação de núcleo e citoplasma alterado.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das neoplasias é feito por intermédio da observação de um tumor


(se suas características clínicas). São feitos exames complementares, como exames
imagenológicos (radiografia, tomografia), bioquímico e histopatológico. Para concluir,
as neoplasias podem crescer no seu local de origem, dito crescimento primário ou in
situ. Porém, em um desenvolvimento neoplásico maligno, observa-se um crescimento
secundário, ou seja, distante do seu local de origem. Os crescimentos secundários se
desenvolvem de duas maneiras:
- Invasão: quando as células anatômicas penetram no tecido vizinho,
mantendo continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem.
- metástase: constitui um crescimento à distância sem continuidade
anatômica, sendo que para isso é necessário à invasão, a circulação destas e implantação
em outro local onde ocorra proliferação celular.
Os órgãos mais afetados pela metástase são o pulmão, fígado, rim, cérebro e

166
ossos.

INFLAMAÇÃO

Inflamação ou Flogose é uma reação dos tecidos vascularizados a um agente


agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue
para o interstício. Embora em geral constitua um mecanismo defensivo muito
importante contra inúmeras agressões, em muitos casos a reação inflamatória pode
também causar danos ao organismo. A resposta inflamatória está estreitamente
interligada ao processo de reparação. A inflamação serve para destruir, diluir ou
encerrar o agente lesivo, mas, por sua vez, põe em movimento uma série de eventos
que, tanto quanto possível, cicatrizam e reconstituem o tecido danificado. Durante a
reparação, o tecido lesado é substituído por regeneração de células parenquimatosas
naturais, por preenchimento do defeito com tecido fibroblástico (cicatrização), ou, mas
comumente, por uma combinação desses dois processos.
A inflamação é fundamentalmente uma resposta protetora cujo objetivo final é
livrar o organismo da causa inicial da lesão celular (p.ex., micróbios, toxinas) e das
consequências dessa lesão (p.ex., células e tecidos necróticos). Sem inflamação, as
infecções prosseguiriam desimpedidas, as feridas jamais cicatrizariam e os órgãos
danificados poderiam tornar chagas ulceradas permanente. Contudo, a inflamação e a
reparação são potencialmente lesivas. A inflamação divide-se em padrões agudo e
crônico. A inflamação aguda tem uma duração relativamente curta, de minutos, várias
horas ou alguns dias, e suas principais características são exsudação de líquido e
proteínas plasmáticas (edema) e a emigração de leucócitos, predominantemente
neutrófilos. A inflamação crônica tem uma duração mais longa e está associada
histologicamente á presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos
sanguíneos, fibrose e necrose tecidual.
Embora os sinais de inflamação tenham sido descritos em papiro egípcio (3000
a.C.), Celsus, escritor romano do primeiro século d. C., foi o primeiro a citar os quatros
sinais cardinais de inflamação: rubor, tumor, calor, e dor. Um quinto sinal clínico, perda
da função, foi depois acrescentado por Virchow. Portanto, resumindo o que foi dito
acima, a inflamação, também chamada de processo inflamatório, é uma resposta natural
do organismo contra uma infecção ou lesão do tecido com o objetivo de destruir os
agentes agressores. Ela faz parte do sistema imunológico.
167
O tecido inflamado apresenta os sintomas típicos da inflamação que são:

• Calor;
• Rubor (cor avermelhada);
• Tumor (ferida);
• Dor.

Estes sinais flogísticos também são chamados de tétrade de Célsius. Se não


resolvida a tempo pode haver perda da função do órgão ou tecido inflamado. Embora
desejado esse processo pode também representar uma agressão aos tecidos e o seu
controle é desejável em muitas situações, como nas inflamações da garganta ou do
ouvido, pneumonias, artrites e meningites, por exemplo.

Fases da inflamação

A inflamação é subdivida em diferentes fases, são elas:


1. Alteração do calibre e fluxo vascular: que gera calor e vermelhidão;
2. Permeabilidade vascular aumentada: que gera o inchaço;
3. Migração de leucócitos: chegada das células de defesa;
4. Quimiotaxia e fagocitose: combate aos agentes agressores, que pode
levar à cura ou gerar uma inflamação crônica dependendo do caso.

Inflamação aguda e crônica

A inflamação pode ser aguda ou crônica e essa distinção tem relação com a
velocidade de instalação dos sintomas referentes ao processo inflamatório e não com a
sua gravidade. Pode-se dizer que uma inflamação se tornou crônica quando ela persiste
por mais de três meses consecutivos. Um exemplo de resposta inflamatória aguda é um
espinho no dedo, enquanto uma reação inflamatória crônica ocorre na artrite
reumatoide, por exemplo.

DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS E METABÓLICOS

168
Distúrbios Hemodinâmicos

O sistema circulatório humano é composto de vasos sanguíneos (que se dividem


em artérias, veias e vasos capilares), coração (que é a bomba muscular responsável em
transportar sangue a todos os tecidos) e do sistema linfático, que é composto por vasos
linfáticos e a linfa. Dessa forma, os distúrbios hemodinâmicos referem-se ás alterações
circulatórias que acometem a irrigação sanguínea e o equilíbrio hídrico e, por
conseguinte, são manifestações muito comuns na clínica médica, podendo muitas vezes
ser a principal causa de morte.
Quando há um rompimento desse equilíbrio, surgem alterações que comumente
podem ser agrupadas dentro dos distúrbios circulatórios, que se classificam em
alterações hídricas intersticiais (edema), alterações no volume sanguíneo (hiperemia,
hemorragia e choque) e alterações por obstrução intravascular (embolia, trombose,
isquemia e infarto).

EDEMA

É o termo geralmente utilizado para designar o acúmulo anormal de líquido nos


espaços intersticiais ou em cavidades corporais. Pode ocorrer como um processo
localizado, como por exemplo, quando o retorno venoso de uma perna é obstruído, ou
pode ser sistêmico na distribuição, como por exemplo, na insuficiência renal. As
características desse processo observadas a nível microscópico correspondem a uma
tumefação celular sutil e uma separação dos elementos da matriz extracelular, enquanto
que a nível macroscópico são observados uma palidez e um certo “inchaço” na região
afetada.

169
O edema classifica-se em transudato, exsudato, edema localizado e edema
generalizado. O transudato corresponde aos líquidos de edema não-inflamatório como
os encontrados na insuficiência cardíaca e em doenças renais e que são pobres em
proteínas, apresentam uma aparência clara e serosa, entretanto, há uma preservação da
membrana vascular. O exsudato representa o edema inflamatório relacionado com o
aumento da permeabilidade endotelial que é rico em proteínas, é produzido pela evasão
de proteínas plasmáticas (principalmente albumina) e, possivelmente, leucócitos. Além
disso, apresenta-se como um líquido de aparência turva. O edema é localizado quando o
acúmulo de líquido ocorre em regiões determinadas, como por exemplo, no cérebro,
pulmões e membros inferiores. O edema generalizado, por sua vez, é quando o acúmulo
de líquido ocorre em todos ou em vários tecidos do corpo.

HIPEREMIA

Consiste no aumento de volume sanguíneo no interior dos vasos em uma região


devido a uma intensificação do aporte sanguíneo ou diminuição do escoamento venoso.
O tecido afetado é avermelhado pelo congestionamento de vasos com sangue
oxigenado. Classifica-se em ativa quando é provocada por dilatação arteriolar com o
aumento do fluxo sanguíneo local, cujo excesso de sangue presente nesse caso provoca
eritema, pulsação e calor. Essa hiperemia ativa pode ocorrer devido a causas

170
fisiológicas, isto é, quando há necessidade de maior fornecimento sanguíneo (p.ex.:
músculo esquelético durante o exercício) ou devido a causas patológicas, como por
exemplo, na inflamação aguda.
A hiperemia passiva também é chamada de congestão e é provocada pela
redução na drenagem venosa (p.ex.: insuficiência cardíaca), que causa distensão das
veias, vênulas e capilares e assim, a região comprometida adquire uma coloração
vermelho-azulada (cianose) devido ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada nos
tecidos afetados. Existe um tipo de congestão pulmonar em que há uma dilatação dos
capilares alveolares, cujos septos tornam-se mais largos, fibrosados e espessos.

HEMORRAGIA

Indica, em geral, o extravasamento de sangue devido á ruptura do vaso para um


compartimento extra vascular ou para fora do organismo. O sangramento capilar pode
ocorrer sob condições de congestão crônica e uma tendência aumentada. A hemorragia
de lesão, geralmente insignificante, é vista numa grande variedade de disfunções
clínicas denominadas diáteses hemorrágicas. Todavia, a ruptura de uma grande artéria
ou veia é quase sempre devida á lesão vascular, incluindo trauma, aterosclerose ou lesão
inflamatória ou neoplásica da parede do vaso. A hemorragia pode ser manifestada em
uma variedade de padrões dependendo do tamanho, extensão e da localização do
sangramento.
A hemorragia pode ser provocada por rotura ou por diapedese. A hemorragia por
rotura ocorre por ruptura da parede vascular, podendo ser causada devido a
traumatismos, enfraquecimento da parede vascular e aumento da pressão sanguínea. A
hemorragia por diapedese ocorre quando as hemácias ultrapassam a parede vascular
individualmente para dentro de cavidades (internas) ou para fora das cavidades
(externas), após enfraquecimento da junção entre células endoteliais e da membrana
basal.
As hemorragias podem ser classificadas quanto á sua origem (capilar, venosa ou
arterial), quanto á visibilidade (externa, quando o sangue é visível, ou interna, quando o
sangue não é visível) e quanto ao volume (petéquias = pequenas manchas; equimoses =
áreas mais extensas; hematoma = coleção de sangue, em geral coagulado; púrpura =
empregado para hemorragias espontâneas; apoplexia = fusão intensa na região cerebral).

171
TROMBOSE

Corresponde em uma não manutenção do sangue em estado líquido no vaso e a


formação de um tampão em caso de lesão endotelial. Três influências principais
predispõem a formação do trombo conhecido como tríade de Virchow:

Lesão endotelial: é a influência dominante; a lesão no endotélio por ela mesma


leva a trombose, já que esse endotélio vascular estando comprometido provoca uma
ativação dos fatores procoagulantes da cascata de coagulação. As possíveis causas de
lesões ao endotélio são: aumento da pressão arterial, toxinas bacterianas, fumaça e
hipercolesterolemia;

Anormalidade do fluxo sanguíneo: as turbulências contribuem para a trombose


arterial e cardíaca por causar disfunção no endotélio, bem como pela formação de locais
de estase; a estase é um fator principal no desenvolvimento do trombo venoso. A estase
e a turbulência rompem o fluxo laminar do sangue e trazem plaquetas em contato com o
endotélio, e assim, impedem a diluição dos fatores coagulantes ativados pelo fluxo de
sangue fresco; retardam o fluxo interno dos inibidores do fator coagulante e permitem a
formação do trombo; promovem a ativação celular endotelial, predispondo a trombose
local, adesão de leucócitos e uma variedade de outros efeitos celulares endoteliais;

Hipercoagulabilidade: Contribui com menos frequência, aos estados


trombóticos, porém é um componente importante na equação, além disso, é definida
como qualquer alteração das vias de coagulação que predispõem a trombose. As causas
podem ser genéticas (primárias) ou adquiridas (secundárias). Das causas herdadas, das
mais comuns encontram-se a mutação no gene do fator V e no gene da protrombina.

Evolução do trombo:
A partir do momento que se inicia a formação dos trombos, o mesmo passa por
seis estágios, os quais são enumerados abaixo:
- Crescimento
- Lise

172
- Organização
- Calcificação
- Infecção
- Embolização

Destino dos trombos:


Caso o paciente sobreviva aos efeitos imediatos de uma obstrução vascular
trombótica, os trombos são submetidos a quatro eventos seguintes:
- Propagação: O trombo pode acumular mais plaquetas e fibrina levando a
obstrução vascular;
- Organização e Recanalização: Os trombos podem induzir inflamação e
fibrose (organização) e podem tornar-se eventualmente recanalizados, ou seja, podem
reestabelecer o fluxo vascular ou podem ser incorporados na parede vascular espessada;
- Embolização: Os trombos podem deslocar-se e viajar para outros locais
na vasculatura;
- Dissolução: Os trombos podem ser removidos por atividade
fibrinolítica;

EMBOLIA

Um êmbolo é uma massa intravascular solta, sólida, líquida ou gasosa que é


transportada pelo sangue a um local distante de seu ponto de origem. Quase todos os
êmbolos representam alguma parte de um trombo desalojado e, consequentemente, o
termo usado é o tromboembolismo.
Trombos venosos ou tromboembolismo pulmonar: Ocorre com maior frequência
em locais de estase com baixo fluxo sanguíneo, geralmente em membros inferiores
(90% dos casos). Por esse motivo os trombos venosos são conhecidos como trombos
vermelhos.
Trombos arteriais ou tromboembolismo sistêmico: Ocorre com maior frequência
nas artérias coronárias cerebrais e femorais.

Embolia gasosa
As bolhas gasosas dentro da circulação podem obstruir o fluxo vascular quase

173
tão prontamente como as massas trombóticas. O ar pode entrar na circulação durante os
procedimentos obstétricos ou como uma consequência de lesão da parede torácica. A
doença da descompressão, uma forma particular de embolia gasosa, ocorre quando o
indivíduo é exposto a mudanças bruscas na pressão atmosférica, pois quando o ar é
respirado em altas pressões, quantidades elevadas desse gás (geralmente nitrogênio) se
dissolvem no sangue e tecidos.

Embolia líquida
É uma complicação grave, mas felizmente incomum, do período de parto e pós-
parto imediato e, por isso, tornou-se uma causa importante de mortalidade materna. A
causa base é a infusão de líquido amniótico na circulação materna (rico em PGF2, que é
pró-coagulante) via rasgo de membranas placentárias ou ruptura de veias uterinas. O
início é caracterizado por uma dispneia abrupta grave, cianose e choque hipotensivo,
seguido por convulsões e coma.

ISQUEMIA

O termo isquemia é empregado quando há uma falta de suprimento sanguíneo


para uma determinada região, cujas possíveis causas a serem destacadas, têm-se a
obstrução vascular, hipotensão e aumento da viscosidade sanguínea.

INFARTO

Um infarto corresponde a uma área de necrose tecidual isquêmica causada por


uma obstrução do suprimento arterial ou da drenagem venosa num tecido particular.
Ocasionalmente, o infarto pode ser causado por oclusão arterial (devido a eventos
trombóticos ou embólicos), vasoespasmo local, expansão de um ateroma devido à
hemorragia dentro de uma placa ou compressão intrínseca de um vaso (p.ex.: tumor). Os
infartos são classificados, refletindo a quantidade de hemorragia, portanto, em
vermelhos (hemorrágicos) ou brancos (isquêmicos).

INFARTO HEMORRÁGICO

174
Sua causa principal é sempre arterial devido a uma oclusão tromboembólica,
compressiva. Geralmente, ocorrem em: Oclusões venosas (p.ex: torção de ovário);
Tecidos frouxos (p.ex: pulmão);Tecidos com circulação dupla (p.ex: pulmão e intestino
delgado);Tecidos que foram previamente congestionados pelo fluxo venoso de
drenagem lenta; Quando o fluxo estiver reestabelecido ao local de oclusão e necrose
arteriais prévias.

INFARTO BRANCO
Ocorre com oclusões arteriais em órgãos sólidos de circulação arterial terminal
(p.ex: coração, pâncreas e rim) em que a solidez do tecido limita a quantidade de
hemorragia que possa entrar na área de necrose isquêmica dos leitos capilares
adjacentes. A característica histológica principal do infarto é a necrose coagulativa
isquêmica. É importante lembrar que se a oclusão vascular ocorrer brevemente (minutos
a horas) antes da morte do paciente, nenhuma alteração histológica demonstrável pode
ser evidente, entretanto, se o paciente sobreviver até 12 a 18 horas, a única alteração
pode ser a hemorragia.

CHOQUE

O choque ou colapso cardiovascular é a incapacidade do sistema circulatório em


reperfundir (restabelecer a circulação na isquemia para evitar infarto) os tecidos,
gerando uma hipotensão.
O choque pode ser classificado em:
- Cardiogênico: resulta da perda sanguínea ou volume plasmático, devido
a uma hemorragia, perda líquida por queimaduras graves ou trauma. Está relacionado
com o infarto do miocárdio;
- Hipovolêmico: condição onde o coração é incapaz de fornecer sangue
suficiente para o corpo devido à hemorragia e falta de nutrientes aos órgãos, também
pode ser causado pela liberação de toxinas no trato gastrointestinal pela Vibrio cholerae,
que ao se ligarem aos receptores de sódio causam aumento da permeabilidade capilar e
liberação por osmose de água e íons cloreto intracelular, levando a diarreias e
desidratação;
- Séptico: causado por infecção bacteriana sistêmica, geralmente por
administração inadequada de anestésicos ou lesão da medula espinhal;
175
- Anafilático: é iniciado por uma reação de hipersensibilidade tipo1
(mediada por IgE), associa-se com vasodilatação sistêmica e permeabilidade vascular
aumentada;
- Neurogênico: responsável em provocar lesão cerebral e na medula
espinhal.

Estágios do choque:

O choque tende a desenvolver-se através de três fases:


- Fase reversível: durante a qual os mecanismos compensatórios (p.ex.:
sistema reninaangiotensina) reflexos são ativados e a perfusão dos órgãos vitais é
mantida;
- Fase progressiva: caracterizada por uma hipoperfusão tecidual e início da
piora circulatória e desequilíbrios metabólicos incluindo acidose;
- Fase irreversível: estabelece-se após o corpo ter causado a si próprio
lesão celular e tecidual tão grave que mesmo se os defeitos hemodinâmicos fossem
corrigidos, a sobrevivência não seria possível.

DISTÚRBIOS METABÓLICOS

Designam coletivamente vários tipos de alterações a nível celular em que há


perturbação ou redução do metabolismo, podendo levar a acúmulo de substâncias
intracelulares ou extracelulares.
Quando muito graves, levam à morte celular ou necrose. Incluem:
1) Carboidratos
2) Proteínas
3) Lipídeos
4) Pigmentos e substâncias minerais
5) Atrofia
6) Morte celular (necrose e apoptose)
7) Calcificação

Distúrbios do Metabolismo dos Carboidratos

176
Os carboidratos são açúcares. Muitos açúcares, além dos bem conhecidos
glicose, sacarose e frutose, estão presentes nos alimentos. Alguns açúcares (p.ex.,
sacarose) devem ser metabolizados (processados) por enzimas no organismo antes de
serem utilizados como fonte de energia. Quando as enzimas necessárias para o seu
processamento estão ausentes, pode ocorrer um acúmulo desses açúcares, acarretando
problemas. Um em cada 50.000 a 70.000 recém-nascidos nasce sem essa enzima. A
princípio, o recém-nascido parece normal, mas, após alguns dias ou semanas, ele
apresenta inapetência, vômito, icterícia e para de crescer normalmente. Ele apresenta o
fígado aumentado de tamanho, presença excessiva de proteínas e aminoácidos na urina,
edema dos tecidos e retenção líquida. Quando o tratamento é iniciado tardiamente, as
crianças afetadas apresentam uma estatura baixa e retardo mental. Muitas apresentam
catarata. Na maioria dos casos, a causa desses sintomas é desconhecida.
O leite e os produtos laticínios, fontes de galactose, devem ser completamente
eliminados da dieta da criança afetada. A galactose também é encontrada em algumas
frutas, vegetais e frutos do mar (p.ex., algas) e estes alimentos também devem ser
evitados. Quando a gestante apresenta uma concentração elevada de galactose, este
açúcar pode atravessar a placenta e atingir o feto, causando catarata. As mulheres com
galactosemia devem restringir a ingestão de galactose durante toda a vida. Quando a
galactosemia for adequadamente tratada, a maioria das crianças não apresenta retardo
mental. Contudo, o seu quociente de inteligência (QI) será mais baixo que o de seus
irmãos e essas crianças apresentam frequentemente problemas de fala. As meninas
frequentemente apresentam insuficiência ovariana na puberdade e na vida adulta e
somente algumas poucas são capazes de conceber naturalmente.
Doenças de armazenamento de glicogênio (glicogenoses): constituem um grupo
de distúrbios hereditários causados pela ausência de uma ou mais das muitas enzimas
necessárias para converter o açúcar (glicose) em sua forma de armazenamento, o
glicogênio, ou para convertê-lo de volta em glicose e ser utilizado como energia. Nas
doenças do armazenamento de glicogênio, ocorrem depósitos de tipos ou quantidades
anormais de glicogênio nos tecidos do organismo, principalmente no fígado.
Os sintomas são causados pelo acúmulo de glicogênio ou de seus subprodutos
ou pela incapacidade de produzir glicose quando esta é necessária. A idade em que os
sintomas se manifestam e a gravidade dos mesmos varia consideravelmente de uma
doença a outra, pois, em cada doença, enzimas diferentes são afetadas. O diagnóstico é
estabelecido quando o exame de uma amostra de tecido, habitualmente do músculo ou

177
do fígado, revela a ausência de uma enzima específica.O tratamento depende do tipo de
doença do armazenamento de glicogênio. Para muitas pessoas, a ingestão diária de
várias refeições pequenas ricas em carboidratos ajuda a evitar que a concentração sérica
de glicose caia. Para algumas crianças pequenas, o consumo de amido de milho não
cozido a cada 4 a 6 horas durante as 24 horas do dia também pode aliviar o problema.
Algumas vezes, são administradas soluções de carboidratos através de uma sonda
gástrica durante toda a noite.
As doenças do armazenamento de glicogênio tendem a provocar o acúmulo de
ácido úrico, um produto metabólico, podendo causar a gota e a formação de cálculos
renais. Frequentemente, o tratamento medicamentoso é necessário para prevenir que isto
ocorra. Em alguns tipos de doença do armazenamento de glicogênio, a quantidade de
exercícios realizados pela criança deve ser limitada para reduzir as câimbras
musculares.

Distúrbios do Metabolismo do Piruvato

O piruvato é formado no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas. Os


problemas hereditários relacionados ao metabolismo do piruvato podem causar uma
ampla variedade de distúrbios.
O piruvato é uma fonte de energia para as mitocôndrias, componente celulares
gerador de energia. Um problema relacionado ao metabolismo do piruvato pode
comprometer o funcionamento das mitocôndrias, causando qualquer um dos vários
sintomas possíveis, como, por exemplo, lesão muscular, retardo mental, convulsões,
acúmulo de ácido lático que acarreta acidose (excesso de ácido no organismo) ou falhas
no funcionamento de um órgão (p.ex., coração, pulmões, rins ou fígado). Esses
problemas podem ocorrer em qualquer época, desde a primeira infância até a vida
adulta. O exercício, as infecções ou o consumo de álcool podem piorar os sintomas,
causando uma acidose lática grave acompanhada de câimbras e fraqueza muscular.
Os principais sintomas incluem a atividade muscular lenta, a má coordenação e
um grave distúrbio do equilíbrio que praticamente impossibilita a marcha. Além disso, a
pessoa pode apresentar convulsões, retardo mental e malformação cerebral. Este
distúrbio não tem cura, mas algumas pessoas são beneficiadas com uma dieta rica em
gordura.
Quando essa enzima está ausente, a produção de neurotransmissores

178
(substâncias que transmitem os impulsos nervosos) diminui, acarretando uma série de
sintomas neurológicos (p.ex. retardo mental grave). A hipoglicemia (concentração
sérica baixa de glicose) e a acidose (acúmulo de ácidos no sangue) podem ser aliviadas
através da ingestão de refeições frequentes ricas em carboidratos. Contudo, não existe
qualquer meio para se repor a ausência de neurotransmissores para tratar os sintomas
neurológicos. Uma dieta com restrição proteica pode ser benéfica para algumas pessoas
que apresentam a forma leve da doença.

Distúrbios do Metabolismo dos Aminoácidos

Os aminoácidos, as unidades formadoras das proteínas, desempenham várias


funções no organismo. Os distúrbios hereditários do metabolismo dos aminoácidos
podem ser defeitos na degradação dos aminoácidos ou no seu transporte para o interior
das células. Já foram identificados muitos desses distúrbios, incluindo a fenilcetonúria.
Em todos os estados dos Estados Unidos, os recém-nascidos são submetidos à
investigação da fenilcetonúria e também de outros distúrbios metabólicos.

FENILCETONÚRIA

A fenilcetonúria (FCU, fenilalaninemia, oligofrenia fenilpirúvica) é um distúrbio


hereditário no qual a enzima que processa o aminoácido fenilalanina está ausente,
acarretando em uma concentração perigosamente alta de fenilalanina no sangue.
Normalmente, a fenilalanina é convertida em tirosina, um outro aminoácido, e
eliminada do organismo. Sem a enzima que a converte, a fenilalanina acumula-se no
organismo e é tóxica para o cérebro, causando retardo mental.
Os sintomas da fenilcetonúria geralmente estão ausentes nos recém-nascidos.
Em raros casos, o recém-nascido apresenta sonolência ou alimenta-se pouco. As
crianças com fenilcetonúria tendem a ter a pele, o cabelo e os olhos mais claros que os
membros da família que não a apresentam. Os sintomas em crianças com fenilcetonúria
não diagnosticada ou não tratada incluem convulsões, náusea e vômito, comportamento
agressivo ou auto agressivo, hiperatividade e, algumas vezes, sintomas psiquiátricos. As
crianças afetadas comumente exalam um odor corpóreo tipo “cheiro de rato”, o qual é
produzido por um subproduto da fenilalanina (ácido fenilacético) na urina e no suor. A

179
fenilcetonúria em uma mulher grávida afeta profundamente o feto em desenvolvimento,
causando comumente retardo mental e físico. Muitas crianças apresentam microcefalia
(uma cabeça anormalmente pequena que conduz ao retardo mental) e doenças cardíacas.
O controle rigoroso da concentração de fenilalanina na mãe durante a gestação
geralmente resulta em um feto normal. Podem ser ingeridos alimentos naturais com
baixo teor proteico (p.ex., frutas e vegetais e quantidades limitadas de cereais em grãos).
Existem disponíveis no comércio produtos sem fenilalanina. Esses produtos ajudam a
controlar a sua ingestão, dando à pessoa um pouco mais de liberdade para consumir
alimentos naturais.
O Diabetes Melitus é um Distúrbio causado pela falta absoluta ou relativa de
insulina no organismo. Quando a insulina produzida pelo pâncreas se torna insuficiente,
a glicose é impedida de ser absorvida pelas células, o que provoca a elevação dos níveis
sanguíneos de glicose, cuja taxa normal, em jejum, é de 70 a 100 mg por 100 ml de
sangue.
Existem dois tipos de Diabetes o tipo 1 e o tipo 2:
Diabetes tipo1: o pâncreas não produz insulina. Quando pouca ou nenhuma
insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue, assim o
nível de glicose no sangue fica constantemente alto. A dieta correta e o tratamento com
insulina são necessários por toda a vida de um diabético.
Diabetes tipo 2: é o tipo de diabetes mais comum, ocorre mais em adultos. Pode
ser controlado somente com dieta ou, a dieta mais o comprimido hipoglicemiante oral.
O fator hereditário neste caso tem uma importância bem maior que no Diabetes tipo1.
Este tipo de diabetes afeta 10% da população adulta. Neste caso a insulina é produzida,
porém sua ação não é eficaz.
Os sintomas do Diabetes tipo 2 são menos perceptíveis, sendo esta a razão para
considerá-lo mais “silencioso” que o tipo 1. Seus sintomas podem permanecer
despercebidos por muito tempo, pondo em sério risco a saúde do indivíduo.

SUSPEITAS DE DIABETES

- Urinar muitas vezes em grande quantidade;


- Sede exagerada;
- Obesidade; - perda de peso;
- Ter muita fome.

180
Diagnóstico: O exame a ser feito é a dosagem de glicose no sangue
(GLICEMIA) e na urina (GLICOSÚRIA).

CONSEQÜÊNCIAS DO DIABETES NÃO CONTROLADO:


- Cegueira;
- Infarto do Miocárdio;
- Gangrena;
- Impotência sexual masculina;
- Outras complicações como hipertensão arterial (pressão alta),
insuficiência renal e infecções.
Todas as consequências podem ser evitadas através de um controle eficaz.
Evite açúcar e gordura e faça exercício físico, como caminhada por exemplo.
Mudar o estilo de vida é mais importante que o próprio remédio.

PATOLOGIAS CARDÍACAS

O desenvolvimento das ciências da saúde veio provar que a morte ocorrida em


idades precoces, no mundo ocidental, não se deve a uma fatalidade do destino, mas
antes a doenças causadas ou agravadas pela ignorância das causas reais que a elas
conduzem. Podemos incluir neste quadro as doenças cardiovasculares. Os hábitos de
vida adotados por grande parte da população, como o sedentarismo, a falta de atividade
física diária, uma alimentação desequilibrada ou o tabagismo, constituem hoje fatores
de risco a evitar.
De um modo geral, as doenças cardíacas, são o conjunto de doenças que afetam
o aparelho cardiovascular, designadamente o coração e os vasos sanguíneos. A idade e
a história familiar encontram-se entre as condições que aumentam o risco de uma
pessoa vir a desenvolver doenças no aparelho cardiovascular. Contudo, existe outro
conjunto de fatores de risco individuais sobre os quais podemos influir e modificar e
que estão, sobretudo, ligados ao estilo e ao modo de vida atual. O tabagismo é, sem
dúvida, um risco cardíaco. Os fumadores de mais de um maço de cigarros por dia têm
quatro vezes mais enfartes do miocárdio do que os não fumadores. A cessação do hábito
tabágico é isoladamente a medida preventiva mais importante para as doenças

181
cardiovasculares. A inatividade física é hoje reconhecida como um importante fator de
risco para as doenças cardiovasculares. Embora não se compare a fatores de risco como
o tabagismo ou a hipertensão arterial, é importante na medida em que atinge uma
percentagem muito elevada da população, incluindo adolescentes e jovens adultos. A
falta de prática regular de exercício físico moderado potência outros fatores de risco
susceptíveis de provocarem doenças cardiovasculares, tais como a hipertensão arterial, a
obesidade, a diabetes ou a hipercolesterolemia.
Os riscos de um acidente vascular cerebral ou do desenvolvimento de outra
doença cardiovascular aumentam com o excesso de peso, mesmo na ausência de outros
fatores de risco. É particularmente perigosa uma forma de obesidade designada
obesidade abdominal que se caracteriza por um excesso de gordura principal ou
exclusivamente na região do abdómen. A obesidade abdominal está associada a um
maior risco de desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares.
Está hoje provado que a alimentação constitui um fator na proteção da saúde e,
quando desequilibrada, pode contribuir para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, entre outras. Por isso, o excesso de sal, de gorduras, de álcool e de
açúcares de absorção rápida na alimentação, por um lado, e a ausência de legumes,
vegetais e frutos frescos, por outro, são dois fatores de risco associados às doenças
cardiovasculares. Para ser saudável, a alimentação deve ser variada e polifracionada
(muitas refeições ao longo do dia).

Hipercolesterolemia

Manifesta-se quando os valores do colesterol no sangue são superiores aos níveis


máximos recomendados em função do risco cardiovascular individual. O colesterol é
indispensável ao organismo, quaisquer que sejam as células orgânicas que necessitem
de regenerar-se, substituir-se ou desenvolver-se. No entanto, valores elevados são
prejudiciais à saúde. Há dois tipos de colesterol. O colesterol HDL (High Density
Lipoproteins), designado por “bom colesterol”, é constituído por colesterol retirado da
parede dos vasos sanguíneos e que é transportado até ao fígado para ser eliminado. O
colesterol LDL (Low Density Lipoproteins) é denominado “mau colesterol”, porque,
quando em quantidade excessiva, ao circular livremente no sangue, torna-se nocivo,
acumulando-se perigosamente na parede dos vasos arteriais. Quer o excesso de
colesterol LDL, quer a falta de colesterol HDL, aumentam o risco de doenças

182
cardiovasculares, principalmente o enfarte do miocárdio.

Hipertensão Arterial

Situações em que se verificam valores de pressão arterial aumentados. Para esta


caracterização, consideram-se valores de pressão arterial sistólica (“máxima”)
superiores ou iguais a 140 mm Hg (milímetros de mercúrio) e/ou valores de pressão
arterial diastólica (“mínima”) superiores ou iguais a 90 mm Hg. Contudo, nos doentes
diabéticos, porque a aterosclerose progride mais rapidamente, considera-se haver
hipertensão arterial quando os valores de pressão arterial sistólica são superiores ou
iguais a 130 mm Hg e/ou os valores de pressão arterial diastólica são superiores ou
iguais a 80 mm Hg.
Com frequência, apenas um dos valores surge alterado. Quando apenas os
valores da “máxima” estão alterados, diz-se que o doente sofre de hipertensão arterial
sistólica isolada; quando apenas os valores da “mínima” se encontram elevados, o
doente sofre de hipertensão arterial diastólica. A primeira é mais frequente em idades
avançadas e a segunda em idades jovens. A hipertensão arterial está associada a um
maior risco de doenças cardiovasculares, particularmente o acidente vascular cerebral.

Stress excessivo

O stress é inevitável enquanto vivemos, sendo uma consequência do ritmo de


vida atual. É difícil definir com exatidão o stress porque os fatores diferem de pessoa
para pessoa. No entanto, a sensação de descontrolo é sempre prejudicial e pode ser um
sinal para abrandar o ritmo de vida. É possível reduzir o risco de doenças
cardiovasculares através da adopção de um estilo de vida mais saudável:
• Deixe de fumar;
• Controle regularmente a sua pressão arterial, o seu nível de açúcar e
gorduras no sangue;
• Tenha uma alimentação mais saudável, privilegiando o consumo de
legumes, vegetais, frutas e cereais;
• Pratique exercício físico moderado com regularidade;
• A partir de uma determinada idade (50 anos para as mulheres e 40 anos
para os homens) é aconselhável à realização de exames periódicos de saúde;

183
• A prevenção deve começar mais cedo para os indivíduos com história
familiar de doença cardiovascular precoce ou morte súbita.

Quais são as doenças mais comuns?

A pressão arterial elevada, a doença das artérias coronárias e a doença


cerebrovascular são exemplos de doenças cardiovasculares.
• Aterosclerose: presença de certos depósitos na parede das artérias,
incluindo substâncias gordas, como o colesterol e outros elementos que são
transportados pela corrente sanguínea. A aterosclerose afeta artérias de grande e médio
calibre, sendo a causa dos Acidentes Vasculares Cerebrais e da Doença das Artérias
Coronárias.
É uma doença lenta e progressiva e pode iniciar-se ainda durante a infância.
Contudo, regra geral, não causa qualquer sintomatologia até aos 50/70 anos, embora
possa atingir adultos jovens (30/40 anos), principalmente se forem fumadores
intensivos;
• Cardiopatia Isquêmica: termo utilizado para descrever as doenças
cardíacas provocadas por depósitos ateroscleróticos que conduzem à redução do Lúmen
das artérias coronárias. O estreitamento pode causar Angina de Peito ou Enfarte de
Miocárdio, se em vez de redução do Lúmen arterial se verificar obstrução total do vaso;
• Doença Arterial Coronária: situação clínica em que existe estreitamento
do calibre das artérias coronárias, provocando uma redução do fluxo sanguíneo no
músculo cardíaco.
Mediante o quadro clínico apresentado pelo doente, as suas queixas, o seu
historial médico, bem como os fatores de risco a ele associados, o médico de família
pedirá os exames médicos complementares/auxiliares, que lhe permitam fazer o
diagnóstico e/ou enviar o doente para um especialista (cardiologista). Contudo, há
alguns sintomas que podem constituir sinais de alerta, principalmente em pessoas mais
idosas:
• Dificuldade em respirar - pode ser o indício de uma doença coronária e
não apenas a consequência da má forma física, especialmente se surge quando se está
em repouso ou se nos obriga a acordar durante a noite;

184
• Angina de peito – quando, durante um esforço físico, se tem uma
sensação de peso, aperto ou opressão por detrás do esterno, que por vezes se estende até
ao pescoço, ao braço esquerdo ou ao dorso;
• Alterações do ritmo cardíaco;
• Enfarte do miocárdio - é uma das situações de urgência/emergência
médica cardíaca. O sintoma mais característico é a existência de dor prolongada no
peito, surgindo muitas vezes em repouso. Por vezes, é acompanhada de ansiedade,
sudação, falta de força e vómitos.
• Insuficiência cardíaca - surge quando o coração é incapaz de, em
repouso, bombear sangue em quantidade suficiente através das artérias para os órgãos,
ou, em esforço, não consegue aumentar a quantidade adicional necessária. Os sintomas
mais comuns são a fadiga e uma grande debilidade, falta de ar em repouso, distensão do
abdómen e pernas inchadas.

As doenças cardíacas são agudas ou crônicas. Podem ser transitórias,


relativamente estáveis ou progressivas. Os sinais e sintomas com frequência se alteram
ou pioram com o tempo. Doenças cardíacas crônicas podem apresentar exacerbações,
remissões espontâneas ou com tratamento, ou piora progressiva. São comuns sintomas
vagos no início das doenças, como fadiga, falta de ar com ou sem esforço, tonteiras ou
náuseas. Entretanto, esses sintomas não indicam o tipo de doença cardíaca presente nem
são específicos de doenças cardíacas. As complicações desse tipo de doença incluem:
• Arritmias - Alterações do ritmo cardíaco
• Dilatação – Aumento de volume de uma ou mais câmaras cardíacas por
elevação da pressão interna
• Hipertrofia – Aumento da espessura das paredes, resultando em
diminuição do volume das câmaras e perda de flexibilidade do coração.
• Contração insuficiente – Dificuldade de enchimento e esvaziamento das
câmaras
• Estenose – Estreitamento de valvas cardíacas
• Regurgitação – Fechamento incompleto de valvas, causando refluxo e
aumento da pressão na circulação pulmonar ou no sistema venoso periférico.
• Isquemia – Falta de oxigênio no coração provocada por redução do fluxo
das artérias coronárias. Causa dor, que pode ocorrer com esforços ou em repouso.

185
• Infarto – Morte de células musculares cardíacas devido à isquemia. O
tecido muscular morto é substituído por tecido fibroso.

Doenças cardíacas podem ser resultantes de:


• Aterosclerose
• Hipertensão arterial
• Diabetes
• Distúrbios autoimunes
• Anormalidades congênitas
• Disfunção da tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo)
• Infecções bacterianas
• Infecções virais
• Traumatismos
• Uso excessivo de álcool
• Uso excessivo de anabolizantes
• Uso de cocaína
• Substâncias como mercúrio e alguns quimioterápicos

Doenças cardíacas comuns

Doença arterial coronariana é o tipo mais comum de doença cardíaca. Em geral,


é parte da doença cardiovascular sistêmica, um estreitamento das artérias por depósitos
de gordura que formam placas de Aterosclerose. Esse estreitamento reduz o fluxo de
sangue nas artérias e a oferta de oxigênio para os tecidos. No coração, o estreitamento
das artérias coronárias causa dor intermitente (angina) com exercícios, com frequência e
intensidade crescentes. Aumentos súbitos ou desprendimentos das placas coronarianas
provocam dor em repouso ou com esforços mínimos (angina estável) ou infarto do
miocárdio, que é a morte de uma área do músculo cardíaco. Esses dois tipos de crises
são chamados síndrome coronariana aguda.
Na insuficiência cardíaca congestiva diminui a capacidade de enchimento e de
esvaziamento do coração. A insuficiência esquerda do coração causa refluxo para os
pulmões, com edema pulmonar e dificuldade respiratória. A insuficiência direita do
coração provoca refluxo para a circulação venosa periférica, com aumento do fígado e
edema das extremidades. As causas mais comuns de insuficiência cardíaca são doença
186
arterial coronariana, hipertensão arterial e lesões das valvas cardíacas (congênitas ou
infecciosas). A insuficiência cardíaca pode ser reversível quando a causa é passageira.
Em geral, ela é crônica e progressiva, mas melhora com tratamento.
Miocardiopatias são anormalidades do músculo cardíaco, congênitas ou
causadas por fatores externos. Os tipos principais são miocardiopatia dilatada, em que
há aumento de uma ou mais câmaras cardíacas, miocardiopatia hipertrófica, em que
espessamento das paredes do coração, e miocardiopatia restritiva, que diminui a
flexibilidade das paredes do coração. As miocardiopatias têm muitas causas. Quando
estas não são aparentes ela é chamada miocardiopatia idiopática.
Miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco. A forma mais comum é uma
doença viral aguda, com arritmia cardíaca e falta de ar.
Pericardites são doenças inflamatórias da membrana que envolve o coração.
Podem ser provocadas por infecções, traumatismos, distúrbios autoimunes e infarto. Se
não forem tratadas, podem comprimir o coração e prejudicar suas contrações. Sinais de
pericardite são dor torácica e um ruído característico de “atrito” pericárdico.
Doenças cardíacas congênitas afetam qualquer parte do coração. O grau de
disfunção depende das anormalidades presentes.
Endocardite é uma inflamação da membrana que reveste as cavidades e as
valvas cardíacas. Pode ser resultante de infecção ou de um processo autoimune.
Endocardites infecciosas exigem tratamento prolongado.
Existem três tipos de distúrbios das valvas cardíacas:
• Regurgitação ou insuficiência – Fechamento incompleto da valva
permite refluxo.
• Prolapso – Protrusão (crescimento) de parte da valva mitral para o átrio,
que pode causar regurgitação e aumento do risco de endocardite.
• Estenose - Estreitamento da valva, limitando o fluxo de sangue.

Tratamentos

Doenças agudas, como infarto do miocárdio, exigem tratamento médico


imediato para minimizar lesões. No caso de doenças crônicas, o médico pode
recomendar mudanças na dieta, perda de peso excessivo, exercícios sob supervisão,
controle do estresse e suspensão do fumo.
Hipertensão arterial e diabetes precisam de controle para evitar seus efeitos
187
sobre o coração. A insuficiência cardíaca é tratada com restrição de sódio e diuréticos,
para reduzir o acúmulo de líquido, e de medicamentos para melhorar a função cardíaca,
como digoxina. As infecções são tratadas com antimicrobianos (antibióticos). Pode ser
necessário realizar cirurgias para desbloquear artérias, substituir valvas defeituosas e
corrigir anormalidades congênitas. Continuam a serem desenvolvidos novos
medicamentos, orientações e procedimentos. O paciente deve conversar com seu
médico sobre as melhores opções de tratamento de seus problemas.
As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no nosso
país e é também uma importante causa de incapacidade. Devem-se essencialmente à
acumulação de gorduras na parede dos vasos sanguíneos – aterosclerose – um fenómeno
que tem início numa fase precoce da vida e progride silenciosamente durante anos, e
que habitualmente já está avançado no momento em que aparecem as primeiras
manifestações clínicas. As suas consequências mais importantes – o enfarte do
miocárdio, o acidente vascular cerebral e a morte – são frequentemente súbitas e
inesperadas. A maior parte das doenças cardiovasculares resulta de um estilo de vida
inapropriado e de fatores de risco modificáveis. O controle dos fatores de risco é uma
arma potente para a redução das complicações fatais e não fatais das doenças
cardiovasculares.

PATOLOGIAS PULMONARES

Hoje em dia, com o evoluir da industrialização e consequente aumento da


poluição atmosférica surge um número cada vez maior de doenças respiratórias.
Os pulmões são parte do sistema respiratório e se localizam no tórax, dentro da
caixa torácica e acima do diafragma. São órgãos complexos formados por tecido
esponjoso elástico, cuja função é absorver oxigênio e eliminar dióxido de carbono. Os
pulmões contêm um sistema de defesa, incluindo células imunológicas e muco, que nos
protege de muitos componentes nocivos do ar, como poeira, polens, bactérias, vírus,
fumaça e substâncias voláteis.
As doenças pulmonares afetam a função dos pulmões de diversos modos. Em
alguns casos, são prejudicadas as trocas gasosas entre os alvéolos e o sangue, o que
impede a absorção adequada de oxigênio e a remoção do dióxido de carbono. Em
outros, o sistema brônquico não distribui o ar até os alvéolos, devido a bloqueios da
árvore brônquica ou a dificuldade de contração dos músculos respiratórios. Algumas
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vezes, o problema é a incapacidade de remover substâncias estranhas acumuladas.

As doenças pulmonares comuns incluem:


Asma: é uma doença pulmonar crônica caracterizada por inflamação dos
brônquios e dos bronquíolos e crises de obstrução das vias aéreas. Quem sofre de asma
é sensível a uma variedade de substâncias que não causam a mesma reação em pessoas
sem esse problema. As crises podem ser desencadeadas por fumaça de cigarro ou outras
partículas no ar, poeira, mofo, alergênicos, exercícios, ar frio e outras causas. Os fatores
desencadeantes variam entre pessoas. Durante a crise, o revestimento das vias aéreas se
espessa e os músculos brônquicos se contraem, dificultando a passagem do ar. A
secreção de muco prejudica mais ainda o fluxo, tornando a respiração difícil e gerando
sibilos. A maioria das crises não causa lesão pulmonar permanente, mas com frequência
precisa de atenção médica imediata, porque a falta de oxigênio e o acúmulo de dióxido
de carbono podem por a vida em risco.
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): é uma expressão usada para
descrever o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. Nesta, os brônquios sofrem
inflamação e fibrose. No enfisema, os sacos alveolares são destruídos progressivamente.
Nos dois casos, há dificuldade respiratória progressiva. O fumo é responsável pela
maior parte das mortes associadas à DPOC. Outro fator de risco é a poluição do ar.
Fibrose pulmonar: é uma doença pulmonar intersticial caracterizada por fibrose
do tecido entre os sacos alveolares, inflamação dos alvéolos e enrijecimento dos
pulmões. Tem diversas causas:
• Exposição ocupacional ou ambiental a pequenas partículas, incluindo
substâncias inorgânicas, como carvão, etc.
• Exposição repetida a substâncias orgânicas, como feno mofado, fezes de
animais e poeira de grãos, pode causar pneumonite por hipersensibilidade e fibrose
pulmonar.
• Substâncias e medicamentos tóxicos para os pulmões
• Radioterapia e etc.

Infecções podem afetar principalmente todo o corpo, incluindo os pulmões, ou


se desenvolver na pleura, membrana que envolve os pulmões. Podem ser agudas ou
crônicas, e ser causadas por bactérias, vírus ou, mais raramente, fungos. Pneumonia é
uma inflamação pulmonar aguda provocada por diversos micro-organismos. Gripe é

189
uma doença aguda sistêmica causada por vírus que inclui sintomas respiratórios.
Tuberculose e microbacterioses atípicas são infecções crônicas vistas com mais
frequência em pessoas imunodeprimidas, como pacientes com HIV/AIDS. As infecções
por microbactérias se desenvolvem devagar e podem ser sistêmicas ou limitadas aos
pulmões.
Câncer de pulmão: é um crescimento descontrolado de células pulmonares. Há
dois tipos principais: câncer de células pequenas e câncer de células não pequenas. Os
pulmões também podem ser invadidos por células cancerosas provenientes de outros
tecidos.
Hipertensão pulmonar: se caracteriza por estreitamento dos casos sanguíneos
pulmonares, dificultando a circulação e aumentando o esforço do coração. Pode
coexistir com diversas doenças pulmonares e provocar insuficiência cardíaca.
Embolia pulmonar: ocorre quando um coágulo formado nas veias das pernas ou
da pelve é transportado pela circulação até obstruir um vaso sanguíneo dos pulmões,
resultando em dor torácica aguda, falta de ar e tosse. Precisa de cuidados médicos
urgentes, porque envolve risco de vida.
Displasia bronco-pulmonar: é uma doença observada principalmente em bebês
prematuros submetidos à oxigenoterapia ou ventilação mecânica prolongada, mas
também é vista após toxicidade do oxigênio ou pneumonia. As vias aéreas sofrem
inflamação e fibrose, e não se desenvolvem normalmente.
Síndrome de sofrimento respiratório do recém-nascido: é um problema
respiratório grave que ocorre em crianças nascidas mais de seis semanas antes do prazo
previsto. Esses bebês prematuros não são capazes de produzir uma quantidade suficiente
de surfactante, uma substância que protege os alvéolos. Sem surfactante, os pulmões
não são capazes de se expandir normalmente, a as trocas gasosas são prejudicadas.
Síndrome de sofrimento respiratório do adulto: é uma inflamação aguda difusa
dos pulmões que ocorre após muitos tipos de lesão pulmonar, incluindo infecções virais
ou bacterianas, sepse, traumatismos, transfusões múltiplas, abuso de drogas ou inalação
de substâncias como água salgada ou fumaça.
Fibrose cística: é uma doença hereditária que afeta os pulmões, o pâncreas e
outros órgãos. O suor é salgado e é produzido um muco espesso que dificulta a
respiração e a secreção pancreática, prejudicando a absorção de alimentos e causando
desnutrição.
Os sinais e sintomas associados a doenças pulmonares variam entre pessoas e

190
com o tempo. Cada doença tem suas próprias características, mas há sinais e sintomas
comuns a muitas doenças pulmonares, incluindo tosse persistente e dispneia, sibilos,
respiração ofegante, tosse com sangue ou escarro, e dor torácica. Pessoas com doenças
obstrutivas, como doença pulmonar obstrutiva crônica, têm dificuldade de expirar. A
falta de oxigênio no sangue pode dar uma coloração azulada à pele. Algumas pessoas
podem mostrar baqueteamento de dedos, alargamento das pontas dos dedos e das unhas.
Os objetivos dos exames são diagnosticar doenças pulmonares, determinar as causas e
avaliar a gravidade. Com frequência, são pedidos gasometria arterial, para avaliar os
níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue, teste de função pulmonar e
radiografias ou tomografia computadorizada para examinar a estrutura dos pulmões.
• Gasometria arterial - Uma amostra de sangue arterial é colhida para
avaliar o pH, o oxigênio e o dióxido de carbono.
• Hemograma - Para pesquisar anemia
• Exames para fibrose cística (pesquisa de genes da fibrose cística , cloreto
no suor, tripsinogênio no sangue, tripsina nas fezes) – Para pesquisar mutações e
diagnosticar fibrose cística
• Alfa-1 antitripsina – Para verificar se há deficiência.
• Cultura de escarro – Para diagnosticar infecções bacterianas pulmonares.
• Pesquisa e cultura de bacilos álcool-ácido resistentes – Para diagnosticar
tuberculose e micobacterioses atípicas
• Hemocultura – Para diagnosticar disseminação no sangue de infecções
por bactérias ou fungos.
• Influenza – Para diagnóstico de gripe.
• Biópsia pulmonar – Para avaliar lesões e pesquisar câncer de pulmão.
• Citologia do escarro – Para pesquisar alterações e células cancerosas.
• Testes de maturidade pulmonar fetal – Podem incluir relação
lecitina/esfingomielina, fosfatidilglicerol, índice de estabilidade da espuma do líquido
amniótico, contagem de corpos lamelares no líquido amniótico. São usados para
verificar a maturidade fetal e o risco de sofrimento respiratório do recém-nascido antes
de um parto cesariano ou um trabalho de parto prematuro.
• Dosagens de drogas – Para avaliar abuso de drogas, que pode causar
sofrimento respiratório em adultos.
Exames de imagem

191
• Radiografia do tórax – Para avaliar a estrutura dos pulmões e a cavidade
torácica.
• Tomografia computadorizada – Para uma avaliação mais detalhada da
estrutura pulmonar.
• Ressonância magnética – Visão detalhada dos órgãos e dos vasos do
tórax.
• Ultrassonografia – Para detectar líquido na cavidade pleural
• Cintilografia pulmonar – Para detectar embolia pulmonar e, raramente,
para avaliar a eficácia do tratamento de câncer de pulmão.
• Tomografia por emissão de pósitrons – Para diagnosticar câncer de
pulmão.

Outros exames
• Eletrocardiograma – Para examinar o ritmo cardíaco e determinar se uma
doença cardíaca está afetando a respiração.
• Estudos do sono – Realizados em centros especiais para determinar se
uma pessoa respira normalmente durante o sono.

Tratamento

Os objetivos do tratamento são evitar doenças respiratórias sempre que possível,


tratar infecções evitando sua disseminação, reduzir a inflamação e o progresso das
lesões pulmonares, aliviar os sintomas, facilitar a respiração e minimizar efeitos
colaterais de alguns tratamentos.
Muitos casos de doenças pulmonares podem ser evitados por abstenção do fumo
e minimizando exposições a partículas, como asbesto, carvão, berílio, sílica, mofos,
poeira de grãos, poluição e substâncias que afetam os pulmões. Pessoas
imunodeprimidas, com doenças pulmonares e muito jovens ou idosas podem se
beneficiar de vacinas contra gripe e pneumococos, para reduzindo os riscos de gripe e
de pneumonia.
Bronquite: é a inflamação dos brônquios. Existem dois tipos, a bronquite aguda,
que geralmente é causada por vírus ou bactérias e que dura diversos dias até semanas, e
a bronquite crônica com duração de anos, não necessariamente causada por uma
infecção, e geralmente faz parte de uma síndrome chamada DPOC (doença pulmonar

192
obstrutiva crônica). Em pessoas com bronquite crônica, as vias aéreas estão estreitas,
tensas e muitas vezes cheias de muco, resultando na redução da passagem do ar.
A bronquite aguda ou crônica é caracterizada por tosse e expectoração (que
expulsa, por meio da tosse, secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões) e
sintomas relacionados à obstrução das vias aéreas pela inflamação e pelo expectorado,
como dificuldade de respiração e chiados. O tratamento pode ser realizado com
antibióticos, broncodilatadores, entre outros. A bronquite aguda é frequentemente
causada por vírus que infectam o epitélio dos brônquios, resultando em inflamação e
aumento da secreção de muco. Tosse, um sintoma comum de bronquite aguda,
desenvolve-se em uma tentativa de expulsar o excesso de muco dos pulmões. Outros
sintomas comuns incluem dor de garganta, corrimento e congestão nasal (coriza), baixo
grau de febre, pleurisia, mal-estar, e a produção de catarro.
Ela geralmente se desenvolve durante o curso de uma infecção respiratória,
como a gripe comum. Cerca de 90% dos casos de bronquite aguda é causada por vírus,
incluindo o rinovírus, adenovírus e influenza. Bactérias, incluindo Mycoplasma
pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e Bordetella pertussis, representam cerca de
10% dos casos.
O Tratamento para bronquite aguda é principalmente sintomático. Anti-
inflamatórios podem ser usados para tratar a febre e dor de garganta.
Descongestionantes podem ser úteis em pacientes com congestão nasal, e expectorantes
pode ser utilizado para soltar muco e catarro. Mesmo sem tratamento, a maioria dos
casos de bronquite aguda resolve rapidamente.
A Bronquite crônica, um tipo de doença pulmonar obstrutiva crônica, é definida
por uma tosse produtiva que dura de três meses a dois anos. Outros sintomas podem
incluir chiado e falta de ar, especialmente durante exercícios físicos. A tosse é muitas
vezes pior logo depois de acordar, e o catarro produzido pode ter uma cor amarela ou
verde, podendo apresentar estrias de sangue. É causada por uma lesão recorrente ou
irritação do epitélio respiratório dos brônquios, resultando em crônica a inflamação,
edema (inchaço), e aumento da produção de muco pelas células caliciformes. O fluxo de
ar para dentro e para fora dos pulmões é parcialmente bloqueada devido do muco
inchaço e extra nos brônquios ou devido a reversível broncoespasmo. A maioria dos
casos de bronquite crônica são causados por fumar cigarros ou outras formas de tabaco.
Inalação crônica de vapores irritantes ou poeira de exposição ocupacional ou a poluição
do ar também pode ser causador. Cerca de 5% da população tem bronquite crônica, e é

193
duas vezes mais comum em mulheres que em homens.
A bronquite crônica é tratada com os sintomas. Inflamação e edema do epitélio
respiratório pode ser reduzida com inalado corticosteroides. Chiado e falta de ar pode
ser tratada através da redução broncoespasmo (estreitamento reversível dos brônquios
de menor devido à constrição do músculo liso) com broncodilatadores inalatórios, como
β-adrenérgicos agonistas (por exemplo, salbutamol) e inalados anticolinérgicos (por
exemplo, brometo de ipratrópio). Hipoxemia também pouco oxigênio no sangue pode
ser tratada com oxigênio suplementar. No entanto, a suplementação de oxigênio pode
resultar em diminuição do impulso respiratório, levando a níveis sanguíneos
aumentados de dióxido de carbono e subsequente acidose respiratória.
O método mais eficaz de prevenir bronquite crônica e outras formas de DPOC é
evitar fumar cigarros e outras formas de tabaco.
Pneumonia: é uma doença inflamatória no pulmão—afetando especialmente os
sacos de ar microscópicos (alvéolos)-associada a febre, sintomas no peito e falta de
espaço aéreo (consolidação) em uma radiografia de tórax. A pneumonia é geralmente
causada por uma infecção, mas há uma série de outras causas. Os agentes infecciosos
são: bactérias, vírus, fungos e parasitas. Os sintomas típicos incluem tosse, dor torácica,
febre e dificuldade para respirar. As ferramentas de diagnóstico incluem raios-X e
exame de escarro. Vacinas para prevenir alguns tipos de pneumonia estão disponíveis.
O tratamento depende da causa fundamental com presunção de pneumonia bacteriana
podendo ser tratada com antibióticos.
Os sintomas mais comuns da pneumonia são febre de 39°C a 40°C,suor frio,
calafrios, respiração rápida e curta, tosse com catarro amarela ou esverdeada, sendo que
em alguns tipos de pneumonia, a tosse pode vir seca ou sem catarro, dores no peito ou
no tórax, além de problemas para respirar, diarreias, vômitos, náuseas e fadiga. Febre,
no entanto, não é muito específica, já que ocorre em muitas outras doenças comuns, e
podem estar ausentes em pacientes com doença grave ou desnutrição. Além disso, uma
tosse é frequentemente ausente em crianças com menos de dois meses de idade.
Sintomas mais graves podem incluir: cianose central, diminuição de sede, convulsões,
vômitos persistentes, ou uma diminuição do nível de consciência.
Algumas causas de pneumonia estão associadas com clássicas, mas não
específicas características clínicas. Pneumonia causada pela Legionella pode ocorrer
com dor abdominal, diarreia ou confusão, enquanto a pneumonia causada por
Streptococcus pneumoniae está associada com expectoração com cor enferrujada, e a

194
pneumonia causada por Klebsiella pode ter expectoração com sangue, muitas vezes
descrita como "geleia de groselha". As pessoas que tem mais tendência em pegar
pneumonia são idosos com mais de 65 anos, bebês, crianças pequenas, pessoas que tem
outros problemas de saúde, como diabetes, doença hepática crônica, estado mental
alterado, desnutrição, alcoolismo, pessoas que tem o sistema imunológico frágil por
causa da AIDS, transplante de órgãos ou quimioterapia. Também correm risco de pegar
pneumonia pessoas com doenças pulmonares, como asma, enfisema e também pessoas
que têm dificuldade de tossir, sofreram derrames, fizeram ou fazem uso de sedativos e
pessoas com mobilidade limitada.
A pneumonia bacteriana é tratada por antibióticos e, dependendo do caso, pode
ser tratado com internação. Em casos mais graves, uma internação é necessária na
Unidade de Tratamento Intensivo, conhecida como UTI. As medicações podem ser
tanto via oral ou por injeções, aplicadas na veia ou no músculo. Além das medicações,
como auxiliar no tratamento, pode ser usada a fisioterapia respiratória. Os
fisioterapeutas podem utilizar vibradores no tórax, exercícios respiratórios e tapotagem,
que é a percussão do tórax com os punhos, para retirar as secreções que estão dentro dos
pulmões e fazendo com que o paciente possa ser curado mais rapidamente.
Em caso de pneumonias virais, o tratamento é só de suporte. Ela é tratada com
dieta adequada, oxigênio, caso seja necessário e medicações para dor e febre. Em casos
de pneumonias causadas por fungos, antimicrobianos específicos são utilizados. A
prevenção inclui vacinação, medidas ambientais, e o tratamento de outras doenças de
forma adequada.

195
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