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Manual de Boas Práticas de Fabricação
Manual de Boas Práticas de Fabricação
Manual de Boas Práticas de Fabricação
2021A
1. Painel
2. Meus cursos
3. HIGIAL2021A
Podemos afirmar que alimento seguro é aquele que apresenta um risco mínimo de contrair
doença a quem o consome, cuja origem pode ser biológica, com a participação de
microrganismos, suas toxinas etc., química, pela presença de resíduos de agrotóxicos
aplicados nas lavouras, de antibióticos aplicados em animais etc. ou física, pela presença de
fragmentos de vidro, pedra, metais etc.
[...] estou convencido que, na maioria das vezes, os atuais métodos de Inspeção não são
satisfatórios. Eles foram concebidos para identificar problemas que ocorriam nas décadas
passadas mas que, nos dias de hoje, deixaram de ser os perigos mais sérios relacionados
com os alimentos ...é chegada a hora de os pecuaristas começarem a tomar medidas
concretas para eliminar os microrganismo patogênicos da cadeia alimentar. É necessário dar
ênfase ao desenvolvimento e implementação de medidas preventivas para o controle desses
riscos, através da colaboração entre as autoridades governamentais e os setores responsáveis
da indústria de alimentos. (ALMEIDA, 2000).
A realidade tem mostrado que somente o emprego do controle de qualidade tradicional,
mesmo com a implementação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e as inspeções
internas na fábrica, apesar de necessárias, não são suficientes no controle das doenças de
origem alimentar e, consequentemente, não podendo classificar como seguro o alimento
assim produzido.
Para o Códex Alimentarium (2006), a segurança dos alimentos representa a garantia de que
o alimento não causará dano ao consumidor quando preparado e / ou consumido de acordo
com seu uso pretendido.
Observe aquele alimento que você consume com frequência, que pode ter sido comprado na
padaria (pão, leite, queijo etc.) ou no açougue (carne moída, por exemplo) próximo a sua
casa, e tente refletir sobre as possibilidades de contaminação.
No comércio entre as nações, as cadeias produtivas alimentares são orientadas pela ISO
(Organização Internacional de Normalização) 22000:2005, norma internacional que
especifica os requisitos para um sistema de gestão da segurança dos alimentos, integrando
os programas de pré-requisito e os princípios do Sistema de Análise de Perigos e Pontos
Críticos de Controle (APPCC) e as suas etapas de aplicação desenvolvidas pela Comissão
do Codex Alimentarius.
https://youtu.be/cg2V1AktWyE
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são um conjunto de diretrizes e regras para o correto
manuseio de produtos, abrangendo todas as etapas do processo produtivo, desde as
matérias-primas até o produto final, de forma a garantir a segurança do que é produzido
pela indústria alimentícia. O MDA definiu o esquema de controle de processos, onde cada
etapa da produção deve possuir um controle, de forma que o produto final possua qualidade
assegurada:
Mares, rios, lagos etc. têm sido utilizados como destino final de esgotos domésticos e/ou
industriais. Por isso, a contaminação das águas se torna um problema grave. Ainda
agravando a situação, muitos peixes e mariscos que crescem nessas águas contaminadas
fazem parte da nossa alimentação.
Algumas doenças como a hepatite, a febre tifoide e muitas gastroenterites tem sido
atribuídas ao consumo desses produtos, mesmo se apresentado ao consumidor como
normais em termos de sabor e aspecto geral. A água se apresenta como um elemento
importante na produção de alimentos, como componente de muitos produtos ou como
agente de limpeza necessitando, portanto, ser de boa qualidade.
A água contém microrganismos provenientes das partículas do solo que transporta e das
águas da chuva que arrastam microrganismos do ar para o solo e cursos de água. Espécies
patogênicas de algumas bactérias, alguns vírus e alguns parasitas, excretados por pessoas ou
por animais, vão contaminar a água e constituem assim um risco para a saúde pública. Além
dos esgotos, as atividades agrícolas e a pecuária, e quando não são tratados, são fontes
importantes de contaminação aquática.
Por sua vez, a água que é utilizada para preparar, lavar e refrescar os alimentos pode
constituir uma fonte de contaminação importante. O gelo utilizado para conservar ou
arrefecer bebidas e alimentos apresenta idênticos perigos e pode ser uma fonte de
contaminação com organismos patogênicos (MIRANDA; SANTOS, 2002).
Contaminação pelo ar
Um dos ambientes mais hostis para muitos microrganismos é a atmosfera. No ar, não
existem umidade e nutrientes suficientes para o desenvolvimento dos microrganismos.
Apesar de muitos deles morrerem e de nenhum conseguir multiplicar-se na atmosfera, um
número significativo tem capacidade para sobreviver e utilizar a turbulência do ar como
meio de dispersão e subsequente contaminação de alimentos.
Durante o abate, as carnes podem ser contaminadas com bactérias presentes no intestino do
animal. Por uma questão de precaução, deve considerar-se que as carnes cruas e os líquidos
que liberam estão potencialmente contaminados com microrganismos patogênicos.
Tal como os outros animais, o ser o humano é portador de microrganismos. Na pele limpa
pode ser encontrado em torno de um milhão de microrganismos por centímetro. O nariz, a
boca e a garganta são colonizados por vários microrganismos. Os cortes e as feridas alojam
microrganismos. Os excrementos contêm cerca de dez bilhões de microrganismos por
grama. Estes microrganismos encontram-se naturalmente presentes no nosso organismo,
sendo inofensivos em condições normais de saúde. Muitos desses microrganismos têm
capacidade para causar doenças quando estão em número elevado, por isso é importante
evitar o seu acesso e a sua multiplicação nos alimentos.
Para atender a legislação sanitária, no que diz respeito às Boas Práticas de Fabricação (BPF)
é necessário que na implantação de um estabelecimento processador de alimentos seja
observado os requisitos necessários na escolha do local da edificação (prédio), no projeto de
construção e instalação e, posteriormente, na qualidade da matéria-prima, no processamento
e na higiene ambiental e dos manipuladores de alimentos envolvidos.
Produção primária
A produção primária, incluindo a produção agrícola e pecuária, deve ser praticada de forma
a garantir que o alimento seja seguro e adequado para o uso ao qual se destina, evitando o
cultivo de áreas que representem uma ameaça à segurança dos alimentos; controlando os
contaminantes, as pragas e as doenças de animais e plantas e adotando práticas e medidas
para garantir que o alimento seja produzido em condições de higiene apropriadas. Portanto,
reduzindo a probabilidade de que os perigos potenciais possam afetar a segurança dos
alimentos ou sua adequação ao consumo em etapas posteriores na cadeia de produção
agroindustrial.
Higiene pessoal
O requisito higiene pessoal estabelece as regras de BPF, as quais têm como objetivo
garantir às pessoas que entrem em contato direto ou indireto com os alimentos que não os
contaminem, mediante a manutenção de um grau apropriado de higiene pessoal e
comportamento e atuação de forma apropriada.
As pessoas que não mantêm um grau adequado de higiene pessoal ou que apresentam certas
doenças ou condições de saúde ou que se comportam inapropriadamente podem contaminar
os alimentos e transmitir doenças aos consumidores.
Estado de saúde
Entre as condições de saúde que devem ser comunicadas à gerência para avaliar a
necessidade de uma pessoa ser submetida a exame médico e ou afastada da atividade de
manipulação de alimentos, podem-se incluir: hepatite; diarreia; vômitos; febre; inflamação
na garganta com febre; lesões na pele visivelmente infectadas (furúnculos, cortes, etc.);
secreção dos ouvidos, olhos ou nariz.
Veja as situações em que as mãos devem sempre ser lavadas: antes do início das atividades
de manipulação dos alimentos; após cada intervalo de trabalho; imediatamente após o uso
do banheiro; após usar lenço ou equivalente e após a manipulação de alimentos crus ou
quaisquer materiais contaminados, caso haja possibilidade de eles contaminarem outros
produtos alimentícios. Deve-se evitar manipular alimentos já prontos para o consumo,
quando possível.
Cortes e feridas na pele devem ser cobertos com curativos coloridos à prova d’água, caso o
pessoal possa continuar trabalhando.
Os manipuladores devem evitar comportamentos que favoreçam a contaminação dos
alimentos, como, por exemplo, fumar; cuspir; mascar ou comer; espirrar ou tossir sobre
alimentos não protegidos.
Objetos pessoais como joias, relógios, brincos ou outros não devem ser usados ou trazidos
para áreas de manipulação de alimentos, pois representam ameaça à segurança dos
alimentos. Apenas a aliança de matrimônio pode ser tolerada.
Quanto aos equipamentos, estes são instalados de forma que permitam a manutenção e
limpeza adequadas, funcionem conforme o uso a que se destinam e facilitem as boas
práticas de higiene, incluindo monitoramento.
As superfícies de trabalho que entram em contato direto com os alimentos devem estar em
boas condições de conservação, ser duráveis e de fácil limpeza, manutenção e desinfecção.
Confeccionadas em material liso, não absorvente e se apresentarem inertes aos alimentos,
aos detergentes e aos desinfetantes, sob condições normais de operação.
As janelas e outras aberturas que deem acesso à unidade devem estar providas de telas
(abertura igual ou inferior a 2 milímetros) de proteção contra o acesso de insetos, enquanto
que para as portas é recomendado que sejam constituídas em material não absorvente, de
fácil limpeza e com fechamento automático (mola ou sistema eletrônico) e com distância
máxima de um centímetro do piso. As cortinas de ar nas portas de acesso à área de
produção, também, é uma alternativa para se evitar a entrada de insetos.
As estruturas auxiliares, tais como, escadas de mão, plataformas e estrados devem ser
constituídos de material adequado, de fácil limpeza e que não favoreçam a contaminação
dos alimentos.
Abastecimento de água
Na manipulação dos alimentos deve ser utilizada somente água potável, exceto nos
seguintes casos:
Na reutilização, a água recirculada deve ser tratada e mantida em condições que seu uso não
represente nenhum risco à segurança e adequação dos alimentos. O processo de tratamento
deve ser monitorado de maneira eficaz. A água recirculada que não tenha recebido
tratamento posterior e a água recuperada do processamento dos alimentos, por evaporação
ou dessecação, pode ser utilizada desde que não constitua nenhum risco.
O processo de tratamento da água deve ser mantido sob constante vigilância. Por outro lado,
a água recirculada que não tenha recebido tratamento posterior pode ser utilizada nas
condições em que o seu emprego não constitua um risco para saúde e nem contamine a
matéria-prima nem o produto final. Deve haver um sistema separado de distribuição que
possa ser identificado facilmente, para a utilização da água recirculada. Qualquer controle
de tratamento para a utilização da água recirculada em qualquer processo de elaboração de
alimentos deve ter sua eficácia comprovada e deve ter sido prevista nas boas práticas
adotadas pelo estabelecimento e devidamente aprovadas pelo organismo oficialmente
competente (ROSSO; MUCELIN, 2011).
Como ingrediente
Sempre que necessário, será utilizada água potável na formulação de alimentos no sentido
de se evitar contaminações.
O gelo e o vapor são produzidos com água que atenda aos requisitos sanitários à produção,
manipulação e armazenagem. O vapor que entra em contato direto com os alimentos ou
com as superfícies de contato com os alimentos não deve constituir uma ameaça à sua
segurança e adequação destes.
Meios adequados para lavagem e secagem higiênicas das mãos, incluindo lavatórios e
abastecimento de água quente e fria (ou de água com a temperatura devidamente
controlada);
Qualidade do ar e ventilação
Os sistemas de ventilação devem ser projetados e construídos de tal forma que o ar não
circule de áreas contaminadas para limpas e que possam ser submetidos à adequada
manutenção e limpeza, quando necessário.
Iluminação
Referências:
https://youtu.be/pr4eysXvvnM
As pragas (como ratos, abelhas, baratas e aranhas) representam uma séria ameaça à
segurança e adequação dos alimentos. As infestações por pragas podem ocorrer em locais
que favoreçam a proliferação e onde haja disponibilidade de alimentos. As boas práticas de
higiene, a inspeção de materiais recebidos e o monitoramento podem minimizar a
probabilidade de infestação e, portanto, a formação de um ambiente propício às pragas e,
consequentemente, a redução da necessidade do uso de pesticidas (CÓDEX
ALIMENTARIUS , 2006).
As edificações devem ser mantidas em boas condições de conservação para evitar o acesso
de pragas e eliminar os locais potenciais para sua proliferação. Os orifícios, os drenos e
outros locais onde as pragas podem ter acesso devem ser mantidos fechados. As telas
colocadas, por exemplo, em janelas abertas, portas e aberturas de ventilação reduzem o
problema do acesso de pragas. Os animais, sempre que possível, devem ser impedidos de
entrar nas áreas das fábricas e das plantas de processamento de alimentos.
Estar registrada junto aos órgãos de defesa sanitária e Secretaria Estadual de Saúde
Pública;
Apresentar um responsável técnico, conforme legislação vigente;
Dispor de equipamentos de proteção individual e/ou coletiva (EPI e EPC)
específicos para a realização do serviço, como máscara, trajes e aventais.
O serviço deve assegurar a prevenção de pragas e a monitorização do processo, bem
como o rápido tratamento em casos de emergência;
Elaboração de documento que confirme que todos os compostos utilizados atendem
a legislação local para uso em indústrias alimentícias;
Providência de material para informar e capacitar os funcionários nos assuntos
relacionados ao controle de pragas.
Na documentação referente aos serviços prestados por empresa contratada devem constar as
áreas onde serão realizados os serviços; a composição das substâncias químicas e
compostos utilizados na formulação; forma de aplicação e seus respectivos antídotos
(substâncias que anulam o efeito tóxico no organismo). Os inseticidas empregados, quando
necessário, nas áreas internas da fábrica, áreas de estocagem, escritórios e vestiários devem
ser de baixa toxicidade. A contratada deve fornecer boletins técnicos das formulações
aplicados.
Um anel sanitário de proteção é formado nas áreas externas do prédio através da colocação
de porta-iscas invioláveis ou postos de iscagem fixos, mapeados e identificados. As iscas
agem no animal por ingestão de dose ou contato. Nas áreas internas não é permitido a
colocação de iscas raticidas, portanto, devem ser instaladas placas adesivas (atóxicas) para
monitoração e captura dos roedores.
A monitoração deve ser realizada a cada trinta dias, aproximadamente, após a realização da
“desinsetização” e “desratização” e, após a constatação de alguma falha serão
implementadas as ações corretivas.
Controle de moscas
Controle de baratas
Baratas domésticas são aquelas que vivem em residências (domicílios ou outras estruturas
construídas pelo homem), no peridomicílio (ao redor dessas estruturas) e seus anexos, como
caixa de gordura, esgoto, bueiros e outros locais úmidos e escuros.
São onívoras, ou seja, as baratas comem de tudo que tenha algum valor nutritivo para elas.
Particularmente atraídas por alimentos doces, gordurosos e de origem animal. No entanto,
podem se alimentar de queijos, cerveja, cremes, produtos de panificação, colas, cabelos,
células descamadas da pele, cadáver e matérias vegetais (ZUBEN, 2004).
Os ratos pertencem à ordem que abrange todos os roedores. As três espécies de importância
para o homem são: Mus musculus (camundongo), Rattus norvegicus (ratazana) e Rattus
rattus (rato de telhado). Essas espécies costumam aparecer isoladamente, porém, em
algumas situações, podemos ter até duas espécies infestando uma determinada área. A
Organização Mundial da Saúde estima prejuízos na ordem de US$ 10,00 para cada roedor e
pressupõe a existência de três roedores por habitante. No caso do Brasil, que possui cerca de
duzentos milhões de habitantes, o prejuízo anual esperado está acima de US$4,0 bilhões.
Os roedores competem diretamente com o homem por alimentos, uma vez que atacam,
desde as culturas agrícolas até os produtos armazenados, industrializados ou não. Estima-se
uma perda anual de até 8% da produção mundial de cereais e raízes. Estima-se também que
cada roedor consuma por dia o equivalente a 10% de seu peso. As perdas ainda podem ser
maiores se considerarmos a contaminação dos alimentos, urina e fezes e o desperdício pelo
rompimento de sacarias e outras embalagens.
Uso de telas e calafetação nos locais de acesso como telhas, calhas, janelas;
Uso de molas em portas para permanecerem sempre fechadas;
Ausência de resíduos de alimentos na área externa;
Uso de telas ou cortinas nos vãos de entradas;
Instalação de espículas no parapeito da janela.
Uma regra básica: as caixas de papelão das matérias-primas devem ser descartadas,
entrando na área de produção apenas o conteúdo. No caso de sacos constituídos de várias
capas de papel, retirar a capa mais externa com o objetivo de se evitar contaminação
cruzada.
O MBPF deve se apresentar como uma descrição real dos procedimentos técnicos e de
higiene para cada estabelecimento processador de alimentos, em particular, envolvendo os
pré-requisitos básicos para uma perfeita produção de alimentos (UFSC, 2012). Também,
podendo se apresentar para produtos específicos, a exemplo do “Manual de Boas Práticas
de Fabricação de Produção de Polpa de Fruta Congelada” da Embrapa/CE.
1. Apresentação
2. Objetivo: Descrever de maneira objetiva e clara a finalidade do MBPF e em quais
áreas e setores do estabelecimento será aplicado.
3. Documentos e legislação referenciados: Indicar os documentos e legislação que
referenciam e legitimam o MBPF (leis, portarias, resoluções, normas técnicas,
bibliografia técnica etc.), tais como, a legislação sanitária federal em vigor a
Portaria MS nº 1428/93, Port. MS nº 326/ 97 – (MBPF) – e RDC ANVISA nº
275/02 – (POP) e “ Os elementos de apoio para o sistema APPCC”.
4. Definições: Citar definições que sejam necessárias para o entendimento do manual,
tais como:
Razão Social
Endereço
Responsável técnico (Nome/ formação) e número do registro no conselho
profissional ou número do documento de identificação (CI ou CPF)
Licença de Localização (órgão emissor, nº e período de validade)
Alvará sanitário (órgão emissor, nº e período de validade/ anexar cópia)
Lista de produtos manipulados
Equipe de Boas Práticas: (nome / cargo na empresa / função na equipe)
10. Higiene na produção
Ainda, conforme os requisitos gerais da RDC 275 – item 4.1.2, “Os POPs devem ser
aprovados, datados e assinados pelo responsável técnico, responsável pela operação,
responsável legal e ou proprietário do estabelecimento, firmando o compromisso de
implementação, monitoramento, avaliação, registro e manutenção dos mesmos”.
Referência:
https://youtu.be/5JelULn9wKQ
Existem vários fatores importantes que devem ser considerados na caracterização do perigo,
os quais estão relacionados tanto aos microrganismos quanto aos hospedeiros humanos. Em
relação aos microrganismos contaminantes, de acordo com o Códex Alimentarius (2006), os
seguintes fatores são importantes:
Histórico
No início dos anos 1970, o conceito HACCP foi tornado público durante a National
Conference on Food Protection e nos anos seguintes a U.S. Food and Drug
Administration (FDA) iniciou o treinamento de seus inspetores e processadores de
alimentos da baixa acidez com base nos seus princípios.
O APPCC oferece um alto nível de segurança aos alimentos. Contribui para a redução de
custos, não só por evitar análises do tipo "aceita/rejeita" mas também por diminuir
substancialmente a destruição ou reprocessamento de produtos, o que corresponde a um
aumento de produtividade com qualidade e segurança.
Por ser racional, contínuo e dinâmico, torna-se também mais econômico, já que os recursos
concentram-se nos principais problemas e nas medidas preventivas associadas. Também
contribui para a consolidação da imagem e da credibilidade da empresa junto aos clientes, o
que aumenta sua competitividade tanto no mercado interno como no externo.
Aplicação
O sistema APPCC pode ser aplicado ao longo da cadeia produtiva agroindustrial, desde a
produção primária, de origem animal ou vegetal, passando pelo processamento
agroindustrial até chegar à mesa do consumidor. O êxito do sistema exige o compromisso
total e participação da administração e dos trabalhadores e também um enfoque da equipe
em que deverão ser incluídos os experts apropriados como pessoal de produção e higiene,
técnicos, microbiologistas, químicos e engenheiros.
Ao final, a equipe APPCC deve dispor de uma planilha com todos os pontos críticos e as
respectivas fontes de contaminação e ações preventivas, considerando o fluxograma
produtivo já conhecido. Em seguida, serão identificados os pontos críticos de controle
(PCC), conforme o princípio 2.
Os Pontos Críticos de Controle (PCC) são os pontos caracterizados como aqueles realmente
críticos à segurança dos alimentos e restritos ao mínimo possível. Nesta etapa não são
considerados aspectos da qualidade geral do produto. Conceitualmente, os PCC são
definidos como pontos, etapas ou procedimentos nos quais podem ser aplicadas medidas de
controle (preventivas) com o objetivo de manter um perigo sob controle. Em alguns
processos produtivos, uma única medida preventiva pode eliminar completamente um ou
mais perigos.
Para determinação dos Pontos de Críticos (PC) e dos PCC, recomenda-se observar se o
perigo pode ser avaliado pelo programa de pré-requisitos. Caso possa, trata-se de um Ponto
Crítico. Se não puder ser controlado, mas houver medidas preventivas, pode tratar-se de um
PCC.
Esse recurso de observação e avaliação, inclusive, recomendado pelo Códex Alimentarius,
deve ser flexível para adequação ao tipo de operação a analisar. Por exemplo,
processamento com transformação, processamento mínimo, abate de animais,
armazenamento, distribuição e outras. Assim, o Diagrama Decisório dever ser usado como
um guia e pode, eventualmente, não ser aplicável a todas as situações, podendo ser usadas
outras abordagens para identificação dos PCCs. Para orientar o trabalho, todo o processo
deve ser examinado e várias perguntas podem ser feitas em relação ao produto:
Os limites devem ser associados a medidas de parâmetros importantes para o controle dos
PCC, tais como temperatura, tempo, pH, atividade de água, acidez titulável, teor de
substâncias químicas etc. Em determinadas situações podem ser usados outros parâmetros
como, por exemplo, um ingrediente que não contenha salmonella ou o nível de cloro da
água para resfriar as latas em um processo de apertização.
As ações corretivas específicas devem ser desenvolvidas para cada PCC de forma a
controlar um desvio observado nos limites críticos, garantindo novamente a segurança do
processo. As medidas a serem adotadas dependerão do método de monitoração, podendo
incluir: ajustes de temperatura e/ou de tempo; aferição dos termostatos; diminuição de Aa
(atividade de água) ou de pH; alteração das formulações ou das recomendações sobre
preparo e condições de conservação; recolhimento e destruição de lote de produto.
Validação do APPCC
A validação do APPCC tem como base a coleta de informações para subsidiar as decisões e
suposições feitas durante o estudo do sistema, aumentando, assim, a confiança de que o
sistema irá funcionar. Uma vez que tem sido implementado o APPCC, a verificação é
necessária para assegurar a conformidade com o plano e que o sistema esteja funcionando
como previsto.
Conforme Peña (2006), a validação está relacionada com a obtenção de evidência, em que
os elementos do plano APPCC demonstrarão ser efetivos. Desse modo, a validação deve ser
alcançada através da avaliação de dados técnicos e científicos, reunidos e empregados na
elaboração do plano:
Etapas da implantação
Comprometimento
Treinamento de pessoal
Descrição do produto
Imagem 1: <https://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/qualidade-da-carne/validacao-
do-plano-appcc-28114/> Acesso em: 7 nov. 2013.
https://youtu.be/DyBCMHRoGEI
A inspeção sanitária dos produtos de origem animal, em território nacional, foi mencionada
oficialmente em 1909 com a promulgação do Decreto 7.622/1909, que criava a Diretoria de
Indústria Animal e indicava a prática de inspeção sanitária e tecnológica dos produtos de
origem animal. Mais tarde, foi criado o Serviço de Veterinária (Decreto 8.331/1910),
regulamentado em 1911, dispondo de texto legal: “A inspeção sanitária de matadouros,
entrepostos frigoríficos e estabelecimentos de laticínios”.
A inspeção de produtos de origem animal tem como finalidade preservar a saúde pública,
através da inocuidade e integridade dos alimentos com qualidade apropriada ao consumo
humano.
O termo vigilância sanitária tem sua origem na denominação “polícia sanitária”, que a partir
do século XVIII era responsável, entre outras atividades, pelo controle de exercício
profissional e o saneamento, com o objetivo maior de evitar a propagação de doenças
(GERMANO; GERMANO, 2003). Respaldado pela constituição de 1988, foi promulgada a
Lei nº 8.080 de 19/09/1990, cujo artigo 6º – parágrafo 1º, define:
Deve-se ressaltar que a Vigilância Sanitária, em sua função reguladora, é muitas vezes
vista, equivocadamente, como um entrave à produção local. No entanto, é importante
destacar que o papel regulador, adequadamente conduzido, constitui-se em um instrumento
de promoção da qualidade dos produtos e serviços, recebendo, até mesmo, o
reconhecimento internacional e contribuindo para o desenvolvimento nacional (BRASIL,
2006).
De acordo com Brasil (2003), os padrões de segurança alimentar são definidos no Acordo
SPS (Acordo para a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias) da OMC
(Organização Mundial do Comércio) como aqueles relacionados com os aditivos
alimentares, as drogas veterinárias, resíduos de pesticidas, os contaminantes, os métodos de
análise, amostragem e os códigos e manuais de Práticas de Higiene. Esses padrões são
usados como referência pela OMC (WTO). A CCA, nesses anos, estabeleceu limites
máximos de resíduos para 182 substâncias químicas de uso veterinário e em agricultura, 39
códigos de higiene e de Boas Práticas de Fabricação e 227 padrões Codex. Avaliou ainda
cerca de 700 substâncias químicas propostas como aditivos alimentares e estabeleceu níveis
de tolerância recomendados para um número significativo de contaminantes ambientais e
industriais (incluindo radionucleotídeos) em alimentos.
A aceitação dos padrões do Codex por um país deve estar de acordo com seus
procedimentos legais e administrativos estabelecidos referentes à distribuição do produto
em questão, se importado ou nacional, dentro do território sob sua jurisdição. Essa aceitação
pode ser total, programada ou aceitação com restrições específicas.
Padronização de alimentos
A conformidade dos produtos alimentícios às normas e padrões é regulamentada por uma
vasta legislação estabelecida por órgãos normalizadores e fiscalizadores, principalmente, o
Ministério da Saúde / ANVISA e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) e mais o Ministério de Minas e Energia / DNPM (água mineral), Ministério da
Justiça / DPDC e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio / INMETRO.
Todo alimento deve ser produzido de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ)
ou Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) e demais diretrizes
estabelecidas ou aprovados pela autoridade competente.
Em caso de produtos sem PIQ ou RTIQ, a empresa interessada deve apresentar uma
proposta de PIQ ou RTIQ, anexando referências internacionais, na seguinte ordem de
prioridade: Codex Alimentarius, blocos econômicos, FDA/ USA, legislações de outros
países ou atender as diretrizes de avaliação de risco e segurança de uso estabelecidas em
Regulamento Técnico específico.
O Brasil, como um dos integrantes do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), obedece aos
tratados firmados, entre outros, para o comércio de alimentos e esses tratados dão origem às
Resoluções e estas aos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade para os produtos
específicos.
Alcance;
Definição;
Designação;
Referências bibliográficas;
Requisitos específicos;
Requisitos gerais;
Requisitos adicionais de rotulagem.