Manual Pmaislimpa em Padarias e Confeitarias
Manual Pmaislimpa em Padarias e Confeitarias
Manual Pmaislimpa em Padarias e Confeitarias
Presidente
Paulo Fernandes Tigre
Presidente do Sistema FIERGS
Titulares Suplentes
Ademar De Gasperi Arlindo Paludo
Astor Milton Schmitt Paulo Müller
Manfredo Frederico Koehler Pedro Antônio G. Leivas Leite
Titular Suplente
Antônio Carlos Barum Brod Renato Louzada Meireles
Titular Suplente
Neusa Maria de Azevedo Elisete Ramos
DIRETORIA SENAI-RS
José Zortea
Diretor Regional
Elaboração
Michel David Gerber
Wagner Gerber
Endrigo P. Pereira Lima
Colaboração
César Duarte
Revisão gramatical
Jairo Brasil Vieira
_____________________________________________________________
S 491 p SENAI. Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
Produção mais Limpa em padarias e confeitarias/SENAI.
Departamento Regional do Rio Grande do Sul. – Porto Alegre:
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI, 2007.
74 p. il.
mentação de PmaisL.
penho e competitividade.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................08
7. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS........................................................................65
8. DÚVIDAS FREQUENTES.......................................................................................67
REFERÊNCIAS...........................................................................................................70
SITES CONSULTADOS...............................................................................................72
GLOSSÁRIO..............................................................................................................73
INTRODUÇÃO
Sabe-se que há 10.000 anos a.C. já existia o pão, formado pela mistura de farinha e água.
Essa massa era cozida em pedras quentes e como o pão não continha fermento para fazê-
lo crescer e conseqüentemente melhorar suas características físicas, este se apresentava
de forma achatada, duro por fora e macio por dentro. Existem indícios arqueológicos de
que o pão foi o primeiro alimento a ser processado por mãos humanas a partir de uma
matéria-prima natural e praticamente todas as culturas antigas do Oriente Médio faziam
referências ao pão em seus escritos. De acordo com pesquisadores, foi a partir da Revo-
lução Francesa que o consumo de pão de trigo expandiu-se como hábito alimentar no
Ocidente, o que denominou o pão de 50 gramas como “pão francês”.
1. HISTÓRICO DA PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA NO BRASIL
- Pontos Quentes: trata-se de uma tendência de origem européia, onde a padaria abre
uma filial, envia alguns tipos de pães já embalados, bem como outros de pães conge-
lados, para fazer o cozimento no ponto quente.
- Pão de forma: produto obtido pela cocção da massa em formas, apresentando miolo
elástico e homogêneo, com poros finos e casca fina e macia;
- Torrada: produto obtido a partir do pão, obrigatoriamente torrado e com formatos ca-
racterísticos;
A palavra Confeitaria vem do latim Confectum e significa aquilo que é confeccionado com
especialidade. Há quem diga que os Romanos foram os pioneiros nesta área de confeitar
e preparavam bolos e tortas com farinha, aveia, vinhos e até creme de leite, dos quais
resultavam verdadeiras delícias finas. Após a segunda Guerra Mundial, por volta dos anos
de 1950 e 1960, alguns mestres confeiteiros chegaram ao Brasil vindos principalmente
da França e da Áustria. Há doces tipicamente caseiros que carregam a originalidade de
cada país. Por exemplo, no Brasil temos os quindins, babá de moça, bolos de fubá e milho,
roscas doces e queijadinha. O hábito da Confeitaria deve-se à influência dos imigrantes
italianos, franceses, portugueses e alemães, além da introdução de novos equipamentos
e máquinas que facilitaram o trabalho do confeiteiro. Este profissional passou a ter mais
tempo para ler e desenvolver receitas mais requintadas, melhorando a qualidade dos do-
ces. (FLEISCHMANN, 2007)
Apesar do aumento da concorrência, com a venda de pães sendo agora realizada em di-
versos estabelecimentos comerciais, tais como supermercados e lojas de conveniência, tal
situação não vem contribuindo para incrementar o consumo anual per capita de pão no
Brasil, que é de aproximadamente 33 kg/ano, quando o recomendado pela OMS – Orga-
nização Mundial da Saúde é de 60 kg/ano.
10
freqüentem diariamente as padarias brasileiras, sendo que 43% destas empresas en-
contram-se na região sudeste, 24% na região nordeste e 20% na região sul. (PROPAN,
2006). A tabela a seguir mostra a distribuição das padarias nos estados brasileiros.
11
A tabela 2 mostra a classificação das empresas por faturamento.
Do faturamento das padarias, 46% é proveniente da produção própria, sendo que desse
percentual, 45% corresponde ao pão Francês e 55% aos demais produtos.
O lucro bruto médio da panificação no mercado nacional é de 47,62% sobre o faturamen-
to bruto. (PROPAN, 2006). Na figura 1 tem-se a Composição média do faturamento.
O custo fixo sobre lucro bruto varia de 48% a 70%. A matéria-prima representa em média
25% a 35% do preço de venda dos produtos produzidos. A venda do pão francês sobre a
venda total da padaria varia entre 17% e 32%.
As perdas em 80% dos produtos mais vendidos nas padarias correspondem a 3%. As
perdas nos produtos que representam 20% do volume de produção estão entre 15% e
20%.
12
1.3 MEIO AMBIENTE E O SETOR
O tipo de energia utilizada nos fornos está relacionada muitas vezes à data de instalação
da padaria e sua localização. Padarias mais antigas e localizadas em bairros, geralmente
utilizam lenha como combustível. Já as mais modernas ou localizadas em áreas mais
centrais, utilizam fornos a gás ou elétricos, motivadas pelo pouco espaço disponível para
armazenamento de lenha e pelo tamanho reduzido dos fornos.
Este setor não se caracteriza como uma atividade altamente poluidora, porém não dispensa
os controles ambientais necessários a uma atividade produtiva, nem tão pouco reduz a
possibilidade de melhorias no processo pela implantação de programas de Produção
mais Limpa.
13
1.4 PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Portanto, a diferença essencial está no fato de que a produção mais limpa não trata
14
simplesmente do sintoma, mas tenta atingir as raízes do problema, como verificado
no Quadro 1 e na Figura 2.
15
Figura 2 – Abordagem Tradicional e da Produção mais Limpa
Como regra geral, pode-se dizer que, quanto mais próximo à raiz do problema e quanto
menores os ciclos, mais eficientes serão as medidas. Isto se deve, essencialmente, ao fato
desta abordagem não ajudar a reduzir adicionalmente a quantidade de materiais usados.
As possíveis modificações decorrentes da implantação de um programa de PmaisL, podem
se dar em vários níveis de aplicações de estratégias, de acordo com a Figura 3.
16
Nível 1 – Redução na fonte
Deve ser dada prioridade a medidas que busquem resolver o problema na fonte. Estas
incluem modificações tanto no processo de produção quanto no próprio produto.
Modificações no produto
A modificação no produto é uma abordagem importante, após as oportunidades mais
simples terem sido esgotadas, ainda que às vezes de difícil realização. O argumento mais
amplamente aceito contra a mudança no produto é a preferência do consumidor. As
modificações no produto podem levar a uma situação ecológica melhorada em termos
de produção, utilização e disposição do produto. Elas podem conduzir à substituição
do produto por outro, ao aumento da longevidade pelo uso de diferentes materiais ou
a mudanças no design do produto. Neste contexto, o termo “design ambiental” tem
ganhado importância em anos recentes. Contudo, diversas empresas estão relutantes
em modificar seus produtos.
Modificações no processo
As modificações no processo podem ajudar a reduzir os resíduos, efluentes e emissões.
Por processo, entende-se todo o processo de produção dentro da empresa que
compreende um conjunto de medidas:
17
- Melhoria de logística de compra, estocagem e distribuição de matérias-primas, insumos
e produtos;
- Elaboração de manuais de boas práticas operacionais, treinamento e capacitação de
pessoal envolvido no programa de PmaisL;
- Alteração dos fluxos de material, pequenos ajustes de Layout; Aumento da logística
associada a resíduos;
- Melhoria do sistema de informação;
- Padronização de operações e procedimentos;
- Substituição de matérias-primas e auxiliares de processo.
Modificações tecnológicas
As modificações variam de reconstruções relativamente simples até mudanças no gasto
de tempo em operações, no consumo de energia ou na utilização de matérias-primas.
Freqüentemente estas medidas precisam ser estudadas combinadas com housekeeping
e a seleção de matérias-primas. Como exemplos têm-se: substituição de processos
termoquímicos por processos mecânicos; uso de fluxos em contracorrente; tecnologias
que realizam a segregação de resíduos e de efluentes; modificação nos parâmetros de
processo; utilização de calor residual e substituição completa da tecnologia.
Os resíduos que não podem ser evitados com a ajuda das medidas acima descritas devem
ser reintegrados ao processo de produção de sua empresa. Isto pode significar a utilização
de sobras de matérias primas e produtos para o mesmo propósito, como por exemplo a
recuperação de solventes usados; a utilização de matérias primas ou produtos usados,
para um propósito diferente; a utilização de resíduos de verniz para pinturas de partes não
visíveis de produtos; a utilização adicional de um material para um propósito inferior à sua
utilização original, como o uso de resíduos de papel para enchimentos; a recuperação parcial
de componentes de produtos, como a prata de produtos fotoquímicos; a recuperação de
compostos intermediários do processo ou de resíduos de etapas de processos.
18
Nível 3 - Reciclagem externa
1.5 HISTÓRIA DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA
19
Em julho de 1995 foi inaugurado o NCPC brasileiro, denominado Centro Nacional
de Tecnologias Limpas – CNTL SENAI, que está localizado no Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial – SENAI, em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. O
CNTL SENAI tem a função de atuar como um instrumento facilitador para a disseminação
e implantação do conceito de Produção Mais Limpa em todos os setores produtivos. O
programa desenvolvido no Brasil é uma adaptação do programa da UNIDO/UNEP e da
experiência da Consultoria Stenum, da cidade de Graz, na Áustria, que desenvolveu o
projeto Ecological Project for Integrated Environmental Technologies – ECOPROFIT.
Em segundo lugar, existem empresas onde a adoção de práticas de PmaisL será motivada
pela redução de custos operacionais, seja pela redução dos desperdícios, seja pela redução
de impostos associados. Além disso, a PmaisL dá às empresas uma vantagem competitiva
em mercados onde há demanda por produtos melhorados ambientalmente.
20
tradicional enfoca a resolução do problema já criado, como mostra a Figura 5.
Se fizermos a avaliação pensando nos custos dos resíduos, a solução de PmaisL será
sempre a mais econômica no longo prazo, até porque será definitiva e preventiva; ou
seja, o resíduo não será gerado e, portanto, não será manuseado, não será transportado,
não será armazenado e não será disposto. Conseqüentemente, haverá uma redução
dos custos associados aos resíduos. Além disso, quando os processos se tornam mais
eficazes e de fato as matérias-primas se transformam em produto, a quantidade de
matéria-prima que a empresa deverá comprar também reduzirá, pois ela será utilizada
somente para produzir produtos e não o somatório de produtos + resíduos.
21
do processo, com um ambiente mais limpo, resíduos acondicionados e a conseqüente
redução de acidentes de trabalho. Além disso, o processo permite a quantificação dos
materiais desperdiçados e uma visualização das responsabilidades de melhoria dos
processos de panificação.
Nessa definição estão embutidos dois conceitos fundamentais: o das necessidades, que
podem variar de sociedade para sociedade, mas que devem ser satisfeitas para assegurar
as condições essenciais de vida a todos indistintamente; e o da limitação, que reconhece
a necessidade da tecnologia desenvolver soluções que conservem os recursos limitados
atualmente disponíveis, permitindo sua renovação na medida em que sejam necessários
às futuras gerações.
O tema “Produção mais Limpa” não é apenas um tema ambiental e econômico. A geração
de resíduos em um processo produtivo muitas vezes está diretamente relacionada a
problemas de saúde ocupacional e de segurança dos trabalhadores. Desenvolver a
“Produção mais Limpa” minimiza estes riscos, na medida em que são identificadas matérias-
primas e auxiliares menos tóxicas, contribuindo para a melhor qualidade do ambiente de
trabalho. Uma conseqüência positiva, muitas vezes difícil de mensurar, é o fortalecimento
da imagem da empresa frente à comunidade e autoridades ambientais.
Relacionando esta definição com Produção mais Limpa, pode-se observar que produzir
sustentavelmente significa, em palavras simples, transformar recursos naturais em
produtos e não em resíduos.
22
Neste contexto a Produção mais Limpa consolida-se como uma ferramenta
extremamente útil para a promoção do desenvolvimento sustentável, pois se por um
lado aumenta a eficiência dos processos produtivos, melhorando a competitividade
das organizações, por outro lado racionaliza o consumo de recursos naturais e reduz a
geração de resíduos, efluentes e emissões.
A Vigilância Sanitária estabelece regras específicas para empresas que produzem e/ou
manipulem alimentos, como as contidas nas Portarias nº 1.428/MS; nº 326 – SVS/MS,
CVS-6/99. Dentre as normativas estabelecidas destacam-se:
- Controle de saúde dos funcionários. Existem dois tipos de controle que devem
ser realizados nos funcionários dos estabelecimentos que produzem e ou
manipulam alimentos: o do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, através da
Norma Regulamentdora Nº 7 - NR-7, determina a obrigatoriedade da elaboração e
implementação do PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional,
cujo objetivo é a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores no exercício
de cada profissão; o controle de saúde clínico exigido pela Vigilância Sanitária, que
objetiva a saúde do trabalhador e sua condição para estar apto para o trabalho, não
podendo ser portador de doença infecciosas ou parasitárias;
- Controle de água para consumo – obrigatória a existência de reservatório de água;
- Controle integrado de pragas;
- Higiene pessoal e uniformização dos funcionários;
- Higiene operacional dos funcionários (hábitos);
- Higiene ambiental (periodicidade de limpeza das instalações, utensílios, estoque e
reservatório de água);
- Elaboração de Manual de Boas Práticas de Produção, Manipulação e de Prestação de
Serviços na Área de Alimentos;
- Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade – PIQ, a ser adotado pelo
estabelecimento.
23
contaminação de cada matéria-prima e ingrediente. Inclui especificações de produtos e
seleção de fornecedores;
- Higiene pessoal – higiene corporal, controle de doenças, uso de uniformes, toucas e
calçados limpos e adequados, evitar atitudes não higiênicas (como tocar o produto com
as mãos, comer, fumar na área de processo);
- Controle integrado de pragas (insetos, roedores, pássaros);
- Projeto sanitário dos equipamentos;
- Manutenção preventiva dos equipamentos;
- Limpeza e sanificação de equipamentos e utensílios;
- Calibração dos instrumentos – deve-se proceder à calibração periódica dos instrumentos
de controle de temperatura, pressão, peso e outros parâmetros relacionados à segurança
do produto;
- Programa de recolhimento (recall) – procedimentos escritos, implantados pela empresa
para assegurar o recolhimento do lote de um produto de forma eficiente e rápida e o mais
completamente possível, a qualquer tempo em que se fizer necessário;
- Procedimentos sobre reclamações dos consumidores e/ou importadores – deve ser
mantido um registro de todas as reclamações e ações tomadas pelo setor competente;
- Garantia e controle de qualidade – atividades que complementam as BPF. Estabelecem
especificações de qualidade e inspecionam matérias-primas, produtos auxiliares, material
de embalagens e executam avaliações de higiene nas áreas da fábrica;
- Treinamentos periódicos para os funcionários, iniciando-se com a integração à empresa,
tornando-os responsáveis e comprometidos com a qualidade dos serviços.
24
Quadro 2 – Comparação entre a PmaisL e as BPF
25
2 IMPLEMENTAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
VISITA TÉCNICA
FLUXOGRAMA DO PROCESSO
ETAPA 2
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL SELEÇÃO DO FOCO
E DE PROCESSO DA AVALIAÇÃO
BALANÇO MATERIAL
E INDICADORES IDENTIFICAÇÃO DAS OPÇÕES
ETAPA 3 DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS
DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS
26
A seguir são descritas as etapas de um Programa de Produção mais Limpa.
2.1.1 Etapa 1
- Formação do Ecotime:
O que é o Ecotime?
É um grupo de trabalho formado por profissionais da empresa que tem por objetivo
conduzir o programa de Produção mais Limpa.
Funções do Ecotime:
• realizar o diagnóstico;
• implantar o Programa;
• identificar oportunidades e implantar medidas de Produção mais Limpa;
• monitorar o programa;
• dar continuidade ao programa.
2.1.2 Etapa 2
Matérias-Primas
Etapa 1 • Efluentes
Água
• Substâncias
Processo Produtivo
Etapa 2 • Emissões
Energia
• Calor Residual
Produtos
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Matérias-Primas
......................kg
......................kg
......................m 3
3
Efluentes ...........m
3 Etapa 1 Substâncias
Água ...........m
.........................kg
.........................kg
Processo Produtivo
Emissões ...........kg
Energia ........ kW Etapa 2
Calor Residual ...... kW
Produtos
3
......................... m
.........................kg
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
IMPACTOS
REQUISITO LEGAL
PROBABILIDADE
IMPORTÂNCIA
PRIORIZAÇÃO
CONTAMINAÇÃO
ETAPA
INCÔMODO
RECURSOS
MEDIDA DE
ASPECTOS
CONTROLE
29
de resíduos gerados, a toxicidade dos resíduos e os custos envolvidos. Por exemplo: se a
empresa tem um determinado prazo para cumprir um auto de infração, será priorizado o
item regulamentos legais.
Diagnóstico Planilha de
Ambiental Aspectos
Regulamentos
legais
Quantidade
Foco
Toxicidade
Custo
Nesta fase, a priorização é baseada nos dados fornecidos pelo Diagnóstico, portanto pelas
informações disponíveis na empresa. Esta priorização auxilia na definição do processo ou etapa
do processo onde serão realizadas as medições.
Conforme pode ser observado na Tabela 3, na priorização foi considerado como primeira
oportunidade a ser trabalhada pelo Ecotime a falta de licenciamento ambiental. Em segundo, o
custo referente ao consumo de energia e em terceiro, a quantidade de resíduos de farinha.
30
2.1.3 Etapa 3
Matérias-Primas
......................kg
......................kg
......................m 3
Processo Produtivo
3
Efluentes ...........m
3 Substâncias
Água ...........m
.........................kg
.........................kg
Produtos
......................... m 3
.........................kg
Etapa n
31
empregada e acompanhar o desenvolvimento das medidas de Produção mais Limpa
implantadas. Serão analisados os indicadores atuais da empresa e os indicadores
estabelecidos durante a etapa de quantificação. Dessa forma, será possível comparar os
mesmos com os indicadores determinados após a etapa de implementação das opções
de Produção mais Limpa.
Com os dados levantados no balanço material (quantificação) são avaliadas, pelo Ecotime,
as causas de geração dos resíduos na empresa. As principais causas da origem de resíduos,
efluentes e emissões são apresentadas no quadro a seguir.
32
33
Com base nas causas de geração de resíduos, já descritas, são possíveis modificações em
vários níveis de atuação e aplicação de estratégias visando ações de Produção mais Lim-
pa.
Deve ser dada prioridade a medidas que busquem eliminar ou minimizar resíduos,
efluentes e emissões no processo produtivo onde são gerados.
34
2.1.4 Etapa 4
2.1.5 Etapa 5
A Etapa 5 consiste no plano de implementação e monitoramento e ainda o plano de
continuidade. Após a seleção das opções de Produção mais Limpa viáveis é traçada a
estratégia para implementação das mesmas.
35
• a instalação cuidadosa de equipamentos;
• a realização do controle adequado sobre a instalação;
• a preparação da equipe e a instalação para o início de operação.
O plano de monitoramento (Figura 12) pode ser dividido em quatro estágios: planeja-
mento, preparação, implementação, registros e análise de dados.
Primeiro estágio
Planejamento
Segundo estágio
Preparação
Terceiro estágio
Implementação
Quarto estágio
Registros e análises
de dados
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3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE PANIFICAÇÃO
3.1.3 Mistura
37
Figura 13 – Mistura dos componentes. Figura 14 – Ponto de mistura ideal.
3.1.4 Cilindragem
O tempo de batida tanto na masseira quanto no cilindro, são determinantes para se obter
um produto de textura leve e de boa apresentação final. Há hoje no mercado equipamentos
(tipo de masseira) que eliminam o processo de cilindragem, em especial para a fabricação
do pão francês. Entretanto, o cilindro é ainda fundamental numa padaria para quase todo
tipo de pão e/ou massa que se queira fabricar.
38
3.1.5 Corte e pesagem
Figura 17 – Corte da massa para pesagem. Figura 18 – Corte da massa para pesagem.
3.1.6 Divisora
Este processo tem por finalidade a individualização do tipo de pão a produzir, através
da prensagem da massa previamente pesada, fracionando-as em unidades padrão,
cujas quantidades variam de acordo com o fabricante. O formato aqui resultante da
divisão, não é importante. A relação espessura/peso desse fracionamento é que deter-
mina a forma final que o produto terá, passando para a fase seguinte do processo.
39
3.1.7 Modeladora
A modeladora é o equipamento que determina a maioria do formato final dos pães pro-
duzidos, através de mecanismos de regulagem para o tipo de pão pretendido. Uma vez
regulada a modeladora, a massa fracionada é inserida uma a uma de um lado do aparelho
e sai do outro lado com o formato final. Alguns tipos de pães, embora sofram o processo
de modelagem, necessitam de manipulação pelo padeiro, para ajustar formatos que a
máquina não consegue operacionalizar.
Outros pães não passam necessariamente pelo equipamento, quando produzidos de for-
Uma vez tendo o seu formato definido pela modeladora, a massa necessita de um período
para fermentar e crescer. Usualmente são colocadas uma a uma em forma ou assadeiras,
enfileiradas até a capacidade limite das mesmas e postas para descansar dentro de gave-
tas de armários denominadas câmaras para crescimento. Mantidas por um tempo deter-
minado para cada tipo de massa e programação (em função da quantidade de fermento
nela inserida), ficam aguardando o crescimento pelo período programado pelo padeiro
para ser assado.
40
A evolução tecnológica comum aos nossos tempos tem trazido sucessivas mudanças
nas rotinas de cada segmento de trabalho. No segmento das panificadoras, em nível
de equipamento, além da automação, conforto, segurança, velocidade e produtivida-
de dos novos produtos lançados a cada dia, temos as câmaras climáticas, responsáveis
pela aceleração ou retardamento da fermentação. Com elas é possível programar, por
exemplo, o abastecimento dos fornos em levas sucessivas de massa pronta a ser assa-
da num final de semana, sem ter necessariamente a presença do padeiro em todas as
escalas de fim de semana.
Este procedimento só existe no pão francês, independente de sua gramatura, visando dar o
formato comumente conhecido com a casquinha aparente – formato tradicional.
Nos demais tipos de pão e em particular os de linha doce, de hambúrguer, de fôrma, não
existe este processo, sendo substituído por outras etapas dependendo da característica
final que se deseja proporcionar ao produto final.
3.1.10 Forno
É o processo final de toda linha de pães, após passar pelo período de crescimento. Em
geral quando se sabe a demanda de cada tipo de pão e os horários de pico, os pães são
geralmente assados em intervalos regulados pelo consumo para que estejam disponíveis
nas prateleiras de forma fresca e quente.
Os pães da linha doce, de hambúrguer e de fôrma não necessitam estar quentes para o
consumo. Apenas disponíveis dentro do número de dias recomendável para o consumo.
O Ideal é se produzir pequenas quantidades de cada tipo a cada dia (dentro das deman-
das conhecidas), para estar com o produto sempre fresco, evitando assim o desperdício
pelo envelhecimento precoce e/ou mofo.
A temperatura do forno oscila de acordo com o tipo de pão a assar, entre 150º a 200º. Os
pães da linha doce, normalmente, são assados com temperatura menor.
41
Figura 24 – Forno característico. Figura 25 – Retirada dos pães assados.
42
2. Mistura
Energia elétrica Massa misturada Resíduo de massa misturada
5. Modelagem
Energia elétrica Pão modelado Resíduos de farinha da modelagem
Farinha de trigo
6. Fermentação
Pão fermentado Resíduo de massa fermentada para PÉ
Energia elétrica
Açúcar refinado
Açúcar invertido
Lecitina
2. Fermentação
Massa fermentada
Resíduos de massa da
modelagem para laminação 3. Laminação
Energia elétrica Massa laminada
43
4. Modelagem/Corte Resíduos de massa da mo-
Energia elétrica
Biscoito modelado delagem para laminação
Resíduos de massa da mo-
delagem para mistura
6. Resfriamento
Resíduos de embalagens
7. Empacotamento
plásticas (empacotamento)
Energia elétrica Biscoito embalado Resíduos sólidos (produto
Embalagens plásticas
fora de especificação)
4. Modelagem
Resíduos de massa da modelagem
Óleo de soja Biscoito modelado Resíduo de lata de óleo de soja
44
5. Fermentação
Massa fermentada
Biscoito fermentado
(vai para etapa 1)
7. Resfriamento 1
Biscoito resfriado
Vapor d´água
Lenha (ou energia elétrica) 8. Cozimento
Calor residual
Energia elétrica para iluminação Biscoito assado
Cinzas
9. Resfriamento 2
Biscoito assado resfriado
Energia elétrica
10. Embalagem Resíduos de embalagens
Embalagens plásticas plásticas
padronizadas Biscoito d’água embalado Resíduos sólidos (produto
fora de especificação)
45
5. 2ª Cilindragem Resíduos de farinha da 2a
Energia elétrica
Pré-pizza cilindrada cilindragem
Farinha de trigo
Resíduos de massa cilindrada
6. Enformagem
Pré-pizza enformada
Óleo de soja
7. Fermentação
Resíduo de massa fermen-
Pré-pizza fermentada
tada (vai para etapa 1)
Vapor d´água
Óleo de soja 8. Cozimento
Calor residual
Vapor d’água Pré-pizza assada
Cinzas
Lenha ou energia elétrica
Energia elétrica p/iluminação
9. Esfriamento
Pré-pizza pronta
Resíduos de embalagens
10. Embalagem
Embalagens plásticas plásticas
Pré-pizza embalada
3. Pesagem
Resíduo de massa da pesagem
Energia elétrica Massa pesada
Farinha de trigo comum Resíduo de farinha de trigo da ci-
4. Cilindragem lindragem
Energia elétrica
Massa cilindrada Resíduo de massa da cilindragem
46
5. Formação de bastão
Resíduo de farinha de trigo
Farinha de trigo comum Bastão
da formação do bastão
6. Laminação
Energia elétrica Bastão laminado
Caixas de papelão
13. Encaixotamento Resíduos de embalagem
Pacotes de biscoito encaixotados de papelão
47
3.2.7 Fabricação de beijinho de coco
3. Moldagem
Massa de doce moldada
4. Colocação da Cobertura
Açúcar cristal Beijinho de coco Resíduo de açúcar
2. Formação de fios
GLP Emissões
Fios de ovos em calda
Ovos batidos e peneirados
3. Retirada dos fios
da calda Resíduo de calda (reutilizada)
Fios de ovos
4. Resfriamento
Ninho
5. Embalamento
Pelotine
Ninho embalado Embalagem residual
48
3.2.9 Fabricação de brigadeiro
2. Mistura
3. Cozimento
GLP
Emissões
Massa de doce
4. Moldagem
Massa de doce moldada
GLP
2. Mistura
Ovos
Resíduos de massa da mistura
Coco Massa misturada
3. Repouso
Massa misturada
5. Cozimento
GLP Emissões
Quindim
Pelotine 6. Embalamento
Embalagem residual
Quindim embalado
49
4 OPORTUNIDADES DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
• Revisão periódica e manutenção adequada das borrachas de vedação. Nos estudos rea-
lizados pelo CNTL SENAI, a grande maioria dos equipamentos de refrigeração existentes
em padarias e confeitarias, apresentavam problemas de vedação e , conseqüentemente,
desperdício de energia.
• Procure sempre armazenar na mesma câmara produtos que necessitem a mesma tem-
peratura, percentual de umidade e mesmo período de armazenagem;
• Mantenha, sempre que possível, as portas das câmaras frias fechadas e vedadas;
• Use, nas câmaras frias, somente lâmpadas mais eficientes, preferencialmente frias, man-
tendo o nível de iluminância adequado (200 lux);
• Evite, sempre que possível, instalar condensadores ao alcance de raios solares ou próxi-
mos a fornos, estufas, ou quaisquer equipamentos que irradiem calor.
50
4.2 SELEÇÃO E PESAGEM
4.3 CILINDRAGEM
Nem todos os produtos de panificação sofrem a cilindragem. Entretanto, para todos pro-
dutos que necessitam desta etapa para sua fabricação, o operador sempre utiliza uma
certa quantidade de farinha para facilitar a cilindragem. Esta quantidade é extremamente
variável em função do operador e de cada estabelecimento. Isso, conseqüentemente gera
uma quantidade também muito variável de resíduos de farinha na cilindragem.
4.4 FORNO
51
4.5 CONSUMO DE ENERGIA
O estudo do consumo de energia em uma padaria ou confeitaria, por etapa ou por proces-
so produtivo, normalmente apresenta excelentes oportunidades de PmaisL.
Com base nos dados obtidos, a empresa pode verificar como está a sua situação, compa-
rando seus resultados com os resultados médios de empresas nacionais ou internacio-
nais.
A tabela a seguir apresenta o exemplo de consumo de energia elétrica em uma padaria
de porte médio.
Masseira 1,8
Cilindro 0,6
Modeladora 0,8
52
Cortina de ar (entrada principal) - estimativa 0,9
Total 100,0
5 ESTUDOS DE CASO
Descrição: O empresário teve contato com um novo modelo de tela e as adquiriu para
fazer testes em sua empresa. As telas adquiridas comportavam 36 pães, enquanto as utili-
zadas até então comportavam 25 pães. Com isto houve uma redução do consumo de gás
no forno, pela otimização da quantidade de pães nesta etapa.
Benefício econômico
- Investimento: R$ 160,00
- Benefício econômico anual: R$ 405,30/ano
Benefício ambiental
- Redução do consumo de 900kg/ano de GLP
Outros benefícios
- Aumento de 44% da produtividade por fornada.
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A Figura 26 busca proporcionar uma visualização da alteração ocorrida na implantação
do projeto.
Antiga tela de
assar 25 pães.
Título: Redução do consumo de energia elétrica pela substituição de freezer por re-
frigerador.
Benefício econômico
- Investimento: R$ 750,00;
- Benefício econômico anual: R$ 555,76/ano.
Benefício ambiental
- Economia de 86% no consumo energético, equivalente a 2.069 kWh/ano.
Antes Depois
Figura 27 – Fotos freezer (antes) e refrigerador (depois)
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5.3 ESTUDO DE CASO 3
Descrição: Eram utilizadas anualmente 7.200 dúzias de ovos, o equivalente a 86.400 ovos
in natura, gerando 919 kg de resíduos sólidos por ano. Após a substituição por ovo em
pó, o consumo desta matéria-prima passou a ser de 1.054 kg/ano e a geração de resíduos
sólidos foi reduzida em 95% nesta etapa do processo.
Benefício econômico
- Investimento: R$ 100,00
- Benefício econômico anual: R$ 95,53/ano
Benefício ambiental
- Redução da geração de resíduos sólidos em 877 kg/ano
Benefício econômico
- Investimento: R$ 240,00
- Benefício econômico anual: R$ 2.875,65/ano
Benefício ambiental
- Redução da geração de resíduos sólidos em 50 kg/ano
55
5.5 ESTUDO DE CASO 5
Benefício econômico
- Investimento: nulo
- Benefício econômico anual: R$ 3.301,67/ano
Benefício ambiental
- Redução do consumo de farofa na fabricação da cuca: 2.873 kg/ano
- Redução da geração de resíduo de farofa de cuca: 2.845 kg/ano (68,3%)
Benefício econômico
- Investimento: nulo
- Benefício econômico anual: R$ 576,00/ano
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Benefício ambiental
- Redução da geração de 144 kg/ano de resíduo de folhado doce.
Descrição: O pão francês era comercializado por unidade, sendo que cada unidade sem-
pre possuía um peso maior do que aquele que era cobrado. Implantado o sistema de
venda por peso a empresa passou a ter a garantia que estava cobrando pela quantidade
exata de pão que seria vendida ao cliente. Com isto houve uma redução do consumo de
matérias-primas para a fabricação deste produto.
Benefício econômico
- Investimento: nulo
- Benefício econômico anual: R$ 2.989,00/ano
Benefício ambiental
- Redução da geração de 854 kg/ano de resíduo incorporado ao pão francês
- Redução do consumo de 597,8 kg/ano de farinha de trigo
57
O estudo de caso anteriormente descrito foi realizado no ano de 2003. Conforme a PORTARIA Nº
146, DE 20 DE JUNHO DE 2006 do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO), é obrigatória a comercialização do pão francês por quilo e não mais por uni-
dade. Segundo o INMETRO, o consumidor deve ficar atento para algumas condições obrigatórias
em relação à metodologia de venda do produto. A indicação do preço a pagar pelo quilograma
do pão francês, deverá ser grafada com dígitos de dimensão mínima de 5 centímetros de altura e
afixada próxima ao balcão de venda e em local de fácil visualização pelo consumidor. A balança a
ser utilizada para a medição da quantidade do pão francês, ou de sal, deverá possuir, no mínimo,
divisão igual ou menor que 5g (cinco gramas), indicação de massa medida (peso) e do preço a pa-
gar. A balança deve estar sempre à vista do consumidor, deve estar zerada antes da pesagem, deve
estar lacrada e deve apresentar o selo de verificação datado até 2006 ou 2007. A embalagem deve
ser descontada na pesagem.
Benefício econômico
- Investimento: R$ 31.000,00
- Benefício econômico anual: R$ 6.000,00/ano
Benefício ambiental
- Eliminação do consumo anual de 6.160 kg de gás liquefeito.
Benefício econômico
- Investimento: nulo
- Benefício econômico anual: R$ 6.000,00/ano
Benefício ambiental
- Redução do consumo de 2.300 kg/ano de farinha de trigo
- Redução da geração de 368 kg/ano de resíduo de farinha.
58
5.10 ESTUDO DE CASO 10
Descrição: O transporte de massa da masseira até o cilindro era feito manualmente, com
uma etapa intermediária de pesagem, gerando resíduos de massa. Foi implantado um sis-
tema mecanizado de transporte de massa da mistura até a cilindragem, o que ocasionou
a eliminação total da geração deste resíduo. Não foram considerados custos de implanta-
ção pois a empresa dispunha de todos os equipamentos necessários. Houve a redução do
número de funcionários envolvidos neste procedimento, sendo os mesmos deslocados
para outras linhas de produção.
Benefício econômico
- Investimento: nulo
- Benefício econômico anual: economia referente à redução da geração de resíduos de
massa da pesagem e do número de colaboradores envolvidos no processo – R$ 5.246,00/
ano
Benefício ambiental
- Redução da geração de resíduo de massa da pesagem – 380 kg/ano
59
6 IMPLEMENTAÇÂO DE PMAISL – EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
60
Ineficiência no processo de fermentação - nesta
etapa ocorre um excesso de condensação de va-
por d’água, o que pode ocasionar problemas de Troca de Tecnologia - Substituir o evaporador
qualidade no produto (não apenas na fabricação utilizado na etapa de fermentação por um
de queijadinha e sim em todos os produtos que umidificador ultrassônico.
passam pelo processo de fermentação) – isto
pode ser um gargalo no processo.
Devolução - na etapa de pré-avaliação, foi iden- Troca de Processo - realizar uma análise do cami-
tificado o índice de 8% de reprovação na quali- nho que o produto executa dentro da produção
dade das queijadinhas, o que no geral represen- e também na distribuição.
tava cerca de 14,8% em média de perdas. Boas Práticas - primeiramente deve-se estudar as
políticas e práticas de manejo do produto, pois
a perda pode estar relacionada a alguma etapa
especifica do processo geral de fabricação.
61
Produção de pão espanhol
Produção de pastéis
Sobra nas bandejas depois de ser assado Troca de Produto – Estudo de desmoldante a
- o produto que sobra na bandeja muitas base de soja, que se aplica às bandejas, bem
vezes é desperdiçado e ainda aumenta a como a adoção de revestimento em papel
carga orgânica dos efluentes. manteiga para as bandejas.
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Resíduos de massa - alguns produtos possuem Boas Práticas - Recortar primeiro as partes
recheio, os quais são repartidos em cima da mas- irregulares da massa antes de espalhar o re-
sa e posteriormente sovados, deixando resíduos cheio.
com recheio, não podendo ser reaproveitados. A
quantidade de produto desperdiçado nesta eta-
pa pode chegar a 10 quilogramas por dia.
Resíduos
Foram identificados diferentes tipos de resí- Boas Práticas – conscientização dos funcionários
duos e suas possibilidades de melhora
Troca de Processo - troca de matéria-prima
Água e energia
Efluentes contaminados por matéria orgânica Troca de processo - recuperação da matéria orgâni-
ca (graxa, farinha, açúcar e etc.) para ser vendida a
Excesso de água proveniente da limpeza e de empresa processadora de ração animal.
produtos químicos na área de acabamento.
Troca de processo - reavaliar o método de limpeza.
Canos e mangueiras sem válvulas.
Troca de tecnologia - colocar válvulas em canos e
mangueiras de lavagem.
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Não utilização de fontes alternativas de água: a Troca de tecnologia- construir um sistema de
água da chuva pode ser canalizada para tanques acumulação e captação de água pluvial.
de captação e utilizada para lavar pisos, carros e
abastecer serviços sanitários.
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Troca de tecnologia - Instalação de um distri-
buidor de calor no escape de gases da cha-
miné com a finalidade de pré aquecer a água
para as lavagens e assim reduzir a energia
utilizada nos tanques de aquecimento.
Fonte: Adaptado de CNP+L Centro Nacional para la Producción más Limpia de Costa Rica, 2001
7 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
Classificação
Nome do resíduo NBR 1004/2004 Acondicionamento Destinação final recomendada
66
8 DÚVIDAS FREQUENTES
A seguir esclarecemos algumas dúvidas mais comuns em relação aos assuntos tratados
até aqui. Vamos fazer isso no formato de um questionário.
1 – Por que minha Empresa teria interesse em implantar um programa de Produção mais Lim-
pa?
Existem muitos motivos que levariam uma empresa a implantar um Programa de Produ-
ção mais Limpa. Podem ser citados: a geração excessiva de resíduos em seu processo, exis-
tência de resíduos tóxicos, dificuldade de disposição e tratamento destes resíduos, custos
elevados de tratamento e disposição, além das implicações legais, entre outros.
Todos os setores da Empresa devem participar. A Produção mais Limpa é uma tarefa co-
letiva e integrada que não deve se restringir a apenas um grupo ou setor específico. Deve
fazer parte de uma nova postura gerencial e cultural dentro da Empresa.
A sensibilização dos órgãos ambientais para a Produção mais Limpa varia entre os diver-
sos estados, mas de um modo geral eles estão familiarizados com a abordagem e consi-
deram positivamente as empresas que participam de ações deste tipo.
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7 – Qual a relação entre o programa de PmaisL e as Boas Práticas de Fabricação?
Sim, pois a licença sanitária está relacionada à qualidade e segurança dos produtos, en-
quanto a licença ambiental está relacionada com os aspectos ambientais da Empresa,
como gerenciamento e destinação adequada de resíduos, efluentes e emissões, consumo
de água e energia, entre outros.
A Empresa deve procurar o órgão municipal mais identificado com o assunto, como Se-
cretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Qualidade Ambiental, Secretaria de Urbanismo,
para verificar se o município está habilitado a executar o processo de licenciamento. Caso
contrário, deve entrar em contato com o órgão estadual de meio ambiente, onde em al-
guns estados, este tipo de empreendimento fica isento de licenciamento.
10 – Ao obter a licença ambiental, fico liberado para consumir lenha como combustível?
Não. A licença ambiental não substitui a necessidade dos consumidores de lenha de efe-
tuarem o cadastro de consumidor de matérias-primas de origem florestal, obtido junto ao
IBAMA ou na Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
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presa. Este deve ser entregue para empresas licenciadas pelo órgão ambiental, que de-
verão promover sua destinação mais adequada. Não é permitido jogar o óleo usado no
esgoto ou juntar com os resíduos orgânicos que são recolhidos pela coleta municipal.
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REFERÊNCIAS
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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. RIO DE JANEIRO. Padarias e Confei-
tarias: Guia de Elaboração do Plano APPCC - Segmento Mesa. Rio de Janeiro: SENAI, s.d.
SOUZA, A.; VILLAR, S. Manual para o setor de panificação. Rio de Janeiro: SEBRAE-RJ, 2000.(
Série uso eficiente de energia.)
71
SITES CONSULTADOS
• FLEISCHMANN - http://www.falecomfleischmann.com.br/
• UNIDO - www.unido.org
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GLOSSÁRIO
Ações corretivas – Ações necessárias e suficientes para evitar que um problema real volte
a ocorrer.
Ações preventivas – Ações necessárias e suficientes para evitar que um problema poten-
cial se materialize.
Insumo – Recurso que entra no processo com intuito de servir ao processo, sem participar
do produto final.
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Processo produtivo – Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interarivas que trans-
formam matérias-primas e insumos (entradas) em produtos (saídas).
Redução na Fonte – Estratégia para redução da poluição que envolve prevenir a geração
de resíduos no processo onde estes surgem, ao invés de tratá-los ou reciclá-los após terem
sido gerados.
Resíduos, efluentes e emissões – São itens de saída dos processos, normalmente asso-
ciados as entradas deste processo, em boa parte dos casos às matérias-primas ou insu-
mos, que não foram transformadas em produtos finais comercializáveis. Em alguns casos
podem ser consideradas matérias-primas semi-elaboradas, a serem usadas como entra-
das em outro processo de produção.
Resíduos sólidos – Segundo a NBR 10.004/2004, os resíduos sólidos são definidos como
resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam da atividade da comunidade
de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determina-
dos líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso, soluções técnicas e economicamente invi-
áveis em face à melhor tecnologia disponível. Os resíduos sólidos são classificados como:
CLASSE I - PERIGOSOS: são aqueles que, em função de suas propriedades físicas, quími-
cas ou infecto-contagiosas, podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambien-
te, ou ainda os inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos;
CLASSE IIA – NÃO PERIGOSOS E NÃO INERTES: são aqueles que não se enquadram nas
classes I e IIB, e que podem ser combustíveis, biodegradáveis ou solúveis em água;
CLASSE II B NÃO PERIGOSOS E INERTES: são aqueles que não apresentam qualquer de
seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilida-
de da água, excetuando-se os padrões de cor, turbidez, sabor e aspecto.
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