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A Experiência Da Subjugação - PSICOEDUCAÇÃO e Exercício

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A EXPERIÊNCIA DA SUBJUGAÇÃO

(Recortes do livro – Reinvente sua vida - de Jeffrey E. Young & Janet S. Klosko,1993)

De maneira geral, você experencia o mundo baseando-se em questões que


envolvem controle. Outras pessoas na sua vida sempre parecem estar no controle - você
se sente controlado(a) pelas pessoas em sua volta.
No centro de sua subjugação está a convicção que você deve agradar aos outros,
que você deve agradar seus pais, irmãos, irmãs, amigos, professores, parceiros, cônjuges,
chefes, colegas de trabalho, crianças e até mesmo estranhos. Muito provavelmente, a
única exceção a essa regra de agradar os outros, a única pessoa que você não se sente
obrigado a agradar é você mesmo. Para você, o que as pessoas desejam vem em primeiro
lugar.
O sentimento de subjugação é opressivo e é um fardo sob o peso de tal sentimento.
Constantemente atender as necessidades alheias envolve muita responsabilidade e pode
ser exaustivo. A vida perde muito de sua graça e liberdade, já que as escolhas que você
toma são ditadas pelos seus efeitos nas outras pessoas e não em você. O foco não é "O
que eu quero e sinto", e sim "O que você quer e o que eu preciso fazer para que você fique
feliz comigo". A subjugação rouba o senso claro do que você quer e precisa e junto de
quem você é.
Você sente que não pode mudar a forma que as coisas acontecem em sua vida, se
sente preso às circunstâncias ou levado pelo destino. Ao invés de ser o ator da sua vida
você é um reagente a ela. Dessa forma, você sente que tem muito pouco que pode fazer
para resolver seus problemas e simplesmente espera que de repente, por um milagre, tudo
ficará bem. Você provavelmente se vê como uma pessoa de fácil convivência, já que
sempre busca agradar o outro e tende a evitar conflitos, naturalmente você se relaciona
bem com todos. Você se vê como alguém predisposto a acomodação. Você pode ainda
considerar a seguinte frase como uma de suas qualidades: que você é flexível e capaz de
se adaptar a muitos tipos de pessoas, contudo, na verdade, é verdadeiramente difícil para
você impor limites às demandas que ou outros imputam a você. Quando as pessoas pedem
que você faça coisas sem cabimento, como fazer mais do que a sua parte no trabalho,
você diz sim. É ainda extremamente difícil para você pedir para às outras pessoas que
elas mudem seus comportamentos, não importando o quantos esses comportamentos
perturbam você.
Você também pode sentir orgulho da sua capacidade de servir aos outros, de ser
capaz de ajudar e estar atento a necessidade alheia. Você está certo. A habilidade de estar
disponível para atender a necessidade dos outros é um ponto forte de pessoas que se auto
sacrificam, é provável que tenha desenvolvido habilidades exemplares em ajudar os
outros e pode usar isso profissionalmente. Contudo, um de seus pontos fracos é que seu
querer se perde com muita frequência, muitas vezes você não é assertivo e silencia as suas
necessidades. Sua inclinação a subjugação baixa sua autoestima. Você não se sente digno
dos direitos de qualquer pessoa nas relações.
Você pode ficar tão imerso nas tentativas de atender as necessidades dos outros
que você começa a se misturar com essas pessoas, as fronteiras entre quem você é e quem
é o outro ficam difusas e você pode adotar os objetivos e opiniões dos outros como o seu
próprio. Você pode adotar os valores do outro. Você pode perder você mesmo no outro.
Existe a chance de você subjugar-se a algum grupo, especialmente um grupo com um
líder carismático. Você também pode sentir-se atraído por grupos de culto.
Existem duas grandes razões pelas quais as pessoas com esquema (padrão de
funcionamento) de subjugação permitem que outras pessoas os controlem. A primeira é
que eles se subjugam por culpa, ou porque eles querem aliviar a dor do outros. A segunda
razão é por medo, subjugam-se para impedir a rejeição, retaliação ou abandono.
Você é empático e talvez isso faça parte de seu temperamento inato. Você sente a
dor dos outros e quer aliviar essa dor. Você tenta consertar as coisas, tornar tudo melhor.
É importante observar que sua subjugação é na maior parte voluntária e foi
aprendida na infância. Quem quer que o tenha subjugado na infância não te forçou a fazer
o que ele ou ela queriam. Ao invés disso, porque eles estavam em sofrimento ou frágil,
você sentiu que a necessidade dele era prioritária a sua. Muito embora indivíduos que se
auto sacrificam sejam de alguma forma menos raivosos do que outro tipos que se
subjugam, você tende a ter um pouco de raiva. O dar e receber está desequilibrado em
sua vida, pois você está dando muito mais do que recebendo. Embora as pessoas a quem
você se doa não sejam culpadas por ter mais de você do que dão em retribuição, você
quase certamente sentirá raiva, mesmo que você não reconheça nenhum ressentimento.
No âmbito profissional, pessoas subjugadas frequentemente escolhem uma das
profissões de saúde ou ajuda, particularmente se são auto sacrificantes. Você pode ser
médico, enfermeiro, professor, pastor, terapeuta ou outro tipo de curador. É natural que
você gravite em torno de carreiras que sirvam aos outros, já que a armadilha da
subjugação tira muito de você, mas um de seus talentos é a acurada sensibilidade que tem
da necessidade e dor dos outros.
A favor de todas as probabilidades, você está em uma profissão que explora sua
habilidade de estar disponível para o outro. Embora você evite ser o centro das atenções,
é possível que seja a mão direita de uma pessoa mais poderosa a quem você é devotado(a)
e que o julga como muito útil. De diversas formas você é o tipo de pessoa que qualquer
chefe gostaria de contratar, já que é obediente, leal e pouco demandante. Para você é
muito raro, por exemplo, pedir um aumento, você faz de tudo para agradar a todos,
especialmente seus superiores e tem dificuldades em limitar a quantidade de sacrifício
que irá ter.
O seu funcionamento toma força primeiramente pelo sentimento de culpa. É a
culpa que você sente cada vez que se coloca em primeiro lugar, cada vez que sente raiva
por ter se subjugado, cada vez que é assertivo em relação as suas necessidades, cada vez
que falha ao aliviar a dor. A culpa direciona e reforça o seu comportamento de
subjugação. Sempre que você sai do seu papel de subjugado você sente culpa e toda vez
que esse sentimento aparece você se volta ao auto sacrifício como forma de alívio. Assim
você se subjuga com vigor renovado e mais uma vez enterra a sua raiva. Para que você
consiga mudar terá que aprender a tolerar esse sentimento de culpa.
No trabalho de mudança é importante que você reconheça cada pequeno sinal de
progresso e se dê crédito por isso. Mudar fica muito mais difícil quando você esquece de
se gratificar pelos passos dados ao longo do caminho. Tente olhar mais para o quanto
você já andou do que para o quanto ainda tem que andar. Quando fizer qualquer mudança,
não importa quão pequena ela seja, tire um tempo para se sentir bem sobre isso. Quando
você der um passo para fora de sua subjugação, dê a si mesmo o reconhecimento que
merece.
Lembre-se que seu esquema de subjugação tem a força de uma vida toda de
memórias e pilhas de repetições e confirmações que ele está certo. Subjugar-se parece
certo para você, esse comportamento é central para sua autoimagem e visão do mundo.
Você se sente confortável agindo de acordo com seu esquema/padrão de funcionamento,
apesar das consequências negativas que ele traz para a sua vida. Você não deve
desanimar, pois a mudança é lenta.
EXERCÍCIO

Liste situações do dia a dia em casa ou no trabalho em que você se subjuga ou sacrifica
suas próprias necessidades pelos outros: Comece a se olhar, torne-se um observador de si
mesmo, olhe para você como se estivesse de fora. Observe cada momento de sua
subjugação, faça uma lista das situações que tendem a ser difíceis para você, mas que
você quer e precisa modificar.

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