Economics">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Projeto Urbano 5

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 20

Projeto Urbano

Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Rodrigo Vitorino Assumpção

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Paisagem e Desenho Urbano:
Centro e Periferia

• Introdução;
• Uma Dialética Sempre Atual: Centro e Periferia;
• Conurbação Urbana;
• Periferias Urbanas.


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Apresentar como contextos diferentes produzem espaços urbanos distintos;
• Analisar a paisagem urbana do centro e bairros de periferias.
UNIDADE Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

Introdução
[...] a cidade representa uma imensa concentração de agentes que exer­
cem diferentes atividades nesse espaço. Sendo assim, a expansão urba­
na tende a privilegiar determinadas localizações em medida tanto maior
quanto mais escassos forem os serviços em relação à demanda. Em gran­
de parte das cidades, a rápida expansão do seu número de habitantes
resulta em uma escassez de solo urbano, bem como de equipamentos
urbanos, resultando na valorização das poucas áreas bem servidas de
infraestrutura. A atuação do mercado imobiliário confere a essas áreas
bem servidas de infraestrutura urbana um privilégio das camadas de alta
renda que possuem reais condições de consumir esse espaço, enquanto
a população de baixa renda fica destinada às zonas mal servidas e que,
por isso, são mais baratas). (SINGER, 1982 apud TESSARI, 2013, p. 32)

Como já dissemos em unidades anteriores, pensar em cidades é refletir sobre uma


equação de forças que atuam veementemente sobre o território. Tessari (2013) ainda com­
plementa esse pensamento, afirmando que o processo de expansão urbana resulta de
uma dialética, na qual “a segregação de uns provoca, ao mesmo tempo e pelo mesmo
processo, a segregação de outros, sendo um processo necessário à dominação social, eco­
nômica e política por meio do espaço” (VILLAÇA, 2001 apud TESSARI, 2013, p. 33).

É muito cruel pensarmos dessa forma, mas infelizmente é uma realidade cada vez
mais presente no Brasil. As médias e grandes cidades brasileiras atraem um expressivo
número de pessoas e investimentos. As empresas buscam sempre atingir os maiores
lucros, e na sua logística de implantação a possibilidade de minimizar custos com mão
de obra ou transportes se tornam fundamentais para seus objetivos finais.

Ocorre que as cidades, a fim de abrigarem o número de habitantes, demandam ex­


pansões territoriais constantes e que, de certa forma, promovem a urbanização precária
em áreas carentes de infraestrutura básica. Essa é uma maneira bem simplória para se
pensar a segregação urbana e começarmos a falar sobre centro e periferia. Mas talvez
seja um bom começo para pensarmos nessa questão.

Nesta unidade, abordaremos as questões pertinentes ao centro e à periferia das mé­


dias e grandes cidades brasileiras. Refletiremos sobre paisagem urbana, e desenho urba­
no de ambos os espaços, bem como entender outros apontamentos sobre o tema.

Uma Dialética Sempre Atual:


Centro e Periferia
Vamos começar a pensar sobre nosso tema, a partir de um questionamento de Flávio
Villaça (2003). Quem surge primeiro: a cidade ou o centro? Para explicar isso, o próprio
autor apresenta outra questão. Ao construir geometricamente um círculo, construímos

8
conjuntamente com seu centro, isto é, o centro do círculo não preexiste sem o pró­
prio círculo.

O centro de uma cidade se constitui somente se e quando a própria cida­


de se constituir. Um centro não é centro, mas torna­se centro. O centro
de Brasília só passou a existir quando e à medida que a cidade se consti­
tuiu e ele, efetivamente, tornou­se centro. (VILLAÇA, 2003, p. 23)

Isso significa que o centro e a cidade surgem conjuntamente, não havendo uma sepa­
ração ou uma inauguração em momentos distintos. O mesmo autor ainda coloca que há
duas características comuns ao conceito de centro (p. 23):
• Teoricamente, os centros são locais de boa acessibilidade para toda a população
da cidade;
• Os centros abrigam instituições de interesse coletivo, ou seja, instituições importan­
tes para a vida da cidade.

Esses apontamentos aproximam das concepções de ímã que a autora Raquel Rolnik coloca
em seu livro “O que é cidade”.

O centro de uma cidade existe visto o fácil acesso a esse espaço do território, bem
como a atividades e serviços que interessam a uma boa parte da população. Entretanto,
na cidade contemporânea, não pensamos apenas em um centro único, mas sim em
centralidades. Veremos esse conceito um pouco mais adiante.

Com a expansão urbana, o território começa a ser urbanizado a partir do centro para
áreas mais extremas e afastadas. É um movimento que amplia os limites urbanos e cria
novas lógicas de ocupação territorial (Figura 1).

Centro Centro Centro

Figura 1 – Esquema de expansão territorial

Historicamente, os centros são também representações do poder econômico e polí­


tico das cidades. Junto aos centros, as margens ou franjas das cidades abrigam pessoas
com menor poder aquisitivo e menor força política. Isso significa que a expansão terri­
torial citada acima cria paulatinamente novas margens da cidade, afastando ainda mais
as pessoas menos abastadas.

Com a expansão territorial a partir do centro, as antigas franjas são incorporadas ao


tecido urbano existente, ampliando os limites da cidade e valorizando economicamente
o espaço urbano. A infraestrutura (água, luz, esgoto) é ampliada, chegando às novas
áreas e alterando significativamente seus valores econômicos. Ao mesmo tempo, as

9
9
UNIDADE Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

pessoas menos abastadas procuram novas áreas para se abrigarem, com um valor eco­
nômico mais baixo, mas também com infraestruturas mais precárias.

Esse movimento de expansão urbana gera novas paisagens e novos desenhos urba­
nos, muitas vezes bem distintos dos anteriores. Isso ocorre por diversos motivos: a geo­
grafia ou o relevo são diferentes, as novas legislações urbanas também podem ser outras,
as condições socioeconômicas, entre outros fatores.

Flávio Villaça (2003) aponta que, no Brasil, o mercado imobiliário predomina sobre
as decisões do Estado no que tange às competências técnicas para produção do espaço
urbano. O resultado disso é uma péssima qualidade urbana das cidades brasileiras.

Na cidade brasileira – no centro e fora dele – a força do mercado imo­


biliário predominará sobre um Estado frágil e de restrita competência
técnica, que será incapaz de impor as mais comezinhas regras de um
código de loteamentos, como, por exemplo, largura das ruas, diretrizes
para o sistema viário principal ou normas para que as ruas de um lotea­
mento dêem[sic] continuidade às do loteamentos vizinhos. Daí resultará
um espaço urbano esteticamente medíocre e funcionalmente inadequado
que não suportará a carga de veículos e pessoas oriunda da futura alta
concentração de comércio e serviço. (VILLAÇA, 2003, p. 27)

Essa crítica é extremamente concisa e consciente das realidades urbanas no Brasil.


A  produção do espaço urbano capitalista das cidades brasileiras é, sobretudo, uma
segre­gação entre o centro e a periferia.

De Volta ao Centro
Apesar de os centros urbanos serem espaços extremamente valorizados, não é inco­
mum ocorrer um fenômeno de precarização do centro nas cidades brasileiras. Mesmo
havendo uma vasta infraestrutura urbana nos centros, com a expansão do território,
muitas pessoas começam a deixá-los e passam a optar por áreas mais novas da cidade.
São novas oportunidades de negócios e novas habitações do mercado imobiliário que
promovem essa urbanização. Um caso típico é o da urbanização do Pacaembu, pela
Companhia City (1925). Em seus cartazes promocionais, essa instituição privada vendia
os terrenos no Pacaembu com o apelo de “morar na cidade, mas com ares do campo”
(Imagem no link a seguir).

Cartaz Cia City. Disponível em: https://bit.ly/30ddNJf

Histórias dos Bairros – Pacaembu: Terras alagadas, assista em: https://youtu.be/-mL30vQqt18

Com ações do mercado imobiliário, como essa acima mencionada, as pessoas come­
çam a deixar os centros urbanos trazendo gradativamente o abandono e a degradação.
Como a demanda de imóveis é maior do que a procura por interessados em habitar o
centro, os valores de imóveis decrescem rapidamente, bem como o valor de aluguéis.

10
Não é incomum encontrarmos em centros urbanos das grandes cidades imóveis
antigos, abandonados e degradados por falta de manutenção. Muitos desses imó­
veis são invadidos, o que indica um sério problema de deficit habitacional. O nível de
marginalidade aumenta proporcionalmente ao nível de desinteresse público e privado
com o centro.

Entretanto, muitas prefeituras e Ongs, visando minimizar esses problemas, elaboram


uma série de ações a fim de incentivar a moradia e o uso do centro. É, portanto, um
caminho reverso (Figura 2). A cidade não está apenas se expandindo, mas também se
retraindo. Racionalmente, o centro é o local da cidade com maior infraestrutura e deve
ser devidamente utilizado.

Centro

Figura 2 – Esquema de retração territorial

Com a finalidade de retornar as atividades no centro, muitas das prefeituras promo­


vem ações para incentivar e revalorizar o centro das cidades. São projetos de reabilita­
ção de edifícios, proporcionando novos usos e estabelecendo novas lógicas de ocupação
a fim de valorizar os centros urbanos.

Esses projetos acontecem no mundo inteiro. Podemos citar o Projeto Nova Luz em
São Paulo, a reabilitação do centro e da orla no Rio de Janeiro, os projetos de Docklands
na Inglaterra, a reestruturação urbana da Potsdamer Platz de Renzo Piano (Imagem no
link a seguir).

Projeto nova Luz, disponível em: https://bit.ly/3bCHfyV

Projeto Potsdamer Platz Renzo piano. disponível em: https://bit.ly/2OrqddS

Conurbação Urbana
Nós apontamos anteriormente que as cidades possuem o fenômeno de expansão ter­
ritorial, buscando novas áreas e criação de novas paisagens urbanas. Entretanto, como
essa expansão acontece em muitas cidades vizinhas, em um determinado momento, há
uma aproximação de tecidos urbanos das duas cidades. Praticamente um tecido urbano
incorpora­se ao outro. A esse fenômeno denominamos conurbação urbana.

11
11
UNIDADE Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

O termo conurbação, significando junção de cidades com seus arredo­


res, é um dos que surgiram com a consolidação do urbanismo enquanto
uma “ciência”, com todas as especificidades que aí são admitidas, inclu­
sive a de propor um estudo em que se baseie o planejamento urbano.
Atualmente, esse termo aparece nas falas de urbanistas, na mídia, nos
discursos governamentais, e em alguns setores específicos da administra­
ção, como o do transporte urbano e interurbano e o do trabalho. Ele é
utilizado também para definir o que seja uma metrópole ou região metro­
politana, definindo os seus contornos. Ao ser introduzido no urbanismo,
no início do século XX, ele marcou certos direcionamentos de sentido,
porém, quando utilizado no discurso cotidiano, muitas vezes tal memória
é diluída. (NUNES)

Fonte: https://bit.ly/30wGUaC

Se pudéssemos didaticamente representar a conurbação urbana como um gráfico,


certamente veríamos uma intersecção entre as cidades, o que indicaria essa aproxima­
ção dos tecidos urbanos e a conformação de uma única paisagem urbana. Nesse sen­
tido, os limites físicos das cidades praticamente inexistiriam e não perceberíamos onde
termina uma cidade e começa a outra.

Não é incomum que essas conurbações urbanas ocorram nas franjas das cidades, o
que intensificaria a ideia de grandes periferias urbanas.

Periferias Urbanas
Dissemos anteriormente que as periferias estão localizadas nas margens ou franjas
das cidades. Mas vale a pena indicar uma imagem que é icônica das grandes cidades
brasileiras (Figura 3).

Figura 3 – Foto Bairro do Morumbi-SP


Fonte: Tuca Vieira

12
Esse é o bairro do Morumbi, em São Paulo. É o retrato da grande desigualdade social
que temos em nosso país. Áreas muito próximas, inclusive lindeiras com uma diferença
absurda nos aspectos socioeconômicos e culturais.

Do lado direito, há um condomínio de luxo, cercado por muros altos com toda infra­
estrutura de lazer. Do lado esquerdo a comunidade de Paraisópolis, uma das maiores
favelas do Brasil. Isso nos leva a pensar se os problemas econômicos e sociais estão tão
distantes dos centros urbanos, ou até mesmo se isso se conforma como uma periferia.
Atualmente, nas grandes cidades temos um conceito de centralidades, no qual não há
um único centro estabelecido. De fato, há o centro histórico, e ele permanece intacto,
com suas funções predominantemente de centro. Mas os bairros, de uma maneira geral,
possuem suas centralidades, que concentram serviços, habitações e comércio.

Contudo, é válido apontar que as periferias das cidades sempre existiram. O valor
dos terrenos é mais baixo se comparados a bairros nobres ou centrais. Os bairros mais
afastados carecem de muitas infraestruturas, como transporte e, algumas vezes, água,
luz e esgoto. Não é incomum que moradores da periferia gastem de duas a três horas
para chegar ao trabalho, visto que a oferta de emprego no seu bairro é baixa e com
rendimentos mais baixos. Nesse percurso, o trabalhador necessita de, pelo menos, dois
transportes públicos até atingirem seu destino final.

É oportuno indicar que bairros periféricos não são, evidentemente, constituídos ape­
nas por comunidades ou favelas. Vimos no próprio exemplo acima que bairros consi­
derados nobres também apresentam problemas socioeconômicos gravíssimos. Ocorre
que bairros mais distantes possuem uma carência de infraestrutura. Suas ruas, praças,
parques e calçadas também recebem tratamentos completamente distintos, ou seja, o
desenho urbano também é diferente.

Esse quadro pode ser alterado? Acreditamos que sim, principalmente se houver inte­
resse da iniciativa privada em investir nessas áreas. Entretanto, ao investir, há um fenô­
meno conhecido por gentrificação.

O termo gentrificação é a versão aportuguesada de gentrification (de gentry, “pequena


nobreza”), conceito criado pela socióloga britânica Ruth Glass (1912-1990) em London:
Aspects of Change (1964), para descrever e analisar transformações observadas em diver-
sos bairros operários em Londres. Desde seu surgimento, a palavra tem sido amplamente
utilizada em estudos e debates sobre desigualdade e segregação urbana, assim como nos
estudos sobre patrimônio, nos mais diferentes domínios: sociologia, antropologia, geogra-
fia e arquitetura, além de planejamento e gestão urbana, economia e estudos urbanos em
geral. Os “gentrificadores” (gentrifiers) mudam-se gradualmente para tais locais, cativados
por algumas de suas características – arquitetura das construções, diversidade dos modos
de vida, infraestrutura, oferta de equipamentos culturais e históricos, localização central
ou privilegiada, baixo custo em relação a outros bairros –, passando a demandar e con-
sumir outros tipos de estabelecimentos e serviços inéditos. A concentração desses novos
moradores tende a provocar a valorização econômica da região, aumentando os preços do
mercado imobiliário e o custo de vida locais, e levando à expulsão dos antigos residentes
e comerciantes, comumente associados a populações com maior vulnerabilidade e menor
possibilidade de mobilidade no território urbano, tais como classes operárias e comunidades
de imigrantes. Estes, impossibilitados de acompanhar a alta dos custos, terminam por

13
13
UNIDADE Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

se ­transferir para outras áreas da cidade, o que resulta na redução da diversidade social
do bairro. ALCÂNTARA, M. F. de. 2018. Gentrificação. In: Enciclopédia de Antropologia.
São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia.
Disponível em: https://bit.ly/2N4tX4F

Vale a pena indicar que bairros da periferia também possuem suas centralidades
geral­mente em espaços onde os primeiros assentamentos urbanos ocorreram. Esses
espaços não são o centro da cidade, mas, enquanto centralidades, respondem às de­
mandas daquela população.

Análise da Paisagem Urbana Centro X Periferia


Se pensarmos em relação a paisagens urbanas, o centro e a periferia são completa­
mente diferentes. O desenho dos passeios públicos, a relação com as ruas, a morfologia do
próprio bairro, a configuração dos comércios são completamente distintas. A fim de ilus­
trar essas percepções, vamos analisar algumas imagens de bairros da cidade de São Paulo.

Heliópolis-SP
A imagem abaixo (Figura 4) apresenta uma vista aérea da favela de Heliópolis. Sen­
do uma ocupação irregular, vemos que os desenhos das ruas vão se conformando no
território, sem grandes preocupações com tamanhos de lotes, ou quadras. A ocupação
é densa, com poucas áreas verdes ou espaços livres. O passeio público também é extre­
mamente estreito.

Figura 4 – Foto aérea de Heliópolis-SP


Fonte: unas.org.br

Outra característica pode ser observada na imagem a seguir (link). Muitas edificações
não possuem um acabamento específico, ficando expostos os blocos que construíram
as paredes da edificação, predominando cor terracota e textura do próprio material. As
edificações não possuem recuos e todo espaço, por menor que seja, é destinado a uma
pequena construção. A fiação irregular se emaranha com fiações legalizadas, criando um
espaço visual confuso. Em muitos casos, como a imagem abaixo, não há passeio público
delimitado, mas uma linearidade de cones que separam os transeuntes e os veículos.

14
Foto de Rua em Heliópolis-SP. Disponível em: https://bit.ly/3kOJqCr

São Miguel Paulista


Esse bairro da zona leste de São Paulo se caracteriza por uma alta concentração
populacional. A sua centralidade está localizada na Praça do Forró, local histórico do
bairro, com a capela de São Miguel Arcanjo. Vemos na imagem que, diferentemente de
Heliópolis, as edificações possuem minimamente uma organização dentro das quadras.
É uma área mais arborizada, com mais espaços livres e um desenho de vias melhor
definido. Já há uma infraestrutura de transporte melhor, se comparada à Heliópolis,
com a estação de Trem São Miguel Paulista (Figura 5). O desenho dos passeios públicos
é mais ordenado e definido, porém, ainda estreitos para áreas comerciais. Os lotes e
as construções organizam­se lindeiros ao passeio público, evidenciando uma legislação
anterior, na qual permitia essa configuração. Entretanto, alguns problemas ainda persis­
tem, como o posicionamento dos postes de luz e as fiações, criando uma barreira visual
no alto (Figura 6).

Figura 5 – Foto aérea de São Miguel Paulista-SP


Fonte: Google Maps

Figura 6 – Foto de São Miguel Paulista – SP


Fonte: Acervo do conteudista

15
15
UNIDADE Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

Avenida Brigadeiro Faria Lima


Localizada em uma das regiões mais nobres da cidade de São Paulo, apresenta-se
com uma centralidade na zona sul da cidade. Uma via larga, com a substituição de anti­
gas casas térreas e sobrados por edifícios altos, em meio a áreas verdes na extensão da
avenida e do bairro (Figura 7).

O passeio público também é largo, com um canteiro central projetado com ciclo­
faixas e faixas exclusivas de ônibus. A fiação da iluminação pública é toda no subsolo,
proporcionando outro aspecto a paisagem urbana (Figura 8).

Figura 7 – Foto aérea Avenida Brigadeiro Faria Lima-SP


Fonte: Google Maps

Figura 8 – Foto de Avenida Brigadeiro Faria Lima-SP


Fonte: Getty Images

Em Síntese
O centro e a periferia sempre representaram polos opostos da cidade. A segregação
­urbana pode ser vista por toda a cidade, mesmo em bairros nobres, como o Morumbi­
em São Paulo. A infraestrutura urbana tão escassa nas periferias se apresenta com
ótimas­condições em bairros mais nobres. O papel do arquiteto e urbanista é minimi-
zar os ­impactos da urbanização desenfreada nas periferias, proporcionando melhores
condições de vida a essa população, ao mesmo tempo em que minimiza os impactos
socioeconômicos em diversas áreas do território.

16
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Vitruvius
https://bit.ly/3qyP1Om
Urbanista às Avessas
https://bit.ly/2Oc16Mq

Leitura
Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo: Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014
https://bit.ly/3rDtyVY

17
17
UNIDADE Paisagem e Desenho Urbano: Centro e Periferia

Referências
ALCÂNTARA, M. F. de. Gentrificação. In: Enciclopédia de Antropologia. São Paulo:­
Universidade de São Paulo, 2018. Departamento de Antropologia. Disponível em:
<http://ea.fflch.usp.br/conceito/gentrificação>.

DUARTE, F. Planejamento Urbano. Curitiba: Intersaberes, 2012. (e-book)

SERPA, A. O espaço público na cidade contemporânea. São Paulo: Contexto, 2007.


(e-book)

VILLAÇA, F. Reflexões sobre o centro de São Paulo. In: Urbanismo: Dossiê São Paulo –
Rio de Janeiro. Campinas: Edição especial da Revista Óculum, 2003.

TESSARI, L. M. Dinâmica centro-periferia e estrutura urbana no contexto das


aglomerações não metropolitanas no interior do estado de São Paulo: o caso de
Araraquara/Américo Brasiliense. Jatai: Geoambiente on-line, 2013.

WALL, E. Desenho urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012. (e-book)

18

Você também pode gostar