Human">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Apostila Seduc

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 83

ENSINO MÉDIO

HISTÓRIA ETAPA I

MATERIAL DE ESTUDO
Prof.ª Leonora Ferreira Souza
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

CONTEUDOS A SEREM TRABALHADOS

1º PERÍODO
Teoria da História: conceito, fontes, métodos e problemas.
Memória e História: Conceito, fontes e métodos de pesquisa.
Fontes e problemas históricos
O surgimento do Homem: evolução, vestígios, cultura e trabalho (PRÉ-HISTÓRIA)
Da origem do homem à revolução neolítica
As Sociedades Primitivas antes da escrita
A Antiguidade Clássica: sociedade, cultura e política.
Sociedade grega: Atenas e Esparta
Sociedade romana: cultura, escravidão, poder e política.

2º PERÍODO
As sociedades ocidentais de transição do escravismo ao feudalismo
A formação do feudalismo europeu: a fusão dos elementos romanos e germânicos
O Cristianismo na Idade Média - O poder da Igreja Medieval
Crescimento Urbano na Idade Média (século XII)
O renascimento do comércio
A vida urbana na Idade Média

3º PERÍODO
Os Estados Nacionais europeus/ Modernidade
Portugal
Espanha
Inglaterra
França

4º PERÍODO
A nova visão de mundo do homem moderno (Renascimento, Humanismo e o
Iluminismo)
A cultura
A religião
A ciência
A cultura Pré-Colombiana
Os Incas
Os Maias
Os Astecas
Índios brasileiros pré-cabralianos

2
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
AULA 01 – HISTÓRIA

A História é uma ciência que se preocupa em compreender como o homem se desenvolveu ao longo do tempo.
As vivências humanas expressam o contexto histórico de cada época. O estudo do passado e a compreensão do
presente não se relacionam de forma determinista; as “soluções de ontem” não servem para os problemas de hoje.
Sem um processo de recriação que considere mudanças e permanências históricas, as experiências do passado não
podem ser aplicadas no presente, mas podem ser analisadas para formar um futuro melhor.
A palavra História Historien – no grego antigo “procurar saber”, “informar-se”. Então história significa procurar.
(Jacques Le Goff).
História – Uma palavra polissêmica possui diversos significados como:
- História ficção: livros de aventura, novelas de televisão, filmes, etc.
-História processo vivido: as lutas e sonhos, alegrias e tristezas de uma pessoa ou de um grupo social fazem parte
de sua história.
-História conhecimento: A produção de um conhecimento que procura entender como os seres humanos viveram e
se organizaram desde o passado mais remoto até os dias de hoje. Um saber preocupado em desvendar as
historicidades das vivências humanas.

Tempo e história

A compreensão das relações entre passado e presente é uma das mais intrigantes questões da história. “A escrita da
história não pode ser isolada de sua época”. O historiador vive seu tempo; a história que ele escreve está ligada à
história que ele vive – tempo presente. O historiador trabalha para seu tempo não para a eternidade.
O historiador investiga e interpreta as ações humanas que, ao longo do tempo, provocaram mudanças e
continuidades em vários aspectos da vida pública ou privada: na economia, nas artes, na política, no pensamento,
nas formas de ver e sentir o mundo, no cotidiano, na percepção das “diferenças”.
O tempo histórico são as referências históricas utilizadas para organizar os acontecimentos mais importantes e as
grandes mudanças das sociedades e civilizações.

É uma forma de contar o tempo a partir da ação dos seres humanos na Terra, pelas experiências que um povo,
nação ou toda humanidade passaram.
O tempo histórico é marcado por grandes acontecimentos, como guerras, quedas de impérios, grandes construções,
grandes epidemias e mudanças de regimes.
Os tempos históricos marcam diferentes formas de organização política, econômica, social e cultural das
civilizações e podem variar entre grupos sociais.

Diferença entre tempo histórico e tempo cronológico

O tempo cronológico é o tempo dos relógios e dos calendários, esse tempo é medido em frações exatas e
constantes de tempo: um dia tem sempre 24 horas, uma hora tem sempre sessenta minutos e um ano tem sempre 12
meses.
O tempo cronológico começou a ser medido pelos fenômenos naturais como a posição do sol e as fases da lua. Em
seguida, o homem criou instrumentos para controlar o tempo, como a ampulheta, o relógio e o calendário.

Diferente do tempo cronológico, o tempo histórico é o tempo marcado por grandes acontecimentos, como por
exemplo:
 Desenvolvimento e declínio de grandes civilizações;
 Surgimento da escrita;
 Descobrimento do continente americano;
 Primeira e Segunda Guerra Mundial;
 Guerra Fria;
 Revolução Francesa e Revolução Industrial.

O tempo histórico não respeita a previsibilidade e o rigor dos calendários ou relógios, ele é impreciso e
imprevisível e sua contagem considera a sequência de eventos de curta e longa duração.

3
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Existem diferentes formas de fazer a contagem do tempo histórico
O tempo é uma criação cultural e cada civilização desenvolve diferentes formas de compreendê-lo e conta-lo, o que
pode ser observado nos diferentes calendários existentes.

Considerando as três maiores religiões monoteístas existentes, temos 3 diferentes calendários:

 Calendário Cristão ou Gregoriano


O calendário da Igreja Católica se inicia com o nascimento de Jesus Cristo durante a Idade Antiga. Esse é um dos
principais marcos para a contagem do tempo em nossa civilização.
O ano do nascimento de Cristo é considerado o ano 0. Todos os anos que antecedem seu nascimento são contados
de maneira decrescente e trazem junto as letras a.C (antes de Cristo).

 Calendário Judaico ou Hebraico


O calendário judaico se iniciou no ano 3761 a.C, que segundo a tradição judaica foi o ano da criação de Adão. Isso
significa que em 2020, estaríamos no ano 5780 ou 5781 (conforme o mês) do calendário hebraico. Esse calendário
também está dividido em 12 meses, mas esses meses não correspondem à mesma divisão de meses do calendário
cristão.

 Calendário Muçulmano
O calendário muçulmano é utilizado pela religião islâmica e se inicia no ano de 622 do calendário cristão, isto é,
622 anos depois do nascimento de Cristo.
Esse é o ano que marca a data em que Maomé fugiu de Meca para Medina, evento conhecido como Hégira. Esse
calendário se baseia nas fases da lua e também possui 12 meses.

O tempo era percebido de maneira diferente em algumas civilizações

A nossa civilização se baseia, sobretudo, no calendário gregoriano, que é organizado de forma linear com começo,
meio e fim. O início é marcado pelo nascimento de Jesus Cristo e o fim, segundo a Bíblia, será marcado com o seu
retorno.
Outras civilizações, no entanto, compreendem o tempo de maneira diferente. Para os Maias e Astecas, por
exemplo, o tempo acontecia em ciclos que se repetiam, por isso, seu calendário era circular.

Linha do tempo da história da humanidade

O tempo histórico da nossa civilização é dividido em grandes fases.


Em cada uma dessas fases, a civilização apresentou características em comum que permitem a sua classificação:

1. Pré-história
A pré-história corresponde a todo o período anterior ao surgimento da escrita e costuma ser dividido em
duas fases: Idade da Pedra e a Idade dos Metais.
Idade da Pedra: se inicia há cerca de 2 milhões de anos, com o surgimento do gênero Homo e se estende
até cerca 5.000 a.C, quando se inicia a Idade dos Metais;
Idade dos Metais: marca o período em que os hominídeos começaram a fabricar objetos com metal. Essa
fase dura até meados de 3.000 a.C, quando surge a escrita.
2. Idade antiga
A Idade Antiga surge com a escrita e é o período das primeiras civilizações, caracterizadas por
organizações políticas e sociais complexas e hierarquicamente estruturadas.
Nesse período destacam-se as civilizações orientais egípcia, mesopotâmica, os persas, os hebreus e os
fenícios. Também é o período do desenvolvimento das civilizações chinesa e indiana.
Nas civilizações ocidentais, destacam-se os gregos e os romanos, que tiveram grande influência sobre a
formação cultural, política e social de todo o Ocidente.
Foi nesse período também que as civilizações Incas, Maias, Astecas e Olmecas, desenvolveram-se no
continente americano.

3. Idade Média
A Idade Média se estendeu do século V ao século XV e foi marcada pelo desenvolvimento do sistema
4
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
econômico político e social chamado feudalismo. Essa fase é dividida entre a Alta Idade Média e a Baixa
Idade Média:
Alta Idade Média: desenvolvimento e auge do sistema feudal;
Baixa Idade Média: declínio do sistema feudal e início do desenvolvimento do capitalismo.

4. Idade Moderna
Na Idade Moderna o capitalismo mercantil se desenvolve enquanto o sistema de produção dominante e o
absolutismo se estabelece enquanto forma de governo.
Esse é o período das grandes navegações, da descoberta de novos continentes e da colonização e
exploração de diversos países na Ásia, Africa e Américas pelas nações europeias.

5. Idade Contemporânea
A Idade Contemporânea se inicia com a Revolução Francesa, que abre caminho para outras revoluções
burguesas que colocam fim aos regimes absolutistas na Europa.
Essa fase também destaca-se pela Revolução Industrial e pelas guerras de independência realizadas na
América Latina.
Vale ressaltar que a divisão da História é um referencial que facilita a compreensão do estudo histórico. Trata-se de
uma divisão convencional que não é estática e nem imutável. Alguns aspectos de um determinado período histórico
permanecem prevalecendo em outras épocas. Portanto, o término de um período e o começo de outro, não significa,
necessariamente, um momento de modificação, e sim um momento de transição.

Quais são outras formas de contar o tempo?


Podemos nos deparar também, com outras formas de contar o tempo, como o tempo biológico, o tempo geológico e
o tempo psicológico.

 Tempo biológico
O tempo biológico refere-se às fases da vida, como o nascimento, o desenvolvimento a reprodução e a
morte. Esse tempo é diferente para a espécie humana e para outros animais.
Enquanto o ser humano pode chegar a viver cerca de 100 anos, algumas espécies, como as moscas, vivem
entre 15 e 30 dias. Isso significa que o ciclo de vida e morte de uma mosca respeita um tempo muito
diferente do tempo de um ser humano.

 Tempo geológico
O tempo geológico é utilizado para descrever a cronologia da formação geológica da Terra e as suas
mudanças desde que o planeta se formou.
Acredita-se que a Terra exista há cerca de 4,6 bilhões de anos. Isso significa que toda a formação rochosa
do planeta é resultado de milhões ou bilhões de anos de atividades na crosta terrestre.
Assim, os limites de tempo utilizados como referência para a geologia são enormemente maiores que os
dos homens, que surgiram na Terra há apenas cerca de 130 mil anos.

 Tempo psicológico
O tempo psicológico é outro tipo de marcação de tempo e está relacionado com a percepção da passagem
do tempo pelos indivíduos.
Quando uma pessoa passa por uma experiência com forte intensidade emocional, por exemplo, ela pode ter
a sensação de que a experiência durou muito mais ou muito menos do que o tempo cronológico marcaria.

Divisão dos séculos


A divisão do tempo em séculos é representada em algarismos romanos e não em algarismos arábicos.
I=1 V=5 X = 10
Pela divisão em séculos, o período entre o ano 1 e o ano 100 correspondem ao século I.
O período entre o ano 101 e o ano 200 pertence ao século II, e assim por diante.
O século III se refere aos acontecimentos ocorridos entre o ano 201 e o ano 300.
Vivemos hoje no século XXI, que corresponde ao período do ano 2001 ao 2100.
Exemplos:
Ano 437: está no século V, porque 437 está entre 401 e 500
Ano 1343: está no século XIV, porque 1343 está entre 1301 e 1400
5
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Ano 2013: está no século XXI, porque 2013 está entre 2001 e 2100
A história está dividida entre antes de Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C.), porque o calendário cristão que usamos
tem como ponto de divisão o nascimento de Jesus Cristo.
Quer você esteja falando de antes ou depois de Cristo, a lógica da divisão dos séculos é a mesma:
32 a.C. - século I a.C. 689 d.C. - século VII
1111 a.C. - século XII a.C. 1997 d.C. - século XX
Normalmente, se não for referido se a data é antes ou depois de Cristo, assume-se que seja depois de Cristo. Ou
seja, quando alguém diz século VII, século XIII, etc, essa pessoa quer dizer depois de Cristo.
Truques para saber sempre qual é o século
Basta cortar o algarismo das unidades e o algarismo das dezenas e depois acrescentar um (1).
Exemplos:
1203 a.C. = 12 + 1 = 13 = século XIII a.C.
630 d.C. = 6 + 1 = 7 = século VII d.C.
2008 = 20 + 1 = 21 = século XXI d.C.
Quando os anos terminem em 00, é só cortar 00. O ano 2000, por exemplo, pertence ao século XX

Fontes históricas
As fontes históricas são registros que trazem vestígios do passado humano que permitem com que o historiador
possa realizar o seu trabalho de interpretação desse passado. Atualmente, uma série de objetos, como documentos
escritos, pinturas, vestígios arqueológicos, testemunhos, entre outros, são utilizados por historiadores como fontes
históricas.
As pinturas rupestres são importantes representações pictóricas que servem como fontes históricas no estudo da
vida do homem durante a Pré-História. As pinturas rupestres são importantes representações pictóricas que servem
como fontes históricas no estudo da vida do homem durante a Pré-História.
As fontes históricas são documentos que possuem vestígios do passado e permitem o historiador interpretá-lo.
Até o século XIX, os historiadores só consideravam as fontes escritas por Estados e grandes personagens.
A partir do século XX, novos documentos, como pinturas, roupas, relatos de viagens etc., passaram a ser
considerados fontes históricas.
Essa interpretação do passado se dá por meio dos vestígios que permaneceram de tempos passados até a atualidade.
Esses vestígios são o que nós chamamos de fontes históricas ou documentos históricos.
As fontes históricas podem ser tanto materiais como imateriais.

Vamos entender a diferença entre as duas:


 Fontes materiais: são os documentos ou objetos físicos produzidos por mãos humanas. Sendo assim,
documentos escritos, pinturas, fotos, vídeos, roupas, construções, objetos, entre outros, são considerados
pelos historiadores como fontes imateriais.
 Fontes imateriais: são uma novidade não muito nova dentro do trabalho dos historiadores, e nelas estão
incluídos os relatos de pessoas que presenciaram determinado acontecimento, assim como lendas e
histórias populares transmitidas pela oralidade.

As fontes históricas podem ser agrupadas em quatro tipos:


1. Documentos textuais: todo tipo de documento escrito, documentos governamentais, relatos de viagem, diários,
cartas pessoais e governamentais, crônicas, poemas, livros literários, jornais, documentos de justiça, panfletos,
cartilhas, revistas, etc.
2. Vestígios arqueológicos e fontes da cultura material: itens que sobreviveram à ação do tempo e que foram
recuperados por meio de trabalho arqueológico, como ruínas de construções, ruas, túmulos, roupas, armas,
cerâmica, etc. Além disso, objetos de tempos mais recentes, como roupas, copos, móveis, itens pessoais, etc.,
também são considerados fontes da cultura material.
3. Representações pictóricas: pinturas rupestres, afrescos, quadros, fotos, ilustrações, animações, etc.
4. Registros orais: testemunhos de pessoas que viveram determinados acontecimentos, mitos de origem, lendas,
etc.

Como mencionado, até pouco tempo, o trabalho dos historiadores era restrito à análise das fontes materiais. O tipo
de fonte histórica considerada pelos historiadores do século XIX era o documento escrito, sobretudo o que era
entendido como oficial, isto é, produzido por Estados e grandes personalidades do passado.
A partir do século XX, novas tendências foram surgindo entre os historiadores, e logo concluiu-se que qualquer
6
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
vestígio humano do passado pode ser útil no trabalho do historiador e, portanto, pode ser considerado uma fonte
histórica.

Com isso, uma série de documentos passaram a ser vistos como úteis no trabalho dos historiadores, como relatos de
viajantes, livros literários, jornais, cartas etc.
Além disso, roupas, alimentos, fotos, relatos orais, vestígios arqueológicos, construções, pinturas também se
juntaram ao grupo das fontes históricas. Mais recentemente, tornou-se muito comum que músicas, filmes e outras
produções audiovisuais também sejam intensamente explorados como fontes históricas.

Outra prática que se tornou muito comum ao trabalho do historiador nas últimas décadas foi a de associar o
conhecimento produzido pela história com outros campos do conhecimento humano. Áreas como antropologia,
arqueologia, filosofia, sociologia, psicologia se comunicam em diferentes pesquisas históricas.

Por fim, os historiadores costumam classificar as fontes históricas em fontes voluntárias e fontes involuntárias. As
fontes voluntárias são aquelas criadas com o propósito de registrar determinado acontecimento para a posteridade,
como o registro da Guerra do Peloponeso feito pelo historiador grego Tucídides.

As fontes involuntárias são aquelas registradas sem a preocupação de serem preservadas para a posteridade. Sendo
assim, elas são documentos que cumpriam um determinado propósito em seu próprio tempo e não foram
produzidos pensando na perpetuação da informação ali registrada.
Um exemplo desse tipo de fonte pode ser os documentos secretos de Estados nacionais em períodos de guerra.
Dependendo do tipo de informação registrada, o documento pode ter sido projetado sem o objetivo de que ela se
tornasse pública, seja no presente, seja no futuro.
As fontes involuntárias, muitas vezes, são mais valorizadas porque trazem informações importantes que não são
acessíveis. Entretanto, tanto fontes voluntárias quanto involuntárias têm sua importância no trabalho do historiador.

Outra categoria utilizada pelos historiadores para se pensar as fontes históricas é a que as divide em fontes
históricas diretas e indiretas. Nesse caso, as fontes históricas diretas são aquelas que foram produzidas pelos
agentes que viveram os acontecimentos históricos em questão. As fontes históricas indiretas são aquelas
produzidas por algum historiador ou estudioso baseado no estudo de uma fonte direta.
Portanto, quando analisamos o relato de Tucídides a respeito da peste de Atenas, doença que atingiu essa cidade
grega no século IV a.C., por exemplo, estamos utilizando uma fonte histórica direta, porque Tucídides vivia em
Atenas no período dessa epidemia, tendo, inclusive, contraído a doença. Agora quando estivermos estudando o
assunto por meio do estudo promovido por um historiador moderno, aí estaremos em posse de uma fonte histórica
indireta.

Como os arqueólogos sabem a idade de um objeto?


1- Dendrocronologia
Do que se trata: é o método de datação pelos anéis das árvores
Uso: madeira
Alcance: 9 mil anos
Como funciona: o padrão de crescimento das árvores muda com as estações do ano. Quando se corta uma árvore, é
possível ver uma sequência de círculos claros e escuros, correspondendo ao verão e ao e ao inverno – um
verdadeiro código de barras.
Esse código pode se sobrepor ao de uma árvore mais antiga e assim por diante. Paleontólogos já foram capazes de
reunir uma sequência ininterrupta de 9 mil anos.
Aí é só comparar os círculos e contar. Dá para saber quando uma construção foi erguida olhando a madeira que foi
usada nela (ou até em que ano cada parte foi feita). Nos trópicos, as árvores não formam anéis bem distintos.

2 – Carbono -14
Do que se trata: quantificação de elementos químicos instáveis
Uso: papel, madeira, couro, tecido e ossos
Alcance: 60 mil anos
Como funciona: o elemento carbono-14 é raro. Ele é formado quando um nêutron colide com um átomo de
nitrogênio-14. O N-14 vira C-14 e passa a integrar moléculas de gás carbônico. Enquanto vivem, plantas e animais
absorvem gás carbônico da atmosfera. Quando morrem, os seres deixam de repor C-14 nos corpos. Porém, o C-14
7
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
é instável e volta a ser N-14. A diferença entre a quantidade de C-14 de um fóssil e a normal serve para calcular há
quanto tempo o animal ou planta morreu
A técnica do carbono-14 foi descoberta na década de 1940 por Willard Libby. Ele percebeu que a quantidade de
carbono-14 dos tecidos orgânicos mortos diminui a um ritmo constante com o passar do tempo. Assim, a medição
dos valores de carbono-14 em um objeto fóssil nos dá pistas dos anos decorridos desde sua morte.

3 - Potássio-argônio
Do que se trata: átomos transmorfos permitem datar ancestrais humanos
Uso: rochas vulcânicas
Alcance: 100 mil a 4,3 bilhões de anos
Como funciona: método de determinação da época de origem das rochas medindo a proporção de
radioativosargônio para radioativopotássio na rocha. Este método de datação é baseado na decomposição do
potássio-40 radioativo em argônio-40 radioativo em minerais e rochas; o potássio-40 também decai em cálcio-40.
Assim, a proporção de argônio-40 e potássio-40 e cálcio radiogênico-40 para potássio-40 em um mineral ou rocha
é uma medida da idade da amostra. O método da idade do cálcio-potássio é raramente usado, entretanto, devido à
grande abundância de cálcio não radiogênico em minerais ou rochas, o que mascara a presença de cálcio
radiogênico. Por outro lado, a abundância de argônio na Terra é relativamente pequena por causa de sua fuga para a
atmosfera durante processos associados ao vulcanismo.

ATIVIDADE DE REVISÃO
01. Marque a alternativa correta. História é a ciência que:
a) ( ) estuda os acidentes históricos e geográficos do planeta Terra.
b) ( ) se fundamenta unicamente em documentos escritos.
c) ( ) estuda os acontecimentos do passado dos homens, utilizando-se dos vestígios que a humanidade deixou.
d) ( ) estuda os acontecimentos presentes para prever o futuro da humanidade.
e) ( ) estuda a causalidade dos fenômenos físicos e sociais com base no empirismo.

02. Dentre as opções abaixo, qual delas apresenta apenas exemplos de fontes escritas?
a) ( ) Diários, jornais e leis.
b) ( ) Pinturas, utensílios domésticos e certidões de nascimento.
c) ( ) Revistas, livros e vestimentas.
d) ( ) Brinquedos, documentos e móveis.
e) ( ) Cartões-postais, fósseis e lendas.

03. Leia com bastante atenção o texto a seguir:


Os idosos
Envelhecer é uma grande vitória. Significa estar vivendo há muito tempo, já ter passado por várias experiências e
testemunhado inúmeros acontecimentos. Conviver com os idosos é um privilégio, pois temos a possibilidade de
partilhar toda essa memória, esse conhecimento acumulado sobre o mundo.
Para a história, os idosos significam uma oportunidade única para recuperar informações sobre o passado. Mais do
que isso, é a chance de preservar testemunhos e experiências de sujeitos que, em sua memória, nunca tiveram a
oportunidade de registrar seu modo de vida, sua história.
➢ Ao trabalhar com o relato de pessoas idosas, o historiador estará utilizando uma fonte:
a) ( ) Oral. b) ( ) Escrita.
c) ( ) Visual. d) ( ) Mídia interativa.

04. Numere a que tipo de fonte pertence estes documentos.


(1) Fontes Visuais
(2) Fontes escritas
(3) Fontes materiais
(4) Fontes orais
Entrevistas ( ) Gravuras ( )
Moedas ( ) Desenhos ( )
Jornais ( ) Músicas ( )

8
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Brinquedos ( ) Leis ( )
Fotos ( ) Esculturas ( )

5. Nós vimos em nossas aulas que o tempo cronológico pode ser dividido de diversas formas, como meses, anos,
séculos e milênios. Analise os fatos históricos abaixo e cite a qual século ele pertence:
a) Neil Armstrong foi o primeiro a pisar na Lua, em 1969, no século ________
b) Pedro Alvares Cabral chegou ao Brasil em 1500, no século ________
c) Bárbaros invadiram e derrubaram o Império Romano do Ocidente em 476, no século ________
d) As Torres Gêmeas sofreram um ataque terrorista em 2001, no século ________
e) A Primeira Guerra Mundial abalou o mundo e começou em 1914, no século ________
f) A Lei Áurea aboliu oficialmente a escravidão no Brasil, em 1888, no século ________

6. De acordo com a divisão tradicional da História, a divisão cronológica correta dos períodos históricos é:
a) Pré-História, Idade Antiga, Idade Contemporânea, Idade Média, e Idade Moderna.
b) Pré-História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
c) Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna, e Idade Contemporânea.
d) Idade Contemporânea, Idade Moderna, Idade Antiga e Idade Média.
e) Pré-História, Idade Contemporânea, Idade Moderna, Idade Média e Idade Antiga.

7. Enumere corretamente para que serve cada uma das técnicas abaixo:
(1) Carbono -14 ( 2) Potássio-argônio (3) Dendrocronologia

( ) Usado para identificar a idade de rocha fossilizada


( ) Usado para identificar a idade do papel, madeira, couro, tecido e ossos
( ) Usado para identificar a idade de um fóssil de arvore ou madeira

AULA 02 - ORIGEM HUMANA


Provavelmente, você deve ter ouvido falar que a História teve seu início com a escrita. Mas o que aconteceu antes
do surgimento do homem?
Diferentes sociedades têm dado várias respostas para questão do surgimento do ser humano na Terra. Nesse caso,
surgiram duas versões do aparecimento do homem na terra, duas teorias são as mais aceita. Uma científica restrita à
Biologia e à outra a Teologia : o Criacionismo e o Evolucionismo .

 Teoria criacionista
Teoria criacionista e evolucionista não pertencem ao mesmo mundo, porque a chamada teoria criacionista não tem
base científica. Ao contrário, se baseia na fé religiosa para afirmar que os seres vivos seriam produto da criação
divina e, assim, imutáveis.
Seja como for, este pensamento religioso estabeleceu uma forma básica de entendimento da vida, como fruto da
ação divina, que prevaleceu por muitos séculos.
Mas, a partir dos anos 1800, pesquisas científicas começaram a apontar para um novo entendimento, baseado em
evidências. Sobretudo, a partir das observações de dois grandes pensadores da humanidade, começando por Jean-
Baptiste de Lamarck (1744-1829).

 Teoria evolucionista de Lamarck


Lamarck foi um naturalista francês que desenvolveu um longo trabalho de observação de moluscos e estabeleceu a
primeira teoria evolucionista, assentada em duas compreensões principais, que seriam as leis da evolução:
Lei do uso e do desuso: quando um ser vivo usa um órgão mais do que os outros órgãos, este órgão se desenvolve
mais do que os outros. Ou seja, ao longo do tempo, órgãos úteis se desenvolvem, enquanto os demais deixam de ser
funcionais (desuso).
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: como consequência da primeira lei, Lamarck defendia que uma vez
que um órgão era mais usado que outros, isto se tornava uma característica da espécie, passada de geração em
geração.
Para quem já está por dentro deste assunto, é possível perceber que a teoria de Lamarck está errada, mas não
completamente, principalmente porque foi a primeira a perceber que os seres vivos evoluíam com o passar das

9
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
gerações.

 Teoria evolucionista de Darwin


Pouco depois de Lamarck, Charles Darwin deu um passo muito mais profundo e certeiro para comprovar a teoria
evolucionista, a partir da observação e comparação de fósseis, percebendo alguns pontos fundamentais:
Fósseis de uma mesma espécie apresentavam pequenas diferenças entre si;
Fósseis de animais extintos tinham semelhanças com espécies diferentes, ainda vivas.
Destas observações, Darwin estabeleceu suas principais hipóteses, sobre as quais falaremos a seguir.

Seleção natural e adaptação


Para entender o que é seleção natural segundo a teoria evolucionista, é preciso lembrar que a noção de “seleção
artificial” já existia no século XIX. Basta que você pense nos cachorros.
Ao longo do tempo, nós incentivamos o cruzamento entre raças diferentes de cachorros, porque queríamos obter
resultados específicos, como animais mais fortes, mais ágeis ou mais inteligentes.
A seleção natural seria um processo similar, mas que ocorreria aleatoriamente, na própria natureza, sendo que as
pequenas diferenças entre os seres de uma mesma espécie fariam com que alguns indivíduos fossem mais aptos a
sobreviver.
Ou seja, a longo prazo, sobreviveriam apenas os indivíduos de uma determinada espécie, que possuíssem aquelas
pequenas diferenças que lhes davam alguma vantagem.
Podia ser uma pelagem um pouco mais grossa, um bico um pouco mais comprido ou qualquer outro detalhe.
Com o tempo, estes indivíduos mais bem adaptados se tornavam mais numerosos porque tinham mais chances de
procriar, com seus filhos herdando as mesmas características, até que se tornassem dominantes, dando origem à
uma nova espécie.
Esta é a forma como a teoria evolucionista explica a adaptação das espécies, ou seja, a seleção natural favorece a
sobrevivência dos mais adaptados ao ambiente, até que as suas características se tornem dominantes.

 Teoria evolucionista: neodarwinismo


Estrutura do DNA
As teorias evolucionistas de Darwin estavam muito próximas da realidade, mas eram incapazes de explicar a
origem daquelas pequenas diferenças, por exemplo.
Esta explicação só se tornou possível com os avanços mais recentes na área da genética, quando descobrimos o
funcionamento da reprodução dos seres vivos, especialmente, através da descoberta da possibilidade de “erros”
durante a formação das células.
Isso deu origem ao chamado “neodarwinismo”, ou Teoria Sintética da Evolução, explicando que uma mutação (um
bico ou pelo mais longo) é resultado de um destes “erros” que, uma vez estabelecidos em um código genético,
passam para a geração seguinte (filhos e netos).
Resumindo, dentro de uma espécie de gorilas por exemplo, cada indivíduo tem um código genético muito parecido
com os demais membros da espécie, mas com pequenas diferenças (ou “erros”).
Dependendo das condições do ambiente em que aquela espécie vive, alguns destes “erros” conferem uma vantagem
a certos indivíduos da espécie.
Digamos que alguns gorilas nasçam com uma pelagem muito mais espessa do que o normal da espécie, enquanto
uma glaciação (frio intenso) atinge sua região durante milênios. A pelagem mais grossa, neste caso, seria uma
vantagem para a sobrevivência.
Como estamos falando de um longo período, apenas filhotes com o mesmo “erro” genético teriam uma chance
razoável de sobreviver e a espécie inteira se transformaria aos poucos, até que a pelagem grossa se tornasse padrão.
Sendo assim, podemos dizer que a teoria evolucionista se tornou mais completa com as descobertas da genética,
que preencheram muitas das lacunas deixadas por Darwin.
O confronto, com o passar do tempo, entre os defensores das teorias criacionista e evolucionista tem gerado
muitos debates acalorados. O mais importante, neste momento, é sabermos que cada uma parte de um ponto
diferente (a religião ou a ciência). Grande parcela dos cientistas vê essa discussão como inútil, pois não são
modelos excludentes de explicação, apenas divergem em seus princípios.

A EVOLUÇÃO DO SER HUMANO


A teoria evolucionista de Darwin e Wallace resolveu um grande mistério científico. Desde o século XIX,
arqueólogos e outros estudiosos encontravam em suas pesquisas ossos muito semelhantes aos de humanos
modernos, mas nenhum ser humano conhecido tinha ossos exatamente como aqueles. Utilizando a teoria
10
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
evolucionista, os cientistas ligaram a origem do ser humano a um grupo de mamíferos chamado primatas, que
surgiu na África há cerca de 70 milhões de anos.
Primatas: mamíferos como macacos, seres humanos e lêmures.
Um grupo de primatas deve ter originado os primeiros hominídeos, ou seja, seres que já apresentavam
características semelhantes às do homem moderno. Os mais antigos hominídeos de que se tem evidência foram os
australopitecos. Eles viviam no sul da África, já andavam eretos sobre os dois pés e tinham habilidade com as
mãos, mas não fabricavam instrumentos.
O gênero homo
O gênero Homo, do qual fazemos parte, originou-se há cerca de 2 milhões de anos. Diferentemente dos
australopitecos, ele apresentava maior volume cerebral e habilidade nas mãos. Há várias espécies conhecidas do
gênero Homo, sendo as principais as que estão listadas a seguir:
 Homo habilis: já tinha a habilidade de fabricar utensílios simples de pedra. Alimentava-se de vegetais e
carne e, provavelmente, desenvolveu uma forma de linguagem. Ossos dessa espécie, de 2 milhões de anos atrás,
foram encontrados no leste da África.
 Homo erectus: além de utilizar utensílios de pedra lascada, como machados, era bom caçador. Foi
provavelmente a primeira espécie a deixar a África. Em 2001, pesquisadores encontraram na Geórgia, na Europa
Oriental, ossos humanos que foram classificados como pertencentes à espécie do Homo erectus;.
 Homo neanderthalensis: muito parecido com o ser humano moderno, era caçador, e suas diferentes
subespécies habitaram a Europa e a Ásia Ocidental entre 230 mil e 30 mil anos atrás.
 Homo sapiens: surgiu entre 190 mil e 150 mil anos atrás, nas savanas africanas, e se espalhou depois por
todos os continentes.
Construiu instrumentos variados e mais sofisticados, desenvolveu a linguagem e expressões artísticas. O Homo
sapiens, ou seja, o homem moderno, foi a única espécie do gênero Homo que conseguiu sobreviver.

A origem do gênero Homo é um dos grandes mistérios da evolução humana. Até recentemente, suspeitava-se de
que ele tivesse surgido na África Oriental. Contudo, a descoberta em 2008, na África do Sul, do fóssil de uma
espécie nomeada de Australopithecus sediba sugere, para alguns cientistas, que este poderia ser o ancestral do
gênero Homo.

Em 1974, descobriu-se na Etiópia (país da África) o esqueleto de um australopiteco quase completo, de 3,2 milhões
de anos. Depois de se comprovar que se tratava de uma mulher, o esqueleto foi batizado com o nome de Lucy,
porque no momento da descoberta os arqueólogos estavam ouvindo a canção Lucy in the sky with diamonds, dos
Beatles.
Em 2010 foi descoberto, também na Etiópia, um esqueleto 400 mil anos mais velho que o de Lucy, mas da mesma
espécie que ela, um Australopithecus afarensis. Denominado pelos pesquisadores de Kadanuumuu, o esqueleto
teria 3,6 milhões de anos.
As continuas descobertas de esqueletos de hominídeos muito antigos na África levaram os cientistas a concluir que
o ser humano provavelmente surgiu na África e de lá se espalhou para os outros continentes.

ATIVIDADE DE REVISÃO

1. A principal diferença entre a teoria criacionista e as demais teorias está no fato de que
a) a criacionista possui uma base científica, enquanto as demais são pura especulação.
b) a criacionista tem uma base teórica importante, a Bíblia, enquanto as demais não possuem qualquer
documentação histórica.
c) a teoria criacionista tem um caráter religioso (místico), enquanto as demais se baseiam em observações
sistemáticas, ou seja, científicas.
d) a teoria criacionista é muito precisa quanto à forma pela qual o Universo surgiu, as demais baseiam-se em
observações vagas.
e) a criacionista possui citações em todas as religiões humanas e as demais se baseiam em fatos observáveis que
nem sempre se repetem.

2. Anote ao lado de cada frase a qual espécie está relacionada cada uma destas afirmativas. Leia novamente o texto
O GÊNERO HOMO.
a) Povoou diferentes regiões do planeta e foi a única espécie do gênero Homo que conseguiu sobreviver.
11
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
______________________________.
b) Habitava a Europa e a Ásia Ocidental e era muito parecido com o ser humano moderno.
_________________________________________.
c) Era bom caçador, utilizava utensílios de pedra lascada, como machados.
_____________________________________________.
d) Alimentava-se de carne e de vegetais e representa a mais antiga espécie do gênero Homo da qual foram
encontrados restos ósseos.

3. O criacionismo se baseia na fé da criação divina, como narrado na Bíblia Sagrada, mais especificamente no livro
de Gênesis na qual Deus criou todas as coisas, inclusive o homem. Lembrando que diversas culturas possuem sua
versão própria do criacionismo, como é o caso da mitologia grega, da mitologia chinesa, cristianismo entre outras.
Pode-se dizer que o criacionismo caracteriza-se pela defesa do seguinte argumento:
a) todas as espécies de seres vivos existentes evoluíram ao logo do tempo, seguindo as leis da seleção natural.
b) a vida, o universo e todos os seres existentes não passaram a existir do nada sem que houvesse um ser superior e
eterno que os tivesse concebido inteligentemente.
c) o desenvolvimento da vida e das grandes diversidades de seres vivos independe de algo externo à materialidade
da existência.
d) nenhum ser vivo pode ser tido como membro de uma espécie independentemente das leis da seleção natural.

4. No criacionismo acredita-se que:


(A) Os indivíduos mais adaptados ao meio ambiente conseguem melhores resultados na luta pela sobrevivência.
(B) A ciência explica a evolução dos seres humanos.
(C) Deus criou tudo e a todos.

5. Assinale a alternativa verdadeira a respeito da origem da teoria do criacionismo:


(A) Foi elaborada com base no livro do Gênesis, da bíblia.
(B) Criada a partir dos estudos de Charles Darwin.
(C) Criada a partir da semelhança entre os homens e os macacos.

6. A teoria aceita pela ciência para explicar como surgiu a enorme diversidade de seres vivos que habitam a Terra é
denominada:
(A) Criacionismo. (B) Evolucionismo. (C) Hominídeo.

7. Durante muito tempo de estudos o cientista _____________ lançou o livro “A origem das espécies”, no qual
propôs a evolução do ser humano. A alternativa que preenche corretamente a lacuna na frase é:
(A) Charles Darwin. (B) Albert Einstein. (C) Isaac Newton.

8. “Os organismos mais adaptados conseguem sobreviver e produzir descendentes, os quais herdam essas
características. Os organismos menos adaptados apresentam menor chance de sobrevivência e,
consequentemente, de reprodução.” Essa frase se refere a um dos principais pontos da teoria proposta por Charles
Darwin, chamado de:
(A) Mito fundador. (B) Seleção Natural. (C) Darwinismo.

9. Relacione corretamente as colunas abaixo.


(A) Primatas (B) Hominídeos
(C) Australopithecus (D) Lucy

( ) Esqueleto feminino de Australopithecus descoberto na Etiópia, em 1974, de 3,2 milhões de anos.


( ) Seres que já apresentavam características semelhantes às do homem moderno.
( ) Viviam no sul da África, já andavam eretos sobre os dois pés e tinham habilidade com as mãos, mas não
fabricavam instrumentos.
( ) Grupo de mamíferos, que surgiu na África há cerca de 70 milhões de anos.

10. Responda.
a) Por que os arqueólogos batizaram o esqueleto do Australopithecus encontrado na Etiópia com o nome de Lucy?
________________________________________________________________________________
12
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

b) De acordo com as descobertas dos cientistas, em que continente surgiu os primeiros seres humanos?
________________________________________________________________________________

AULA 03 – PRÉ-HISTÓRIA

As disciplinas que estudam a pré-história são a Paleontologia Humana e a Arqueologia Pré-Histórica.


• Paleontologia Humana estuda os fósseis dos corpos dos seres humanos pré-históricos, como ossos,
dentes, e partes mais resistentes que se preservam no de correr dos anos.
• Arqueologia Pré-Histórica estuda os objetos feitos pelos humanos pré-históricos, procurando descobrir
como vivam, a partir de sua produção de utensílios como instrumentos de pedra, cerâmica e sepulturas. Ou seja, a
sua cultura material.
O termo Pré-História foi criado em 1851 e utilizado para se referir ao período da vida humana que antecede a
invenção da escrita. O período pré-histórico durou aproximadamente 5 milhões de anos. Ele tem início com os
primeiros registros históricos e se estende até aproximadamente 4000 a.C. Existem estudiosos que não usam o
termo Pré-História. Eles optam por denominar essa época de história dos povos pré-letrados ou povos ágrafos.
Devido à ausência de documentos desse período, tudo o que se sabe sobre Pré-História é fruto de estudos
multidisciplinares das áreas de antropologia, arqueologia e paleontologia. Arqueólogos, antropólogos,
paleontólogos e geneticistas utilizam fósseis e objetos encontrados para realizar estudos a fim de traçar a cultura, os
costumes e os credos de humanos que viveram na terra nessa época.
Com base nas evidências deixadas nas cavernas, como as pinturas rupestres, vestígios de utensílios e ferramentas,
os pesquisadores chegaram à conclusão de que algumas habilidades humanas foram desenvolvidas durante o
período pré-histórico.
Existe um divisão da era pré-histórica que classifica os períodos em: Paleolítico ou Período da Pedra Lascada,
Neolítico ou Período da Pedra Polida e Idade dos Metais.
Período Paleolítico
O período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada foi o período em que os primeiros hominídeos apareceram na
terra. Esse período perdurou por cerca de 3 milhões de anos, terminando aproximadamente em 10.000 a.C., quando
houve Revolução Neolítica. Durante o período paleolítico, os antepassados do homem começaram a se diferenciar
dos outros animais. Foi nessa época que eles passaram a produzir os primeiros objetos em pedra lascada.
Na Idade da Pedra Lascada, os hominídeos eram essencialmente nômades e viviam da caça e da coleta, tendo que
se deslocar em busca de alimentos. Nesse período, eles produziram os primeiros instrumentos de caça feitos em
madeira, osso ou pedra.
Período Neolítico
O período Neolítico ou Idade da Pedra Polida foi marcado pelo surgimento das primeiras civilizações. Nesse
período, o homem conquistou o domínio do fogo e começou praticar a agricultura, deixando de ser dependente da
caça e da coleta. A Idade da Pedra Polida teve início por volta do ano 10.000 a.C.
Idade dos Metais
Esse período foi caracterizado pela fabricação do primeiros instrumentos em metais. Ainda que de forma
rudimentar, nesse período o homem começou a dominar as técnicas de fundição. A Idade do Metais foi o período
em que a população cresceu em algumas partes da terra. Assim surgiram as primeiras comunidades, que deram
origem às primeiras civilizações.

TRANSIÇÃO DA PRÉ-HISTÓRIA PARA A HISTÓRIA


O período de transição recebe o nome de proto-história. Nessa época as sociedades agrárias acumularam os
primeiros elementos para a futura aplicação da escrita. Embora anteceda o surgimento da escrita, o período
chamado proto-história, é descrito em documentos posteriores.
A proto-história denomina a época de transição que se seguiu, quando as sociedades agrárias reuniram os primeiros
elementos para a posterior aplicação da escrita. A sua principal característica foi a substituição da tecnologia da
pedra pela do metal.

ATIVIDADE DE REVISÃO

13
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

01. Marque a alternativa correta. História é a ciência que:


a) ( ) estuda os acidentes históricos e geográficos do planeta Terra.
b) ( ) se fundamenta unicamente em documentos escritos.
c) ( ) estuda os acontecimentos do passado dos homens, utilizando-se dos vestígios que a humanidade deixou.
d) ( ) estuda os acontecimentos presentes para prever o futuro da humanidade.
e) ( ) estuda a causalidade dos fenômenos físicos e sociais com base no empirismo.

02. Dentre as opções abaixo, qual delas apresenta apenas exemplos de fontes escritas?
a) ( ) Diários, jornais e leis.
b) ( ) Pinturas, utensílios domésticos e certidões de nascimento.
c) ( ) Revistas, livros e vestimentas.
d) ( ) Brinquedos, documentos e móveis.
e) ( ) Cartões-postais, fósseis e lendas.

03. Leia com bastante atenção o texto a seguir:


Os idosos
Envelhecer é uma grande vitória. Significa estar vivendo há muito tempo, já ter passado por várias experiências e
testemunhado inúmeros acontecimentos. Conviver com os idosos é um privilégio, pois temos a possibilidade de
partilhar toda essa memória, esse conhecimento acumulado sobre o mundo.
Para a história, os idosos significam uma oportunidade única para recuperar informações sobre o passado. Mais do
que isso, é a chance de preservar testemunhos e experiências de sujeitos que, em sua memória, nunca tiveram a
oportunidade de registrar seu modo de vida, sua história.
➢ Ao trabalhar com o relato de pessoas idosas, o historiador estará utilizando uma fonte:
a) ( ) Oral. b) ( ) Escrita. c) ( ) Visual. d) ( ) Mídia interativa.

04. Numere a que tipo de fonte pertence estes documentos.


(1) Fontes Visuais (2) Fontes escritas (3) Fontes materiais (4) Fontes orais

Entrevistas ( ) Esculturas ( ) Moedas ( )


Desenhos ( ) Jornais ( ) Músicas ( )
Brinquedos ( ) Leis ( ) Fotos ( )

5. Nós vimos em nossas aulas que o tempo cronológico pode ser dividido de diversas formas, como meses, anos,
séculos e milênios. Analise os fatos históricos abaixo e cite a qual século ele pertence:
a) Neil Armstrong foi o primeiro a pisar na Lua, em 1969, no século ________
b) Pedro Alvares Cabral chegou ao Brasil em 1500, no século ________
c) Bárbaros invadiram e derrubaram o Império Romano do Ocidente em 476, no século ________
d) As Torres Gêmeas sofreram um ataque terrorista em 2001, no século ________
e) A Primeira Guerra Mundial abalou o mundo e começou em 1914, no século ________
f) A Lei Áurea aboliu oficialmente a escravidão no Brasil, em 1888, no século ________

7. De acordo com a divisão tradicional da História, a divisão cronológica correta dos períodos históricos é:
a) Pré-História, Idade Antiga, Idade Contemporânea, Idade Média, e Idade Moderna.
b) Pré-História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
c) Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna, e Idade Contemporânea.
d) Idade Contemporânea, Idade Moderna, Idade Antiga e Idade Média.
e) Pré-História, Idade Contemporânea, Idade Moderna, Idade Média e Idade Antiga.

AULA 03 – PRÉ-HISTÓRIA

Período antes da invenção da escrita


A Pré-história é a parte da história em que vai do aparecimento dos primeiros hominídeos até a invenção da escrita
(por volta de 3.500 a.C). O termo pré-história foi grafado pelos historiados, arqueólogos, antropólogos e

14
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
paleontólogos que estudavam os homens primitivos e perceberam que a história não deveria ser contada apenas
pelos documentos escritos, pois existiam vestígios de diversas sociedades que eram apresentados por meio de
gravuras em cavernas.
Essa parte da divisão da história humana marca o surgimento de sociedades, desenvolvimento de ferramentas
rudimentares (como instrumentos com pedras), domesticação de plantas e animais. Apesar desses aspectos gerais, o
estudo da pré-história deve ser contextualizada a partir de determinado povo e região, pois o desenvolvimento não
foi o mesmo em todos.
As disciplinas que estudam a pré-história são a Paleontologia Humana e a Arqueologia Pré-Histórica.
 Paleontologia Humana estuda os fósseis dos corpos dos seres humanos pré-históricos, como ossos,
dentes, e partes mais resistentes que se preservam no de correr dos anos.
 Arqueologia Pré-Histórica estuda os objetos feitos pelos humanos pré-históricos, procurando descobrir
como vivam, a partir de sua produção de utensílios como instrumentos de pedra, cerâmica e sepulturas. Ou
seja, a sua cultura material.

Para a melhor compreensão, os estudiosos costumam subdividir o período que possuem características comuns. São
eles: Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), Neolítico (Idade da Pedra Polida) e Idade dos Metais. Conheça agora os
principais aspectos de cada momento.
A Pré-História é um período que acompanha o surgimento e o desenvolvimento da humanidade antes que fosse
criada a primeira forma de escrita, no quarto milênio a.C.
A Pré-História é um período da história humana particularmente grande. A sua nomenclatura e larga duração
remetem ao século XIX, quando os primeiros vestígios da vida humana pré-histórica começaram a ser encontrados.
Isso porque no século XIX existia a noção de que a História só poderia ser feita por meio de documentos escritos e,
assim, todos os acontecimentos anteriores ao surgimento da escrita ficaram conhecidos como “Pré-História”.
A Pré-História abrange, aproximadamente, um período que se estende de 3 milhões de anos atrás a 3.500 a.C. e
é dividida da seguinte maneira:
PALEOLÍTICO
 O Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada é considerado o período mais longo da pré-história. Inicia-se
com o aparecimento dos primeiros hominídeos (por volta de 7 milhões de anos) e vai até cerca de 8000
a.C. Os primatas dessa época eram nômades que se deslocavam em grupo para locais com melhores
condições de sobrevivência e no qual pudessem caçar, pescar, coletar frutos. Para fugir do frio ou de
animais, estes primeiros homens habitaram cavernas ou tendas feitas com pele de animais e galhos.
Também produziram ferramentas para realizar suas atividades. Estas eram feitas de osso e dente de
animais e, posteriormente, de pedras lascadas e marfim.
 A comunicação era primitiva e se baseava em emitir sons sem elaboração de palavras ou frases. A pintura
rupestre era a principal forma de comunicação e com elas os indivíduos expressavam seus sentimentos ou
registravam as descobertas do cotidiano nas cavernas.
 A descoberta e controle do fogo permitiu que os hominídeos conseguissem se proteger do fogo, esquentar
alimentos e afugentar animais, garantindo a sua sobrevivência. As mudanças climáticas e geográficas que
aconteceu no planeta por volta de 18000 a.C, mudou drasticamente a forma de convívio em sociedade e de
como esses indivíduos se relacionavam com o meio ambiente. Era iniciada, assim, a Idade da Pedra Polida.

O período Paleolítico é conhecido também como Idade da Pedra Lascada e esse nome faz referência aos
objetos que eram utilizados pelo homem para sua sobrevivência, que eram produzidos exatamente de pedra lascada.
Esse período estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 10.000 a.C. e foi subdividido em três fases que são
Paleolítico Inferior, Médio e Superior.
Cada um desses períodos possui as suas particularidades e veremos um breve resumo de cada uma delas,
começando pelo Paleolítico Inferior. Esse período começa a ser contado exatamente quando os hominídeos
começaram a ter a habilidade de produzir as primeiras ferramentas para sua sobrevivência.
Essas ferramentas foram obra do homo habilis e do homo erectus (o primeiro hominídeo a ficar numa posição
totalmente ereta). Essa fase estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 250 mil anos atrás.
O Paleolítico Médio compreendeu o período de 250 mil anos atrás a 40.000 a.C. e é caracterizado,
principalmente, pela presença do homem de Neandertal. O homo sapiens já existia nessa época, uma vez que seu
surgimento aconteceu há 300 mil anos. Os estudos arqueológicos mostram que nesse tempo o estilo de vida do
15
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
homem tornou-se um pouco mais sofisticado com novas ferramentas sendo elaboradas e com o uso do fogo sendo
mais difundido.
Por fim, há também o Paleolítico Superior, que foi de 50.000 a.C. a 10.000 a.C. Nesse período, as
ferramentas utilizadas pelo homem passaram a ser elaboradas em grande diversidade. Eram produzidos pequenos
anzóis, machados, agulhas e até mesmo a arte começou a ser concebida pelo homem. No caso da arte, o destaque
vai para a pintura rupestre, realizada nas paredes das cavernas.
Abrangendo os três períodos, resumidamente, o Paleolítico é um período em que o homem sobrevivia da
coleta e da caça, sendo fundamental, no caso da caça, a elaboração de ferramentas para auxiliá-lo na obtenção do
alimento. Por depender da caça e coleta, o homem era nômade e mudava de lugar quando os recursos do local que
estava instalado ficavam escassos.
Como a temperatura geral da Terra era mais amena, sobretudo nos períodos de glaciação, o homem vivia nas
cavernas para proteger-se do frio. As ferramentas utilizadas poderiam ser feitas de ossos, pedras e marfim. No fim
do Paleolítico, o ser humano começou a experimentar as primeiras experiências religiosas, e o desenvolvimento do
estilo de vida dos homens fez com que eles desenvolvessem rituais funerários, por exemplo.
 MESOLÍTICO
O Mesolítico é uma fase intermediária entre o Paleolítico e o Neolítico que aconteceu em determinadas partes
do mundo. Os especialistas em Pré-História destacam que o Mesolítico aconteceu, sobretudo, em locais onde houve
glaciações intensas. Aconteceu na Europa e em partes da Ásia e estendeu-se, aproximadamente, entre 13.000 a.C. e
9.000 a.C.
Esse período marcou a decadência dos agrupamentos humanos que viviam exclusivamente da caça em
detrimento daqueles que eram caçadores e coletores. Ficou marcado também pelo desenvolvimento da olaria
(produção de cerâmica) e da técnica para produção de tecidos. Considera-se o fim desse período o momento em
que a agricultura foi desenvolvida.
Homens viviam em bandos, caçavam, pescavam e coletavam frutos, raízes e ovos;
 Homens possuíam característica nômade, se abrigavam em cavernas e construíam casas com galhos de árvores e
outros materiais;
 Osso, madeira, lascas de pedra e marfim eram alguns dos materiais utilizados para a fabricação de ferramentas,
como machados, facas e instrumentos pontiagudos, cortantes;
 Domínio do fogo a partir de 500 mil anos;
 Em 30000 a.C, o Homo sapiens especializou-se na caça e na pesca, criando ferramentas como o arco e a flecha,
além de desenvolver a arte da pintura
 NEOLÍTICO
O Neolítico ou Idade da Pedra Polida é a última fase do período pré-histórico e estendeu-se de 10.000 a.C.
até 3.000 a.C. Essas datas (que são aproximativas) assinalam dois marcos importantes para a história do
desenvolvimento humano. Primeiro, houve o surgimento da agricultura, um importante marco para a sobrevivência
do homem e, por fim, houve o desenvolvimento da escrita.

Nesta segunda fase da pré-história, denominada Neolítico ou Idade da Pedra Polida, o homem tornou-se sedentário
e alcançou a estabilidade com o cultivo de alimentos e domesticação de animais. A agricultura (principalmente com
a plantação de trigos, milho e mandioca) e a pecuária (com a criação de porcos, cavalo e carneiros) permitiram a
produção de excedente e garantiram a subsistência durante os períodos de secas e inundações.
A época, também denominada como Revolução do Neolítico ou Revolução Agrícola e Pastoril, observou ainda o
desenvolvimento de técnicas de polimento (esfregar a pedra na areia ou chão), criando ferramentas mais elaboradas
que contribuiu para a produção de facas, enxadas e machados.
Outras tecnologias criadas no período foram:
• Elaboração de casas de madeira, argila, pedra e barro;
• Desenvolvimento de técnicas de fiação e tecelagem que substituíram as roupas de pele animal;
• Exploração do cobre e do ouro;
• Início de viagens por terra e mar.
No final do Neolítico, a produção de objetos em pedra foi substituída pelos produtos em cobre, ferro e bronze. As
ferramentas tornaram-se mais resistentes o que colaborou para a invenção de novos equipamentos com diversas
utilidades. Outra grande contribuição da época foi a formação de Estados e organização em categorias sociais.

Com o desenvolvimento da agricultura, o homem conseguiu mudar radicalmente o seu estilo de vida, uma vez
que a agricultura permitia o homem fixar-se em um só local (sedentarização do homem), sobrevivendo de tudo o
que ele produzia. O domínio da agricultura também levou o homem a desmatar a floresta e desenvolver campos de
16
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
plantio.
Junto do desenvolvimento da agricultura veio também a domesticação dos animais, que auxiliava o homem no
transporte de carga, na agricultura, como animal de tração, servia de alimento e até mesmo como meio de
transporte. Todas essas novidades, que possibilitaram a sedentarização humana, resultaram na formação de
enormes agrupamentos humanos que, com o tempo e conforme cresciam, tornaram-se as primeiras cidades do
mundo.
O Neolítico também ficou marcado pelo desenvolvimento da arquitetura, o que permitia o homem construir
casas de pedra e construções megalíticas. Essas últimas, até hoje, não tiveram sua finalidade muito bem
esclarecidas pela arqueologia. A olaria surgiu em muitos lugares e foi aprimorada em outros.
Ao passo que os agrupamentos humanos cresciam, as sociedades que se formavam tornavam-se mais
complexas e mais desiguais, uma vez que as pessoas que estavam diretamente envolvidas com o gerenciamento dos
recursos tornavam-se mais importantes e mais influentes.
Houve mudanças climáticas e na vegetação;
 A caça passou a ser dificultada e então passaram a viver nas margens dos rios aprimorando as habilidades da
agricultura, por meio da plantação do trigo, cevada e aveia;
 Domesticação de animais e criação de gado;
 Início da aglomeração de população no intuito de ter mais proteção;
 Aprimoramento de habilidades, como a criação de ferramentas mais acabadas, com polimento;
 Desenvolvimento da cerâmica, fiação e tecelagem;
 Surgiram os primeiros trabalhos com metais pouco duros;
 Houve uma organização social, chamada comunidade primitiva, que era composta por pessoas que tinham laços
sanguíneos, idiomas e costumes semelhantes;
 Ao final do período houve uma desintegração do sistema de comunidade primitiva e surgiram os Estados que se
dividiam em diferentes camadas sociais

IDADE DOS METAIS


O fim do período Neolítico ficou marcado pelo desenvolvimento da metalurgia, isto é, a capacidade de
produzir ferramentas a partir da fundição de metal e

A Idade dos Metais é iniciada na parte final do Neolítico e vai até o criação da escrita pelos povos sumérios, por
volta de 4.000 a.C. Foi marcado pelos avanços da técnicas de metalurgia e de fundição, substituição dos objetos de
pedra e madeira pelos de metais, criação de novas ferramentas.
A teoria mais aceita é a de que, por acidente, um minério de cobre tenha caído nas brasas de uma fornalha; a
“heureca” se deu quando alguém notou o derretimento e o posterior endurecimento do material numa forma
diferente. Com a descoberta deste material e posteriormente de outros metais foi possível desenvolver ferramentas
mais eficientes que as de pedra. Com o uso do metal também foi possível fabricar a roda.
Primeiro metal fundido foi o cobre e depois o estanho, que juntos formaram o bronze, que era mais duro e
resistente, possibilitando a fabricação de espadas, lanças , fabricação de utensílios de plantio e outros instrumentos
melhores
O primeiro povo a manejar o ferro foi o asiático. Este fato permitiu que a sociedade asiática conquistasse soberania
em relação a outros povos, pois os armamentos e ferramentas criadas com o ferro eram mais avançados.
Esse período final da pré-história também foi caracterizado pelo desenvolvimento da primeira forma de escrita da
humanidade, a escrita cuneiforme, pela transformação de vilas de agricultores em grandes centros urbanos e
surgimento dos líderes políticos nas sociedades. O Oriente Médio promoveu a formação de cidades e estruturas
sociais e econômicas modernas foram criadas.

Arte na Pré-história
A arte na Pré-História, ou arte rupestre, surgiu no final do Paleolítico. A descoberta do fogo possibilitou a
iluminação do interior das cavernas, e os grupos humanos desenhavam nas paredes dessas cavernas os animais que
abatiam durante o dia ou aqueles que desejavam abater no futuro. Além disso, essa arte contém os primeiros
registros dos ritos religiosos e é uma das principais fontes históricas sobre a Pré-História

As pinturas rupestres realizadas em cavernas, atualmente consideradas de Arte da Pré-história, na verdade tinham o
objetivo de registrar o cotidiano dos grupos sociais, relatar as descobertas e serviam como meio de comunicação.
Para a inscrição nas pedras, eram utilizados os pós de certos minerais, sangue de animais ou clara de ovos.
Tais pinturas surgiram no Paleolítico eram imagens abstratas e que apresentavam tanto dentro quanto fora de
17
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
grupas e cavernas os animais e as conquistas dos homens. Neste primeiro período da pré-história também surgiram
os primeiros instrumentos de pedra, madeira e osso; ferramentas hoje consideradas parte da cultura humana.
O polimento e fio de corte surgiram no Neolítico e contribuíram para a formação das primeiras construções
arquitetônicas (casa de pedra e tijolo). O cozimento do barro permitiu a criação da cerâmica e a tecelagem
colaborou para a o desenvolvimento de roupas que substituíram as peles de animais. Os utensílios de metais, os
objetos artísticos elaborados, ferramentas para a agricultura e as armas se desenvolveram nas Idades dos Metais.

Divisão do trabalho na Pré-História


Nessa primeira fase da vida humana, observa-se a primeira divisão do trabalho, A divisão do trabalho na Pré-
História foi acontecendo conforme o estilo de vida dos agrupamentos humanos foi ficando mais sofisticado. Sendo
assim, os homens foram sendo responsáveis pela caça de animais, enquanto que as mulheres foram tornando-se
responsáveis pela coleta de alimentos para alimentarem-se e alimentarem seus filhos. À medida que a agricultura
foi desenvolvida, essa atividade também passou a ser responsabilidade, em geral, das mulheres.
A sobrevivência dos agrupamentos humanos, durante parte da Pré-História, foi possível, sobretudo, a partir do
papel desempenhado pelas mulheres, uma vez que grande parte do alimento consumido era oriundo da coleta e da
agricultura, e uma parte diminuta era resultado da caça, função masculina.
Os grupos humanos trabalhavam em conjunto, a propriedade era coletiva e tudo o que era produzido dividia-se
entre os integrantes dos grupos de forma igual, satisfazendo as necessidades naturais, como fome, frio e sede.
Ainda não existia a exploração do homem pelo homem.

Pré-história no Brasil
Pré-História no Brasil
As tribos indígenas que os portugueses encontraram em território brasileiro em 1500 já habitavam o Brasil há
muito tempo. O estudo da Pré-História brasileira se volta para o período anterior à chegada de Pedro Álvares
Cabral. Esse período é chamado também de Pré-Cabralino. Os primeiros grupos humanos chegaram ao Brasil há 12
mil anos e são oriundos dos povos pré-históricos que vieram do Hemisfério Norte.

Há 3,2 milhões de anos, os grupos humanos que estavam na Ásia atravessaram o Estreito de Bering, que estava
congelado, em direção ao continente americano, fugindo do forte frio. Esses grupos se espalharam pela América
em busca de melhores condições climáticas e de ambiente
No Brasil, o principal sítio arqueológico localiza-se na Serra da Capivara, que fica no estado do Piauí.
Os primeiros vestígios dos povos foram encontrados na cidade de Lagoa Santa, em Minas Gerais, e em Caatinga de
Moura, na Bahia. Os primeiros habitantes do Brasil eram caçadores e agricultores. Existiam diversas comunidades
que moravam nas florestas e desenvolveram seus instrumentos de caça feitos de pedra.

ATIVIDADE DE REVISÃO

1– Na Pré-História encontramos fases do desenvolvimento humano.


Qual a alternativa que apresenta características das atividades do homem na fase neolítica?
a) Os homens praticavam uma economia coletora de alimentos.
b) Os homens fabricavam seus instrumentos para obtenção de alimentos e abrigo.
c) Os homens aprenderam a controlar o fogo.
d) Os homens conheciam uma economia comercial e já praticavam os juros.
e) Os homens cultivavam plantas e domesticavam animais, tornando-se produtores de alimentos.

2. Aquele não possui morada fixa. Vive se deslocando de um lugar para o outro
----------------------------------------------------------

3. Essa fase iniciou-se com a descoberta da técnica de fundição de metais.


----------------------------------------------------------
4. Período em que os humanos aprenderam a domesticar animais.

5. Locais onde os povos do período Paleolítico buscavam abrigo.


----------------------------------------------------------

18
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
6. Aquele que tem moradia fixa. -----------------------------------------------
7. Período em que os humanos aprenderam a dominar o fogo

8. Como os primeiros homens chegaram ao Brasil?


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

9. Onde fica nosso principal sitio arqueologico? ----------------------------------------------------------

AULA 04 - GRECIA ANTIGA


ATENAS E ESPARTA: SOCIEDADE, CULTURA E POLÍTICA

O que é a Grécia Antiga:


É o período da história da Grécia que se estende do século XX a.C. até o século II a.C., quando a região da Grécia
Antiga foi conquistada por Roma.

A localização da Grécia Antiga


Situada no sul da Europa, em um território com o solo pouco fértil e predominantemente montanhoso, a história da
Grécia Antiga aconteceu na Península Balcânica, estendendo-se até as Ilhas do Mar Egeu (Grécia Insular) e o
litoral da Ásia Menor (Grécia Asiática).

A formação da Grécia Antiga dependeu da fusão de no mínimo quatro povos que viveram em seu território ao
longo da história. Eles se nomeavam como Helenos e chamavam a região que moravam por Hélade, e não Grécia,
que foi o nome dado pelos Romanos séculos mais tarde.

Com o passar dos anos, a formação montanhosa foi fundamental para o seu isolamento interno e a formação das
cidades-estado independentes umas das outras, dividindo os Helenos em grupos distintos.
As pessoas desse período participavam do Mundo Grego, porque desfrutavam dos mesmos costumes, falavam o
mesmo idioma e se organizavam política e socialmente de forma parecida.
A história da Grécia Antiga é dividida em 5 períodos principais: Pré-Homérico, Homérico, Arcaico, Clássico e
Helenístico. Cada período foi marcado por grandes transformações sociais, políticas e econômicas que foram
decisivas para a formação, divisão e desenvolvimento do território grego.

 Período Pré-Homérico - século XX – XII a.C.


O período Pré-Homérico, também conhecido como o período de formação da Grécia, deu início no sul do Mar
Argeu, na Ilha conhecida como Creta, que tinha por capital Cnossos.
A Ilha de Creta, mais conhecida pela Lenda do Minotauro e por sua supremacia na região, formou um governo que
dominava o Mediterrâneo, consolidando um comércio marítimo forte e de grandes proporções com as regiões
vizinhas.

Por volta do século XV a.C, os Arqueus, indo-europeus, também denominados como Micênicos, foram o primeiro
povo a chegar no território da Grécia Antiga, vindo de Micenas: uma das mais importantes cidades, com fortes
aspectos culturais, econômicos e sociais.

Eles se concentraram na Península do Peloponeso e conquistaram a Ilha de Creta. Assim, estabeleceram um forte
intercâmbio entre a Ilha e a Grécia, formando uma sociedade denominada Creto-Micênica.
Após os Arqueus, também chegaram à Grécia outros povos, como:
 Eólios
 Jônios, que mais tarde fundaram a cidade de Atenas
 Dórios, que mais tarde fundaram a cidade de Esparta
Os Dórios eram conhecidos pela violência e habilidade na construção de armas fabricadas com ferro. Por isso, ao
chegarem no território grego, provocaram uma grande dispersão dos outros povos para o interior das Ilhas do Mar
de Egeu e a costa da Ásia Menor, gerando um dos acontecimentos mais importantes da época, denominado como:

19
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Primeira Diáspora.

 Período Homérico - século XII – VIII a.C.


Após a Primeira Diáspora, a civilização Creto-Micênica foi absorvida e a Grécia passou por um grande retrocesso
cultural e uma reestruturação em sua organização social e econômica.
O período Homérico é conhecido pela organização social Gentílica, que tinha como base os genos: indivíduos com
laços consanguíneos liderados pelo pater, um patriarca que era detentor de poderes políticos, religiosos e militares.

Cada pater e seus parentes mais próximos eram os proprietários das melhores e maiores terras. Assim, a sociedade
passou a se dividir da seguinte maneira:
1. Eupátridas: proprietários de grandes terras
2. Georgóis: pequenos agricultores
3. Thetas: os que nada possuíam
Durante essa tensão, a sociedade gentílica sofreu com a sua desintegração. Foi então que os genos se uniram e
formaram grupos maiores denominados fátrias, na tentativa de monopolizar o poder político e constituir uma
aristocracia de base fundiária.

Mesmo após essa união, as fátrias não conseguiram alcançar o poder esperado e se uniram mais uma vez, formando
um grupo ainda maior denominado tribos. Foi a partir dessa união que surgiram as pólis, mais conhecidas por
Cidades-Estado.

Com a degradação da sociedade gentílica, muitos gregos se deslocaram para áreas estendidas ao longo do
Mediterrâneo, em busca de melhores oportunidades de vida e terras férteis. Acontecimento importante denominado
como a Segunda Diáspora, quando se formaram grandes colônias nas áreas do Mediterrâneo, Ásia Menor e Norte
da África.
 Período Arcaico - século VIII – VI a.C.
Com o fim da sociedade gentílica e do surgimento das cidades-estado, no Período Arcaico ocorreram
acontecimentos importantes como o surgimento do alfabeto fonético, o progresso econômico com a divisão do
trabalho no comércio e o processo de urbanização.
Nessa fase a Grécia possuía mais de cem cidades-estado independentes, que seguiam seus próprios regimes
políticos. E entre as cidades mais eminentes, estavam: Atenas e Esparta.

Sociedade e Política
No decorrer do tempo, as pólis gregas tiveram diferentes formas de governo. Eram elas:
– Monarquia: o rei comandava a sociedade, a religião, o exército, criava as leis e era o juiz. Ele governava sozinho
ou com auxílio de um conselho de anciões, geralmente homens mais velhos da nobreza.
– Oligarquia: significa “governo de poucos”. Era um tipo de governo controlado por pessoas da aristocracia,
grandes proprietários de terras e famílias ricas.
– Tirania: sistema no qual apenas uma pessoa governava após tomar o poder pela força, em guerras ou golpes de
Estado. Os tiranos quase sempre tinham apoio popular para se manterem no governo da cidade.
– Democracia: governo em que os cidadãos debatiam e decidiam livremente as questões relacionadas as cidades.
No entanto, na democracia grega, mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e por isso não
podiam participar das discussões e decisões tomadas pelos votos.

Quando a Grécia dividiu-se em cidades-estado no final do Período Homérico, cada uma possuía a sua própria
organização social e política. Um exemplo disso eram as pólis Esparta e Atenas.

Enquanto Esparta vivia em uma diarquia, ou seja, possuía dois reis que detinham o poder de toda a cidade, Atenas
viveu durante muitos séculos a democracia direta, com assembleias onde os atenienses considerados cidadãos
votavam e discutiam as leis.

A religião da Grécia Antiga


A Grécia Antiga era politeísta, ou seja, a sociedade grega idealizava seus próprios deuses que possuíam atributos
físicos e comportamentais humanos ou animais.
Cada pólis (cidade) tinha o seu deus protetor e o Monte Olimpo era considerado pelo gregos como a casa de todos
os seus deuses.
20
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Por isso, o local protagonizou muitas das histórias mitológicas gregas, servindo até mesmo como tribunal, onde as
divindades decidiam o rumo da vida dos mortais e até mesmo de outros deuses.

Existia uma proximidade intelectual e física muito grande entre os deuses e a sociedade da Grécia Antiga, por isso
as histórias eram passadas de geração para geração e tinham grande influência nas transformações e decisões
sociais.
Eram usadas, por exemplo, para justificarem as guerras, mortes e até o nascimento de heróis gregos.
Entre os deuses mais famosos, destacam-se: Zeus, considerado o maior deus dentro da hierarquia mitológica grega,
Afrodite, a deusa do amor, da beleza e do sexo e Atena, protetora da cidade de Atenas e a deusa da sabedoria.
Os deuses também interferiam na vida cotidiana e, praticamente, havia uma deidade para cada função.
Se um grego tivesse uma dúvida em relação a qual atitude tomar, poderia consultar o oráculo de Delfos. Ali, uma
pitonisa entraria em transe a fim de tomar contato com os deuses e responderia à questão. Como essa era dada de
forma enigmática, um sacerdote se encarregaria de interpretá-la ao cliente.

ESCRAVIDAO NA GRÉCIA ANTIGA


Na Grécia Antiga uma pessoa tornava-se escrava de diversas formas. A mais comum era através da captura em
guerras. Várias cidades gregas transformavam o prisioneiro em escravo. Estes, eram vendidos como mercadorias
para famílias ou produtores rurais. Em Esparta, por exemplo, cidade voltada para as guerras, o número de escravos
era tão grande que a lei permitia aos soldados em formação matarem os escravos nas ruas. Além de ser uma forma
de treinar o futuro soldado, controlava o excesso de escravos na cidade (fator de risco de revoltas).
Em algumas cidades-estado gregas havia a escravidão por dívidas. Ou seja, uma pessoa devia um valor para outra
e, como não podia pagar, transformava-se em escrava do credor por um determinado tempo. Em Atenas, este tipo
de escravidão foi extinto somente no século VI a.C, após as reformas sociais promovidas pelo legislador Sólon

Principais características do trabalho escravo


A mão de obra escrava era a base da economia da Grécia Antiga. Os trabalhos manuais, principalmente os pesados,
eram rejeitados pelos cidadãos gregos. O grande filósofo grego Platão demonstrou esta visão: “É próprio de um
homem bem-nascido desprezar o trabalho”. Logo, os cidadãos gregos valorizavam apenas as atividades
intelectuais, artísticas e políticas. Os trabalhos nos campos, nas minas de minérios, nas olarias e na construção civil,
por exemplo, eram executados por escravos.
A mão de obra escrava também era muito utilizada no meio doméstico. Eles faziam os serviços de limpeza,
preparavam a alimentação e até cuidavam dos filhos de seu proprietário. Estes escravos que atuavam dentro do lar
possuíam uma condição de vida muito melhor que os outros.

Economia
A agricultura e o comércio marítimo eram as principais atividades econômicas da Grécia Antiga
Ela possuía uma economia dinâmica, considerada uma das civilizações da antiguidade que apresentou grande
desenvolvimento econômico. A agricultura, o artesanato e o comércio marítimo foram as principais atividades
econômicas das cidades-Estado gregas (pólis).

Embora o território grego apresente muitas montanhas, a agricultura foi praticada nos vales férteis. A agricultura
foi a base da economia na Grécia Antiga. Uvas, azeitonas e cereais foram os produtos agrícolas mais cultivados
pelos gregos. As uvas foram muito usadas na produção de vinho, enquanto as azeitonas na de azeite. Ervas e
vegetais também eram cultivados. Porém, conforme a população grega ia crescendo, sobretudo a partir do século V
a.C., tornou-se necessária a importação de gêneros agrícolas.
A pecuária não se desenvolveu muito na Grécia Antiga em função, principalmente, da falta de áreas destinadas ao
pasto. A criação de cabras e ovelhas foram as atividades pecuárias que mais se desenvolveram.
Nas unidades de produção agrícola da Grécia Antiga era comum o emprego de mão de obra livre e também
escrava.

O artesanato foi uma importante atividade econômica na Grécia Antiga. Os artesãos eram trabalhadores livres e
faziam diversas mercadorias (móveis, joias, roupas, sapatos, objetos de cerâmica, ferramentas, armas, etc.).
Objetos de cerâmica foram muito produzidos pelos artesãos gregos, sendo as ânforas decoradas um dos principais
elementos do artesanato grego. Estas ânforas eram usadas no transporte, principalmente, de azeite, perfumes e
vinho.

21
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
O litoral recortado e a grande presença de ilhas favoreceram o desenvolvimento do comércio marítimo na Grécia
Antiga. Os gregos mantiveram contatos comerciais, via mar, com o Egito, colônias gregas na Ásia Menor, Sicília e
cidades ao longo do litoral do Mar Negro.
Os principais produtos importados pelos gregos eram: linho, trigo, resina, papiro (principalmente do Egito),
especiarias e madeira. Exportavam muito vinho, azeite e produtos de cerâmica (pratos, ânforas, potes, etc.).
Os contatos e relações comerciais dos gregos com outras civilizações e cidades foram de fundamental importância
para suprir as necessidades das cidades-Estado gregas. Logo, atuaram como fator de redução de conflitos agrários,
além de favorecer a expansão cultural e o enriquecimento das cidades-Estado.

Mas por conta do seu solo pouco fértil e da proximidade com o mar, as atividades mais importantes eram a pesca e
o comércio marítimo, que se fomentavam em trocas comerciais com a moeda denominada como Dracma.

Cultura
A cultura grega é um dos seus aspectos mais importantes devido ao grande desenvolvimento e contribuição nas
artes plásticas, filosofia, esporte, teatro, democracia e mitologia.
A cultura grega está intimamente ligada à religião, pois a literatura, a música e o teatro contavam os feitos dos
heróis e de sua relação com os deuses que viviam no Olimpo.

As peças teatrais eram muito populares e todas as cidades tinham seu espaço cênico (chamado orquestra) onde
eram encenadas as tragédias e comédias.

A música era importante para alegrar banquetes civis e acompanhar atos religiosos. Os principais instrumentos
eram a flauta, tambores e harpas. Esta última era utilizada para ajudar os poetas a recitarem suas obras.

Igualmente, os esportes faziam parte do cotidiano grego. Por isso, para celebrar a aliança entre as diferentes polis,
organizavam-se competições nos tempos de paz.
A primeira delas foi realizada em 776 a.C, na cidade de Olímpia e daí seria conhecida como Jogos Olímpicos, ou
simplesmente, Olimpíadas. Naquela época, só os homens livres que soubessem falar grego poderiam tomar parte na
competição.

Na filosofia, por exemplo, destaca-se o progresso nas questões e pensamentos sobre a existência humana,
construídos por filósofos como Sócrates e Platão.

Já nos esportes, a criação dos Jogos Olímpicos foi um dos maiores marcos gregos. Eles ofereciam as competições
aos deuses e ovacionavam os vencedores como grandes heróis.

Por sua vez, o teatro representava as tragédias, comédias e lendas da mitologia grega para o povo. Suas músicas
alegravam os festivais da nobreza e eram tocadas com instrumentos como a flauta e a harpa.

As duas principais polis grega: Atenas e Esparta

 ESPARTA

Uma das principais pólis gregas foi Esparta. Fundada no século IX a.C. pelos dórios, e situada no interior da
Península do Peloponeso, essa cidade-Estado era organizada com base no militarismo, que era um tipo de
organização de governo com base no poder hierárquico dos militares. Sua principal característica era a conquista de
outros povos usando de estratégias de guerra.
Esparta vai ficar conhecida pelo culto ao corpo forte. Desde criança os espartanos eram treinados para lidar com
todas as batalhas, tendo uma cultura fortemente voltada para guerra. Tanto que os esportes mais praticados eram as
lutas.
Sua principal característica era a conquista de outros povos usando de estratégias de guerra.
Atributos como força física, coragem, bravura e instinto de liderança eram valorizados na sociedade espartana.
Entre 7 e 60 anos de idade, os homens eram obrigados a prestar serviços militares.

Sociedade espartana
Esparta era uma cidade de profunda divisão social, visível na concentração dos poderes políticos e na própria forma
22
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
de se tomar decisões
Ela estava dividida em três grupos sociais:

 Os espartanos eram os donos das melhores e terras, sendo elas muito grande em extensão. Esses eram os
únicos que podiam ocupar os cargos políticos e militares em Esparta.

 Os periecos eram os homens livres que não tinham direitos políticos e viviam através do artesanato, do
comercio ou por meio do cultivo nas pequenas propriedades de terra.

 Os hilotas eram pessoas que descendiam dos messênios. Eles eram propriedade do estado e podiam ser
entregues aos cidadãos de Esparta para trabalharem. Eram responsáveis pelo cultivo da terra e pela
produção de alimentos. Eles não tinham nenhum direito político e trabalhavam para sustentar toda a
sociedade.

Cultura de expansão
No século VIII a.C., os espartanos começaram a enfrentar problemas como o aumento da população e a falta de
terras para cultivar alimentos. Eles então decidiram conquistar militarmente territórios vizinhos. Essas foram as
primeiras guerras de conquista dos espartanos, o início da sua cultura militar de expansão.
Após invadirem e conquistarem uma cidade, os espartanos da nobreza (esparciatas) dividiam as terras entre si. A
população aprisionada era então obrigada a trabalhar no cultivo agrícola e a pagar impostos aos espartanos. Essas
pessoas aprisionadas eram chamadas de “hilotas’.
Nas batalhas de expansão das cidades gregas é comum a escravização da população que perde a batalha.
Os espartanos também dominaram territórios nos quais as populações não eram aprisionadas, porém tinham que
pagar impostos. Essas populações, em sua maioria descendente dos aqueus, eram chamadas de “periecos”.
Prontos para guerra
Os espartanos herdaram a tradição militar de seus ancestrais dórios e tornaram-se excelentes soldados, temidos em
todo o mundo grego.
A preocupação com o militarismo de Esparta aumentou com as guerras de conquista. Nessas guerras, os espartanos
dominavam populações numerosas, muito maiores do que a sua e, por isso, temiam ataques e revoltas de hilotas e
periecos.
Como meio de se manterem sempre prontos para a guerra, os espartanos recebiam uma educação rigorosamente
militar. Os homens tinham de cumprir obrigações militares desde a infância.
Educação militar
Atributos como força física, coragem, bravura e instinto de liderança eram valorizados na sociedade espartana.
Entre 7 e 60 anos de idade, os homens eram obrigados a prestar serviços militares.
As mulheres, embora não fossem militares, eram também incentivadas a praticar atividades físicas e serem fortes,
de modo a gerarem filhos saudáveis.
As crianças eram apresentadas as atividades físicas pensadas na luta pelos seus tutores pessoais, que além de
colocarem a cultura física espartana em prática, moldava a consciência de soldado dos jovens espartanos.
Plutarco foi um historiador grego que viveu entre 46-119 a.C. e ele define bem o que era a educação de jovens
espartanos:
“[…] Assim sendo, a educação era um aprendizado de obediência. Os anciãos vigiavam os jogos das crianças. Não
perdiam uma ocasião para suscitar entre eles brigas e rivalidades. […]
Ensinavam a ler e a escrever apenas o estritamente necessário. O resto da educação visava acostumá-los à
obediência, torná-los duros à adversidade e fazê-los vencer no combate. […]”

Mulheres espartanas
Diferente dos homens, que eram treinados para as batalhas, as mulheres espartanas recebiam uma educação dada
pelo Estado. Desde pequenas, elas aprendiam a ler, escrever, tocar música e dançar. Além de, claro, também
receberem treinamento físico, praticarem esportes e participarem de competições.
O físico e a força sempre foram os grandes pilares de Esparta. E com as mulheres, isso não era diferente. Elas
recebiam treinamento fortes, de modo a gerarem filhos saudáveis. e para que elas ficassem mais resistentes e
flexíveis para a hora do parto.

Outro ponto interessante com relação as mulheres de Esparta é que elas tinham o direito de ter bens e de os
administrar. Elas chegaram até mesmo a controlar dois quintos das terras espartanas.
23
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

O casamento em Esparta também era visto de uma forma diferente. As espartanas se casavam mais tarde do que o
restante das mulheres da época. Elas se casavam quando estavam entre os 18 e 20 anos.

Mas os comportamentos, que eram esperados delas, também mudavam depois do casamento. Antes de se casarem,
as mulheres espartanas podiam ter cabelos longos e andar com túnicas relativamente curtas para mostrarem seus
músculos. Depois que se casavam, os cabelos delas eram cortados para a noite de núpcias. Depois disso, inclusive,
elas tinham que andar com a cabeça coberta.

Esse costume pode parecer meio severo, mas as espartanas tinham o direito de se divorciarem. E caso o fizessem,
elas não perderiam suas riquezas e nem os seus direitos com seus filhos.
Um dos grandes fatores para as mulheres de Esparta terem direitos, e uma vida tão diferente das outras de sua
época, era o fato de que os homens estavam focados no exército. E por essa razão, cabia as mulheres ficarem
responsáveis pela agricultura, logística, economia e manutenção do lar.

A função mais importante para as mulheres espartanas, assim como o exército era para os homens, era a procriação.
As mulheres de Esparta tinham a tarefa de darem à luz a guerreiros fortes e corajosos r que poderiam dar a vida por
Esparta. E mesmo que a mulher morresse na hora do parto, ela era considerada uma heroína porque tinha cumprido
o seu papel para com sua cidade-Estado.

 ATENAS

Atenas, conhecida como o berço da democracia instituída por Clístenes (570 a.C. - 508 a.C.), foi fundada
pelos Jônios e se situava na Península Ática.
Em Atenas, principalmente no porto de Pirineu, circulavam pessoas de origens diferentes, entre elas
comerciantes egípcios, fenícios e babilônios. Por isso, era intenso o intercâmbio cultural.

Divisão social
– Aristocracia: antes de se tornar um movimentado centro comercial, Atenas era uma cidade governada
exclusivamente por grandes proprietários rurais, chamados de eupátridas.
Eles se consideravam descendentes dos guerreiros jônios, fundadores da cidade, e se achavam “os
melhores” ou, em grego aristoi, daí o surgimento da palavra aristocracia. Os eupátridas, ou aristocratas,
eram donos das terras mais férteis e possuíam o poder militar e político da pólis.
– Pequenos proprietários: grande parte da população de Atenas era constituída pelos georgóis, pequenos
proprietários de terras que levavam uma vida bastante difícil. Como suas terras não eram tão férteis, muitas
vezes suas colheitas eram ruins. Com isso, eles precisavam pedir empréstimos aos ricos aristocratas.
A garantia do negócio, caso não pagassem o dinheiro que foi emprestado, era passar a posse da sua
propriedade para o aristocrata ou, até mesmo, se entregar como escravo. Com isso, os aristocratas
aumentavam cada vez mais o seu patrimônio, enquanto os georgóis ficavam cada vez mais com menos
vantagens.
Além disso, aos pequenos proprietários de terras não era permitido participar das decisões políticas de
Atenas.
– Comerciantes e artesãos: trabalhadores livres e escravos comerciantes e artesãos, entre eles, tecelões,
ferreiros e ceramistas, formavam outro grupo de trabalhadores em Atenas. Apesar de terem uma importante
participação na economia da pólis, eles não podiam participar da política por não serem considerados
cidadãos atenienses.
– Escravos: a cidade possuía também uma grande população de pessoas escravizadas em seu espaço
urbano, graças ao pagamento de dívidas por escravidão. Eram eles os realizadores de tarefas domésticas,
bem como outras atividades em oficinas. No espaço rural, os escravos trabalhavam na agricultura, no
pastoreio e em mineração.
.
Enfraquecimento da aristocracia
As primeiras críticas ao domínio político da aristocracia ateniense aconteceram por volta de 700 a.C. entre os
hoplitas. Eles eram os soldados da infantaria, que combatiam a pé durante as batalhas e, portanto, responsáveis pela
defesa da pólis.
Assim como na política, os aristocratas eram comandantes hoplitas, os quais possuíam os melhores armamentos e
24
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
recebiam as melhores recompensas pelo desempenho nas batalhas.
Naquela época, a economia ateniense passava por transformações, pois estava correndo uma intensa atividade
comercial na pólis. Com isso, bens como gado, tecidos e objetos em geral passaram a ser muito valorizados,
criando a possibilidade de enriquecer os comerciantes. Já a terra, que era a principal riqueza da aristocracia, estava
sendo desvalorizada.

Revolução Hoplítica
Nesse contexto, comerciantes enriquecidos puderam comprar bons armamentos e a roupa de batalha, chamada de
panóplia, e passaram a combater na falange, a formação militar da infantaria, com os aristocratas.
Nas falanges, os hoplitas combatiam lado a lado, criando um sentimento de igualdade, pois todos estavam lutando
com o mesmo objetivo, defender Atenas.
Esse sentimento foi aos poucos crescendo, fazendo os hoplitas, que não eram de origem aristocrata, questionarem o
domínio político da aristocracia ateniense.
Como os bens móveis estavam mais valorizados que as terras aristocráticas, os hoplitas conseguiram tencionar o
governo e os aristocratas a abrirem o poder e decidirem com os comerciantes ricos.
Essa insatisfação entre os guerreiros, conhecida como Revolução Hoplítica, foi fundamental no processo de
mudanças no modo de organização política de Atenas.

Revoltas populares
Na época da Revolução Hoplítica era visivelmente grande a desigualdade social em Atenas e, assim como os
soldados, a população da cidade estava insatisfeita com o domínio político daqueles que compunham a aristocracia.
Por isso, comerciantes, artesãos, pequenos proprietários de terra em geral se revoltaram, causando uma série de
conflitos e exigindo mudanças nas leis da cidade.
Para tentar controlar a insatisfação popular, os aristocratas criaram um cargo de legislador para que ele registrasse
as leis de Atenas.
Sólon tornou-se o principal legislador ateniense e, no começo do século VI a.C., realizou reformas políticas e
sociais importantes, entre elas o fim da escravidão por dívida, o aumento da quantidade de cidadãos com direitos
políticos e a criação de instituições como o Conselho de Quatrocentos (bulleutérion), a Assembleia Popular
(Eclésia), em que se reuniam todos os cidadãos, e o Tribunal Popular de Justiça (hilieia).
No entanto, para assumir cargos públicos, Sólon determinou que fosse obedecido o critério de renda. Assim, apenas
os mais ricos poderiam exercer os cargos importantes, e então os hoplitas teriam completamente o que desejavam, e
os mais pobres permaneceriam fora das decisões políticas.

Ascensão da tirania
As reformas de Sólon não bastaram para diminuir a insatisfação popular em Atenas. Por isso, nessa situação de
conflitos, surgiram os tiranos.
Eles tinham o apoio popular, com a promessa de que apenas uma política com “mão de ferro” retornaria o povo
para o bem-estar social e chegaram ao poder de Atenas por meio da força e com golpes. Pisístrato, Hípias e Hiparco
foram os principais tiranos da história ateniense.
Por volta de 530 a.C., Pisístrato governou Atenas, fazendo importantes reformas sociais que impactaram os
trabalhadores mais humildes como, por exemplo, a liberação de empréstimos aos agricultores pequenos e a
determinação da construção de fontes públicas de água, canais, portos e navios, investindo no comércio marítimo
de Atenas com outras cidades.
Esse foi um período de ebulição cultural também. Pisístrato incentivou a produção apoiando artistas e intelectuais,
edificando inclusive, grandes bibliotecas. A ele são atribuídas as primeiras compilações escritas da Ilíada e da
Odisseia de Homero.
Pisístrato trouxe, entre outras coisas, alguns avanços sociais importantes para a população ateniense, o que não foi
mantido pelos seus sucessores que se deixaram levar pelo poder e caíram, levando de novo o poder político para as
mãos dos aristocratas.

O surgimento da democracia
A democracia era o governo exercido pelo povo, ao contrário dos impérios que eram liderados por dirigentes que
eram considerados deuses, como foi o caso do Egito dos Faraós.
A democracia desenvolveu-se principalmente em Atenas, onde os homens livres tinham oportunidade de discutir
questões políticas em praça pública.
O aristocrata Clístenes assumiu o governo ateniense em 510 a. C. e, ao contrário de outros aristocratas, ele tinha o
25
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
apoio do povo, conseguindo então fazer mudanças no sistema político de Atenas.
Clístenes foi quem implantou pela primeira vez a democracia, a forma de governo em que todos os cidadãos
debatiam e decidiam os assuntos da cidade.
Ele criou também a lei do ostracismo, que determinava a qualquer pessoa que representasse perigo à democracia a
expulsão da cidade e a obrigação de ficar exilada por 10 anos. Isso era decidido por meio de uma votação.

Participação política ampliada


Com as reformas de Clístenes, todos os cidadãos atenienses puderam participar das decisões políticas da cidade e
da justiça. Porém, como os cidadãos mais pobres não podiam parar de trabalhar, eles não tinham condições de
exercer seus direitos políticos com regularidade.
Essa participação de todos na vida política da pólis só se concretizou no governo de Péricles. Ele criou a mistoforia,
um salário destinado àqueles que se dedicassem aos assuntos políticos da cidade. Assim, os cidadãos pobres
conseguiriam conciliar seus trabalhos com a participação nas decisões políticas.
Mesmo ampliando a participação política, nem todos eram beneficiados, pois apenas uma pequena parcela da
população de Atenas era considerada cidadã:
“Na democracia ateniense, apenas tinham direitos integrais os cidadãos. Os escravos, os estrangeiros e mesmo as
mulheres e crianças atenienses não tinham qualquer direito político e para eles, a democracia vigente não trazia
qualquer vantagem.”
Em Atenas, além de apenas homens serem considerados cidadãos, estes deveriam ter mais de 18 anos e terem
nascido de pai e mãe atenienses.

Educação
A educação ateniense tinha como objetivo principal à formação de indivíduos completos, ou seja, com bom preparo
físico, psicológico e cultural.
Por volta dos sete anos, o menino ateniense era orientado por um pedagogo.
Na escola, os jovens estudavam Música, Artes Plásticas, Filosofia, Literatura, etc.
As atividades físicas também faziam parte da vida escolar, pois os atenienses consideravam de grande importância
a manutenção da saúde corporal.
Meninas ficavam em casa com a mãe

A mulher ateniense
Muito antes da democracia ateniense ser conhecida e colocada em prática, as mulheres de Atenas carregavam o
peso de uma cultura que as deixavam a margem, completamente a mercê dos homens de sua família, como pai,
irmão e marido. Sendo passadas como propriedades e consideradas inferiores aos homens.
E mesmo sendo passadas como propriedade, não tinham direito de escolher para quem, por exemplo, iriam ser
dadas em casamento. Direitos básicos como passeios solitários também não eram permitidos, só se podia sair de
casa acompanhada de um homem da família. Sua existência era reduzida aos trabalhos domésticos, tarefas que
dominavam toda a sua rotina.
Além do casamento escolhido pelos pais, as mulheres eram as únicas responsáveis pela procriação. Isto é, o desejo
social de quem fossem gerados mais homens atenienses era de responsabilidade da mulher e nunca do homem,
como se ela fosse a interferência na designação do sexo.
Era pelo casamento que o pai deixava de ser senhor da mulher, passando esse poder para o marido, ou aquele que
vai exercer o pater famílias (pai de família) sobre sua mulher. Para o casamento a família da noiva era obrigada a
dar alguns objetos de valores que compensassem aquela transação

Assim como os escravos e os estrangeiros, elas não tinham cidadania. não podiam participar da Assembleia nem
exercer cargos administrativos. geralmente, não podiam comparecer aos tribunais sem um representante masculino.
Também estavam proibidas de possuir ou herdar bens.

As mulheres tinham poucas oportunidades para desenvolver seus talentos e raramente saíam de casa sem o
consentimento dos maridos. Quando um homem levava convidados para casa, a mulher supervisionava o preparo
da comida, mas não se juntava a eles e não acompanhava o marido quando ele visitava os amigos. A esposa devia
obediência ao marido. Atenas era uma sociedade sob o domínio do sexo masculino.

O legislador Sólon (638 a.C. - 558 a.C.) regulamentou o lugar das mulheres na sociedade ateniense. O homem só
poderia ter uma mulher - a esposa - que lhe daria o herdeiro legítimo. As mulheres eram divididas entre as "boas" e
26
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
as demais. As ditas "respeitáveis", que eram ou se tornariam esposas dos bravos atenienses, passavam a vida inteira
confinadas em espaços especiais dentro de casa, sendo-lhes permitida a saída somente nos funerais, alguns festivais
religiosos e alguns espetáculos teatrais.

Nos Jogos Olímpicos não era permitida a participação de nenhuma mulher. E, para assisti-los, só era permitida a
presença de mulheres solteiras, para aprender a admirar o sexo oposto. As mulheres desobedientes seriam atiradas
ao mar, do alto de um rochedo.

Como se não bastasse estarem confinadas, não era permitido serem vistas ou ouvidas por estranhos. Essas mulheres
de Atenas passavam a vida sob o controle dos homens. Quando solteiras, ficavam sob a guarda do pai, depois do
marido, se viúvas, sob a tutela do filho mais velho.
As meninas eram praticamente excluídas da educação e embora pudessem aprender a ler e a escrever e música a
prioridade era aprender as tarefas caseiras pois assim que chegavam à puberdade, com apenas 12 ou 13 anos,
casavam.

As mulheres das classes sociais mais baixas tinham uma maior autonomia em termos económicos e sociais do as
das classes mais altas, uma vez que necessitava de trabalhar, o que lhe permitia gerir o seu próprio dinheiro.

A concepção de inferioridade da mulher em relação ao homem foi defendida por grandes pensadores da época,
como o filósofo Aristóteles. Que defendia a superioridade do homem pela ordem natural colocando o homem livre
num plano superior ao da mulher que sofreria de uma carência e maturidade de espírito, sendo portanto, incapaz de
exercer qualquer outra função que não fosse a de obedecer ao seu marido, que seria responsável por governar a
família.

A Influência da Grécia Antiga nos dias atuais


A herança cultural da Grécia se estende por todo o Ocidente até os dias de hoje. Convivemos diariamente com
inúmeras criações gregas, entre elas:

 Jogos Olímpicos: a reunião de varias nações no período de 4 em 4 anos, com competições em diversos
jogos esportivos;
 Artes Plásticas: a pintura e as esculturas gregas são classificadas até hoje como clássicas e harmônicas,
influenciando grandes artistas;
 Filosofia: no ensino das ciências humanas, autores e filósofos como Sócrates e Platão são citados como
referências importantes;
 Matemática: grandes matemáticos como Pitágoras e Tales de Mileto têm as suas descobertas usadas no
ensino das ciências exatas;
 Democracia: instituída em Atenas, a democracia é praticada em diversos países, como o Brasil.
 Teatro: criado para representar as emoções e alegrar o povo, o teatro ganhou ainda mais força nos últimos
séculos, influenciando diversas pessoas, se tornando um grande meio de entretenimento na sociedade
Ocidental.

ATIVIDADE DE REVISÃO

1) Na Antiguidade, a Grécia era constituída de pequenas unidades independentes. Responda:


a) Como essas cidades eram chamadas pelos gregos?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b) o que é uma cidade-estado?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) Quem detêm o poder na Oligarquia, na Tirania e na Democracia?


27
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
_____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
3) Utilize as palavras para responder as lacunas: XENOFOBIA, POLÍTICO ECONOMIA, EDUCAÇÃO
Esparta tinha _________ agrária, e _______ militar voltada para formar soldados (herança dos
dórios, fundadores da cidade). Outra prática espartana era a __________ (aversão ao estrangeiro).
Esparta tinha por regime _________, a oligarquia.

4) Explique por que Esparta tornou-se uma sociedade militarizada.


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

5) Diferencie os Hilotas dos Piriecos.


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

6) Qual era o papel do cidadão em Esparta?


_____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

7) Qual era educação que as mulheres espartanas recebiam? Por quê?


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

8) Utilize as palavras para responder as lacunas: CIDADE, REGIME, MERCANTIL, CIDADÃO


ATENAS uma pólis que teve um grande desenvolvimento ____________.E destinava sua política
educacional para a formação do ____________.Era considerada uma ________ cosmopolita, já que
recebia mercadores e intelectuais de várias partes do mundo antigo, além de ter por ____________
político a democracia.

9) Comente sobre a divisão da sociedade de Atenas.


_____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
10) “As reformas de Sólon prepararam o caminho para a democracia”. Essa afirmativa está correta ou
incorreta? Justifique.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

11) A Democracia apresenta um traço essencial que a diferencia de todas as outras formas políticas. Qual
é esse ‘traço essencial” que a caracteriza?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

28
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

12) Quais eram as exigências dos atenienses para se poder “ser um cidadão”?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

13) Explique o papel das mulheres na sociedade ateniense.


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Assinale as alternativas corretas:


14) As cidades-estados, base da organização política que caracterizou o povo grego, …
a) ( ) mantinham política comum.
b) ( ) eram politicamente autônomas.
c) ( ) possuíam princípios religiosos antagônicos.
d) ( ) possuíam uma organização econômica solidária.
e) ( ) estavam unidas na política de organização do Mediterrâneo.

15) Em relação à sociedade espartana, assinale a opção que NÃO corresponde à camada social dos
hilotas.
a) ( ) Constituíam a massa de população vencida, subjugada e pertencente ao Estado.
b) ( ) Enquanto força-de-trabalho, eram expropriados pelos espartanos.
c) ( ) Cultivavam a terra com os seus instrumentos de trabalho, pagando uma renda fixa em espécie.
d) ( ) Como prevenção de revoltas e frente ao perigoso aumento demográfico que apresentavam, sofriam
regularmente os "kriptios", formas de repressão e extermínio realizados por jovens espartanos.
e) ( ) Desenvolviam atividades mercantis que lhes possibilitavam acumular pequenas fortunas com as
quais compravam títulos de cidadania.

16) O mundo grego antigo possuía certa unidade religiosa, embora fosse fragmentado politicamente.
Essa religiosidade foi, marcadamente,
a) ( ) de natureza cívica, na medida em que os cidadãos cultuavam os deuses da cidade, com celebrações
festivas e sacrifícios, nos altares a eles dedicados.
b) ( ) acessível a todas as classes sociais por ter característica familiar e monoteísta, com um deus que se
manifestava ao povo através de revelação direta e pessoal.
c) ( ) portadora de uma ética que considerava sagrado o trabalho manual dedicado às divindades, o que
permitia enfrentar a rigidez e a monotonia da vida cotidiana.
d) ( ) de caráter julgador, colocando os indivíduos a serviço das divindades e punindo os pecados
daqueles que desobedeciam aos deuses ou professavam outras religiões e outros cultos.
e) ( ) influenciada pelas conquistas de Alexandre, o Grande pelo Oriente, que propiciou a expansão da
cultura grega em detrimento da romana.

17) Atenas foi considerada o berço do regime democrático no mundo antigo. Sobre o regime democrático
ateniense, é CORRETO afirmar que:
a) ( ) Era baseado na eleição de representantes para as Assembleias Legislativas, que se reuniam uma vez
por ano na Ágora e deliberavam sobre os mais variados assuntos.
b) ( ) Apenas os homens livres eram considerados cidadãos e participavam diretamente das decisões
tomadas na Cidade-Estado.
c) ( ) Os estrangeiros e mulheres maiores de 21 anos podiam participar livremente das decisões tomadas
nas assembleias da Cidade-Estado.
d) ( ) Era erroneamente chamado de democrático pois negava a existência de representantes eleitos pelo
povo.

29
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
e) ( ) A inexistência de escravos em Atenas levava a uma participação quase total da população da
Cidade-Estado na política.

18) Foram características econômicas e sociais da Cidade-Estado Esparta, no período Arcaico:


a) ( ) a posição do indivíduo na comunidade era definida pelo seu grau de parentesco com o patriarca e
sua economia era natural e coletivista.
b) ( ) as classes sociais ligadas ao comércio, ao mesmo tempo que adquiriam maior poder econômico,
procuravam ampliar seu domínio social.
c) ( ) a existência de uma oligarquia aristocrática, que monopolizava o poder militar, político e religioso,
culturalmente arcaica, sem atividades mercantis.
d) ( ) a proibição da escravidão por dívidas pela oligarquia dominante estimulou a vinda para a cidade de
artesãos estrangeiros, a fim de promover o comércio e atividades culturais.
e) ( ) cidade marítima dominada por camponeses proprietários de minifúndios, que permitia aos
estrangeiros, Metecos, a realização de atividades culturais.

19) Na cidade de Atenas, só era considerado cidadão quem nascia na cidade. Logo, os estrangeiros não
podiam participar das decisões políticas da polis. O nome dado aos estrangeiros era
a) ( ) fratrias
b) ( ) georgóis
c) ( ) hilotas
d) ( ) metecos
e) ( ) eupátridas

AULA 05 - ROMA ANTIGA


CULTURA, ESCRAVIDÃO, PODER E POLÍTICA.

HISTÓRIA DA ROMA ANTIGA


Localização
Roma está localizada no Mar Mediterrâneo. Está limitada pela Cordilheira dos Alpes e pelos mares
Tirreno, Adriático e Jônico. Começou sendo uma cidade como outras, mas tornou-se poderosa e expandiu
seus domínios. Tornou-se um império tão poderoso que controlou o mundo antigo.
Origem
Roma teve sua fundação na região do Lácio habitada por latinos e etruscos, que eram de origem oriental e
se deslocaram para a Europa. Eles chegaram na Península Itálica por volta de 700 anos antes de Cristo.
Esses etruscos gostavam muito da dança e da música.
Já os latinos eram comerciantes, fabricantes de tecidos e até piratas. Na região do Lácio eles construíram
aldeias.
Como os etruscos eram muito expansionistas, rapidamente passaram de Roma de aldeia à cidade. A
primeira forma de governo romana foi a MONARQUIA.

Lenda da fundação de Roma


Essa lenda foi criada por Tito Lívio e por Virgílio, o poeta. Reza a lenda que Enéias, o filho de Vênus,
fugiu de sua cidade natal destruída pelos gregos chegando à região do Lácio onde se casou com a filha de
um rei latino.
Os filhos desse casamento foram Rômulo e Remo, que foram jogados no rio Tibre por Amúlio, rei de
Alba Longa. Contudo, eles foram amamentados por uma loba até serem encontrados por camponeses.
Crescidos, voltaram para Alba Longa e denunciaram Amúlio.
Em 753 a.C fundaram Roma. Os irmãos lutaram após um desentendimento e Rômulo matou seu Remo,
tornando-se o primeiro rei de Roma.
Esta primeira parte encerra um resumo sobre Roma, a parte da origem e fundação. Nas questões de

30
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
vestibular sobre Roma Antiga isso costuma ser cobrado.

A monarquia romana
Monarquia ou período da realeza foi a primeira forma de governo romana.
O rei tinha o poder executivo, legislativo, judicial e religioso. Ele apresentava as leis ao Senado ou
Conselho de Anciãos, que era formado por cidadãos idosos, chefes das maiores famílias do Reino.
Além de propor novas leis eles fiscalizavam as ações do rei.
Quando uma lei passava pelo Senado, era submetida aos membros da Assembleia ou Cúria.
Tratava-se de cidadãos com condições para servirem no exército e eles podiam eleger altos funcionários,
aprovar ou não leis e aclamar o rei.

Divisões da sociedade romana


 Patrícios - Eram os chefes, descendentes dos lendários fundadores da Roma antiga. Eram também
os latifundiários. Em resumo eles compunham a aristocracia e tinham direitos políticos exclusivos.
Apenas eles formavam o governo. Na situação de nobres, realizavam festas luxuosas, não
pagavam impostos e tinham poder para eleger senadores. Tinham postos de destaque nas
instituições públicas, exército, religião e judiciário. Os plebeus recorriam a eles como seus
credores.
 Plebeus - A maioria da população formada por imigrantes das primeiras conquistas romanas.
Eram comerciantes, artesãos e agricultores, em resumo, um povo livre. Porém não eram
considerados cidadãos romanos, não podendo participar de cargos públicos, nem da Cúria. Nem
mesmo suas famílias eram legalmente reconhecidas.
 Clientes - Alguns eram plebeus e outros eram estrangeiros que tinham de se associar aos patrícios
para sobreviver. Para terem proteção social e ajuda financeira, prestavam serviços pessoais para os
patrícios.
 Escravos - Povo que havia sido derrotado na guerra. Pessoas não eram feitas escravas por causa
da cor, mas por serem de uma cidade que havia perdido para Roma. Faziam trabalhos domésticos,
campais, eram capatazes, artesãos, professores e o que mais fosse necessário que fossem. Eram
como propriedade de seu senhor que os podia castigar, vender, alugar e decidir se continuariam
vivos ou mortos.
Roma progredia, mas tudo mudou no reinado de Tarquínio. Isso aconteceu porque os patrícios se
rebelaram contra o rei que estava apoiando de mais os plebeus. Tendo expulsado o rei, estabeleceram a
República.

A República Romana
O Senado tornou-se a autoridade maior da República. Eles passaram a ser responsáveis por preservar a
religião, supervisionar finanças públicas, cuidar da política externa e administrar as províncias.
Os membros de uma mesma estrutura burocrática compunham a magistratura. Os principais eram os
Cônsules com o poder militar e os potestas, administradores da cidade. A maioria dos membros da
Assembleia Popular eram patrícios. Os patrícios controlavam a política e os plebeus, que eram a maioria
da população tinham poucos poderes.
Esse período foi marcado por lutas políticas entre patrícios e plebeus. Com muita pressão dos plebeus, os
patrícios lhes concederam direito a vetar atos do Senado. Depois a Lei das Doze Tábuas, com leis escritas
para não serem modificadas oralmente conforme intenção dos legisladores. Também conseguiram o
direito ao plebiscito, instituindo que as leis pudessem ser votadas pela plebe.
As conquistas dos plebeus não tornaram a República Romana uma democracia plena, pois os postos
políticos mais altos continuaram ocupados pelos patrícios.
A expansão Romana
Rapidamente ela se expandiu, vencendo a cidade de Cartago. Foram as chamadas guerras púnicas.
Expandiram-se por todo o mundo antigo em sequência, conquistando totalmente as regiões em torno do
mar mediterrâneo.

31
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Graças a isso o estilo de via romano tornou-se luxuoso, principalmente para os patrícios.
Porém muitos plebeus ficaram mais pobres, vendiam o que ainda lhes restava e iam para as cidades
fazendo com que o número de mendigos aumentasse. A vida social foi ficando mais tensa e a República
entrando em crise.
Consequências que aceleraram a crise na República Romana
• Excessivo número de escravos, facilitando as revoltas
• Êxodo rural dos camponeses que perdiam suas terras para aristocratas
• Surgimento dos novos homens ou cavaleiros, enriquecidos pelo comércio
• Formação de um exército profissional

Tibério Graco e Caio Graco


O primeiro tentou melhorar as coisas aprovando a reforma agrária e por isso foi assassinado.
Seu irmão deu continuidade ao seu projeto e ainda aprovou a Lei Frumentária, que obrigava o Estado a
vender trigos por preços menores para a população. A pressão foi tanta que ele se matou.

Política do Pão e Circo


À medida que os centros urbanos cresciam, os problemas sociais também surgiram em Roma. O alto
número de escravos fez com que o desemprego aumentasse sobremaneira na zona rural, pois muitos
camponeses perderam seus serviços. Esse grande número de desempregados foi para as cidades romanas
buscando empregos e melhores condições de vida.
Temendo uma revolta dos desempregados, o imperador criou então a chamada política do Pão e Circo.
Esta se baseava em oferecer alimentação e diversão aos cidadãos romanos. Durante quase todos os dias
aconteciam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram
distribuídos alimentos. Desta maneira, a população carente se distraía e se esquecia de seus problemas,
diminuindo as chances de revolta.

O caminho para o Império


O povo não se submetia aos superiores. Começam então as guerras entre os próprios generais romanos.
Durante o período de expansão territorial da fase republicana, após a morte do ditador Sila, constituiu-se
o primeiro triunvirato, que foi uma forma de governo em que três generais dividiam o governo de Roma.
Os três governantes eram Crasso, Pompeu e Júlio César. Contudo apenas César permaneceu. Surge o
segundo triunvirato com Marco Antônio, Otávio e Lépido. Quem se destacou foi Otávio, tornando-se o
Grande Senhor de Roma.
O Império Romano
Otávio passou a ser Otávio Augusto, o divino, o majestoso, foi o primeiro Imperador de Roma. Durante o
tempo que governou houve a Pax Romana. Suas principais medidas foram:
• Profissionalização do exército
• Criação do correio
• Magistrados e Senadores com menos poderes
• Criação do conselho do Imperador com mais poder que o Senado
• Criação de novos cargos
• Encorajamento do retorno ao campo e de famílias numerosas
• Estímulo ao culto dos deuses Apolo, Vênus, César, etc
• Combate à religiosidade estrangeira
• Sustento dos escritores e poetas sem recursos. Por exemplo, o grande Virgílio.

Todos os poderes concentravam-se nas mãos do imperador. Eles decidiam as leis, exercia o comando do
Exército, nomeava membros do Senado e era o chefe religioso. A sucessão era escolha do Imperador.
A Pax Romana
A Pax Romana foi uma época da história romana marcada por uma aparente paz e prosperidade, durante a
transição do período republicano para o período imperial, que trouxe a estabilidade ao Império Romano e

32
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
garantiu a autoridade de Roma sobre suas províncias.
A expressão pax romana é originária do idioma oficial do Império Romano – o latim – e significa “paz
romana”. A política da Pax Romana foi aplicada em todo o império.
Essa política foi iniciada com a coroação de Augusto César, em 27 a.C., evento que encerrou o período
da república romana. Os últimos anos dessa república foram marcados por grande instabilidade, com
guerras civis dividindo o império, conspirações políticas que resultaram em inúmeros assassinatos de
senadores, rebeliões provinciais e de escravos a abalar a ordem etc.
Assim, era necessário reaver a estabilidade do império e garantir sua integridade territorial.
Para isso, foi tomada uma série de medidas político-administrativas que garantiram o controle de Roma
sobre esses locais, possibilitando um período de prosperidade. O conjunto dessas medidas ficou
conhecido como Pax Romana.
As principais preocupações na Pax Romana eram afastar a ameaça de rebeliões provinciais e, ao mesmo
tempo, manter essas regiões economicamente produtivas. Assim, uma das ferramentas utilizadas por
Roma foi promover a aculturação desses locais, também conhecida como romanização.
Essa aculturação tinha como objetivo desenvolver os valores culturais de Roma nas províncias mais
distantes, de forma a diminuir as diferenças culturais existentes. Para tanto, era importante, por exemplo,
a transmissão do idioma oficial (o latim) e dos valores religiosos do Império Romano. Isso era possível
pela presença das legiões romanas nas províncias.
Além da transmissão dos valores culturais romanos, era indispensável, a partir de ações político-
administrativas, garantir o desenvolvimento dos locais conquistados.
Assim, foram tomadas decisões que traziam crescimento econômico para as províncias, o que garantia
sua satisfação com a autoridade romana. Algumas dessas medidas romanas de destaque foram a
construção de estradas e aquedutos e melhorias no plantio agrícola.
Por fim, não somente a transmissão da cultura romana e o desenvolvimento econômico garantiam a
lealdade de determinadas províncias.
Em alguns casos, o Império Romano usou da coação para manter o controle e, para isso, contou
novamente com as legiões romanas, que também cumpriam essa função de dominar utilizando a força.
A presença das tropas romanas em províncias potencialmente rebeldes e distantes mantinha as elites e a
população locais sob controle, uma vez que o exército romano estava presente para esmagar qualquer
tentativa de rebelião que pudesse acontecer.
As legiões romanas também garantiam a essas províncias a proteção a ataques de povos estrangeiros que
pudessem tentar invadir as fronteiras do Império Romano.
A partir do ano 235 d.C o Império começou a ser governado por Imperadores-soldados, preocupados com
as invasões bárbaras.
Em 284 Diocleciano era o Imperador do Império Romano do Oriente e Maximiniano o Imperador do
Ocidente. Cada um tinha a ajuda de um imperador subalterno, o Cézar. Isso formava a tetrarquia.
Constantino sucedeu a Diocleciano e fundou Constantinopla, sede do governo. Ele também aboliu a
tetrarquia.
No século IV uma forte crise econômica enfraqueceu o Império. O ocidente caiu para os povos bárbaros:
Vândalos, Ostrogodos, Visigodos, Anglo-Saxões e Francos.
O império do Oriente sobreviveu até 1453, quando foi tomado pelos Turcos, Também conhecido como
Império Bizantino.

Economia
Durante muitos séculos a agricultura foi a principal atividade econômica romana. Foi durante a
República, após a vitória nas Guerras contra Cartago, que Roma passou a ser um importante centro
comercial da região. Isso levou os romanos a controlarem o Mediterrâneo e, portanto, o fluxo de metais
que transitavam pelo mar. Assim, a circulação comercial entre Roma e suas províncias passou a ser
intenso. As províncias enviavam trigo, madeira, cobre, estanho, prata, peles, objetos de luxo, queijos e
especiarias a baixo custo, e ainda pagavam impostos aos romanos.

33
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Outro fenômeno evidente à época foi a ascensão e enriquecimento de alguns plebeus, que conquistaram
terras e poderes políticos. Assim, o tamanho das propriedades de terras foram aumentando,
transformando-se em grandes propriedades de plebeus enriquecidos, promovendo a saída do campo de
plebeus que continuavam pobres e que não conseguiram prosperar sem as terras.

A saída do campo e o empobrecimento de uma parcela significativa dos plebeus gerou uma crise social no
território romano. Para isso foi preciso criar uma política por parte do estado para subsidiar a
sobrevivência desta população. Foi então criada a política de pão e circo, que ofertava alimentos a baixo
custo e espetáculos sem custo para entretenimento.

ESCRAVIDÃO NA ROMA ANTIGA


Assim como na Grécia, em Roma havia três origens para a escravidão: a guerra, a descendência e o
endividamento. Entretanto, de acordo com a historiografia tradicional, era com as guerras que Roma
conseguia a maior parte dos escravos. O contingente destes aumentou de forma expressiva no período da
No mundo romano, os escravos eram considerados uma propriedade e um “instrumento” nas mãos do
senhor, e podiam pertencer tanto a particulares quanto ao Estado. De um modo geral, trabalhavam nas
grandes obras públicas, como pontes, aquedutos, monumentos e estradas, na agricultura, na extração
mineral, na atividade artesanal ou como criado doméstico. Os mais especializados e cultos eram
secretários, músicos, tecelões e professores. Escravos também atuavam em espetáculos públicos ou
privados, caracterizados pela extrema violência. Tal era o caso dos gladiadores.
Crise do Escravismo Antigo
O Império Romano atingiu sua máxima extensão no século II d.C. durante o governo de Trajano (98-
117). No entanto, a partir de então, não foram realizadas novas conquistas. Pelo contrário, várias regiões
foram abandonadas ou reconquistadas pelos “Bárbaros”, designação atribuída pelos romanos a todos
aqueles que não falavam Latim, viviam além das fronteiras do Império e possuíam uma “cultura inferior”,
isto é, não haviam sido romanizados.
Ao mesmo tempo, os gastos do Estado romano eram crescentes, não apenas com a manutenção das
legiões, como também com a administração, a distribuição gratuita de trigo e os espetáculos públicos
(torneios, lutas e corridas), ou seja, Pão e Circo.
No entanto, as receitas do Estado tendiam a diminuir, uma vez que a organização da produção e a geração
de riquezas despendiam, em grande parte, do trabalho de escravos, e o número destes, a partir de então,
começou a declinar. Menos escravos, menor produção, menor arrecadação de impostos etc. Gastos cada
vez mais crescentes. Essa equação comprometeu a economia romana. Assim, a crise do escravismo
tornou-se também uma crise do Estado com repercussões no conjunto da sociedade.
Muitos imperadores recorreram à desvalorização da moeda, o denário, para cobrir gastos do Estado, o que
levou muitos particulares a reterem as “moedas boas”, isto é, aquelas que continham uma porcentagem
maior de ouro ou prata, comprometendo uma economia até então essencialmente monetária. Ao mesmo
tempo, um processo inflacionário contínuo tomou conta da economia. O resultado disso é que passou a
ser comum o pagamento em produtos e não em dinheiro.
Diante da crise financeira, da crescente ameaça dos povos “bárbaros”, dos conflitos sociais, da crise do
Estado e de uma insegurança generalizada, muitos proprietários de latifúndios deixaram as cidades e
foram buscar segurança nas grandes propriedades rurais autossuficientes. Nelas uma nova forma de
trabalho passou a predominar, uma vez que o abastecimento de escravos estava definitivamente
comprometido. Essa nova organização da produção ficou conhecida pela expressão colonato.
Cultura Romana
Ela foi muito influenciada pelos gregos. Roma venceu a Grécia militarmente, mas os gregos venceram
Roma culturalmente. Muitos aspectos da arte, pintura, escultura e arquitetura grega permaneceram.
Até a mitologia herda o panteão dos deuses gregos, mas com nomes diferentes.
Religião Romana
Em Roma a religião era politeísta, com deuses com características humanas (antropomorfismo). Os
principais eram Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.

34
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Contudo, isso não permaneceu quando Constantino aceitou o cristianismo como religião oficial do
Império.

Educação
O sistema de educação romano era um sistema de privilégios em que poucos tinham acesso à escola.

Assim, a educação era variável, tanto conforme as classes sociais, como conforme aos gêneros. Os
plebeus pouco tinham acesso à educação formal e por isso cresciam sem instrução, não aprendendo a ler
nem a escrever. Em contrapartida os filhos das camadas mais altas da sociedade tinham amplo acesso à
escola e a uma formação complexa. Já as filhas dos homens e mulheres abastados também frequentavam
a escola, porém tinham direito a um conhecimento mais restrito. Em seu currículo escolar aprendiam
lições básicas de cálculo, de leitura e de escrita e frequentavam a escola somente até os doze ou treze anos
de idade, quando eram dispensadas e liberadas para os casamentos. Já os meninos conseguiam continuar
os estudos até mais tarde e seus conhecimentos eram mais complexos. Estudavam gramática, literatura,
religião, história, geografia, astronomia, matemática, retórica e noções de agricultura.

A educação romana era também dividida em níveis, iniciando no ensino primário e chegando ao ensino
superior. Os mais pobres, quando instruídos, concluíam usualmente apenas o ensino primário, que
instrumentalizava os jovens para a escrita e cálculos básicos.

Qual o legado de Roma para os tempos atuais?


• Legislação – Em vários países ocidentais a inspiração do direito ainda é romana
• As línguas derivadas do latim romano, como o português e o espanhol.
• Arquitetura
• Literatura

ATIVIDADE DE REVISÃO

1 - Foi durante o período da Monarquia que a cidade de Roma foi constituída, dando origem
posteriormente ao maior Império da Antiguidade. Sobre o mito de origem da cidade de Roma é correto
afirmar que:
a) ( ) Foi fundada por Cícero e Tito Flávio, órfãos amamentados por uma cabra.
b) ( ) Foi fundada pelos irmãos Tibério e Caio Graco, criados por uma loba.
c) ( ) Foi fundada por Rômulo e Remo, abandonados no rio Tibre e amamentados por uma loba.
d) ( ) Foi fundada por César e Otávio Augusto, após as vitórias militares na Gália.

2 - Roma foi influenciada em sua formação por uma variedade de povos que habitavam a Península
Itálica. Dentre as alternativas que seguem, quais dos povos listados abaixo não influenciaram a formação
de Roma:
a) ( ) Etruscos. b) ( ) Gregos. c) ( ) Sabinos. d) ( ) Persas. e) ( ) Latinos.

3 - O Estado Romano no Baixo Império caracterizou-se pela:


a) ( ) aceitação do princípio da intervenção do Estado na vida social e econômica
b) ( ) tentativa de conduzir os negócios públicos exclusivamente a partir de um determinado grupo social
c) ( ) estabilidade nas relações entre o poder central e os governos provinciais
d) ( ) perfeita harmonia dos órgãos legislativos quanto às ideias de expansão territorial
e) ( ) absoluta identidade de pensamento quanto às atitudes frente ao problema religioso

4 - Entre as reformas introduzidas em Roma por Augusto, podemos citar:


a) o estabelecimento do divórcio
b) a drástica redução dos efetivos militares
35
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
c) a restauração do antigo sistema de cobrar os impostos provinciais
d) a criação de um sistema centralizado nos tribunais
e) a redução da autonomia das províncias

5– Diocleciano e Constantino destacaram-se no história do Império Romano por terem:


a) ( ) conquistado e promovido a romanização da Lusitânia, incorporando-a ao Império
b) ( ) introduzido em Roma costumes religiosos e políticos dos etruscos
c) ( ) concedido à plebe defensores especiais os tribunos da plebe que protegiam seus direitos
d) ( ) consolidado o Direito Romano na chamada Lex Duodecim Tabularum
e) ( ) estabelecidos medidas visando deter a crise que abalava o Império

6 – Os irmãos Graco:
a) ( ) defenderam os camponeses sem terra contra a aristocracia
b) ( ) foram os conquistadores de Cartago
c) ( ) eram os principais líderes do partido aristocrático
d) ( ) elaboraram a primeira lei escrita de Roma
e) ( ) foram os autores da Lei das Doze Tábuas

7- A expansão de Roma durante a República, com o consequente domínio da Bacia do Mediterrâneo,


provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, entre as quais:
a) ( ) Um marcante processo de industrialização, êxodo urbano e endividamento do Estado.
b) ( ) O fortalecimento da classe plebeia, expansão da pequena propriedade e propagação do cristianismo
c) ( ) o crescimento da economia agropastoril, intensificação das exportações e aumento do trabalho livre
d) ( ) O enriquecimento do Estado Romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes e
aumento do número de escravos
e) ( ) A diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário e escassez de mão-de-
obra escrava

8– Sobre a ruralização da economia ocorrida durante a crise do Império Romano, podemos afirmar que:
a) ( ) proporcionou ao Estado a oportunidade de cobrar mais eficientemente os impostos
b) ( ) foi a causa principal da falta de escravos
c) ( ) foi consequência da crise econômica e da insegurança provocada pelas invasões dos bárbaros
d) ( ) incentivou o crescimento do comércio
e) ( ) proporcionou às cidades o aumento de suas riquezas

9- Durante toda a História, os homens criaram tecnologias, inclusive para proteger o corpo, buscando
atingir seus objetivos. Podemos ver um exemplo disso nas formações militares desenvolvidas pelos
romanos, chamadas de “tartaruga” ou “testudo”. Nessas formações, a aproximação com o inimigo era
facilitada por grandes escudos empunhados à frente e acima do corpo pelos soldados, como podemos ver
na imagem apresentada. Sobre o período da República
Romana, em que foram desenvolvidas as formações militares citadas, é correto afirmar que ele foi
caracterizado:
a) ( ) pela expansão territorial, que levou ao domínio de territórios na Europa e no Mediterrâneo.
b) ( ) pelo governo dos grandes imperadores, que centralizavam o poder em todo o território romano.
c) ( ) pela predominância de Assembleias populares e democráticas, conduzidas por senadores e
magistrados.
d) ( ) pelos conflitos entre plebeus e patrícios, visando à libertação dos escravos de origem africana.
e) ( ) pelos tratados de cooperação entre reis e senadores, para evitar guerras contra os bárbaros
germânicos.

10 – Sobre o Direito Romano, NÃO podemos afirmar que:

36
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
a) ( ) foi o mais importante legado cultural de Roma;
b) ( ) estabeleceu o conceito de jurisprudência;
c) ( ) a lei de Roma e de seus cidadãos estava incluída no “Jus Civile”;
d) ( ) o “Jus Civile” somente foi estabelecido durante o Império;
e) ( ) dividia o Direito em três grandes ramos.

11 – Na Roma Antiga, a expressão “até tu Brutus?” foi atribuída a Júlio César que, de acordo com fontes
históricas, a teria proferido no momento de seu assassinato, em 44 a.C. Nesse contexto da história de
Roma, Júlio César tornou-se conhecido porque
a) ( ) iniciou o processo de expansão romana, desencadeando as chamadas guerras púnicas, por meio das
quais Roma se converteu em potência marítima.
b) ( ) criou o primeiro código escrito, denominado “Leis das Doze Tábuas”, que tratava de assuntos
referentes ao Direito Civil e ao Direito Penal.
c) ( ) adquiriu grandes poderes e privilégios especiais, como os títulos de ditador perpétuo e de censor
vitalício, suscitando lutas políticas pelo poder, sobretudo no Senado Romano.
d) ( ) contribuiu, com as suas leis abolicionistas, para crise geral do escravismo romano, que abalou as
atividades agrícolas de todo o Império Romano.
e) ( ) propôs à Assembleia Romana o seu projeto de reforma agrária, limitando a ocupação de terras
públicas aos cidadãos romanos.

12 –A respeito das classes que compunham a sociedade romana na Antiguidade, é CORRETO afirmar
que:
a) os "plebeus" podiam casar-se com membros das famílias patrícias, forma pela qual conseguiam quitar
suas pendências de terra e dinheiro, conseguindo assim certa ascensão social.
b) os "plebeus" compunham a classe formada pelos camponeses, artesãos e alguns que conseguiam
enriquecer-se por meio do comércio, atividade que lhes era permitida.
c) os "clientes" eram estrangeiros acolhidos pelos patrícios e transformados em escravos, quando sua
conduta moral não condizia com a de seus protetores.
d) os "patrícios" foram igualados aos plebeus durante a democracia romana, quando da revolta dos
clientes, que lutaram contra a exclusão social da qual eram vítimas.
e) os "escravos" por dívida eram resultado da transformação de qualquer romano em propriedade de
outrem, o que ocorria para todos que violassem a obrigação de pagar os impostos que sustentavam o
Estado expansionista.

AULA 06 -AS SOCIEDADES OCIDENTAIS DE TRANSIÇÃO DO


ESCRAVISMO AO FEUDALISMO

A crise do escravismo no Império Romano

Desde os tempos republicanos, Roma sustentava e ampliava seu poderio econômico através da constante
obtenção de terras e escravos. Ao combinar essas duas práticas, os romanos garantiam produtos agrícolas
e manufaturados a um baixo preço e alcançavam margens de lucro bastante significativas. Segundo
algumas estimativas, a economia romana, até o final da República, contava com uma extensa população
com mais de dois milhões de escravos.

Chegado o século III, toda essa situação de prosperidade e expansão se encerrou pela grande dimensão
alcançada pelos territórios, o alto custo que envolvia a realização de outras anexações e as constantes
pressões exercidas pelas populações dominadas e vizinhas. Nessa situação, o governo de Roma se
limitava a fortalecer as fronteiras que já se encontravam em seu domínio. Deste modo, o fluxo de

37
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
escravos que barateava custos e ampliava os lucros deixava de ter a mesma força.

Além disso, podemos notar que a política romana para com os povos conquistados também teve grande
papel para a crise do escravismo. Com o passar do tempo, diversos dos povos conquistados alcançavam
os direitos reservados aos cidadãos romanos. Mais do que promover uma equiparação jurídica, esta
postura tolerante refreava o processo de obtenção de novos escravos. Sendo assim, havia fatores de ordem
administrativa e militar contribuindo para a escassez de mão de obra nos domínios romanos.

Partindo para outro universo de justificativas, também podemos compreender a presença de uma forte
relação entre a crise do escravismo e a disseminação do ideário cristão no mundo romano. Tendo a
liberdade como um dom de ordem divina, muitos dos que se convertiam à nova religião acreditavam que
a libertação de seus escravos seria um modo de se conquistar a salvação espiritual. Vale também lembrar
que muitos escravos se convertiam à religião, incorporando valores contrários à sociedade romana.

Com o passar do tempo, vemos que a crise que já se configurava, se potencializou na medida em que os
grandes proprietários de terra passaram a ver que a manutenção de uma vasta população de escravos se
tornava economicamente inviável. De tal modo, diversos aristocratas começaram a dividir as suas terras
em terrenos menores que eram arrendados por plebeus saídos das cidades ou por escravos que obtinham a
sua liberdade por meio do sistema de colonato.

Queda do Império Romano


A desagregação do Império Romano também é conhecida como a queda da parte ocidental do império.
Foi resultado de uma crise que se instalou a partir do século III d.C.

Desagregação é o termo que os historiadores utilizam para explicar a queda do Império Romano, que
aconteceu em 476 d.C., quando o último imperador romano, Rômulo Augusto, foi destituído por
Odoacro, rei do povo germânico hérulo. A parte ocidental do império foi ocupada pelos germânicos, e a
parte oriental continuou existindo sob o nome de Império Bizantino.

A crise do Império Romano iniciou-se a partir do século II-III d.C. Marcaram esse período a crise
econômica, a corrupção, os sucessivos golpes e assassinatos realizados contra imperadores e, como
elemento final, as invasões germânicas.

O século III foi marcado por uma grande sucessão de imperadores, o que evidenciou a instabilidade desse
período, pois, em um período aproximado de 50 anos, o Império Romano teve cerca de 16 imperadores –
muitos deles mortos após conspirações.

Além disso, o fim da expansão territorial romana afetou fortemente a economia. A partir do século II, o
Império Romano passou a priorizar a manutenção do gigantesco território conquistado. Isso afetou
diretamente o sistema escravista, que era sustentado a partir dos prisioneiros de guerra levados ao Império
como escravos. A crise do sistema escravista foi ampliada na medida em que os povos conquistados
recebiam o direito à cidadania romana.

Esse contexto desencadeou uma crise econômica em razão da diminuição da produção agrícola e do
encarecimento dos alimentos. O encarecimento dos alimentos gerou fome, e revoltas aconteceram em
determinadas regiões. Além disso, essa crise econômica afetou diretamente a manutenção dos exércitos
localizados nos limes, as fronteiras do Império Romano.

A crise econômica resultou na diminuição do contingente militar romano e, assim, as fronteiras tornaram-
se vulneráveis aos ataques estrangeiros. As fronteiras sempre foram ameaçadas por povos estrangeiros,
mas, a partir do século II, essa ameaça acentuou-se e, no século V, tornou-se insustentável com o fluxo

38
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
migratório dos germânicos.

Os povos germânicos eram chamados de “bárbaros” pelos romanos por não compartilharem a mesma
cultura e por não falarem latim. Eles habitavam regiões ao norte e leste das fronteiras do império, que
eram chamadas de Germânia pelos romanos. Além disso, parte dos povos germânicos – em sua maioria,
pagãos – converteram-se ao cristianismo arianista, que havia sido condenado pela Igreja Católica como
heresia. Isso contribuiu para que a rivalidade entre romanos e germânicos aumentasse. O arianismo era
uma interpretação teológica do Cristianismo que negava a divindade de Jesus Cristo.
As invasões germânicas, em geral, são explicadas pelo resfriamento climático e pelo aumento
populacional, o que criou uma necessidade por melhores terras para garantir a sobrevivência. Por essa
razão, partes do Império Romano (Gália e Península Ibérica) já haviam sido invadidas desde o século III.

O principal motivo levantado pelos historiadores para explicar a grande migração germânica do século V
foi a chegada dos hunos – um povo nômade que havia migrado desde as estepes da Ásia Central. Por
onde chegavam, os hunos traziam pânico, e muitos povos escolhiam fugir da presença huna. A chegada
dos hunos causou a migração de dois povos para as terras ocidentais do Império Romano: ostrogodos e
burgúndios.

Em 410, a cidade de Roma foi saqueada pelos visigodos e, a partir daí, uma sucessão de povos invadiu as
terras romanas: alanos, suevos, vândalos, alamanos, jutos, anglos, saxões, hunos, francos etc. Todos esses
povos, ao perceberem o enfraquecimento da parte ocidental do Império Romano, instalaram-se nas terras
e criaram novos reinos. Muitos deles foram absorvidos por outros a partir da guerra.

O Império Romano do Ocidente agonizou até 476, quando a cidade de Roma foi invadida pelos hérulos e
o último imperador romano foi destituído. O estabelecimento dos povos germânicos nas antigas terras
romanas levou ao surgimento de novos reinos, que originaram as nações modernas da Europa. As
transformações que aconteceram nesse processo resultaram na formação das características que definiram
a Europa no auge do período medieval.

INVASÕES BÁRBARAS
Os romanos chamavam de bárbaros todos os povos que viviam fora de seu território e não tinham cultura
romana, isto é, não falavam a língua romana – latim – nem possuíam os mesmos costumes e tradições que
os romanos. Alguns deles, contudo, participavam das batalhas junto ao exército romano, e outros
chegaram a integrar o próprio exército imperial.
Devido às disputas internas e a crise econômica, o exército romano perdeu muito da sua eficiência.
Assim, os bárbaros conseguiram derrotá-lo e expandir seu território pouco a pouco.
Os chefes bárbaros, entretanto, faziam questão de conservar várias instituições romanas e muitos se
convertiam ao cristianismo, a fim de poder serem aceitos pelos antigos romanos.
É interessante notar que os bárbaros acreditavam que eram os herdeiros do Império Romano e não seus
destruidores.
Os diversos povos bárbaros tinham um modo de vida bem parecido entre eles. Eram pastores e
agricultores. Não viviam em cidades, não usavam moeda, não tinham um governo organizado e não
conheciam a escrita. Alguns desses povos eram nômades e pouco comercializava.
Vindo em busca de novas terras e riquezas, os bárbaros invadiram, atacaram, saquearam e destruíram as
cidades do Império Romano de forma violenta, com guerras, destruição e mortes – no século V.
Para salvar a vida, a população (das cidades) fugiu para o campo, para as grandes fazendas em busca de
proteção. Isso fez com que a vida urbana, praticamente desaparecesse.
A população dos reinos bárbaros que se formaram, era uma mistura dos romanos sobreviventes com os
dominadores bárbaros. A maioria desses reinos, porém, teve vida curta.
Por volta do século VI, dos vários reinos que se formaram, somente os francos conseguiram se estruturar
e expandir seus domínios – é a França atual. O apogeu desse poderoso reino foi durante o Império

39
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Carolíngio – de Carlos Magno (768-814).
Carlos Magno – um rei bárbaro
Suas realizações lhe valeram o apelido de Magno que, em latim, quer dizer “grande”. Carlos Magno, que
era convertido ao cristianismo, tinha um sonho: reconstruir a unidade do Antigo Império Romano e, para
isso, realizou uma série de conquistas militares.
Submeteu diversos povos bárbaros e apoderou-se de um vasto território, ampliando o domínio dos
francos. As conquistas trouxeram-lhe fama, poder e estabilidade ao cotidiano dos europeus.
Carlos Magno procurou elevar a cultura do povo franco. Ele mesmo aprendeu a ler com 35 anos de idade.
Fundou escolas nos mosteiros e no próprio palácio real. Isso contribuiu para a preservação e a transmissão
da cultura Grega e Romana, pois grande parte do conhecimento que temos hoje da literatura da
Antiguidade deve-se ao trabalho de coleta e cópia desenvolvidos nessa época.
As bibliotecas geralmente ficavam nos mosteiros. Os livros eram copiados manualmente pelos monges
chamados de copistas.
Muitas obras da Antiguidade só chegaram até nós devido ao trabalho desses monges. Saiba que os
membros do clero, formava a elite cultural da Idade Média.
Além de seus membros serem os poucos que sabiam ler e escrever, eram praticamente os únicos a ter
acesso aos livros existentes.
Após a morte de Carlos Magno, o Reino Franco foi dividido entre seus netos, mas entrou em decadência.
As principais causas foram as novas invasões dos séculos IX e X, contra a Europa.
A decadência da vida urbana é uma das principais marcas desse período que se inicia.
A economia tornou-se estritamente agrícola: a produção dos campos apenas dava para alimentar os servos
e sustentar os senhores feudais.
Estamos falando do Feudalismo: um modo de organização da sociedade baseado no trabalho dos servos
que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média.

COMITATUS E COLONATO NA FORMAÇÃO DO FEUDALISMO


Após a queda do Império Romano do Ocidente (século IV), a Europa passou por profundas
transformações. No início da Idade Média (século V), houve a fusão de diversos elementos (políticos,
econômicos e culturais) dos romanos com os germânicos (bárbaros). Entre esses elementos, que foram
preponderantes na formação do feudalismo, estão o comitatus e o colonato.
 Colonato
Instituição de origem romana em que os camponeses (transformados em colonos) eram obrigados a
permanecerem na propriedade rural até a morte. Em troca, os camponeses recebiam do proprietário rural a
proteção. Nesse sistema, o trabalhador rural trabalhava num regime de servidão.
O colonato teve grande influência nas relações econômicas e de trabalho entre senhores feudais e servos
no feudalismo.
 Comitatus
Instituição germânica composta por um grupo de jovens guerreiros, que se ligavam a um chefe militar
através de um juramento de fidelidade e companheiros. O comitatus teve grande influência no surgimento
das relações feudo-vassálicas (de vassalagem e suserania) da Idade Média.

PRINCIPAIS ASPECTOS DO FEUDALISMO:


1 - Relação de vassalagem e suserania
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote
de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo
oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de
produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
2 - Os poderes dos senhores feudais
Os poderes jurídicos, econômicos e políticos concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de
lotes de terras (feudos).
O Poder Político ficou descentralizado. Durante mais de 300 anos, a Europa esteve fragmentada

40
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
(dividida) em centenas de pequenos Estados independentes – os feudos , pois, quem detinha o
poder político era o senhor feudal e não o rei. Este continuava existindo, porém, exercia autoridade
somente dentro da sua propriedade.
Assim, é correto afirmar que, durante o feudalismo, perdeu-se a noção de Estado, isto é, não havia mais
um REI com condições de proteger todo o território do seu país. A autoridade máxima em cada feudo era
exercida pelos donos de propriedade – os senhores feudais.
Com isso, os que possuíam terras ganharam força, prestígio e passaram a sujeitar seus dependentes.
O rei se enfraqueceu e os grandes senhores de terras tornaram-se os donos do poder.
3 - A Sociedade Feudal hierarquizada
A sociedade feudal teve como origem a mistura de elementos do Império Romano e dos povos
germânicos invasores. Esta sociedade tinha como ponto principal de organização o feudo (principal
unidade de produção e organização territorial da Idade Média).
Principais características da sociedade feudal:
- A sociedade feudal era hierarquizada e estamental. Hierarquizada, pois era muito difícil para uma pessoa
passar de uma posição social para outra. Estamental, pois cada pessoa assumia um papel muito bem
definido na sociedade, geralmente de acordo com o grupo em que nasceu.
- Este modelo de organização social durante o feudalismo recebeu total defesa da Igreja. Esta defendia a
ideia de que Deus definia a condição em que a pessoa veio ao mundo, cabendo a esta se manter naquele
nível social sem questionar.
- A posição e o status social de uma pessoa eram determinados pelo nascimento e pela posse de
propriedades, principalmente terras.
- Havia uma grande disparidade de renda entre a camada dos mais ricos (senhores feudais e nobres) e os
mais pobres (servos camponeses). Portanto, a sociedade feudal era marcada por forte desigualdade social.

Ordens sociais e suas funções:


 Clero (integrantes da Igreja) Esta ordem social era composta pelos integrantes da Igreja Católica
(padres, bispos, monges, abades e papa). Cabia ao clero, na sociedade feudal, cuidar da vida
espiritual de toda sociedade. Embora a função desta ordem fosse rezar, exercia influência política,
moral e psicológica na sociedade.
 Nobres (guerreiros) Ordem composta por senhores feudais e cavaleiros (guerreiros). A função dos
integrantes desta ordem era garantir a proteção da sociedade, utilizando de recursos militares.
Concentravam poder em função da propriedade de terras, além de exercer o controle da justiça (no
caso dos senhores feudais). Moravam em castelos, com suas famílias, que eram verdadeiras
fortalezas militares.
 Camponeses (servos) Estavam presos às terras dos senhores feudais, através de obrigações em
forma de prestações de serviços e de pagamentos de impostos e taxas. Compunham a grande
maioria da população feudal. Dificilmente um servo tinha condição de sair de sua condição de
vida. Eram os que trabalhavam de fato, para sustentar as outras duas ordens, pois os integrantes do
clero e os nobres não pagavam impostos.
As três ordens da sociedade feudal: clero (os que rezam), nobreza (os que batalham) e servos (os que
trabalham). Essa organização social foi uma das principais características do feudalismo.

Aspectos econômicos:
O feudo era auto-suficiente, ou seja, produzia praticamente tudo aquilo de que os seus habitantes
necessitavam. Trocava-se, geralmente, um produto pelo outro. Os grandes senhores feudais cunhavam sua
própria moeda, que circulava em suas propriedades.
- A produção agrícola era a principal atividade econômica. Porém, também havia, em menor quantidade,
pecuária (criação de gado), pesca, caça de animais e atividades artesanais.
- Grande parte do trabalho era servil, ou seja, realizado por servos (presos à terra por obrigações). Esse
recebia a autorização de plantar e colher nas terras do senhor feudal, mas em troca, devia pagar várias
taxas, impostos e parte de sua produção. Os servos também pagavam com trabalho para os senhores

41
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
feudais (corveia).
- A unidade de produção estava dentro do feudo, que era uma grande propriedade rural cujo dono era o
senhor feudal. O feudo era autossuficiente, pois quase não havia relações comerciais externas.
- Os gêneros produzidos e consumidos no feudo eram: pão, farinha, azeite, manteiga e vinho.
- No feudalismo havia um contraste econômico. Enquanto os nobres eram muito ricos, os servos viviam
em condições precárias de vida.
- A moeda praticamente não era usada (baixa circulação de moedas). A economia se baseava,
principalmente, na troca de mercadorias ou de mercadorias por trabalho.
- Em muitas regiões da Europa, a Igreja Católica também possuia terras e servos trabalhando nelas.
- Além da agricultura e pecuária, também havia no feudo a produção de objetos e utensílios, através do
artesanato. Os principais profissionais que atuavam, de forma autônoma, nessa área eram os sapateiros,
ferreiros, carpinteiros, tecelões, entre outros tipos de artesãos.
- Como as técnicas agrícolas eram atrasadas e rudimentares, a produção rural era baixa.

Religião controlada pela Igreja Católica


A igreja católica, por apresentar-se como intermediária entre Deus e os homens, fez do clero uma classe
tão importante quanto a nobreza, no comando do Feudalismo.
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja
influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento. A igreja também tinha
grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os
monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande
parte do tempo rezando, copiando livros e também a Bíblia.

Existência de muitas guerras


A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais
envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos
medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de
mais nobre no período medieval. Os nobres moravam em castelos fortificados, projetados para serem
residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

Educação influenciada pela Igreja


A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja,
ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era
analfabeta e não tinha acesso aos livros.

Aspectos religiosos e a arte


A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam
passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas
de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na
arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

CRISE DO FEUDALISMO
A partir do século XII, ocorreram várias transformações na Europa que contribuíram para a crise do
sistema feudal.
As principais causas da crise do feudalismo foram:
- O renascimento comercial impulsionado, principalmente, pelas Cruzadas;
- O aumento da circulação das moedas, principalmente nas cidades. Este fator desarticulou o sistema de
trocas de mercadorias, característica principal do feudalismo;
- Desenvolvimento dos centros urbanos, provocando o êxodo rural (saída de pessoas da zona rural em
direção às cidades). Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos por oportunidades

42
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
de trabalho nos centros urbanos;
- As Cruzadas proporcionaram a volta do contato da Europa com o Oriente, quebrando o isolamento do
sistema feudal;
- O surgimento da burguesia, nova classe social que dominava o comércio e que possuía alto poder
econômico. Esta classe social foi, aos poucos, tirando o poder dos senhores feudais;
- Com o aumento dos impostos, proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis passaram a
contratar exércitos profissionais. Este fato desarticulou o sistema de vassalagem, típico do feudalismo;
- No final do século XV, o feudalismo encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores feudais
perderam poder econômico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o capitalismo.

SITUAÇÃO DA MULHER NA IDADE MEDIA


De um modo geral, a cultura medieval apresentava a mulher como um ser mau por natureza, “porta de
entrada do demônio na sociedade”, culpada por levar o homem ao “pecado do sexo”.
Afirmava-se que a prova dessa proximidade da mulher com o diabo, era o fato de que as mulheres
menstruam e os homens, não. Além disso, a medicina caseira era geralmente praticada por mulheres:
por isso, algumas acabavam sendo denunciadas como bruxas. Às vezes, os denunciantes eram médicos,
que temiam a concorrência dessas mulheres. É importante lembrar que a Igreja só admitia a relação
sexual com a finalidade de gerar filhos, obedecendo à máxima bíblica: “Crescei e multiplicai-vos”.
No modo de pensar medieval, fortemente influenciado pela religião, havia três situações em que a mulher
não era considerada demoníaca: se era virgem, se era mãe e esposa ou se era religiosa, vivendo no
convento. Em todas essas situações, estava submetida à autoridade de um homem: o pai, o marido ou o
bispo e o papa.

A partir do século XI até o século XV, a Europa passou por profundas transformações econômicas,
políticas e sociais, que levaram à desagregação do feudalismo e ao nascimento do capitalismo.

A Idade Média, passou a presenciar significativas mudanças sociais, sobretudo a partir do século XII,
quando a população urbana começou a crescer. Gradativamente, as cidades voltaram-se contra o processo
de feudalização e geraram a possibilidade de surgimento de novos grupos sociais, como a burguesia.
Esse foi um período de grandes mudanças, e essas transformações foram responsáveis por abrirem o
caminho para o fim do período medievo.

A Baixa Idade Média teve grandes transformações. Vamos entender algumas delas.
• Crescimento populacional
É bem verdade que, desde o século VIII, a Europa estava em recuperação demográfica, mas esse
crescimento populacional acentuou-se a partir da Baixa Idade Média.
Primeiro, a pouca atuação de epidemias de doenças; segundo, o caráter concentrado das guerras; terceiro,
o fato do clima, durante a Baixa Idade Média, ter sido mais ameno em relação ao da Alta Idade Média; e
quarto, as inovações técnicas que garantiram um aumento da produtividade.
O resultado disso foi que, no final do século XIII, a população na Europa Ocidental era de mais de 50
milhões de pessoas, enquanto que, no final do século (ou da Alta Idade Média), ela era de mais de 22
milhões de pessoas.
• Melhorias agrícolas
A ampliação das áreas produtivas e o desenvolvimento de técnicas agrícolas, com o uso de arado de ferro
e o aperfeiçoamento dos moinhos hidráulicos, gerou um excedente de produção que passou a ser
comercializada. Fato que contribuiu para a transformar as sociedades rurais europeias.
O aumento populacional é também explicado pelo citado aumento da produtividade agrícola. O uso de
melhores técnicas para a produção agrícola ajuda-nos a entender por que isso aconteceu. Os destaques
vão para o uso da charrua de metal e de animais de tração, que faziam uma melhor preparação do solo, e a
implantação do sistema de rotação trienal, que garantia a fertilidade do solo a longo prazo.
Outro ponto importante é que as mudanças climáticas permitiram a utilização de solo que antes era

43
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
impossível de ser cultivado, como o de regiões pantanosas. Muitas delas secaram com o aumento da
temperatura média na Europa. A melhoria na produção garantiu o aumento populacional, que, por sua
vez, permitiu que mais mão de obra pudesse dedicar-se à agricultura.
• Centralização política
Uma das mudanças mais significativas do período foi a centralização do poder, e isso entendemos como o
fortalecimento da posição do rei e a formação dos Estados Nacionais, governados por monarquias. O
fortalecimento da posição do rei aconteceu à medida que as relações feudais e de vassalagem
enfraqueciam-se.
Nesse processo, os reis combateram e puniram os senhores que desobedeciam as suas ordens ou que não
cumpriam suas obrigações enquanto vassalos. Esse fortalecimento garantiu a existência de dinastias reais
e resultou na consolidação dos territórios dessas dinastias, dando origem ao que conhecemos como
Estado Nacional.

ATIVIDADE DE REVISÃO

1) Quais são os três estamentos da sociedade feudal, ordenados dos mais aos menos poderosos?
A) servos, nobreza e clero.
B) vilões, aldeões e nobreza.
C) clero, nobreza e servos.
D) rei, nobreza e trabalhadores.

2 ) Quais são, respectivamente, as principais funções dos servos, da nobreza e do clero?


A) Proteção militar; ajuda espiritual; trabalho na terra.
B) Trabalho na terra; proteção militar; ajuda espiritual.
C) Ajuda espiritual, trabalho na terra; proteção militar.
D) Trabalho na terra; ajuda espiritual; proteção militar.

3) Os versos abaixo demonstram como a sociedade feudal era estruturada a partir de relações de
dependência pessoal. Leia-os com atenção.

“Se o meu senhor for morto, eu quero que me matem,


Se ele for enforcado, enforcai-me com ele,
Se ele for posto na fogueira, quero ser queimado,
E, se ele se afogar, lançai-me à água com ele.”

Citado em BLOCH, M. A sociedade feudal. Lisboa: Setenta, 1989.


A respeito desta sociedade, é INCORRETO afirmar que:

a) o rei mantinha um papel predominantemente simbólico, mas, na verdade, exercia o seu poder de fato
como senhor feudal de suas próprias terras.

b) os servos, que recebiam de seus senhores os lotes de terra para produzirem, estavam, em contrapartida,
submetidos a uma série de taxas como a talha e as banalidades.

c) os suseranos e os vassalos estavam ligados entre si por uma relação de dependência e de obrigações
mútuas a serem cumpridas.

d) a sociedade se dividia, basicamente, em duas ordens (estados) dependentes entre si: uma reunia os
indivíduos descendentes dos romanos e a outra os dos germânicos.

4) Explique o que o aumento da produção agricola tem a ver com mudanças para o fim do feudalismo.
44
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------

5) Sobre a economia feudal, é correto afirmar:


A) A base era a agricultura e as relações comerciais ocorriam, principalmente, através do sistema de trocas.
B) A base era o artesanato e as relações comerciais ocorriam, principalmente, através do sistema monetário (uso de
moedas).
C) A economia era controlada pelos servos, que detinham quase toda a riqueza da Europa na época feudal.
D) A terra tinha pouco valor, pois o comércio era a base da economia feudal.

6) Marque a alternativa que apresenta os fatores que contribuíram para a crise do feudalismo:
A) A Revolução Industrial do século XVIII fez com que o feudalismo perde-se força em quase toda
Europa.
B) A influência da Igreja Católica na política foi a principal causa do enfraquecimento e fim do feudalismo.
C) A Reforma Protestante fez com que muitos senhores feudais abandonassem o poder, transferindo-o para os
monarcas.
D) Nenhuma das respostas anteriores

7) Correlacione corretamente:
( 1 ) clientela ( 2 ) colonato ( 3 ) comitatus ( 4 ) benefício

( ) instituição pela qual os guerreiros se uniam em torno de um líder militar.


( ) em geral era um plebeu(pobre), que em busca de proteção se unia a um nobre.
( ) doação de terras como recompensa por serviços prestados, principalmente militar.
( ) instituição que obrigava o colono a permanecer nas propriedades rurais.

8) Complete as frases utilizando as palavras abaixo, algumas se repetem.


( artesãos- baixo clero- nobreza- escravos- servos- alto clero - pequenos mercadores - clero )
a- A sociedade feudal está dividida em _______________, ______________ e ___________
b- A ________________________ era formada pelos grandes proprietários de terras.
c- O ___________________ era formado pelos membros da Igreja Católica, destacando-se o
_____________ ____________ (bispos, cardeais, abades), que tinham grande influência política na sociedade
feudal o ____________ _________ ( padres)que viviam perto do povo.
d- Os _____________________ eram a maioria da população, trabalhavam no campo.
e-Também havia na sociedade feudal um reduzido número de ________________________ e uma população
urbana formada por ______________________ ____________________ e por
_____________________________, que se dedicavam ao comércio local de trocas.

9) Os servos trabalhavam no cultivo da terra e na criação de animais, não podiam abandonar o feudo sem
autorização do senhor feudal. Além do trabalho, ainda, pagavam impostos como:
( A ) corveia ( B ) banalidade ( C ) talha ( D ) mão-morta ( E ) dízimo

( ) Quando o servo morria, os descendentes pagavam uma taxa para continuar no feudo.
( ) O servo trabalhava de graça para o senhor feudal durante alguns dias da semana.
( ) 10% da prrodução deveria ser entregue a Igreja Católica.
( ) O servo entregava uma parte de sua produção para o senhor feudal.
( ) Pagamento ao senhor feudal para utilizar as ferramentas e as instalações do feudo.

10) Cite e explique um tributo e obrigação dos servos.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
11) Qual a diferença entre servidão e escravidão.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
45
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
_____________________________________________________________________________________

AULA 07 - O CRISTIANISMO NA IDADE MÉDIA - O PODER DA


IGREJA MEDIEVAL

A IGREJA NA IDADE MÉDIA


Senhora de terras e almas

A religião cristã nasceu durante o Império Romano. Por séculos se expandiu, conquistando poder e grande número
de adeptos. Em 313 obteve do governo romano o direito á liberdade de culto; em 391 foi transformada em religião
oficial do império pelo o Imperador Teodósio.
Entretanto, o poder da igreja só se consolidaria com a conversão dos povos germânicos ao catolicismo. Com isso, a
Igreja sobreviveria à desagregação do Império Romano do Ocidente, ao mesmo tempo que se transformava na mais
poderosa instituição de seu tempo.
Em uma sociedade fragmentada, a Igreja católica garantia não só a unidade religiosa, mas também a política e a
cultural. Com o controle da fé, ela ditava a forma de nascer, morrer, festejar, pensar, enfim, de todos os aspectos da
vida dos seres humanos no mundo medieval. Todos os bispos dominavam porções significativas de terras. Aliás,
ser bispo podia significar o controle de muita riqueza. Veja o comentário de um bispo do século IX:
Para ordenar um padre, cobrarei em ouro. Para ordenar um diácono, cobrarei um monte de prata (...). Para
chegar a bispo, paguei bom ouro, mas agora hei de rechear a bolsa.
(A.Fremantle. A Idade da Fé. Rio de Janeiro, José Olympio, 1970, p.38. Biblioteca de História Universal Life.)
Ao contrário da nobreza – que tinha seus bens repartidos por heranças, casamentos, lutas pela posse da terra, etc. -,
a Igreja só acumulava riquezas, já que os bens não pertenciam aos religiosos, mas a própria instituição.
Assim, usufruindo o poder que tinha sobre as consciências, a Igreja católica pôde acumular grande riqueza
material. À medida que essa riqueza crescia, o alto clero, constituído por aqueles que ocupavam cargos mais
elevados na hierarquia interna da Igreja, distanciava-se dos assuntos religiosos.
Controlando o poder espiritual e material, a Igreja foi responsável por manter, em grande parte, a ordem social da
Idade Média. Segundo um texto da época:
Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros, servos, de tal maneira que os senhores estejam
obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar o seu senhor (...).
(St.Laud de Angers. Citado em: Gustavo de Freitas. 900 textos e documentos de História. Lisboa, Plátano, 1977,
v.I, p. 145.)
A  Igreja católica foi a instituição mais poderosa da idade Média. Numa época em que a riqueza era medida pela
quantidade de terras, a Igreja chegou a ser proprietária de quase dois terços das terras da Europa ocidental. Era a
grande senhora feudal, participando das relações de suserania e vassalagem e controlando a servidão dos
camponeses.

Nem todos os cristãos eram a favor de a Igreja acumular riquezas e criticavam a vida luxuosa que muitos bispos e
padres levavam. Procurando retomar os ensinamentos e a vida pobre de Cristo, muitos religiosos optaram por uma
vida mais simples, recusando os bens materiais. Surgiram assim as ordens monásticas.
Recebe o nome de abadia a residência de monges ou de monjas governadas por um abade ou por uma abadessa.
As abadias medievais eram praticamente auto-suficientes. Tinham geralmente igrejas, bibliotecas, muitos quartos
(celas), oficinas para a produção e conserto de ferramentas e carroças, estrebarias e cocheiras, cozinhas, etc.
Localizavam-se sempre no centro de uma grande propriedade, onde eram cultivados trigo, cevada, centeio,
videiras, frutas, etc. Eram também criados porcos, galinhas, perus, patos, bois, vacas, cavalos, etc.
Os próprios monges trabalhavam no cultivo e na criação. Alguns, porém, passavam todos o tempo na biblioteca,
copiando e estudando as obras dos grandes escritores da Antiguidade, sobretudo gregos e romanos. Eram os
monges copistas.
As heresias
Apesar de todo o seu poder, a Igreja católica encontrava resistência por parte de grupos ou pessoas que se opunham
a alguns de seus dogmas. O ato de se opor à Igreja era chamado heresia; quem a praticava era considerado herege e
condenado pela Igreja.
É importante destacar que na Europa medieval não se questionava a existência de Deus, mas apenas a forma como
essa fé deveria ser manifestada.
46
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Um exemplo de heresia era a seita dos valdenses, surgida no século XII. Eles adotavam a pobreza absoluta, não
aceitavam os juramentos e a pena de morte. Defendiam ainda que qualquer pessoa podia rezar a missa.
Para combater seitas e pessoas hereges, a Igreja católica adotou uma série de medidas que culminou com a criação
do Tribunal de Santo Ofício, no século XIII. Esses tribunais mandavam investigar os casos suspeitos, havia
julgamento e castigos, muitas vezes a condenação à morte. Para obter a confissão, os inquisidores faziam uso da
tortura física.
A maior preocupação da igreja era a conversão de mais pessoas. E teve sucesso nessa tarefa, pois, a
maioria dos bárbaros se converteram ao cristianismo e isso deu à cultura europeia medieval uma unidade,
caracterizada pela forte influência da Igreja. Com isso, pouco a pouco a Igreja foi se fortalecendo e dando
unidade à nova sociedade que se formava na Europa.
Em parte, isso foi possível porque, muito antes da queda de Roma, a Igreja era uma instituição
solidamente organizada e também, ao converter os bárbaros, passou a controlar grandes áreas territoriais,
afastando-se de suas funções religiosas, mas adquirindo grande poder político e econômico.
Sua riqueza vinha, principalmente, das doações de terra e dinheiro que recebia dos fiéis e dos dízimos
que cobrava dos servos nos seus gigantescos feudos.
Assim, com grande poder econômico, diversos bispos, arcebispos e papas se importavam mais com a vida
material do que com a religião cristã. Vários deles viviam no luxo e dedicavam-se ao comércio de
relíquias e cargos eclesiásticos.
Toda vez que alguma pessoa não se comportava de acordo com as regras da Igreja, era punida. Essa
punição variava conforme a gravidade da falta cometida e era estabelecida pelo clero: ia desde a
obrigação de ir à igreja fazer orações extras até o caso extremo em que a pessoa era condenada à morte na
fogueira.
O Tribunal da Inquisição criado em 1183, tinha a finalidade inicial de cuidar para que as pessoas não se
desviassem dos ensinamentos da Igreja. Esses desvios eram chamados de heresias e as pessoas que as
praticavam eram consideradas hereges
Houve casos de pessoas condenadas por terem sido consideradas bruxas; outras, porque suas pesquisas
científicas ou as explicações que davam a fenômenos naturais eram diferentes dos que a Igreja aceitava.

HERESIA: era a negação de uma verdade da Igreja.


HEREGE: Era considerado herege aquele que fosse contrário a doutrina católica.
A ATUAÇÃO DO TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO É ATUALMENTE, SERIAMENTE
CRITICADA POR PENSADORES E AUTORIDADES DA IGREJA CATÓLICA.
AS
O afastamento entre o cristianismo sediado em Roma e o cristianismo sediado em
Constantinopla. As diferenças teológicas entre a igreja latina e a igreja bizantina
resultaram no Grande Cisma do Oriente em 1054. O Grande Cisma foi a separação
definitiva da Igreja sediada em Roma da Igreja sediada em Constantinopla. Assim, surgiu
a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa.

GRANDES CISMAS DO ORIENTE E DO OCIDENTE

GRANDE CISMA DO OCIDENTE

O cisma ou separação chamado de Grande Cisma do Ocidente dividiu o catolicismo desde 1378 até 1417.
Durante a sua história, ocorreram importantes divisões na Igreja Cristã, rupturas importantes que foram chamadas
de Cismas (separações), como o Cisma do Oriente (1054) e esse do Ocidente (entre 1377 e 1417). Também ocorreu
a importante ruptura do século 16, com a Reforma Protestante em 1517.

47
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
No seu pontificado, o Papa Bonifácio VIII (1294-1303) disputou o poder com o rei francês Filipe IV, o belo. Com a
morte de Bonifácio VIII (1303), Felipe IV pressionou e conseguiu eleger um papa francês para o substituir, Papa
Clemente V. O monarca francês obrigou o sucessor deste Papa a se instalar em território francês, deixando vago o
trono do Papa em Roma. O Papado foi transferido para Avignon, sul da França, de 1309 até 1377, período chamado
de Cativeiro de Avignon, quando vários papas se submeteram ao poder dos reis capetíngios. Mais fatores políticos
ocorridos ao final do Pontificado em Avignon levaram o novo Papa francês, Gregório XI, a querer retornar a sede
papal para Roma, onde ele faleceu, em 1378, e novo papa foi escolhido: o cardeal de Bari (Itália) foi eleito papa
Urbano VI, pressionando para que a sede do papado novamente se instalasse em Roma. Mas, inconstante, Urbano
VI foi rejeitado pelo clero que anulou sua eleição. Mas, alguns cardeais se uniram à Rainha Joana I, de Nápoles
(Itália) e escolheram o cardeal de Genebra como Papa Clemente VII. A sede de seu papado se manteve em
Avignon e Clemente VII ficou conhecido como o Antipapa.

O catolicismo ocidental, cindido, com dois papas brigando entre si. Esse foi o início do Grande Cisma do Ocidente.

Em Roma, Urbano VI era apoiado pelos ingleses, Sacro Império, Flandres e norte da Itália. Logo, o Papa Bonifácio
IX sucedeu a Urbano VI.

Em Avignon, Clemente VII era apoiado por diversos monarcas e pessoas de destaque na Igreja (França, Nápoles,
Castela, Aragão, Lorena e Escócia) - – era conciliador. O Papa Benedito XIII (ou Bento XIII) sucedeu a Clemente
VII, mas foi contestado por Alexandre V, e teve como seu sucessor o Antipapa João XIII, com sede em Piza
(Itália).

O cisma dentro do cisma se tornou dramático e teve alcance continental, chegando a Igreja a ter três Papas:
Bonifácio IX sucedido por Gregório XII (em Roma), Benedito XIII (em Avignon) e João XIII (em Piza), brigando
entre si para reivindicarem o poder sobre o catolicismo ocidental no século 15.

A igreja católica atingiu o máximo de sua instabilidade religiosa e política e convocou o Concílio de Constança
(1414) para solucionar a crise dos 3 papas e das sedes de pontificados. Em Constança, o consenso resultou na
renúncia do papa de Roma (Gregório XII), a deposição de João XIII (e Piza) e a excomunhão de Bento XIII (de
Avignon).

Em 1417, os católicos ocidentais escolheram apenas um novo nome, Martinho V, findando o Grande Cisma do
Ocidente e retornando a sede do pontificado para Roma.

GRANDE CISMA DO ORIENTE

Ruptura entre as Igrejas Católicas do Oriente e do Ocidente

O Cisma do Oriente foi um período em que houve a divisão da Igreja Católica. O episódio que aconteceu em 1054
d.C marcou a separação entre a Igreja chefiada pelo papa, em Roma, e a igreja dirigida pelo patriarca, em
Constantinopla (atualmente no território de Istambul).

O Cisma do Oriente ou Grande Cisma ocorreu por conta de inúmeros fatores como, por exemplo, as divergências
praticadas pelos grupos cristãos, que já se dividiam entre duas linhas do catolicismo e também por conta da disputa
política e econômica presente na região do mediterrâneo.

Fatores que resultaram no Cisma do Oriente

Antes da divisão das Igrejas, havia uma unificação. Isto porque, o Império Romano tinha uma estrutura que
permitia a unidade entre elas. Mesmo subdividido em dois e mantendo sua capital em Roma, as duas sedes da
igreja continuaram a existir. O papa, autoridade máxima da Igreja Católica, ficava em Roma tendo o controle do
continente europeu e em Alexandria, no Egito, e Constantinopla, outros patriarcas exerciam autoridade. Porém,
com a anexação do Egito ao Império Muçulmano, o responsável pela sede de Alexandria perdeu sua importância.

48
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Não demorou muito para que as invasões bárbaras alcançassem o Império Romano do Ocidente. Com sua queda
em 476, restava apenas o Império Romano do Oriente, que depois ficou conhecido como Império Bizantino. Após
tantas influências externas e também por conta das divisões que afetaram as estruturas internas, as doutrinas
praticadas pelas das igrejas, aos poucos foram divergindo. Os conflitos doutrinários tornaram-se tão constantes, que
acabou resultando no que ficou conhecido como Cisma do Oriente.

Divergências religiosas
Um dos elementos responsáveis pelo Cisma do Oriente foi o surgimento de algumas práticas religiosas da Igreja de
Constantinopla, que eram consideradas heréticas pela igreja do ocidente. Durante o período de ruptura, a existência
de heresias no Império Bizantino foi motivo de grande incômodo, as principais foram a iconoclastia e o
monofisismo.

 Monofisismo
O monofisismo foi uma doutrina que surgiu no século V, na escola Teológica de Alexandria, que na verdade, era
um movimento e não um local. Na perspectiva monofisista, Jesus Cristo, o filho de Deus, tinha uma natureza
unicamente divisa. A visão pregada por essa vertente era completamente contrária à considerada pela Igreja do
ocidente, que considerava as naturezas humana e divina de Cristo.

O monofisismo também era contra o dogma católico da Santíssima Trindade (composto por Pai, Filho e Espírito
Santo). Dentro desse próprio movimento, surgiram outras vertentes, a exemplo do nestorianismo, e também
doutrinas que se opuseram ao monofisismo. A doutrina monofisita não teve apoio no Concílio de Calcedônia,
muito pelo contrário, foi condenada por ela, mas foi aceita nas sedes de Roma, Constantinopla e Antioquia. Já em
Alexandria e em todo o Egito, a doutrina foi completamente rejeitada.

 Iconoclastia
O movimento dos Iconoclastas preocupava-se com outra pauta. A iconoclastia ou iconoclasmo, como também é
chamado, era caracterizada por se opor à adoração de imagens, pregando a destruição dos ídolos religiosos. Mas
esse posicionamento não estava de acordo com os fundamentos cristãos que eram pregados pelo papa em Roma. O
aumento de adeptos à iconoclastia surgiu em maior número nas áreas, onde o império fazia fronteira com os
territórios do povo árabe. Os árabes, que professavam o islamismo, eram completamente opostos ao culto à
imagens.

Por conta dessa mistura de povos, várias formas de sincretismo surgiram, além do cultural, o religioso, produzindo
outras heresias cristãs, a exemplo do marcionismo (rejeitava o antigo testamento) e montanismo (caracterizados
pelo asceticismo).

O iconoclastia se tornou forte naquele período porque os imperadores bizantinos buscavam conviver pacificamente
com os muçulmanos que habitavam a região. Já que os adeptos ao Islã consideravam a adoração de imagens uma
prática ilegal, foram feitas várias concessões que beneficiavam os iconoclastas, até que em 713 o imperador
Filípico aprovou uma lei que não permitia a adoração de ícones.

Crises de autoridade

As heresias só aumentavam a distância que havia entre as autoridades cristãs das Igrejas do Oriente e Ocidente.
Somado a isso estavam as desigualdades políticas, sociais e culturais. O Império Bizantino, por exemplo, já
assimilava algumas características de outras religiões, como a dos povos asiáticos.

As novas doutrinas que se estabeleciam geravam instabilidade em todos os setores. Além disso, havia seus
divulgadores e fiéis, que influenciavam o comportamento da população. A pressão causada por esses movimentos
foi tão grande que os imperadores tiveram que intervir na área administrativa da Igreja de Constantinopla, prática
que foi denominada como cesaropapismo.

O cesaropapismo proclamava a supremacia do Imperador, considerado eleito de Deus, sobre a Igreja. Na prática,
esses líderes deveriam controlar os conflitos causados pelas heresias e buscar a unidade entre o Império e a Igreja.
Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Com o passar dos séculos, as divergências se tornaram cada vez
mais significativas. Uma crise de autoridade havia se instalado nas instituições e a crença cristã estava ameaçada.
49
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Em 867 d.C, a Igreja de Constantinopla, que estava sob a liderança do imperador bizantino, não reconhecia mais a
soberania da Igreja de Roma.

A soma de todos esses fatores resultou no Cisma do Oriente, que ocorreria em 1054, quando Miguel Cerulário foi
excomungado pelo papa de Roma. Por conta desse episódio, Cerulário optou pela separação oficial entre as duas
igrejas. De acordo com aqueles que seguiam as doutrinas do oriente, os ensinamentos de Roma se afastavam das
pregações originais ensinadas por Jesus Cristo.

Igreja Ortodoxa e Igreja Católica Apostólica Romana

O Cisma do Oriente resultou em duas vertentes. A Igreja Católica do Oriente, ou Igreja Ortodoxa, com a sede em
Constantinopla, e a Igreja Católica Apostólica Romana, ou somente Igreja Católica Romana, com sede em Roma.
Ambas conservam algumas tradições litúrgicas de cada doutrina. Mesmo após inúmeras tentativas em busca da
união, até então, as duas instituições continuam separadas após o Cisma do Oriente.

AS CRUZADAS
As cruzadas eram expedições de caráter religioso, econômico e militar que se formaram na Europa, entre os séculos
XI e XIII, contra os heréticos e os muçulmanos.
Embora não tenha sido um movimento exclusivamente religioso, as cruzadas tiveram o espírito de religiosidade da
cristandade europeia como fator importante de sua formação.
A Igreja Católica foi a principal instituição do período medieval. Desde o crescimento cristão na Roma Antiga, a
Igreja se tornou o mais elevado setor da sociedade antiga. Esse poderio durou até o término da Idade Média.
Os cristãos foram perseguidos por pregarem a Jesus Cristo e tiveram vários anos de intolerância. A guerra contra os
seguidores de Cristo durou até que a Igreja Católica foi fosse institucionalizada. 
Constantino, imperador de Roma, se converteu ao cristianismo e fez com que a Igreja se tornasse parte do seu
governo, fazendo assim o catolicismo religião oficial do império.

Mesmo depois da queda de Roma a Igreja Católica permaneceu forte e foi parte da alta sociedade europeia até o
final da Idade Média, coincidindo com o período da formação das monarquias nacionais, época em que
o feudalismo já não tinha mais sucesso e os países começaram a se formar.

Após ser formada como instituição, a Igreja enriqueceu e a imoralidade esteve estabelecida nas diversas camadas
do clero eclesiástico. Muitos líderes da instituição deixaram seus cargos para gozar da própria fortuna. 
Nesse mesmo tempo de sucesso da Igreja Católica, a população dos feudos cresceu sem nenhum controle. O clero
enriqueceu e a população empobreceu. A desigualdade na metade da era medieval foi grande e isso gerou revolta
em muitos que passaram a invadir grandes propriedades, inclusive da igreja, para saqueá-las.
De acordo ao crescimento da população, as terras mais ricas começaram a ser invadidas e saqueadas. A Igreja não
julgava matar outros cristãos e procuraram uma forma de dar uma ocupação para aqueles marginais.

Por outro ponto de vista, na parte Oriental do mundo, os muçulmanos aumentavam seus territórios. Conforme os
nãos cristãos ocupavam mais cidades, os europeus permaneciam somente na região que já se encontravam. 

Cruzadas – conflito de todas as camadas sociais


As Cruzadas nasceram da necessidade da Igreja em ocupar o povo que saqueada as propriedades da igreja e da
nobreza. Além disso, havia o desejo de retomar as regiões da Palestina e Jerusalém, que estavam sob domínio
muçulmano, ou seja, povo não cristão.
Diversos tipos de pessoas, de todas as camadas sociais foram convocadas. Todo grupo tinha um interesse
individual. Já a Igreja detinha o maior alvo: conquista da Palestina e Jerusalém. 

Veja os interesses de cada grupo/camada social:


 Grupos/camada social  Interesses

Igreja Expansão do território europeu, ocupar os saqueadores da época e


acumular riquezas.

50
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Políticos e ricos Ganhar novas terras e mais riqueza.

Comerciantes (burgueses) Ter novas terras para ampliar os negócios.

Camponeses, escravos Ganhar terras para começar uma fortuna.


(pobres)

Todos Salvação divina


As principais Cruzadas

As Cruzadas foram nove, oficialmente. A primeira que aconteceu não conta como oficial, mas tem uma grande
importância por causa da maneira que foi realizada
A Cruzada Popular
Pedro, o eremita, deu início a Cruzada popular. Ele liderou milhares de homens, mulheres e até crianças, com
destino a Jerusalém. Eles foram sem grande armamento, estratégias de guerra e nenhuma outra condição ideal para
vencer algum tipo de combate.
Foi um fracasso, muitos morreram ainda no caminho por fome e doenças de guerra. Essa Cruzada dos
Mendigos aconteceu enquanto os nobres, alto clero da Igreja e Reis, arquitetavam as melhores formas de iniciar os
conflitos e vencer seus principais oponentes no momento, que eram os muçulmanos.
As quatro primeiras Cruzadas
 Cruzada  Descrição

 Primeir  A primeira Cruzada foi proclamada pelo papa Urbano II. O primeiro alvo era
a reconquistar Jerusalém. A localidade já havia sido dos cristãos, mas foi tomada pelos
muçulmanos em 1076. Nessa Cruzada um dos homens de frente da guerra não avançou
na busca por Jerusalém. Ajudado por uma minoria, Balduíno conquistou a cidade de
Edessa, sendo esta a primeira conquista da primeira Cruzada. A partir dos conflitos
seguintes, culminou-se a conquista de Antioquia e mais tarde de Jerusalém.

 Segunda  Anos depois da primeira Cruzada oficial os muçulmanos tomaram a cidade de Edessa
novamente, desfazendo o reino cristão que Balduíno instaurou por ali. E então o rei Luís
VII organizou o povo mais uma vez para a guerra. A segunda Cruzada foi um desastre:
Edessa permaneceu no poder dos muçulmanos e Jerusalém teve o reinado cristão
ameaçado.

Em 1187 os muçulmanos, liderados por Saladino, conseguiram invadir Jerusalém e


retomaram a região. Os cristãos não conseguiram mais combater e Saladino permitiu o
acesso dos cristãos à cidade para suas peregrinações, mesmo que o território fosse
muçulmano.

 Terceira Essa é a Cruzada dos Reis. Foi convocada pelo papa Gregório VII, que por sua vez
chamou três reis para liderar a batalha: Frederico I Barba-Ruiva, Felipe Augusto e
Ricardo I.

Dos três reis, Ricardo I teve grandes feitos. Esse Rei conseguiu conquistar três regiões
próximas a Jerusalém: Chipre, Acre e Jafa.

Depois que Jerusalém foi conquistada por Saladino, os cristãos nunca mais tiveram êxito
na retomada das terras. Por isso Ricardo I teve a estratégia de ofertar prisioneiros
muçulmanos em troca de Jerusalém. Foram 2700 homens que ele jurou matar, caso
Saladino não trocasse os seus homens pela cidade.

Ricardo I, que era conhecido como Coração de Leão, se tornou conhecido depois de

51
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
cumprir sua promessa de matar os muçulmanos, uma vez que Saladino não lhe entregou
Jerusalém.

A terceira Cruzada culminou na desistência dos cristãos em insistir na retomada da


cidade santa. Eles tentaram algumas vezes posteriormente, mas as Cruzadas, após
Ricardo I não tinham mais esse objetivo como o maior.

 Quarta A quarta fase de guerras teve alvos diferentes. Essa Cruzada foi mais rápida que as
outras. Foi feita pelos comerciantes. O objetivo era expandir as terras para aumentar
também o comércio.

Juntaram-se homens de Veneza e Gênova, hoje cidades da Itália, e decidiram invadir a


cidade de Constantinopla, que tinham grande sucesso no comércio.
Veneza e Gênova tomaram Constantinopla, abriram os portos do Mar Mediterrâneo e
deram um novo fluxo de mercado ao comércio da região.

As outras Cruzadas oficiais e as consequências

Passadas as quatro Cruzadas ainda aconteceram outras cinco oficiais. E além dessas últimas aconteceram outras
paralelas aos movimentos, regidos por reis e a Igreja. As mais notáveis e proclamadas pela nobreza e clero tiveram
objetivos ligados à África.

Os cristãos desistiram de reconquistar Jerusalém e a Palestina, e passaram a buscar terras no continente africano
com o mesmo objetivo de catequisar povos, explorar riquezas, expandir comércio e tomar novas terras.

As Cruzadas, incluindo as extra oficiais, acabaram em meados do final da Idade Média. Um dos objetivos de
expandir o comércio foi alcançado depois da tomada de Constantinopla, na quarta Cruzada. Isso coincidiu com o
surgimento dos movimentos do Iluminismo e Renascimento, bem como com a formação das monarquias
nacionais.

Todos esses eventos culminaram para o declínio do feudalismo e consequentemente do período medieval. O mundo
tinha novas características e a Europa deixou as Cruzadas para começar a expansão marítima, que mais tarde levou
à descoberta dos Novo e Novíssimo mundos, ou seja, as Américas e Oceania.

Consequências das cruzadas


As Cruzadas aprofundaram a rivalidade entre cristãos e islâmicos. Porém, do ponto de vista econômico, as
expedições possibilitaram o fortalecimento do comércio e o transporte de especiarias para o mercado europeu.

Além disso, as Cruzadas retomaram as relações entre Ocidente e Oriente. Os reis acabaram fortalecidos, pois
demonstraram seu poder militar perante os senhores feudais, que já sinalizavam a perda de seu domínio, à medida
que a Idade Média começava a entrar em crise.
Do ponto de vista religioso as cruzadas fracassaram, do ponto de vista econômico elas tiveram um papel importante
no desenvolvimento comercial, com o fim da dominação árabe no Mar Mediterrâneo.
Deve-se também às cruzadas a divulgação na Europa ocidental de parte dos conhecimentos das civilizações
bizantina e muçulmana, do cultivo de novos produtos agrícolas e novas técnicas, na fabricação de vidro e tapete.

Sobre as Cruzadas:
 Todos deveriam participar (Homens, mulheres, crianças, cavaleiros, clérigos, condenados,
doentes).
 Viagem era longa e difícil (alimentação precária, estradas ruins, risco de contaminação com
doenças e ataques de criminosos)
 “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” ou “Ordem dos Cavaleiros
Templários.”: Inicialmente, foi um grupo criado por monges guerreiros que tinham como único intuito proteger os
peregrinos das dificuldades enfrentados nas viagens. Posteriormente, esses grupos ganharam prestígio na Europa
(poder político e econômico). Cuidavam dos tesouros da ordem, deu origem ao sistema bancário da atualidade.
52
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

ATIVIDADE DE REVISÃO

01. Com relação às Cruzadas, é correto afirmar que:

a) Representam, em última instância, a crise do sistema feudal;

b) A Primeira Cruzada foi convocada por Inocêncio III;

c) A Terceira Cruzada conquistou a cidade de Jerusalém;

d) A Quarta Cruzada foi conduzida por Ricardo Coração de Leão;

02. Analise as afirmativas abaixo relacionadas com a existência das Cruzadas:

1) As Cruzadas eram expedições organizadas pelos senhores feudais, com a finalidade de reativar a vida nos
feudos.

2) As Cruzadas, expedições marcadas por interesses religiosos e econômicos, contavam com a participação da
Igreja Católica.

3) As Cruzadas não trouxeram contribuições para a economia no Ocidente, pois criaram conflitos inexpressivos e
exacerbaram o fanatismo religioso.

4) A participação da população pobre nas Cruzadas foi significativa e aponta para um dos momentos de crise do
sistema feudal.

5) Os lucros dos nobres nas Cruzadas contribuíram para revitalizar a economia feudal, com a adoção do trabalho
assalariado.

Está(ão) correta(s):

a) 1, 2, 3, 4 e 5;
b) 2 e 4 apenas;
c) 5 apenas;
d) 2 e 3 apenas;
e) 1 apenas.

03. As relações entre cristãos e muçulmanos após as Cruzadas foram:

a) abaladas e contribuíram para o crescimento da intolerância religiosa entre as partes.


b) fortalecidas, pois as dissidências foram resolvidas a partir da Quarta Cruzada, em que houve o saque de
Constantinopla.
c) mantiveram-se neutras a partir do desenvolvimento do comércio entre as partes.
d) fortaleceram-se a partir da promoção da perseguição aos judeus por cristãos e muçulmanos

04, Qual o objetivo inicial da “Ordem dos Cavaleiros Templários.”:

05. Como a igreja catolica adquiriu tanto poder ?

53
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
06 . pesquise sobre as principais diferencas doutrinarias ente a igreja catolica apostolica e a igreja catolica
ortodoxa,

AULA 08 - OS ESTADOS NACIONAIS EUROPEUS/ MODERNIDADE

À medida que o sistema feudal se desenvolvia na Europa Medieval, os senhores feudais com vastos territórios e
exército próprio eram os que, de fato, detinham o poder. Apesar de reis ainda possuírem cortes na Europa, eles
tinham pouco poder e normalmente eram considerados senhores feudais a quem outros nobres da região deviam
lealdade, como vassalos. No início da Idade Medieval, alguns reis tinham até menos poder e fortuna do que muitos
de seus vassalos.
Os senhores feudais não queriam que o poder dos reis crescesse de alguma maneira, pois uma monarquia forte
poderia provocar a perda da autoridade e dos territórios dos senhores feudais. Mas isto foi exatamente o que
aconteceu no fim da Idade Média, na França e Inglaterra: os reis expandiram seus territórios e estabeleceram
governos centrais sólidos.

A aliança entre monarcas e burguesia


Aos poucos, com o apoio da burguesia comercial, os reis foram ganhando força, conquistando territórios e
ampliando seus poderes. Desta forma, foram sendo formadas as monarquias nacionais europeias.
Principais características:
- Apoio político e econômico da burguesia;
- Organização de exércitos nacionais;
- Liberdade econômica para a burguesia comercial;
- Aumento da independência dos reis em relação à Igreja Católica;
- Aumento da arrecadação, através da cobrança de impostos de burgueses, artesãos, trabalhadores rurais e classe
média dos burgos;
- Unificação do sistema de medidas e pesos;
- Busca pelo estabelecimento de um idioma oficial e nacional em cada reino;
- Formação da corte, com a hierarquização de cargos e ampliação de funcionários para administrar o reino;
- Criação de um sistema jurídico unificado no reino, atrelado aos interesses da nobreza e da burguesia.

A monarquia oferecia proteção, mas requeria o pagamento de impostos. Portanto, o povo começou a pagar
impostos e jurar lealdade ao governo central, e não mais aos senhores feudais.

A fundação e o crescimento das cidades ajudaram a solidificar o poder real. O governo central passou a arrecadar
impostos, conseguindo assim verba para contratar soldados e não mais depender dos exércitos dos senhores
feudais. Assim sendo, o rei poderia depender de soldados profissionais (mercenários) para lutar contra senhores
feudais que resistissem à sua autoridade. O rei também contratou pessoas instruídas e competentes para servir como
administradores, juízes e coletores de impostos.
Assim, os países europeus foram centralizando o poder nas mãos de um rei e este se torna uma das figuras
importantes ao lado da Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia

Contexto Histórico
Com a crise do sistema feudal na Baixa Idade Média (XI e XV), o crescimento demográfico, o surgimento da
burguesia e o desenvolvimento do comércio, a partir da expansão das rotas marítimas, os países europeus foram
criando seus próprios modelos de centralização política, donde o rei tornou-se uma das figuras mais importantes ao
lado da Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia.
Junto a isso, os ideais mercantilistas dos quais estavam imbuídos os novos mercadores, comerciantes e
profissionais burgueses, aceleraram o nascimento de um novo sistema econômico: o capitalismo. Antes de mais

54
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
nada, devemos ter em conta que esse sistema que surgiu, tratava-se de um capitalismo primitivo (um pouco
diferente do conceito que temos hoje dele), pautados nos ideais do lucro, monopólio comercial, protecionismo
alfandegário (proteção da economia pela entrada de produtos estrangeiros), metalismo (acúmulo de metais
preciosos), os quais levaram à introdução da moeda como valor de troca.
Enfim, o sistema feudal e rural (administrado pelos senhores feudais), foi substituído pelo sistema capitalista, onde
o crescimento das cidades (burgos) e a intensificação do comércio e das feiras livres pela classe burguesa marcou o
período que ficou conhecido como Renascimento Comercial e Urbano.
Diante disso, os senhores feudais que possuíam grande poder na Idade Média, começam a perder sua posição,
donde o Rei torna-se a figura responsável por administrar a política e a economia. Esse grande poder atribuído ao
Monarca foi efetivado pelo apoio recebido da nobreza e sobretudo dos burgueses, a nova classe social que
enriquecia cada vez mais, com o desenvolvimento do comércio.
Desde o surgimento e organização da classe burguesa, eles lutavam pela autonomia das cidades (dominadas ainda
pelos senhores feudais), movimento que ficou conhecido como Movimento Comunal, referente às Comunas, ou
cidades livres, libertadas das mãos dos senhores feudais.
Foi assim que a crise do sistema feudal e medieval teria sido solucionada, ou seja, por meio da centralização
política nas mãos do Monarca (Rei), donde ele, como o poder soberano, decretava as leis, arrecadava impostos bem
como organizava os exércitos nacionais. Todas essas características mediante o poder centrado numa única figura
soberana, o Rei, ficou conhecida como Absolutismo Monárquico.
A partir disso, foram criados os Estados Nacionais, os quais apresentavam suas fronteiras, limites dos territórios e o
exército nacional (para segurança da nação). No âmbito econômico, as monarquias nacionais visavam a unificação
dos padrões monetários e também um sistema de cobrança dos impostos.
Em suma, a união dos interesses políticos dos Reis e os interesses econômicos da burguesia, foram essenciais para
formação das Monarquias ou Estados Nacionais, extinguindo o domínio dos senhores feudais do período medieval,
dando início a Era Moderna.

A burguesia e o estado nacional


Junto a isso, os ideais mercantilistas conquistam os mercadores, comerciantes e profissionais burgueses. O dinheiro
passa a ser mais importante que a terra e isto origina o nascimento de um novo sistema econômico: o capitalismo.
No entanto, quando este sistema surgiu era diferente daqueles que temos hoje em dia. Por isso, os historiadores o
chamam de capitalismo primitivo.
Nesta época, se defendia o monopólio comercial, protecionismo alfandegário (proteção da economia pela entrada
de produtos estrangeiros), e o metalismo (acúmulo de metais preciosos).
Enfim, o sistema feudal (administrado pelos senhores feudais), foi sendo substituído pelo sistema capitalista. Neste
momento, verifica-se crescimento das cidades (burgos) e a intensificação do comércio e das feiras livres pela classe
burguesa. Este período ficou conhecido como Renascimento Comercial e Urbano.
Diante disso, os senhores feudais, que possuíam poder na Idade Média, começam a perder sua posição. Por seu
lado, o Rei torna-se a figura responsável por administrar a política, a economia, a justiça e o exército.
A fim de controlar as revoltas camponesas, parte da nobreza apoia que o rei seja mais poderoso. Igualmente, o
monarca recebe auxílio da burguesia, pois a centralização significava a padronização das políticas fiscais e
monetárias.
O clero também admira este movimento, pois era uma forma da Igreja continuar a não pagar impostos e seguir
cobrando várias taxas.
Para concentrar o poder em suas mãos, o rei precisou acabar com os exércitos particulares, proibir a cunhagem de
diferentes moedas e centralizar a administração do reino.
Todas essas características mediante o poder centrado numa única figura soberana, o Rei, ficou conhecida como
Absolutismo Monárquico.

Estado Nacional
A partir disso, foram criados os Estados Nacionais, também chamado de Estado Moderno, com fronteiras definidas
e um exército nacional (com o fim dos exércitos particulares dos senhores feudais). No âmbito econômico, as
monarquias nacionais visavam a unificação dos padrões monetários e também um sistema de cobrança dos
impostos.
Esse aumento de poder ao Monarca foi obtido pelo apoio de parte da nobreza e, sobretudo, dos burgueses, a nova
classe social que enriquecia com o desenvolvimento do comércio.
Com o surgimento da burguesia, esta passou a lutar pela autonomia das cidades que ainda eram dominadas pelos
senhores feudais. Este movimento ficou conhecido como Movimento Comunal e era um compromisso entre várias
55
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
cidades de constituir uma defesa única frente um ataque.
Em suma, a união dos interesses políticos dos Reis e os interesses econômicos da burguesia, foram essenciais para
formação das Monarquias ou Estados Nacionais. Assim, foram se extinguindo o domínio dos senhores feudais do
período medieval, dando início a Era Moderna.

COMO SE DEU A FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS DE:

 PORTUGAL
Portugal foi um dos primeiros países da Europa a consolidar um governo forte, centralizado na pessoa do rei. A
formação da Monarquia Portuguesa iniciou-se nas lutas pela expulsão dos árabes que, desde o século VIII,
ocupavam a península Ibérica. Essas lutas ficaram conhecidas como guerras de Reconquista.

Durante o domínio árabe, os povos cristãos ficaram restritos ao norte da península. A partir do século XI, pouco a
pouco eles conseguiram ampliar seu território. Foram fundados, então, vários reinos, entre os quais Aragão,
Navarra, leão, Castela. Com isso os muçulmanos começaram a recuar em direção ao litoral sul.

Durante as guerras de Reconquista, destacou-se o nobre Henrique de Borgonha. Como recompensa, ele recebeu do
rei de Leão e Castela, Afonso VI, a mão de sua filha e as terras do condado portucalense.

O filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques, proclamou-se então rei de Portugal em 1139, rompendo os
laços com Leão e Castela. Tinha início, assim, a dinastia de Borgonha. Afonso Henriques, o Conquistador,
estendeu seus domínios para o sul, até o rio Tejo, e fez de Lisboa sua capital.

Em 1383, com a morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, o Formoso, a Coroa portuguesa ficou
ameaçada de ser anexada pelos soberanos de Leão e Castela, parentes do rei morto. Os portugueses não desejavam
que seu país fosse governado por um rei estrangeiro. A burguesia, por sua vez, temia ver seus interesses comerciais
prejudicados pelos nobres castelhanos.

Para evitar a perda da independência, os portugueses aclamaram D.João, meio- irmão do rei morto, como novo rei.
João, mestre da cidade de Avis, venceu os espanhóis e assumiu o trono. O apoio financeiro da burguesia foi
decisivo nessa vitória. Assim, durante toda a dinastia Avis, os reis favoreceram e apoiaram as atividades burguesas.

 ESPANHA
A formação da monarquia espanhola também está ligada às guerras de Reconquista da península Ibérica. Vimos
que durante esse processo diversos reinos foram constituídos. Em 1469, o casamento de Fernando (herdeiro do
trono de Aragão) com Isabel (irmã do rei de Leão e Castela) uniu três reinos. Era o primeiro passo para a formação
da Espanha.

Em 1492, os exércitos de Fernando e Isabel apoderaram-se de Granada e expulsaram definitivamente os árabes da


península Ibérica, consolidando a monarquia espanhola.

No século XVI, com Carlos I, a Monarquia Espanhola fortaleceu-se ainda mais.

As rebeliões camponesas
Além das guerras internas e externas e dos interesses da burguesia, outro movimento contribuiu para o
fortalecimento do poder dos reis: as revoltas camponesas.

Essas revoltas eram consequência da fome, da miséria e da exploração dos camponeses. Assustados com as
rebeliões, os senhores feudais aceitavam a autoridade do rei, que, fortalecido, podia organizar exércitos para
reprimir os numerosos movimentos de contestação.

Na França, as principais rebeliões ganharam o nome de jacqueries. Isso em virtude da expressão “Jacques
Bonhomme”, designação desdenhosa usada pelos nobres para referir-se a qualquer camponês (algo como Zé
Ninguém). Na Inglaterra, os rebeldes foram liderados por um camponês artesão chamado Wat Tyler e por um padre
de nome John Ball.

56
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Os camponeses na França e Inglaterra lutavam por melhores condições de vida. Não suportando mais as pesadas
taxas exigidas pelos nobres, eles invadiam os castelos e saqueavam os depósitos de alimento.

As revoltas não duraram muito tempo, pois foram reprimidas com violência pelos exércitos ligados ao rei. Mesmo
assim, contribuíram para mostrar a capacidade de organização e de luta dos camponeses.

 INGLATERRA
Nas Ilhas Britânicas, em meados do século XI, havia quatro reinos: Escócia, pais de Gales e Irlanda, formados por
povos celtas, e Inglaterra, formada por povos anglo-saxões.

Em 1066, o duque Guilherme, da Normandia (região do norte da França) invadiu e conquistou a Inglaterra.

Guilherme, o Conquistador, como ficou conhecido, era vassalo do rei francês. Ele dividiu a Inglaterra em
condados, para os quais nomeou um funcionário para representá-lo. Esse funcionário tinha autoridade sobre todos
os habitantes, fossem eles senhores ou camponeses. Com isso Guilherme acabou fortalecendo o seu poder.

Em 1154, um nobre frances, Henrique Plantageneta, parente de Guilherme, herdou a Coroa do Reino da Inglaterra,
passando a chamar-se Henrique II (1154-1189). Nesse período ocorre de fato a centralização do poder na
Inglaterra.

Henrique II foi sucedido por seu filho, Ricardo Coração de Leão (1189-1199). Dos dez anos de seu governo,
Ricardo ausentou-se da Inglaterra por nove anos, liderando a Terceira Cruzada e lutando no continente europeu
para manter seus domínios nas Ilhas Britânicas. Essa longa ausência causou o enfraquecimento da autoridade real e
o fortalecimento dos senhores feudais.

No reinado de João Sem-Terra (1199-1216), irmão de Ricardo, o enfraquecimento da autoridade real foi ainda
maior. Após ser derrotado em conflitos com a França e com o papado, João Sem-Terra foi obrigado, pela nobreza
inglesa, a assinar um documento chamado Magna Carta. Por esse documento, a autoridade do rei da Inglaterra
ficava bastante limitada. Ele não podia, por exemplo, aumentar os impostos sem prévia autorização dos nobres. A
Magna Carta estabelecia que o rei só podia criar impostos depois de ouvir o Grande Conselho, formado por bispos,
condes e barões.

Henrique III (1216-1272), filho e sucessor de João Sem-Terra, além da oposição da nobreza, enfrentou forte
oposição popular. Um nobre, Simon de Montfort, liderou uma revolta da aristocracia e, para conseguir a adesão
popular, convocou um Grande Parlamento, do qual participavam, além da nobreza e do clero, representantes da
burguesia.

No reinado de Eduardo I (1272-1307), oficializou-se a existência do Parlamento. Durante os reinados de Eduardo II


e de Eduardo III, o poder do parlamento continuou a se fortalecer. Em 1350, o parlamento foi dividido em duas
câmaras: a Câmara dos Lordes, formada pelo clero e pelos nobres, e a Câmara dos Comuns, formada pelos
cavaleiros e pelos burgueses.

Como podemos ver, na Inglaterra o rei teve seu poder restringido pela Magna Carta e pelo Parlamento. Mas isso
não significou ameaça à unidade territorial ou um poder central enfraquecido , muito pelo contrário. Comandada
pelo rei, conforme os limites impostos pelo Parlamento, a Inglaterra tornar-se-ia um dos países mais poderosos da
Europa, a partir do século XVI. Até hoje, a Inglaterra é uma monarquia parlamentarista.

 FRANÇA
A formação da Monarquia Nacional Francesa ocorreu entre os séculos XVI e XVII, tornando a França um dos
países mais poderosos da Idade Moderna.
Com o advento das Reformas Religiosas no século XVI, a Europa entrou em uma verdadeira convulsão de guerras
civis. Nas mais variadas regiões, desde as ilhas britânicas até a França e a Espanha, as guerras por sucessão de
tronos entre casas aristocráticas, engrossadas pelas divergências religiosas, deram o tom dos acontecimentos
políticos, sociais e econômicos do início da modernidade. Nessa mesma época ocorriam as Grandes Navegações e a
montagem dos sistemas coloniais no continente americano. No fim do século XVI e na primeira metade do século
XVII, o modelo do absolutismo monárquico sobreveio como resposta à crise instalada pelas guerras civis
57
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
religiosas. Esse modelo encontrou sua forma mais bem acabada com a

A formação do Estado Absolutista Francês, ou da Monarquia Nacional Francesa, está ligada à ascensão da defesa
do modelo do absolutismo na França, cujo principal arquiteto foi Armand Jean Du Plessis, o Cardeal Richelieu
(1585-1642). Richelieu tornou-se ministro da França em 1624, nomeado pela rainha Maria de Médice. A partir de
então, Richelieu passou a empreender uma profunda reforma no sistema político francês, endurecendo o poder
executivo, acentuando a doutrina da origem divina do poder do rei e rechaçando os aristocratas que se interpunham
ao seu projeto, incluindo a rainha.
Apesar de assentar as bases do Estado Francês, o poder do cardeal Richelieu passou pela provação da Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648). Como se sabe, essa foi uma guerra de principados e nações modernos contra a autoridade
do Sacro Império Romano-Germânico, que buscava a unidade de todos os tronos europeus. A guerra foi
extremamente dispendiosa para os envolvidos e só terminou com a chamada Paz de Westfália.
A França foi uma das vencedoras da guerra, entretanto, sua economia estava em frangalhos. Após a morte de
Richelieu, outro ministro ficou encarregado de reformar os quadros econômicos do país, o cardeal Mazanino. No
entanto, as medidas tomadas por Mazarino foram demasiadamente impopulares, como o aumento de impostos.
Essas medidas acabaram levando à revolta popular, expressa nas “Frondas de Paris”, isto é, levantes populares que
acarretaram a ocupação do Palácio Real do Louvre.
A situação do Estado Francês só retornou à estabilidade com a ascensão de Luís XIV ao trono em 1661. Com Luís
XIV, o absolutismo reencontrou sua estrutura bem acabada na França. Esse foi o monarca que também ficou
conhecido como Rei Sol. Com Luís XIV, a doutrina do direito divino dos reis entrou em seu vigor máximo. Sua
estrutura política era baseada em seu grupo de conselheiros, que, com o tempo, foram tornando-se governadores
das províncias. Toda a fonte de poder emanava da figura do rei.
A marinha mercante e a de guerra da França tornaram-se muito poderosas nessa época, sobretudo por causas das
ações do ministro da Fazenda, Colbert.

RESUMO: Esse processo ocorreu de maneira similar nos países europeus, entretanto, em tempos distintos.
Em Portugal teve início no século XII, com a Dinastia de Borgonha (Dinastia Afonsina), sendo mais tarde
consolidada pela Dinastia de Avis.
Na Espanha ocorreu a partir da União dos reinos de Aragão e Castela, apresentando seu apogeu com a Dinastia de
Habsburgo. Ambos os países (Portugal e Espanha) começaram o processo de formação dos estados nacionais após
a expulsão dos Mouros (muçulmanos) que habitavam a península ibérica desde o século VIII.
Na França, considerada exemplo máximo do absolutismo europeu, esse processo foi consolidado com a Dinastia
Capetíngia e a Dinastia Valois; e, por fim, na Inglaterra, com a Dinastia Plantageneta e a Dinastia Tudor. Observe
que tanto na Espanha, quanto na França e na Inglaterra, a formação dos estados nacionais tiveram início no século
XV.

ATIVIDADE DE REVISÃO
1- As monarquias nacionais ocorreu durante o período:
a)Alta idade média b)Baixa idade média
c)Idade Antiga d)Idade dos metais.

2- O sistema feudal foi substituído por qual sistema?


a)Mercantilista b)Escravidão
c)Anglicano d)Capitalista

3- Nesse período, grande poder foi atribuído ao monarca que foi efetivado pelo apoio:
a)Clero b)Cavaleiros
c)Senhor feudal d)Burgueses

4- O movimento para deixar livre, libertar as cidades dos senhores feudais ficou conhecido como:
a)Movimento social b)Movimento comunal
c)Movimento comunal e social d)Movimento Mercantilista

58
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
5- A união dos interesses políticos dos Reis e os interesses econômicos dos burguesia, foram essências para :
a)Formação das monarquias ou estados nacionais .
b)Formação de novos feudos
c)Formação de novas igrejas
d)Formação de novas cidades.

6 – No processo de formação dos Estados Nacionais, podem ser identificados os seguintes aspectos:
a) fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do estado moderno.
b) ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja.
c) desagregação do feudalismo e centralização política no poder real.
d) diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial.
e) enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja.

7. A formação do Estado Absolutista corresponde a uma:


a) Aliança dos Senhores Feudais e o Clero.
b) Limitação do poder do Clero.
c) Exigência da Burguesia.
d) Articulação da Nobreza com a Burguesia.
e) Aliança da Nobreza com a Burguesia.

AULA 09 – HUMANISMO , RENASCIMENTO E O ILUMINISMO

Na Idade Média, duas instituições dominavam a Europa: o Sacro Império Romano Germânico, na política, e a
Igreja Católica, na religião. No século XIV, as monarquias e a religião começaram a perder seu poder. Diversas
nações europeias se fortaleceram nessa época. As pessoas deixaram de escrever em latim (a língua usada pela
Igreja) para escrever em suas próprias línguas. Assim, sentiram-se mais livres para criar novas formas de pensar.
Ele foi impulsionado pela mudança de pensamento, que tirava Deus do centro da vida e do universo, e colocava o
homem.
Até o Renascimento, Deus e a religião eram o centro da vida. Na Renascença, começou-se a pensar na importância
dos seres humanos.

A visão antropocêntrica defende que o mundo, assim como todas


coisas que nele existem, é de benefício maior dos seres humanos.
Essa doutrina cria uma independência humana da figura divina, que
por muitos séculos foi predominante em quase todo o mundo.

O antropocentrismo surgiu na Europa, sendo o Heliocentrismo de


Copérnico e o Humanismo dois dos seus principais marcos. De acordo
com Nicolau Copérnico (1473 - 1543), a Terra girava ao redor do Sol
e não ao contrário, como se pensava naquela época.

A teoria de Copérnico se opunha totalmente ao modelo geocêntrico


que caracterizava o Teocentrismo, e que era defendido pela Igreja
Católica naquele momento.

Etimologicamente, a palavra antropocentrismo se originou a partir


do grego anthropos, que significa "humano", e kentron, que quer
dizer "centro".

 RENASCIMENTO

59
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Renascimento ou Renascença é o nome dado ao movimento de reforma artística, literária e científica que teve
origem no século XIV na Itália e se espalhou para o resto da Europa, estando em vigor até o século XVI. Esta
palavra também significa o ato de renascer e pode ser sinônimo de reformulação.

De acordo com alguns autores, o Renascimento foi um movimento de ruptura, que surgiu em oposição à "escuridão
cultural e intelectual" verificada na Idade Média. Enquanto alguns autores defendiam que o Renascimento foi um
movimento de separação de muitas filosofias da época medieval, outros indicam que foi um movimento de
continuidade e que por isso está inevitavelmente relacionado com a Idade Média.

Durante o Renascimento surgiu o Humanismo, que substituiu o teocentrismo (uma das características da Idade
Média) pelo antropocentrismo, que colocou o Homem no centro do universo.

O Renascimento abriu caminho para o desenvolvimento de vários estilos artísticos e correntes filosóficas. Alguns
se desenvolveram em concordância com o Renascimento, enquanto outros se definiram pela distanciação. Este é o
exemplo do Barroco, um estilo oposto ao Renascimento (valorizava a simplicidade), caracterizado pelo exagero de
enfeites e grandiosidade.

Características do Renascimento
As características do Renascimento marcaram o movimento renascentista na Itália, no início do século XV. As
principais características foram o humanismo, o antropocentrismo, o individualismo, o universalismo, o
racionalismo, o cientificismo e a valorização da Antiguidade Clássica. Para compreender cada uma dessas
características, é preciso saber como se desenvolveu o movimento renascentista.

O Renascimento foi um movimento artístico, cultural e científico que marcou a transposição da Idade Média para a
Idade Moderna no início do século XV. O movimento renascentista teve início na Itália, mas logo se espalhou por
outros países da Europa como Alemanha, Flandres e norte dos Alpes.

O movimento representou uma grande mudança em diversas áreas do conhecimento, como: política, cultura,
economia, filosofia, ciência, artes, dentre outras.

Por conta disso, para alguns estudiosos, o Renascimento representa uma reforma cultural, cientifica e literária, uma
vez que ele provocou rupturas no padrão cultural e intelectual vigente na Idade Média.

Por outro lado, alguns autores acreditam que o Renascimento não configurou uma ruptura radical entre a Idade
Média e o período moderno, ele apenas permitiu que surgissem outros estilos artísticos e correntes filosóficas.

Características do Renascimento

 Humanismo
O humanismo foi uma das características do Renascimento de maior destaque. De maneira geral, ele representa a
valorização do ser humano e a sua condição acima de tudo, logo, a teoria está relacionada com a compaixão, a
generosidade, e a preocupação em valorizar os atributos humanos.

Os humanistas se baseavam nas escrituras de autores da Antiguidade, a exemplo de Platão, para interpretar o
Cristianismo. Dedicaram conhecimento as línguas clássicas (latim e grego) e construíram dialetos que formaram as
línguas nacionais.

O humanismo busca o melhor dos seres humanos, sem a necessidade de ter que servir da religião, como acontecia
no teocentrismo da Idade Média. Com isso, a teoria oferece novas formas de reflexão sobre as artes, as ciências e a
política.

No entanto, o humanismo não significa opor o homem a Deus e nem medir forças entre eles, apenas valorizar as
pessoas entre si, encontrando nelas virtudes e qualidades negadas pelo pensamento católico medieval.

 Individualismo
Das características do Renascimento, o individualismo é a que coloca o homem em “posição central”, pois a teoria
60
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
está relacionada com o conhecimento íntimo do ser humano, que sabe reconhecer a sua própria personalidade,
talentos e busca satisfazer as próprias ambições, com base no princípio de que o direito individual está acima do
direito coletivo. Parte do princípio do homem conhecer a si próprio, buscando afirmar sua própria personalidade,
talentos e satisfazer suas ambições. Esta concepção se baseia no princípio que o direito individual estaria acima do
direito coletivo

 Racionalismo
Dentre as características do Renascimento, o racionalismo foi a que mais valorizou a razão humana, colocando a
razão com a base do conhecimento. A teoria revela o saber como fruto da observação e da experiência das leis que
governam o mundo. Os renascentistas eram convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao
conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e pela ciência;

O racionalismo ficou conhecido por desenvolver pensamentos divergentes com relação à cultura medieval, que
tinha como base apenas a autoridade divina. Nele, a explicação dos fatos se dava com base na ciência.

 Antropocentrismo
O antropocentrismo foi uma das características mais marcantes do Renascimento, pois ela colocava o homem como
centro do universo e a mais perfeita obra de criação da natureza, em detrimento do pensamento medieval, no qual a
religião era o centro de tudo.

Dessa forma, surge um homem racional, crítico e questionador da sua própria realidade, logo, responsável pelas
seus pensamentos e atitudes no mundo, rompendo os paradigmas da era medieval. Além disso, muitas das obras
renascentistas foram construídas e inspiradas no antropocentrismo, isto é, na super valorização da capacidade
humana.

 Cientificismo
Entre as características do Renascimento essa é reconhecida por colocar a ciência em posição de superioridade com
as demais formas de compreensão humana (religião, metafísica, filosofia, etc.). Para eles todo conhecimento
deveria ser demonstrado através da experiência científica;

No entanto, a pretensão dos defensores do cientificismo não é colocar a teoria como doutrina, que defende a
aplicação da ciência em todos os níveis, mas desenvolver uma percepção de que ela é a melhor opção para
desvendar o mundo e descobrir inovações tecnológicas.

Nesse período, muitas descobertas científicas se destacaram, sobretudo as dos autores: Nicolau Copérnico, Galileu
Galilei, Johannes Kepler, Francis Bacon, Andreas Vesalius, René Descartes, Leonardo da Vinci e Isaac Newton.

 Universalismo
O universalismo foi desenvolvido durante o início da educação renascentista, cujo período foi marcado pela
expansão de escolas, faculdades e universidades, bem como do surgimento de novas disciplinas como língua
portuguesa, filosofia, literatura, entre outras.

Assim, o conhecimento humano foi valorizado em diversas áreas do saber. Uma curiosidade desse período era a
dedicação dos homens em ser “polímatas”, ou seja, ter diversas qualificações. O artista Leonardo da Vinci, por
exemplo, foi poeta, escritor, mecânico, escultor, pintor, físico, geólogo, botânico, além de desenvolver outras
atividades profissionais.

Antiguidade Clássica

No período renascentista, o estudo da Antiguidade Clássica foi retomado para tentar romper com as regras e os
pensamentos da era medieval. Os estudos realizados pelos humanistas valorizou a figura humana e os seus
pensamentos, além de acrescentar conhecimento par a artes e a filosofia.

A invenção da imprensa foi um dos motivos que valorizou a Antiguidade clássica, pois com ela era possível fazer a
divulgação das obras de forma rápida e contínua. Nessa época, a valorização da cultura greco-romana funcionou
com um paradigma no plano intelectual e artístico. Para os estudiosos, as obras desenvolvidas durante a Grécia e a
61
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Roma Antiga demostram grande valor estético e cultural, em comparação às que pertenceram a Idade Média.

No renascimento algumas características foram fundamentais para compor a cultura da época.

Os artistas da época valorizavam bastante a cultura greco-romana. Eles pensavam que gregos e romanos possuíam
uma visão completa e humana da natureza, diferente dos homens medievais.

E por conta disso, as qualidades mais valorizadas no ser humano na época eram a inteligência, o conhecimento e os
dons artísticos.

Renascimento cultural
No âmbito da arte, o Renascimento significou a criação de novos gêneros de pintura e escultura, para dar resposta
ao novo gosto da sociedade daquela altura.

As primeiras manifestações no âmbito artístico surgiram em Florença, na Itália. Foram construídas várias obras
arquitetônicas que permanecem até hoje. Na pintura, Giotto foi um dos primeiros a seguir esta corrente.

Os nomes mais importantes do Renascimento no contexto artístico foram Leonardo da Vinci, Michelangelo,
Donatello e Rafaello, com várias obras de arte mundialmente famosas.

Renascimento literário
A filosofia e a literatura durante o Renascimento foram fortemente marcadas por vertentes humanistas, que
colocaram o Homem em destaque em todas as áreas.

Algumas figuras mais conhecidas do Renascimento na área da literatura foram Miguel de Cervantes (castelhano
que fez a ligação entre o Renascimento e Barroco), François Rabelais (França) e Luís de Camões (Portugal).

Renascimento científico
O renascimento também foi marcado por importantes descobertas científicas, sobretudo nas áreas da astronomia, da
física, da medicina, da matemática e da geografia.

Uma das descobertas da época foi feita pelo polonês Nicolau Copérnico (1473 – 1543) ao contestar a teoria
geocêntrica de que a terra não é o centro do universo, mas que simplesmente é um planeta que gira em torno do sol.

Galileu Galilei também se destacou como um importante cientista da época, ao descobrir os anéis de Saturno, as
manchas solares e os satélites de Júpiter, porém foi perseguido e ameaçado pela Igreja, sendo obrigado a negar
publicamente suas descobertas.

Na medicina, os conhecimentos avançaram com trabalhos e experimentos acerca da circulação sanguínea,


processos de cauterização e os avanços na anatomia.

Renascimento comercial e urbano


O Renascimento comercial e urbano ocorreu na Idade Média, sobretudo em algumas cidades da Itália e consistiu
em um conjunto de fatores que criou novas formas de pensar a comercialização de produtos.

O final do Renascimento
Nenhum acontecimento especial marca o fim desse movimento. O espírito de descoberta que definiu aquela época
levou as pessoas a experimentar novas ideias, em todos os aspectos da vida.
Aos poucos, os artistas inventaram novos estilos, temas e formas. Começaram a surgir novos modos de pensar, em
todas as áreas, inclusive na política. Formas de governar menos aristocráticas e mais democráticas começaram a se
desenvolver.

 HUMANISMO
O humanismo foi um movimento intelectual iniciado na Itália no século XV com o Renascimento e difundido pela
Europa, rompendo com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da Idade Média. O teocentrismo
(Deus como centro de tudo) cede lugar ao antropocentrismo, passando o homem a ser o centro de interesse.
62
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

Em um sentido amplo, humanismo significa valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo. Está
relacionado com generosidade, compaixão e preocupação em valorizar os atributos e realizações humanas.

O humanismo procura o melhor nos seres humanos sem se servir da religião, oferecendo novas formas de reflexão
sobre as artes, as ciências e a política. Além disso, o movimento revolucionou o campo cultural e marcou a
transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.

Especificamente no campo das ciências, o pensamento humanista resultou em um afastamento dos dogmas e
ditames da igreja e proporcionou grandes progressos em ramos como a física, matemática, engenharia e medicina.

As principais características do humanismo:

1. Valoriza o racionalismo
Os humanistas acreditam que somente evidências científicas tornam um conceito aceitável e preciso. Segundo a
corrente, a razão, a especulação e o método científico são ferramentas perfeitamente capazes de obter respostas
satisfatórias acerca do mundo, sem a necessidade de se recorrer ao sobrenatural.

2. Fundamenta a ética e moral em valores humanos


O humanismo estabelece que valores como amor, respeito e honestidade devem ser desenvolvidos através de
experiências individuais e mundanas. Assim, a corrente humanista rejeita a ideia de que forças externas devam
ditar a moralidade dos atos humanos, bem como desconsidera qualquer conceito religioso sobre o tema.

Para os humanistas, é necessário observar os desejos e necessidades comuns entre os humanos e, através da razão e
da dinâmica social, evoluir os valores, crenças e padrões morais como forma de se alcançar a felicidade, liberdade e
progresso.

3. Confere total responsabilidade aos humanos


Considerando que o humanismo desconsidera a influência de seres sobrenaturais nas relações humanas, a corrente
filosófica atribui aos humanos a responsabilidade total dos seus atos.

Para os humanistas, a humanidade tem controle sobre todos os aspectos da vida e possui o poder e conhecimento
necessários para resolver qualquer problema. Assim, qualquer crise que se desenvolva é de sua completa
responsabilidade.

4. Valoriza o contraste de ideias e crenças


Os humanistas reconhecem as vantagens de se adotar pontos de vistas divergentes como forma de evoluir como
sociedade. Com relação à religião, os humanistas são classificados como “não teístas”, uma vez que seus adeptos
frequentemente são ateus, agnósticos ou mesmo deístas.

5. Visa a realização pessoal


O humanismo tem como objetivo a realização pessoal de todos os seres humanos. A ausência de crença em forças
sobrenaturais ou em vida após a morte significa que só existe uma vida a ser vivida. Assim, o presente deve ser
valorizado e qualquer desejo ou sonho deve ser perseguido o quanto antes.

6. Ausência de dogmas
A adoção de certezas ou verdades absolutas é incompatível com o humanismo. Considerando que o foco é sempre
o ser humano, a pluralidade de opiniões somada às naturais transformações na sociedade fazem com que os
humanistas estejam sempre abertos a questionamentos e à revisão dos seus preceitos.

7. Desenvolvimento de novas técnicas e interesses artísticos


No campo das artes, o humanismo instigou uma transformação nos interesses e inspirações dos artistas. As
esculturas e pinturas agora apresentavam altíssimos graus de detalhes nas expressões faciais e nas proporções
humanas. Além disso, foi durante o Renascimento que os pintores desenvolveram as técnicas da perspectiva linear
e ponto de fuga.

63
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Humanismo e Renascimento
O contexto histórico do humanismo se confunde com o do Renascimento, tendo em vista que foi o pensamento
humanista que estabeleceu os fundamentos ideológicos que serviram de base para o movimento renascentista.

Entre os séculos XIV e XVII, o humanismo determinou uma nova postura em relação às doutrinas religiosas em
vigor na época, propondo um afastamento das mesmas e uma interpretação mais racional e antropocêntrica do
mundo.

Durante o renascimento, o pensamento humanista também foi caracterizado por tentativas de libertar o ser humano
das regras rígidas do cristianismo da era medieval. Em sentido amplo, o humanismo nesta época serviu como uma
luta contra a obscuridade medieval, e levou à criação de um comportamento científico livre de normas teológicas.

Humanismo nas artes


Através das suas obras, os intelectuais e artistas passaram a explorar temas que tivessem relação com a figura
humana, inspirados pelos clássicos da Antiguidade greco-romana como modelos de verdade, beleza e perfeição. As
esculturas e pinturas agora apresentavam altíssimos graus de detalhes nas expressões faciais e nas proporções
humanas, e o período foi marcado pela desenvolvimento de diversas técnicas.

Ponto de Fuga: A perspectiva com ponto de fuga (também chamada de perspectiva renascentista) foi uma das
técnicas de pintura desenvolvida durante o movimento humanista, proporcionando simetria e profundidade às
obras.

Nas artes plásticas e na medicina, o humanismo foi representado em obras e estudos sobre anatomia e
funcionamento do corpo humano.

Principais nomes e obras do humanismo


Alguns dos principais artistas humanistas da época do nascimento, seguido de algumas das suas obras são:

Literatura
Francesco Petrarca: Cancioneiro e o Triunfo, Meu Livro Secreto e Itinerário para a Terra Santa
Dante Alighieri: A Divina Comédia, Monarquia e O Convívio
Giovanni Boccaccio: Decameron e O Filocolo
Michel de Montaigne: Ensaios
Thomas More: A Utopia, A Agonia de Cristo e Epitáfio
Pintura
Leonardo da Vinci: A Última Ceia, Mona Lisa e Homem Vitruviano
Michelangelo: A Criação de Adão, Teto da Capela Sistina e Juízo Final
Raphael Sanzio: Escola de Atenas, Madona Sistina e Transfiguração
Sandro Botticelli: O Nascimento de Vênus, A Adoração dos Magos e A Primavera
Escultura
Michelangelo: La Pieta, Moisés e Madonna de Bruges
Donatello: São Marcos, Profetas e Davi

Humanismo na Literatura
O Humanismo também corresponde a uma escola literária que teve preponderância nos séculos XIV e XV.
Na literatura, destaca-se a poesia palaciana (que surge dentro dos palácios), escrita por nobres que retratavam os
usos e costumes da corte. Alguns escritores italianos que mais impacto causaram foram: Dante Alighieri (Divina
Comédia), Petrarca (Cancioneiro) e Bocaccio (Decameron).

 ILUMINISMO
A origem do iluminismo
Durante a Idade Média, entre os séculos V e XV, a sociedade europeia foi marcada por forte influência da Igreja
Católica.
A igreja defendia uma visão teocêntrica da sociedade e boa parte do conhecimento era fruto das crenças religiosas,
de profecias e do próprio imaginário das pessoas.
Entre o final da Idade Média e início da Idade Moderna, o progresso da ciência começa a colocar em questão
64
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
muitos conhecimentos e o próprio entendimento do mundo proposto pela religião.
A descoberta de que a Terra não era o centro do universo, por exemplo, abalou a supremacia do conhecimento
eclesiástico.

O regime absolutista também era outro fator de insatisfação de boa parte da população. Essas sociedades eram
divididas em estamentos e o clero e a nobreza - que estavam no topo da pirâmide social - gozavam de privilégios,
que eram sustentados com os impostos do povo.

Esse conjunto de descontentamentos por parte da população levaria à Revolução Francesa, que foi inspirada nas
ideias iluministas e representa o principal marco desse movimento intelectual.

O que foi o Iluminismo:

O iluminismo foi um movimento filosófico e intelectual que aconteceu entre os séculos XVII e XVIII na Europa,
em especial, na França. Os pensadores iluministas defendiam as liberdades individuais e o uso da razão para validar
o conhecimento.

Também chamado de “Século das Luzes”, o movimento iluminista representa a ruptura do saber eclesiástico, isto é,
do domínio que a Igreja Católica exercia sobre o conhecimento. E dá lugar ao saber científico, que é adquirido por
meio da racionalidade.

O iluminismo é um movimento da Idade Moderna que rompeu com o teocentrismo - doutrina que coloca Deus no
centro de tudo - e passou a ver o indivíduo como o centro do conhecimento.

O iluminismo pode ser entendido como uma ruptura com o passado e o início de uma fase de progresso da
humanidade. Essa fase é marcada por uma revolução na ciência, nas artes, na política, e na doutrina jurídica, por
exemplo.

Os iluministas queriam se libertar das trevas e da obscuridade proporcionadas pelos regimes absolutistas e pela
influência da Igreja Católica. Muitos deles eram contra a religião instituída, mas não eram ateus, eles acreditavam
que o homem chegaria a Deus por meio da razão.

Ao contrário do que pregava a religião, os intelectuais iluministas defendiam que o homem era o detentor do seu
próprio destino e que a razão deveria ser utilizada para a compreensão da natureza humana.

A razão era, portanto, elemento central dos ideais iluministas, afinal, somente a racionalidade poderia validar o
conhecimento. Eles acreditavam que a educação, a ciência e o conhecimento eram a chave para essa libertação.

Esse entendimento se contrapunha ao conhecimento baseado em crenças e misticismos religiosos, que para os
filósofos iluministas, bloqueavam o progresso da humanidade.

Principais ideias iluministas


 Fim do domínio da igreja sobre o conhecimento
 Razão como propulsora do saber
 Indivíduo como centro do conhecimento

Características do Iluminismo
 Defesa do conhecimento racional;
 Oposição ao mercantilismo e ao absolutismo monárquico;
 Apoiado pela burguesia;
 Defesa dos direitos naturais do indivíduo (liberdade e livre posse de bens, por exemplo);
 Deus está presente na natureza e no próprio homem;
 Defesa da liberdade econômica (sem interferência do Estado);
 Defesa de maior liberdade política;
 Antropocentrismo.

65
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

Importância do Iluminismo
 Progresso da ciência
Durante esse período, o conhecimento rompe as fronteiras da imaginação e passa a ser construído com base em
observações científicas, com experimentos empíricos.
Foi nesse momento que o homem descobriu como funcionava a órbita dos planetas e a circulação sanguínea no
corpo humano. A criação do microscópio permitiu que o campo de visão fosse ampliado e a compreensão da
natureza fosse expandida.
Robert Hooke (1635-1703) criou o microscópio composto e é considerado o descobridor da célula.
Descobriu-se a eletricidade, o processo de formação do planeta Terra, o princípio de funcionamento das vacinas, a
existência de bactérias e protozoários e a lei da gravitação universal.

Todos esses avanços na ciência foram fundamentais para que a Revolução Industrial fosse possível anos mais tarde.

 Desenvolvimento da política
Os iluministas também foram responsáveis pela evolução do pensamento político e do papel do Estado na
sociedade. Em geral, esses pensadores se opunham aos regimes absolutistas, nos quais uma pequena parcela da
população gozava de privilégios e o restante da população era oprimida.

O ponto central das discussões políticas dos iluministas eram as liberdades individuais dos cidadãos. Para esses
filósofos, o Estado deveria garantir os direitos individuais, a liberdade de expressão, igualdade jurídica, justiça e a
posse de bens.

Os princípios democratizantes, no entanto, não foram aplicados em todos os países influenciados pelos ideais
iluministas. Em alguns países formou-se o que se convencionou chamar "despotismo esclarecido", um sistema
político absolutista que implementava algumas ideias do iluminismo.

Nesses países, os monarcas continuavam exercendo seu poder absoluto, mas deveriam conhecer os princípios
iluministas ou ser assessorados por filósofos dessa corrente.

Nesses casos, no entanto, não se realizaram reformas no sentido de reestruturar a sociedade ou de garantir maior
participação do povo nas decisões políticas.

Conheça alguns dos principais filósofos iluministas e suas ideias:

 John Locke
John Locke é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”,
aonde Locke defende a razão afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia.
Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.

 Adam Smith
Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de ideias denominado liberalismo econômico, o qual é
composto pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos
particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida
pelo livre jogo da oferta e da procura.

 Voltaire (1694 - 1778)


Destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.
Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, foi um filósofo francês membro da burguesia. Crítico ardoroso do
absolutismo e do poder exercido pela Igreja Católica ,tinha como pilar de sua filosofia a liberdade de expressão e
de pensamento.

66
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Defendia que o Estado deveria ser uma monarquia constitucional e que o monarca deveria ser assessorado por
filósofos. Voltaire era um admirador da Constituição Inglesa e em sua obra "Cartas Filosóficas" comparou a
tolerância religiosa e a liberdade de expressão na Inglaterra à atrasada sociedade francesa.

 Montesquieu (1689 - 1755)


Francês e ligado à aristocracia, Montesquieu desenvolveu em sua principal obra - "O Espírito das Leis" - a
Doutrina dos Três Poderes defendeu a tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Grande parte dos
Estados modernos hoje tem sua estrutura baseada nessa ideia.
No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua simpatia política inclinava-se para uma
monarquia moderada.

Para o filósofo, "todo homem que tem poder é tentado a abusar dele", assim, a separação dos poderes seria uma
forma de frear tais abusos.

 Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778)


Rousseau nasceu na Suíça, mas viveu boa parte de sua vida na França. O filósofo era defensor da democracia e
crítico da propriedade privada, que para ela era a origem das desigualdades e dos males sociais.

Sua principal obra foi "Contrato Social", na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a
vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos
os cidadãos. Isso só seria possível com um Contrato Social, segundo o qual os homens deveriam abrir mão de
alguns direitos em prol da comunidade. Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.

Iluminismo no Brasil
Os ideais iluministas no Brasil motivaram a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Fluminense (1794), a
Revolta dos Alfaiates na Bahia (1798) e a Revolução Pernambucana (1817). Por aqui, também se defendia a
liberdade econômica e política e o fim do absolutismo.

O Iluminismo serviu de motivação para os movimentos separatistas do século XVIII no Brasil e teve uma grande
importância no desenvolvimento político do país.

ATIVIDADE DE REVISÃO

01) Os artistas e intelectuais buscavam uma concepção de cultura diferente da medieval e que tinham suas raízes no
mundo:
a) Colonialista
b) Greco-romano
c) Iluminista
d) Neoliberal

02) De onde veio o termo Renascimento?


a) Os renascentistas acreditavam que ao morrerem na luta para renascer a cultura eles morreriam e depois
renasceriam novamente. Daí o termo Renascentismo
b) Os renascentistas acreditavam que depois de 100 anos a Idade Média iria acabar e iria vir o reino da Cultura, que
seria chamado de Renascimento
c) Os renascentistas acreditavam que, ao desconsiderar a Idade Média e se inspirar nas obras dos gregos e romanos,
eles estavam fazendo renascer a cultura. Daí o termo Renascimento

03) Qual dos países abaixo é considerado o berço do Renascimento?


a)Espanha
b)Holanda
c)França
d)Itália

67
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
e)Alemanha

04) O que foi o movimento denominado Renascimento, que mudou a forma humana de pensar?
a)A valorização de assuntos medievais, marcados pelo teocentrismo
b)A invenção de meios tecnologicos como: o Tablet, o celular e o Iphone
c)O nascimento de fundamentos financeiros, para que o mundo não sofresse crises econômicas
d)Uma ampla produção científica e cultural, marcada pela reinterpretação da cultura clássica
e)Todas as alternativas estão corretas

05) Qual das alternativas abaixo define melhor o que foi o Iluminismo?
A - Foi um movimento artístico do século XVI que revolucionou as artes plásticas na Europa.
B - Foi um movimento popular que criticava o absolutismo e defendia um governo comandado
pela Igreja Católica.
C - Foi um movimento filosófico e educacional ocorrido na Europa do século XVII, que pregava a universalização
do ensino (escola para todos).
D - Foi um movimento cultural ocorrido na Europa do século XVIII que defendia a razão e
combatia o regime absolutista.

06). Qual das alternativas abaixo apresenta apenas posições e ideais defendidos pelos iluministas?
A - Defesa do regime absolutista, valorização do Mercantilismo; aumento do poder político dos membros da Igreja
Católica.
B - Substituição do misticismo e crenças pela ciência; antropocentrismo; críticas ao Mercantismo e Absolutismo.
C - Fim de qualquer forma de governo; valorização das explicações baseadas nas crenças populares; sistema
econômico controlado totalmente pelo Estado.
D - Aumento do poder das metrópoles sobre as colônias; criação de sistema de eleições diretas para escolher os
reis; igualdade social (divisão igualitária dos bens e propriedades).

07) Qual das alternativas abaixo apresenta somente características do Renascimento Cultural?
(a) Teocentrismo; valorização da cultura egípcia; valorização da religião; estética fora da realidade.
(b) Geocentrismo; valorização apenas de temas religiosos; influência do misticismo; estética monocromática.
(c) Temas não relacionados com a realidade; pobreza de cores nas pinturas; Teocentrismo; valorização de temas
abstratos.
(d) Antropocentrismo; valorização da cultura greco-romana; valorização da Ciência e da razão; buscado
conhecimento em várias áreas.

08) Como podemos conceituar o movimento que ficou conhecido como Revolução Renascentista?
(a) O Renascimento foi uma revolução cultural que não influenciou as artes, a cultura e a filosofia.
(b) O Renascimento foi um movimento nacional que se restringiu à península itálica.
(c) O Renascimento se caracteriza por ser financiado pelos mecenas.
(d) O Renascimento foi uma revolução cultural que teve início na península itálica, esse movimento influenciou as
artes, as ciências e a filosofia.

09) Sabemos que uma das principais características do Renascimento é o Humanismo. Nesse sentido é incorreto
afirmar que:
(a) O Humanismo valorizou simplesmente a capacidade de o ser humano fazer escolhas livremente, sem apelar
para o sobrenatural.
(b) O Humanismo coloca o ser humano como centro das preocupações e indagações dos pensadores.
(c) O propósito do humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si mesmo.
(d) Os humanistas defendiam o antropocentrismo.
(e) Todas as alternativas acima estão incorretas.

AULA 10 - A CULTURA PRÉ-COLOMBIANA


Na época da chegada dos europeus na América, estima-se que sua população estivesse próxima de cem milhões de

68
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
habitantes, irregularmente distribuídos pelo continente e em diferentes estágios de desenvolvimento. “havia de tudo
entre os indígenas da América: astrônomos e canibais, engenheiros e selvagens da Idade da Pedra. Mas nenhuma
das culturas nativas conhecia o ferro nem o arado, nem o vidro e a pólvora, nem empregava a roda, a não ser em
pequenos carrinhos.” (GALEANO, Eduardo. As veias Abertas da América Latina, 1981).
Os ameríndios mais avançados tecnologicamente e que possuíam sofisticada organização social cultural formavam
a maioria da população americana no século XV. Isto porque o aumento demográfico decorrente da agricultura
neolítica permitiu que se formassem, em certos locais, concentrações populacionais, resultando na urbanização,
processo que caracterizou séculos e até milênios da história dos povos pré-colombianos.
Em meio a esta evolução, surgiram sociedades divididas em classes sociais com um Estado estruturado e
dominador, que impunha tributos, transformando a ordem tribal em civilizações com crescente complexidade de
organização e cultura, especialmente na América Central e nos Andes. Na primeira, destacaram-se as civilizações
Maias e Astecas e regiões andinas, a Inca, não sendo, porém, as únicas.

OS MESOAMERICANOS

A região mesoamericana corresponde à boa parte dos atuais países como México, Guatemala, El Salvador,
Honduras, Nicarágua e Costa Rica, produziram ao longo de 25 séculos diversas civilizações poderosas, destacando-
se a dos Olmecas, Maias, Toltecas e principalmente a dos Astecas.
Das primeiras civilizações mesoamericanos a dos Olmecas é considerada a fundadora da “cultura mãe” da América
Central, cujo desenvolvimento situa-se entre um pouco antes de 1000 a.C. até pouco depois do século V a.C. A
economia olmeca estava baseada na agricultura de feijão, milho e abobora ao longo dos rios e caça e pesca. Toda
vida olmeca estava ligada aos vários centros religiosos cerimoniais.
Existia um comércio baseado em pedras preciosas (jade e outras) para adorno, produziam uma cerâmica
rudimentar, criaram uma escrita e um calendário pouco conhecido, os quais serviram de base para o
desenvolvimento das civilizações posteriores.
Os Olmecas construíram a cidade de Teotihuacán por volta de 100 a.C. localizada a nordeste da atual Cidade do
México, com predomínio social, centro administrativo e religioso, com palácios, pirâmides, avenidas, praças e
bairros planificados, pertenciam a uma aristocracia guerreira e aos funcionários da administração estatal, possuía
uma população superior a de 80 mil habitantes.

•ASTECAS
Na América, a organização de sociedades mais complexas, como a dos Astecas, Maias e Incas, não ocorreu ao
mesmo tempo em que no Oriente próximo ou na Europa. Aliás, os processos históricos não são nunca os mesmos
em todas as sociedades. O próprio continente americano mostra evidências dessa afirmação. Na América, durante
séculos, conviveram (e ainda convivem) inúmeros povos com realidades históricas bem distintas: povos nômades
de cultura primitiva, como muitas tribos norte-americanas, os esquimós (Alasca), os ianomâmis e os xavantes
(Brasil), que viviam (alguns ainda vivem) basicamente da caça e da coleta, os tupis-guaranis (América do Sul), os
pueblos (América do Norte) e os aruaques (América Central), sedentários e agrícolas; e, finalmente, os povos de
culturas mais complexas – maias, incas e astecas.

Os astecas - ou mexicas, como eles mesmos se chamavam - são considerados o império mais poderoso e
desenvolvido dentre os povos ameríndios. Foram um dos grupos étnicos encontrados pelos espanhóis, na ocasião
do Descobrimento da América.
Localização
Os astecas viveram em uma região próxima do que hoje é a Cidade do México. O Império tinha Tenochtitlán como
capital.
Os astecas eram originalmente um povo seminômade que vivia no norte da América, em Aztlan, na atual
Califórnia.
O Império Asteca, que se estendia por uma área de 300 mil Km² e contava com aproximadamente 12 milhões de
habitantes, baseava sua existência material na produção agrícola irrigada, sendo construídos engenhosos sistemas
de irrigação para proporcionar a produção agrícola nessa área árida.

Os calpulli eram as aldeias comunais, sendo que suas terras eram trabalhadas por camponeses que exerciam sua
função produtiva em um sistema de servidão coletiva, em que deveriam pagar impostos ao governo central. Como
o Império se expandiu através de conquistas militares sobre os povos vizinhos, os prisioneiros feitos durante as
guerras eram transformados em escravos e em momentos solenes eram sacrificados em rituais religiosos.
69
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

Os historiadores acreditam que a busca por terras férteis os motivaram a peregrinar em direção a terras mais ao sul,
até chegarem no lago Texcoco, no Vale do México, durante o Século XII.

Entretanto, existe também o mito de origem do Império Asteca. Segundo esse mito, os astecas, motivados por
conflitos com outros povos, começaram a se deslocar para as terras ao sul, até que se depararam com a imagem de
uma águia empoleirada em um cacto - símbolo de seu povo - e se alimentando de uma serpente - símbolo do povo
maia.

Os astecas teriam acreditado que aquele era um sinal do deus da guerra para que eles se estabelecessem ali. Até
hoje a bandeira mexicana tem uma águia como símbolo.

Em 1325, a capital Tenochtitlán é fundada e o Império aumenta seu poder e riqueza, conquistando parte dos
territórios antes pertencentes aos maias e toltecas.
Em 1425 o Império chega a seu ápice, dominando territórios do oeste do México até o sul da Guatemala. No
Século XVI a capital asteca tinha uma população mais numerosa que a maior capital europeia.

Organização política e social


O poder no Império Asteca estava concentrado nas mãos do imperador, que governava a partir da capital.

O Imperador era considerado um semideus, escolhido pelo conselho de chefes das aldeias astecas e responsável por
comandar o exército, tomar decisões políticas e tinha profunda influência religiosa.

Apesar do controle centralizado do imperador, que comandava as questões religiosas, econômicas e militares em
geral, as cidades-estado dominadas pelos astecas mantiveram suas dinastias tradicionais.

Os povos conquistados precisavam pagar altos impostos, em forma de penas raras, pedras preciosas, humanos para
sacrifício e trabalho compulsório para as obras do imperador. Esse fator foi fundamental para o fortalecimento do
Império.

A organização social asteca era clara: escravos e servos eram a classe mais baixa da sociedade, junto dos
camponeses, que eram também guerreiros. Os artesãos e comerciantes ocupavam um local mais acima na pirâmide
social. No topo, estavam chefes militares e sacerdotes, os indivíduos com mais prestígio, abaixo apenas do
Imperador.

Apesar dessa organização bem delimitada, a sociedade Asteca permitia a mobilidade social. Ou seja, um indivíduo
de uma classe baixa poderia trabalhar até alcançar estratos mais elevados na pirâmide social.

Economia
Assim como maias e incas, os astecas tinham sua economia baseada na agricultura, com forte investimento na
plantação de milho, algodão, feijão e pimenta.

Foram os astecas que inventaram o chocolate, que ao invés de um alimento doce, era uma bebida amarga oferecida
aos deuses.

Cultura, religião e conhecimentos.


Os astecas tinham profundo conhecimento em metalurgia, produzindo ornamentos de ouro e prata com facilidade.
Para eles, esses metais não tinham o mesmo valor que para os povos europeus.

Desenvolveram vários remédios a partir de gordura animal e plantas medicinais, possuindo tratamentos de saúde de
qualidade.

Assim como a grande maioria dos povos ameríndios, os astecas eram politeístas. Ou seja, acreditavam em vários
deuses. Os sacrifícios humanos eram importantes na religião dos astecas, pois serviam como forma de
agradecimento ao deus Huitzlopochtli, o deus serpente.

70
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Estima-se que só os astecas teriam sacrificado pelo menos 20 mil pessoas por motivos religiosos.

A arquitetura das cidades astecas também chama atenção. Eles construíram elaborados canais para a circulação de
mercadorias e aquedutos para levar água doce até os centros urbanos. A capital era repleta de templos
ornamentados, ruas retas e amplas e possuía um mercado rico e movimentado.

Além disso, desenvolveram-se na astronomia e matemática.

Os artesãos eram conhecidos pela sua habilidade com tecelagem e ourivesaria, enquanto os comerciantes, por seus
talentos como atacadistas e vendedores de objetos de luxo.

Dominação espanhola
Quando os espanhóis chegaram na região onde os astecas viviam, em 1519, o Imperador Montezuma, acreditou que
os europeus eram, na verdade, divindades. Havia uma convicção religiosa de que a cada 52 anos haveria a
possibilidade do Sol deixar de nascer, o que poderia representar o fim da civilização. Quando o conquistador
espanhol Hernán Cortez chegou à região, houve a coincidência do fato ocorrer em um destes anos apocalípticos. O
fato dos espanhóis chegarem também com seus cavalos – animais desconhecidos pelos astecas – fortaleceu a crença
de que os europeus eram enviados dos deuses.

Tal situação possibilitou a Cortez deslocar-se pelo império, conhecer os povos subjugados pelos astecas e
estabelecer alianças com eles, no intuito de derrotá-los militarmente. Em 1519, Cortez e seus 600 homens munidos
de forte armamento puderam derrotar as forças militares astecas após dois meses de sangrentas batalhas. Iniciava-
se, neste momento, a dominação espanhola sobre a região.

O tempo e a postura europeia, entretanto, mostraram que suas intenções com o povo asteca não eram das melhores.
Em 1521, as forças militares comandadas pelo conquistador Cortés derrotaram o povo nativo, arrasando a capital
Tenochtitlán. A Conquista do Império Asteca se deu, principalmente, pela superioridade militar do inimigo.

• OS INCAS
O povo incaico é originário de uma região entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco, no Peru. A partir daí os incas
expandiram-se por uma área que abrangia desde o sul da Colômbia, passando pelo Equador, Peru, Bolívia e norte
da Argentina, até o sul do Chile Esse Império chegou a reunir cerca de 15 milhões de pessoas, de povos com
línguas, costumes e culturas diferentes.
Antes da construção do Império incaico viviam nessa região povos com culturas e formações sociais avançadas,
que se costuma denominar pré-incaicos. Eles estavam distribuídos por toda a costa leste do continente sul-
americano, nas serras e no altiplano andino; os chavin viviam nas serras peruanas; os manabi, no litoral do equador;
os chimu, no norte do Peru; e havia ainda os chinchas, mochicas, nazca, e outros.
Talvez grande demonstração do desenvolvimento desses povos pré-incaicos seja Tiahuanaco. Tratava
–se de um grande centro cerimonial (hoje suas ruínas estão a cerca de 100 Km de La Paz, capital da Bolívia) que
recebia periodicamente milhares de pessoas por Ano. Estima-se que essa civilização que parece ter sido
influenciada pelos chavin, estabeleceu-se na região por volta do século X d. C.

A Organização Política Inca


O Império Inca absorveu as diversas culturas das civilizações preexistentes, colocando-as a serviço da expansão e
manutenção do Império. A vitória sobre os chancas, em 1438 d. C., liderada pelo inca Yupanqui, marcou o início
da formação do Império. Ele ocupou quase todo o Peru, chegando até a fronteira do Equador. Seus sucessores
expandiram o Império para o altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e equador, até o sul da
Colômbia (Huayana capac, 1493-1528).
A expansão foi interrompida em razão da disputa entre dois irmãos, filhos de Huayana: Huascar, que centralizou
seu Império em Cuzco, e Atahualpa, sediado em Quito. A rivalidade entre os irmãos levou o Império a uma
verdadeira guerra civil, enfraquecendo-o. A vitória de Atahualpa não lhe trouxe vantagens, pois, junto dela,
chegaram os colonizadores, liderados por Pizarro, que destruíram todo o Império Inca.
Para controlar seu Império o Estado inca mantinha um constante censo populacional, um instrumento fundamental
para o censo era o quipo, uma espécie de elaborada calculadora manual feita de cordões coloridos e nós. Quem
realizava o levantamento e a leitura eram os funcionários chamados de quipucamayucus.
Esse imenso Império inca, controlado de perto pelo Estado, precisou de uma infraestrutura que permitisse a
71
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
circulação de funcionários, mensageiros, impostos, populações, exércitos, etc. Para que isso ocorresse, foi
construída uma incrível rede de pontes e caminhos lajeados. Para garantir o controle das terras, os incas
construíram duas estradas que ligavam o norte ao sul do território: uma no litoral e outra nas montanhas. Pelo
caminho, existiam guaritas e mensageiros treinados para correr bastante e bem rápido, assim os incas se
comunicavam de forma eficiente e sabiam o que acontecia em cada um dos seus domínios.
Ao longo desses caminhos havia os tambos, pequenas construções que continham alimentos e água, servindo de
alojamento para os viajantes.

A Sociedade Inca
O imperador dos incas recebia o título de Sapa Inca, que no idioma quéchua significa “governador dos incas”. Para
os incas, o Sapa Inca era considerado um “deus na terra” e, por este motivo, recebia constantes honrarias e
sacrifícios em sua homenagem.
A civilização inca possuía um sistema de governo bastante organizado, com a centralização do poder na capital do
império, a cidade sagrada de Cuzco, local onde o imperador residia.

Basicamente, a sociedade inca era dividida em quatro principais núcleos Nobres (formado pela família real,
líderes religiosos, militares e demais membros da nobreza); Governadores (que representavam os governantes das
quatro províncias que formavam o Império. Eram responsáveis por formular e impor as leis de suas localidades);
oficiais militares locais e os camponeses (a grande maioria da população).

O Estado inca era imperial, capaz de controlar rigidamente tudo o que ocorria em sua vasta extensão territorial. O
chefe desse Estado era o Inca, um imperador com poderes sagrados hereditários, reverenciado por todos.
Ao lado do inca havia uma rede de sacerdotes, escolhidos por ele entre a nobreza.
Para manter o Império íntegro, criou-se uma complexa burocracia administrativa e militar. Os cargos
administrativos eram distribuídos entre membros da nobreza e acabaram adquirindo hereditariedade. O caráter
guerreiro do Império privilegiava a formação e educação militar. Como os burocratas, essa camada privilegiada era
mantida graças aos tributos arrecadados pelo Estado.
Os camponeses, chamados de llactaruna, em troca do direito de trabalho nos ayllus, eram obrigados a cultivar as
terras do Inca e dos curacas e a pagar os impostos em mercadorias. Além disso, o estado os obrigava a trabalhar nas
obras públicas, como as pirâmides, caminhos, pontes, canais de irrigação e terraços.
Havia também os artesãos especializados, considerados artistas (pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros,
ourives, etc.), e os curandeiros e feiticeiros (cirurgiões, farmacêuticos, conhecedores de plantas medicinais, etc.).
Os yanaconas, originários da sublevação da cidade de Yanacu, eram escravos. Às vezes algum povo conquistado
também se tornava escravo. Eles não trabalhavam na produção, e suas funções eram eminentemente domésticas.

Economia Inca
Todos os níveis da sociedade deveriam pagar tributos ao imperador inca.
Não usavam moedas, eles faziam trocas ou escambos. E até o trabalho era remunerado com mercadorias e comida.
A agricultura era sua principal atividade econômica. Plantavam mais de setecentas espécies de vegetais. Os
destaques foram: batatas, batatas doce, milho, pimenta, algodão, tomates, amendoim, mandioca e um grão chamado
quinua.
A caça também tinha seu espaço dentro da economia dos incas. Fornecia carne, couro e plumas que usavam em
seus tecidos. Era uma atividade coletiva. Cervos, aves e peixes eram os mais caçados.
O comércio funcionava a partir do escambo. As trocas podiam ser entre diferentes mercadorias, entre serviços ou
alimentos. As sementes de cacau possuíam um alto valor comercial na civilização Inca.
A base da economia inca estava nos ayllu, espécie de comunidade agrária. Todas as terras do Império pertenciam
ao Inca, logo, ao Estado. Através da vasta rede de funcionários, essas terras eram doadas aos camponeses para a sua
sobrevivência. Os membros de cada ayllu deveriam, em troca, trabalhar nas terras do Estado e dos funcionários, nas
obras públicas e pagar impostos.
A base da produção agrícola era o milho, seguido pela batata, tomate, abóbora, amendoim, etc. Nas áreas mais altas
e com dificuldades de obtenção de água, o milho tinha de ser plantado nos terraços feitos nas encostas das serras
com canais de irrigação.
A domesticação de lhamas, vicunhas e alpacas foi importante para o fornecimento de lã, couro e transporte. Os
cachorros-do-mato e porcos tinham importância secundária.
O comércio era muito precário e restringia-se basicamente aos bens de luxo destinados à corte.

72
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Religião dos Incas

A religião inca é politeísta, ou seja, formada a partir da adoração de vários deuses.

O deus Inti era a representação do sol e considerado a principal divindade entre os incas.
O deus Viracocha era tido como o mestre dos céus e da terra, responsável por criar o planeta e todas as coisas que
existem.
Também existia o culto de alguns animais sagrados para o povo inca, como o jaguar e o condor, por exemplo.

Sacrifícios humanos eram comuns durante os rituais de agradecimento aos deuses. Normalmente, os incas
escolhiam os jovens mais belos (e virgens) para serem sacrificados como forma de acalmar a ira das divindades.

De acordo com a cultura religiosa inca, ser sacrificado em homenagem aos deuses era uma honra. Acreditava-se
que após ser sacrificado, o espírito se tornaria divino.

Entre outros deuses populares, destaca-se:

Mama Quilla: esposa do deus Inti. Considerada a “mãe lua” e deusa da noite e protetora das mulheres.
Mama Pacha: deusa do plantio e da colheita. Também era considerada a responsável pelos terremotos (a região da
Cordilheira dos Andes é conhecida por sofrer com constantes tremores de terra).
Mama Zara (ou Sara): deusa do milho, o principal alimento dos incas.
Supai: deus da morte. Era bastante temido pelos incas e, de acordo com a tradição, exigia que sacrifícios de
crianças fossem feitos para acalmar a sua ira.
Mama Cocha: deusa do mar, dos oceanos e dos peixes. Era considerada a protetora dos pescadores e navegantes.

Havia uma rede de sacerdotes, escolhidos entre a nobreza. Suas funções variavam desde a manutenção dos templos,
realização de sacrifícios, adivinhações, curas milagrosas, até feitiçarias e oráculos. A grande maioria dos cultos e
cerimônias religiosas dos incas era em homenagem ao Sol. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar e
divulgar, junto com historiadores oficiais, os mitos, lendas e histórias sobre o inca. É interessante notar que existia
uma religião para a nobreza e outra divulgada entre a população mais pobre.

Cultura e arte Inca


A arte inca é marcada por objetos feitos de cerâmica, madeira, metais e ouro. Tradicionalmente, os adornos
representavam imagens de deuses, formas geométricas abstratas e figuras de animais estilizados.

A música também fazia parte da cultura artística dos incas, principalmente através de tambores e instrumentos de
sopro, como flautas e trompetes feitos com conchas marinhas, por exemplo.

Segundo a tradição inca, cada período do calendário (dividido em doze partes que são semelhantes aos atuais meses
do ano) era marcado com um festival específico:

Janeiro = Pequena Colheita Julho = Purificação terrena


Fevereiro = Grande Colheita Agosto = Sacrifício de purificação geral
Março = Ramo de flores Setembro = Festival da rainha
Abril = Dança do milho jovem Outubro = Festival da água
Maio = Canção da colheita Novembro = Procissão dos mortos
Junho = Festival do sol Dezembro = Festival magnífico

Lembrando o que já foi dito, o Estado inca utilizou-se das inúmeras conquistas das civilizações pré- incaicas para
controlar e manter seu Império.
Eles faziam um uso abancado da matemática, conheciam inclusive o zero; conheciam muito bem a astronomia, pois
o Sol representava o deus mais importante, podendo prever eclipses e fazer calendários; usavam pesos e medidas
padronizados.
Os trabalhos dos incas na manufatura do ouro, da prata e do cobre maravilharam os espanhóis. Além disso,
produziam cerâmica, tecidos coloridos, esculturas e pinturas.
Talvez as maiores produções incaicas estejam relacionadas com a arquitetura e a engenharia. Por meio delas foi
73
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
possível construir pirâmides, palácios, pontes e caminhos; cidades como Cuzco e Machu Pichu, que reuniam
milhares de pessoas e mantinham uma rica ordem urbanística. Ainda hoje, vários templos e construções feitas
durante o Império permanecem intactas.
E os famosos terraços irrigados nas serras e montanhas para a produção agrícola.

Fim do império inca


Depois de muita luta, Atahualpa derrotouseu irmão Huáscar e então, conta-se, era Atahualpa que estava
enlouquecido e violento, tratando os perdedores de forma horrível. Muitos foram apedrejados (nas costas) de forma
a ficarem incapacitados, nascituros eram arrancados dos ventres das mães, aproximadamente 1500 membros da
família real, incluindo os filhos de Huáscar foram decapitados e tiveram seus corpos pendurados em estacas para
exibição. Os plebeus foram torturados.

Atahualpa pagou um terrível preço para tornar-se imperador. Seu império estava agora abalado e debilitado. Foi
neste momento crítico que o 'homem barbado' e seus estranhos chegaram, cena final do Império Inca.

Este homem barbudo e estranho veio a ser Francisco Pizarro e seus espanhóis da "Castilla de Oro" que capturaram
Atahualpa e seus nobres em 16 de novembro, do ano de 1532.

A verdadeira conquista
Atahualpa estava em viagem quando Francisco Pizarro e seus homens encontraram o seu acampamento. Pizarro
enviou um mensageiro a Atahualpa perguntando se podiam se reunir. Atahualpa concordou e se dirigiu ao local
onde supostamente iriam conversar e quando lá chegou, o local parecia deserto. Um homem de Pizarro, Vicente de
Valverde interpelou Atahualpa para que ele e todos os incas se convertessem ao cristianismo, e se ele recusasse,
seria considerado um inimigo da Igreja e de Espanha.

Como era esperado, Atahualpa discordou, o que foi considerado razão suficiente para que Francisco Pizarro
atacasse os incas. O exército espanhol abriu fogo e matou os soldados da comitiva de Atahualpa e, embora
pretendesse matar o Inca, aprisionou-o, pois tinha planos próprios.

Uma vez feito prisioneiro, Atahualpa não foi maltratado pelos espanhóis, que permitiram que ele ficasse em
contacto com seu séquito. O imperador inca, que queria libertar-se, fez um acordo com Pizarro. Concordou em
encher um quarto com peças de ouro e outro um com peças de prata em troca da sua liberdade. Pizzaro não
pretendia libertar Atahualpa mesmo depois de pago o resgate porque necessitava de sua influência naquele
momento para manter a ordem e não provocar uma reação maior dos incas que acabavam de tomar conhecimento
dos espanhóis.

Além disto, Huáscar ainda estava vivo e Atahualpa, percebendo que ele poderia representar um governo fantoche
mais conveniente para a dominação por Pizarro, ordenou a execução de Huáscar. Com isto, Pizarro sentiu a
frustração de seus planos e acusou Atahualpa de doze crimes, sendo os principais o assassínio de Huáscar, prática
de idolatria e conspiração contra o Reino de Espanha, sendo julgado culpado por todos os crimes condenado a
morrer queimado.

Já era noite alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser conduzido ao lugar da
execução, Atahualpa implorou pela sua vida. Valverde, o padre que havia presidido o processo propôs que, se
Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria a sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado
e, em vez de ser queimado na fogueira, foi morto por estrangulamento no dia 29 de agosto de 1533. Com a sua
morte também acabava a "existência independente de uma raça nobre".

A morte de Atahualpa foi o começo do fim do Império Inca.

A instabilidade ocorreu rapidamente. Francisco Pizarro nomeou Toparca, um irmão de Atahualpa, como regente
fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se esfacelou. Remotas partes do império se
rebelaram e nalguns casos formavam alianças com os espanhóis para combater os incas resistentes. As terras e
culturas foram negligenciadas e os incas experimentaram uma escassez de alimentos que jamais tinham conhecido.
Agora os incas já haviam aprendido com os espanhóis, o valor do ouro e da prata e a utilidade que antes
desconheciam e passaram a pilhar, saquear e ocultar tais símbolos de riqueza e poder. A proliferação de doenças
74
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
comuns da Europa para as quais os incas não tinham defesa se disseminaram e fizeram o seu papel no morticínio de
centenas de milhares de pessoas.

O ouro e a prata tão ambicionados por Pizarro e os seus homens estava em todo o lugar e nas mãos de muitas
pessoas, subvertendo a economia com a enorme inflação. Um bom cavalo passou a custar $7000 até que, por fim,
os grãos e gêneros alimentícios acabaram mais valiosos que o precioso ouro dos espanhóis. A grande civilização
inca, tal como conhecida, já não existia.

Após a conquista espanhola


O Império Inca foi derrubado por menos de duzentos homens e vinte e sete cavalos, mas também por milhares de
ameríndios que se juntaram às tropas espanholas por descontentamento em relação ao tratamento dado pelo
Império Inca. Francisco Pizarro e os espanhóis que o seguiram oprimiram os incas tanto material como
culturalmente, não apenas explorando-os pelo sistema de trabalho de "mitas" para extração da prata Potosí, como
reprimindo as suas antigas tradições e conhecimentos.

• OS MAIAS
Antes que os maias se radicassem em algumas regiões da América Central, existiam aí povos originários, como os
otomies e otoncas. Vindos da América do Norte, após décadas vagando pela América Central, os maias
estabeleceram-se no Yucatán e áreas próximas, por volta de 900 a. C. A produção do milho e a influência dos
olmecas forram mito importante para o seu desenvolvimento.
A área ocupada pelos maias pode ser dividida em duas regiões. A das terras altas (área abrangida hoje por El
Salvador e Guatemala) estava voltada para o Pacífico e, apesar de possuir boas condições naturais, não teve muita
importância para a construção da civilização maia.
É comum dividir-se o processo de construção da civilização maia em uma primeira fase (317-987) e uma segunda
fase (987-1697). A primeira fase teria se iniciado em 317 d.C. Essa data, na realidade, tem como referência o mais
antigo objeto maia encontrado até hoje. Sabe-se que essa civilização já existia antes de 317, mas não se dispõe
ainda de informações precisas a respeito desse período.

A Sociedade Maia
A sociedade começou a desenvolver-se, com destaque para três cidades: Chichen-Itzá, Mayapan e Uxmal. Em 1004
foi criado a Confederação Maia, que reuniu essas três grandes cidades. Dezenas de cidades e povoados são criados
ao longo dos duzentos anos seguintes, expandindo seu poder político na região. Após o período de união (entre os
séculos X e XI), as cidades da Confederação entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A hegemonia
política dessa cidade foi sustentada por uma forte base guerreira. Inúmeras revoltas explodem na região, e em 1441
Mayapan é incendiada; As grandes cidades são abandonadas por causa das guerras.
As lutas internas, as catástrofes naturais (terremotos, epidemias, etc.), as guerras externas e principalmente, o
declínio da agricultura levaram a sociedade maia à decadência. Quando os europeus chegaram à região (1559), os
sinais de enfraquecimento dos maias eram evidentes, tornando a conquista mais fácil. Em 1697, a última cidade
maia (Tayasal) é conquistada e destruída pelos colonizadores.
Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e o cargo era hereditário.
Os camponeses e artesãos compunham a maioria da população (mazehualob) eram obrigados a pagar os tributos, a
trabalhar nas grandes obras e moravam nos bairros mais distantes dos centros. Os escravos, geralmente por
conquinsta, serviam a um senhor, mas não trabalhavam na produção.

A Religião dos Maia


A sociedade maia tinha um caráter fortemente religioso; a religião dava legitimidade ao poder, que era exercido
basicamente por algumas famílias.
O Ahaucan (senhor da serpente) é o supremo sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes, rege as cerimônias, recebe
tributos e decide sobre as coisas do estado. Existiam também sacerdotes com funções específicas, como os
adivinhos, os encarregados dos sacrifícios humanos, os escribas, etc.
Uma parte importante da cultura dos maias estava relacionada com os sacrifícios humanos, portanto, diversos
sacrifícios eram realizados como forma de manter os deuses satisfeitos e o Universo em funcionamento. Os
sacrificados, em geral, eram prisioneiros de guerra ou pessoas que se entregavam para serem sacrificadas.

Esses rituais aconteciam com grande violência. As principais formas utilizadas de sacrifício eram a decapitação e a
retirada do coração da pessoa enquanto estivesse viva. A prática religiosa dos maias também possuía cultos de
75
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
transe, que aconteciam a partir do consumo de um cigarro narcótico e de bebidas alucinógenas. Esse tipo de ritual
era restrito à elite.

Os maias acreditavam em diversos deuses, portanto, sua religião era politeísta. Esses povos acreditavam que seus
deuses habitavam um local chamado Tamoanchan, paraíso que fazia parte da cosmovisão de vários povos da
Mesoamérica. Acreditavam ainda que diferentes locais da natureza eram sagrados e possuíam diversos espíritos.
Cada cidade maia possuía um deus específico.
Entre os diversos deuses maias, podem ser citados Itzamná, deus criador do Universo; Kinich Ahau, deus Sol;
Chac, deus relacionado com a água; Bolon Tza’cab, deus relacionado ao cetro; Ah Puch, deus da morte; e Ix Chel,
a senhora do arco-íris.

A Organização do Estado Maia


Os maias organizavam-se sob a forma de cidades-estado, o que significa que cada cidade correspondia a uma
entidade administrativa autônoma, com governantes específicos para cada uma. Dessa forma, não havia
centralização política, o que fez com que essa civilização nunca possuísse um império com fronteiras estabelecidas.
Apesar disso, havia uma zona específica sob a influência da cultura maia.

As cidades-estado maias realizavam comércio e mantinham relações bélicas entre si. Assim, eram comuns guerras
entre essas elas, buscando impor domínio sobre as outras. De tempos em tempos, uma nova cidade maia passava a
exercer domínio sobre parte da região. Como exemplo, podem ser mencionadas as cidades-estado de Tikal e
Calakmul.

O rei, conhecido como ajaw, era a autoridade máxima da cidade e era enxergado por seus súditos como uma
manifestação dos deuses. Seu poder era transmitido de maneira patrilinear, ou seja, a linhagem real era paterna.
Eventualmente, os reis maias poderiam ser mulheres. Isso acontecia se o rei nomeado não tivesse idade suficiente
ou caso estivesse ausente, lutando em uma guerra, por exemplo.
O historiador Nicholas J. Saunders, mostrou que o sacrifício humano tinha também um papel muito relevante na
política maia. Como forma de obter prestígio social e político, os reis organizavam milícias de guerreiros
especializados em capturar governantes e pessoas influentes de outras cidades para que fossem sacrificados.

Podem ser destacadas algumas cidades-estado maias, como Copán, Tikal, Palenque, Calakmul, Bonampak,
Mayapán e Chichen Itzá. Segundo alguns historiadores, Chichen Itzá era uma cidade híbrida que mesclava a cultura
maia e tolteca.

Os maias não chegaram a organizar um forte e poderoso Estado centralizado. Na realidade, as cidades maias
importantes controlavam as aldeias e terras próximas. Não havia nenhum poder ou instituição que as unificasse.
Elas tinham autonomia econômica e política, e geralmente eram governadas por famílias.
Houve períodos em que a unidade foi estabelecida entre algumas cidades, como durante a Confederação Maia. No
entanto, a regra era a independência e a luta entre cidades por novas terras, tributos, matérias primas, etc.

A Economia Maia
A economia dos maias baseava-se na agricultura. A tecnologia empregada nas atividades agrícolas era bastante
primitiva. Contudo, eles conseguiam uma extraordinária produtividade, principalmente do milho. É justamente em
virtude dessa produção do milho, gerando excedentes, que um grande contingente de mão-de-obra podia ser
liberado das atividades agrícolas para a construção de templos, pirâmides, reservatórios de água, etc.
As terras pouco férteis da região obrigavam os maias a realizar um rodízio, que geralmente mantinha a terra boa
durante oito a dez anos. Após esse período era necessário procurar novas terras, cada vez mais distantes das aldeias
e cidades. O esgotamento das terras, as distâncias cada vez maiores entre elas e as cidades e o aumento da
população levaram à civilização maia uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram à decadência.

A Cultura esociedade Maia

A sociedade maia era hierarquizada, assim, existiam diferentes grupos sociais, cada um com papéis e importâncias
específicos na sociedade. O maior grupo da sociedade maia eram os camponeses, responsáveis pela agricultura e
pela produção de alimentos. Havia ainda uma nobreza, responsável por cargos relacionados à administração das
cidades-estado e pelo sacerdócio religioso. Por fim, havia o rei, chamado de ajaw, que era autoridade máxima de
76
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
cada cidade.

Os maias acreditavam que o mundo funcionava de maneira cíclica. Dessa forma, o fim de uma fase representava o
início de outra fase distinta. Possuíam um sistema de calendário duplo, no qual havia um calendário solar e um
calendário sagrado. O primeiro era conhecido como haab e possuía 18 meses de 20 dias cada mais 5 dias,
considerados dias de azar, totalizando 365 dias.

O calendário religioso era conhecido como tzolkin. Nele havia 20 semanas de 13 dias cada. A junção dos dois
calendários criava um período cíclico que se estendia durante 52 anos. Esse sistema de calendário maia é bem
semelhante ao sistema de calendário dos astecas. Em virtude desse complexo sistema de calendário, os maias
também possuíam amplos conhecimentos em Astronomia.

A arquitetura e a matemática dos maias também são bastante famosas. A arquitetura foi responsável pelo
desenvolvimento de grandes construções em toda a Mesoamérica, as quais se destacam hoje como sítios
arqueológicos, visitados por milhões de pessoas anualmente. Já a matemática maia ficou conhecida por ser bastante
sofisticada e complexa, destacando-se o fato de conhecerem o número zero, um feito que pouquíssimos povos
conseguiram.

Por último, vale destacar que os maias ficaram conhecidos por terem desenvolvido um sistema de escrita baseado
em hieróglifos. Parte importante do conhecimento que se tem sobre a escrita e outros aspectos da cultura maia
provém de três códices (manuscritos antigos), que foram levados para a Europa. Esses códices são chamados de
Dresden, Madrid e Paris.

Os conhecimentos de astronomia dos mais eram realmente avançados, e seus observatórios, bem- equipados. Eles
podiam prever eclipses e elaboraram um calendário de 365 dias. Para o desenvolvimento da astronomia, a
matemática era um elemento fundamental, daí terem acumulado conhecimento nessa área.
A atividade médica e a farmacêutica também eram bastante desenvolvidas, o que foi reconhecido até pelos
colonizadores. As peças teatrais, os poemas, as crônicas, as canções, tinham uma função literário- religiosa bem
evidente.
Mas a arquitetura e a engenharia representam as áreas do conhecimento mais desenvolvidas pelos maias. Seus
grandes centros religiosos, as pirâmides, as cidades com edifícios de vários andares, os canais de irrigação e os
reservatórios de água maravilham os conquistadores europeus.

Decadência dos Maias


Após o período de auge da civilização maia, iniciou-se sua fase de decadência, conhecida como Período Pós-
Clássico. Os historiadores não sabem explicar especificamente o que causou a decadência maia, mas são sugeridos
alguns motivos, como: falta de alimentos em virtude do esgotamento da terra e da superpopulação, desastres
naturais, doenças e ataques estrangeiros.

Independente dos motivos, os historiadores apontam que determinados locais maias sofreram um severo
esvaziamento populacional, com grupos de pessoas mudando-se em massa para outras localidades da Mesoamérica.
Quando os europeus chegaram à região no começo do século XVI, esse processo de decadência maia ainda estava
em curso.

Diferenças entre os Incas, Maias e Astecas


A civilização Maia surgiu por volta do ano 2.500 antes de Cristo, atingindo o seu ápice de desenvolvimento entre
os séculos VIII e IX. Nessa época, os maias dominavam a atual região sul do México, a Guatemala, El Salvador,
Honduras e Belize.

Já os Incas habitavam a região da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, onde atualmente estão localizados o
Peru, o Chile, o Equador e a Bolívia.

O império Inca teria surgido por volta de 3 mil anos antes de Cristo e resistiu até meados do século XVI, com a
chegada dos invasores europeus. Mesmo sendo tão antiga, o desenvolvimento da cultura inca só se intensificou a
partir do século XIII.
77
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa

Os Astecas, por sua vez, são os mais “novos” e os que tiveram o menor tempo de existência. Surgiram em meados
do século XIV e entraram em declínio no século XVI, quando o seu território começou a ser atacado por invasores
espanhóis.

Ao contrário dos Astecas e dos Maias, os Incas não desenvolveram um padrão de escrita. No entanto, criaram um
elaborado sistema matemático baseado em nós distribuídos ao longo de diferentes cordas.

Outra particularidade dos Incas é a sua língua oficial: o quéchua, que nos dias de hoje continua a ser utilizado em
diversas localidades do Peru.

Os Maias não possuíam um idioma oficial, mas sim diferentes dialetos. Os Astecas, por sua vez, falavam o nahuatl.

Na sociedade maia não existia a mobilidade social, ou seja, os membros das classes mais baixas não conseguiam
ascender a patamares sociais mais elevados. Porém, a ascensão social era possível entre os povos astecas.

Conclusão
Quando Colombo chegou à América, em 1492, encontrou o continente habitado há muito tempo por várias
civilizações e povos. Os povos pré-colombianos apresentavam diferentes estágios de desenvolvimento cultural e
material, classificados em sociedades de coletor-caçadores e sociedades agrárias. Dentro desse segundo grupo, três
culturas merecem maior destaque: os maias, os astecas e os incas. Alcançaram notáveis conhecimentos de
astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica.
Desenvolveram técnicas diferentes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia é até hoje um mistério, sabemos
que os povos astecas e incas decaíram perante a conquista espanhola.

ATIVIDADE DE REVISÃO
1. Quаl dаѕ аltеrnаtіvаѕ аbаіхо соrrеѕроndеm аоѕ роvоѕ рré-соlоmbіаnоѕ?

a)Раtахóѕ, Іnсаѕ е Маіаѕ c)Ваntо, Маіаѕ е Ірê


b)Аѕtесаѕ, Каіоvá е Guаrаnіѕ d)Аѕtесаѕ, Маіѕ е Іnсаѕ

2. Os Maias eram:
a)Monoteístas c)Politeístas
b)Ateístas d)Dualistas

3. Qual das características abaixo era uma das principais dos maias?
a)Eram grandes guerreiros, com organização militar c)Tinham cidades independentes e autônomas
poderosa d)Tinham o domínio da astronomia
b)Eram politeístas e)Desenvolveram muitas técnicas agrícolas

4. Qual alternativa apresenta a base da alimentação maia?


a)Milho d)Arroz
b)Mandioca e)Beterraba
c)Feijão
5. Como os astecas acreditavam que os homens haviam sido criados?
a)Pelo sol
b)Por Cortés, um espanhol
c)Por um comerciante que fazia magias
d)Explosão do big-bang
e)Pela mistura de uma massa formada de milho com o sangue de um dos quatro deuses que haviam criado o mundo

6.Porque eles realizavam sacrifícios humanos e de animais?


-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

78
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

7..Povos que se organizavam em cidades-estados, criaram sistema próprio de escrita e tinha conhecimento sobre
arquitetura, matemática e astronomia:
(A) Aruaques. (D) Maias.
(B) Jês. (E) Patagônios.
(C) Tupis-guaranis.

8. Quais as principais caracteristicas da religião dos povos pré-colombianos?

9. Comente o que mais te chamou a atenção entre os povos pré-colombianos.

AULA 11 - ÍNDIOS BRASILEIROS PRÉ-CABRALIANOS


Os índios no Brasil
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de
índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente.

Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam: tupi-
guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques ou aruak (Amazônia) e
caraíbas ou karib (Amazônia).

Atualmente, calcula-se que apenas 800 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas
indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 305 etnias indígenas e 274 línguas. Porém, muitas
delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas
tribos perdessem sua identidade cultural.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses


O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas
culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que
viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral) e
também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim,
feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois
utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam
o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela
primeira vez com uma galinha.

As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos
acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer
alianças contra um inimigo comum.

Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio
ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e
flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica
também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais
79
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas
no corpo.

A organização social dos índios


Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmos direitos e recebem o
mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os
habitantes de sua tribo.

Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na
tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida,
crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra
e derrubada das árvores.

A formação social era bastante simples, as aldeias não tinham grandes concentrações populacionais e as atividades
eram exercidas de forma coletiva. O índio que caçasse ou pescasse mais dividia seu alimento com os outros.

A coletividade era uma característica marcante entre os índios. Suas cabanas eram divididas entre vários casais e
seus filhos e, como não havia classes sociais, até mesmo o chefe da tribo dividia sua cabana.

Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois
conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás
e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para
ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.

A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprendem desde
pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai
vai caçar, costuma levar o índiozinho junto para que este aprenda. Portanto, a educação indígena é bem pratica e
vinculada à realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma
cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e portugueses

Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca
de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a
escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas
em troca de seu trabalho.

O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a
violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a
eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no
pequenos número de índios que temos hoje.

A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos
indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo
europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao
cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura europeia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua
cultura e também sua identidade.

Rituais indígenas

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do
Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam
incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas
ou covardes.

Religião
80
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas
forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e
festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos
colocavam os corpos dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os seus objetos
pessoais. Isto demonstra que estas tribos acreditavam na vida após a morte.

Principais etnias indígenas brasileiras


Segundo a Fundai (Fundação Nacional do Índio), as principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e suas
populações estimadas são as seguintes:
Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue ou Caigangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000),
Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).

Povos Indígenas mais conhecidos do Brasil

 Aimoré:
grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grandes
corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e
Espírito Santo. Só foram vencidos no início do Século XX.

 Avá-Canoeiro:
povo da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, foram pegos "a laço"
por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Ilha do Bananal)
e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé.

 Bororós:
Também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororós Ocidentais, extintos no fim do
século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do Séc. XVII, os jesuítas espanh óis
fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da
região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo, tanto pelas moléstias contraídas, quanto pelos
casamentos com não-índios.

 Caeté:
Os deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a Ilha de Itamaracá até as margens do Rio São Francisco. Depois
de comerem o bispo, foram considerados "inimigos da civilização". Em 1562, Men de Sá determinou que fossem
"escravizados todos, sem exceção".

 Caiapós:
Explorando a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará (especialmente o mogno
e o ouro), os caiapós viraram os índios mais ricos do Brasil. Movimentaram cerca de U$$15 milhões por ano,
derrubando, em média, 20 árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha. Quem
iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso
destituiu o lendário Raoni e enfrentou a oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan.

 Carijó:
seu território estendia-se de Cananeia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa",
foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente.

 Goitacá:
ocupavam a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil, encheram os portugueses
de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de tubarão. Eram cerca de 12 mil.

 Ianomâmi:
povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família. Denominada anteriormente
Xiriâna, Xirianá e Waiká.

Características dos grupos indígenas


81
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
Tupi: Os grupos indígenas de língua tupi eram as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tabajara etc. Todas essas
tribos se encontravam na parte litorânea brasileira, foram os primeiros índios a ter contato com os portugueses que
aqui chegaram.

Essas tribos eram especialistas em caça, eram ótimos pescadores, além de desenvolver bem a coleta de frutos.

Macro-jê: Raramente eram encontrados no litoral, com exceção de algumas tribos na serra do mar, eles eram
encontrados principalmente no planalto central, neste contexto destacavam-se as tribos ou grupos: timbira, aimoré,
goitacaz, carijó, carajá, bororó e botocudo.

Esses grupos indígenas viviam nas proximidades das nascentes de córregos e rios, viviam basicamente da coleta de
frutos e raízes e da caça. Esses grupos só vieram ter contato com os brancos no século XVII, quando os
colonizadores adentraram no interior do país.

Karib: Grupos indígenas que habitavam a região onde hoje compreende os estados do Amapá e Roraima, chamada
também de baixo amazonas, as principais tribos são os atroari e vaimiri, esses eram muito agressivos e
antropofágicos, isso significa que quando os índios derrotavam seus inimigos, eles os comiam acreditando que com
isso poderiam absorver as qualidades daqueles que foram derrotados. O contato dessas tribos com os brancos
ocorreu no século XVII, com as missões religiosas e a dispersão do exército pelo território.

Aruak: Suas principais tribos eram aruã, pareci, cunibó, guaná e terena, estavam situados em algumas regiões da
Amazônia e na ilha de Marajó, a principal atividade era os artesanatos cerâmicos.

Curiosidades
De acordo com suas necessidades de sobrevivência, os índios produziam material de preparo alimentício, caça,
pesca, vestimenta, realizavam festas culturais e comemorativas, construíam abrigo e transporte com materiais
tirados da natureza, sem prejudicá-la.

Os índios produziam vários artesanatos, como:

Flecha e arco para caça e pesca


Ralo para ralar mandioca
Tipiti para espremer a massa da mandioca
Balaios e Urutus para guardar a massa, farinha, tapioca, beiju, frutas entre outros
Peneira para peneirar a massa seca para fazer farinha e beiju, tapioca ou curadá
Cumatá especial para tirar goma de massa
Abano para virar e tirar o beiju do forno feito de argila
Bancos
Pilão para moer a carne cozida, peixe moqueado, pimenta e outros sempre torrados
Pulseiras
Anéis de caroço de tucumã
Cesto e Peneira de cipó para carregar e guardar mantimento
Zarabatana para caça especial de aves
Japurutu, Cariçu e Flauta, instrumentos musicais entre outros cada um com seu específico som harmonioso
Cerâmicas para fazer pratos, panelas, botija de cerâmica para fabricação de bebidas alcoólicas especiais e outros
ornamentos para momentos de festas.

Legislação
A Constituição Federal promulgada em 1988 é a primeira a trazer um capítulo sobre os povos indígenas.
Reconhece os "direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam". Eles não são proprietários dessas
terras que pertencem à União, mas têm garantido o usufruto das riquezas do solo e dos rios.

A diversidade étnica é reconhecida, bem como a necessidade de respeitá-la. É revogada a disposição do Código
Civil que considerava o índio um indivíduo incapaz, que precisava da proteção do Estado até se integrar ao modo
de vida do restante da sociedade.

82
Professora Leonora zap de trabalho: 99984036427 EJA 1ª
etapa
ATIVIDADE DE REVISÃO

01. Analise as assertivas a seguir a respeito dos povos pre-cabralinos.


I - A antropofagia foi um fenômeno inexistente entre os índios que habitavam o território brasileiro.
II - Havia uma divisão bem clara entre os homens e mulheres das tribos indíginas pré-cabralinas. Enquanto as
mulheres cuidavam dos afazeres domésticos, dos filhos e da roça (agricultura), os homens dedicavam-se quase que
exclusivamente à caça, à coleta e à guerra.
III - A guerra foi um fator muito presente entre as tribos indígenas pré-cabralinas. Eram recorrentes os confrontos
entre tribos rivais, uma vez que a manutenção do território era essencial ao desenvolvimento das tribos e aldeias.
Quais estão corretas?
a) apenas I;
b) apenas II;
c) apenas I e II;
d) apenas I e III;
e) apenas II e III.

02. Como estava dividida a sociedade précabralina?

03. Qual o sentido em dizer que o Brasil foi colonizado pelos portugueses?

04. Sendo os índios os verdadeiros donos dessa terra, analise porque eles demoraram tanto tempo a receber
algum direito pela nossa legislação?

05. A quem beneficiou os fake News sobre os índios, e porque ainda permanecem sendo discriminadas?

83

Você também pode gostar