Loans">
O Feiticeiro Judeu E A Clavícula de Salomão
O Feiticeiro Judeu E A Clavícula de Salomão
O Feiticeiro Judeu E A Clavícula de Salomão
MARCOS SILVA*
NILTON BRUNO FEITOSA SANTANA**
ÍSIS CAROLINA GARCIA BISPO***
INTRODUÇÃO
Dentre outros crimes, João Baptista Laroca foi acusado pelo padre Miguel Mileti e por
Caetano Barrilaso de ser judeu e fugitivo dos cárceres da Inquisição na Ilha de Ceuta. O
genovês sexagenário, após ver o vizinho ser preso pelos representantes do Santo Ofício, se
dirigiu ao Tribunal para entregar uns papéis que encontrou nos aposentos do acusado. Nada
mais acrescentou sobre ele.
Para entender os bastidores da denúncia que os dois sicilianos fizeram contra o
piemontês é necessário levar em consideração as especificidades e diferenças entre essas
regiões.
Historicamente, a relação dos estados italianos do norte com os judeus foi bastante
diferente da relação que os territórios do sul mantinham com os mesmos. A partir da
formação do Reino das Duas Sicílias, em 1442, a região esteve sob domínio Espanhol. Até
que o Tratado de Utrecht, em 1713, determinou que a Sicília deixasse de pertencer à Espanha
e passasse ao domínio do Piemonte.
Dessa forma, quando em 1492 os Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de
Castela, expulsaram os Judeus do território espanhol, a comunidade judaica da Sicília também
foi desalojada. No norte e centro da Itália a situação era diferente. As cidades, constituídas em
Estados, preservando sua independência através do governo de famílias nobres locais,
mantinham interesses comerciais que implicavam numa política de maior tolerância para com
os judeus.
3
2
Processo de João Baptista Laroca - 20/05/1724 - 30/10/1724 - PT-TT-TSO/IL/28/3319.
4
"Representa ter trinta e quatro annos, alto de corpo, magro, feio de rosto e negro, barba negra,
cabello preto e comprido, mal vestido."3
Porém, chama a atenção a ênfase constante à sua ocupação. Via de regra, ele foi
descrito como sendo “artilheiro” em um veleiro que viajava para a ilha de Córsega. Quando o
próprio João Baptista Laroca foi interrogado na sessão de Genealogia, ele pôde esclarecer que
trabalhava nos navios da “Companhia de Córsega”. A esse respeito, uma informação
importante aparece na denúncia do padre Miguel Mileti. Ele afirmou que João Baptista
Laroca era “contratador” em um Navio para a ilha de Córsega.
Eis um indício que merece ser explorado. Ao considerar-se o principal local das
viagens de João Baptista Laroca, a ilha de Córsega, está se tratando de uma região geopolítica
complexa, chamada por Fernand Braudel de “mundo tirreno”. Na sua análise, o Mar Tirreno
sempre foi sujeito às influencias dos “mundos vizinhos” e às contingências de uma história
movimentada. Com portos importantes, nunca foi dominado, de forma exclusiva, por um
poder político ou civilização, excetuando a hegemonia romana na antiguidade. (BRAUDEL,
1995: 138, 139).
Em um caso específico a hegemonia foi secular, ainda nos tempos modernos. No
período compreendido entre o século XIII e meados do século XVIII a Córsega esteve sob o
domínio da cidade estado italiana de Gênova, que transformou a ilha numa zona de produção
de cereais. Ora, além da proximidade geográfica de Gênova com o Piemonte, região de
origem de João Baptista Laroca, e de suas viagens de trabalho à ilha de Córsega, outros
detalhes revelados no Processo da Inquisição ligavam João Baptista Laroca à Genôva e à sua
possessão insular.
Percebe-se que os laços de João Baptista Laroca com Gênova não são propriamente
casuais. A relação se intensifica quando se estuda a história da cidade e se descobre que
Gênova foi administrada durante os tempos modernos pela Casa de San Giorgio (1407-1805),
banco controlado pelas famílias genovesas Grimaldi e Serra e que, segundo Fernand Braudel,
“foi o organismo de crédito mais aperfeiçoado que a Idade Média conheceu”. (BRAUDEL,
1995: 359)
3
Processo de João Baptista Laroca - 20/05/1724 - 30/10/1724 - PT-TT-TSO/IL/28/3319.
5
Assim, a poderosa Casa de San Giorgio4, tornou Gênova “a primeira cidade financeira
do Mundo”5 e, a partir de uma aliança celebrada com a Espanha em 1528, conseguiu
transformar o século XVI, no “século de Gênova”. No século XVII, o Banco se envolveu no
comércio marítimo, competindo com as duas principais Companhias das Índias Orientais, a
Holandesa e a Inglesa.
Percebe-se então que João Baptista Laroca, empregado como artilheiro e “contratador”
da Companhia da ilha de Córsega, segundo a versão dos denunciantes, em última instância,
trabalhava para uma das instituições financeiras mais poderosas da época Moderna,
controladora da cidade de Gênova, e que emprestava dinheiro aos principais monarcas da
Europa.
Poderia esse fato interferir no andamento do processo movido contra João Baptista
Laroca em função das denúncias feitas pelos dois sicilianos, aparentemente xenófobos,
Miguel Mileti e Caetano Barrilaso?
Contrariando esse perfil de João Baptista Laroca como um judeu profissionalmente
definido desenhado pelo padre siciliano, um genovês por nome Desiderio de Vecchio,
comerciante de vinho e morador do mesmo Beco das Tábuas na Freguesia de São Paulo, em
Lisboa, referido no processo pelo acusado e convocado a depor pelo Santo Ofício, traçou um
perfil do acusado bastante distinto.
Além disso, por meio da sessão de Genealogia, realizada em 24 de Outubro de 1724, é
possível descobrir a representação que o próprio João Baptista Laroca apresentou de si ao
4
A Casa de San Giorgio surgiu em 1407, servindo para um maior controle das finanças públicas por credores
das ricas famílias da cidade. Seu capital era dividido em ações denominando os acionistas como collonanti, por
conta de suas ações serem anotadas em colunas de forma escritural. Foi confiada à Casa de San Giorgio a
arrecadação de impostos em Gênova. O banco emprestou parte dos seus fundos ao governo e recebeu em troca
propriedades na Ligúria, na Ilha de Córsega, no Mar Negro e no Mar Mediterrâneo. (DURANT, 2002: 144).
5
Seja por conta dos vultuosos empréstimos que os genoveses concediam aos líderes cruzados em troca de
ordens de pagamento, e que em cada câmbio as famílias genovesas faziam fortuna por causa do acréscimo dos
juros do empréstimo. Um exemplo dessas primeiras transações bancárias é a estadia do rei francês Luís IX e a
sua troca comercial que, por conta dos juros, em cada empréstimo Gênova ganhava 20% a mais do que havia
concedido, descontando do tesouro da França. Outro motivo foi o fato de que Gênova estava entre as cidades
italianas que prestavam auxílio com suas frotas navais ao transportar os cruzados à Terra Santa, tais auxílios
acabaram resultando em privilégios jurídicos e comerciais. (MORRISON, 2009: 94). A ideia de uma moeda
sólida era imprescindível para a acumulação de capital de modo sistêmico, a moeda genovesa tornou-se padrão
em todas as transações comerciais tanto do governo quanto das instituições particulares. Tal reforma monetária
foi de grande impulso para que as empresas e a própria cidade crescessem de forma gigantesca. Articulando-se à
Espanha financiou a expansão ultramarina e em troca recebeu a proteção dos exércitos espanhóis. (MARTINS,
2002: 45).
6
Tribunal. Seu sobrenome seria “Rocaforte”, solteiro, que vivia de seu trabalho de artilheiro
nos navios da Companhia da Córsega. Natural de Murialdo, marquesado da Casa do
Principado de Piemonte, há época em que foi delatado ao Tribunal do Santo Ofício estava
com trinta e quatro anos de idade e declarou-se filho de João Agostinho, lavrador, e de Maria
Margarida, de Gênova.
Um aspecto importantíssimo diz respeito à sua religião. Disse ser cristão batizado e
crismado. Ao ser mandado dizer a “doutrina cristã”, recitou o “Padre Nosso”, a “Ave Maria”,
o “Credo”, o “Salve Rainha”, e os mandamentos da igreja. Um detalhe não desprezível:
afirmou saber as línguas italiana, francesa, castelhana e portuguesa. Porém, afirmou não saber
o latim!
A primeira diferença interessante diz respeito ao sobrenome do acusado. Em vez de
chamar-se "Laroca", o próprio acusado e o depoente genovês, Desiderio de Vecchio, o
identificam com o sobrenome "Rocaforte". Esse último afirmou também que o investigado era
"Apostólico Romano", confirmando a auto identificação do mesmo e, quando perguntado se
vira o acusado praticar alguma ação diferente dos atos cristãos, mencionou apenas a posse de
uns papéis que apresentavam umas rodas, “escritos na língua latina, hebraico ou grego”, que o
mesmo tencionava vender a um clérigo por três ou quatro moedas. Acrescentou, porém, que
ouvira o acusado "repetir as palavras que continham os ditos papéis". Como conciliar essa
informação com a afirmação do denunciado a respeito de seu desconhecimento do latim?
O fato é que Desiderio de Vecchio guardava relação de proximidade com o acusado e
mencionou em depoimento que o acolhera em sua casa como por esmola porque João Baptista
Rocaforte era tão pobre que não tinha como lhe pagar a dita assistência. Nisso ficou seu
depoimento. Muito diferente do perfil traçado nas denúncias dos dois sicilianos.
De acordo com a denúncia feita pelos dois sicilianos, João Baptista Laroca (Rocaforte)
já havia sido penitenciado pelo Santo Ofício da Inquisição de Sevilha, na Espanha. Fora
condenado ao degredo na ilha de Ceuta, onde permanecera por doze anos até fugir “por terra
7
de Mouros”. Ele teria se dirigido a Argel, onde se declarou judeu. Depois, viajou para
Portugal.
Além dos precedentes, de ser fugitivo do degredo em Ceuta e haver se declarado
judeu, os denunciantes acrescentaram uma informação que se tornou o principal aspecto
investigado pelo Tribunal do Santo Ofício no processo instaurado contra João Baptista Laroca
(Rocaforte): O réu afirmara que possuía um livro intitulado “Carcanho de Adamo”, o qual
continha, por artes diabólicas, o segredo de alguns tesouros, como o de fazer a “pedra
filosofal”.
No restante do processo o Livro é referido como sendo a Clavícula Salomonis, o
Grimório6, livro de magia cerimonial, mais conhecido no mundo ocultista Ocidental,
originado por volta do século XII da era comum. O livro contém a descrição de rituais,
gráficos com símbolos místicos, fórmulas mágicas e astrológicas.
Os denunciantes descreveram o ritual que João Baptista Laroca (Rocaforte) teria
protagonizado. Segundo eles, o réu executava a cerimônia lendo o livro, do qual não se
recordava o nome, e em seguida proferia-se uma missa em nome do Espírito Santo, pondo ao
lado do Evangelho um pergaminho no qual estivesse escrito o que cada um dos participantes
desejava, havendo também um pouco de água benta do Sábado Santo e óleo dos enfermos.
É digno de nota que o rito, segundo a narração dos denunciantes, requeria poucos
materiais. Evidentemente não se tratava de um ritual difícil de ser executado por conta de seus
aparatos. Em seguida, saía ao campo e, metendo-se no círculo com o livro na mão, lhe
aparecia o demônio em forma de mulher, depois em forma de Leão e por último, de homem.
A partir de então podia pedir o que quisesse que teria seu almejo atendido.
O segundo denunciante, Caetano Barrilaso, disse que a cerimônia era tão eficaz que
todos que a praticavam conseguiam aquilo que pretendiam, e acrescentou que o círculo na
terra era feito uma hora antes de amanhecer, assim como todos os procedimentos. E que o
“demônio” apresentava-se para atender aos pedidos.
É possível inferir pelas acusações que para a perfeita execução do ritual havia dia,
hora, vestes e símbolos precisos. O fato de ser celebrado uma hora antes de amanhecer pode
6
De acordo com o dicionário Houaiss um “grimório” é um “livro de fórmulas mágicas usado por feiticeiros”.
Segundo a etimologia da palavra, a partir do francês grimoire (XIII) 'id.', alt. de grammaire 'gramática',
especificamente a gramática latina, ininteligível para o povo.
8
significar, como sugere a Clavícula de Salomão, que aquele horário do dia é especial para a
invocação de espíritos, ou outras forças intangíveis tais como os Arcanjos. Aquele seria o
momento exato para que o seu poder fosse absoluto e, por consequência, o ritual seria melhor
sucedido. Pois, existem as horas mágicas diurnas e noturnas. Se, por um lado, para fazer o
ritual eram exigidos poucos materiais, por outro, os seus métodos e procedimentos eram
extremamente complicados por conta do nível de detalhamento.
A Clavícula Salomonis expõe os arcanjos regentes de cada dia da semana. Seus nomes
eram colocados dentro do círculo no qual o celebrante também se localizava. Os arcanjos
regentes presentes no manuscrito são: Rafael, Gabriel, Samael, Miguel, Saquiel, Anael ou
Haniel e Cassiel. Eles estão associados a um planeta regente e a um dia da semana. Cada um
vem acompanhado de um nome oriundo da escrita usada somente pelos magos cerimoniais,
que é baseada no idioma hebraico. Nota-se, assim, a influência judaica sobre a magia
cerimonial.
Em função disso, após ser consultado pelo Tribunal de Lisboa, o Santo Ofício de
Sevilha enviou uma Carta à Inquisição portuguesa dizendo que João Baptista Laroca não se
encontra nos seus registros. Em outras palavras, o denunciado não era um reincidente da
Inquisição. De certo modo, não era verdadeira a acusação dos sicilianos, pois essa foi a
primeira vez que João Baptista se defrontou com a Inquisição.
Em 28 de Junho de 1724, o Inquisidor Phellipe Maciel mandou vir perante si a João
Baptista Laroca (Rocaforte), o qual, como já foi visto, declarou ser cristão-velho, ou seja, não
ter ascendência judaica. Portanto, tratava-se de um homem que sabia o que estava se passando
consigo, ao menos aparentava ter noção dos Estatutos de Pureza de Sangue vigentes em sua
época. Se fosse realmente um descendente de judeu estava escondendo tal fato e, se não o
fosse estava tentando reforçar que a sua ascendência, os seus antepassados, não possuíam
sangue “impuro”.
João Baptista Laroca (Rocaforte) afirmou que não havia seis meses encontrara no
Reino de Múrcia um estrangeiro, “de nação”, chamado Caetano o qual “tratou com
familiaridade de amigo”. E que este estrangeiro havia lhe mostrado um livro de
aproximadamente vinte folhas chamado Clavicula Salomonis, escrito em latim. E o dito
homem explicou onde ficava cada nota, os círculos e as figuras que representavam os astros.
9
para tentar vender o livro de magia cerimonial. Mas, que nunca acreditara nem fizera uso da
Clavícula de Salomão com a intenção de enriquecer e se o fez era por obra do Demônio.
Afirmou que chegando a Lisboa ficou alojado na casa de outro italiano chamado Desiderio de
Vecchio, localizada no Beco das Tábuas, na freguesia de São Paulo, como já foi visto
anteriormente.
Dando continuidade aos depoimentos da peça inquisitorial, em dezessete de Outubro
do mesmo ano foi chamado para depor Estevão Pusolo Cordeiro. Que havia sido mencionado
por Desiderio de Vecchio como sendo vizinho de João Baprtista Laroca (Rocaforte). Esse
também era natural do norte da Itália, uma cidadela chamada São Pedro de Area.
Estevão declarou que somente poucas vezes havia visto o réu e que não tinha
conhecimento de sua procedência, que Desiderio de Vecchio tinha um armazém de Vinhos
sendo cliente da sua venda. E com frequência via João Baptista Laroca (Rocaforte) acertando
as contas do seu alojamento com o mesmo.
Em 26 de Outubro o réu foi chamado pelo inquisidor Phelipe Marciel para um exame
de consciência. Desta vez João Baptista Rocaforte concordou com tudo o que dissera o Santo
Ofício a respeito da fé Católica e dos pecados que havia cometido. No dia trinta do mesmo
mês assinou o Termo de Segredo. Foi solto pela Inquisição após admitir suas culpas, porém,
sem nenhuma penitência, a não ser pagar as custas do processo.
CONCLUSÃO
Itália, em seus depoimentos apresentaram uma versão que corroborou as palavras da confissão
do réu. Qual a versão verdadeira?
A análise do processo de João Baptista Laroca (Rocaforte) nos fornece indícios para
suspeitarmos de uma realidade diferente da que foi aventada pelos dois grupos. Uma terceira
possibilidade. O denunciado não seria judeu, como afirmaram Miguel Mileti e Caetano
Barrilaso, nem “apostólico romano”, como declarou Desiderio de Vecchio. Mas, um cristão-
novo judaizante praticante da Cabala.
Vários estudos já demonstraram como o norte da Itália, durante os tempos modernos,
representou um ambiente propício para os sefarditas desenvolverem sua cultura peculiar. Os
principais aspectos dessa permanência cultural estão representados pela literatura, pela
manutenção de instituições e o ressurgimento do ladino7, mantendo os laços com a Península
Ibérica. (BONFIL, 1996). Porém, além desses aspectos da sobrevivência da cultura sefardita
no norte da Itália, destacou-se a importância que a Cabala, com a publicação de duas edições
do Zohar ainda em meados do século XVI, desempenhou no ambiente cultural italiano, a
ponto de influenciar não somente as comunidades judaicas, mas, também pensadores
renascentistas.
Um vestígio interessante presente nas denúncias contidas no processo é a informação
de que João Baptista Laroca (Rocaforte) afirmara que o livro “carcanho de Adamo” “continha
o segredo de alguns tesouros, fazer a pedra philosofal”, “fazendo quimia”.
Nesse particular, o processo demonstra uma relação histórica que poucos estudiosos
foram capazes de estabelecer. Qual seja, a influência da Cabala judaica sobre o
desenvolvimento do método alquímico. Raphael Patai, em obra de fôlego, demonstrou como
grandes cabalistas durante a Idade Média e o Renascimento também eram alquimistas,
caracterizando-se por uma
7
O ladino é um prolongamento do espanhol do século XV, e corresponde à língua falada por judeus de origem
ibérica.
12
Assim, escondido por trás de um nome tão castiçamente cristão, João Baptista,
conhecida estratégia de camuflagem criptojudaica por meio da qual os cristãos-novos
assumiam nome e sobrenomes ligados à religiosidade dominante, suspeitamos haver um
alquimista cabalista. De certo, porém, ficou a evidência documental de que entre os cristãos-
novos judaizantes do início do século XVIII circulava um livro de magia cerimonial, a
Clavícula de Salomão, testemunho inequívoco de que eles cultivavam a Cabala prática.
FONTES
REFERÊNCIAS
BONFIL, Roberto. A Presença Sefaradi na Itália: O impacto de 1492. IN: Ibéria Judaica:
Roteiros da memória./ coordenadores, Anita Novinsky, Diane Kuperman; Rio de Janeiro:
Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP, 1996.
BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna: Europa 1500-1800. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010.
FINE, Lawrence. Physician of the Soul, Healer of the Cosmos: Isaac Luria and His
Kabbalistica Fellowship. Stanford, California: Stanford University Press, 2003.
FORTES, Luiz R. Salinas. O Iluminismo e os Reis Filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981.
(Tudo é História, 22).
LEVI, Joseph Abraham. Portugal meets Italy: the Sephardic Communities of the Diaspora on
Italian Soil (1496-1600). Cadernos de Estudos Sefarditas, nº 5, 2005, pp. 159-206.
ORTEGA, María Helena Sánchez. Sorcery and Eroticism in Love Magic. IN: Cultural
Encounters: the impact of the Inquisition in Spain and the New World. / edited by Mary
Elizabeth Perry and Anne J. Cruz. Los Angeles: University of California Press, 1991.