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A Importância Da Leitura Nas Séries Iniciais
A Importância Da Leitura Nas Séries Iniciais
A Importância Da Leitura Nas Séries Iniciais
1. INTRODUÇÃO
Ressalta-se, porém, que este trabalho só traz idéias básicas, não eximindo a
leitura das obras originais consultadas. Pelo contrário, espera-se que essas idéias trazidas
sirvam de estímulo para a busca às fontes. De modo algum estou querendo passar receitas
prontas, mas tentando servir como uma espécie de "pontapé inicial" para trabalhos com
leitura diversos gêneros textuais em sala de aula.
Vislumbramos em Freire (1989) este olhar sobre leitura quando nos diz que
a "leitura do mundo" precede a leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a
partir de uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto.
Dessa forma, um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas
sim aquele que se coloca como co-enunciador, travando um diálogo com o escritor, sendo
capaz de construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o percurso do autor,
instituindo-se como sujeito do processo de ler.
Para tratarmos da leitura a ser feita fora da escola e fora da área específica
de língua portuguesa e literatura brasileira, é interessante partirmos de uma caracterização da
pedagogia tradicional da leitura. Nosso propósito, com isso, é situar historicamente a tão
discutida crise de leitura. Em seguida, tentaremos mostrar por quais caminhos foi sendo
ampliada a concepção de leitura e, por extensão, a sua prática no âmbito da escola.
Finalmente, elencaremos alguns princípios norteadores do ensino-aprendizagem da leitura, tal
como ela se coloca contemporaneamente.
O uso do texto como pretexto foi discutido por Lajolo (1985). Nesse artigo,
Lajolo enumerou uma série de práticas pedagógicas em torno da leitura que foge ao seu
sentido intrínseco: ler para imitar recursos estilísticos, ler para fazer análise sintática, ler para
procurar palavras desconhecidas no dicionário, ler para aprender modelos de conduta moral...
Essa última, aliás, tem sido a marca da entrada da literatura na escola, sobretudo a infantil -
forjam-se textos para que as crianças assimilem padrões de conduta adequada à ordem social
vigente: obediência, submissão, docilidade e outros. A raiz desse fenômeno, detectável em
cartilhas e trabalhos didáticos infantis, está na pedagogia jesuítica, em que a leitura era
utilizada com fins claramente evangelizadores.
Foi também Lajolo (1985) quem afirmou ser a poesia "uma frágil vítima dos
manuais escolares". A autora encontrou, num trabalho didático, o poema O vestido de Laura,
de Cecília Meireles. Lamentavelmente, a exploração didática do poema se limitava a questões
exteriores ao texto enquanto proposição poética. Assim, havia perguntas do tipo: Quantos
babados tem o vestido de Laura?. Ou, ainda, certas perguntas exigiam que o aluno
completasse lacunas com palavras retiradas do texto. Tais procedimentos anulavam - ou não
deixavam ver - a reflexão existencial subjacente ao poema, que, na verdade, tematiza a
efemeridade da vida.
Para ler muito, ler tudo, alunos e professor devem dessacralizar o trabalho
e a biblioteca, que deixam de ser objeto de adoração e templo sagrado, intocáveis. Ler tudo
implica, inclusive, trazer para dentro da escola os textos esquecidos, considerados
"subliteratura": o gibi, o catálogo telefônico, o best-selller, a propaganda, o panfleto que se
distribui na rua, a receita de culinária, ao lado dos clássicos, da literatura informativa. Ler tudo
implica desvendar, elucidar a retórica de cada texto, a gramática subjacente a cada um.
Desprovidos de preconceito, livres das amarras das rotinas burocratizadas da escola, faremos
da leitura um ato criador / questionador.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, M. B. e outros. Leitura e escrita na vida e na escola. Em: Leitura - teoria e prática,
ano 4, no 6, dez/1985, pp. 15-26.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 4 ed. São Paulo: Ática, 1988.
BORDINI, M.G. e AGUIAR, V.T. Literatura: a formação do leitor - alternativas metodológicas.
2.ed., Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
BRANDÂO, Helena; MICHELETTI, Guaraciaba. Teoria e prática da leitura. In: Ensinar e aprender
com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam.23ª. ed. São
Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
GERALDI, J.W. Prática da leitura na escola. Em: ______. (org.). O texto na sala de aula.
LAJOLO, M. O texto não é pretexto. Em: ZILBERMAN, R. (org.). Leitura em crise na escola: as
alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.
LEITE, L.C.M. Gramática e literatura: desencontros e esperanças. Em: GERALDI, J.W. (org.). O
texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997, pp. 17-25.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & Realidade Brasileira. 2 ed. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1985.
SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: a literatura e a televisão de que as crianças
gostam. Bauru: USC, 1992.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.
A Importância Da Leitura Nas Séries Iniciais publicado 11/12/2007 por izaides Pereira em
http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/3046/1/A-Importancia-Da-Leitura-Nas-Series-
Iniciais/pagina1.html#ixzz107rvvVRF