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Capsulite Adesiva

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE

NIELLY CRISTINY FERNANDES FERREIRA

MOVIMENTAÇÃO PASSIVA CONTINUA NO


TRATAMENTO DA CAPSULITE ADESIVA DO
OMBRO: Uma revisão

ARIQUEMES - RO
2015
Nielly Cristiny Fernandes Ferreira

MOVIMENTAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA NO


TRATAMENTO DE CAPSULITE ADESIVA DO
OMBRO: Uma revisão

Trabalho de conclusão de curso-TCC


apresentado ao curso de bacharelado em
Fisioterapia da Faculdade de Educação e
Meio Ambiente-FAEMA como requisito
parcial à obtenção do grau de bacharel
em Fisioterapia
Orientadora: Profª. Ms. Ana Claudia
Petrini
Co-Orientador: Profº. Esp. Alessandro
Augusto Franco de Souza

Ariquemes - RO
2015
Nielly Cristiny Fernandes Ferreira

MOVIMENTAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA NO


TRATAMENTO DE CAPSULITE ADESIVA DO
OMBRO: Uma revisão

Trabalho de conclusão de curso-TCC


apresentado ao curso de bacharelado em
Fisioterapia da Faculdade de Educação e
Meio Ambiente-FAEMA como requisito parcial
à obtenção do grau de bacharel em
Fisioterapia

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________
Orientadora: Profª. Ms. Ana Claudia Petrini
Faculdade de Educação e Meio Ambiente-FAEMA

__________________________________________
Profª. Ms. Flaviany Alves Braga
Faculdade de Educação e Meio Ambiente-FAEMA

__________________________________________
Profª. Ms. Pérsia R. Menz
Faculdade de Educação e Meio Ambiente-FAEMA

Ariquemes, 30 de Novembro de 2015


Quero dedicar este trabalho ao meu Pai e
minha Avó que em especial colaboraram para que
esse sonho fosse realizado, que sempre me
ajudaram e me inspiraram a seguir em frente
nesta caminhada.
Ao meu noivo que ao longo dessa
trajetória sempre esteve ao meu lado me
incentivando e buscando me ajudar no que fosse
preciso, além dos meus familiares e amigos pelo
apoio e credibilidade dispensados a mim.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me permitido chegar até aqui e concluir esta
etapa, me dando forças e me sustentando diante das dificuldades ao longo do
caminho, por me dar entendimento e iluminar meus passos para que a sua vontade
e os seus sonhos para minha vida fossem cumpridos.
Ao meu pai, que pela permissão de Deus, me proporcionou a realização deste
sonho, não medindo esforços para isso, que sempre fez de tudo para me dar o
melhor, muitas vezes se sacrificando, apoiando as minhas escolhas me orientando a
escolher o melhor caminho, que me incentivou com seu apoio e acreditou no meu
potencial.
Aos meus avós, minha irmã e familiares que ao longo dessa trajetória tanto
me ajudaram, me apoiando desde o início, que sempre acreditaram em mim, me
incentivando a seguir em frente nos momentos de desânimo.
Ao meu noivo que sempre esteve presente, me motivando a nunca desistir de
lutar por este sonho, me incentivando a me dedicar ainda mais, esteve do meu lado
me aconselhando nos momentos de desespero, tendo paciência e compreensão
durante toda esta etapa.
A minha orientadora Ana Claudia Petrini, pela dedicação durante a realização
deste trabalho, me direcionando e dando suporte durante as etapas de finalização
do mesmo, assim como ao meu co-orientador Alessandro Augusto que inicialmente
foi quem me deu um norte para seguir com a ideia de tema e se mostrou disposto a
ajudar no que estivesse ao seu alcance.
A professora Rosani por todo conhecimento transmitido para que esse
trabalho pudesse ser realizado de forma coerente, que durante todas as etapas
esteve disposta a ensinar e ajudar da melhor forma possível. E também a todos os
professores do curso de Fisioterapia, por todo aprendizado alcançado por meio de
seus ensinamentos.
Por fim, porém não menos importante, quero agradecer aos meus colegas de
turma, em especial a Wanessa Ribeiro, Marcela Faé, Anna Claudia, Diego Antunes,
Cingrid Raiane e Luara Fagundes, que ao longo desses cinco anos, se tornaram
verdadeiras amigas e que me ajudaram a trilhar esta etapa tão importante de nossas
vidas.
Para ser sábio, é preciso primeiro
temer a Deus, o SENHOR. Os tolos
desprezam a sabedoria e não querem
aprender.

PROVÉRBIOS 1:7
RESUMO

A Capsulite Adesiva do ombro (CAO) é considerada uma das patologias mais


limitantes e frequentes que acometem essa articulação, caracterizando-se por um
processo inflamatório na cápsula articular, gerando dor e limitação na
amplitude de movimento do complexo do ombro. Por vez, a movimentação
passiva contínua (CPM) trata-se de um movimento passivo através de um dispositivo
mecânico que demonstra eficácia para manutenção e ganho de amplitude de
movimento normal, diminui a rigidez articular e favorece o aumento da lubrificação
de fluido sinovial nas articulações, contribuindo para regeneração da cartilagem
intra-articular e redução da dor. O objetivo do presente trabalho foi descrever a
movimentação passiva contínua no tratamento da capsulite adesiva do
ombro. O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados: Biblioteca
Júlio Bordignon-FAEMA, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), BIREME, SCIELO e
Google acadêmico, incluindo livros e artigos publicados dos últimos 15
anos. Mediante a consulta realizada, mesmo com evidências
científicas da eficácia da CPM na redução da dor, manutenção e ganho ADM
normal, bem como na diminuição de aderências e rigidez articular não foram
encontrados artigos com uso desse equipamento especificamente como tratamento
da CAO. Todavia, estudos realizados no tratamento de disfunções de outras
articulações, demonstraram resultados positivos com o uso desse recurso.

Palavras-chave: Modalidades de fisioterapia; Bursite/Capsulite; Ombro e Terapia.


ABSTRACT

The Adhesive capsulitis of the shoulder (ACS) is considered one of the most limiting
and frequent pathologies that affects this joint, it is characterized by an inflammatory
process in the joint capsule, causing pain and limitation in range of motion of the
shoulder complex. On the other hand, the continuous passive motion (CPM) is a
passive movement through a mechanical device that demonstrates effectiveness for
maintenance and amplitude gain of the normal motion, it decreases joint stiffness,
and favors the increase of lubricating synovial fluid in the joints contributing to the
regeneration of cartilage and intra-articular pain reduction. The objective of this study
was to describe the continuous passive motion in the treatment of adhesive capsulitis
of the shoulder. The literature review was conducted in databases: Julius
Library Bordignon - FAEMA, Virtual Health Library (VHL), BIREME, SCIELO and
Google Scholar, including books and articles published in the last 15 years. Through
the consultation, even with scientific evidence of the efficacy of CPM in pain
reduction, maintenance and gain ROM standard, as well as in the reduction of
adhesions and stiffness, no items were found using such equipment as a specific
treatment for ACS. However, studies in the treatment of disorders of other joints
demonstrated positive results using this resource.

Keywords: Physical therapy modalities; Bursitis/Capsulitis; Shoulder and Therapy.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Extensão da capsula articular do ombro -------------------------------------- 17

Figura 2 - Cavidade glenoidal e lábio glenoidal ------------------------------------------- 18

Figura 3 - Músculos que compõe o manguito rotador ----------------------------------- 19

Figura 4 - Graus de movimentos do ombro ------------------------------------------------- 20

Figura 5 - Capsulite Adesiva do ombro ----------------------------------------------------- 21

Figura 6 - Fase Adesiva. Limitação da flexão do ombro esquerdo ------------------ 25

Figura 7 - Fase Adesiva. Limitação da rotação externa do ombro esquerdo ----- 25

Figura 8 - Fase Adesiva. Limitação da rotação interna do ombro esquerdo ------ 26

Figura 9 - Aparelho de CPM de ombro. Marca Palg -------------------------------------- 28


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acromioclavicular

ADM Amplitude de movimento

AVC Acidente Vascular Cerebral

BIREME Biblioteca Regional de Medicina

BVS Biblioteca Virtual de Saúde

CAO Capsulite Adesiva do ombro

CPM Movimentação Passiva Continua

DeCs Descritores em Ciências da Saúde

EC Esternoclavicular

ET Escapulotorácica

FAEMA Faculdade de Educação e Meio Ambiente

GU Glenoumeral

SCIELO Scientific Electronic Library Online


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 14
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ............................................................................... 14
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 15
4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16
4.1 CONCEITOS ANATÔMICOS E BIOMECÂNICOS DO COMPLEXO DO OMBRO
.................................................................................................................................. 16
4.2 CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO ................................................................... 20
4.3 MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DA CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO
.................................................................................................................................. 22
4.4 MOVIMENTAÇÃO PASSIVA CONTINUA NA CAPSULITE ADESIVA DO
OMBRO COMO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO .......................................... 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32
INTRODUÇÃO

O complexo do ombro é considerado a estrutura de maior funcionalidade no


corpo humano, por ser caracterizado pelo conjunto de estruturas que possibilitam
grande movimentação, no entanto, ao haver comprometimento de qualquer uma
dessas estruturas pode gerar perda da mobilidade, movimentos com limitação e
redução na funcionalidade do membro superior, influenciando assim na qualidade de
vida do individuo. (SOUZA, 2001; PICETSKEI JÚNIOR, 2006).
Os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e rotação interna e
externa são realizados pela articulação do ombro, ocorrem nos planos de corte
imaginários e em eixos perpendiculares, sendo definidos com relação ao
posicionamento anatômico, tais movimentos podem ser realizados de forma isolada
ou de forma combinada. (METZKER, 2010; BUCARTH, 2012).
O complexo do ombro é envolto por um conjunto de estruturas, que envolvem
músculos, tendões musculares, fáscia muscular, bursa, ligamentos, bem como a
capsula articular. (SOUZA, 2001). Essa última envolve toda a articulação do ombro,
sendo relativamente fina, mas tende a aumentar seu diâmetro na porção anterior,
em virtude dos ligamentos que reforçam a cápsula articular; sua constituição
contribui para maiores amplitudes de movimentos na articulação do ombro.
(NORKIN; LEVANGIE, 2001; MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Em virtude do papel estabilizador exercido pela cápsula no complexo do
ombro, a mesma encontra-se susceptível a desgaste e lesões (SOUZA, 2001;
NORKIN; LEVANGIE, 2001). Nesse sentido, Picetskei Júnior (2006) descreve a
Capsulite Adesiva do ombro (CAO), que é considerada uma das patologias mais
limitantes e frequentes que acometem essa articulação, caracterizando-se por um
processo inflamatório na cápsula articular, que culmina na formação de aderências,
resultando em um quadro de dor intensa e restrição severa dos movimentos
passivos e ativos do ombro.
Ao considerar a importância do complexo do ombro para o desempenho das
atividades cotidianas de cada individuo, pontua-se a efetividade do tratamento
fisioterapêutico nas afecções que acometem tal segmento, com ênfase na CAO.
Diante do exposto, destaca-se que, o tratamento fisioterapêutico deve constituir,
inicialmente, no alívio o quadro álgico e na mobilização precoce do ombro.
(CAMARGO, 2004; KISNER; COLBY, 2005).
13

Para a mobilização precoce articular, diante da variedade de recursos


disponível para o tratamento fisioterapêutico, encontra-se, o equipamento de CPM
(movimentação passiva continua) o qual, demonstra eficácia para manutenção e
ganho de amplitude de movimento (ADM) normal, prevenção do desenvolvimento de
aderências e contraturas, assim como, diminuiu a rigidez articular e provoca o
aumento da lubrificação de fluido sinovial na articulação, favorecendo a regeneração
da cartilagem intra-articular, e diminuição da dor. (KISNER; COLBY, 2005;
FERREIRA FILHO, 2005). Dessa forma, justifica-se a realização do presente
estudo a fim de verificar em acervos científicos, trabalhos que demonstrem
resultados em relação ao tratamento da capsulite adesiva do ombro, por meio desse
recurso fisioterapêutico.
14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Descrever a Movimentação Passiva Contínua (CPM) no tratamento da


capsulite adesiva do ombro.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever os conceitos anatômicos e biomecânicos do complexo do ombro;


 Conceituar Capsulite Adesiva do Ombro;
 Delimitar os mecanismos fisiopatológicos e quadros clínicos da Capsulite
Adesiva.
15

3 METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tratamento fisioterapêutico da


capsulite adesiva do ombro por meio da movimentação passiva continua através do
equipamento de CPM e aspectos inerentes a anatomia do ombro e fisiopatologia da
capsulite adesiva. Para tanto, o levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de
dados: Biblioteca Júlio Bordignon-FAEMA, Biblioteca Virtual em Saúde - BVS,
Biblioteca Regional de Medicina - BIREME, Scientific Electronic Library Online -
SCIELO e Google acadêmico.
Todo material encontrado foi recuperado por meio das palavras chaves pré-
definidas, de acordo com as DeCs: Modalidades de fisioterapia, Bursite/Capsulite,
Ombro, terapia, bem como seus descritores em inglês: physical therapy modalities,
Bursitis / capsulitis, shoulder e therapy.
Os critérios de inclusão foram livros, artigos na língua oficial do país
(português) e na língua inglesa, artigos publicados dos últimos 15 anos, ou seja,
artigos de 2000 a 2015, artigos disponibilizados na íntegra para acesso, artigos com
delineamento metodológicos de estudo e/ou relato de caso, ensaios clínicos
randomizados e revisões de literatura.
Como critério de exclusão adotou-se artigos que não estivessem indexados
nas plataformas supracitadas, artigos com publicação abaixo do ano de 2000,
artigos em outros idiomas além do português e inglês, artigos não disponibilizados
na íntegra para acesso e artigos com delineamento metodológicos duvidosos.
Os artigos foram selecionados de acordo com o assunto voltado para o
objetivo do trabalho, através da leitura de seus respectivos títulos e resumos. Após a
primeira triagem, os artigos selecionados foram lidos na íntegra e escolhidos para
compor os resultados da pesquisa.
16

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 CONCEITOS ANATÔMICOS E BIOMECÂNICOS DO COMPLEXO DO OMBRO

De acordo com Norkin e Levangie (2001) e Kapandji (2007), o complexo do


ombro consiste de três ossos, sendo eles a escapula a clavícula e o úmero, estes
segmentos são controlados pelas articulações escapulotorácica (ET),
esternoclavicular (EC), acromioclavicular (AC), glenoumeral (GU) e uma quinta
articulação formada pelo arco coracoacromial e cabeça do úmero, que se denomina
supraumeral, a articulação glenoumeral é considerada a mais importante deste
grupo.
A articulação GU é uma articulação frouxa e rasa, que permite grande
amplitude de movimento, com maior amplitude dentre todas as articulações do
corpo. (KAPANDJI, 2007). Trata-se de uma articulação sinovial esferoide com três
graus de liberdade de movimento, formada pela articulação da cabeça do úmero
com a cavidade glenoidal da escapula, possui uma capsula articular com vários
ligamentos e bolsas associados. (NORKIN; LEVANGIE, 2001; KAPANDJI, 2007;
MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009), a constituição da cápsula
articular contribui para a grande amplitude de movimento da articulação do ombro. A
cápsula articular possui tamanho relativamente grande e caracteriza-se por ser mais
fraca em sua parte inferior. Quando o membro superior se encontra na posição
anatômica, a mesma é firme em sua parte superior e frouxa na parte inferior e
anteriormente. A cápsula articular se estende do colo da escapula até o colo
anatômico do úmero, conforme pode ser observado na figura 1.
17

Figura 1 - Extensão da cápsula articular do ombro


Fonte: Adaptado de SOBOTTA et al.; (2012).

A porção anterior da cápsula é mais espessa nas regiões conhecidas como


ligamentos glenoumerais (superior, médio e inferior) e ligamento coracoumeral, cuja
finalidade é reforçar a cápsula articular. Em geral, as fibras capsulares são frouxas,
sendo assim, tais ligamentos atuam estabilizando a articulação (NORKIN;
LEVANGIE, 2001; MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
A cavidade glenoidal é uma cavidade óssea côncava localizada no ângulo
súpero-lateral da escapula (Conforme a figura 2), esta apontada anteriormente,
lateralmente e para cima, de modo a propiciar estabilidade necessária para a
articulação. (KISNER; COLBY, 2005; KAPANDJI, 2007). A cabeça do úmero é a
parte óssea convexa, em que uma porção menor da mesma fica em contato com a
cavidade glenoidal, gerando uma quantidade considerável de movimento do úmero e
uma instabilidade potencial. (KISNER; COLBY, 2005; KAPANDJI, 2007).
O lábio glenoidal (labrum ou borda) é um tecido conjuntivo denso e irregular,
fixado à margem da cavidade glenoidal através de fibrocartilagem (Conforme a
18

figura 2), aumentando sua concavidade, proporcionando maior estabilidade e com a


função de inserção para a cápsula articular. (KISNER; COLBY, 2005; KAPANDJI,
2007; MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

Figura 2 – Cavidade glenoidal e lábio glenoidal


Fonte: Adaptado de SOBOTTA et al.; (2012).

No que concerne à estrutura muscular, os músculos supraespinhoso,


infraespinhoso, redondo menor e subescapular compõem o manguito rotador, de
acordo com a figura 3.
19

Figura 3 – Músculos que compõe o manguito rotador


Fonte: PRIPAS (2011).

Os tendões inseridos de cada músculo do manguito se fundem com a cápsula


articular reforçando essa estrutura e todos contribuem para a estabilidade dinâmica
da articulação glenoumeral. (NORKIN; LAVANGIE, 2001; SOUZA, 2001). Sobretudo,
são responsáveis pelos movimentos de rotação e abdução do ombro, associados a
outros músculos. (BUCARTH, 2012).
Conforme Hamill e Knutzen (2012) por razões estruturais o ombro apresenta
uma amplitude de movimento considerável. Podendo ser movimentado cerca de 165
a 180º de flexão até aproximadamente 30 a 60º de hiperextensão no plano sagital. O
movimento de flexão pode ser limitado se a articulação do ombro estiver em rotação
lateral. Estando a articulação em rotação lateral máxima, o ombro permite uma
flexão até 30º apenas. Durante a flexão e extensão passivas, ocorre
respectivamente uma simultânea translação anterior e posterior da cabeça do úmero
em relação à cavidade glenoidal.
De acordo com autores citados acima, o ombro também permite o movimento
de abdução até 150 a 180º, podendo ficar limitado pela amplitude de rotação medial
que acontece ao mesmo tempo em que a abdução, se a articulação estiver em sua
amplitude máxima de rotação medial o ombro só poderá realizar cerca de 60º,
porém para que seja alcançado os 180º é necessária determinada amplitude de
rotação. O ombro realiza adução até a posição neutra, podendo alcançar
aproximadamente 75º de hiperadução em sentido transversal ao corpo. O ombro
20

permite 60 à 90º de rotação medial e lateral, sendo limitada pela abdução do braço.
Porém em posição anatômica o ombro pode atingir 180º de rotação. Em resumo, o
ombro pode ser movimentado com os seguintes graus de liberdade: 180º de flexão
ou abdução, 135º de flexão horizontal, 60º de hiperextensão, 45º de extensão
horizontal, 75º de hiperadução, 90º de rotação medial e lateral, e, conforme pode ser
observado na figura 4 abaixo.

Figura 4 - Graus de movimentos do ombro


Fonte: HAMILL; KNUTZEN (2012).

Nos casos em que a cápsula articular encontra-se espessada e inelástica com


presença de fibrose, a mobilidade do ombro se torna rapidamente limitada em todas
as direções de movimento. Uma das características sempre presente é o bloqueio
total da rotação lateral e medial, já que este processo ocorre especificamente na
articulação glenoumeral. (CAMARGO et al.; 2004).

4.2 CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

Cohen et al.; (2013) salienta que capsulite adesiva do ombro é uma doença
que atinge frequentemente a população, gerando dor e limitação na amplitude de
movimento do complexo do ombro. Existem diversas condições que produzem
21

sintomas semelhantes sendo, portanto, o termo “ombro congelado” descrito por


Codman em 1934, muitas vezes utilizado de forma generalizada em qualquer
situação em que possua rigidez articular agregada a dor.
Todavia, o termo capsulite adesiva precisa ser compreendido como uma
patologia específica distinguida por uma inflamação crônica da cápsula articular,
com fibrose, aderência e espessamento da mesma (Confome a figura 5), resultando
em dor e rigidez ativa e passiva do ombro. (COHEN et al., 2013).

Figura 5 – Capsulite adesiva do ombro


Fonte: GRACITELLI (2015).

De acordo com Dutton (2006) esse termo foi descrito inicialmente por
Neviaser em 1945, a partir de suas descobertas de um processo inflamatório crônico
na cirurgia e na autópsia de pessoas que foram tratadas de ombro dolorido, rígido,
por causa dos achados histopatológicos na cápsula articular.
Para Cronemberger e Souza Júnior (2012) a CAO é popularmente chamada
de “ombro congelado” e trata-se de uma afecção dolorosa e acontece em virtude de
inflamação e fibrose na cápsula articular e dos tecidos circundantes, causada por
22

fatores intrínsecos e extrínsecos, sendo que, essas alterações provocam retração da


cápsula com diminuição de sua capacidade volumétrica.
Quigley (1963) apud Ferreira Filho (2005) considera que o termo ombro
congelado é pouco preciso, e é utilizado de maneira errônea e excessiva e por isso,
atualmente ainda não possui seu significado bem determinado. Para Neer
(1990/1992) apud Ferreira Filho (2005) o ombro congelado deve ser considerado
mais um sintoma do que uma entidade clínica definida, pelo fato de estar associado
a várias doenças.
A capsulite adesiva não é a única que causa dor e rigidez no ombro, podendo
se apresentar também em outros processos patológicos que prejudicam as
estruturas que compõem o mecanismo articular da mesma. Essas alterações
restringem a movimentação do ombro, devido ao quadro doloroso provocado pelas
mesmas, levando ao aparecimento de contraturas musculares e posteriormente
retrações miotendíneas, sem presença de retração fibrosa da cápsula articular,
continuando com sua capacidade volumétrica e seus interiores normais. (FERREIRA
FILHO, 2005).
De acordo com Camargo et al.; (2004) a capsulite adesiva é uma doença do
ombro, autolimitada, que possui etiologia desconhecida caracterizada por restrição
dos movimentos da articulação GU de maneira progressiva, principalmente da
rotação lateral, que acompanha dor intensa, podendo causar até distúrbios do sono.
Desta maneira, mesmo que a denominação ombro congelado permaneça em
utilização, prefere-se capsulite adesiva, por melhor definir essa condição clínica da
articulação GU, caracterizada por dor, rigidez articular fibrosa de origem capsular,
relacionada muitas vezes a períodos de desuso do ombro, de progressiva evolução,
com inicio de forma insidiosa, estando ou não associada a outras doenças e que
pode espontaneamente evoluir para cura, em muitos casos. (FERREIRA FILHO,
2005).

4.3 MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DA CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

A etiologia da CAO permanece imprecisa, porém tem melhorado a


compreensão de sua fisiopatologia. Entre os fatores associados com a CAO
incluem, mulheres com idade acima de 40 anos, trauma, diabetes mellitus, doença
23

da tireoide, imobilização por tempo prolongado, Acidente Vascular Cerebral (AVC)


ou infarto do miocárdio, doenças autoimunes e algumas condições psiquiátricas.
(DUTTON, 2006).
A CAO é uma doença frequente que atinge de 3 a 5% da população geral,
acometendo mais o gênero feminino (2:1) na faixa etária dos 40 aos 60 anos, sem
preferência por lado do membro dominante. (FERREIRA FILHO, 2005; COHEN et al.
2013).
De acordo com Ferreira Filho (2005) a classificação proposta por
Zuckermanet et al., sendo esta a mais abrangente de todas, divide a CAO em:
a) Primária, ou idiopática: Não possui causa aparente ou relação com outras
doenças;
b) Secundária: É identificada uma possível causa ou existe relação com
outras doenças.
Podendo esta ser intrínseca, quando causada por lesões no próprio ombro,
como tendinite do manguito rotador, tenossinovite da cabeça longa do bíceps,
bursite, artrose acromioclavicular e extrínseca, quando está associada a alterações
de estruturas distantes do ombro, entre elas, lesões do membro superior como
fraturas do punho e mão e infecções, doenças do sistema nervoso central e
periférico como AVC, epilepsia, lesão de nervos do membro superior, lesões da
coluna cervical com ou sem radiculopatia, doenças do coração como isquemia do
miocárdio e do pulmão como doença pulmonar crônica, tumores do ápice do
pulmão; podendo ser ainda sistêmica, quando há associação com doenças como a
doença da tireóide e o diabetes.
A patogênese da capsulite adesiva primária pode ser devido a uma
inflamação crônica no manguito rotador, tendão do bíceps ou capsula articular,
formando espessamento e aderências capsulares principalmente nas pregas da
capsula inferior. (DUTTON, 2006). Caracteriza-se por perda idiopática, progressiva e
dolorosa dos movimentos ativos e passivos do ombro, principalmente na rotação
externa, em que o individuo passa limitar o uso do braço gradualmente. (KISNER;
COLBY, 2005).
Sendo percebida a dificuldade ao vestir uma jaqueta ou casaco, colocar
objetos nos bolsos traseiros, no caso das mulheres, para fechar o sutiã atrás das
costas, praticar cuidados pessoais (como escovar os dentes, lavar o rosto, pentear o
24

cabelo), levar talheres à boca, levantar objetos pesados e limitação para realizar
atividades repetitivas. (KISNER; COLBY, 2005; DUTTON, 2006).
Segundo Dutton (2006) o desuso do braço gera perda da mobilidade do
ombro, sendo que, durante algumas semanas a cintura escapular desenvolve
movimentos compensatórios, com o intuito de minimizar a dor, resultando a longo
prazo em rigidez do ombro com limitação da função.
A capsulite adesiva secundária foi definida como uma condição caracterizada
por limitação dos movimentos ombro de forma ativa e passiva, ocorrendo na
ausência de distúrbio intrínseco do ombro. Apresenta-se em duas formas clínicas,
na primeira a presença de dor é maior que a restrição de movimento, e o paciente se
recupera espontaneamente no período de seis meses a um ano; na segunda forma
a dor é sentida na região do músculo deltoide, com irradiação ou não para a região
abaixo do cotovelo, o paciente relata dor em repouso e muitas vezes dificuldades
para dormir sobre o lado afetado, a rotação externa do ombro tende a ser mais
afetada do que a abdução ou flexão. (DUTTON, 2006; WINCK; MEJIA, 201?).
De acordo com Kisner e Colby (2005) e Winck e Mejia (201?) essa patologia é
dividida em três fases, porém, nem sempre são bem delimitadas uma da outra.
 Fase de congelamento: a dor no ombro aumenta gradualmente ao repouso,
com presença de dor aguda em limites extremos de movimento, podendo
durar 10 a 36 semanas.
 Fase adesiva: a dor começa a ceder, aparecendo somente com movimento,
porém os movimentos glenoumerais de flexão, abdução e rotação externa e
interna ficam limitados (Conforme as figuras 6, 7 e 8) ocorrendo movimentos
compensatórios da escapula. Essa fase dura 4 a 12 meses.
 Fase de descongelamento: essa fase dura 12 a 42 meses, sendo
caracterizada por melhora progressiva da amplitude de movimento (ADM) do
ombro, ausência de dor e sinovite, porém com importantes restrições da
cápsula. Alguns pacientes nunca recuperam a ADM normal do ombro.
25

Figura 6 – Fase adesiva. Limitação da flexão do ombro esquerdo


Fonte: FERREIRA FILHO (2005).

Figura 7 – Fase adesiva. Limitação da rotação externa do ombro


esquerdo
Fonte: FERREIRA FILHO (2005).
26

Figura 8 - Fase adesiva. Limitação da rotação interna do ombro


esquerdo
Fonte: FERREIRA FILHO (2005).

Geralmente nos pacientes com capsulite adesiva, durante a elevação do


ombro afetado, a escápula se eleva antes dos 60º de abdução, indicando uma
compensação devido à falta de extensibilidade capsular. Portanto a limitação de
movimento mais comum é na flexão, abdução e rotação lateral e medial. Apesar das
evidências de ser uma patologia auto-limitada com resolução espontânea, o
tratamento fisioterapêutico é extremamente necessário para minimizar a dor e as
limitações funcionais. (WINCK; MEJIA, 201?).

4.4 MOVIMENTAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA (CPM) COMO TRATAMENTO


FISIOTERAPÊUTICO NA CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

De acordo com Kapandji (2000), a mobilização articular deve ser escolhida


como modalidade para a restauração ou manutenção do movimento articular normal
das articulações do complexo do ombro. Sendo assim, a mobilização é uma técnica
indicada para capsulite adesiva na fase de rigidez.
Um estudo realizado por Nicholson (2008) avaliou os efeitos da mobilização
articular passiva na dor e hipomobilidade associado com a CAO, onde o grupo que
recebeu exercícios de mobilização passiva duas a três vezes por semana, durante o
27

período de quatro semanas, apresentou resultados de melhora em relação ao


movimento de abdução passiva e no quadro doloroso quando comparado ao grupo
que recebeu exercícios ativos, sugerindo assim que, a mobilização articular passiva
é clinicamente eficaz no tratamento da dor e mobilidade do ombro em pacientes com
capsulite adesiva.
A mobilização passiva é usada de forma terapêutica através de força externa
para realizar deslocamento de segmento osteoarticular. (CALLEGARO et al., 2010).
A movimentação passiva contínua (CPM) trata-se de um movimento passivo através
de um dispositivo mecânico que move uma articulação de maneira lenta e contínua,
sendo controlada a amplitude de movimento. (KISNER; COLBY, 2005).
Ferreira e Martins (2013) salientam que a CPM é aplicada em uma articulação
partindo de uma completa imobilização para um movimento contínuo sem
interrupções e sem a participação ativa do paciente; é utilizada em membros
superiores (aplicadas geralmente nas articulações do ombro, cotovelo e punho) e
membros inferiores (mais utilizada nas articulações do joelho e tornozelo), recurso
utilizado logo após um procedimento cirúrgico ou, ainda, após a cicatrização da
incisão cirúrgica; utilizada também para a reabilitação do membro na fisioterapia
funcional, associada ou não ao uso de outros métodos fisioterapêuticos,
favorecendo os resultados. Os autores supracitados ressaltam que o tipo de técnica
e o tempo de aplicação são elaborados pelo cirurgião e pelo fisioterapeuta, de modo
a não agredir a articulação e a região em torno da articulação.
Callegaro, Jung e Caten (2011) evidenciam que este equipamento possui
suportes para o posicionamento dos segmentos corporais ligados à articulação a
qual será aplicada a CPM. É necessário que os membros sejam posicionados de
maneira que o eixo anatômico de movimento da articulação coincida com o eixo de
rotatividade do equipamento. O mesmo deve ser ajustado a uma ADM inicial que
não ultrapasse a dor tolerada pelo paciente, iniciando então a movimentação,
partindo desta posição, aumentando o grau de ADM de forma gradativa. Os autores
supracitados citam ainda que Mason e Howard patentearam um aparelho de CPM
específico para reabilitar o ombro, que consiste em um extensor motorizado
permitindo que o braço do paciente seja suspenso por uma corda com comprimento
ajustável e adaptável a diferentes medidas antropométricas de pacientes e tipos de
patologias, possibilitando a elevação do braço e retorno do mesmo à posição de
inicio. De acordo com a intenção e tipo da terapia o ponto de suspensão do braço
28

pode ser mudado, e o sistema regulado especificamente para o tratamento do


ombro.
Atualmente, o equipamento também contém uma órtese de punho onde é
colocada a mão do paciente para que o braço seja suspenso, permitindo que o
punho permaneça numa posição neutra, sendo esta conectada a uma corda, possui
ainda uma haste de regulagem de altura de acordo com o paciente a ser tratado,
apresenta knobs de regulagem permitindo que o fisioterapeuta controle o
ajustamento dos limites de movimento que o braço será elevado e retornado a
posição de inicio. Estes limites correspondem ao comprimento da corda que está
conectada ao motor. Possui um controle manual que permite regular a velocidade
(de 1% a 100%), reversão de movimento, de extensão para flexão ou vice-versa e
pausa observando seu limite ou avanço no tratamento; além de contagem dos
exercícios, possibilitando ao fisioterapeuta o acompanhamento pelo número de
ciclos que fica registrado; realiza os movimentos com as seguintes angulações:
Adução - 0° - 30°, Abdução - 0º - 180°, Rotação Lateral/Medial - 90° - 0°,
Flexão/Elevação: 0° - 180°; suporta um peso máximo de 40kg, apresenta uma
voltagem bivolt (automático), conforme pode ser observado abaixo na figura 9. (ISP
SAUDE, 2015).

Figura 9 – Aparelho de CPM de ombro. Marca Palg


Fonte: ISP SAÚDE (2015).
29

Callegaro et al.; (2010) retratam que a aplicação da CPM em uma articulação,


logo após um período de imobilização, intervenção cirúrgica, ou determinado tipo de
lesão, tem evidenciado a redução da dor pós-operatória, a diminuição de adesões,
de atrofias musculares, uma recuperação mais acelerada, melhora da ADM em
tempo mais curto, assim como diminuição do risco de trombose venosa profunda e
osteopenia pós-traumática.
Tem sido relatada a eficácia da CPM para minimizar os efeitos negativos da
imobilização articular, para manutenção e ganho de ADM normal, prevenir o
desenvolvimento de aderências e contraturas assim com a rigidez articular,
aumentar a lubrificação de fluido sinovial na articulação favorecendo a regeneração
da cartilagem intra-articular, e diminuição da dor. (KISNER; COLBY, 2005).
De acordo com Callegaro et al.; (2010) existem resultados benéficos com
aplicação da CPM na reabilitação das lesões dos membros e desordens
osteoarticulares. No entanto, nas bases de dados consultadas, com os critérios de
inclusão e exclusão delimitados, não se encontrou estudos científicos publicados
que utilizassem a mobilização passiva contínua como tratamento fisioterapêutico
para a CAO, sendo encontrados apenas sobre sua utilização em outras afecções do
aparelho locomotor.
Diante do exposto, Vidmar et al.; (2010) realizaram uma revisão bibliográfica
sobre o efeito da mobilização passiva contínua em pós-operatório de lesão condral
traumática do joelho, onde observaram que tratamento permanece controverso,
imprevisível e impreciso e concluíram que a pobreza do acervo consultado
impossibilita de realizar um estudo mais aprimorado.
Stefanutto et al.; (2011) também realizaram um estudo sobre o uso da
mobilização passiva contínua na reabilitação de pacientes com fraturas do complexo
articular do joelho e observaram nos resultados que na amostra selecionada, cinco
pacientes, com maioria do gênero masculino, adultos jovens e vítima de acidente
motociclístico, a CPM é um recurso eficiente como coadjuvante no tratamento
fisioterapêutico de pacientes em pós-operatório de fraturas do joelho no que se
refere ao ganho de ADM do joelho a curto prazo e a diminuição da dor.
Já, Callegaro et al.; (2010) realizaram uma revisão de literatura sobre
aplicação da CPM na reabilitação do cotovelo, os autores encontraram 16 artigos,
diante dos artigos encontrados foi possível evidenciar que pesquisas estão
30

explorando a utilização da CPM na reabilitação do cotovelo, porém os parâmetros


utilizados e os modos de aplicação do equipamento não estão bem especificados.
Na metanalise de Araujo e Meurer (2012) foram analisados os protocolos de
tratamentos fisioterapêuticos para a CAO, através de um estudo bibliográfico. Para a
metanalise foram selecionados e analisados 20 artigos, porém, apenas sete
contemplaram os critérios de inclusão e exclusão, que apresentavam ensaios
clínicos controlados. Os artigos selecionados quanto ao tratamento da CAO foram:
sobre a fisioterapia associada ao uso de medicação, distensão hidráulica e
manipulação, bloqueios seriados do nervo supraescapular, terapia dynasplint,
acupuntura, diatermia de ondas, fisioterapia associada ao uso de anti-inflamatório
não-esteróide, cinesioterapia e abordagem Cyriax de massagem de fricção profunda.
Os autores concluíram que, de acordo com o que foi determinado nos estudos, há
uma variedade de tratamentos que tem sido defendida por diversos autores,
demonstrando eficácia para a CAO, não sendo possível obter uma conclusão de
qual consistiria em um tratamento mais aconselhável.
Observa-se que, mesmo com evidências científicas da CPM proporcionar
uma recuperação mais acelerada na reabilitação articular, na metanálise mais atual
encontrada sobre o tratamento fisioterapêutico da CAO, não foi elencado nenhum
artigo sobre o recurso CPM, o que, de fato, reforça que, mesmo com indícios de sua
efetividade, poucos estudos estão voltados à mensuração da eficácia desse recurso,
principalmente no complexo do ombro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da presente revisão de literatura foi possível visualizar alguns


conceitos anatômicos e biomecânicos relevantes, envolvendo as estruturas que
garantem a grande mobilidade do ombro, além da complexidade que abrange as
lesões de componentes articulares, como a cápsula articular do ombro, sendo
denominada capsulite adevisa ao envolver esta estrutura.
Percebeu-se que a mesma é de etiologia desconhecida, porém pode ser
causada por fatores intrínsecos e extrínsecos, tratando-se de uma afecção dolorosa,
caracterizada por um processo inflamatório com presença de fibrose e retração da
cápsula articular, levando a limitação de movimento do ombro dificultando o
desempenho das atividades exercidas pelo individuo afetado.
Diante do levantamento bibliográfico realizado observou-se que terapia por
meio da CPM apresenta resultados positivos no tratamento das disfunções nas
articulações, como joelho e cotovelo, atuando efetivamente na redução da dor,
manutenção e ganho ADM normal em tempo mais curto, bem como na diminuição
de aderências e rigidez articular, porém, ainda não foi encontrado nenhum estudo
randomizado e controlado sobre o tratamento da CAO através da CPM.
Desta maneira, infere-se a necessidade de estudos científicos com
delineamentos metodológicos coerentes e fidedignos, com a intervenção terapêutica
através da movimentação passiva contínua nas disfunções do complexo do ombro,
para que seja verificada a eficácia deste recurso e possa contribuir para o
tratamento fisioterapêutico da CAO.
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