7º GRUPO Teoria de Autocrença PDF
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EXTENSÃO DE GURUÉ
7º Grupo
Mestrandos:
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE GURUÉ
Mestrandos:
1.Introdução ................................................................................................................................ 5
5. Conclusão ............................................................................................................................. 14
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1.Introdução
O Presente trabalho de pesquisa tem como objectivo analisar as teorias de auto crença em
relação a aprendizagem, nomeadamente o auto- conceito, auto- estima e auto confiança. Vai
mais além ao descrever auto crença em relação a aprendizagem e em relação ao meio social.
As pessoas formam crenças por meio de experiencias que implica na observação de acções e
resultados de outras pessoas, principalmente quando os sujeitos possuem dúvidas sobre suas
capacidades ou experiencias, enfatizando os efeitos do processo de modelação.
De salientar que o trabalho teve como fontes as consultas bibliográficas de vários autores,
principalmente nas teorias cognitivas de Albert Bandura.
Bandura (1986) afirma que as práticas educacionais não deveriam ser julgadas somente pelo
desenvolvimento de capacidades e conhecimentos que proporcionam, mas também pela
influência que têm nas crenças das crianças sobre suas capacidades, visto que estas afectam o
modo como elas envocam o futuro.
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1.1. Objectivos:
1.1.1. Objectivo Geral:
Analisar as teorias de Auto Crença em relação a aprendizagem.
A conformação de uma crença nasce no interior de uma pessoa (desenvolve-se a partir das
próprias convicções e dos valores morais) embora também seja influenciada por factores
externos e no meio social (a pressão familiar, os grupos dominantes, etc.).
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estudantes. Nossas crenças sobre aprender e ensinar só podem ser descobertas comprometendo-
se numa análise sistemática autocrítica de nossas práticas de ensino habituais."
2.1. Auto-Conceito
Bandura (1986, p.409) definiu auto conceito como “uma visão composta de um indivíduo, que
é formada através da experiência direta e avaliações adoptadas de outras pessoas significativas”
Markus e Wurf (1987) complementam a ideia quando afirmam que as pessoas aprendem sobre
elas mesmas a partir de outros, pela comparação social e interações diretas. A respeito desta
questão já afirmaram que as crianças aprendem a usar a comparação social para se avaliarem,
e se tornam progressivamente mais capacitadas em fazê-lo durante os anos escolares.
Pode-se ressaltar ainda que os indivíduos atentam para aspectos pessoais que sejam distintivos
em um contexto social particular (Markus & Wurf, 1987). Por exemplo, crianças com baixo
rendimento em Matemática irão atentar para seu desempenho, particularmente, se estiverem em
uma classe com crianças mais habilidosas nesta disciplina. Desta forma, a comparação social
pode ser uma relevante fonte de auto-conhecimento.
A escola deve ter uma postura que promova aceitação e aprovação na criança que pode ser
fundamental no resultado de suas actividades e produções. Se a criança encontra um professor
que tem uma forma autoritária e deixa a criança se sentindo censurada ou com o sentimento de
estar sendo barrada de alguma forma seu rendimento cairá. Se uma criança está sendo formada
num ambiente de ausência e rejeição seu autoconceito pode ser negativo e haverá uma grande
possibilidade dela se tornar agressiva, tímida e incapacitada de reagir de forma autônoma e
responsável. Só se educa pelo amor, pois o amor é o sustento na formação do auto conceito, e
sem isso a criança não apreende os conteúdos de forma satisfatória.
2.2. Auto-Estima
No que se refere ao conceito de autoestima, pode-se descrevê-lo como sendo a opinião e o
sentimento que cada um tem de si mesmo, é ter consciência de seu valor pessoal, acreditar,
respeitar e confiar em si. A autoestima, juntamente com o amor-próprio é a base para o ser
humano,
Para Baldissera (2010, p.80), ressalta que, “a auto-estima podemos dizer, está ligada mais a um
fator interno (pessoal) do que a fatores externos do meio ambiente em que se vive. A autoestima
é um resultado de um processo de construção pessoal que pode ter sua origem já na infância ”.
Com a construção de uma auto-estima positiva, isto é, quem tem uma autoestima alta respeita-
se a si mesmo, reconhecendo a sua própria dignidade e bravura, logo, é capaz de enfrentar os
conflitos que lhe possam surgir, e com isso enfrentá-los com um entendimento de que é capaz
de superar as barreiras que surgem em sua vida. Se isso acontece de modo contrário, ocasiona
no indivíduo a não-aceitação ou se desvaloriza.
Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado, em que crianças e jovens vivem cada um
no seu mundo isolado, por sua vez, temos pais com uma rotina diária fatigante, em que muitas
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vezes, não têm tempo para os seus filhos, o que pode ocasionar cada vez mais crianças sem
perspectivas, ou se individualizando e não se socializando.
2.3. Auto-confiança
Auto-confiança é a capacidade que a pessoa adquire de acreditar e ser capaz de fazer e/ou
realizar alguma coisa. Serenidade e tranquilidade são características de uma pessoa
autoconfiante, pois se mantém em equilíbrio mesmo quando passa por um momento de pressão
e possui um forte senso de convicção sobre a sua capacidade de realização, Bandura (1986,p.7),
Segundo Bénabou e Tirole (2001), a autoconfiança é vista, em muitas sociedades, como uma
valorizada característica individual, em muitos casos desencadeando uma “indústria da
autoajuda” ou incentivando, por exemplo, escolas a fortemente desenvolverem a autoconfiança
das crianças. Segundo os autores, algumas razões para se ter uma visão positiva de si mesmo
são:
Primeiro, pensar favoravelmente sobre si mesmo faz uma pessoa mais feliz,
destacando-se os benefícios afetivos da auto-estima;
Acreditar na própria habilidade fortemente torna mais fácil convencer outras pessoas
sobre estas habilidades;
Por fim, uma maior autoconfiança ajuda a aumentar a motivação de por projetos em
prática e atingir objectivos.
Mais do que transmitir conhecimento e assuntos, a escola tem um papel importante para ajudar
o aluno a desenvolver a sua individualidade. Isso surge em várias formas, desde os interesses
por matérias e atividades até a busca por outros talentos.
Quando o ambiente escolar oferece atividades extracurriculares, por exemplo, ela permite que
o aluno explore novos caminhos e se conheça mais. Quanto maior for seu autoconhecimento,
mais autoconfiante ele se sentirá.
Além disso, o interesse por novas questões, dentro ou fora da sala de aula, permitirá que ele se
dedique e, com isso, consiga resultados que elevam a autoestima.
Por isso, a instituição deve favorecer o convívio dos alunos com outras crianças, inclusive
estimulando a tolerância. Somando isso aos valores consolidados, o aluno se sentirá mais à
vontade e mais autoconfiante na hora de se posicionar em relacionamentos distintos.
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3. Auto Crença e aprendizagem
As crenças para Barcelos (2004), são conceitos cognitivos, sociais, interativos, recíprocos e
dinâmicos, que estão relacionados com as experiências e com a forma como se pensa e se reflete
sobre elas. A partir dessas colocações, é possível dizer que as crenças são construídas e
modificadas na experiência, na interação com os indivíduos com que o sujeito convive.
Para Silva (2011), a maior parte das definições realizadas sobre crenças consideram o contexto
social em que professores e alunos estão inseridos, de forma que as crenças sejam estácticas,
modificando-se de indivíduo para indivíduo. Cada pessoa faz parte de um contexto social e tem
a sua própria experiência de vida e é influenciada por ela.
Segundo Chalita (2001), o contexto escolar deve preparar os estudantes para entender e intervir
no mundo em que vivem. Desse modo, a educação deverá de ser ampla, para auxiliar na
formação e preparação de seres completos, únicos e críticos. Assim, a escola pode ser
considerada um lugar de educação e de conhecimento indispensáveis para o desenvolvimento
humano.
Atualmente além dos pais, o professor pode ser o modelo mais importante no ambiente da
criança. Sabe-se de muitas crianças que copiam tão exatamente o comportamento de seu
professor (ou professora) que “se tornam” esse professor quando está interagindo com seus
irmãos mais novos no lar. Preferências ou aversões do professor para com a matéria em estudo
podem ser percebidas pelos alunos e resultam em atitudes imitativas. O professor que ama
música, mas odeia matemática, pode transmitir esses sentimentos à classe. Desse modo criam-
se bloqueios à matemática, e os alunos podem ser permanentemente afetados. Outros tipos de
comportamento negativo do professor podem também ser imitados pelos alunos. A atitude do
professor para com alunos de grupos minoritários (negros, imigrantes, alunos de religião
diferente da maioria) pode ter também um efeito significativo: no modo como esses alunos
aprendem a perceber a si próprios, e também na forma como os colegas os vêem. Em resumo,
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os professores fornecem condições para a aprendizagem na sala de aula, não somente pelo que
dizem, mas também pelo que fazem.
Pode-se dizer que é essencial que os professores tenham conhecimento da real importância do
desenvolvimento de um ambiente escolar favorável para o estabelecimento de relações
interativas, melhor dizendo, para a formação de um espaço, no qual seja possível por parte dos
discentes e dos docentes a interação, a participação e a discussão colaborativa.
As crenças e os valores podem servir de suporte para uma série de decisões e ações tomadas
pelos docentes; nesse emaranhado é formulada a então conhecida como cultura de ensino. Cada
docente também possui crenças sobre os programas de ensino com que trabalham e pode
exercer influências em outros colegas de trabalho, principalmente nos menos experientes. É
indiscutível que as crenças que os docentes carregam consigo afectam tudo o que eles fazem
em sala de aula.
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As crenças dos alunos também podem depender do estilo de aprendizagem que eles seguem,
ou seja, alunos com um enfoque comunicativo de aprendizagem preferem um estilo social de
aprendizagem. Necessitam, com isso, da participação de outras pessoas, de interações e
aprendem com mais facilidade a partir do uso de atividades em grupo.
Ao nascer, já temos alguns papéis prescritos como idade, sexo ou posição familiar. À medida
que adquirimos novas experiências, ampliando nossas relações, vamos nos transformando,
adquirindo outros papéis que são definidos pela sociedade e cultura (SAVOIA, 1989). Em cada
grupo no qual relacionamos, deparamo-nos com normas que conduzem as relações entre as
pessoas, algumas são mais sutis, outras mais rígidas. São essas normas que caracterizam
essencialmente os papéis sociais e que produzem as relações sociais (LANE, 2006).
Myers (2000) reafirma que o autoconceito que o indivíduo adquire de si mesmo decorre das
experiências sociais vivenciadas, que influem no papel que ele desempenha nos julgamentos
sobre si e sobre outras pessoas e as diversidades culturais. Nesse sentido, percebemos que a
construção da nossa identidade se da por meio das relações sociais, dos papéis que
desenvolvemos.
O jeito como alguém se expressa, comunica, anda reflete o contexto social que vive ou que
viveu. As interações sociais que estabelecemos são denominadas pela cultura existente. Então,
podemos compreender que, por meio do estudo do processo de socialização, poderemos
entender os fenômenos psicossociais do indivíduo e da cultura presente na sua história.
A medida que as crianças se individualizam como pessoa, sua educação pode ser um desafio
complexo. Os pais precisam lidar com esses pequenos seres que possuem pensamento e vontade
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própria, mais ainda tem muito a apreender sobre que tipos de comportamentos funcionam bem
em uma sociedade civilizada.
Embora as pessoas mais importantes na vida das crianças pequenas sejam os adultos que cuidam
delas, os relacionamentos com os irmãos e com os amigos tornam se mais importantes na
segunda infância. Praticamente toda actividade característica e a questão de personalidade dessa
idade, desde o desenvolvimento do género ao comportamento pro- social ou agressivo, envolve
outras crianças. O relacionamento com os irmãos e com os amigos oferecem um modo de medir
a auto- eficácia, ou seja, o crescente entendimento das crianças sobre sua capacidade de
enfrentar desafios de alcançar suas metas (Bandura, 1994).
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5. Conclusão
Conclui-se com este trabalho de pesquisa que crenças implícitas são representações individuais
construídas sobre a base de experiências adquiridas, principalmente, no contexto social,
nomeadamente auto conceito, auto confiança e auto estima. Por outro lado, este processo de
construção individual se vê mediatizado por formas culturais de interação social propiciadas
por uma determinada sociedade (práticas ou atividades culturais)
As crianças aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer, mas principalmente o que
vêem ser feitos por outras pessoas. Pode-se destacar a grande importância da aplicação dos
estudos de Bandura nas questões educacionais, podendo ser bem estabelecidas pelas escolas,
onde bons professores podem servir de modelos a fim de incentivar ou estimular o gosto pelo
estudo, uma vez que imitação do professor, feita pelos alunos, é evidente dentro das salas de
aula.
Entretanto o ´´meio social influência o comportamento, mas em parte este é criado pela própria
pessoa, por meio de acções, as pessoas desempenham um papel na criação do meio social e de
outras circunstancias que surgem” (BANDURA, 2008, p. 44).
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Referencias Bibliográficas
1. BALDISSERA, Pedro (2010) Navegando em reflexões sobre a vida. 1. Ed. São Paulo:
Brasil.
2. BANDURA, Albert (1986). Social foundations of thought and action: a social cognitive
theory. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice-Hall.
3. BÉNABOU, R.; TIROLE, J. (2001) Self-Confidence and Personal Motivation.
Disponível em: http://www.princeton.edu/~rbenabou/CONFQJE2.PDF.
4. CHALITA, Gabriel (2001) Educação: A Solução Está no Afeto. 9ª ed. São Paulo:
Editora Gente,
5. COLLINS, Jannette (2004) Education Techniques for Lifelong Learning. In: Lifelong
Learning. University of Wisconsin and Clinics: Radiographics.
6. MARKUS, H., & Wurf, E. (1987). The dynamic self-concept: A social psychological
perspective. Annual Review of Psychology, 38, 299-337.
7. MYERS, David G. Psicologia Social (2000). 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
8. RICHARDS, Jack C.; LOCKHART, Charles (2002) Estrategias de Reflexión sobre la
enseñanza de Idiomas. Madrid, España: Cambridge University Press.
9. SHAVELSON, R. J., Hubner, J. J., & Stanton, G. C. (1976). Self-concept: validation of
construct interpretations. Review of educational Research, 46 (3), 407-441.
10. SILVA, Kleber Aparecido da. (2010) Crenças no Ensino-Aprendizagem e na Formação
de Professores de Línguas: Delimitando e Atravessando Fronteiras na Linguística
Aplicada Brasileira. In:_____. Crenças, discursos & linguagem. Vol.1. Campinas, SP:
Pontes Editores.
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ANEXOS (FICHA DE EXERCICIOS)
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