História Do Pensamento Filosófico
História Do Pensamento Filosófico
História Do Pensamento Filosófico
FILOSÓFICO
◦ Veremos que esta divisão, embora a rigor imprecisa, pode ser útil por
caracterizar uma diferença básica de concepção filosófica entre as duas
tendências
◦ Escola jônica: Caracteriza-se sobretudo pelo interesse pela physis
(natureza eterna e em perene transformação), pelas teorias sobre a
natureza.
✓Tales de Mileto (fl.c.585 a.C.) e seus discípulos, Anaximandro (c.610-547
a.C.)e Anaxímenes (c.585-528 a.C.), que formam a assim chamada escola
de Mileto.
✓ Xenófanes de Colofon (c.580-480 a.C.)
✓Heráclito de Éfeso (fl.c.500 a.C.
◦ Escola italiana: Caracteriza-se por uma visão de mundo mais abstrata,
menos voltada para uma explicação naturalista da realidade, prenunciando
em certo sentido o surgimento da lógica e da metafísica, sobretudo no
que diz respeito aos eleatas.
✓ Para Heráclito, tudo aquilo que vemos nunca mais será igual ao
que era no momento anterior e que, no instante seguinte, já não
será mais o que foi antes.
✓ Com isso, ele afirmou que as coisas se transformam
permanentemente e que, quando se quer fixar algo e revelar sua
essência, já não se trata mais da mesma coisa, pois tudo parte
da realidade que flui.
✓ Para ele, tudo é movimento; a natureza é mobilidade
permanente.
✓ O movimento chama-se devir.
Heráclito: “nada é permanente, exceto a
mudança”
◦ Para Heráclito, o ser é o múltiplo, não apenas no sentido de que
há uma multiplicidade de coisas, mas por estar constituído de
oposições internas.
◦ O que mantém o fluxo do movimento é a luta dos contrários –
“a guerra é pai de todos, rei de todos”; “é da luta que nasce a
harmonia, como síntese dos contrários”; “caráter instável do
fogo, que eterno e vivo, ora se acende ora se apaga”.
◦ A realidade marcada pelo conflito entre os opostos, conflito que
todavia não possui um caráter negativo, sendo a garantia do
equilíbrio, através da equivalência e reunião dos opostos.
Heráclito: “Não podemos banhar-nos duas vezes no
mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo.”
◦ Este fragmento sintetiza exatamente a ideia da realidade em fluxo,
simbolizada pelo rio que representa o movimento encontrado em todas as
coisas, inclusive, no caso do acréscimo, em nós.
◦ Sendo assim, a essência dessa reflexão filosófica consiste em determinar
que nada existe, já que tudo existe num instante e no momento seguinte
deixa de existir, porque já sofreu um processo de transformação.
◦ Dessa maneira, a existência define-se como uma eterna mutação e como
um estado de mudança perene em que estão incluídas todas as coisas de
forma infinita.
Parmênides: “o ser é imóvel”
◦ Sobre os sofistas, tudo que nos resta são fragmentos, citações, testemunhos;
◦ Esta dificuldade se agrava pelo fato de que, em grande parte, a maioria
dessas citações e testemunhos nos chegaram através de seus principais
adversários, Platão e Aristóteles, que pintaram um retrato bastante negativo
desses pensadores
Os Sofistas
◦ Os próprios termos “sofista” e “sofisma” acabaram por adquirir uma
conotação fortemente depreciativa, embora “sofista” inicialmente significasse
tão somente “sábio”.
◦ Apenas recentemente os intérpretes e historiadores têm procurado revalorizar
a contribuição dos sofistas, através de uma visão mais isenta e objetiva de suas
doutrinas. bem como de seu papel, influência e contribuição à filosofia e aos
estudos da linguagem.
Os Sofistas
◦ Para escândalo de seus contemporâneos, os sofistas costumavam cobrar pelas aulas,
motivo pelo qual Sócrates os acusava de “prostituição”.
◦ Importante: na Grécia Antiga, a aristocracia tinha o privilégio da atividade intelectual; já os
sofistas geralmente pertenciam à classe média e, por não serem suficientemente ricos para
se darem ao luxo de filosofar, faziam das aulas seu ofício.
◦ Os sofistas trouxeram inúmeras contribuições para o espírito democrático, isto é,
na pluralidade conflituosa de opiniões e interesses.
Discordando dos antigos poetas, dos
antigos filósofos e dos sofistas, o que
propunha Sócrates?
◦ É o pensamento de Sócrates, entretanto, que marca o nascimento da filosofia clássica,
desenvolvida por Platão e Aristóteles, de certo modo seus herdeiros mais importantes.
◦ Nascido em 470 ou 469 a.C., em Atenas, era filho de um escultor e de uma parteira.
◦ Aprendeu a arte paterna; mas dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, apesar
da pobreza.
◦ Considerado pelos homens do tempo como o mais sábio e inteligente, Sócrates demonstrava em
sua forma de pensar a necessidade de levar o conhecimento para os cidadãos gregos da época
pelo diálogo como forma de transmissão de sabedoria.
◦ Nada deixou escrito, sendo que suas ideias foram divulgadas por dois de seus discípulos – Platão
e Xenofonte.
◦ Propunha que, antes de querer conhecer a Natureza e antes de querer persuadir os outros, cada
um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo.
◦ Sócrates andava pelas ruas e praças de Atenas, pelo mercado e pela assembleia indagando a cada
um: “Você sabe o que é isso que você está dizendo?”, “Você sabe o que é isso em que você
acredita?”...
◦ Sócrates fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam
conhecer.
◦ Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder
ao célebre “o que é?”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em
suas crenças, seus valores e suas ideias.
◦ O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas
às perguntas, como os sofistas pareciam saber, mas Sócrates, para desconcerto geral, dizia: “Eu também não
sei, por isso estou perguntando ”.
◦ Donde a famosa expressão atribuída a ele: “Sei que nada sei”.
◦ A consciência da própria ignorância é o começo da Filosofia
O que procurava Sócrates?
◦ Procurava a essência verdadeira da coisa, da ideia, do valor.
◦ Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas,
das ideias e dos valores.
Qual a diferença entre uma opinião e um conceito?
◦ A opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época. É
instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências.
◦ O conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o
pensamento descobre, mostrando que é a essência universal, intemporal e
necessária de alguma coisa.
◦ A inovação presente nas suas ideias para a sociedade logo
começou a chamar a atenção de jovens atenienses,
impressionados pelo seu dom de orador e pela sua
inteligência, o que o tornou popular em pouco tempo.
◦ Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um
perigo, pois fazia a juventude pensar.
◦ Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses,
corromper os jovens e violar as leis.
◦ Levado perante a assembleia, Sócrates não se defendeu e
foi condenado a tomar um veneno - a cicuta - e obrigado a
suicidar-se.
◦ A motivação da acusação é claramente política: contra as
críticas feitas por Sócrates ao que ele considerava um
desvirtuamento da democracia ateniense, e contra sua
discussão e questionamento dos valores e atitudes da
sociedade da época
Por que Sócrates não se defendeu?
◦ “Porque ”, dizia ele, “se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não
as aceito. Se eu me defender, o que os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de
filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter que renunciar à Filosofia”.
Método socrático
◦ O método socrático envolve um questionamento do senso comum, das crenças e opiniões que temos, consideradas vagas, imprecisas,
derivadas de nossa experiência, e portanto parciais, incompletas.
◦ Ele revela a fragilidade desse entendimento e aponta para a necessidade e a possibilidade de aperfeiçoá-lo através da reflexão. Ou seja,
partindo de um entendimento já existente, ir além dele em busca de algo mais perfeito, mais completo.
◦ É importante notar que, na concepção socrática, essa melhor compreensão só pode ser resultado de um processo de reflexão do
próprio indivíduo, que descobrirá, a partir de sua experiência, o sentido daquilo que busca.
◦ Sócrates jamais responde as questões que formula, apenas indica quando as respostas de seu interlocutor são insatisfatórias e por que o
são.
◦ Procura apenas indicar o caminho, a ser percorrido pelo próprio indivíduo: é este o sentido originário de método (“através de um
caminho”).
◦ A definição correta nunca é dada pelo próprio Sócrates, mas é através do diálogo, e da discussão, que Sócrates fará com que seu
interlocutor – ao cair em contradição, ao hesitar quando parecia seguro –passe por todo um processo de revisão de suas crenças,
opiniões, transformando sua maneira de ver as coisas e chegando, por si mesmo, ao verdadeiro e autêntico conhecimento.
◦ É este o sentido da célebre fórmula socrática “Só sei que nada sei”, a ideia de que o reconhecimento da ignorância é o princípio da
sabedoria. A partir daí, o indivíduo tem o caminho aberto para encontrar o verdadeiro conhecimento (episteme), afastando-se do
domínio da opinião (doxa).
◦ É por esse motivo que os diálogos socráticos são conhecidos como aporéticos (de aporia, impasse) ou inconclusivos.
Sócrates e os sofistas
✓ A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que eles aceitam a validade das opiniões e das
percepções sensoriais e trabalham com elas para produzir argumentos de persuasão.
✓ Já Sócrates considerava as opiniões e as percepções sensoriais, ou imagens das coisas, como fonte de erro,
mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a verdade plena da realidade
✓ É essa oposição que marca, segundo Sócrates, a diferença entre a filosofia e a sofística, e que permite que
Platão e Aristóteles considerem os sofistas como não filósofos
Conceito Opinião
Conhecer a si mesmo Técnicas de persuadir os outros
Maiêutica Oratória
Ensinava nas praças de graça Cobravam as aulas
Verdade Tudo é relativo
Atividades de fixação
◦ 1. Caracterize o contexto do surgimento da sofística.
◦ 2. Qual a importância da discussão e da argumentação nesse contexto?
◦ 3. Como podemos situar Sócrates nesse mesmo contexto do séc. V a.C. em oposição aos sofistas?
◦ 4. Qual o sentido do método de análise conceitual socrático?
◦ 5. O que significa a maiêutica socrática?
◦ 6. Qual a concepção de verdade que encontramos em Sócrates?