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Historia Do Cristianismo - Reforma Protestante
Historia Do Cristianismo - Reforma Protestante
Historia Do Cristianismo - Reforma Protestante
FORMAÇÃO EM TEOLOGIA
RECIFE
2018
JULIO CESAR GENUINO DA SILVA LIMA
RECIFE
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................04
1. QUEM É O AUTOR.......................................................................................05
4. A REFORMA NA SUÍÇA..............................................................................17
CONCLUSÃO.....................................................................................................30
REFERÊNCIAS..................................................................................................31
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INTRODUÇÃO
1. QUEM É O AUTOR
Earle Edwin Cairns, professor de História Emérito, foi para o corpo docente do
Wheaton College em 1943. Foi presidente do Departamento de História e Ciência
Política de 1948 a 1973 e foi presidente da Divisão de Ciências Sociais, de 1969 a
1974. Ele ministrou cursos em uma ampla variedade de áreas, incluindo História
Mundial, História Inglesa e História Européia Moderna. A História da Igreja era de vital
importância para ele e ele foi pioneiro no programa de História da Igreja na Wheaton
School. Ele foi nomeado "Professor do Ano" Wheaton em 1961 e se aposentou das
responsabilidades de ensino em tempo integral no Wheaton College em 1977.
Nascido em Manitoba, Canadá, em 1910, com três irmãos, ele deixou aos
dezesseis anos para frequentar o Western Bible College, em Winnipeg, onde lecionou
mais tarde, de 1931 a 1935. Ele continuou sua educação nos Estados Unidos,
recebendo seu diploma de AB da Universidade de Omaha e um Th.B. do Seminário
Teológico Presbiteriano, ao mesmo tempo em 1938. Casou-se com Helen Purdy em
1939 (Jo-An Jordan, década de 1960) e recebeu o mestrado e doutorado. graus da
Universi-dade de Nebraska em 1939 e 1942. Tanto a sua tese e dissertação tratou do
efeito do colonialismo britânico em missões na África. Ele também estudou na
Universi-dade de Wisconsin e lecionou por um ano no Seminário Presbiteriano em
Omaha antes de vir para o Wheaton College. Ele era um ministro ordenado da United
Presbyterian Church, EUA e era um membro ativo da College Church em Wheaton,
Ele tem várias publicações: Blue Print for Christian Higher Education (1953);
Cristianismo através dos séculos (1954); Santos e Sociedade (1960); O cristianismo
nos Estados Unidos (1960); Na Presença do Rei (1972) (biografia oficial do quarto
presidente da Wheaton College, V. Raymond Edman); O cristão na sociedade (1973);
Dicionário Internacional da Igreja Cristã (1974, American Consulting Editor) , God and
Man in Time (1979); Uma Linha Infinita de Esplendor (1986), bem como capítulos em
outros livros e numerosos artigos na Moody Monthly ,Cristianismo Hoje e Ação
Evangélica Unida. Cairns morreu em 28 de maio de 2008 aos 98 anos.
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importante para o pensamento renascentista que defende que havia um lugar para
Deus naquele mundo, mas o homem agora exigia também o seu espaço de liberdade,
para aprender, crescer, enriquecer, descobrir novas verdades.
A ênfase renascentista no indivíduo foi um fator preponderante no
desenvolvimento do ensino protestante de que a salvação era uma questão pessoal
a ser resolvida pelo indivíduo em intima relação com seu Deus, sem a interferência de
um sacerdote como mediador humano.
O saber renascentista assentava numa mentalidade racionalista, ou seja, só se
considerava válido o conhecimento que, comprovado pela observação e pela
experiência humana, pudesse ser explicado de forma racional e inteligível.
E por base no espirito crítico do renascimento – atitude de procurar o
conhecimento através da experiencia e da razão sem aceitar as verdades como sendo
absolutas. Os reformadores fizeram uso da análise crítica para protestar contra o
modo hierarquizado eclesial, os sacramentos, a interpretação bíblica e pôr fim a
importância do estudo da Bíblia nas fontes originais para o crescimento da fé cristã.
No começo do século XVI, a Igreja passava por um período delicado. A venda
de cargos eclesiásticos e de indulgências e o enfraquecimento das influências papais
pelo prestígio crescente dos soberanos europeus, que muitas vezes influenciavam
diretamente nas decisões da Igreja, proporcionaram um ambiente oportuno a um
movimento reformista.
Descreve o professor Cairns, que paradigmas absolutos sofreram alterações
gerando mudanças religiosas no ambiente medieval. A isonomia religiosa passou a
dar lugar a heterogeneidade religiosa.
A túnica inconsútil da Igreja Católica Romana, internacional e universal, estava
rasgada de novo, como acontecera em 1054, pelos cismas que resultaram na
formação de igrejas protestantes nacionais. Estas igrejas, especialmente a anglicana
e a luterana, estavam em geral sob o controle dos governos das nações-estados. Só
depois de 1648 é que as denominações e a liberdade religiosa surgiram.
Conforme Cairns, foi a leitura da Bíblia que promoveu a Reforma da igreja no
século XVI. Lutero era professor de Bíblia e descobriu nela o quanto a igreja se havia
afastado do evangelho. Com a Bíblia na mão e na cabeça! Enfrentou o papa e o
imperador, exigindo correção de curso em igreja e Estado.
A autoridade da Igreja Romana foi substituída pela autoridade da Bíblia, de
leitura livre a qualquer um. O crente, individualmente, seria agora o seu próprio
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sacerdote e o mentor de sua própria vida religiosa em comunhão com Deus, depois
de aceitar seu Filho como seu Salvador, pela fé somente.
Segundo Cairns, grandes alterações surgiram no período da Reforma em
diversas áreas do saber humano. Vários modelos fixos ostentados na civilização
medieval foram radicalmente substituídos por novos modelos criativos da sociedade
moderna. As mudanças ocorridas na Europa, como o desenvolvimento do comércio e
das cidades e a expansão marítima, foram acompanhadas por um intenso movimento
cultural. Essas transformações faziam os europeus acreditarem que viviam em um
novo tempo, muito diferente daquele que imperou durante toda a Idade Média.
Ainda o autor deixa claro que Lutero quando prega as 95 teses na porta da
igreja em Wittenberg muitas transformações aconteceram no solo nacional e
internacional. Assim parece que Lutero estava muito bem compreendendo seu tempo
e as possíveis mudanças necessárias para seu povo também.
Ter um olhar de temor à Deus diante das mudanças, crises, alterações e todo
tipo de problemas se faz importante para discernir o tempo e as estações em que o
próprio Deus intervém na história humana para trazer esperança, graça e um novo
rumo aos homens sem esperança.
De fato, Deus estava se movendo na humanidade, em torno de algo poderoso
que estava por vir! Então, como o acordar de um sono milenar, veio o sentimento
nacionalista entre os países da Europa, como Alemanha, Inglaterra, França, dentre
outros. Vieram, também, o renascimento, fazendo com que houvesse a redescoberta
de línguas como o grego e o acesso aos estudos em universidades; por fim, houve a
invenção da imprensa com tipos móveis de Johannes Gutenberg em cerca de 1430
d.C. Estes três fatores contribuíram também para a Reforma Protestante, em que um
monge agostiniano, chamado Martinho Lutero, cansado de uma vida vazia, descobriu,
através das Escrituras, que o justo viverá pela fé.
O professor Cairns, descreve que a compreensão do termo Reforma de modo
tendencioso fica sob a interpretação pessoal do historiador. Seja o historiador católico,
protestante ou secular. Assim causando uma perspectiva personalizada.
O historiador católico, católico romano entende-a apenas como uma revolta de
protestantes contra a igreja universal. O historiador protestante considera-a como uma
reforma que fez a vida religiosa voltar aos padrões do novo Testamento. O historiador
secular interpreta-a como um movimento revolucionário.
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4. A REFORMA NA SUÍÇA
A esta altura, Melchior Hoffman, que viera a Strasbourg a fim de esperar a vinda
do milênio em 1533, foi substituído como líder dos anabatistas quiliasta de Strasbourg
por Jan Matthyszoon, magro e de barba negras. Matthyszoon proclamou-se Enoque
e enviou emissários a Munster em 1534. Depois, decidiu que seria Munster não
Strasbourg a Nova Jerusalém, mudando-se para lá com sua esposa Divara, uma ex-
freira. A poligamia foi instituída, para compensar o número superior de mulheres
solteiras e para imitar alguns patriarcas do Velho Testamento.
O bispo da região, ajudado por uma grande tropa e pela traição de muitos
anabatistas, retornou à cidade, executando os seus líderes. O repudio às ideias de
Lutero e Zwinglio, além do fanático incidente de Munster, determinou a condenação e
a perseguição ao movimento, tanto por parte dos protestantes como dos católicos.
A destruição do movimento anabatista pelos quilliastas de Munster foi evitada
pela saída liderança de Meno Simons em 1496-1561 na Holanda.
É difícil sistematizar as crenças anabatistas, porque houve muitos grupos
anabatistas diferentes em suas doutrinas, como resultado natural da convicção de
direito do crente interpretar a Bíblia como autoridade literal e final. Assim mesmo, há
algumas doutrinas em que todos os anabatistas e os menonitas estavam de acordo.
Os anabatistas exerceram atração especial sobre os artesãos e camponeses,
não alcançados pelos outros reformadores. Este fato, relacionado à tendência natural
a interpretação literal da Bíblia pelas pessoas iletradas, levou-os a excessos místicos
ou quilliásticos. Os duros tempos do século XVI fizeram com que muitos pobres
aceitassem a consolação que encontravam nas ideias dos anabatistas, que não foram
os bolcheviques da Reforma nem integravam todos a esquerda dos visionários
fanáticos. Eram apenas humildes crentes na bíblia, alguns dos quais enganados por
líderes ignorantes, que interpretavam a Bíblia literalmente para proveito próprio.
Os socinianos racionalista, foram outro grupo radical da Reforma. Suas ideias
se desenvolveram na Itália, por Lelio Sozzini foi atraído ao anti-trinitarianismo.
Desenvolveu-se rápido na Polônia. Os adeptos do anti-trinitarianismo acreditavam que
Cristo deveria ser adorado como um homem que obteve a divindade por sua vida
superior. Sua morte foi só um grande exemplo de obediência que Deus desejava de
seus seguidores. O pecado original, a deidade de Cristo, a trindade e a predestinação
foram negadas. A moderna igreja Unitariana é um descendente direto dos socianos
da Polônia, que foram chamados unitarianos pela primeira vem em 1600.
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urbana na Escócia, uniram-se a João Knox contra a coroa para fazer a reforma. Na
Inglaterra a reforma veio de cima por decreto real. Uma causa positiva foram as ideias
luteranas de Patrick Hamilton, que estudara em Margurg e Witterberg. A ênfase de
Hamilton na justificação pela fé s sua afirmativa de que o papa era o anticristo iraram
tanto as autoridades que ele foi queimado em 1528.
O homem que estabeleceria a Reforma na Escócia preparava-se para a tarefa.
João Knox 1513-1572, era um homem corajoso, ríspido até, às vezes, que
ninguém temia, exceto Deus.
Alguns nobres escoceses, aborrecidos com a influência francesa na Escócia e
a idolatria da congregação de Satã – a denominação que dava a Igreja de Roma.
Quando Maria Stuart e seu marido se fizeram reis da França e os soldados
franceses chegaram à Escócia, o povo pediu ajuda a Elizabeth, a nova rainha da
Inglaterra. Elizabeth, hábil diplomata, hesitou em cooperar com um povo em revolta
contra sua soberana. Ademais, ela detestava Knox por ter ele publicado, em 1558,
uma obra contra a regente escocesa e Maria Tudor, intitulada “primeiro Clarim contra
o Mostrouso Governo de Mulheres”, em que ele dizia ser contra a natureza, Deus, e
sua palavra, uma mulher governar, pois isto era a subversão da boa ordem, de toda
justiça e equidade”.
O parlamento se reuniu em 1560 e, orientado por Knox, começou a obra de
Reforma: pôs fim ao domínio do papa sobre a Igreja Escocesa, declarou ilegal a missa
e revogou todos os decretos contra os hereges e aceitou a confissão de fé os Seis
Johns, cinco outros homens de prenomes de Johns elaboraram em menos de uma
semana.
Quando os irlandeses se revoltaram contra a Inglaterra durante a reforma, o
parlamento em 1557, considerou por lei as terras dos rebeldes derrotados, destinados
dois terços delas para os colonos ingleses. Isto inaugurou a política de colonização
cuja consequência é a Irlanda dividida até hoje.
Ao ascender ao trono inglês, James I resolveu recolonizar a Irlanda do Norte
com protestantes, que em sua maioria eram presbiterianos escoceses e acabaram
formando o grosso da população nos condados do norte. A Irlanda do Sul não aceitou
a reforma e permaneceu fiel ao papa.
O luteranismo não conseguiu a adesão dos holandeses, embora, junto com o
humanismo, tenha contribuído para a revolta religiosa na Holanda.
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Segundo Earle E. Cairns a Reforma protestante pode ser entendida por quatro
tipos de fé: o luteranismo, o anabatista, o reformado e o anglicano.
As causas da reforma na Inglaterra têm como princípio os lolardos, organizados
para propagar os ensinos de João Wiycliffe, jamais foram aniquilados. Ao contrário,
seus ensinos tinham circulado nos lares das pessoas mais humildes da Inglaterra
através de um movimento secreto durante o século XV. A ênfase que davam à
autoridade da Bíblia e à necessidade de uma comunhão pessoal com Cristo.
O fator intelectual não pode ser descartado. Os humanistas Bíblicos ou os
reformados de Oxford, da universidade de Oxford.
William Tyndale 1494-1536 e Miles Coverdale, que tinham dado a Bíblia ao
povo inglês, também queria reformar a Igreja.
Os escritos de Lutero também circulavam amplamente na Inglaterra. Os sábios
de Oxford e Cambridge leram sua obra “Cativeiro Babilônico”, como sua crítica aos
abusos da Igreja Romana, mas em 1521, Henrique VIII condenou-o num livro
grosseiro intitulado “Defesa dos Sete Sacramentos”. O papa, agradecido, deu-lhe o
título, usado pelos monarcas protestantes da Inglaterra até hoje, de ‘Defensor da Fé”.
A queima publica dos livros de Lutero não impediu a propagação de suas
ideias, graças às quais homens como Tyndale e Thomas Cranmer aproximaram-se
das posições protestantes.
A causa direta que provocou a Reforma Anglicana foi a via sentimental de
Henrique VIII, desejoso de ter um filho homem. Pareceu-lhe que ele e Catarina jamais
poderiam tê-lo. Para divorciar dela e casar-se com Ana Bolena, com quem tinha um
romance, ele teria que controlar a igreja Romana na Inglaterra. Os atos de Henrique
constituíram-se na causa direta e pessoal do início da Reforma.
Eduardo VI tinha só nove anos quando ascendeu ao trono, o Duque de
Somerset, irmão de sua mãe, foi indicado regente. Somerset se simpatizava pelo
protestantismo e aceitava a liberdade religiosa. Ele persuadiu o jovem rei a introduzir
mudanças que tornariam a reforma na Inglaterra religiosa e teológica, política e
eclesiástica, ao mesmo tempo.
Maria Tudor reinou de 1553 a 1558, era filha de enrique VIII com Catarina de
Aragão. Seu reinado coincidiu com o desenvolvimento da Contra-Reforma na igreja
romana no continente e pode ser entendido como a Contra-Reforma inglesa. O
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
Cairns Earle E. O cristianismo através dos séculos: Uma história da Igreja cristã.
São Paulo: Vida Nova - 1995