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Visão Geral
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Visão Geral
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INTRODUO
No h como negar a influncia da reforma em nosso sculo. Qualquer livro de
histria que aborde o tema: idade mdia, tem obrigatoriamente a necessidade
de discorrer sobre um dos principais marcos dessa poca que veio a ser
conhecido como A Reforma Protestante, liderada pelo monge agostiniano
Martinho Lutero. Todavia, apesar de to velho (quase 500 anos) ainda um
tema vivo em debate hoje em dia.
Mas o que venha a ser A Reforma Protestante ? Por que comeou ? Quais
foram as suas principais causas ? Quem foram seus lderes ? No pretendendo
ser prolixos ao analisarmos este assunto, mesmo porque, existem livros
abalizados para tratar de forma exaustiva desse tema, desejamos dar apenas
uma sinopse do mesmo.
UMA POCA PARA REFORMAS
Antes de adentrarmos ao tema proposto, vamos acentuar as razes que
levaram causa.
Os historigrafos mostram que ao fim da idade mdia os fundamentos do velho
mundo estavam ruindo. Houve vrias transformaes nessa poca, mesmo
antes, cuja importncia no podem ser alienadas do pano de fundo histrico da
reforma. As mudanas foram cada vez mais acentuadas com as descobertas
de novos mundos por Colombo e Cabral . A idia de um estado universal foi
cedendo lugar ao conceito de nao-estado. Com a formao das cidades, a
economia comercial tomou lugar da feudal. Isso teve conseqncias sociais,
pois o estilo de vida das pessoas comeou a ascender formando uma classe
mdia forte - a burguesia. Tambm no campo da cultura e da arte com o
surgimento do Renascimento as transformaes intelectuais fizeram com que o
protestantismo encontrasse apoio para seu desenvolvimento. Urge rememorar
que todas essas mudanas afetavam direta ou indiretamente a Igreja Catlica
Romana. Mas nenhuma delas talvez, se fez sentir mais, do que as que
ocorreram no campo religioso.
ANTECEDENTES DA REFORMA
claro que de acordo com os pressupostos histricos que o historiador vier
aplicar na interpretao da reforma, ir determinar a sua causa. Assim, temos
vrias correntes e escolas pelas quais os historiadores faro sua anlise crtica
da reforma de maneira puramente racionalista secular, tais como aquelas que
s vem as causas da reforma nos fatores poltico-sociais, outros no fator da
economia e outros ainda vem a reforma puramente como produto do
intelectualismo. Entretanto, uma cosmoviso puramente racionalista tende a
distorcer a definio e dar razes incompletas e deficientes verdadeira
origem da reforma. Ora, se analisarmos o assunto somente sob a tica
religiosa, ignorando a corroborao de todos esses fatores seculares e o
impacto que tiveram sobre o movimento reformista to errado quanto analisar
a reforma sem levar em conta a sua principal causa, qual seja, a religiosa. Na
verdade, a reforma protestante nada mais do que o cumprimento de um
clamor por mudana religiosa, ainda que de maneira espordica atravs dos
anos anteriores prpria origem da reforma. Vejamos ento:
Nas ltimas dcadas da Idade Mdia, a igreja ocidental viveu um perodo de
decadncia que favoreceu o desenvolvimento do grande cisma do Ocidente,
registrado entre 1378 e 1417, e que teve entre suas principais causas a
transferncia da sede papal para a cidade francesa de Avignon e a eleio
simultnea de dois e at de trs pontfices. O surgimento do "conciliarismo" doutrina decorrente do cisma, que subordinava a autoridade do papa
comunidade dos fiis representada pelo conclio - bem como o nepotismo e a
imoralidade de alguns pontfices demonstraram a necessidade de uma reforma
radical no seio da igreja. Por outro lado, j haviam surgido no interior da igreja
movimentos reformistas que pregavam uma vida crist mais consentnea com
o Evangelho. No sculo XIII surgiram as ordens mendicantes, com a figura de
so Francisco de Assis. Outros movimentos reformistas surgiram em aberta
oposio hierarquia eclesistica. No sculo XII os valdenses, conhecidos
como "os pobres de Lyon" ou "os pobres de Cristo", questionaram a autoridade
eclesistica, o purgatrio e as indulgncias. Os ctaros ou albigenses
defenderam nos sculos XII e XIII um ascetismo exacerbado, considerando a si
mesmos os nicos puros e perfeitos. Os Petrobrussianos rejeitavam a missa e
defendiam o casamento dos padres. No sculo XIV, na Inglaterra, John Wycliffe
defendeu idias que seriam reconhecidas pelo movimento protestante, como a
posse do mundo por Deus, a secularizao dos bens eclesisticos, o
fortalecimento do poder temporal do rei como vigrio de Cristo e a negao da
presena corprea de Cristo na eucaristia. As idias de Wycliffe exerceram
influncia sobre o reformador tcheco Joo Huss e seus seguidores no territrio
da Bomia, os hussitas e os taboritas, nos sculos XIV e XV. Entre essas vozes
protestantes estava tambm a do monge dominicano Girolamo Savanarola o
qual, a mando do papa, foi preso, torturado e enforcado.
Em posio intermediria entre a fidelidade e a crtica igreja romana situou-se
Erasmo de Rotterdam. Seu profundo humanismo, conciliatrio e radicalmente
oposto violncia, embora no isento de ambigidade, levou-o a dar passos
importantes em direo Reforma, como a traduo latina do Novo
Testamento, afastando-se da verso oficial da Vulgata; ou a stira contra o
papa Jlio II, de 1513.
O ESTOPIM PARA A REFORMA
A fasca veio em 1517, ocasio em que a campanha das indulgncias para a
baslica de So Pedro em Roma estava a todo vapor. Tetzel um padre
dominicano, pregava sobre as indulgncias com grande exibicionismo: diz que
cada vez que cai a moeda na bolsa do frade, uma alma sai do purgatrio.
Diante disso, Lutero resolveu protestar fixando suas 95 teses condenando o
uso das indulgncias. A resposta do papa Leo X, veio na bula Exsurge
Domine ameaando Lutero de excomunho. Mas j era tarde demais pois as
teses de Lutero j haviam sido distribudas por toda a Alemanha. Lutero ento
foi chamado a comparecer a dieta de Worms para se retratar. Porm
respondeu ele que no poderia se retratar de nada do que disse. Foi na dieta
de Spira em 1529 que os cristos reformistas foram apelidados pela primeira