School Work > Study Guides, Notes, & Quizzes">
Testes e Exames Psicológicos - Resumão
Testes e Exames Psicológicos - Resumão
Testes e Exames Psicológicos - Resumão
- Educacionais:
• classificação das crianças, com relação à sua capacidade de aproveitar os diferentes tipos de instrução
escolar;
• identificação, de um lado, dos intelectualmente retardados e, de outro, dos bem dotados;
• diagnóstico dos fracassos acadêmicos
• aconselhamento vocacional e educacional
• seleção de candidatos para escolas profissionais e especiais
- Processos de adoção:
• Avaliação de crianças a serem adotadas e de pessoas que pretendem adotar
- Pesquisa:
• estudo sobre a natureza e distinção das diferenças individuais;
• identificação de traços psicológicos;
• mensuração de diferenças entre grupos;
• investigação de fatores biológicos e culturais ligados às diferenças no comportamento.
- De maneira mais específica:
• mudanças no indivíduo provocadas pela idade;
• influências da educação;
• resultado da psicoterapia
• impacto da propaganda
• influência da distração na realização
Um dos primeiros problemas a estimular o desenvolvimento dos testes psicológicos foi a identificação dos
retardados mentais. Até hoje, a verificação da deficiência intelectual continua a ser uma aplicação
importante de certos tipos de testes psicológicos. De outro lado, um forte impulso para o desenvolvimento
inicial dos testes foi apresentado pelos problemas surgidos na educação.
Antes do século IXI, as pessoas que apresentavam deficiências intelectuais eram tratadas com desprezo,
expostas ao ridículo e até mesmo à tortura. Com o crescente interesse pelo tratamento adequado dos
desajustados mentais surgiu a compreensão da necessidade de algum critério uniforme para
identificação e classificação desses casos.
O estabelecimento de instituições especiais para o tratamento dos “débeis mentais” tanto na Europa
quanto nos Estados Unidos tornou especialmente urgente a necessidade de criação de padrões para a
admissão de um sistema objetivo de classificação.
Primeiramente, era necessário distinguir o doente mental do débil mental, trabalho realizado pelo
psiquiatra francês Esquirol (1938).
Seguin, outro médico francês rejeitando a noção dominante de incurabilidade da deficiência mental,
estabeleceu a primeira escola destinada à educação de crianças mentalmente deficientes (1837), usando
técnicas de treinamento dos sentidos e dos músculos.
ABORDAGEM PSICOMÉTRICA
- 1908 – Segunda Escala, agrupada em níveis de idade, em que se retiraram alguns itens insatisfatórios e
adicionaram-se outros.
- Foram colocados no nível de 03 anos, por exemplo, todos os itens a que as crianças de 03 anos eram
capazes de responder; no nível de 04 anos, todos os testes respondidos por crianças normais de 04 anos
e assim por diante até a idade de 13 anos.
- O resultado da criança no teste podia ser apresentado como Idade Mental (= idade de crianças normais
cuja realização ela atingia).
-1911 – Terceira revisão, com poucas revisões e acréscimos. Ano da morte prematura de Binet por
“congestão cerebral”.
- 1916 – EUA, adaptação Escala Stanford-Binet. Uso pela primeira vez do conceito de QI (quociente de
Inteligência), como uma relação entre idade mental e idade cronológica.
- A última revisão desse teste ainda é empregada.
• Inteligência – Abordagem Psicométrica
- Surgiram, portanto algumas teorias, dentro da ABORDAGEM PSICOMÉTRICA que tentavam explicar o
fenômeno:
- A Abordagem Psicométrica partiu dos testes mentais para examinar as funções intelectuais e tentar
descobrir a natureza última da inteligência.
- Chegou a várias teorias que não resolveram o problema inicial: saber se a inteligência é uma capacidade
mental geral, ou várias capacidades específicas independentes.
- Por outro lado, permitiu muitos conhecimentos sobre as diferenças individuais e sobre as estruturas das
capacidades.
- Inteligência como o resultado de um teste ou “aquilo que o teste mede”. Entretanto, aquilo que os
testes medem parece ser mais um complexo funcional (uma soma de funções), que uma identidade
definida, cuja natureza e estrutura são conhecidas e universalmente aceitas. Ou seja, com os testes,
acabamos chegando ao conhecimento daquilo que é possível executar por meio da inteligência, mas não
à definição estrutural e seu modo de funcionamento. Acabamos nos limitando a concluir que aquilo que se
considera conduta inteligente (que aparece na execução das tarefas propostas) seria o resultado da
atuação da inteligência.
- Durante muitos anos, esperou-se que o aperfeiçoamento dos instrumentos de medida pudesse levar
mais perto da formulação de uma tese a respeito da natureza da inteligência, o que, entretanto, não
ocorreu. Temos algumas hipóteses, nem sempre concordantes, como vimos em cada um dos autores da
Abordagem Psicométrica.
- É importante lembrar que na Abordagem Psicométrica não há uma preocupação explícita com o
processo de desenvolvimento das habilidades intelectuais, embora haja uma noção de desenvolvimento
implícita segundo a qual o desenvolvimento se dá a partir da realização de funções predeterminadas. →
Desde o nascimento o indivíduo traria certo número de habilidades em potencial que iriam se atualizando.
- A criança nasceria com um nível predeterminado de inteligência que poderia, em princípio, ser medido
por testes, sendo que o resultado (QI) dificilmente se modificaria da infância até a idade adulta.
- Decorrência prática dessa maneira de pensar: busca por instrumentos cada vez mais aperfeiçoados.
- Em resumo: a Psicometria contribuiu mais para o estudo das diferenças individuais e sua medição
que para a compreensão da gênese do comportamento cognitivo.
ABORDAGEM PSICOGENÉTICA - Piaget e Psicanálise
- Piaget (1896- 1980) e seus colaboradores: quem mais se aprofundou na discussão sobre a estrutura e o
desenvolvimento das operações da inteligência.
- Piaget trabalhou com Binet (francês que desenvolveu escalas de inteligência) no desenvolvimento de
testes de inteligência. Entretanto, pela formação como biólogo, interessou-se mais pela evolução e
organização formal dos processos cognitivos (aqueles referentes à aquisição de conhecimento).
- Inteligência como extensão de certas características biológicas.
- Funcionamento intelectual como uma forma especial de atividade biológica, cujas características
fundamentais são: organização (esquemas), adaptação, assimilação e acomodação.
► O organismo atua sobre o meio, ao mesmo tempo em que o meio atua sobre o organismo, que
busca se adaptar, buscando o equilíbrio.
- Assimilação: ação do organismo sobre o meio. O bebê, ao investigar seu ambiente imediato, pega,
chupa, explora, sacode, absorve, ou seja, assimila.
- Assimilação Mental: incorporação de um novo objeto ou idéia a uma idéia ou esquema* já possuído
pela criança.
- Acomodação: O ambiente, tanto composto por coisas inertes, quanto por pessoas vivas resiste, move-
se, fere, foge, dá prêmios, castiga, o que obriga a criança a acomodar-se.
- É a tendência para se ajustar a um novo objeto e alterar os esquemas de ação a fim de se adaptar a
tal objeto, sem perder sua continuidade, nem seus poderes anteriores de assimilação.
- Assimilação e Acomodação são funções complementares e representam, durante toda a vida, os dois
aspectos imutáveis da inteligência.
- Cada vez que a criança se acomoda a um novo problema ou acontecimento, mais seu crescimento
intelectual se aproxima da maturidade, uma vez que modificou suas idéias a respeito do mundo, tendo
gerado um novo esquema adaptativo.
- Organização: para Piaget, uma ação adaptativa sempre pressupõe uma organização subjacente, ou
seja, de base.
- O comportamento adaptativo não vai se originar de uma fonte caótica e completamente indiferenciada.
- A cognição é organizada (assim como a digestão!)
- Todo ato inteligente pressupõe algum tipo de estrutura intelectual, algum tipo de organização dentro da
qual ocorre.
- Organizações = totalidades, sistemas de relações entre elementos.
- Uma ação inteligente, seja ela um movimento rudimentar do bebê, ou um julgamento complexo e
abstrato de um adulto, tem sempre relação com um sistema ou totalidade de ações do qual faz parte.
- Duas faces da mesma moeda: De um lado, a adaptação pressupõe uma coerência subjacente, ou seja,
uma organização e, de outro, as organizações são criadas através de adaptações.
- Adaptação ↔ Funcionamento
- Organização ↔ Aspecto Estrutural
- Sistema:
Pressupõe
- Instâncias psíquicas
- ID: camada mais antiga do aparelho psíquico que compreenderia as representações psíquicas dos
impulsos herdados ou inatos, assim como conteúdos adquiridos e reprimidos. Funciona regido pelo
processo primário, cujas características básicas são: tendência à gratificação imediata dos impulsos
segundo o princípio do prazer e uma indiscriminação qualitativa que permite ao desejo o deslocamento
de uma representação para outra, a condensação de várias representações em uma só e a combinação
de desejos contraditórios. Isso leva a um tipo de pensamento sem conjunções negativas, condicionais ou
outras, aparecendo expressões antagônicas uma no lugar da outra e coexistindo pacificamente idéias
mutuamente contraditórias.
- EGO: seria uma diferenciação do id. As funções que contribuem para sua formação são a apreensão do
mundo externo (percepção), o domínio da motricidade e a capacidade de controlar o excesso de tensão. A
aquisição da fala, a compreensão de que certos ruídos são utilizados como símbolos das coisas, a
capacidade gradual de uso racional da fala e a compreensão são muito importantes para a formação do
ego, sendo que o encadear das palavrase das idéias torna possível o pensamento propriamente dito. A
estrutura do ego maduro é dominada pelo princípio da realidade, isto é, por um pensamento objetivo,
socializado, racional e verbal obedecendo às leis habituais de sintaxe e lógica, regido pelo processo
secundário.
- SUPEREGO: modificação do ego, por interiorização de forças repressoras que atuaram sobre o indivíduo
ao longo do seu desenvolvimento. Sua atividade se manifesta pela consciência moral, atitudes de
autocrítica e de proibição. É formado a partir da identificação da criança com os pais idealizados e
posteriormente com a lei, da qual se torna depositário.
- Dos três sistemas psíquicos inter-relacionados, o ego parece ser o mais complexo: serve como
intermediário entre o id e o superego, integra os recursos da personalidade total lidando com as realidades
interna e externa, harmonizando-as com a dor e a angústia resultantes dos conflitos entre elas.
A Abordagem Psicométrica, como vimos, chegou à suposição de que os testes mediriam um nível de
inteligência que dificilmente se modificaria da infância até a idade adulta. Assim, a avaliação da
inteligência por meio dos testes permitiria uma classificação das crianças e uma predição quanto às suas
possibilidades de produção intelectual.
Assim, para a prática educacional, parece mais importante dar atenção à interação social e à eficiência
dos métodos de ensino do que à classificação das crianças a partir da aplicação de testes de inteligência,
prática ainda bastante difundida.
• Conclusões
O estudo do comportamento inteligente, ou outro, deve ser feito em função da personalidade e do contexto
social do qual o indivíduo é integrante, sendo visto como um processo, isto é, de maneira dinâmica.
A partir de uma visão integrada do ser humano, podemos destacar manifestações que consideramos
inteligentes, sem todavia que nos esqueçamos que há componentes não-intelectuais na inteligência.
Assim, quando enfocamos a produção intelectual, não podemos nos esquecer da influência dos afetos e
do ambiente sobre a pessoa.
Quando se realiza um teste, como parte de um processo psicodiagnóstico com uma criança que apresenta
problemas de aprendizagem, por exemplo, deve-se considerar que, mesmo os melhores testes de
inteligência, fornecem dados, na melhor das hipóteses, sobre o que a criança sabe ou não, ou pode
manifestar naquele momento e que esses dados são em relação àquilo que o teste mede.
- Pieron (1969):
“... uma prova definida implicando na realização de um trabalho idêntico para todas as pessoas
examinadas, como uma técnica precisa para a apreciação do sucesso e do erro, ou para a anotação
numérica dos escritos”
- Kleinmuntz (1974)
“... um instrumento padronizado ou um procedimento sistemático que se destina a obter uma medida
objetiva de uma amostra de comportamento.”
- Van Kolck (1974)
“... um teste psicológico é um procedimento que busca medir o fenômeno psicológico e, portanto, procura
atender às exigências do método experimental.”
- Korchin (1975):
“... uma situação estandardizada na qual o comportamento de uma pessoa é mostrado, observado e
descrito”.
- Anastasi (1977):
- Essas definições não se aplicam aos testes projetivos, mas aos testes de aptidão, sensório-motores e
aos de nível intelectual.
- Em geral, o resultado destes testes é dado em valores numéricos, indicando a posição individual de um
sujeito em relação aos outros, num contínuo quantitativo (QI e Percentil).
- A definição de teste psicológico implica, portanto, alguns pontos, indispensáveis para que possam ser
considerados instrumentos confiáveis:
• Situação experimental padronizada ou situação onde ocorre a aplicação; material do teste; objetividade e
clareza nas instruções, de modo que o teste possa ser reproduzido igualmente para todos os sujeitos.
• Registro preciso e objetivo das respostas dos sujeitos, que de acordo com a prova podem ser verbais,
gráficas ou execução de uma tarefa manual;
• Normas estandardizadas para avaliação e classificação das respostas do sujeito em relação a um grupo
de referência (amostra).
• Critérios estatísticos usados para julgar se um teste atende aos requisitos necessários
- Aplicação: instruções claras e precisas, seguindo cuidadosamente o que o teste propõe. Somente assim
é possível a comparação entre resultados de testes aplicados por diferentes aplicadores e a avaliação de
um indivíduo com relação às normas. O local de aplicação deve ser escolhido visando à não-interferência
de variáveis como ruídos, má iluminação e interrupções inesperadas. O próprio aplicador funciona como
uma variável que influencia nos resultados.
- Avaliação: estabelecimento de normas.
- Normas: Sem elas, os resultados nos testes não podem ser interpretados. Os testes psicológicos não
têm padrões predeterminados de aprovação ou reprovação. O resultado do indivíduo pode ser avaliado
apenas através da comparação com os resultados obtidos por outros. Como o nome indica, uma norma é
a realização normal ou média. Assim, se crianças normais de 8 anos de idade resolvem corretamente 12
de 50 problemas de um determinado teste de raciocínio aritmético, a norma de 8 anos, para este teste,
corresponde a um resultado 12. Este é conhecido como o resultado bruto do teste. Pode ser expresso por
meio de qualquer medida objetiva (tempo, número de erros, de acertos). Esse resultado bruto só tem
sentido quando avaliado através de um conjunto adequado de normas. Através das normas estabelecidas
que será possível avaliar a realização média de um sujeito e os diferentes graus de superioridade e
inferioridade em relação a esta média.
- Para determinar a posição exata do sujeito em relação à amostra de padronização, seu resultado bruto é
transformado em outras medidas:
1. Resultado de idade: o conceito de Idade Mental foi introduzido nas escalas Binet-Simon, em 1908.
- Nessas escalas, os itens são agrupados em níveis de idade.
- A Idade Mental da criança corresponderá ao nível mais alto de idade que ela completar adequadamente.
► QI (Quociente de Inteligência)
- QI = Idade mental/Idade Cronológica x 100 [IM/IC x 100], estando esses valores em meses.
- Exemplo, se uma criança tiver 08 anos e 03 meses de Idade Mental e 09 anos e 01 mês de Idade
Cronológica, seu QI será de [(08x12)+03 / (09x12)+01] x100 = 99/109 x 100 = 90,8.
- Quando se considera o valor numérico de um QI, deve-se sempre especificar o teste do qual foi derivado.
Diferentes testes de inteligência que dêem resultados em QI, na realidade diferem no conteúdo e em
outros aspectos, que podem influenciar a interpretação dos resultados.
- O QI é uma expressão do nível de habilidade de um indivíduo, num determinado momento, com relação
às suas normas de idade.
- Nenhum teste de inteligência pode indicar as razões para o seu desempenho.
- Há ainda o QI de desvio que será explicitado mais à frente, por ser uma medida de desvio (Resultados-
padrão).
3. Resultados-padrão: indicam a que distância o resultado obtido pelo sujeito está da média, em termos
do desvio-padrão, permitindo, assim, uma comparação mais acurada entre diferentes sujeitos.
- O QI de desvio é um resultado padrão com média 100 e desvio-padrão de aproximadamente 16. (No
WISC-III, por exemplo, é usada média 100 e DP 15).
• Precisão: é o que faz com que uma prova reaplicada em um mesmo indivíduo dê resultados
significativamente semelhantes. Indica, portanto, se as diferenças individuais nos resultados dos testes
ocorreram ao acaso ou são consequência de diferenças reais.
Correlação Indicativo
0 Falta de correlação, o que poderia ocorrer ao acaso.
+1 Correspondência total entre os resultados.
-1 Inversão total dos resultados entre dois conjuntos, ou seja, o melhor sujeito em um teste é o
pior em outro.
- A precisão depende ainda de outros fatores, como o estado de saúde do testando, seu cansaço, uso de
medicações, sono e o estado emocional. Quanto mais preciso um teste, no entanto, menos suscetível de
alterações em função desses fatores.
- Para um teste ser considerado preciso, é necessário que seja submetido a várias técnicas que meçam
sua precisão e que se obtenha em cada uma delas um coeficiente de correlação igual ou superior a 0,8.
• Validade: demonstra até que ponto um teste mede aquilo que se propõe a medir. É determinada
verificando-se as relações entre os resultados obtidos no teste e o resultado de observações, feitas por
outros meios, sobre o comportamento que o teste pretende medir.
- Validade de conteúdo (exame cuidadoso do conteúdo do teste para verificar se os aspectos
fundamentais do que ele pretende medir são abrangidos).
- Validade relativa ao critério (indica se um teste é capaz de predizer o comportamento de um sujeito nas
situações que ele mede. Por exemplo, um teste de aptidão escolar poderia ser validado pelas notas que o
sujeito obtém na escola.
- Validade do conceito (é a medida em que um teste mede, efetivamente, um “conceito teórico” ou traço).