Graphic Art, poesia e surrealismo">
Vultur - E. M. Tronconi
Vultur - E. M. Tronconi
Vultur - E. M. Tronconi
1
Vultur
ndice
Apresentao....................................................................3
Princpio\/Precipcio: Corpo de Baile.......................................6
Emanarte............................................................................7
Transfinies........................................................................8
Nu nsia..............................................................................9
Nuances............................................................................10
Densa Idade.....................................................................11
Densidades.......................................................................12
Vultur..................................................................................16
iLimiTe................................................................................17
Vultura (O ponto de rompimento\/retorno)................................23
Rompimentos\/Rompantes (Vestimenta de Nudez).............25
Emanaes.......................................................................27
Primeiro Dis-Curso da Vulturlorgia..................................28
Vulturlorgia: Lgos & Orgia.............................................32
Rotos (Rotas Vultur de Rompimentos)........................................39
em\/cerramento: Futerelorgia..............................................41
Adendo: Relicrio Simbolorgstico...................................47
2
apresentao
3
no-leitores, de masturbadores de clichs, preguiosos sentimentais,
piegas religiosos, nscios estticos, doutrinadores do achismo prprio,
etc., um rol de desaculturados consumidores de fast-food congelado
de um hedonismo to pueril, to rasteiro, representado por selfie-sorrisos
e decotes-circenses, tudo para nossa diverso, que necessrio uma
forma de comunicao direta para chegar ao pblico. Mesmo isso
sendo secundrio nas intenes emanatrias de um artista, faz-se
necessria, pois essa mesma carnia cultural fonte de alimento para o
Vultur.
Assim, resistindo a essa tendncia da (des)comunicao subsistem
ainda alguns indivduos criadores. Postulando desde essa constatao
que o autor vem emanando sua inspirao atravs de recortes de
poesia, haicais, banners de anarquismo ontolgico, tudo sugerindo um
esforo neutro, mas no nulo, de ainda se comunicar, e realizar assim
sua Emanarte nesses tempos pela primeira vez. No pretende ser a
salvao da poesia e da arte, mas simplesmente como modo de
ser, no buscamos sucesso, buscamos resistir, que nossa cabea no
seja submergida no fosso de lama que a cultura atual vem exigindo
como modo de se apresentar ao mundo. (vide Adendo)
4
O grande abismo est a, sobre ele voa o buitre, a guia-negra de
uma poesia insurrecta, no criadora (copiadora), mas emanadora,
fisiologicamente de(i)fecadora de emanarte, no visa encher o abismo,
nem sequer marcar territrio, pois atmosfrico, mas tem a
necessidade de afirmar suas asas no nada que sustm seu voo... sua
arte enfim o corpo-sem-rgo, emanado como um corpo-com-
orgasmo, que ele lana ao mundo como forma de sua presena em
um xtase total: Vulturamente!
e. m. tronconi
Uberlndia/MG.
Primavera de 2017
5
Principio/Precipcio
Corpo de Baile
corpusemrganum
corpo com orgasmos
em suas Dancidades
extra-co-pulaes
flutua Vultur
circular
emanao\/fornicao
obra feita\/fmea
em pblico & pleno voo
transdefine
em nua nsia carne & densa alma
suas dan/den/sidades
fulcra cidade
palco de cpulas de anjos & daimons
at o i/limi/te/a/e/do
Vultur
no seu rompante voo
&man/ar-t&
6
Emanarte
futere em pblico...
7
Transfinies
...Virtu...
Abutre\/Vulture
Cultura\/Vultura
Poeta\/Vultur
Futuro\/Vulturo
Fuder/Futere\/Vultere
Sexar, Vulva, Falo, de fato, ato,
obra de arte
asas de voar... transmigrar...
transfugir,
transvultuar...
...
8
nu nsia
9
nuances
em ancestrais antros antropos
recnditos perdidos em cavernas liminares
cresce a rvore mutante
brotada do hmus...
nu ento se cobriu
pela nsia que te causou
a mentira arcntica que lhe domava
& passou a funambular entre mundos...
10
densa idade
com seu penso
do peso pesado
que o tempo apressa
em deixar cair suave
como toneladas de lixo
para o fundo do hipotlamo\/iceberg
do nada ao nada
poesia & homem & alm
poesia comida
& h gosto pra tudo
sem um compromisso explicito com o belo
apenas por promiscuidade
prefere o dito & o desdito
poesia asa
que carrega uma mensagem
pomba, coruja, quimera, abutre
no podendo confundir
visual com concreto
a poesia como construo
foge & assume
o que no h na natureza
ngulos retos, curvas perfeitas
mas palavras no do em rvores
palavras so alucinaes
12
entre as coisas & o concreto
palavras so delrios dirigidos
delitos exemplares
uns banidos, outros legalizados
entre a coisa & o sentido
implica
a estreita relao
do homem com o mundo
natural
ele tem aqui
sua funo
o homem planta
mquina macia, canal
de gerar sentido
sentido, senti do
sem tido, se tido
ente ido
tido, vindo
findo
a funo do homem
ou mais
esse enrgia que (o) possui: Vultur
ou menos
que (ele) possuiu
afirmar & negar
todas as coisas
13
cada ser
est no centro
tudo
afogado
emergindo
nascendo
morrendo
excitando
falindo
& tudo o que h
entre o nada & o nada
o homem
por entre isso perpassa
todas as verdades & mentiras
possveis
perpassa toda dor & prazer
possveis
toda brincadeira & seriedade
possveis
ento
por que falamos
de possvel?
por que falamos
de tudo?
por que falamos
de nada?
saber, finalmente:
O Humano o Impossvel!
14
o sol astro
as constelaes animais
a mulher deusa
as crias felicidade
os deuses pedaos de si
& toda beleza imitao ruim
& toda dor & crime podiam ser diferentes
mas h de se ter a poesia maior do bem & do mal
porque necessrio espao
para se contrapor ao tempo
& poder voar, se movimentar
o impossvel movimento
o primeiro pensar
que depois de repousar sem tempo & espao
no charco da escurido
da mentira do hmus denso
pensou o homem
& agora vamos alm...
15
Abutre\/Anjo\/Daimon
da il\/imitao
vaso\/falo
de toda ferocidade\/felicidade
vulto de um futuro
que paira sobre ns...
Vultur
16
iLimiTe
Circuito fechado
com trila sonora
msicas para momentos perfeitos!
Perdido
porque as migalhas no cho
foram engolidas pelo tempo
A boca escancarada do fracasso imanente
Quem se perde assim
cumplice do no querer ter chegado!
17
Imanente acaso
potncia de fracasso/sucesso
Eis o limite de uma vida
A vala, o fosso, o dique, o muro... Atmos-fera
Fronteira dos resultados
...
...
19
Nunca imaginei que pudesse ser to fcil!
Vejo as multides
cuja a vida fazer barganhas
Trocam o mau que sofrem
por um pouco de alegria
So gratos a tudo
Dentre homens & mulheres
quem mais ri so as fmeas
porque so os seres que inventaram a felicidade
Amaldioadas... & santas
Encarniadas... & saborosas
Violadas... & sonoras
Sanguinolentas... & frteis
Meu falo beatificado dentro de seus fornos
& esse corpo tosco desejado em suas
carnificinas...
E voo alto
ventos quentes me elevam
mormao de esterco & queimadas
To alto...
...o muro nunca existiu!
Era s neblina do outro lado...
Veja, eis que aqui
o tempo se transforma em espao........ .. .... ... . .....
20
Agora, os segredos que no eram para serem ditos
Alm do limite tudo liberdade........
Venho do futuro
ou de alguma realidade paralela
nem eu sei
Eu sei, eu sei, vim
sou eterno retorno
aquela linha de tempo era caminho
& se no me engano
ainda h danos a se recompensar
Os cem & nico amor que matei
em sonhos para experimentar a grande dor
& prazer sem-fim
Esse o limite
A boca do abutre
O abismo
que cubro com texturas
No h fim
nessa eterna conflagrao!
Afastar o mximo o possvel
do mal & do bem
Pois o verdadeiro humano, que seu alm
21
o limo limite do qual a si prprio deve fazer
No h limites
a prpria palavra mente
ela, assim como o homem
nasceu do
i limit a d o ..........
22
Vultura
O ponto de rompimento\/retorno
sabor do tempo
temperado ao extremo
agridoce
apimentado
...rom...pimenta...
...rom...pimento...
...rompe...mente...
...rompe-me...te...
24
rompimentos\/rompantes
(vestimentas de nudez)
...
o abandono
o incndio
a pelcula
o esquecimento
a prudncia
a insnia
a indolncia
o encontro
a nudez
a luta
o devir
lgrimas
suor
soma
vinho
o rosto
o fado
a mquina
o charme
a velocidade
o abismo
o plat
o serto
a vereda
o caos
a audcia
a aurora
a estrela
a msica
a morsa
os ossos
25
os rgos
o afeto
o corpo
a vibrao
a textura
o hades
o pleroma
tua vulva
meu falo
nosso sumo
foath
kundalini
rizoma
bolero
ritornelo...
o
nada
aberto
no
fim
de
cada
prazer
...re-petio & diferena
no eter-no reto-rno...
26
Emanaes
o poema [ como] um feitio
(sigilo ocasional de inspirao sacra)
com ele o Vultur (poeta/mago) engendra
o que foi, o que & o que ser...
magia marginal [nos] limites do dito
como cego vidente
pressagia o passado
revela o presente
& modifica o futuro
de acordo com sua vontade
& modifica o passado
pressagia o presente
& vela o vulturo
&...
desnudo
muda
se transforma tambm
de masculino [no] feminino
de positivo no negativo
do passivo ao ativo
do carinho na tortura
pelas palavras...
da palavra ao labor da no-paz...
d viso voz...
incendeia os olhos leitor...
27
[Primeiro Dis-curso da Vulturlogia]
28
Assim o Vultur\/Poeta quem define no todo emanado de
sua obra, banquete\/voo\/digesto\/espreita\/... a arte
plena luz do dia; e para a noite ele deixa os restos s
hienas, aos vermes, coruja.
29
Na Emanarte Vulture, a arte atinge sua real equivalncia
com a espiritualidade, para alm das religies, e assim instala
a existncia como terrvel obra suprema de expresso
humana individual, como emanao.
30
rebeldes de liberao, de descondicionamento, voltadas
para si, falando de si, vulturalmente.
e. m. tronconi
=Outubro de 2017 e.v.
31
Vulturlorgia: Lgos & Orgia
Vultur
Daimon Ekstasis
(O Gnio em xtase Perene)
-Introduo:
32
exigimos um glossrio fixo, pretendemos tecer uma composio no
como flores e folhas cadas no cho ou dentro de uma pagina de um
livro grosso, mas como um fruto a ser colhido e ingerido que ir
atravessar a digesto... Para tanto dispomos como uma emanao
uma lista de rotos, ou seja, pontos alcanados pela rota galgada por
um Vultur.
E assim, apontando a rvore com esse fruto a ceifar, vamos dando
sentido ao movimento que queremos.
No sendo possvel um dicionrio de termos Vulturs, pois qualquer
conceito cambiante, porque conceitos, definies, termos so morte,
puras ideias, e por mais que nos doa, a nica funo encontrada para
ideias a de serem copiadas, e sempre de forma mais deteriorada, fica
definido que todo termo usado por um Vultur fisiologicamente vivo e
passvel de transmutao no tempo, pois afinal corremos para o
passado.
Apesar da deteriorao nos interessar, pois a usamos a nosso favor,
tambm nos interessamos pela fixao no ar, assim buscamos no
rompimento com o sentido dos termos, uma forma de elevarmos
nossa vida.
33
* Corpo: O corpo o primeiro real pr-(em)blema a se
conquistar. Para que o corpo foi feito diferente daquilo
que fazemos com o corpo, assim ter n-(a)o do prprio corpo
primordial, arcaico, melhor dizendo, pois o corpo comporta as energias
primordiais com as quais operamos nossa extrapolao e
descondicionamento. O corpo Tudo! O corpo
ontologia/fisi/camente uma Universalidade nica.
Cada corpo uma rplica, e uma raridade, cada corpo um ponto no
tempo-espao, um sim & um no, uma forma & um vazio, cada corpo
uma aposta feita por ningum lanada antes do jogo de
soma-zero da existncia comear, e assim um veiculo, uma
mquina-macia de se penetrar no tempo & com o tempo lutar,
um orga/nismo/smo, uma rvore que caminha, uma planta
sangunea, uma veste de carne, vestimenta de conscincia,
cada corpo uma contra-adio, pleiteado arquetipicamente
por ros & Psiqu.
Esquea tudo que lhe disseram sobre o corpo, e o que voc
pensa a respeito do corpo, comece a pensar nele como uma
totalidade perfeita.
34
Esse Nada o que define todos os outros, e dele falar trabalho de
emanarte, mas deve ser experimentado, seno torna-se
incompreensvel.
Tudo no mundo rumo ao nada, morte, entropia, mas esse nada
maior, experimentado na vivncia sexual o padro que o ser humano
por excelncia descobre e o usa de parmetro para avaliar e
compreender todos os outros nadas.
Sua importncia tal que se contrape complementando o rol de
possibilidades do corpo para com o Sentir, tanto que esse nada no
experimentado com nenhum dos sentidos corporais, mas com um senso
alm de todos, extra-corporal, quando emerge na orgia universal do
corpo no deleite de energia que paira na conscincia das coisas, e ali
re-pousa, em um prazer absoluto, o nunca ter sido, ou estar no-sendo,
no encontro com a origem das coisas.
Esse Nada um saber supremo, A Ex-perincia, e assim sendo a
consecuo maior da jornada de um Vultur.
35
remetendo-se assim ao vultur por excelncia que foi Austin Osman
Spare, cuja obra (acima) reverbera o abutre perscrutando o corpo
feminino em uma escarpada.
36
pobreza, a fome, a ganncia, e como xtase feio, o encontro com
todo tipo de nudez, no s aquela cheia de harmonia mas tambm a
disforme, muito mais comum, o xtase aprende a fluir com todas as
oportunidades, evitando as tiranias do belo.
O Vultur com tal dis-curso aproxima da Vida real em si, a vida que
um calar a boca e usar a garganta, um despir da veste que arredonda
impondo harmonias tolas, vaidades. A vida geme, urra, solta as ancas e
sorri na maioria das vezes dois, que melhor que no sentir nada, que
chorar sozinho.
A vida no se resume ao corpo doente, amedrontado, mas na
possibilidade e realizao de sua emanarte plena.
37
Esses so apenas alguns conceitos arrastados no voo de um Vultur,
todos os conceito so passveis disso, sua orgia futere, uma Futerelorgia
tambm. So assim um esboo de Vulturlorgia, sempre prvia, pois
to imensa como a linguagem na qual habita e a v como cadver
necessitando ser digerida e transfinida para voltar vida, por isso ele faz
emanarte com sua ex-sistncia inteira, total.
A Emanarte do Vultur ao fim essa imensa dana fornicadora, que
vai do despir ao orgasmo, nadas emanadores em todas as situaes
que Vultur tem o despudor de tornar pblico.
O artista como visto at ento sempre fez isso de uma forma ou de
outra com sua arte, porm s o Vultur se compromete In-Consciente-
mente em sua totalidade com isso, descompactuando com a Arte
como coagida na sociedade, e impondo um princpio de Rompimento
total com as correntes da sociedade que quer toda arte submissa ao
tempo e ao pensamento das multides.
38
Rotas Vultur de Rompimentos
39
Corpusemorganum Corpo transfinido de suas funes vitais e voltado
para a Emanarte.
Corpo de Baile O corpo como instrumento de xtase.
Corpo Universalidade nica, ou seja, tudo que existe tem um corpo,
mas cada corpo nico.
Caos O Todo ontolgico da emanao. O Ilimite da emano ou de
qualquer coisa material.
Baedario Palavra brbara para qualquer substncia entegena,
expressa tambm uma Teoria dos Sonhos, Sabedoria Onrica.
A-fundar Subir s alturas do xtase e desse ato emanar a obra.
Abismo A abertura emanativa da conscincia Vultur.
& - Sinal emanativo grfico que indica dois termos que se auto-definem
mutuamente em uma totalidade, completude, e expande a ideia
geral sobre o conceito. Representa tanto a ampulheta do tempo
reverso (futuro-presente-passado), um corpo em posio de leitura e
obrando.
Sinal emanativo grfico que indica o gnio inpirador do Vultur, seu
Daimon () de xtase (), composto por letras gregas, o Delta
maisculo simbolizando o corpo fsico e suas energias e o psilon
minsculo representando as asas do abutre e seu voo, que so sinais
da emanao, seu gozo.
\/ - Sinal emanativo grfico que indica a presena de uma Transfinio.
Representa simbolicamente as asas do Abutre que levou a coisa
para a digesto nas alturas.
40
em\/cerramento:
futerelorgia
sei
amar
lenhar
sabes
amar
cavar
arvorar
o alvoroo
dessa voragem
dura rocha
que exige exploso
para chegar ao veio do teu ouro
machado
no estreo da madeira
invariavelmente tomba
exploso
de altos abismos
que destroam
do mesmo gosto
das mordidas fortes
que dedico ao seu toro
41
& dos gritos leves
do mantra louco
do teu/nosso gozo
sabemos
amar
machucar-nos
como abutres
lascando a carne
em xtase
marcar os membros
trilhas de unha
desde onde mais vibra
o fulcro
que massageio
pra te fazer girar
o arremedo flcido
que brincas
como saco de doces
suor
inflamvel
libao
me fazer doer
de tanto contato
com a carne
ferir a febre
que se instala
no rgo intil que somos
42
pelos olhos
pela flor
pelo talo
ofuscar
com a escurido lume
do toque no corpo inteiro
tatuar o tato
escarificar os sentidos
escalpar os pelos
ferir
com meu abrao
tuas costas sseas
me sugar
faminta
para dentro do campo sem lei
apertar
com toda fora
os pontos que amamos
voar
espiralar
nossa obra
como se odissemos
no ser parte um do outro
o que pertence a cada um
explodirmos
em um gozo que nos arremessa
no limbo, anquibasias do nada
43
voc no reclama
quando digo te amo
s quando te penetro
eu no exijo nada
pois j me d tudo
menos motivo para parar
...vai...
...vem...
...assim...
no sim
sim sempre
sempre agora
o trato
da madeira com o fogo
do machado com o sndalo
banquete
digesto sensual
rompimentos
o ftuo
o fado
ardor do ato
mesmo esfacelados
encontrar a dureza macia
que desaba a cada prazer
somos matria
para o fogo queimar
44
tu madeira viva
eu ao de cortar
gozamos magma
ns, corpos
somas
laos danantes
se move esguia
& tenho que agarrar
para encontrar o choro
natural
sofisticado
sobre\/vivente
fome
foo
fogueira
trindade:
voc, eu,
nada
copula
gozo
xtase
45
que quer destruir
queimar o universo
at que tudo se torne p
46
Adendo
Relicrio Simbolorgstico
47
Tudo aquilo que voa s pode ter uma coisa no cho ao mesmo
tempo, a sua sombra, isso a emanarte em estado puro para quem a
v, o vulto do Vultur, sua sombra que se apresenta relativisticamente ao
mundo, escorrendo por entre olhares e interpretaes.
Essa transconceitualizao expansiva da Emanarte e da obra
satisfatria no momento, mas como tudo na obra Vultur em rompimento
constante, onde impera o padro de trnsfuga de terra/ar,
corpo/pneuma, consciente/inconsciente, cada ponto do
tempo/espao ponto de rompimento e intercmbio redefinidor
reverso onde patamares complementares flutuam.
o que acontece com tudo, e tambm com a linguagem e com as
palavras, quando transfinidas elas rompem com seu sentido comum
consciente, condicionado pela educao, e vultuam em um sentido
vindo do inconsciente, do esconderijo-relicrio dentro delas, onde esto
em suspenso inconsciente pelas asas do abutre, ao que o Vultur
consegue ento alcanar, pois s seres alados transpem a ponte do
arco-ris entre a terra e a atmosfera e pode voltar ao solo, expondo a
obra de emanarte.
48
lanar-se ao abismo, mas esse lanar a pr-condio do voo, a
vertigem do senso comum se contrape integridade do Vultur, por isso
a obra do Vultur tomada muitas das vezes por aqueles que seguem os
padres instantneos de beleza como feia, quando na verdade
paradoxal em sua susp/essncia. Fica ento cindida a diferena entre
arte e emanarte.
Arte o que est enraizado, o belo, o harmnico, o aceitvel, o
comercial. produto da sociedade, da educao, da moral, etc.
Emarte o que est em suspenso, o belo/feio, o catico, o
terrificante, o no consumvel em massa. produto do individuo, da
experincia pessoal, dos descondicionamentos, etc.
49
da resignao humana, e como arte, est enraizada no controle e
embate.
e. m. tronconi
1 de Novembro de 2017 e.v.
50
.
51
de
Eduardo Moura Tronconi
Srie MicrObra
[Todas os texto de autoria de Eduardo Moura Tronconi]
[Imagens: EMT e Google Imagens]
Publicado por:
A Textura desse Abismo chamado Conscincia
www.texturadoabismo.blogspot.com.br
Contato:
emtronconi@hotmail.com
Uberlndia/MG Brasil
Outubro de 2017
52
Vultur apresenta um ponto de rompimento artstico, e traz uma nova
afirmao do objetivo da potica para os dias de agora. Com textos e
poemas dissonantes para com o momento intelectual, expressa uma
tentativa de extrapolao por parte do autor, cheios de significaes
que merecem ser entendidos cada qual como manifesto, da mesma
forma dissonante, de uma nova forma de conceber o Artista e a Arte.
Parto do princpio de poesia no como criao, mas como
Emanao, que creio enfim ser o conceito correto para a manifestao
artstica, no mais arte, mas Emanarte.
Vultur se refere ao Vulture, o Abuttre, e dessa ave que retiro toda a
simbologia viva para compor a imagem do ar-tista, um elemento alada
e carniceiro, pois possui as asas da imaginao que o xtase
proporciona ao corpo, onde ocorre a digesto das substancias que o
Vultur ingere para transmutar em obra.
Emanando essa proposta fsico-espiritual de atuao artstica na
micro-obra Vultur, trago um rol de emanaes poticas que refletem
o momento de rompimento para com uma noo de arte que me guiou
at ento, um rompimento que desvela e emenda pontas em toda
minha composio at ento, redefinindo finalmente tudo que foi
criado at ento como emanado fisiologicamente tendo em vista o que
o futuro apresenta.
A micro-obra contm alm de poemas-reflexes, imagens criadas
pela esttica enphlexyon, remete s nuances psiconuticas e gnsticas
de outros trabalhos, alm de reverberam a mutao neologista de
muitos esforos para expandir a palavra para o campo do puro
pensamento. Alguns poemas mais recentes postados aqui na Textura do
Abismo tambm compem a micro-obra ganhando finalmente seu
alinhamento o qual essas texturas pressagiavam, a vinda de Vultur. Ao
fim a obra contm o Primeiro Dis-curso de Vulturlorgia expondo uma
espcie de manifesto fisiolgico-esttico-intelectual que compactua
Saber & Orgia.
Vultur como emanao ar-tstica e estilstica faz reverncia Austin
Osman Spare, Friedrich Nietzsche, Hakim Bey, Guimares Rosa,
Heidegger, os Surrealistas entre muitos outros que do futuro foram
emendados formando o composto total que ainda se desenvolver
para dar sentido um movimento cultural que j se enraza nos dias de
hoje, abrindo uma senda artstica, intelectual e amoral que se
confrontar com os tempos ridos de represso que se erguem.
Contra tudo isso a proposta em suspenso e emanadora de Vultur
uma: libertar o Daimon pessoal de cada um, fazer vulto no presente,
desmoralizar as ideias atravs da nudificao das palavras e discursos
vazios e sentido que as sustem...
O Daimon do xtase ala voo, a esttica da super-sensualidade e
xtase-feio arroga-se como asa negra sobre uma sociedade ultra-
iluminada por luz de neon.
Vultur vem futere com tudo isso!
53