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Apostila Analise Sintatica
Apostila Analise Sintatica
Apostila Analise Sintatica
Quando separamos as palavras nesses grupos, estamos procedendo a uma classificao de palavras, ou
seja, estamos distribuindo-as em classes.
Classe um conjunto de palavras que apresentam caractersticas morfolgicas (estruturais) semelhantes.
Sabemos que em Portugus as classes de palavras so dez: substantivo, adjetivo, pronome, numeral, verbo,
conjuno, preposio, advrbio e interjeio (seis variveis e quatro invariveis).
O estudo das classes de palavras feito na morfologia.
Observe agora: Eu preciso de um sonho.
Trata-se de uma mensagem lingustica com significado completo, ou seja, trata-se de uma frase. Numa
frase, as palavras relacionam-se entre si e combinam-se de acordo com determinados princpios. A parte da
gramtica que estuda essas combinaes e relaes entre as palavras da frase chama-se sintaxe.
Interessam sintaxe:
1. A funo que as palavras exercem na frase (funo sinttica). Por exemplo: a palavra eu, na frase Eu
preciso de um sonho., exerce a funo de sujeito do verbo precisar. Funo o papel representado
por um termo na organizao da mensagem lingustica. Cada membro da frase contribui com uma
funo especfica na totalidade da mensagem. Quando afirmamos que a palavra eu um pronome,
estamos identificando a classe gramatical a que esta palavra pertence. Quando afirmamos que a
palavra eu o sujeito do verbo precisar, estamos identificando sua funo sinttica na frase.
2. A ordem das palavras na frase (sintaxe de colocao). No teria sentido a construo Eu de preciso
um sonho., porque a sintaxe da lngua no prev essa ordem de combinao de palavras.
3. Alm disso, h a sintaxe de colocao e a sintaxe de regncia, o que no nos interessa neste
momento, mas que so temas essenciais no efetivo aprendizado da lngua.
Ser frase, portanto, qualquer palavra ou grupo de palavras suficiente para atender ao objetivo do
falante: estabelecer comunicao. Exemplos:
Como msico sou limitadssimo. (frase)
Voc escreve msica? (frase)
No. (frase)
A expresso tambm no, isolada, no uma frase. No texto lido, ela passa a ser frase. Obseve:
Mas voc compe acompanhando-se ao violo?
Tambm no.
Uma nica palavra pode constituir-se em frase, dependendo do contexto em que aparece. Observe
que no trecho transcrito abaixo, a palavra no constitui-se em frase:
Como seu processo de criao? Voc escreve msica?
No.
Na lngua falada, a frase marcada pela entonao. Na lngua escrita, essa entonao representada
pelos sinais de pontuao.
Compare os trs casos a seguir
1. Oh!
2.
No ocorre frase.
O gesto e a expresso fisionmica do falante, assim como
os elementos da situao em que pronunciada, fazem
com que a palavra oh se constitua numa frase.
3. Oh! exclamou ela ao ver o A palavra oh, para ser frase, depende do contexto
vaso quebrado.
lingustico (exclamou ela ao ver o vaso quebrado).
Tipos de frase:
De acordo com a maneira com que pronunciamos ou escrevemos a frase, ela pode ser:
a. Declarativa: declara-se alguma coisa a respeito de algum. Tambm pode ser chamada de
afirmativa. Exemplo: Voc escreve msica.
b. Interrogativa: interroga-se alguma coisa a respeito de algum. Faz-se uma pergunta. Exemplo:
Voc escreve msica?
c. Exclamativa: Demonstra-se admirao, surpresa, espanto, pelo fato de algum fazer alguma
coisa. Exemplo: Voc escreve msica!
d. Imperativa: Expressa ordem, conselho, pedido, etc. Exemplo: Escreva msica.
Orao a frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de um verbo ou de uma
locuo verbal. No necessrio que a orao tenha sentido completo, mas para que uma
frase seja orao necessrio que ela seja uma frase verbal.
A orao constituda, geralmente, de dois elementos essenciais: sujeito e predicado, ou, pelo
menos, de um predicado. Observe:
Clarissa | baixa os olhos. (Erico Verssimo)
sujeito
predicado
Amanhece no cais do porto do Rio de Janeiro. (Revista Nosso Sculo)
Predicado (essa frase no tem sujeito)
3. Perodo.
1. Estrutura de um perodo
Domingo noite passamos pela baa de Vitria, mas no conseguimos socorro. (Jornal da Tarde)
O exame da estrutura desse perodo revela que ele constitudo de duas oraes:
1 orao: Domingo noite passamos pela baa de Vitria
2 orao: no conseguimos socorro.
Essas oraes so ligadas pela conjuno mas.
2. Estrutura de cada orao de um perodo
Domingo noite passamos pela baa de Vitria, mas no conseguimos socorro. (Jornal da Tarde)
No perodo acima, existem doze palavras. Cada uma delas exerce uma determinada funo nas
oraes. A primeira orao (Domingo noite passamos pela baa de Vitria) possui oito termos e a
segunda orao (no conseguimos socorro) possui trs termos. A conjuno mas funciona como
elemento de coeso entre as duas oraes.
Em anlise sinttica, cada palavra da orao chamada de termo da orao.
Termo a palavra considerada de acordo com a funo sinttica que exerce na orao. Na anlise
sinttica, a palavra interessa pela funo que exerce. Sua classificao morfolgica e a sua
significao tm importncia secundria.
importante observar que no se pode fazer anlise sinttica de frases que no sejam oraes ou
perodos. No se podem analisar sintaticamente frases como as destacadas nos dois trechos a seguir,
tambm de Erico Verssimo:
Tardinha.
D. Eufrasina est no jardim, regando as flores. (...) O major, sentado no banco, faz um
cigarro... Pela porta entra Nestor. Vem gingando, braos no ar, sorriso satisfeito.
Al, D. Zina. Al, major!
Boa tarde!
Tia Zina sorri.
EXERCCIOS DE FIXAO
1. Identificar (assinalando) os casos em que a palavra ou expresso destacada seja frase.
frase
a. Ao desembarcar, tropeou e disse: O monarca escorregou, mas a Monarquia
no caiu. (Isto)
b. Qual o sistema de governo que vige naquele pas?
Monarquia.
c. Ela tambm no foi.
d. Voc compe acompanhando-se ao violo?
Tambm no.
e. H um morcego voando de madrugada pela Rua Montenegro. (Drummond)
f. Quando voc gosta de compor?
De madrugada.
g. Que mulher! Sorria pra mim como prometendo coisas. (Drummond)
h. Que mulher aquela?
no frase