Artigo Fisioterapia Do Trabalho
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Fisioterapia
CONQUISTA ESPAO
DENTRO DAS EMPRESAS
No final dos anos 80, a ergonomia
passou a ser valorizada no Brasil
como uma espcie de terapia
para empresas, doentes nos
aspectos de organizao
do trabalho. Cincia multidisciplinar e
com um campo aberto prpria
construo, invadiu linhas de
produo e cho de fbrica para
se firmar como a esperana de
preveno e cura de distrbios
causados aos trabalhadores pelos
ritmos frenticos de fabricao
impostos pelas leis de produtividade
do mercado. Guardadas as
propores, pode-se dizer que,
especialmente nos ltimos cinco anos,
vem acontecendo algo muito
semelhante no campo da fisioterapia.
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Divulgao/Plnio Fleck SA
ATRIBUIES
Os principais debates entre integrantes
da Abergo e das instituies que representam os fisioterapeutas do Trabalho - a Anafit (Associao Nacional de Fisioterapia
do Trabalho), criada em 1999, e a Sobrafit
(Sociedade Brasileira de Fisioterapia do Trabalho), que surgiu no ano passado, aps o
primeiro congresso brasileiro desses profissionais, esto focados na ao de cada
um, ou seja, o que cabe ao ergonomista e o
que cabe ao fisioterapeuta do Trabalho. A
ergonomia um campo aberto a muitas disciplinas. Congrega saberes de engenharia,
medicina, psicologia, sociologia do Trabalho, gesto da produo etc. Em funo da
formao bsica de cada profissional, ela
se desenvolve sobre aquele tipo de saber e
se aventura por outros campos, define o
professor Amaral. J o fisioterapeuta do Trabalho, prossegue, aquele profissional que
procura conhecimentos de ergonomia para
melhorar as condies de trabalho. A diferena bsica, de acordo com Amaral, que
o ergonomista no tem habilitao para ser
fisioterapeuta do Trabalho porque no fazem parte de sua formao conhecimentos
de fisiologia humana e patologia, por exemplo. O fisioterapeuta do Trabalho o indivduo formado em fisioterapia, mas que
busca conhecimentos de ergonomia para
melhor prevenir e tratar doenas. Ele atua
na microergonomia, em nvel de posto de
trabalho, enquanto o ergonomista tem uma
viso maior, de macroergonomia, que envolve todas as unidades de produo dentro da empresa, compara.
O professor da Escola de Sade Pblica
da UFRGS, Paulo Antnio de Barros Oliveira, auditor fiscal da DRT/RS, tambm
v na individuao um aspecto bsico de
diferena entre a atuao de um e outro profissional: O ergonomista estuda como as
pessoas trabalham a fim de melhorar a sade do trabalhador e a produtividade da empresa. Interfere no ambiente, na organizao do trabalho, nas mquinas e na forma-
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o das pessoas. O fisioterapeuta tem o mesmo objetivo, mas trabalha focado na pessoa. Alis, o bom fisioterapeuta trabalha caso a caso, com prescrio de mudanas em
gestos e posturas de cada pessoa, explica.
Na avaliao de Barros, a especificidade
de atuao no assim to problemtica
quanto a abrangncia do tipo de ergonomia
praticado por esses profissionais, pois esta
abrangncia que determina a maior ou menor eficcia da atuao do ergonomista ou
do fisioterapeuta que ir lidar com as questes de adoecimento do trabalhador. Em
geral, todos fazem bem a ergonomia fsica,
aquela relacionada anatomia humana,
fisiologia e biomecnica. Alguns fazem
bem a ergonomia cognitiva relacionada aos
processos de percepo, memria, estudo
da carga mental do trabalho e estresse. Mas
raramente se faz bem a ergonomia organizacional, aquela que diz respeito aos sistemas sociotcnicos, intensificao das cargas de trabalho, horas extras etc, pois a
mais difcil se fazerem alteraes, destaca.
PRTICA
Numa viso mais pragmtica, o fisioterapeuta do Trabalho o que atua no ambulatrio de fisioterapia dentro das empresas,
na rea assistencial, resume a especialista
em Fisioterapia do Trabalho, Lucy Mara
Ba, mestranda em Ergonomia e com atuao profissional em Curitiba/PR. Atual presidente da Sobrafit (gesto 2002-2006), Lucy afirma que atribuio tpica desse profissional tratar do paciente (trabalhador lesionado) segundo indicao mdica, desenvolver diagnsticos biomecnico e cinesiofuncional (relativo terapia por meio de
atividades fsicas) e procurar prevenir e reduzir problemas nos ambientes de trabalho
causados pela no adaptao do prprio trabalho ao ser humano.
Uma boa capacidade de observao e ateno a detalhes tambm est entre os atributos do fisioterapeuta do Trabalho. Ele
investiga as relaes entre as caractersticas do posto de trabalho e as leses que
podem ser causadas no trabalhador (questes msculo-esquelticas), enquanto o
ergonomista atua mais com o planejamento e montagem de projetos para o posto de
trabalho, contrape rika Lye Ogasawara,
que atua, em Curitiba, como fisioterapeuta
da Amrica Latina Logstica (ALL), grupo
do setor ferrovirio com 6 mil funcionrios.
Para alguns fisioterapeutas, porm, o mais
importante papel a ser desempenhado pelo
profissional da rea a educao para a
preveno. O foco deve ser preventivo, por
isto eu acredito que no deveramos ter trabalhos em que as pessoas adoecessem, ressalta Jacinta Sidegum Renner, fisioterapeuta e doutoranda em Ergonomia. Dona de
um trabalho pioneiro na consultoria Qualivida, em Novo Hamburgo/RS, que lhe rendeu prmio da Associao Brasileira de
Recursos Humanos (ABRH), em 1998, resultando inclusive em sugestes que acaMAIO/2003
LACUNA
Do ponto de vista formal, dois fatores so
comuns Fisioterapia do Trabalho e ergonomia. Ambas no so profisses regulamentadas e dependem de formao em nvel
de ps-graduao (especializao) ou, no
mnimo, de extenso, para se auto-afirmar
no mercado. Ao mesmo tempo em que os
ergonomistas se mobilizam para a criao
de um mecanismo de certificao de qualidade dos profissionais que atuam como tal,
os fisioterapeutas do Trabalho empenhamse para que o reconhecimento de sua profisso seja elevado ao mesmo status hoje
vigente para os mdicos do Trabalho e engenheiros de Segurana do Trabalho, por
exemplo.
A ausncia de regulamentao para as
atividades de Fisioterapia do Trabalho e de
ergonomia tem criado reas cinzentas, ressalta o professor Paulo Barros de Oliveira.
A fisioterapeuta Jacinta Renner tambm se
ressente desta lacuna: No entendo por
que no existe um trabalho de regulamentao da profisso do fisioterapeuta do Trabalho, pois o seu papel no est bem definido, diz.
este um dos motivos por que a Abergo
e a Sobrafit tm, cada uma a seu modo, separadamente, feito gestes para defender a
rea de atuao de seus associados. A exdiretora da Abergo, Regina Helena Maciel,
psicloga e doutora em Ergonomia, explica que a entidade est tentando regulamentar comits de profissionais para realizarem a certificao dos ergonomistas. A idia que as pessoas com formao em er-
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AVANO
Foi com base neste argumento que a Fun-
Numa viso bem mais crtica, a ergonomista Regina Helena Maciel adverte que,
na realidade, no existe o tal laudo ergonmico, pois todo laudo pressupe conformidade com um dado padro. E d
um exemplo: Quando um engenheiro faz
um laudo, ele o faz segundo a lei. Mas
no h um padro estabelecido na NR 17
em relao ao qual se possa dizer que um
posto de trabalho ou no ergonmico.
A norma apenas determina a necessidade de o empregador realizar a anlise
do trabalho quando houver necessidade.
Por isto, o laudo ergonmico algo
equivocado, analisa.
dao Ruben Berta, uma das mais tradicionais organizaes da rea de aviao do
Brasil, passou a dar mais ateno aos problemas de sade de seus funcionrios, que
requeriam o olhar especial de um fisioterapeuta. Antes de 1999, a Fundao, controladora de empresas como Varig Linhas Areas, Varig Engenharia e Manuteno, contava com dois mdicos prestadores de servios. S que eles no tinham uma viso
focada na rea da aviao, atendiam empresas de vrios setores, observa o fisioterapeuta Airton Luis Kleinowski. Segundo
ele, que hoje coordena a rea de fisioterapia da Fundao, essa falta de especificidade e a ausncia de um servio fisioterpico
prximo da rea de trabalho concorriam para o insucesso dos esforos de Medicina
Ocupacional. Havia situaes em que um
funcionrio com leso grave e outro com
leso leve tinham que esperar o mesmo tempo por um atendimento, dependiam de um
veculo comum para os levarem ao mdico, relata. Muitos tinham receio de fazer
o tratamento quando no havia ambulatrio na empresa porque temiam a perda de
horas e, conseqentemente, do emprego.
Chegavam a desenvolver doenas cujo tratamento depois ficava mais difcil, pois elas
j apareciam em estgio avanado, recorda-se.
Desde 1999, quando Kleinowski apresentou um projeto de estruturao da rea de
Fisioterapia do Trabalho, a realidade vem
mudando. So realizados, por dia, cerca de
90 atendimentos a Fundao tem 2,4 mil
empregados. Boa parte deles so mecnicos
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ADEPTOS
Ter um fisioterapeuta dentro da fbrica e at mesmo
um departamento inteiro de
fisioterapia uma tendncia
que vem fazendo cada vez
mais adeptos. Empresas do
setor automotivo, por exemplo, esto apostando nas vantagens desse tipo de investimento. H trs anos no hana empresa
via demanda por f isioterapeutas do Trabalho como se v hoje, atesta Rodrigo Filus, que responde por esta rea
na Audi, com 2,5 mil funcionrios, em So
Jos dos Pinhais/PR. Segundo ele, a variedade de empresas que busca o trabalho do
fisioterapeuta aumentou muito, mas existe
uma certa dificuldade, falta informao das
empresas para identif icar onde esto os
bons profissionais, os qualificados. A Fisioterapia do Trabalho, afirma, est desencadeando a necessidade de especializao.
Na Daimler Chrysler, em So Bernardo
do Campo/SP, a convico quanto aos be-
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AES JUDICIAIS
O temor de aes judiciais que resultem
em indenizaes pesadas devido falta de
medidas de preveno contra as DORT tambm , segundo Cludia Nammour Rossi,
presidente da Associao Nacional de Fisioterapia do Trabalho (Anafit), de So Paulo, uma das razes para tamanha procura
por fisioterapeutas do Trabalho (veja box
Laudo: acerto ou equvoco?). Uma das pioneiras desta rea profissional no Brasil,
Cludia Rossi pretende turbinar o trabalho
da Anafit para que ela congregue um nmero maior de associados trocando experincias e conhecimentos. A diretora da CN
Rossi Ergonomia e Fisioterapia Preventiva, que fez cursos de especializao na Clnica Del Lavoro (Itlia) e em Michigan
(EUA), ressalta a importncia da formao
e prepara-se para estruturar um curso de psgraduao em parceria com a Universidade
de Santo Amaro (Unisa), com turma de 30
pessoas. A qualificao do fisioterapeuta
do Trabalho bastante apropriada para prevenir e curar doenas ocupacionais, ressalta.
Para a professora Maria do Carmo Baracho de Alencar, da Universidade de Tuiuti/
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nefcios de um trabalho especializado praticamente a mesma. A fisioterapeuta Rosimeire Marangoni dos Reis, ps-graduada
em Ergonomia pela Universidade de So
Paulo (USP), nota um progresso muito expressivo em sua atividade, que j conta com
20 anos. Ela chega a atender 150 pessoas
por dia a empresa, de 9 mil empregados,
a maior unidade da Daimler fora da Alemanha. O fisioterapeuta, para fazer um trabalho efetivo, precisa vivenciar a realidade
de cada pessoa dentro da fbrica. Ao longo
do tempo fui constatando esta necessidade
e passei a fazer estudos de morbidade por
rea, para verificar as causas das doenas
ocupacionais, explica.
OBSTCULOS
A exemplo das demais reas de Sade
Ocupacional, a Fisioterapia do Trabalho,
at mesmo por ser relativamente nova, depara com obstculos. Apesar de as grandes
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Fisioterapeutas no Sesmt?
Integrao de outros profissionais como psiclogos
e fisioterapeutas s pode ocorrer por consenso
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seu trabalho para o empresrio. Trabalhamos com nmeros, sempre procuramos saber quanto custou um afastamento, afirma Lucy Mara Ba, lembrando que muitas
vezes difcil mensurar esses valores.
ALTOS E BAIXOS
Se existe algo que definitivamente frustra um fisioterapeuta ou ergonomista ele
constatar que, no obstante todos os esforos que empreendeu, no houve o restabelecimento das condies de sade de um
trabalhador. H um certo desapontamento
quando os pacientes que vm em busca de
ajuda e saem bem, recuperados, retornam
depois de algum tempo com os mesmos
problemas anteriores, confessa Mrcio Alves Maral, integrante da Abergo. Por outro lado, no h nada que anime mais um
profissional desta rea do que ver diuturnamente o sucesso da sua orientao. O
trabalho do fisioterapeuta um corpo-acorpo com o trabalhador. Vamos ao posto
de trabalho, orientamos exerccios, promovemos a melhoria muscular, interagimos na
adaptao de postos de trabalho, atuamos
com contedos vivenciais e ocupacionais
etc. Isto, para ns, no um desgaste. Ser
um fisioterapeuta do Trabalho o sonho de
todo fisioterapeuta, pois assim ele participa
de toda a vida dentro de uma empresa.
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longamento e o
Um dos f iles
aquecimento de
que mais contrimusculatura. Pabui para o destara evitar m posque das atividatura, os msculos
des do fisioteraprecisam ser apeuta do Trabalongados com
lho , sem dvifreqncia, ensida, a ginstica lana Cynthia, que
boral. Cientificatambm diretora
mente falando, o
tcnica dos pronome desse ramo
gramas de Cinede conhecimensioterapia Laboto, a cinesioteraral do Centro de
pia laboral, parePreveno e Rece nada ter a ver
abilitao
de
com a repercusso
que atingiu nas Atividade fsica: no chega a 10% dos trabalhadores Curitiba/PR. Segundo ela, os alongamentos servem para
empresas que buscam a fisioterapia prevenretirar a presso excessiva sobre determitiva. A cinesioterapia o tratamento atravs do movimento e tem como um dos seus nadas reas do corpo e podem ser diferenobjetivos o fortalecimento da musculatura ciados para cada pessoa, de acordo com a
debilitada. Isto pode proporcionar a uma sua funo no trabalho. importante nopessoa trabalhar durante mais tempo em p tar que o aquecimento ginstica preparasem sentir tanto os efeitos do desgaste natu- tria, enquanto o alongamento ginstica
de distensionamento, sintetiza. Um mito
ral dessa posio, explica a especialista em
Fisioterapia do Trabalho e mestranda em que deve ser derrubado, afirma a fisioteraErgonomia, Cynthia Mara Zilli, de Curiti- peuta, o de que a ginstica laboral leva,
ba/PR. Autora do Manual de Cinesiotera- necessariamente, perda de peso ou ganho
de massa muscular. Este tipo de trabalho
pia/Ginstica Laboral, lanado no ano passado pela editora Lovise, de So Paulo, Cyn- especfico no cabe ao fisioterapeuta do
thia ressalta a importncia de as atividades Trabalho, mas ao educador fsico, obserfsicas serem acompanhadas por equipes va, acrescentando que ginstica laboral
no deixa ningum magro nem musculoso,
multidisciplinares, e no apenas por educamas incentiva as pessoas a terem uma atividores fsicos, como costuma acontecer. O
educador fsico no tem formao em pato- dade fsica. As pessoas esto muito sedenlogia, e este um dos problemas que se v trias. Hoje em dia, menos de 10% dos trana ginstica laboral. J o fisioterapeuta mui- balhadores, em mdia, tm algum tipo de
tas vezes no tem aquela motivao recrea- atividade fsica regular, nota.
cional. Por isto, atualmente, procuramos
COMPROMISSO
juntar esses dois tipos de profissionais para
O sucesso de um programa de ginstica
atuarem em conjunto, esclarece.
Um dos aspectos fundamentais para o laboral est intrinsicamente ligado ao combom encaminhamento da cinesioterapia promisso da empresa que requisitou e aos
diferenciar o pessoal administrativo do pes- trabalhadores, pela participao e empenho
soal que trabalha em linhas de produo, no programa. a empresa que precisa degeralmente em turnos diferenciados. Exis- finir a metodologia a ser adotada e, caso
tem exerccios comuns a todos, como o a- ela no saiba qual ir seguir, dever solici48
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Cludia: capacitao
Arquivo
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Regina: inverdades
presas trabalhando no mbito da preveno primria, que pode ser efetuada com
uma estratgia de ensino-aprendizagem
participativa e construtivista, por meio de
aulas expositivas, com recursos didticos
interativos, vdeos, painis etc. importante que esse processo se torne uma capacitao e no um treinamento.
CRTICAS
Apesar da proliferao de tcnicas de cinesioterapia e da criatividade dos fisioterapeutas que com elas atuam, sempre surgem
crticas acerca da excessiva padronizao
de prescries de atividades fsicas. Muitas pessoas pensam que a preveno de leses no trabalho apenas fazer exerccios.
Na realidade, a soluo a interferncia na
fonte do problema, a anlise de cada posto,
e a prescrio individual de uma terapia,
nota o professor Paulo Barros de Oliveira,
da Escola de Sade Pblica da UFRGS. Ele
acredita que muitos bons programas podem
ir por gua abaixo se os trabalhadores continuarem, por exemplo, levantando peso
excessivo, trabalhando em posturas no
adequadas, ou tendo cargas horrias excessivas. As empresas tambm pensam que
fazendo procedimentos iguais para todos
Arquivo/Suporte
Cynthia: multidisciplinar
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forma alguma, ser ignoradas quando se trabalha com cinesioterapia. H pessoas doentes fisicamente, de fato, mas tambm existem pessoas que esto emocionalmente em
baixa e buscam apoio na prpria doena,
como um crculo vicioso, avalia Sonia Marina da Costa, scia da Supporte Assessoria
Esportiva Empresarial, de So Paulo/SP. De
acordo com ela, os aspectos de motivao
precisam estar arraigados aos trabalhos realizados na rea de ginstica laboral, reeducao postural e reduo do estresse. a
partir desta convico que a Supporte expandiu sua atuao tem duas unidades
em So Paulo, uma no Rio de Janeiro e um
pequeno ncleo em Curitiba e conquistou cerca de 50 clientes, boa parte deles
formada por empresas de grande porte, nos
setores pblico e privado. A educadora Valquria de Lima, scia de Sonia, est lanando o livro Ginstica Laboral Atividade
Fsica no Ambiente de Trabalho, pela editora Phorte. Segundo ela, as empresas esto tendo doenas ocupacionais tambm
na rea administrativa. O sedentarismo e a
m postura, afirma Valquria, esto levando a boa parte desses problemas. Um dos
setores mais afetados o bancrio, observa. Entre os servios disponibilizados pela
Supporte esto mtodos de tratamento como eletroterapia, acupuntura, massoterapia,
do-in, cromoterapia, reflexologia, reeducao postural global e recursos cinesioterpicos relaxamento, ganhos de musculatura e de resistncia muscular.
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Arquivo/Supporte
polizam esse processo, o que contraditrio, pois so elas mesmas as causadoras das
leses, avalia.
ENXUGAMENTO
O superintendente do INSS do Estado de
So Paulo, Carlos Eduardo Gabas, reconhece os problemas existentes na estrutura dos
CRPs. Ele ressalta, no entanto, que se trata
de um desafio para o novo governo. Assumimos h 60 dias e estamos analisando a
situao, afirma. Conforme Gabas, houve,
de fato, um enxugamento na estrutura dos
CRPs, na penltima modificao administrativa dessas instituies, ocorrida em
2000. Temos um grupo de assistentes sociais que ficaram praticamente sem funo,
admite, lembrando, no entanto, que existem
unidades de reabilitao ativas em alguns
locais. Ele lembra ainda que foram fechados diversos convnios entre os CRPs, prefeituras e universidades, obtendo-se condies de infra-estrutura (equipamentos) exemplares em alguns deles, como o de Bauru, que j foi considerado referncia nacio-
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RISCOS
O artigo Distrbios Musculoesquelticos no Trabalho do Fisioterapeuta, de Maria do Carmo Baracho e
da estudante de fisioterapia Fernanda
Dutra Borges, da Universidade Tuiuti, do Paran, apresenta alguns dados reveladores das dificuldades do
cotidiano dos fisioterapeutas do Trabalho. As autoras mencionam uma
pesquisa realizada junto a 1.160 fisioterapeutas norte-americanos na
qual foram descritos 17 fatores de risco no trabalho. Os mais freqentes
foram: levantar ou transferir pacientes dependentes, tratar de um excessivo nmero de pacientes num mesmo dia, trabalhar na mesma posio
por longos perodos, executar tcnicas ortopdicas manuais, realizar trabalhos sem
pausas ou descansos suficientes. O estudo
questiona a noo de postura fsica que
normalmente se tem, como sendo algo padronizado para todos, desfazendo este entendimento. Para isto, cita trecho de uma
antiga obra, denominada Dinmica do Corpo (1952), de Metheny, para quem no
existe uma s postura para todos os indiv-
DADOS
Uma pesquisa realizada com 40 profissionais de fisioterapia em Curitiba/PR, segundo Maria do Carmo e Fernanda (veja
Quadro ao lado, Fisioterapeutas doentes),
revela que esses profissionais esto sobrecarregados, j que a maioria deles atende
entre 15 e 20 pacientes por dia, com alguns
chegando a 30 atendimentos dirios. Essas cargas de trabalho so muitas vezes superiores aos limites fisiolgicos pessoais,
alm de possivelmente comprometer a qualidade dos atendimentos, avalia o estudo.
Outra concluso que 92% dos profissionais entrevistados, em algum momento dos
atendimentos, realizam algum tipo de esforo fsico. O que, ao longo dos anos e
com a continuidade da rotina de trabalho,
pode ocasionar distrbios, caso medidas
no sejam tomadas com relao ao melhor
uso da dinmica corporal, realizao de
alongamentos e a evitar-se posturas estticas por longos perodos.
Ainda conforme a pesquisa feita em
Curitiba, entre os recursos mais utilizados
pelos fisioterapeutas estavam a cinesioterapia (exerccios teraputicos) e a eletroterapia, sendo equipamentos mais emprega-
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