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O Minuano No 125
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O Minuano No 125
PALAVRA DO COMODORO
Prezado(a) Associado(a)
EXPEDIENTE
Comodoro Newton Roesch Aerts Vice-Comodoro Esportivo Eduardo Ribas Vice-Comodoro Administrativo Ricardo Englert Vice-Comodoro Patrimnio Pablo Miguel Vice-Comodoro Social Eduardo Scheidegger Jr. Conselho Deliberativo Presidente Luiz Gustavo Tarrago de Oliveira Vice-Presidente Lo Penter Diretor da Escola de Vela Minuano Boris Ostergren Diretor de Parques e Jardins Pablo Miguel Prefeito da Ilha Chico Manoel Luiz Morandi Mande e-mail para: comodoria@vds.com.br O Minuano uma publicao do clube Veleiros do Sul. Fones: 55 (51) 3265-1717 3265-1733 / 3265-1592 Endereo: Av.Guaba, 2941 Vila Assuno Porto Alegre Brasil CEP: 91.900-420 E-mails: vds@vds.com.br comunicacao@vds.com.br Twitter: @veleirosdosul Site: www.vds.com.br
Esta a primeira edio do ano de 2012. Uma srie de seis edies com dirios de bordo, grandes navegadas e experincias nuticas, com muita informao tcnica, sobre a vida do Clube e a presena de novos apoiadores expondo seus produtos. Decidimos regularizar as edies bimensais pois a vida no Veleiros do Sul, como pode ser acompanhada, tem se tornado bastante dinmica com atividades intensas na rea esportiva, grandes preparos para atividades sociais, mudanas importantes administrativas e em especial, grandes investimentos na manuteno de equipamentos e no patrimnio, sempre pensando no Associado. Nossa capa demonstra bem o orgulho de scios do Clube, mesmo morando na Nova Zelndia e agora navegando pelo mundo, de divulgar nosso Clube pelos lugares mais inspitos, colocando nossa flmula no ponto mais ao sul dos continentes. Em nossa rotina diria seguimos o incentivo aos esportes nuticos com a organizao e realizao de campeonatos, velejaos de fim de tarde (Wet Wednesday) para integrao dos associados, fomento de nossa Escola de Vela Minuano que teve a participao de 200 crianas nos meses de janeiro e fevereiro, e tem contado com uma mdia de 20 alunos nos cursos de formao. A integrao das atividades nuticas sempre nossa maior preocupao e estamos preparando passeios e ralys nuticos, com a participao de embarcaes a motor e a vela. Convidamos os associados para acompanharem, sempre que possvel as atividades sociais que j se iniciaram com a organizao de jantares mensais no bar Nutico, tendo sempre a presena de msicos e pratos especiais preparados pelo Barcelos Gastronomia. Lembramos novamente aos Associados a necessidade da atualizao da carteira social, pois a partir do ms de abril estaremos construindo a nova entrada do Clube, quando o ingresso ocorrer somente pela carteira com cdigo de barras. O investimento nos associados tem sido sempre nosso maior foco e como pode ser percebido, temos dado nova vida a locais antes pouco utilizados, bem como beneficiado reas de uso consagrado, como reforma da Vento Sul, novos calamentos, per de atracao na rea leste, flutuantes novos, pinturas do Salo Social, entre tantos outros. No canso de lembrar que todo o resultado que pode ser visto s possvel com o trabalho de equipe desenvolvido pelos vice-comodoros das reas esportiva, social, administrativa e de patrimnio, bem como do prefeito da ilha Chico Manuel, do diretor de Porto e Sede e em especial dos funcionrios, que tem participado com grande dedicao. Finalizando, convidamos os Associados a conviver mais frequentemente a vida do Clube. Bons ventos a todos Newton Aerts Comodoro
Publicao Editor: Ricardo Pedebos - MTB 5770/RS Textos e Fotos: Ricardo Pedebos e Ane Meira Projeto Grfico e Diagramao: Renato Nunes Fotolitos e Impresso: Grfica Calbria
sua tcnica, como conta Samuca. Fomos 13 e um 1, acabamos em 7 no geral! Uma pena a primeira regata, onde um manza espanhol se engatou conosco e acabou com nossa largada. Foi uma regata de re-
cuperao. Mas o saldo positivo, os melhores do mundo no Snipe estavam aqui e depois de muito tempo sem velejar conseguimos dar trabalho e fico com vontade de voltar nos prximos eventos da classe.
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equipe Tango representou o Clube na Copa Mxico 2012, em Nuevo Vallarta, Nayarit, de 2 a 10 de maro. A competio internacional a mais prestigiada da classe J/24 e sempre recebe velejadores de todos os cantos do mundo. O comandante do Tango, Alex Luiz e seus tripulantes, Andr Passow, Andr Gick e Lucas Ostergren, ficaram na 12 posio entre 56 barcos. Alm deles, o Brasil esteve presente com a equipe do carioca Maurcio Santa Cruz, o Santinha, que se tornou bicampe da competio. A participao brasileira no podia ter sido melhor. Mais uma vez o Santinha, sagrou-se campeo. Lembramos que estavam as melhores tripulaes do mundo na classe
J24. Alex Luiz e tripulao ficaram em 12, o que, sem dvida, representa uma colocao honrosa para o nosso Veleiros do Sul, disse Plnio Fasolo, que acompanhou a equipe do VDS. O comandante Alex Luiz comentou sobre a Copa Mxico: - O vento nunca impulsionou tanta paixo! Com este slogan, voltamos pela segunda vez a Nayarit, Baia de Banderas, neste pas sempre hospitaleiro que o Mxico, para participar da Regata Copa Mxico 2012, edio Olmpica. Com 56 tripulaes inscritas e um ciclo de 10 regatas, este evento provou mais uma vez ser o maior e mais bem organizado do planeta. Destas 56, pelo menos oito equipes eram de profissionais e campees mundiais dos ltimos cinco anos. A rede St. Regis de hotis patrocinou a equipe do Veleiros do Sul, e tambm contamos com o apoio da prpria organizao do evento. Plnio Fasolo e Astlio Santos estavam na nossa comitiva. Gostaramos de ter levado mais gente! Prxima Copa ser em 2014!
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Copa da Juventude foi realizada entre os dias 29 de fevereiro e 4 de maro e teve como sede o Veleiros do Sul. Os campees asseguraram as vagas na equipe brasileira que disputar o Mundial da Juventude da ISAF (Federao Internacional de Vela) em Dun Laoghaire, Irlanda, entre os dias 12 e 21 de julho. Os classificados em cada classe: Hobie Cat 16 - Martin Manzoli Lowy e Kim Vidal de Andrade (SP); 420 masculino - Ricardo Paranhos e Patrick Essle (SP), 420 feminino - Viviam de Alencastro Guimares e Marcela Rocha Moura (RJ), 29er - Vladimir Estoup e Breno Alex Osthoff (RJ), RS:X masculino Yago Honrio Carvalho (RJ) e na RX:S feminino - Wendy Stockler Soares (RJ), Laser Radial masculino - Joo Pedro de Oliveira (RJ) e na Laser Radial feminino - Maria Cristina Boabaid (SC). O Yacht Clube de Santo Amaro (SP) foi o clube campeo da Copa. No penltimo dia, cinco classes j tinham conhecido os seus campees por antecipao. Apenas a 420 feminino e a Laser Radial masculino ainda estavam indefinidas. No en-
tanto a falta de vento impediu a realizao da 10 regata prevista para o domingo e a Copa da Juventude encerrou com a classificao j estabelecida. As classes foram divididas em duas raias com as comisses de regatas do Veleiros do Sul e Clube dos Jangadeiros. O Veleiros do Sul participou em trs classes, Hobie Cat 16: 2 - Ricardo Welter Lis e Joo Felipe Kraemer, 420 masculino: 4 - Thiago Ribas Splettstosser e Alan Benkler Willy e 6 - Bryan Matthew Luiz e Gustavo Jos Balbela de Azambuja, Laser Radial masculino: 7 - Philipp Andreas Grochtmann. Para os velejadores do Clube a Copa foi uma novidade e isso refletiu de certa maneira na raia. Ricardo Lis, 15 anos, achou muito interessante a sua participao no Hobie Cat 16. Essa foi minha estreia como timoneiro em uma competio grande. Faltou experincia, mas sempre bom correr, disse o vice-campeo que teve como principal adversrio a dupla campe do mundo. Na classe Laser Radial, Philipp Grochtmann, 18 anos, conseguiu algumas boas classificaes nas regatas, mas foi irregular na
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mdia dos resultados. As coisas no deram certo na raia, mas foi um aprendizado correr esta seletiva. Na classe 420, Bryan Luiz e Gustavo de Azambuja, ambos com 14 anos, apontaram a falta de mais treinos pelo mau desempenho. Ns velejamos durante duas semanas, mas precisvamos ainda mais. Tnhamos pouco conhecimento ttico. Na verdade estvamos despreparados. A outra dupla formada por Thiago Ribas, 15 anos, e Alan Willy, 18 anos, deixou boa impresso na raia com resultados expressivos nas regatas. Acho que fomos bem, na verdade entrei para ter uma ideia da competio. Ainda estou na Optimist e queria correr no leme na 420. Aprovei o barco e pretendo velejar mais com ele, treinar e competir. Tenho ainda idade para mais trs edies, avaliou Thiago, 14 anos. Uma caracterstica da equipe que ir para o Mundial de 2012 a experincia. A maior parte j disputou a competio no ano passado, na Crocia. As classes 420 masculina e feminina, o Laser Radial masculino e feminino e o Hobie Cat 16 iro pela segunda vez. Apenas a RX:S masculino e feminino e a 29er sero estreantes no Mundial da ISAF. O gerente tcnico da CBVM, Jonatas Gonalves acompanhou em Porto Alegre o evento e ressaltou a importncia da Copa da Juventude para a vela. Esta competio tem o foco nos jovens. Temos optimistas talen-
tosos que saem da classe e precisam de incentivo nesta transio. Por isso tanto a Copa como o Mundial visam manter a garotada agregada nas classes juvenis. tambm uma orientao da ISAF. A Copa em Porto Alegre foi um sucesso e tivemos todo o apoio da Federao do RS e dos clubes Veleiros do Sul e Jangadeiros. A Copa da Juventude teve a participao de 62 velejadores com idade at 19 anos e foi uma promoo da Confederao Brasileira de Vela e Motor (CBVM) e da Federao de Vela do Estado do Rio Grande do Sul (Fevers) com a realizao dos clubes Veleiros do Sul e dos Jangadeiros.
TRIPULAES DO VDS
Philipp Grochtmann
420 masculino
420 feminino
RS: X feminino
RS: X masculino
29 er
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barco Crioula, do Veleiros do Sul, comeou a temporada em ritmo acelerado na classe Soto 40. Neste ano o Crioula Sailing Team comandado por Samuel Albrecht est competindo nas duas costas do continente, Atlntico e Pacfico. O primeiro desafio foi o Circuito Atlntico Sul Rolex Cup, de 16 a 19 de janeiro, em Punta del Este. O Crioula foi o vice-campeo, aps uma acirrada disputa com o vencedor Phoenix V/Mitsubishi, de Eduardo Sousa Ramos. O Circuito Atlntico Sul Rolex Cup teve oito regatas realizadas e a disputa foi marcada pela grande atuao dos brasileiros. O campeo, que levou o ttulo por um ponto de diferena, obteve vantagem aps um pe-
dido de reparao na quarta regata da competio. Alexandre Rosa, trimmer do Crioula, comentou a atuao. Aps as duas regatas finais encerramos com um 1 e um 4. Teramos vencido, mas uma reparao dada ao Mitsubishi na quarta regata levou-nos para a vice-colocao, disse Tandi. A classe Soto 40 vem se fortalecendo e neste ano ganhou o seu primeiro Circuito Sul-americano. A etapa inicial ocorreu em Algarrobo, Chile, de 8 a 11 de maro. O chileno Pisco Sour, de Bernardo Matte, foi o vencedor da etapa, com apenas duas vitrias nas sete regatas disputadas. Se os brasileiros tiveram uma grande atuao no Uruguai, no Chile as coisas no foram boas.
O barco Lancer Evo, de Eduardo Sousa Ramos, terminou em stimo lugar, enquanto o Crioula em 12. O capito da equipe, Samuel Albrecht, lamentou o desempenho ao trmino da etapa: Fim de campeonato no Chile, ficamos em 12 entre 12 barcos. Ontem (final) dia pssimo pra gente com trs regatas horrveis. Semana difcil onde nada deu muito certo por aqui. Em Algarrobo erramos mais nos posicionamentos das largadas. E ainda tivemos problemas com as regulagens do barco que havia passado por uma reforma antes da competio. Chegamos a obter um segundo lugar na quarta regata, mas depois fomos mal, disse Geison Mendes, trimmer da vela grande. A equipe do Crioula composta pelos velejadores: George Nehm, Renato Plass, Eduardo Plass, Alexandre Rosa, Fabrcio Streppel, Diego Garay, Maurcio Santa Cruz e Geison Mendes. No Chile o Crioula ainda teve o reforo do navegador italiano Bruni Zirilli, que tambm integra a Azurra Sailing Team, da Itlia. A segunda etapa do Sul-americano de
Soto 40 tambm ser disputada no Chile, de 12 a 15 de abril. O Brasil recebe as duas etapas seguintes, que fazem parte tambm da Mitsubishi Sailing Cup. A primeira acontece de 21 a 24 de junho, em Ilhabela, e a segunda, de 9 a 12 de agosto, em Bzios. A ltima etapa acontece entre 6 e 9 de setembro, em Buenos Aires.
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J houve poca em que a navegao fluvial e lacustre supria e predominava nos transporte de carga e gente. As vias existiam, e ainda existem, bastando alguns retoques para bem funcionarem. Encontrei, entre os guardados da famlia, descrio de uma viagem a Torres, registrada por minha tia, Edith Sommer, irm de minha me, Norma Sommer Ilha, em janeiro de 1930, ano em que nasci. O texto comeava com o vapor Montenegro saindo do cais de Porto Alegre e percorrendo o Guaba, lagoas dos Patos e do Casamento e rio Palmares, at a cidade homnima. No porto de Palmares os passageiros eram transferidos para um trenzinho que, em via de bitola estreita, seguia at Conceio do Arroio, a atual Osrio, onde pernoitavam. No dia seguinte iniciavam o trecho pelas lagoas litorneas, ligadas por canais, at chegarem a Itapeva. Dali at Torres, o transporte era de caminho, carreta ou a p, conforme as circunstncias permitiam. Leiam descrio bem humorada de minha tia, jovem na poca, acompanhada de sua colega Maria.
(Mantivemos a grafia original da carta)
om os coraes transbordando de alegria, tomamos o vapor Montenegro que era pequenssimo para comportar os muitos passageiros. Ao dar o signal de partida, subimos no tombadilho, para apreciar a bella paisagem do nosso querido torro natal. Devido ao frio, nos recolhemos ao salo das senhoras, onde o aspecto no era nada agradavel. Depois de termos andado por todo o vapor, a procura de um recanto mais convidativo, deparamos com o salo dos homens, no qual se achavam algumas conhecidas, tornando-se a viagem mais divertida. As 9 horas chegamos ao pharol Itapuan. A lagoa estava agitadssima. O nosso Montenegro parecia uma casquinha de nos, perdida no imenso oceano. Pouco a pouco a palestra foi desanimando. Ns nos sentamos mal, e parecia que o mesmo se dava com quasi todos. No querendo demonstrar uma outra o nosso fiasco, pretestamos somno, e nos deitamos. Depois duma hora de profundo silencio, Maria pergunta Edith: - Ests dormindo? e ella com voz fraca e muito desanimada responde: - Estou...
Antigo farol de Torres
- Edith levanta-se muito disfaradamente e vai a janella, e Maria erguendo a cabea depara a pobre amiga aos corcovos. No querendo deixal-a perceber que a tinha visto, deita-se suffocada de riso. Meia hora depois invertem-se os papeis e Edith criando animo, com um risinho de mofa diz: Quem ri por ultimo, ri melhor, e romperam numa gargalhada. Tempos depois a laga tornou-se calma. Hora do almoo, Dona Nena, como sempre, disposta e alegre, sentou-se a mesa para saborear o variado menu. Maria, sentindo-se melhor, sentou-se a mesa, mas somente poude beliscar um churrasquinho de carneiro. Animou a Edith para que fizesse o mesmo, mas esta nem que viesse o menu mais fino, no arredaria p onde estava. Maria insistia! Edith ainda meio amollada deu-lhe umas boas respostas, ouvindo umas risadinhas desconhecidas ergueu a cabea e deparou com uns lindos e melanclicos olhos cor de azeitona. Encabulada, sentou-se a mesa e fazendo um tour de force, consegue comer um poucochinho. Dali em diante no enjoaram mais e a viagem tornou-se novamente agradvel. Ao entrar-mos num canal rodeado de lindas plancies cobertas de viosa gramma,
onde viam-se figueiras e outras arvores frondosas, no resistimos a tentao de tirar algumas photografias. As 4 horas chegamos a Palmares! Depois de acomodar-mos as malas num trenzinho de boneca, porem muito commodo e asseado, fomos dar uma volta pelos arredores. Ao passarmos pelo armazem do porto, Edith d, com 2 arqueados, contendo chapus, to seus conhecidos e abraando-se a elles poude matar um pouco as saudades (embalagem com chapus da fbrica do pai de Edith). Depois de uma longa hora de espera que pusessem a carga no trensinho, partimos rumo a Rancho Velho. O nome lhe foi muito bem dado, pois a no ser uma linda plantao de eucalipto, nada mais tem que ver. Um jovem que ali saltou, precisando andar ainda algumas lguas a cavallo , tratou com um mambira, que offereceu-lhe um dizendo que o pingo era excellente, tanto, que custava 200$.000 ris ao trazel-o soltamos uma gostosa gargalhada pois o bichinho mal se podia ter em p, de to velho que era. Na estao seguinte, Passinhos, no notamos a demora do trem, devido o aparecimento de um grupo de gachos, que muito nos divertio. Entre esses guascas havia um, que nos chamou logo a atteno pelo seu porte esbelto, a sua linda cor morena e, principalmente, por aquelles olhos castanhos, que cintilavam como duas estrellas no firmamento. Debruadas nas janellas o fitvamos disfaradamente para que elle no percebesse quando um dos seus companheiros, um gacho possante, chamou-lhe a atteno, deixando-o assim todo encafifado. Ao dar o signal de partida, queramos, ainda, comtemplal-o pela ultima vez, quando fomos interrompidas pelo dono dos olhos melancholicos, que era representante da Casa Bayer, que veio offerecer-nos as folinhas e cafeaspirinas promettidas.
Antes de chegarmos a Conceio do Arroio, rodeamos parte da Laga dos Barros a margem da qual viam-se lindos rebanhos de ovelhas, cavallos, gado vacum e muitas aves aquticas, entre as quaes se destacavam uma bellissima gara salmon. O que muito apreciamos foi 2 gauchos parando rodeio. Sem mais novidade chegamos a 7 horas a Conceio , uma pequena villa, bonita pelas lindas montanhas que a ladeiam. Nos hospedamos no Hotel Amaral, um dos melhores da villa. Quando hoteleiro veio para nos mostrar os quartos fomos logo dizendo: Queremos bastante boia e ba pois estamos morrendo de fome. O pobre homem assustado disparou para a cosinha a dar ordens e pouco tempo depois estava prompto o jantar, que para ns foi um dos mais saborosos. Antes de nos recolhermos fomos dar umas voltas pela villa. Maria encontrou, logo, 2 colleguinhas do Bom Conselho. Dos edifcios que rodeiam um campinho com
arvores, que os moradores de l chamam de praa, destacam-se o futuro Banco Porto Alegrense, o Hotel Amaral e a velha igrejinha que fica no centro mesmo. As 4 da madrugada nos levantamos para tomar caf, pois o trensinho segui as 5 rumo ao porto. As guas mansas da Laga Pinguela espelhavam as enormes montanhas que nos fizeram lembrar a Suissa. As 6 horas partimos rebocadas por um vaporsinho e uma chata. Fomos ao tombadilho, assim, como grande parte dos passageiros, para admirar a passagem pelos estreitos canaes. A hora do caf, decemos, e como comeou a chover ficamos no salo. Um rapaz cego que muito nos divertia, tocou bellos sambas, na gaita, acompanhados por violo. Ns no resistimos aos requebros da melodia, pusemo-nos a danar e pouco a pouco aproximaram-se outros pares e assim formouse o baile, at a hora do almoo. Entrando na Laga dos Quadros, que era um perfeito contraste com os estreitos canaes, por sua immensa largura, subimos ao tombadilho e l cantamos velhas canes gauchas acompanhadas ao violo pelo Snr. Bayer. Como co-
measse a chover torrencialmente fomos para a cabine do leme, onde o piloto dando algumas instruces a Edith, entregou-lhe o leme. E assim chegamos ao Porto Cornlio. Munidas dum guarda chuva fomos ao tombadilho, para dar o ultimo adeus ao nosso symphatico tocador de violo, que ali ficou. Entramos novamente em estreitissimos canaes, cuja passagem tornava-se difficil devido as curvas. Ao longe divisava-se 3 botes a vella que pareciam deslisar sobre o campo. O estampido duma formidvel Mauser, descarregada por um negro sobre jacars, que tomavam banho de sol, nos assustava de vez em quando. Na Laga de Itapeva, aborrecidas por no saber o que fazer, resolvemos comear a descripo de nossa viagem. Como no houvesse papel utilisamo-nos da linda folinha, que o Snr. Bayer nos dera. Um official seu companheiro, vendo o pouco caso da offerta disse:Ento, assim que esto apreciando a folinha que o moo lhes deu de to ba vontade? E assim no percemos o correr do tempo; at que vieram nos avisar que estava-mos somente a dez minutos do Porto Estcio. A primeira pessoa que avistamos neste porto foi o nosso professor de gymnastica, o Snr. Blach. Ficou muito alegre ao ver-nos e nos ajudou a descer, ainda antes de atracar a gasolina, de modo que Dona Nena e Maria puderam reservar 2 lugares no caminho, que nos devia condusir a Torres, enquanto Edith e o Snr. Luis Pigat, que sempre foi muito gentil para connosco, durante a viagem, tratavam da bagagem, conforme ficara combinado. Mal acomodados no pequeno Fordsinho fisemos troa do Snr. Blach e seus companheiros, que seguiam para Itapeva numa carreta. Elle ainda nos desejando uma feliz viagem disse. De vagar se vae ao longe. Mal o calhambeque andara 10 minutos, comeou a corcovear como um potro mal domado. Dona Nena alarmou-se e observou ao, chauffer que o motor andava em 3 vellas. Na subida de Itapeva, como o auto pendesse muito para um lado, Dona Nena e outras passageiras puseram-se a gritar, pedindo que parasse, mas tal no foi preciso, pois o motor entregou os pontos. Todos desceram, deixando o motorista atarantado a examinar a machina, e sentaram-se num rochedo que ficava a beira-mar.
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Como estivesse demorando muito concerto do motor, Edith foi at l e vendo que o caminho no sairia donde estava, tratou com um carroceiro que passava para levar a nossa bagagem ao Hotel Picoral. Communicandonos o que tinha feito, disse que o melhor era marcharmos at o hotel, se, no quisssemos pernoitar na praia. E como um bloco carnavalesco, catando alegres canes para que a Dona Nena no notasse o chuvisqueiro, chegamos a Guarita. A chuva tornou-se impertinente a escurido aumentava cada vez mais e a estrada coberta dum barro visguento, que nos fazia escorregar a cada passo, tornava a jornada cmica. Dona Nena vinha meio arrastada pelo piloto e pelo Snr. Pigat e furiosa com o Snr. Picoral, por no enviar-nos um auto ao encontro. Ns dvamos o brao a uma senhora idosa, que se apoiando muito em ns, nos difficultava os movimentos. Uma capa que segurvamos em forma de tenda, abrigava-nos da chuva. No Hotel Sartori deixamos a pobre velinha, j exhausta. Depois de uma marcha de 6 kilometros,
chegamos ao hotel como os veteranos da guerra do Paraguay e com um grande trago de caninha, terminou a odissia de nossa viagem, cheia de peripcias. Fim Torres 10/01/1930 Maria & Edith
Servio de Transporte Ferrovirios e Lacustres entre Palmares do Sul e Torres foi criado oficialmente pelo decreto n 2872, de 4 de outubro de 1921, e inaugurado em 15 de novembro, quando comeou a operar o trfego da estrada de ferro de Palmares a Conceio do Arroio (Osrio) e o da linha de navegao entre os portos desta localidade e do Estcio, na lagoa Itapeva, situado a cerca de 10 quilmetros de Torres. O servio transportava a produo da regio do litoral Setentrional do Estado e tambm passageiros e veranistas. Funcionou at 1958. (Informaes do livro Navegao Lacustre Osrio - Torres, de Marina R. da Silva)
erta tarde, na praia da Alegria, logo aps ancorar o Antares no juncal, com fateixa, falei com dois velejadores do Iate Clube Guaba que me haviam visto chegar. Um deles era o Dad e outro no recordo o nome. Dad perguntou-me se no queria experimentar velejar num Sharpie 12m2 - era o barco em que estavam. Aceitei na hora. Gostoso vento leste. Deram-me o timo. A sensao que experimentei foi to nova, to diferente e to maravilhosa que, passados uns sessenta e cinco anos, ainda a recordo. J no primeiro toque encantou-me a suavidade do leme. O Sharpie 12m2, com 6,00 m de comprimento e creio que apenas 1,40 m de boca, era um barco de casco esguio, esbelto. Orando, vnhamos os trs na borda - sua afilada proa cortava e fendia as ondas sem impacto algum, como se fosse uma faca, e com tal suavidade que me parecia estarmos navegando sobre azeite e no sobre gua. Inesquecvel! E a comparao com o meu Antares foi terrvel! Mais largo e menos longo, meu barco, com seu casco em V pouco profundo, quando em ora, batia contra as ondas, borrifando-as e estremecendo. Mas havia nisso uma pequena e efmera compensao de ordem esttica: naqueles borrifos, quando navegava contra o sol, surgiam fugidias as cores do arco-ris. Era lindo! curioso constatar que atualmente, contemplando velocidade, o projeto de veleiros opta pelo casco de fundo achatado, desconsiderando, totalmente, o desconforto que produzido pelo choque e estrpido dos fortes golpes contra as ondas quando em ora fechada. Aquela pequena experincia com o Sharpie foi to gostosa e marcante que, duas dcadas depois, em Florianpolis, motivado por essas lembranas pretritas, assim, sem mais pensar nas implicaes que teria meu ato, comprei um velho Sharpie. E, pouco depois, patenteou-se um problema: como lev-lo para o Veleiros do Sul? As peculiaridades de como foi feito esse translado, para Porto Alegre, creio que s foi possvel por ser nos idos de 1965. Mas isso tambm j outra pequena estria. O cruzeiro do Sharpie por mar - Poucas semanas aps haver comprado o Sharpie j se havia cristalizado a preocupao com o modo, e consequente despesa, de seu translado de Florianpolis a Porto Alegre. Fui ento casualmente informado de que um pequeno cargueiro iria a Porto Alegre. Estava atracado no Estaleiro do 5 Distrito Naval, no Continente, na Baa Sul. Evento este ex18 O MINUANO
tremamente raro, pois Florianpolis no propriamente um porto para trfego martimo. Imediatamente dirigi-me para l. Subi a bordo e procurei o comandante. No recordo o que me teria levado a intuir que o comandante seria uma pessoa de bom humor e apresentei-me como seu colega. Ele, comandante daquele cargueiro de ao e eu comandante de um veleirinho de madeira que necessitava lev-lo para Porto Alegre. Expus que o custo do transporte por terra excederia o valor que tinha pago pelo barco e perguntei se poderia fazer-me o grande favor de lev-lo. A solidariedade entre os homens do mar verificou-se mais uma vez! O comandante compreendeu meu problema e concordou em levar o Sharpie, porm poderia faz-lo somente como carga de convs, isto , sem seguro. Aceitei de imediato. Fui at minha casa de veraneio e, em curta velejada, levei o barco desde a Praia das Palmeiras, tambm no Continente, at o trapiche do 5 Distrito Naval. No tenho precisa lembrana de como o barco saiu da gua e foi para o convs do cargueiro, completo, com madre e cana de leme, mastro, retranca e verga carangueja. Ter sido guinchado pelo prprio cargueiro. E o Sharpie seguiu, por mar, no convs do navio, a descoberto, direto para o cais de Porto Alegre! Inacreditvel! J ento scio do Veleiros do Sul fui busc-lo com o barco socorro do clube. E mais uma vez fez-se a operao, agora em sentido inverso: retirar o barco, com todo seu aparelho, do convs do navio e coloc-lo a flutuar para que, rebocado, seguisse at seu destino final, o hangar do clube. Inesquecvel cortesia! Definitivamente, tal como o foi, no creio que isso hoje seria possvel.
Grupo dos Cruzeiristas do Veleiros do Sul voltaram ativa depois do perodo de frias. A turma compareceu ao jantar no salo social na noite de 7 de maro e foi recebida pelo me Jos Tvora. Da cozinha veio o grande destaque da noite, o recm batizado cruzeirista Rafael Campos, o Badejo, que vestido a carter de Chef apresentou aos convivas pratos saborosos como, Peixe ao molho de Laranja e Camares, servindo tambm Torti de Abbora. Rafael fez questo de destacar o trabalho do chef Joelci, do Barcelos Gastronomia, parabenizando pelo comando impecvel da cozinha. Quem compareceu pode se regalar com o jantar. Na reunio teve a tra-
dio de ler antigas atas do Grupo, da dcada de 1960, e O Me fazer seus comentrios e dar os seus
avisos aos Cruzeiristas. Os encontros da confraria so sempre na primeira quarta-feira de cada ms.
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les velejaram bem e conseguiram um ttulo indito para o barco Dont Let Me Down. Flvio Quevedo, Jonathan Cmara e Andr Renard foram os vencedores do Campeonato Brasileiro da classe Soling, disputado entre os dias 10 e 11 e 17 e 18 de maro. Na vicecolocao ficou o Diferencial, com Nelson Ilha, Manfredo Flricke e Felipe Ilha. E em terceiro lugar Guilherme Roth, Carlos Alberto Trein e Roger Lamb. Estavam presentes 13 tripulaes, mas a briga pelo ttulo de 2012 acabou mais concentrada entre os dois primeiros colocados. Desde o incio j havia uma disputa particular entre as equipes pela liderana. Na etapa final os dois ficaram empatados na pontuao, mas o Dont Let Me Down velejou melhor, com uma vitria folgada na ltima regata, garantindo o primeiro ttulo brasileiro da classe para os seus tripulantes.
Ns conseguimos uma boa mdia de pontos na classificao e isso nos ajudou chegar vitria. Nosso pior resultado era um 4 lugar que foi descartado. O campeonato foi difcil pelo equilbrio e principalmente no penltimo dia, devido ao vento variado na raia, disse Flvio Quevedo que no Brasileiro deixou sua posio de meio no barco para assumir o leme no lugar do timoneiro titular Ccero Hartmann. O Dont Let Me Down tambm foi o campeo da categoria Classic, barcos com fabricao anterior a 1980 e levou o Trofu rotativo Jos Lcio Glomb. A equipe do Diferencial vinha num mano a mano com o Dont Let Me Down, chegou a liderar o campeonato no penltimo dia. No entanto ao chegar em stimo lugar, na stima regata, acabou sem chance de brigar pela vitria do Brasileiro. Na ida para raia encalhamos num banco que
desconhecamos naquele local, e ficou uma bola de barro grudada em nossa quilha. Sentimos que o barco no estava rendendo, mas s descobrimos o motivo no intervalo entre as duas regatas finais, comentou Nelson Ilha.
No total foram realizadas oito regatas em duas etapas na raia de Ipanema, no Guaba. O campeonato foi quase todo de vento de intensidade fraca, em torno dos 7 ns. Participaram 12 barcos de Porto Alegre e um da cidade de Rio Grande.
CLASSIfICAO fINAL DO BrASILEIrO 1 Flvio Quevedo, Jonathan Heit Cmara, Andr Renard (VDS) pontos - 14 2 Nelson Horn Ilha, Manfredo Floricke, Felipe Ilha (VDS) 20 3 Guilherme Roth, Carlos Alberto Trein, Roger Lamb (VDS) 23 4 Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou, Lucio Pinto Ribeiro (VDS) 28 5 Fernando Krahe, Leonardo Gomes, Rafael Paglioli (CDJ) 29 6 Niels Rump, Gustavo Thiesen, Andre Serpa (VDS) 33 7 Kadu Bergenthal, Isaak Radin, Gabriel Nogueira da Graa (VDS) 47 8 Henrique Horn Ilha, Gustavo Ilha, Eduardo Devilla (RGYC) 59 9 Fabio Pillar, Marcelo Azevedo, Joo Pedro Beccon (CDJ) 59 10 Diego Quevedo, Julio Martini, Carlos Bombardelli (VDS) 65 11 Marcus Silva, Regis Silva, Miguel Petkovickz (VDS) 73 12 Eduardo Cavalli, Gustavo Cestari, Ismael Rockett (VDS) 73 13 Jos Ortega, Paulo L. Ribeiro, Matheus Winck (VDS) 83 CATEgOrIA MASTEr: Jos Ortega, Paulo L. Ribeiro, Matheus Winck
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A famlia de navegadores do veleiro Kleiner Bar, do Veleiros do Sul, conta como foi o trecho de sua viagem pelo extremo sul do continente americano.
ntes de irmos para a Patagnia, tnhamos a inteno de ir at o Cabo Horn e contorn-lo em algum dia calmo. Para fazer isso, primeiro ns precisvamos ir at Port Williams para conseguir uma zarpie, uma permisso para navegar naquela rota. A viagem por volta do cabo de 150 milhas, mas, sem a necessidade de pressa, existem dois locais ao sul para ancorar o barco nesse percurso. Um desses locais Puerto Toro, em Isl Navarino, a 45 milhas do prprio cabo, ponto de parada obrigatrio para pessoas que decidem esperar o tempo melhorar antes de seguirem ao sul. A passagem pelo Cabo Horn aquele problema clssico das viagens em mar aberto, s que pior: um trecho de mar com ondas grandes e vento intenso. No necessrio dizer que nossa travessia provavelmente no seria um domingo de vela agradvel. O ponto de ancoragem em Isla Horn no seguro, e pelo menos uma pessoa da tripulao jamais deveria sair do barco no caso da ncora comear a arrastar. Devido a isso, ns precisaramos de outro barco para nos acom-
panhar, de modo que uma pessoa ficasse em cada barco dando a chance para o resto da tripulao desembarcar. Ns discutimos muito se deveramos ou no ir at l. Em parceria com o Iron Lady, combinamos de ir juntos se o tempo estivesse bom. Primeiro ns fomos para Caleta Tres
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Mares, lugar que j conhecamos e gostvamos. Fizemos um timo churrasco na praia, mas, embora estivesse muito bom, estvamos vestindo roupas quentes demais para a praia. Depois de duas noites, partimos bem cedo (5h) com a inteno de ir at Caleta Maxwell, que mais perto e mais a oeste do Cabo Horn. Velejamos para o Sul, passando pela Baia Nassau a 15 ns com vento noroeste. Por volta das 16h, j estvamos entre as ilhotas daquela paisagem, e pudemos chegar ao porto antes das 17h. No chegamos a enfrentar ventos fortes, mas o Iron Lady, nosso veleiro de apoio, estando uma hora de viagem atrs de ns, no teve a mesma sorte. Descemos a ncora, e amarramos o barco com dois cabos resistentes. Quando o Iron Lady chegou, a tripulao parou ao lado do nosso Kleiner Bar, e jantamos todos juntos, logo depois de termos providenciado lugares onde passar a noite. O plano era contornar o Cabo no dia seguinte. Se o tempo estivesse bom, retornaramos a Puerto Toro para passar a noite. Deixamos o porto mais ou menos s 8h, com a previso do tempo indicando um vento de 20 - 25 ns, com rajadas de 30, e ondas de at 3 metros. Quando chegamos ao Sul da ilha o vento j atingia 25 ns, e aumentando. Estvamos navegando com o mnimo da vela principal, e muito pouco da genoa. Para equilibrar a distncia com o Iron Lady, passamos a usar somente a vela principal. O vento aumentou para 40 ns, e as ondas dobravam de tamanho a cada minuto. Era muito difcil conseguir enxergar o outro barco por completo. s vezes, s se via o topo do mastro.
Velejamos em volta do Cabo Horn, e batemos muitas fotos. Ns s conseguamos imaginar o quo complicado e perigoso deveria ter sido para os marinheiros de antigamente passarem por esse lugar. Do mesmo modo, a travessia dessas guas por velejadores em competio e em condies bem piores que a nossa agora parece ainda mais incrvel e admirvel. Chegamos perto da baia onde pudemos ancorar o barco para visitar o Cabo. S poderamos ter certeza se era possvel ancorar ou no depois de chegar bem perto. Mesmo com o pessoal do Iron Lady preferindo seguir adiante, decidimos ficar. J estvamos ali, afinal. Deixamos os motores ligados e Werner ficou no barco enquanto eu fui com as crianas at l. Depois trocamos de funo, e cada um teve a oportunidade de conhecer melhor aquele lugar misterio-
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Werner, Nina, Lcia e Lucas marcaram a presena do VDS no Club Naval de Yates Micalvi, em Puerto Williams, ilha Navarino, no Canal de Beagle
forte, e decidimos que era melhor sair logo dali e procurar um porto seguro. Werner, que tinha ficado no barco, infelizmente no pode visitar a ilha. De toda forma, estvamos muito felizes de ter dado a volta no Cabo Horn, foi uma grande conquista para ns. No era algo extremamente necessrio para a nossa viagem, mas estvamos to perto desse local lendrio que queramos dar uma olhada de perto. Paramos no porto determinado, e jantamos junto com a tripulao do Iron Lady para celebrar nossa aventura. Foi um orgulho para nos podermos ter representado o Veleiros do Sul colocando a sua flmula no Cabo Horn e tambm no Club Naval de Yates Micalvi, em Puerto Williams, que clube nutico mais ao sul do mundo.
so. Nina e Lucas estavam comeando a ficar um pouco enjoados, mas, depois que comeamos a contornar o Cabo, eles j estavam bem, e ansiosos para parar na Ilha Horn. H uma famlia morando na ilha. Um casal e dois filhos, um menino de 7 anos, e uma menina de 13. Ian um oficial da Marinha que j est l faz um ano, e sua famlia veio para lhe fazer companhia h apenas dois meses. Ian veio at a praia para nos ajudar a aterrisar. E se eu digo aterrisar, porque havia ondas quebrando incessantemente naquela praia rochosa. Conseguimos descer sem grandes problemas e incrivelmente secos! Ficamos caminhando e batendo fotos por ali, mas preciso dizer que o vento estava to forte que s caminhar reto j era um desafio. Fomos at o farol para assinar o livro de visitantes e marcar o smbolo do Veleiros do Sul, nosso clube nutico. No tnhamos certeza se conseguiramos fazer isso, mas estamos orgulhosos por ter conseguido! Quando voltamos para o barco, o vento estava ainda mais
epois da navegao pelo extremo sul, o Kleiner Bar est seguindo viagem pelo Canal de Magalhes rumo ao norte com destino a Puerto Montt e depois iro mais acima at Valdvia. No percurso a famlia tem feito pequenas paradas nas caletas dos canais para curtirem a exuberante natureza, geleiras e apreciarem a companhia de baleias e focas.
*Werner e Lcia se conheceram na adolescncia no Veleiros do Sul e em 1999 foram morar na Nova Zelndia. Em maio 2008 saram de Auckland com os filhos para uma navegao ao redor do mundo no veleiro Kleiner Bar de 41 ps. Eles passaram pelo Pacfico, ilhas Salomo, Papua Nova Guin, Austrlia, Indonsia, Malsia, Tailndia, Sri Lanka, Maldivas, Oman, Imen, na Eritria, Sudo e Egito, no Mediterrneo, Chipre, Turquia, Grcia, Itlia, Espanha, Gibraltar, Ilhas Canrias, Cabo Verde e Brasil. Agora a famlia est fazendo a viagem de retorno Nova Zelndia. Acompanhe a viagem e deixe mensagens no blog: http://www.sailblogs.com/member/kleinerbar/
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SOCIAL
m clima intimista tomou conta do Bar Nutico no brasileirssimo jantar Antnio Carlos BRASILEIRO de Almeida Jobim realizado pelo Barcelos Gastronomia na noite de 15 de maro. Com cardpio fabuloso repleto de delcias da culinria tupiniquim o jantar reuniu os associados e amigos que prestigiaram a noite. A msica ficou a cargo do cantor Chico Paixo. Entre as delcias oferecidas no menu de degustao estavam Caldinho de Feijo com Borda de Farofa, Escondidinho de Carne Seca, Asinhas de Frango Picante, Chips de Mandioca, Dadinhos de queijo coalho a milanesa e muito mais. Conforme os chefs do Barcelos Gastronomia Aline Trevisan e Pedro Barcelos, o projeto realizar um jantar temtico por ms no espao mais aconchegante do Clube.
Opticolnia do Veleiros do Sul foi uma opo de lazer nas frias que conquistou as crianas neste vero. Durante sete semanas de janeiro a fevereiro, frequentaram em torno de 200 crianas, com idades que variaram dos 4 aos 12 anos. O interesse despertado pela colnia atingiu os pequenos pelo seu carter ldico e pedaggico. Boa parte teve pela primeira vez contato com o rio Guaba e a vela. Elas experimentaram um leque de atividades, desde a iniciao vela, passeios de barcos, pescaria, arvorismo, tirolesa, passeio de trilhas e stand-up (prancha) rema-rema e mini-regatas, alm de diversas brincadeiras na piscina e no ptio. Aventura e natureza marcaram a Opticolnia. Porm no foi s lazer, teve tambm a
parte educacional. As crianas assistiram a peas de teatro infantil e palestras. Os temas abordados foram educao no trnsito, educao ambiental e nutrio infantil, graas parceria entre o Clube e a EPTC, DMAE, SMAM e Editora Boror 25. O trabalho com as crianas teve a cargo da experiente equipe formada pelos professores Cssio Dornelles, Ana Paula do Prato, Bibiana Lopez, Mariana Gliesch (Escola de Vela Minuano) e com o apoio dos marinheiros do Clube: Patrick Johnstone, Carlos Carvalho e Mariel Hoch. Conforme o supervisor da colnia, professor Mauro Ferreira, o saldo da temporada foi muito positivo. O projeto foi bem recebido pelas crianas e pais e o sucesso nos motivou a organizao de mais colnias durante o ano.
Passeios de barco pelo Guaba e trilhas na ilha das Pedras Brancas
e oceano. Os instrutores possuem boa experincia e tambm so constantemente atualizados. Na Escola tambm frequentam pessoas no scias do Clube. Programao de maio Cursos a partir do dia 19 Iniciao a Vela Adultos Iniciao a Vela de Oceano Iniciao a Vela Infantil Aperfeioamento a Vela Infantil Iniciao a Regata Infantil
Mais informaes pelos fones: (51) 3275 1733 e 3265 1717 Ramal 4 ou email: esportiva@vds.com.br
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PATRIMNIO
O per receber em abril dois flutuantes. O calamento do trecho que d acesso ao quiosque do mato e ao novo per foi concludo no final de fevereiro. Na pavimentao foram utilizados blocos de cimento PAVS e tambm construda a canalizao para o escoamento pluvial. Agora
praticamente toda a parte leste do ptio est pavimentada. No quiosque do mato foi ampliado o calamento com lajes de gres, assim como o trecho do estacionamento at o per. Na parte de manuteno foram solucionados os problemas dos vazamentos no telhado da sede do Clube com a troca de telhas e consertos das calhas. Por muitos anos as goteiras de gua da chuva vinham causando estragos na estrutura do telhado e no forro no salo do restaurante e na entrada social. As telhas quebradas foram substitudas, as partes danificadas da madeira foram arrumadas e o teto da entrada social pintado. A reparao de telhados tambm se estendeu nos hangares 9, 8 e 5. No salo da churrasqueira Vento Sul comeou a reforma das reas interna e externa. Na parte de dentro os tijolos das paredes foram lixados e receberam tinta seladora de pedra e resina acrlica. O forro tambm est sendo recuperado e pintado. As janelas e beiradas do telhado foram lixadas e pintadas com tinta base e tinta protecolor UV Imbuia. O Clube tambm adquiriu uma nova central telefnica. O equipamento
PATRIMNIO
PABX Siemens Hipath 1150 atende as necessidades de comunicao do Clube e ainda permite a ampliao gradual do sistema, acompanhando o nosso crescimento. No setor de nutica os guinchos esto sendo reparados. No guincho rpido, prximo rampa central, o
motor passou por uma reforma. A parte mecnica teve peas substitudas, entre as quais a cremalheira. E tambm foi consertado um problema eltrico que possivelmente tenha sido decorrente do desgaste do motor. O guincho grande, de 20 toneladas, est recebendo uma ma-
nuteno preventiva e corretiva para estar de acordo com as normas de segurana e proporcionar um servio com garantia aos associados. A empresa contratada para fazer o servio no guincho expedir um ART CREA (Anotao de Responsabilidade Tcnica).
Campeonato Brasileiro da Classe Laser ocorreu de 19 a 27 de janeiro na represa da hidreltrica de Trs Marias, a 275 km de Belo Horizonte, no Noroeste de Minas Gerais. O Veleiros do Sul participou no Brasileiro de Laser Standard com quatro representantes. O melhor classificado do grupo foi o Henrique Dias, 7 lugar na geral. Ele obteve duas vitrias nas regatas finais. As demais classificaes na Standard foram: 16 - Adrion Santos (2 Pr- master), 25 - Gustavo Zipperer e 57 - Ader Santos. Das 10 regatas programadas em cada classe apenas a metade foi realizada em dois dias devido a falta de vento. No 19 Brasileiro de Laser Radial, Henrique Dias foi vice-campeo (1 snior) e Rodrigo Quevedo 48. A competio foi de 19 a 22 com a presena de 86 velejadores. O brasiliense Joo Ramos foi o campeo no 38 Brasileiro da classe Standard, o catarinense Mario Mazzaferro, no 19 Brasileiro Radial e o paulista Gabriel Elstrodt ficou com o ttulo no 16 Brasileiro de Laser 4.7. O Brasileiro Standard teve a par-
ticipao de 83 velejadores e na 4.7, com 46, de 13 estados. O Campeonato Brasileiro da Classe Laser foi a primeira seletiva para os mundiais da International Laser Class Association ILCA. O Campeonato Brasileiro
da Classe Laser foi organizado pela Associao Brasileira da Classe Laser ABCL, Prefeitura Municipal de Trs Marias e Cemig, que tambm foi patrocinadora do evento juntamente com a Votorantim Metais.
Henrique Dias
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quantidade, destaca Quevedo que convida os associados a trazerem os seus filhos Escola de Vela Minuano. J o tcnico da Flotilha Minuano Geison Mendes analisa que no geral o resultado foi melhor que o esperado. O Thiago Ribas velejou muito bem em todo o campeonato e teve apenas um dia que no foi favorvel. O Gabriel e o Tiago Quevedo mostraram na raia o resultado de um ano de empenho, fizeram um grande tra-
balho. A Ana Paula s no foi melhor porque no se preparou o suficiente, mas teve um bom desempenho, aponta. Na Copa Brasil de Optimist Estreantes, que antecedeu o Brasileiro, teve apenas duas regatas realizadas das seis programadas, devido s ms condies do tempo. O Veleiros do Sul participou da Copa com o velejador Nicolas Mueller que ficou na 32 colocao.
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ntre tantos outros clubes e destinos foi o Veleiros do Sul o escolhido pela velejadora olmpica da classe Laser Radial Adriana Kostiw para realizar seus treinos para os Jogos de Londres. A paulista tem um currculo admirvel na vela. oito vezes campe brasileira, dez vezes campe paulista e duas vezes campe sul-americana, tem uma medalha de bronze dos Jogos Pan Americanos de 2007 no Rio e representou o Brasil nas Olimpadas de Atenas em 2004. Agora treina para a sua segunda Olimpada. Adriana morou em Porto Alegre por dois anos. Veio pela primeira vez cidade em 1998 com a hoje tcnica da CBVM Marta Rocha, formaram dupla na 470, e desde ento criou laos com a cidade. Alm dos amigos que fez, tem em Porto Alegre o apoio tcnico necessrio para evoluir. Hoje conta com o treinador Geison Mendes Dzioubanov, que se destacou na preparao das atletas do Match Race. Alm do grande trabalho que ele fez com as meninas, o Geison muito didtico. Porto Alegre bacana por isso, h muitas pessoas que exploram a vela profissionalmente, afirma Adriana. A atleta treina diariamente no Ncleo de Vela de Alto Rendimento do Veleiros do Sul, onde dispe de alojamento e preparao fsica. No Clube, encontra a parceria e apoio de amigos que a acompanham no treinamento,
como o velejador Henrique Dias, vice-campeo snior no Sul-Americano de Laser radial na Argentina. O Clube est sempre movimentado, sempre tem gente. E alm da estrutura, tem todo o tipo de servio por perto, um shopping enorme a cinco minutos com tudo disposio, coisas que dificilmente a gente consegue. Tenho companhia nos treinos, tenho disposio o trabalho maravilhoso do preparador fsico Ariel de Deus. Sempre digo que quem vem pra c correr ou treinar precisa aproveitar ao mximo, completa. Alm dos treinos dirios de trs horas no barco Laser, Adriana tambm corre e pedala. A inteno fazer um trabalho fsico mais intenso. Quero chegar em Waymouth o mais forte o possvel. As condies na Inglaterra so difceis e desgastam muito o atleta. A distncia entre a raia da regata e o Clube enorme, cerca de 5 milhas, ento importante ter um bom preparo. Antes dos Jogos a velejadora ainda treinar bastante em Porto Alegre e So Paulo e tambm disputa competies importantes como o Mundial de Laser Radial na Alemanha em maio e no Skandia Sail for Gold Regatta, em junho, na mesma raia olmpica. At l, segue contando com o suporte do Veleiros do Sul, tendo sua base em Porto Alegre, cidade que se declara admiradora: Brinco que o lugar ideal para viver teria a modernidade de So Paulo, a beleza do Rio de Janeiro e as pessoas de Porto Alegre. Adoro as pessoas daqui e sou apaixonada pela cidade. Gosto de ir e voltar ao Gasmetro pedalando pela orla, da tranquilidade, do clima do Rio Grande do Sul.
rita richter
Festival de Optimist de 2011 foi uma regata in port devido ao vento forte de at 30 ns nas rajadas que sopraram no dia 18 de dezembro no Guaba. A raia foi montada nas guas abrigadas pelo molhe entre os trapiches da marina. Os competidores foram contornando as boias at completarem as trs voltas do percurso, acompanhados pela torcida em terra. O Festival uma regata de aspecto nico nascido no Veleiros do Sul. Por ser uma competio festiva algumas regras so deixadas de lado para dar o clima propcio de diverso e brincadeira. Aberto para velejadores de todas as idades, crianas, jovens e adultos e nmero irrestrito de tripulantes, desde que suportado pelo barquinho. E como de costume as adaptaes de velas tambm eram livres. Participaram 14 barcos, alguns tripulados por duplas de amigos, irmos, pais e filhos. Antnia Gick, 3
anos, ganhou o prmio Optibaby, por ser a mais jovem do Festival. Ela velejou junto com a irm Catarina e o pai Andr. O primeiro a cruzar a linha de chegada foi o ex-optimist Henrique Dias que venceu pela segunda vez consecutiva a competio. Na categoria veterano Mrio Richter ficou em primeiro, na Estreante
Nicolas Mueller e na categoria Escola de Vela, Tas Quevedo. Nesta edio o evento foi ainda mais especial, pois prestou uma homenagem a Rita Richter, que dedicou muitos anos de sua vida para a classe Optimist. A partir de agora passar a se chamar Festival Rita Richter de Optimist.
Homenagem a me rita
Rita com a placa em sua homenagem pelos relevantes servios prestados Escola de Vela Minuano e Flotilha Minuano de Optimist
dos filhos e netos recebeu o carinho e o agradecimento dos seus ex-optmistas, e alguns com filhos que hoje fazem parte da classe. O associado Eduardo Secco Hofmeister falou em nome do grupo lembrando de quanto ela dedicava seu tempo com as crianas. Mencionou alguns episdios como uma ida at Recife de nibus. Ela sozinha cuidou de 10 crianas na viagem. Sempre acompanhou os velejadores pelo Brasil e exterior. Sua atuao tambm se destacou fora do estado, Rita auxiliou na fundao da classe Optimist em Santa Catarina, colabo-
rou com as flotilhas de So Paulo e Pernambuco. O vice-comodoro Eduardo Scheidegger entregou uma placa em nome do Veleiros do Sul pelos relevantes servios prestados a Escola de Vela Minuano e Flotilha Minuano. Rita agradeceu e dividiu a homenagem com o seu marido j falecido, Bruno, que lhe deu grande incentivo e foi comodoro esportivo do Clube. O dirigente disse que era um reconhecimento que tardou para ser feito e tambm agradeceu a associada Clarissa Reguly pela sugesto da homenagem.
premiao do Festival foi tambm o momento de reconhecimento a uma mulher que teve um papel destacado no desenvolvimento da vela infanto-juvenil. impossvel falar da histria da classe Optimist, no s do Veleiros do Sul como da flotilha gacha, sem mencionar o nome de Rita Richter. Durante 10 anos ela comandou, incentivou e treinou as crianas da Optimist. Sua trajetria comeou ainda antes com a classe Pinguim, na qual trabalhou por sete anos. Rita, hoje com 83 anos, acompanhada
Geraes passadas de Optimistas tambm vieram dar o seu carinho para a Me Rita
CLASSIFICAO GERAL 1 Henrique Silva Dias 2 Tiago Quevedo e Gabriel Mueller 3 Philipp Grochtmann 4 Mrio Richter 5 Juan Teixeira 6 Rodrigo Quevedo 7 Diego Quevedo e Tas Quevedo 8 Ana Roth e Guilherme Roth 9 Gabriel Lopes e Nicolas Mueller 10 Roger Lamb 11 Lucas Corra e Mariana Silva 12 Andre Gick e Catarina Gick e Antnia Gick 13 Bryan Luiz e Gustavo Azambuja 14 Andr Richter
PREMIAO DO FESTIVAL
Alunos Escola de Vela:1 Tas Quevedo (c), 2 Ana Roth 3 Lucas Corra
N
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a verdade a tradicional competio de final de ano foi de apenas trs horas. A regata largou no dia 17 de dezembro de 2011 em frente ao Veleiros do Sul s 13h05min. Pela metade da tarde a comisso de regatas precisou encurtar a competio por motivo de segurana em consequncia do mau tempo. A dupla Augusto Moreira e Philipp Grochtmann foi a campe geral do torneio e da classe standard ao completar 10 voltas do percurso triangular s 16h03min30s. Na classe Radial Andr Passow e Henrique Dias foram os vencedores. Cada barco contava com dois tripulan-
tes que se revezaram durante a competio. A troca de timoneiros era obrigatria a cada duas voltas e acontecia em um flutuante colocado na orla do Clube e prximo raia. Durante os momentos de descanso os velejadores aproveitavam o churrasco de espetinhos servidos pelo Clube, isso at a chuva chegar. No comeo da tarde o vento foi de direo noroeste e intensidade de 12 ns, mas aumentou com a proximidade do temporal. A Regata Seis Horas teve a participao de nove duplas do Veleiros do Sul, Clube dos Jangadeiros, SAVA Clube e Rio Grande Yacht Club. A premiao foi realizada logo aps o trmino da competio.
CLASSE STANDARD 1 Augusto Moreira/ Philipp Grochtmann (VDS) 2 Eduardo Sokolnik/ Rodrigo Rodrigues (RGYC) 3 Ivandel Loureno/ Lus Antonio Serrano (SAVA) 4 Bryan Luiz / Gustavo Azambuja (VDS) CLASSE RADIAL 1 Andr Passow/Henrique Dias (VDS) 2 Antonio Cavalcanti/Andrei Kneip (VDS) 3 Gustavo Thiesen/Vilnei Goldmeier (VDS) 4 Rodrigo Quevedo/Andre Richter (VDS) 5 Ademir Pires/Delmar Meinerz (SAVA) CATEGORIAS VENCEDORES STANDARD Master: Ivandel Loureno/ Lus Antonio Serrano Jnior: Eduardo Sokolnik/ Rodrigo Rodrigues CLASSE RADIAL JNIOR 1 Antonio Cavalcanti/ Andr Kneip (CDJ)
VISO EM PARALAXE
Laser no Serto
Brasileiro de Laser deste ano foi realizado na terra de Guimares Rosa, na represa de Trs Marias, 300 km de Belo Horizonte. O campeonato teve o fantstico patrocnio da CEMIG, empresa energtica mineira, Grupo Votorantim e Prefeitura Municipal de Trs Marias. Hospedaram, transportaram e abrigaram tripulantes e barcos, e at agregados. O nome do municpio vem de um passo de tropas do rio So Francisco, onde numa hospedaria a famlia tinha trs filhas, cujos nomes eram Maria disso, Maria daquilo... Embora o lago seja de tamanho muito bom, quando se olha da margem parece o Guaba, visto de Ipanema. Porm, como os patrocinadores no pagaram pelo vento, este no deu as caras no lago por aqueles dias, ou talvez seja sempre assim. A escolha desse lugar onde no existe este esporte, s se justificaria se tambm fosse feito um programa muito forte para a formao de uma base do esporte da vela naquele longnquo rinco. Os brasileiros de Laser no so mais como antes, com a diminuio de participantes da classe Standard e o fantstico crescimento da 4.7, o campeonato mais parecia de Optimist, pela enorme quantidade de familiares e treinadores. At as decises na assembleia da classe era semelhante porque sofria grande influncia de pais de velejadores. A prpria Comisso de Regatas teve de se esforar para explicar decises que ns pouco entendamos.
O campeonato foi dividido em dois eventos: Laser Radial na primeira semana e Laser Standard e 4.7 na segunda. Essa segunda fase foi tremendamente desafiadora para a CR. Os 4.7 alcanaram os ltimos barcos da Standard e os primeiros STD alcanaram os 4.7. A parte tcnica sofreu grande risco no evento. Dos nossos velejadores o grande destaque foi o Henrique Dias. Ele velejou na Radial e ficou em segundo lugar, e na srie seguinte (Standard) terminou em 7 lugar, onde venceu as duas ltimas provas. Adrion Santos, sofreu devido ao seu peso, na Standard, devido ao to pouco vento. Contundo esteve sempre no primeiro tero devido a sua grande experincia. O Gustavo Zipperer padeceu ainda mais j que o vento em nenhuma regata alcanou 7 ns de intensidade. Ader Santos, o mais novo da turma na classe, esteve sempre no meio do peloto. O vencedor Joo Ramos, do Distrito Federal, velejador master, no muito leve, mas experiente em ventos lacustres. Ele deu grande demonstrao de competncia dominando completamente a numerosa flotilha. A divulgao do evento destacou o campeonato como o primeiro realizado numa cidade do interior do Brasil. Na verdade no foi a primeira vez. No comeo da dcada de 1980 teve um Brasileiro de Laser na cidade de So Loureno do Sul, beira da Lagoa dos Patos. A turma do Veleiros do Sul se preparou para levar o campeonato de 2013 para o Clube. Os cartazes que foram afixados antes das regatas comearem, a palestra do Henrique na assemblia e a j conhecida capacidade do VDS nessas organizaes no deu chance as outras candidaturas.
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BARCOS NOVOS - REPRESENTANTE EXCLUSIVO AZIMUT, BENETTI, ATLANTIS e SEA RAY no Brasil.
AZIMUT 43
ATLANTIS 44
68S - 2010
Azimut 58 - 2011
Atlantis 54 - 2010
Pershing 43 - 2003
Magnum 39 - 2005
Fighter 38 - 2004
PORTO ALEGRE (51) 3388 6800 - FLORIANPOLIS (48) 3878 6800 BALNERIO CAMBORI (47) 3368 6870 - CURITIBA (41) 3343 6800
SO PAULO . GUARUJ . SO SEBASTIO . ILHABELA . UBATUBA . ESPRITO SANTO . RIO DE JANEIRO . FRADE ANGRA . PARATY . PORTOBELLO . SALVADOR . ARATU . RECIFE . JOO PESSOA . PUNTA DEL ESTE . MIAMI
W W W. YAC H T B R A S I L . C O M