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Revista Pará Industrial

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fevereiro/maro 2013 ano 6 edio 23

INDSTRIA DO COURO qUER EXPANSO


UM DOS MAIORES PRODUTORES BOVINOS DO BRASIL, O PAR PERDE MERCADO DEIXANDO DE BENEFICIAR O COURO E OUTROS PRODUTOS DERIVADOS DO BOI. EMPRESRIOS E ENTIDADES DO SETOR PRETENDEM MUDAR ESSE CENRIO.

SUMRIO_

FEVEREIRO 2013

36 16 14 22 26 30 40
Governo do Par e empresrios discutem a implantao de um polo de beneficiamento de couro no estado para aumentar a gerao de renda ligada a essa atividade

Cursos do Pronatec abrem as portas da educao profissional para milhares de brasileiros Empresas melhoram o ambiente de trabalho e promovem a sade com o apoio do programa Indstria Saudvel

SEES
Editorial Pg. 5 Radar da Indstria Pg. 6 Direitos e Deveres Pg. 24 Vida Corporativa Pg. 44

Indstria paraense da pesca busca mais oportunidades nos mercados nacional e internacional, aproveitando o potencial de produo e corrigindo falhas Empresas apostam na qualificao de empregados como auditores internos para manter o padro de qualidade e melhorar o conhecimento geral sobre os processos Sinduscon-Pa lana guia para orientar compradores e empresas sobre os cuidados na aquisio de imveis

ARTIGO

Fbio Abdala Pg. 29

Com planejamento e qualificao, possvel trilhar um caminho de sucesso profissional. O IEL aponta quais so os cursos e profisses mais promissoras nos prximos anos.

NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO REDUZIR PERDAS, MELHORAR A QUALIDADE E ADEQUAR O QUADRO DE PESSOAL."

entrevista com o presidente da Celpa, Nonato Castro

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Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA 3

DIRETORIA dA FEdERAO dAS INdSTRIAS dO PAR/FIEPA QUAdRINIO 2010/2014 PRESIDENTE Jos Conrado Azevedo Santos VICE-PRESIDENTES Sidney Rosa 1 Vice-Presidente Gualter Parente Leito 2 Vice-Presidente Manoel Pereira dos Santos Jnior Nilson Monteiro de Azevedo Roberto Kataoka Oyama Luiz Carlos da Costa Monteiro Hlio de Moura Melo Filho Jos Maria da Costa Mendona Luiz Otvio Rei Monteiro Juarez de Paula Simes Marcos Marcelino de Oliveira SECRETRIOS Elias Gomes Pedrosa Neto 1 Secretrio Antonio Djalma Souza Vasconcelos 2 Secretrio TESOUREIROS Ivanildo Pereira de Pontes 1 Tesoureiro Roberto Rodrigues Lima 2 Tesoureiro DIRETORIA Carlos Jorge da Silva Lima Antonio Pereira da Silva Pedro Flvio Costa Azevedo Rita de Cssia Aras dos Santos Cezar Paulo Remor Antonio Emil dos Santos L. C. Macedo Solange Maria Alves Mota Santos Andr Luiz Ferreira Fontes Raimundo Gonalves Barbosa Frederico Vendramini Nunes Oliveira Darci Dalberto Uliana Fernando Bruno Barbosa Neudo Tavares Armando Jos Romanguera Burle Paulo Afonso Costa Nelson Kataoka CONSELHO FISCAL Efetivos: Fernando de Souza Flexa Ribeiro Luizinho Bartolomeu de Macedo Lsio dos Santos Capela Suplentes: Jos Duarte de Almeida Santos Joo Batista Correa Filho Mrio Csar Lombardi DELEGADOS Efetivo junto CNI: Jos Conrado Azevedo Santos Suplentes junto CNI: Shydney Jorge Rosa Gualter Parente Leito Manoel Pereira dos Santos Jnior SUPERINTENDENTE REGIONAL DO SESI Jos Olimpio Bastos DIRETOR REGIONAL DO SENAI Gerson dos Santos Peres DIRETOR REGIONAL DO IEL Gualter Parente Leito CHEFE DE GABINETE DA FIEPA Fabio Contente Biolcati Rodrigues
FEVEREIRO 2013 ANO 6 EDIO 23

INDSTRIA DO COURO QUER EXPANSO

UM DOS MAIORES PRODUTORES BOVINOS DO BRASIL, O PAR PERDE MERCADO DEIXANDO DE BENEFICIAR O COURO E OUTROS PRODUTOS DERIVADOS DO BOI. EMPRESRIOS E ENTIDADES DO SETOR PRETENDEM MUDAR ESSE CENRIO.

fevereiro/maro DE 2013 ano 6 edio 23

Produo Travessa Benjamin Constant, n 1416 Bairro Nazar | Cep: 66035-060 www.temple.com.br temple@temple.com.br REDAO Coordenao: Cleide Pinheiro Edio: Camila Gaia e Izabelle Aguiar de Arajo Projeto grfico: Calazans Souza Tratamento de imagem e diagramao: Mrcio Alvarenga e Fernando Faanha Reportagens: Brbara Brilhante, Izabelle Aguiar de Arajo, Juliana Gatto, Lvia Almeida, Lorena Nobre Dourado, Paloma Miranda, Paulo Henrique Gadelha, Tom Lima, Valria Barros e Yuri Age Arte da capa: Fernando Faanha Reviso de texto: Carol Magno Reviso de contedo: Ivanildo Pontes PUBLICIDADE Temple Comunicao temple@temple.com.br (91) 3205-6504 Impresso: Marques Editora Tiragem: 15.000 exemplares * As opinies contidas em artigos assinados so de responsabilidade de seus autores, no refletindo necessariamente o pensamento da FIEPA.

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4 Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA

EDITORIAL_ALPA

Tarso Sarraf

PRESIDENTE DO SISTEMA FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ESTADO DO PAR (FIEPA)

Jos Conrado Santos

No meio do caminho tinha uma pedra

A to prometida verticalizao do minrio de ferro produzido na regio pela Aos Laminados do Par (Alpa) corre srio risco de ser inviabilizada, obrigando o Par a manter-se como mero produtor de matria-prima. O motivo para tamanha frustrao est localizado na regio do Pedral do Loureno. Sem o derrocamento das pedras o rio Tocantins no ser navegvel os 12 meses do ano e as Eclusas de Tucuru, inauguradas em novembro de 2010 e com um custo de R$ 1,6 bilho, podem se tornar um elefante branco. A Alpa, da Vale, era tida como prioridade do Governo Federal como forma de fomentar novos investimentos estruturantes na regio norte do Brasil, trazendo benefcios economia por meio da agregao de valor cadeia produtiva e, em especial, da oferta de empregos. Um estudo da Rede de Desenvolvimento de Fornecedores do Par (Redes), da FIEPA, indica que o investimento de R$ 8 bilhes para a instalao da siderrgica se desdobraria em 18 mil empregos diretos. De todos os projetos listados pelo estudo da Redes, a Alpa se destaca como o mais eficiente no estmulo de novos postos de trabalho para a regio de Carajs. Dos 64.913 empregos a serem criados at 2016, cerca de 30% so atribudos ao projeto da siderrgica. Alm de deixar de criar 18 mil novos empregos para o municpio de Marab, onde a siderrgica deveria ser instalada, no investir em um projeto to relevante ao desenvolvimento socioeconmico do Par jogar um balde de gua fria nos investidores locais que acreditaram no discurso do Governo Federal. Naquele momento de promessas, o ex-presidente Lula chegou a vir ao Par para participar, ao lado da ento governadora Ana Jlia Carepa, do lanamento da pedra fundamental da Alpa. O anncio de implantao do projeto Alpa injetou nimo nos moradores locais. Diante da possibilidade de implantao da siderrgica, empresrios foram estimulados a investir em melhorias e novas construes de empreendimentos industriais, comerciais e de prestao

de servios em geral. Condomnios horizontais, que at ento no eram comuns em Marab, comearam a ser erguidos. Foram muitos investimentos e muitas expectativas. Hoje, o que se v apenas lamentao e forte frustrao, haja vista que os recursos foram investidos, mas o retorno no veio. A Vale chegou a capacitar moradores de Marab para trabalhar na implantao da Alpa, por meio de inscrio e seleo de pessoas em parceria com o SINE local. Em outubro de 2010, ao abrir as inscries para cursos que atenderiam inclusive o setor de servios, como garons, camareiras, auxiliares administrativos, cerca de sete mil pessoas atenderam ao chamado da empresa e fizeram inscrio. Os cursos aconteceram, mas o projeto no avanou. A obra de derrocagem, naquele momento includa no Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) chegou a ser licitada. O governo federal deu incio ao processo de licenciamento da obra, mas a mesma foi impedida depois que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsvel pelo derrocamento do Pedral do Loureno, contestou e pediu a anulao da licena prvia expedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), julgando que a mesma no teria competncia para tal. O fato de no investir R$ 577 milhes na derrocagem do pedral anula o empreendimento da Alpa, j que a siderrgica teria como alternativa logstica para o escoamento da produo o eixo hidrovirio, bem mais barato e menos poluente que o modal rodovirio. De acordo com avaliao do Dnit, um comboio em meio hidrovirio consome quase nove vezes menos combustvel que nas rodovias. Enquanto que com um litro de combustvel uma carreta consegue transportar por 25 km uma carga de 1 tonelada, o comboio hidrovirio leva a mesma carga numa extenso de 218 km e capaz de substituir at 708 carretas, evidenciando a eficincia e agilidade que os rios paraenses proporcionam para o escoamento da produo local. Alm de anular o investimento da Vale, no dar navegabilidade ao rio Tocantins nos 12 meses do ano, afasta o investidor do Par, que deixa de encontrar aqui ambiente propcio para a gerao de novos negcios. Vamos tirar essa pedra do nosso caminho. O Par tem um potencial fantstico e vantagens comparativas que nenhuma regio apresenta. O que nos falta so aes mais agressivas e condizentes ao atual esprito competitivo do mercado nacional e internacional.

Ilustrao: Mrcio Alvarenga

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Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA 5

radar_da indstria
Diretoria entrega obras na Unidade de Castanhal

Fotos: Lorena Nobre Dourado e Valria Barros

O trabalhador da indstria de Castanhal conta agora com uma unidade do Sistema Fiepa mais moderna e pronta para atender da melhor forma aos anseios do setor produtivo local. Inaugurada no nal de janeiro, a obra de revitalizao investiu recursos na ordem de R$ 6,5 milhes, sendo 83% desse total aplicados pelo Sesi e o restante, pouco mais de R$ 1 milho, pelo Senai. Os investimentos viabilizaram a construo da Praa da Indstria, que possui um monumento doado pela Oyamota e localizado na fachada da unidade. O local est equipado com aparelhos de academia ao ar livre; de uma moderna quadra poliesportiva coberta; da Unidade Sesi Indstria do Conhecimento, espao voltado para a leitura e estudos dos trabalhadores da indstria e seus dependentes, alm da ampliao do laboratrio de solda do Senai. A obra de revitalizao ainda levou em considerao o espao de lazer do trabalhador, reformando a piscina e construindo mais oito malocas com churrasqueiras. A unidade ganhou ainda um local para o almoxarifado e todos os blocos administrativos , as salas de aula do SESI passaram por melhorias e ajustes de modo a adequar sua estrutura fsica para atender a demanda do pujante setor produtivo da regio do Guam, que alm de Castanhal envolve outros 17 municpios.

Cerca de sessenta ndios da tribo Temb, da Aldeia Pino localizada no alto rio Guam, a 250 quilmetros da capital paraense vo receber treinamento prossional do Senai-Pa na rea de computao. A ao foi uma demanda direta dos indgenas que enxergam na qualicao do Senai uma oportunidade para complementar os estudos do ensino superior. Os Tembs sentem diculdades de entregar os trabalhos universitrios por no saberem usar adequadamente o computador. Para ajud-los, em maro a unidade mvel de informtica do Senai pegou a estrada com destino aldeia para repassar ensinamentos bsicos neste tema, focando em programas como Microsoft Word, PowerPoint, Excel e navegao na internet. A qualicao faz parte do Programa Senai de Aes Inclusivas (PSAI) e garante a formao gratuita no curso de Informtica Bsica.

Tribo digital

Em prol da Amaznia
Jos Conrado Santos, alm de lder dos industriais paraenses, assumiu a coordenao da Ao Pr-Amaznia, organizao da Confederao Nacional da Indstria (CNI) e que congrega todas as federaes da regio amaznica. Conrado, empossado no nal de 2012, direcionar esforos para que as obras indicadas no Projeto Norte Competitivo possam sair do papel e, assim, reduzir o custo logstico da regio. Atualmente na casa dos R$ 17 milhes, se as condies de transporte permanecerem as mesmas, em 2020 este custo aumentar em 94%, interferindo negativamente na competitividade regional e inviabilizando a indstria local. O novo coordenador se mantm frente do grupo dos industriais amaznicos durante o binio 2013-2014.

ENGAJAMENTO POR MELHORIAS


Otimizar custos de produo envolvendo o uso mais eciente dos insumos e recursos. Esse o principal objetivo do projeto MAIS desenvolvido pela Hydro, empresa que atua no mercado do alumnio. Criado para fazer frente s atuais diculdades de mercado devido a crises internacionais, ele tem como meta reduzir o valor da produo de alumina em 10 dlares por tonelada ao longo de 3 anos. MAIS, alm de signicar mais com menos, uma sigla composta de palavras chaves que incentivam o desenvolvimento de processos: Melhorar, Aprender, Inovar e Superar. Na Hydro Alunorte, unidade da grupo noruegus em Barcarena (PA) e maior renaria de alumina do mundo, o projeto foi inaugurado em 2012 e conta com um Programa de Sugestes que tem mobilizado trabalhadores a sugerir mudanas nos procedimentos da empresa. Como funciona o Projeto MAIS na Hydro Alunorte? O MAIS coordenado por uma equipe dedicada criao de estratgias, provocao aos donos dos custos, organizao das aes e monitoramento das metas e prazos. Para iniciar o programa com resultados rpidos e estimulantes aos empregados, procurou-se identicar pontos de bons potenciais j conhecidos e que estavam espera de aes de otimizao. Esses, at o momento, so os que devero trazer em torno de 80% dos ganhos. Outro enfoque o de provocao para as gerncias, quando anlises crticas so demonstradas e repassadas para que aes de melhorias sejam implementadas por eles e suas equipes. Por m, era essencial um programa de sugestes, com participao ampla de todos os empregados. Quais os resultados obtidos atravs do Programa de Sugestes? O programa ainda est no incio, mas algumas sugestes apontam para bons resultados em mdio prazo. Num programa como esse o maior desao fazer com que as pessoas reitam e analisem criticamente seu trabalho no dia a dia e isso leva um certo tempo, difcil de precisar. Esperamos que tenhamos grandes ideias implementadas em um ano. J temos uma ideia interessante e que s poder ser divulgada aps ser profundamente analisada por ser bastante inovadora. J houve mudana nos ndices produtivos da empresa em 2012? Sim, j temos alguns bons resultados nesses primeiros seis meses do programa. A estabilizao de algumas linhas de produo atravs do aumento de produtividade e disponibilidade, o aumento de ecincia em servios e melhorias em consumo especco de alguns insumos so alguns dos resultados alcanados. Quais aes esto previstas para 2013? O ano de 2012 foi de aprendizado e disseminao do programa. Este ano nos reserva a etapa mais importante, quando imprimiremos maior velocidade e retornos decisivos, com crescente participao dos empregados. Dever ser emocionante e compensador para todos.
Thas Corra

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radar_da indstria
Alcoa e Senai Capacitam tcnicos no Oeste do Par
A Alcoa Mina de Bauxita de Juruti, unidade da companhia no oeste paraense, deu incio a mais uma etapa do curso tcnico de Minerao, que se estender at o primeiro semestre de 2014. Desenvolvido em conjunto com o Senai, o curso pioneiro na regio e foi criado para atender com ecincia as demandas cada vez mais exigentes do mercado neste setor, valorizando ainda a mo de obra local. A iniciativa refora o compromisso da Alcoa de potencializar os investimentos na regio, assumido junto populao de Juruti e das cidades do entorno, quando a mineradora foi instalada no municpio. Com duas turmas em andamento, uma no turno da manh e outra noite, as aulas abrangem atividades tericas e prticas. Alm de funcionrios da empresa, em busca de ampliao do conhecimento e aperfeioamento do trabalho, as turmas tambm so formadas por alunos da cidade de Juruti, que apostam na capacitao como um diferencial no mercado. Para garantir a excelncia na formao, os alunos contam ainda com dois laboratrios equipados com tecnologia de ponta e com o acompanhamento contnuo de prossionais da rea. Nesta nova fase do curso, que tem durao completa de dois anos, os futuros tcnicos tero a chance de vivenciar de forma mais ativa a rotina dentro da prpria Mina, por meio de visitas monitoradas e experincias de estgio, nas quais podero tambm fazer parte de todas as etapas do trabalho de extrao de bauxita. A Alcoa, junto com o Senai, tem apostado cada vez mais na qualidade dos cursos prossionalizantes e na estrutura

Divulgao Alcoa

OOTrabalhadores da Alcoa e moradores de Juriti so alunos do curso tcnico de Minerao, que tem aulas tericas e prticas

tecnolgica e de laboratrios para aprimorar as atividades. Para ns um orgulho oferecer cursos certicados aqui na regio e devolver para o mercado prossionais de alto nvel, preparados para atender com ecincia s demandas e exigncias do mercado, cada vez mais competitivo, arma Clia Oliveira, consultora em educao da Alcoa.

A Balana Comercial do Estado do Par fechou o ano passado com resultados nada favorveis indstria local. Em 2012 foi registrada uma reduo de 19% nas exportaes. Enquanto que em 2011 as comercializaes paraenses ao mercado internacional batiam a casa dos US$ 18.336 bilhes, no ano passado o acumulado das exportaes caiu para US$ 14..795 bilhes. Este resultado se deu, principalmente, por conta da reduo da venda do minrio de ferro. Todos os maiores parceiros comerciais do Par, inclusive a gigante China, consumiram menos no ano de 2012, ainda em consequncia da crise que se abateu no mercado europeu. Poucos foram os itens da pauta de exportao que tiveram resultado positivo no ltimo ano. O que se saiu melhor em 2012 foi a castanha-do-par, que registrou um crescimento de 300%.
PRODUTO 2011 2012 Variao

Economia paraense reduziu em 2012

Minrio de Ferro Madeira Sucos de Frutas Soja

US$ 11.770 bilhes US$ 397 milhes US$ 24.125 milhes US$ 3.845 milhes US$ 117.568 milhes

US$ 8.797 bilhes US$ 316 milhes US$ 20.518 milhes US$ 15.387 milhes US$ 183.892 milhes

-25% -15% 56%

-20% 300%

Castanha-do-par

8 Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA

O sonho de se formar no ensino superior agora est mais perto para os trabalhadores da indstria e seus dependentes devido ao curso Pr-Vestibular do Sesi. a oportunidade que faltavam para as famlias crescerem prossionalmente, aumentarem seu oramento e consequentemente sua qualidade de vida. Claudivan Rodrigues de Almeida foi um dos trabalhadores que ingressou no ensino superior por meio da 2 edio do projeto, realizada ao longo de 2012. O operador de produo na Esplanada Indstria ir iniciar este ano o curso de Cincias Contbeis na Universidade Federal do Par (UFPA). A iniciativa, realizada em Belm, busca incentivar os industriais e dependentes que concluram o ensino mdio, mas por algum motivo no puderam se preparar para ingressar em uma universidade. Em 2013, a 3 edio do Pr-Vestibular ofertar 50 vagas, com inscries em fevereiro. O curso gratuito e tem durao de nove meses, com incio em maro e trmino em dezembro. A metodologia e os professores so do Sistema de Ensino Ideal, instituio parceira do projeto. As aulas acontecem na unidade do Sesi Almirante Barroso, de segunda-feira a sexta-feira, das 18h30 s 22h.

Pr-Vestibular do Sesi abre as portas do ensino superior

Um ano de Casa ImerYs


A Casa Imerys completou um ano de atuao em Vila do Conde no dia 31 de janeiro. O projeto social da Imerys, idealizado para reunir todas as iniciativas sociais da mineradora em Barcarena, retomou as atividades em 2013 com muitas novidades, dentre elas a Maloca, o novo anexo construdo para realizar atividades recreativas e com isso aumentar o nmero de pessoas atendidas a cada bimestre. A Casa tambm passou por manuteno e foi toda climatizada. Tudo para atender cada vez melhor a populao de Barcarena. Alm das atividades xas oferecidas pelo projeto, as aes de cidadania continuam no calendrio deste ano, com dias especiais para vacinao e emisso de documentos.

Divulgao Imerys

entrevista_ Nonato Castro

PRESIDENTE DA CElPA

R$ 700 milhes em novos investimentos

H pouco mais de trs meses frente diretoria da concessionria de energia eltrica do Par, a Celpa, Nonato Castro, anuncia nesta entrevista Par Industrial, a mudana de marca em comemorao aos 50 anos, os atuais desafios e metas para recuperar a empresa, as aes de amparo ao desenvolvimento industrial paraense e aquilo que se impe como o maior calo da concessionria, o furto de energia. Em 2012, segundo levantamento, a Celpa acumulou 58,3% em perdas ou desvio de energia, recorde histrico em todo o Brasil, alm de um prejuzo, de janeiro a setembro de 2012, de aproximadamente R$ 434 milhes.
Recentemente a Celpa completou 50 anos e lanou uma nova marca. O que os consumidores podem esperar desta nova Celpa?

Melhorar a qualidade do servio e atuar mais diretamente no desenvolvimento do Par. Estas so nossas duas prioridades, mas sabemos que preciso de muito trabalho para alcanar estes objetivos. Com relao qualidade, por exemplo, estamos em ltimo lugar no ranking de avaliao das concessionrias. Somos os piores em atendimento, nos indicadores comerciais e tcnicos. Hoje, a pior empresa do Brasil a Celpa e isso precisa mudar. Esta a nossa meta, mas temos pleno conhecimento de que no vai acontecer da noite para o dia. No existe milagre. Sabemos que vamos comear a melhorar no prximo ano.
Os dados da ltima pesquisa da Associao Brasileira de Distribuidores de Energia Eltrica (Abradee) apontam uma srie de problemas junto aos indicadores de gesto e qualidade da Celpa. O ano de 2013 ser para arrumar a casa?

A atual diretoria est frente da empresa desde o dia 1 de novembro de 2012. Passamos quase trs meses revendo contratos, reestruturando a rea interna, alm de fazer adequaes em vrias reas (pessoal, contrato, suprimentos e manuteno), reestruturando e capacitando o pessoal interno. Estas aes esto todas direcionadas para melhorar a qualidade do nosso servio. Ou seja, este ano ser para arrumar a casa. J temos diagnsticos do sistema eltrico e da rea comercial e, com base nos dados levantados, vamos atuar de maneira pontual para alavancar a qualidade do nosso atendimento.

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No iremos aceitar contratos do tipo que s o fornecedor sai ganhando, ainda mais nesta atual situao da empresa. A Celpa quebrou. Estamos tentando reergu-la e a questo de contratos uma das aes para melhorar a sade financeira da empresa.
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Fotos: Bruno Carachesti

Existem dificuldades geogrficas e de infraestrutura que atrapalham o nosso trabalho, isso real, no entanto, no justificam os atuais indicadores da empresa. Ser difcil se aproximar da Coelce (Companhia Energtica do Cear), a mais bem avaliada concessionria pela Abradee. Ser uma misso difcil dada infraestrutura e as condies logsticas que temos aqui no estado, porm nossa meta ainda bastante audaciosa e conseguiremos alcan-la, tenho certeza disso. Sabe-se que o rgo regulador, no caso, a Aneel tem tratamento diferenciado, pois entende as dificuldades e peculiaridades de cada regio do Brasil. Aqui, por exemplo, temos problemas com a pavimentao de estradas, realidade prxima a do Maranho, onde tambm atuamos e temos o conhecimento que somente 13% das estradas so pavimentadas. Somado a isto, aqui ainda temos que considerar as reas de floresta. Nas regies onde passam as linhas de transmisso, o ideal seria fazer uma limpeza de 60 metros, porm os rgos de meio ambiente no permitem que a limpeza nessas reas seja feita. Logo, nossa linha fica mais vulnervel a chuvas fortes e ventanias. Quando cai uma rvore numa rea dessas, levamos de trs a quatro dias para religar o sistema. Ademais, uma rvore de 30 a 40 metros no destri apenas o cabo de transmisso, ela derruba postes e danifica grandes extenses de rede. Para recuperar tudo isso, perdemos muito tempo. As distncias so grandes e as condies logsticas so precrias. Por tudo isso, temos um tratamento diferenciado. Mas, novamente, eu friso que isto no ser mais justificativa para que continuemos como a pior concessionria em todo o Brasil.

Alm dos problemas de gesto, existem empecilhos caractersticos do estado que contriburam para que a Celpa chegasse a esta condio, apresentando os piores indicativos do Brasil?

Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA 11

entrevista_ Nonato Castro

PRESIDENTE DA CElPA

Outro grande problema enfrentado pela Celpa se refere aos furtos de energia. A concessionria intensificar as aes de fiscalizao e controle?

Sero investidos somente neste ano R$ 80 milhes para as aes de fiscalizao e controle do furto de energia. Fechamos o ano de 2012 com um triste recorde histrico em todo o Brasil. O desvio, levando em considerao apenas os consumidores, sem contarmos com as perdas naturais do sistema eltrico, foi de 58,3%. E, infelizmente, nossos relatrios apontam uma ascenso desse triste ndice. Em 2011, j havia sido verificado que 51% da energia consumida eram desviadas, algo bastante alarmante. No ltimo ano esta situao s piorou. As pessoas precisam entender que a empresa no pode ficar com esse prejuzo. Estamos pagando a Eletronorte pela energia, porm 58,3% daquilo que foi consumido no entraram no caixa da empresa em 2012. Precisamos e vamos atuar fortemente para reduzir drasticamente o nosso ndice de perdas, pois a que est a sade financeira da Celpa. J temos um diagnstico pronto e estamos com um Plano de Perdas e Cobranas todo estruturado com as aes que sero postas em prtica j neste ano.
Por que to difcil conter o furto de energia e as ligaes clandestinas, popularmente conhecidas como gatos?

difcil, pois o desvio de energia um problema generalizado aqui no Par. Engana-se quem acredita que o desvio apenas o gato l da favela. Nossas perdas no esto apenas nessas reas. Verificamos desvios tambm nos condomnios de luxo e em empresas de pequeno, mdio e grande porte. A Celpa j lanou mo de um sistema, conhecido como Balano Energtico, o qual nos possibilita identificar os locais onde as perdas so mais intensas. Em paralelo a isso, estamos apertando o cerco tanto externa quanto internamente. Aqui mesmo, dentro da empresa, verificamos casos de funcionrios que facilitavam aes de desvio. Eles possibilitavam que devedores da Celpa mudassem a titularidade do imvel como manobra para fugir da dvida. Isto tambm um caso de desvio. Outro agravante que 350 mil consumidores da Celpa esto sendo faturados pelo mnimo da fase, afetando a arrecadao da empresa.
Mesmo sabendo que grande parte desses consumidores no deveria ser cobrada pelo mnimo, por que a Celpa no atualiza o sistema? Quais os impedimentos?

Sero investidos, somente neste ano, R$ 80 milhes para as aes de fiscalizao e controle do furto de energia. Fechamos o ano de 2012 com um triste recorde histrico em todo o Brasil.

Existem casos de lentes sujas nos medidores, pichadas, medidores com a porta quebrada, e tudo isso impede que a concessionria possa fazer uma leitura real. Alm disso, existem casos de condomnios novos que impedem a entrada dos nossos funcionrios para instalar os medidores. Todas essas situaes j foram levantadas por ns e esto inseridas no Plano de Perdas e Cobranas. No seremos coniventes com estas aes que contriburam para que a Celpa chegasse a esta situao de crise. A empresa quebrou.
A atual diretoria da Celpa pensa em reverter esta situao de crise apenas intensificando aes de fiscalizao?

Em paralelo as aes de fiscalizao, j estamos dando andamento ao nosso Plano de Recuperao, que nos prximos dois anos, investir R$ 700 milhes aqui no Par. Em dezembro do ano passado j entraram

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R$ 350 milhes e, at novembro deste ano, entra a segunda parte. Mas no adianta aportar recursos se no estancarmos a sangria intensificada pelas perdas e desvios, por isso que o nosso principal objetivo reduzir as perdas, melhorar a qualidade e adequar o quadro de pessoal. A empresa s conseguir dar conta da atual demanda reprimida, atendendo ao crescimento do Par, quando melhorar a qualidade de seus indicadores. Tem que rever tudo. preciso cobrar os devedores, por exemplo. Eles representam mais de 300 milhes.
Os investimentos tambm visam reduzir a frequncia de desligamentos e interrupes na transmisso de energia?

Em nossas reunies mensais de avaliao verificamos que a frequncia das interrupes diminuiu, melhorando em parte este indicador, mas para contribuir mais fortemente, estamos comprando uma SE Mvel, subestao que fica em cima de um caminho e que evita desligamentos prolongados, algo que era muito comum por aqui. J encomendamos uma SE e estamos dimensionando o investimento de mais outra. A ideia que as duas atendam diferentes regies do estado, ficando possivelmente na regio metropolitana e na regio oeste paraense. Em paralelo a este investimento estamos incentivando que todas as reas da empresa estruturem um Plano de Manuteno bem feito. nosso interesse que no falte energia. Este o nosso produto. Dependemos da venda dele para poder arrecadar os recursos financeiros que nos daro vigor para recuperar a empresa.
A Celpa j chegou a ser reconhecida pela Rede de Desenvolvimento de Fornecedores do Par (Redes), programa da FIEPA, como a empresa que mais comprava dos fornecedores locais. Para as aes previstas no Plano de Recuperao, a empresa visa priorizar as empresas daqui do Par?

Agiremos sem nenhum preconceito. O que vai ser levado em considerao a trade: qualidade do produto, prazo de entrega e preo. Se o fornecedor atender a essas nossas necessidades, ele ser nosso fornecedor. J comeamos a comprar aqui do Par. Cabos, que um material que compramos em grande volume, esto sendo negociados aqui mesmo. Se os fornecedores paraenses de equipamentos e servios tambm atenderem a trade, vamos contrat-los. O que todos precisam entender que tem que ser um contrato do tipo ganha-ganha. No iremos aceitar contratos do tipo que s o fornecedor sai ganhando, ainda mais nesta atual situao da empresa. A Celpa quebrou. Estamos tentando reergu-la e a questo de contratos uma das aes para melhorar a sade financeira da empresa.
Por que no ms de agosto os clientes, em especial os consumidores industriais, tiveram um aumento to elevado na tarifa?

O aumento foi homologado em agosto e comeou a ser cobrado j em setembro de 2012. No somos ns quem define. Quem tem essa atribuio o rgo regulador, a Aneel. No ano passado o reajuste foi mais alto do que o verificado nos anos anteriores, pois em 2011 a Aneel no havia permitido que a concessionria reajustasse o valor, dessa forma o consumidor sentiu um acmulo na conta de energia.
E como ficam as tarifas com a reduo decretada pelo Governo Federal? A reduo, determinada pelo governo, entrou em vigor no final de janeiro e, desde ento, o cliente comeou a obter o desconto proporcional. O efeito integral comeou a ser percebido aps um ciclo completo de faturamento com as novas tarifas, o que est acontecendo com as faturas com vencimento a partir de maro.

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Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA 13

MERCADO_PESCA

Com grande potencial em qualidade e variedade de espcies, indstria paraense da pesca ainda precisa de investimentos para liderar ranking brasileiro

Salto de produo versus dficit logstico


C
om uma variao positiva de 43,2%, o setor pesqueiro paraense avanou na produo e na exportao no ano de 2012. A informao do Centro Internacional de Negcios (CIN), da Federao das Indstrias do Estado do Par (Fiepa), por meio da Balana Comercial Paraense, que foi divulgada no final do ms de janeiro. Em 2011, o Par exportou cerca de 25,6 milhes de dlares, enquanto que em 2012 pulou para 36,7 milhes de dlares. A exportao de peixes foi a segunda maior entre os produtos tradicionais, perdendo apenas para a castanha-do-par, que avanou 300%. Alm do avano na produo e na exportao, o aumento no tamanho dos peixes outro ganho comemorado pelo Sindicato das Indstrias de Pesca e das Empresas Armadoras e Produtoras, Proprietrias de Embarcaes de Pesca Industrial do Par (Sinpesca). Esse aumento resulta no cumprimento da legislao vigente quanto ao perodo de defeso das espcies, permitindo que esses organismos se reproduzam e atinjam o tamanho ideal para a captura. A fauna acompanhante das pescarias, ou seja, a captura de espcies que no so do interesse imediato do pescador, tambm tem incrementado a produo a partir do momento em que aproveitada. O gerenciamento do setor pesqueiro hoje tambm direcionou um olhar mais atento a isso. De acordo com o presidente do sindicato, Armando Burle, a atividade pesqueira paraense est em crescimento, com fortes indcios da recuperao dos estoques pesqueiros, porm necessitando de melhorias para poder consolidar sua real potencialidade como atividade econmica. Os principais entraves so uma frota antiga, que necessita ser renovada e modernizada. Isso possibilitaria que a nossa produo melhorasse ainda mais. Tambm necessitamos de mo de obra qualificada, pois no adianta uma frota com tecnologia avanada se no tivermos gente qualificada disponvel para trabalhar, analisa Burle.

OOA cadeia produtiva da aquicultura espera investimentos do governo do estado para criao de vrias espcies e cultivo de plantas aquticas

14 Par Industrial_Revista do Sistema FIEPA

De acordo com o Sinpesca, a frota pesqueira est muito defasada em comparao s frotas de pases desenvolvidos produtores de pescado. So embarcaes com cerca de 50 anos de construo. Novas embarcaes seriam mais eficientes, tanto no consumo de combustvel quanto na seletividade das capturas, refora o presidente.

Valria Barros

riquezas na gua
Conforme a mais recente estatstica de produo publicada pelo Ministrio da Pesca e Aquicultura (MPA), boletim do ano 2010, o estado do Par continua sendo o 2 maior produtor de pescado no pas. Santa Catarina figura como o maior produtor do Brasil, pois h anos vem investindo em infraestrutura, capacitao de pessoal e modernizao da frota. O Par tem tudo para ser o principal produtor, considerando todo o potencial hdrico que o estado apresenta, completa o presidente do Sinpesca. O fato de Santa Catarina liderar hoje o ranking da produo de pescado reflexo dessas melhorias no setor. Ao contrrio do que muitos pensam, o fato da extenso costeira ser bem menor do que a paraense tambm contribui para este resultado, pois facilita o controle sobre a atividade. Burle explica que a dificuldade paraense em crescer no ranking reside no fato que o pescado daqui, por ser de qualidade, atinge valores elevados em outros estados e isso gera uma presso para exportao. Por outro lado, o Par tem a segunda maior extenso de fronteiras do Brasil e o insuficiente quantitativo de fiscais aptos para realizar as atividades necessrias ao controle da exportao de pescado. O Par apresenta os mais valorizados produtos para a exportao, como o caso da lagosta, o pargo, o camaro-rosa, a pescada-amarela, abas de tubares, entre outras espcies consideradas de primeira linha

OOPara Armando Burle, o potencial da pesca paraense necessita de investimentos para se consolidar

43,2%
CRESCIMENTO DO SETOR PESQUEIRO DO PAR EM 2012
para outras regies do pas, como a cavala, a serra e os camurins. A presena desses recursos configura-se como um ponto extremamente positivo para o nosso cenrio. Apesar de no ser o nico a exportar, por exemplo, o camaro-rosa e a lagosta, o Par apresenta imenso potencial, certamente estando em vantagem em relao maioria dos estados do Brasil, analisa. Um passo importante no setor no Par j foi dado com a criao da Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq), que tem como misso fazer com que o estado saia da condio de excelente potencial aqucola/pesqueiro para se transformar, de fato, em um grande produtor de pescado. Para isso, a Sepaq deve fortalecer a cadeia produtiva da aquicultura (criao de peixes, moluscos, crustceos, anfbios e cultivo de plantas aquticas). A secretaria tambm deve fomentar a produo, dando suporte aos

produtores na elaborao de projetos sustentveis de pesca e aquicultura. A atividade da Sepaq como interveniente junto aos rgos ambientais no estado fundamental para o crescimento da aquicultura. Para a pesca, a Sepaq poderia investir na adaptao e demonstrao de novas tecnologias de captura, mais seletivas, que reduziriam a presso sobre os estoques tradicionalmente explorados, diz Burle. Conforme estudos realizados em 2009, a piramutaba ainda continua ocupando um lugar de destaque na pesca paraense. Esta espcie o segundo produto mais frequentemente comercializado no mercado estadual e em nvel nacional ocupa o primeiro lugar na pauta de comercializao. Em relao ao mercado internacional, a piramutaba hoje enfrenta a concorrncia asitica, cujos produtores oferecem uma espcie de bagre com produo de baixo custo. O aspecto sanitrio, porm, deixa a desejar, pois um produto com insero de hormnios. Alm disso, uma barreira alfandegria com os Estados Unidos, que o maior comprador em potencial, probe a importao do peixe denominado catfish, termo dado piramutaba na exportao. Isso direcionou o consumo americano para o fillet do rio Mississipi na sua forma padronizada e industrializada. Dessa forma, o mercado hoje direcionado ao consumo domstico.

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INDSTRIA _COURO

O PODER DA INDSTRIA DO COURO


Movimentao econmica, desenvolvimento social e gerao de emprego esto entre os principais benefcios que o processo de produo do couro pode trazer ao Estado. Planos de construir um polo industrial capaz de finalizar a produo de couro iniciada aqui esto entre as prioridades estabelecidas pela Seicom.

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abe-se que o Par tem potencial para diversas atividades econmicas. Uma delas a pecuria, que j atribuiu ao estado a quinta posio no ranking dos produtores brasileiros, por possuir aproximadamente 19 milhes de cabeas bovinas e bubalinas, de acordo com o ltimo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). Atualmente, o abate anual do estado est em torno de 2,2 milhes de cabeas, um nmero considerado baixo se levarmos em considerao que o Par tem recursos para uma produo maior. De acordo com o presidente da Unio das Indstrias e Empresas da Carne (Uniec), Francisco Victer, o estado tem 24 milhes de hectares (ha) dedicadas exclusivamente pastagem, porm um nico boi ocupa uma rea de 0,8 ha (o equivalente a dois campos de futebol), fato que permite afirmar que as reas destinadas pecuria esto sendo utilizadas de maneira incorreta. Alm disso, h ainda problemas com pequenos produtores e matadouros ilegais, que em alguns casos, servem de empecilho para o aproveitamento de uma matria-prima de grande importncia econmica: o couro. A sada do boi vivo o grande problema da indstria da carne, segundo Victer, pois ao sair do estado o boi leva consigo no apenas a carne, mas tambm couro de origem paraense. Isso prejudica a economia, j que o boi deixa de gerar riquezas aqui e acaba transferindo todo o seu valor para o local em que vai ser abatido, ressalta. H ainda o problema com os matadouros ilegais, que impedem que o

couro natural seja beneficiado pelas indstrias do estado. A fabricao do couro uma atividade que ainda no alcanou a sua devida importncia no Par. H uma srie de fatores que atrapalham o seu desenvolvimento, sendo a principal delas a ausncia de um polo de produo capaz de transformar o couro natural em um couro que possa ser utilizado na fabricao de artigos como estofados, calados, bolsas e cintos. Segundo Victer, h curtumes implantados em vrios municpios paraenses, a exemplo de Xinguara, Conceio do Araguaia e Marab, que apenas trabalham as fases iniciais do processamento de couro, denominadas de wet-blue. Elas consistem na adio de sal ao couro natural e na remoo de pelos e gorduras, por meio de um banho qumico com tom azulado. Aps este processo, o couro natural encaminhado a vrios polos do Brasil para que sejam feitas as etapas de acabamento da matria-prima que ir atender indstria de bens de consumo. A matria pode at ser daqui, mas o processo no feito aqui. Ou seja, o valor agregado em qualquer lugar do pas, explica.

Polo industrial como soluo


Para resolver esta problemtica, a Uniec vem discutindo com a Secretaria de Estado de Indstria, Comrcio e Minerao (Seicom), a possibilidade de implantar um polo para finalizar a produo de couro no estado. A ideia evitar

que a matria-prima gere riqueza em outros locais do Brasil. O problema no a oferta de couro natural, pois isso ns temos, e sim a forma como este processo conduzido, j que o couro sai do estado com um valor e retorna com outro muito maior, explica Victer. Esta discusso com o governo acontece com frequncia. Segundo o diretor de Desenvolvimento de Indstria, Rodrigo Garcia, este um setor de grandes expectativas para a economia paraense, que requer um alinhamento com as demais cadeias envolvidas na produo, dentre elas o produtor, a indstria e o estado. A Seicom est articulando com outras secretarias e rgos do Governo a criao deste polo no estado. importante termos uma indstria, porm no podemos desconsiderar fatores relevantes que residem no incio da cadeia produtiva, detalha Garcia. Segundo Victer, as negociaes esto caminhando de forma positiva e possvel notar o interesse do governo em trazer esta produo para o Par. A aplicao desta indstria no imediata, algo que deve ser feito tanto pelo setor privado quanto pelo Estado, ressalta o presidente da Uniec. O processo de industrializao deste polo ser focado na execuo das trs fases finais de beneficiamento, realizadas a partir do estgio wet-blue: o acabamento do couro, o corte e a secagem controlada. Para que esta produo seja concluda no Par, h uma srie de condicionantes que devem ser implantadas ou melhoradas, como o caso da qualificao da mo de obra paraense e da infraestrutura do estado.

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INDSTRIA _COURO

OOFrancisco Victer defende a nalizao do couro dentro do Par, agregando valor ao produto e indstrias locais

Fotos: Bruno Carachesti

Victer aponta como um dos problemas a necessidade de conscientizar alguns produtores sobre os cuidados com o boi, j que a produo da matria-prima comea com a criao do animal. Precisamos de mo de obra capaz de cuidar bem do animal para no machucar o couro, o que pode acontecer at mesmo quando se vacina o boi contra a febre aftosa. Se no for vacinado na forma correta, o animal pode ficar com marcas, explica. Alm do cuidado durante a criao, a produo do couro em si requer profissionais capacitados e competentes, com vasta experincia neste tipo de atividade, j que aps o processo o material ser diretamente destinado s fbricas que tem o couro como principal mat-

Mo de obra ainda no suficiente

ria-prima. Segundo o presidente da Uniec, a mo de obra paraense existe, mas no pode ser empregada em todos os seguimentos da produo. Grandes projetos precisam de qualificao e com a produo do couro no diferente. preciso ter mo de obra capacitada para garantir a qualidade do produto final, feito a partir do couro, o que uma exigncia do prprio cliente, completa. Sanar esta dificuldade no deixa de ser um desafio tanto para a indstria quanto para o Estado. A tendncia que aos poucos a mo de obra seja qualificada por meio de cursos profissionalizantes oferecidos tanto pelo Estado quanto pelo Governo Federal. Infelizmente, logo no incio da produo os trabalhos complexos e especializados sero feitos por mo de obra importada. A indstria vai oferecer cursos, mas isso feito quando h um interesse por um tipo especfico de profissional, explica Victer.

Infraestrutura pode ser inimiga da produo


Apontada como algo que pode prejudicar a produo, a pouca infraestrutura paraense algo que interfere na competitividade do couro, j que quanto mais custos o produtor tiver, mais caro ser o seu produto. A real preocupao da Uniec oferecer condies para que a produo deste material seja vista como incentivo pelas demais empresas do setor. O difcil acesso a trs pontos considerados essenciais para os negcios (comunicao, transporte e energia) pode comprometer o custo do produto e atrasar o processo de produo, ressalta Victer. Por conta desses desencontros, o couro paraense pode ficar com preo igual ou superior ao de outros polos do Brasil.

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couro verde salgado

18 mil m

couro Wet-blue

ESSA A REA OCUPADA NA CRIAO DE UM NICO BOI NO PAR, O EQUIVALENTE A DOIS CAMPOS DE FUTEBOL. O DADO MOSTRA QUE A AS REAS DESTINADAS PECURIA ESTO SENDO USADAS INCORRETAMENTE. OUTROS FATORES COMO O ABATE CLANDESTINO TAMBM IMPEDEM O APROvEITAMENTO DO COURO.

couro semiacabado
As restries ambientais tambm no so vistas com bons olhos pela indstria. De acordo com Victer, em comparao com outros estados, as leis ambientais so aplicadas com maior rigor no Par. Aqui, o produtor tem que manter 80% do seu territrio como reserva ambiental e pode utilizar 20% para a produo. Em outros estados isso no acontece com frequncia, como o caso de Tocantins, a rea preservada somente 30% da propriedade, explica.

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couro acabado

SEGMENTOS INDUSTRIAIS DEPENDEM DO bOI PARA fUNCIONAR. ENTRE OS MAIS INUSITADOS PRODUTOS fAbRICADOS COM AS PARTES DO ANIMAl ESTO fSfOROS, fIlTROS DE AR, PNEUS E COSMTICOS.

Calados

Vesturio

Estofamento Automotivo

Estofamento mobilirio
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INDSTRIA _COURO

OOIzael Campos um dos empreendedores que acreditam que a criao do polo industrial do couro ir baratear custos e gerar empregos

Uma indstria com grandes perspectivas


A Uniec defende que a produo de couro no Par vai significar um grande crescimento econmico e social para o estado, refletido na gerao de emprego e renda, melhores condies de trafegabilidade, oferta de cursos profissionalizantes, entre outros benefcios. O Par tem tudo: rea, clima, indstrias, mo de obra e produtores engajados. O que falta apenas criar condies para que este processo seja finalizado aqui, frisa. Estima-se que a criao deste polo pode criar milhares de empregos de forma direta e indireta, pois a indstria precisar de trabalhadores locais para funcionar. Com a oferta de produto local, o capital de giro aumenta dentro do estado, o que possibilita a arrecadao de valores para aplicao interna. A produo local do couro pode

ainda baratear o custo de indstrias paraenses que tem esse recursos como matria-prima. Este o caso da DLeve Calados, uma empresa paraense de sapatos que j existe h 10 anos. Izael Campos, um dos proprietrios, conta que apenas o custo com o transporte de matria-prima chega a comprometer aproximadamente a metade do valor estimado para a aquisio do material. Gasto um pouco mais de 25 mil reais com couro produzido em Goinia, sendo que mais de 10 mil reais so gastos apenas para trazer este produto para c, explica. Diante da oferta local, Izael acredita que o valor destinado ao transporte da carga poder ser revertido para o aumento da produo de calados e consequentemente para a contratao de mais funcionrios. Com mais dinheiro para investir, com certeza vamos poder aumentar a produo e o nosso corpo de funcionrios. Ou seja: todo mundo sai ganhando, conclui.

Portas abertas para o desenvolvimento da indstria


So vrios os setores que podem ser beneficiados com a produo local do couro. A aposta maior nas indstrias automobilsticas e de estofados. Fornecimento para indstrias destes seguimentos algo que multiplica a gerao de emprego e renda. Onde esta produo se implanta tem o aumento desses dois fatores, explica Francisco Victer. Estas chances de desenvolvimento que o couro pode trazer para o estado no so apenas hipotticas. Cidades como Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e So Paulo so exemplos de locais beneficiados pelo desenvolvimento econmico e social que a cadeia do couro proporciona.

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auditores_internos

A formao de auditores internos em vrias indstrias tem sido considerada uma forma de investir nas pessoas e agregar valor aos processos produtivos por meio do conhecimento dos prprios empregados

A empresa de olho na empresa

Brbara Brilhante

OONa Hydro Alunorte, os auditores internos antecipam as exigncias dos orgos certicadores

iferente das certificaes obrigatrias e compulsrias exigidas para a comercializao de produtos como brinquedos, equipamentos eltricos e de proteo individual, dentre outros, as certificaes voluntrias sinalizam quando uma empresa baseia seu processo produtivo em um sistema de gesto comprometido com a segurana, qualidade e com a preservao ambiental. Este tipo de certificao, emi-

tida por rgo ou empresa credenciada, declara que determinado servio, pessoa ou sistema est em conformidade com os requisitos tcnicos especificados. Mais que isso, garante a qualidade do servio e a credibilidade da empresa perante acionistas, fornecedores e investidores. Estas certificaes so voluntrias, o que significa uma vantagem para as empresas que as mantm, pois demonstra que elas so

comprometidas com os requisitos legais e estipulados pelas normas de operao, detalha Jos Cunha, diretor da rea de Treinamento da Bureau Veritas, grupo internacional dedicado aos servios de certificao e avaliao de conformidade nas reas de Qualidade, Segurana e Sade Ocupacional. No entanto, a manuteno das certificaes s poder ser recomendada mediante auditoria realizada, pelo menos uma ou duas vezes por

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ano, para verificar a continuidade das condies que deram origem certificao. Neste processo, o auditor interno age como uma espcie de supervisor. Este profissional capacitado para prover conhecimento sobre auditorias, orientar a empresa/empregados sobre comportamento adequado e relatar no conformidades, informando aos demais profissionais as falhas que no estiverem previstas e dando a oportunidade para que sejam regularizadas antes da emisso do relatrio final. Profissionais treinados como auditores so fundamentais para que as empresas possam realizar suas auditorias internas, que so requisitos das normas de gesto como, por exemplo, a ISO 9001 ou a ISO 14001. Mas, alm disso, esses profissionais podem contribuir com seus conhecimentos em tcnicas de auditoria para aprimorar os processos das empresas, atuando como genunos agentes de melhoria contnua, complementa Cunha. Por esse motivo muitas empresas hoje apostam no treinamento de auditores internos, que possam economizar tempo ao fazer uma auditoria bem planejada, possibilitando resolver desvios e questes relevantes. A refinaria de alumina Hydro Alunorte, localizada no municpio de Barcarena, no nordeste do estado, possui 45 auditores internos, locados em todas as reas da empresa. Eles auxiliam na manuteno das quatro certificaes da refinaria: ISO 14001 e ISO 9001, OHSAS 18001 e SA 8000, que tratam de sistemas de Gesto Ambiental, de Qualidade, Segurana e Sade Ocupacional, e tambm de Responsabilidade Social, respectivamente. Com o trabalho deste grupo mais fcil para a empresa se preparar para uma auditoria externa, por exemplo. Alm disso, estes auditores tm a chance de aprofundar seus conhecimentos sobre os processos

Com este grupo a empresa pode se preparar melhor para uma auditoria externa. Alm disso, eles tm a chance de aprofundar seus conhecimentos sobre os processos da fbrica.

Rosngela Ferreira, gerente interina da rea de Qualidade e Meio Ambiente da Hydro Alunorte

desenvolvidos na fbrica, explica a gerente interina da rea de Qualidade e Meio Ambiente, Rosngela Ferreira. Agora, a empresa aposta no Treinamento de Auditor Lder, promovido tambm pela rea de Qualidade e Meio Ambiente, com o objetivo de aumentar o nvel de qualificao destes profissionais na realizao tanto de auditorias internas quanto externas. A capacitao ocorreu em dezembro de 2012 com um curso de uma semana realizado pela Bureau Veritas, empresa contratada para desenvolver a qualificao. Ao final, os seis empregados convidados a participar do treinamento realizaram duas provas, uma terica e outra oral, para testar o aprendizado. O treinamento importante para desenvolver neles um olhar mais profundo sobre os prprios processos. Isso essencial para que alcancemos a excelncia que desejamos, conclui Rosngela. O processo de capacitao de auditores internos na Alubar, fabricante de vergalhes e cabos eltricos de alumnio tambm localizada em Barcarena, um investimento realizado pela empresa h mais de 10 anos. Com a formao, a empresa ganha pelo conhecimento mais especfico dos colaboradores

sobre as atividades desenvolvidas e as melhorias internas oriundas destas novas noes. Para o mercado, a capacitao de auditores da prpria organizao ajuda a construir de maneira positiva um sistema de gesto mais consolidado, medida que ocorrem novas mudanas que so observadas durante a evoluo da organizao, sendo um grande diferencial como investimento na empresa e nas pessoas, destaca o coordenador do Controle de Qualidade e Meio Ambiente da Alubar, Hlido Sena. Na fabricante de vergalhes e cabos, para ser um auditor interno os colaboradores passam por testes e cursos sobre as normas das certificaes que a empresa possui ISO 9001 e 14001 e exercem voluntariamente a atividade em paralelo sua funo. Realizadas anualmente, as auditorias internas so um preparativo para as externas e utilizam os mesmos parmetros oficiais. Para isso, os auditores internos participam de treinamentos, a fim de relembrar conceitos e demais informaes. Segundo Hlido Sena, a atribuio de novos conhecimentos associados a cursos e treinamentos garante uma equipe atualizada, experiente e madura para contribuir com a organizao em se tratando de certificaes.
OOHlido Sena, da Alubar, acredita nos benefcios da qualicao interna de auditores
Divulgao Alubar

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DIREITOS_E DEVERES

Lei de Estgio: ainda h dvidas?


Depois de quatro anos, a Lei ainda causa incerteza e polmica entre empresas e estagirios
o toa que muitas empresas ainda tm dvidas na hora de contratar estagirios. Com pouco mais de quatro anos de existncia, a Lei de Estgio, em vigor desde setembro de 2008, ainda no ganhou difuso no mercado de forma a sanar todas as dvidas sobre a legislao. Ela define os parmetros que regulamentam as contrataes de estagirios, a exemplo da carga horria permitida, recesso remunerado, contrato, auxlio-transporte, tempo mximo de estgio, valor da bolsa, seguro de acidentes pessoais, dentre outros. Criada para definir mais claramente o papel de todos os envolvidos no processo, a lei tenta dar clareza relao entre estudantes, empresas e instituies de ensino, reforando as responsabilidades dos contratantes, das escolas, dos agentes de integrao e dos estagirios, aperfeioando o estgio e tornando-o, efetivamente, um ato educativo. Mas ser que as mudanas criaram uma barreira burocrtica, dificultando a oferta de estgios? Ser que empresas e estagirios conhecem bem seus deveres e direitos? As dvidas continuam e as indagaes partem de todos os envolvidos. Vanessa Anjos, coordenadora de Estgio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) no Par, conta que logo

que foi sancionada em 2008, imaginava-se que a lei traria prejuzo ao empresrio e ao estudante, uma vez que foi registrada queda na oferta do estgio por parte do Instituto, mas hoje admite que esse pensamento mudou. Podemos afirmar que os ganhos so muitos e para todas as partes. Apesar de ainda recebermos dvidas em relao a alguns itens da lei e precisarmos de ajustes e esclarecimentos, posso afirmar que ela chegou para garantir os direitos dos estagirios e dar segurana s empresas, eliminando os problemas trabalhistas que antes existiam, para quem estabelece um contrato e faz cumprir suas clusu-

las, completa. Um dos pontos fundamentais dessa lei deixa claro que a relao de estgio no cria um vnculo empregatcio com a empresa, mas existem sim direitos e deveres de ambas as partes que devem ser respeitados. Quando uma empresa no cumpre a lei ou as obrigaes assumidas no termo de compromisso, o vnculo de emprego entre o estagirio e a empresa pode ser caracterizado e a, nesses casos, cabe a aplicao da legislao trabalhista e previdenciria, esclarece a profissional. Vanessa diz que dvidas frequentes chegam ao Instituto, todos os meses, tanto por parte de empre-

Ilustrao: Renata Segtowick

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sas, como de estagirios, e que na maioria dos casos no resultado de falta de interpretao, e sim de desconhecimento de alguns pontos da lei. Ela relata que os departamentos de Recursos Humanos das empresas sempre ligam para esclarecer alguns pontos, por exemplo, se o estagirio tem direito a Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) e 13 salrio; se pode ter suas faltas descontadas e at mesmo o que fazer quando o caso de gravidez. Nesses casos especficos ela lembra que, pelo fato do estgio no caracterizar vnculo empregatcio, ele tambm no tem direito a FGTS, 13 salrio nem licena maternidade, mas esclarece: no caso de gravidez, a empresa pode cancelar o estgio ou seguir com ele at que seja saudvel para a me e o beb, contanto que seja de interesse de ambas as partes. E em caso de faltas, a empresa pode sim descontar, desde que no justificada pelo estagirio. Vanessa orienta que quando h quebra de alguma dessas normas por parte da empresa, a denncia deve ser feita pelo estagirio ao agente de integrao e este notificar imediatamente a empresa a prestar esclarecimentos. No caso de reincidncia, a empresa ficar proibida de regularizar contrato pelo perodo de dois anos. E se o descumprimento de deveres partir do aluno, ele pode dar causa resciso do contrato, desconto no valor da bolsa ou ser realocado para outra rea ou setor compatvel ao seu curso, esclarece.

PONTOS IMpORTANTES DA LEI

Entre os pontos que precisam de ateno, alguns foram destacados e comentados por Vanessa Anjos: XX A empresa tem a responsabilidade de informar qual o plano de atividades do estagirio, para que este seja incorporado ao contrato. XX O auxlio transporte deve ser dado ao estagirio em dinheiro ou carto digital, no valor integral estipulado em contrato. XX dever da empresa fornecer gratuitamente os Equipamentos de Proteo Individual (EPIs) quando necessrios s atividades desenvolvidas pelo estagirio. XX A empresa tem por obrigao arcar com as despesas dos exames admissionais, demissionais e peridicos do estagirio. XX A carga horria de estgio limitada a at 30h semanais, com limite mximo de 6h/dia. vedada qualquer tipo de compensao. XX A reduo da carga horria pela metade, no perodo das avaliaes, deve ser respeitada e o estagirio deve comprovar esse perodo junto empresa por meio de documento prprio da instituio de ensino (declarao). XX assegurado por lei o direito ao recesso contnuo ou fracionado. Se o contrato for de um ano, o aluno tem direito a um ms, fracionado ou no, que deve ser gozado dentro do perodo do estgio. Para contratos de seis meses, ele tem direito a quinze dias. XX Todo estgio com contrato regulamentado tem direito ao seguro de vida pessoal.

Para tentar diminuir dvidas e questionamentos e consolidar o estgio de qualidade no pas, o IEL Nacional, a partir da sua Unidade de Gesto Executiva, lanou em 2010 uma cartilha explicando item a item da legislao que regulamenta o estgio. A cartilha foi dividida em captulos que apresentam de maneira objetiva os aspectos gerais do estgio, abordando conceitos, obrigaes e atribuies de empresas, instituies de ensino e estudantes. O IEL Par distribuiu a cartilha para os ncleos de estgios e bibliotecas das unidades de ensino do estado. Entregamos tambm s empresas quando vamos fechar a parceria. A cartilha , sem dvida, uma importante ferramenta de comunicao para a divulgao dessa lei, avalia Vanessa. Ela ressalta que o objetivo da cartilha fazer com que o estgio atue, efetivamente, como instrumento de descoberta de novos talentos e formao de capital humano, contribuindo tambm para estimular a inovao nas empresas, justamente a partir de uma maior aproximao com as universidades.

Contribuio

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MERCADO_IMOBILIRIO

Informao para diminuir conflitos na construo civil


Guia lanado pelo Sinduscon-Pa orienta compradores a conhecer direitos e deveres NA AQUISIO DE IMVEIS e fazer a melhor escolha

Fotos: Bruno Carachesti

onquistar a casa prpria um sonho que nunca sai de moda. Um imvel , na maioria das vezes, o grande investimento da vida de algum e a recente onda de incentivos dos bancos pblicos aos financiamentos imobilirios tem permitido que cada vez mais pessoas alcancem esse objetivo. Mesmo sendo um dos mercados que mais tm crescido devido valorizao dos imveis nos ltimos 15

anos, a construo civil ainda um terreno de conflitos entre compradores e empresas (construtoras e incorporadoras). Porm, no final do ano passado, o Sindicato da Indstria da Construo do Estado do Par (Sinduscon-Pa) lanou uma iniciativa que tenta mudar esse cenrio. Durante seis meses, o sindicato reuniu dados estatsticos e outras informaes para elaborar o Guia da Aquisio do Imvel com Segu-

rana. Nesta publicao, o comprador pode encontrar um panorama do mercado imobilirio brasileiro e dicas sobre a compra de imveis na planta, como agregar valor a esse bem, formas de pagamento, avaliao, despesas e obrigaes ao adquirir um imvel, processos contratuais, e at orientaes para negociaes futuras, como venda e aluguel do imvel. Segundo Jos Roberto Marques Rodrigues, assessor econmico do

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Descumprimento dos termos da publicidade, do contrato e do prazo de entrega so as principais causa de conitos entre construtoras e clientes. Para se resguardarem juridicamente, as empresas e clientes precisam ser claros em suas expectativas e se ater aos termos debatidos."
Daniel Silveira, associado do escritrio Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimares, Pinheiro & Sca - Advogados

Sinduscon-Pa e responsvel pela pesquisa das informaes e montagem do guia, a ideia de produzir o livro surgiu a partir do diagnstico da carncia de informaes sobre o assunto no Par. A inteno disponibilizar informaes teis para os compradores de imveis, mas tambm valorizar os profissionais que atuam com integridade, tica e com respeito ao consumidor. Desse modo, as construtoras e incorporadoras tambm podem tirar lies do guia, afirma Jos Roberto. Munir o comprador de parmetros para que ele realize um bom investimento bom para ambas as partes, pois tranquiliza o cliente e faz com que ele escolha empresas comprometidas com prazos, qualidade e com a legislao. Queremos diminuir a quantidade de conflitos neste setor. Por isso, as empresas consideraram o guia um avano neste mercado carente de referncias e um trunfo para quem faz um trabalho tico, completa. O economista conta ainda que no dia em que a imprensa divulgou pela primeira vez o lanamento da publicao, um ms antes da data oficial, vrias pessoas procuraram o Sinduscon-Pa para saber como poderiam adquirir uma cpia. Para o advogado e mestre em

direito processual Daniel Coutinho da Silveira, as vantagens que o guia traz para o mercado so inmeras, em especial por reforar os parmetros de atuao das construtoras em relao aos seus consumidores. Quanto mais as empresas se organizarem para prestar um servio de qualidade e mais transparente, melhor vai ser para a sociedade. importante que ofeream dilogo sobre aquilo que consideram importante quanto compra e venda de imveis, tornando seus procedimentos mais claros, comenta Daniel, que associado do escritrio Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimares, Pinheiro & Scaff Advogados.

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MERCADO_IMOBILIRIO

Oportunidade de negcio que requer cuidado


Na ltima dcada, o gs injetado na construo civil provou que, apesar dos altos e baixos do mercado, investir em imveis ainda vale a pena. De acordo com o Sinduscon-Pa, de 2007 a 2011 o Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Brasil girou em torno de 160 bilhes, sendo 5,5 bilhes somente no Par. A expectativa que nos prximos 10 anos esse PIB passe para 217 bilhes no pas, reitera Jos Roberto Rodrigues. Outros dados favorveis ao mercado imobilirio so a gerao de empregos que passou de 32 mil vagas em 2004 para 93 mil em 2012 , a reduo da taxa de juros e a aplicao de recursos pblicos nos financiamentos, em especial da Caixa Econmica, que alcanou cerca de 100 bilhes em 2012. No entanto, tantas previses otimistas e oportunidades aparentemente irrecusveis que aparecem no mercado no devem fazer o comprador esquecer os cuidados na hora de firmar o negcio. Segundo o assessor econmico do Sinduscon-Pa, essa a principal mensagem do Guia da Aquisio do Imvel com Segurana. Queremos aconselhar os compradores a no embarcar na primeira oferta e avaliar se o imvel atende realmente s suas preferncias. O financiamento dura, em mdia, entre 20 e 30 anos. Ento, o indivduo no pode comprometer o seu oramento com um bem com o qual ele no vai ficar satisfeito, detalha.

pria ou procurar empresas ou profissionais autnomos que tenham conhecimento de mercado e possam buscar opes de acordo com o gosto do morador. No caso de buscar um corretor, possvel que este tenda a apresentar ao cliente somente os imveis vendidos pela empresa na qual trabalha, privilegiando o lado positivo da compra. Contudo, Jos Roberto afirma que o corretor ideal aquele que estabelece uma relao de confiana com o comprador, dando a ele uma viso clara das vantagens e dos riscos do negcio, e apresentando o preo justo do imvel. sempre bom avaliar o imvel com engenheiros e arquitetos registrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Par (CREA-Pa) e que no respondam a processos administrativos nesta instituio, completa. Outro personagem cada vez mais comum no negcio o house hunter ou caador de imveis. Ele conhece as preferncias do comprador (locali-

zao, terreno, infraestrutura e faixa de preo) e busca a unidade que mais se encaixa nesse perfil. A diferena entre ele e o corretor que este ltimo j tem um estoque de imveis disponveis e tenta vender os que esto nesta lista, explica o assessor. Com ou sem ajuda de fora, o comprador deve observar detalhes que muitas vezes passam despercebidos pela maioria das pessoas, como a localizao do imvel em relao a fontes de barulho, a exemplo de bares e casas de show. s vezes at clnicas veterinrias podem trazer transtornos para os moradores das redondezas, relata Jos Roberto. Alm do local, a infraestrutura de lazer e principalmente o tamanho do imvel devem ser analisados com cuidado. Maquetes de showroom podem dar uma ideia equivocada da amplitude do espao, acrescenta. Escolhida a opo ideal, deve-se verificar o histrico do imvel e de seu proprietrio, como explica Daniel Silveira. O cliente deve averiguar se o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) est pago, se no h dvidas de condomnio, se no existe penhora, hipoteca ou outros gravames pesando sobre o imvel. Quanto ao proprietrio, prudente checar se no h processos na justia nos quais os seus bens possam estar constritos, cita o advogado. Antes da entrega da chave, os profissionais da rea tambm recomendam uma vistoria nos itens de acabamento, como portas e janelas, para identificar falhas que possam causar transtornos futuros.

Escolha com consultoria


Na hora de escolher um imvel, o comprador geralmente tem duas alternativas: pesquisar por conta pr-

OO Jos Roberto

Rodrigues cr que as informaes do guia vo ajudar compradores e empresas

O Guia da Aquisio do Imvel com Segurana pode ser adquirido na sede do Sinduscon-Pa, localizada na trav. Quintino Bocaiuva, 1588, bloco B (1o andar. A publicao est venda pela quantia de R$ 20.

SERVIO

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Divulgao Alcoa

artigo_alcoa

FbIO AbDAlA, gERENTE DE SuSTENTAbIlIDADE DA AlcOA AMRIcA LATINA & CARIbE

Fbio Abdala

A economia verde pode ser uma resposta crise financeira global que enfrentamos?

A economia verde foi amplamente discutida ao longo de 2012 por ocasio da Rio+20 (Conferncia das Naes Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentvel). Considerando a estimativa de se atingir 9 bilhes de pessoas, em 2050, e que elas devam viver bem, dentro dos limites no planeta, a sustentabilidade indica modelos de negcios baseados em produtos e servios verdes que atendam demandas socioambientais nas cidades, no lazer, entretenimento, esportes, transportes, urbanizao, em energia e tantas outras dimenses das nossas vidas. Desde j as empresas podem ofertar a produo ecoeficiente, gerar energias renovveis, reciclar materiais, inovar para mobilidade, construir com sustentabilidade e responsabilidade social outros meios de gerao de lucro admirado. Considerando apenas a gerao de emprego, o Programa das Naes Unidas para Meio Ambiente (PNUMA) relatou que, at 2008, mais de 2,3 milhes de pessoas foram empregadas no setor de baixo carbono, em apenas seis pases lderes em empregos verdes (China, Dinamarca, Alemanha, ndia, Espanha e EUA). Em particular, na cadeia de valor do alumnio h solues efetivas de economia verde, seja pelas caractersticas de suas aplicaes e alta reciclagem, seja na eficincia energtica e no re-uso de resduos. No campo das aplicaes, por exemplo, em mobilidade est demonstrado que o uso do alumnio nos trans-

portes reduz o peso de avies, carros e caminhes e aumenta a eficincia de 6% a 10% no uso de combustvel, reduzindo emisses. A reciclagem outro forte atributo do alumnio aplicado em garrafas, carros, materiais de construes, eletrnicos, e outros produtos, pois se estima que 75% de todo o alumnio produzido nos ltimos 120 anos est em uso. Alm disso, a reciclagem usa 95% menos energia e produz 95% menos gases que a produo de alumnio primrio. No Brasil, a Alcoa, que este ano completa 125 anos de histria como precursora do processo industrial de fabricao do alumnio, tem experimentado casos muito consistentes de ecoeficincia na produo, aliando economicidade com reduo de pegada ecolgica. Em Poos de Caldas (MG), a fbrica substituiu o leo combustvel por gs natural na gerao de energia na refinaria de alumina. Isto permitiu reduzir em 36% a emisso direta de gs carbnico (CO) em 2011 em comparao com 2005, que nossa linha de base, e zerou emisses de dixido de enxofre (SO). Vale dizer que o gasoduto de 110 km, em parceria com a GASMIG, catalisou outros projetos regionais de acesso ao gs. Em So Lus (MA), a ALUMAR transformou resduos da refinaria (cinzas leves) em insumo para fabricao de cimento, em parceria com outra empresa deste setor e universidades. Como resultados, alm de gerar faturamento e reduzir custos de transporte e de reas de armazenamento de resduos, reduziram-se 45 mil toneladas de cinzas da fbrica, emisses de particulados nas reas internas e emisso de CO no transporte interno. Para o cliente foram reduzidas 45 mil toneladas no consumo de argila portanto com ganho em biodiversidade e suas emisses de CO. Com relao s universidades, estudantes e pesquisadores tiveram uma formao diferenciada. Enfim, a economia verde entendida como uma ferramenta de ecoeficincia e incluso social, aliando prosperidade ao bem viver e tica, pode gerar respostas efetivas crise financeira. Obviamente h muitos desafios a superar, mas igualmente inmeras oportunidades.

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iel_profisses

Para se dar bem profissionalmente num mercado em mutao preciso fazer as escolhas certas

O mercado precisa de voc?

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Fotos: Bruno Carachesti

OO Cludio Serra coordena o curso

de Engenharia de Produo, que considerado um dos mais promissores

ncarar a concorrncia e as exigncias do mercado requer preparo antecipado, ainda na escolha da faculdade, do curso e do ramo que se pretende atuar. Sim, o mercado tem suas tendncias, cursos em evidncia e aqueles que tero mais rentabilidade e longevidade no futuro. Mas afinal, voc seria capaz de conciliar o seu desejo profissional com aquilo que o mercado precisa? O primeiro passo para isso descobrir a sua vocao e em seguida uma instituio de ensino que seja referncia na rea pretendida. Pronto. Agora mapear o mercado e entender as necessidades de cada segmento. A escolha tem que ser realista e levar em conta o que a regio onde voc mora tem a oferecer. Pesquisas em todo o pas apontam cursos e profisses promissoras e as mais demandadas pelo mercado, arriscando nos palpites de quais atividades profissionais sero mais valorizadas no futuro. Mas no se engane: preciso entender que devido s particularidades de cada regio esses palpites nem sempre coincidem com a realidade local. Cursos em alta no sul do pas podem no atender s necessidades do norte. Os cursos mais demandados no Par esto relacionados s vocaes naturais do estado. Aqueles que mais necessitam de bons

profissionais atendem ao ramo da minerao, produo energtica e pesca. Ento, natural que os jovens procurem cursos que possam ser absorvidos por essas reas. Por isso, apenas em alguns casos, as tendncias nacionais coincidem com as nossas", o que explica Aline Barros, psicloga da rea de recrutamento e seleo do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Exemplo de unanimidade em todo o Brasil o curso de Contabilidade. Uma pesquisa divulgada pelo Ministrio da Educao, com base em levantamento do Sistema de Seleo Unificado (Sisu) a partir do Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem), apontou em 2011 o curso de Contabilidade no ranking das dez carreiras mais procuradas entre os jovens que prestaram vestibular nas faculdades federais. Um aumento de 50% entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro de 2012, ocupando a oitava posio no ranking nacional, com 28 mil candidaturas. Aqui no Par, coincidentemente, dados levantados pelo IEL confirmaram o resultado nacional em relao a esse curso. Para Aline Barros, ele est em alta uma vez que o setor financeiro dentro das indstrias e das empresas exige processos cada vez mais eficientes, transparentes e dinmicos, tornando o contador personagem essencial no organograma, j

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iel_profisses

que pode trabalhar com auditoria, contabilidade, controle, percia ou ainda seguir a carreira acadmica. Com relao s vagas de estgio, ela lembra que em 2012 o perfil das vagas ofertadas variou bastante de acordo com a indstria solicitante, mas destaca, dentre elas, fortes demandas para os cursos de Engenharia de Produo, Cincias Contbeis, Administrao, Engenharia Mecnica, Psicologia, alm de tcnicos em Segurana, Mecnica Industrial e Eletrotcnica. Se olharmos para o cenrio nacional e considerarmos os grandes empreendimentos como a explorao do pr-sal pelo Brasil e a construo de Belo Monte, aqui no Par, podemos usar como exemplo de carreira promissora a Engenharia de Produo, uma vez que demanda profissionais desta especialidade em todas as etapas do processo, destaca. O bom preparo do profissional e sua experincia em perodo de estgio o grande diferencial que o mercado valoriza e precisa. J nas demandas de estgio para a indstria possvel perceber que os pr-requisitos so mais especficos, podendo ser desejvel que o aluno tenha conhecimentos comprovados com certificado e provas prticas em sistemas como o Microsoft Excel e em ingls, alm de participao em iniciao cientfica de algum projeto de extenso, explica a psicloga. O professor Jos Reinaldo Pacheco Peleja, diretor pro-tempore do Instituto de Cincia e Tecnologia das guas (ICTA) da Universidade Federal do Oeste do Par (Ufopa), conta que por l os cursos do Instituto vm ganhando espao no cenrio local. Ainda no formamos a turma devido criao recente da instituio. Todavia, de modo geral, os cursos ofertados

Com as transformaes econmicas, os cursos que vm se destacando so Engenharia de Energia, Engenharia de Computao, Engenharia de Produo, os ligados construo civil e arquitetura sustentvel, Aquicultura, Tecnologia de Alimentos e Relaes Internacionais.
Jos Reinaldo Peleja, diretor pro-tempore do ICTA/Ufopa

pelo ICTA tero mercado garantido, a exemplo do curso de Gesto Ambiental, que base para a formao especfica em Engenharia Sanitria e Ambiental", comenta. Jos Reinaldo conta que no oeste paraense, com relao aos cursos de bacharelado interdisciplinares, as atividades profissionais mais demandadas so aquelas ligadas ao meio ambiente como Gesto Ambiental, seguido de Cincia e Tecnologia das guas e Cincias Biolgicas. Com relao aos bacharelados especficos, os campees so Engenharia Sanitria e Ambiental, Engenharia de Pesca, Biologia e Engenharia de Aquicultura. Todos so bem remunerados, com destaque para Biologia, em que o salrio fica melhor com a concluso dos cursos de mestrado e doutorado, destaca. Criada com o objetivo de

expandir a rede de ensino superior e ampliar o investimento em cincia e tecnologia a partir da incluso social, a Ufopa se destaca tambm no quesito inovao. a primeira no Par e na regio amaznica a ofertar o curso de Engenharia de Aquicultura e a nica no Brasil com o curso de Cincia e Tecnologia das guas. O professor diz que, com as transformaes econmicas, muitos cursos vm ganhando espao no mercado nos ltimos anos e a tendncia se destacarem cada vez mais no futuro, a exemplo dos cursos de Engenharia de Energia, Engenharia de Computao, Engenharia de Produo, os ligados construo civil e arquitetura sustentvel, Aquicultura, Tecnologia de Alimentos e Relaes Internacionais. importante lembrar do perfil que estes profissionais devem ter. Alm da formao tcnica e bom nvel de ingls, preciso saber liderar e trabalhar em grupo. Um profissional com essa qualificao pode atingir, no incio de carreira, um salrio de R$ 5 mil ou R$ 6 mil, chegando a R$ 35 mil nos casos de profissionais com 10 e 15 anos de experincia, explica Jos Reinaldo.

PROFISSES DO FUTURO
Dafne Leito um dos exemplos de sucesso aqui no Par. Com apenas 23 anos, j assistente de distribuio de uma grande empresa que atua no segmento de petrleo e gs. Ela formou-se pela Universidade da Amaznia (Unama) e a partir do terceiro semestre comeou a testar as tcnicas e os ensinamentos repassados em sala de aula nas reas de produtos alimentcios, metalrgica e transportadora. Para

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OO Gabriel Velasco

se encontrou na prosso de relaes intenacionais, na qual trabalha com comrcio exterior

ela, era importante experimentar tudo at descobrir em que rea gostaria de atuar. Ela conta que o curso de Engenharia de Produo era e ainda uma graduao em alta, j que o mercado est em crescimento, gerando muitas oportunidades de emprego e crescimento profissional no estado. Lembro que antes de me decidir, estudei o perfil desse profissional e observei a ampla rea de atuao que me permitiria trabalhar em diversos setores. Esse fator foi fundamental para eu escolher a carreira. Acredito que no adianta optar por um curso apenas para viver um sonho. importante analisar as oportunidades do mercado, comenta. A profissional lembra tambm que as experincias dos estgios que fez pelo IEL foram importantes para que ela conhecesse o mercado

de trabalho, aprendesse a trabalhar em equipe e, principalmente, colocasse em prtica os aprendizados tericos obtidos na faculdade. Foi nessa fase tambm que pude verificar o que o curso oferecia ao profissional e ao mercado. Escolhi Engenharia de Produo por entender que um profisso-chave, que pode se enquadrar em qualquer setor, avalia Dafne. Para se manter bem na posio que ocupa e conquistar o crescimento profissional, Dafne j est fazendo ps-graduao em Logstica Empresarial Eu penso em fazer ps-graduao, especializaes, mestrado e doutorado dentro da rea. O mercado est competitivo demais. Precisamos estar em constante aperfeioamento e reciclagem, declara. Para Cludio Serra, coordenador do curso de Engenharia de

Produo, do Centro Universitrio do Estado do Par (Cesupa), o curso considerado como o mais verstil dentre as Engenharias, dada a ampla gama de conhecimentos tcnicos e gerenciais adquiridos ao longo do curso, permitindo que o profissional se adapte facilmente s novas tecnologias e a vrios ramos empresariais. Ele desenvolve na sua formao competncias e habilidades para mobilizar conhecimentos nas reas econmico-financeira, organizacional e tcnica utilizando as ferramentas da tecnologia da informao, afirma Cludio. Com o aumento da demanda pelo profissional de Engenharia da Produo cresceu tambm a oferta desses cursos pelas instituies de ensino no Par. Em Belm, a Universidade do Estado do Par (Uepa) foi a primeira a criar o curso, seguida pela Unama e depois, o Cesupa. Hoje, com mais o Instituto de Estudos Superiores da Amaznia (Iesam) e a Faculdade Ideal (Faci), a capital paraense j conta com cinco cursos superiores em Engenharia de Produo e vrios cursos de ps-graduao nesta rea. Na opinio de Cludio Serra, a qualidade dos cursos tem aumentado com o passar dos tempos, e os egressos esto conseguindo passar em selees de trainee de grandes empresas brasileiras (e at multinacionais), alm de serem aprovados em programas de mestrado em grandes universidades do pas. Diversos alunos esto participando do Programa Cincias Sem Fronteiras, do Governo Federal, alm de outros programas e projetos especficos. Com uma formao mais qualificada, esse profissional poder ajudar no desenvolvimento das empresas paraenses de forma efetiva, que no fim objetivo de todos, completa.

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iel_profisses

Gabriel Velasco, atualmente relaes internacionais na APL Trading Ltda., empresa que mantm operaes de Comrcio Exterior e Internacional no Brasil e nos cinco continentes, conta que escolheu a profisso meio sem querer, mas logo se apaixonou pelo que fazia. No comeo tinha o sonho de ser diplomata, condio mais alta do formado em Relaes Internacionais. Hoje em dia meu foco mudou, gosto de trabalhar com comrcio exterior. Trabalho em uma trader e estou muito satisfeito, pois fao o que gosto. Tenho planos de ter meu prprio negcio no futuro, planeja. Na opinio de Gabriel, qual-

COM O P NO MUNDO

quer profisso pode garantir o futuro, mas preciso ter amor pelo que se faz e total dedicao ao trabalho. Ele conta que no caso da sua profisso, as caractersticas que se sobressaem so: versatilidade, capacidade de trabalhar com praticamente qualquer rea pelo perfil diplomtico e interesse em conhecer cada vez mais. Ela aparece na lista das profisses do futuro, pois o mundo hoje bem mais conectado do que antes. As relaes exteriores esto bem mais prximas e, quase sempre, so delicadas entre alguns parceiros comerciais, da a necessidade de um profissional que consiga se adequar em qualquer situao adversa, explica. Para o diretor da APL Trading, Arnaldo Paiva Lobo, com o Par

cada vez mais globalizado, necessrio que as empresas entendam e se adaptem com maior rapidez a este cenrio. Precisamos de profissionais que encarem as exigncias globais frente a nossa realidade local. Cada vez mais o intercmbio do Par com o mundo se faz necessrio e o Comrcio Exterior uma via de mo dupla, em que devemos sempre estar prontos para novos desafios e culturas. Por isso to importante um profissional de Relaes Internacionais, detalha o diretor. Arnaldo formou-se no Cesupa e j fez MBA em Comrcio Exterior pela Fundao Getlio Vargas, por entender que sua profisso exige atualizao e aprimoramento. Ele acredita que, ano aps ano, a profisso que escolheu ser cada vez mais compreendida e exigida pelas empresas do Par, visto a imensa quantidade de empresas exportadoras e multinacionais que voltam os olhos para o estado. Em alguns anos, sem dvida alguma, existir uma demanda gigantesca por profissionais deste segmento, conclui.

Precisamos de prossionais que encarem as exigncias globais frente a nossa realidade local.
Arnaldo Paiva Lobo, diretor da APL Trading ( esquerda)

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aNNCio TeMPle

senai_mo de obra

Programa ajuda a formar mo de obra para a indstria


Pronatec parte do esforo do governo para alavancar a formao de mo de obra qualificada, e tem o Senai como um dos principais parceiros ofertantes

OOAnderson Rosa e Mara Cardoso esto entre os milhes de brasileiros que ingressam no Pronatec para aumentar suas chances no mercado de trabalho

Bruno Carachesti

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nderson Rosa, 35, e Mara Cardoso, 32, pararam de estudar quando ainda eram jovens para poder trabalhar e ajudar a famlia nas contas da casa. Hoje, casados e com uma filha de sete anos, passam por uma mudana radical. Decididos a melhorar de vida, ambos voltaram a estudar para concluir o ensino mdio e, mais do que isso: se inscreveram no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego (Pronatec) e conseguiram ingressar nos cursos tcnicos do Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um dos principais parceiros do Programa criado pelo Governo Federal. Mesmo ainda no incio do curso

tcnico de Eletromecnica, Anderson j consegue imaginar o futuro daqui para frente. Queremos o melhor para a nossa filha e por isso tomamos essa deciso. Tenho certeza que essa formao vai nos ajudar a crescer na vida e dar o exemplo de pais que nossa filha merece, conta Anderson, que tambm se diz orgulhoso da esposa, aluna do curso tcnico de Segurana do Trabalho. Essa a realidade do Anderson, da Mara e de milhes de brasileiros, que assim como eles, precisam de oportunidades. O Pronatec, alm de formar trabalhadores para a indstria, tem o objetivo de oferecer a estudantes da rede pblica, trabalhadores que estejam recebendo o seguro desemprego, pes-

soas com deficincia, beneficirios e dependentes dos programas federais de transferncia de renda, militares das foras armadas e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, a oportunidade de melhoria de vida atravs da educao profissional. Os cursos oferecidos pelo Pronatec representam oportunidades para que estes indivduos possam mudar as suas trajetrias de vida. No Brasil, j temos 2.521 milhes de jovens e trabalhadores matriculados nos cursos do Pronatec e at 2014 vamos abrir oito milhes de vagas. Pela parceria entre as escolas tcnicas federais e estaduais com o sistema S, vamos ampliar muito as possibilidades de

2,5

MIlHES DE bRASIlEIROS J ESTO MATRICUlADOS NO PRONATEC, DENTRE ElES ESTUDANTES, PESSOAS COM DEfICINCIA E bENEfICIRIOS DOS PROGRAMAS fEDERAIS DE TRANSfERNCIA DE RENDA

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senai_mo de obra

A importncia do Programa est dentro de um contexto de desenvolvimento tanto social quanto econmico e a parceria do Senai, uma instituio reconhecida pela tecnologia e educao, foi um casamento perfeito que trouxe os alunos da rede pblica como o pblico prioritrio.
Mrcia Aguiar, coordenadora de Educao Prossional da Seduc

formao profissional, tanto para a nova gerao quanto para os que j trabalham e querem aprimorar a formao, afirmou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em discurso recente.

Os cursos do Pronatec so oferecidos pelas escolas da Rede Federal de Educao Profissional e Tecnolgica (institutos federais e escolas tcnicas vinculadas s universidades federais), pelas entidades dos Sistemas Nacionais de Aprendizagem (Senai, Senac, Senat e Senar) e pelas redes pblicas estaduais de ensino, com o apoio do Ministrio da Educao. Segundo o Ministrio da Educao (MEC), o ltimo balano do Pronatec, criado em outubro de 2011 pela Lei 12.513, mostra que o programa atendeu at dezembro de 2012 mais de 2,5 milhes de brasileiros. No Par, a Secretaria de Estado de Educao (Seduc) a maior demandante das vagas ofertadas pelo Senai. Em 2013, das 10.628 matrculas disponibilizadas pela instituio de ensino profissionalizante, mais de um tero ser destinado para os alunos do ensino mdio da rede pblica. Segundo a coordenadora de Educao Profissional da Seduc, Mrcia Aguiar, o Pronatec possi-

Ensino

bilita o aumento da escolaridade e ajuda os alunos a serem mais assertivos nas escolhas e se reconhecerem como profissionais de determinada rea. A importncia do Programa est dentro de um contexto de desenvolvimento tanto social quanto econmico e a parceria do Senai, uma instituio reconhecida pela tecnologia e educao, foi um casamento perfeito que trouxe os alunos da rede pblica como o pblico prioritrio, afirma.

Mapa do trabalho
A escassez de profissionais capacitados tem sido a grande preocupao do setor industrial em todo o pas. Desse modo, o Pronatec considerado parte do esforo feito pelo Governo Federal para alavancar a formao de mo de obra qualificada. No Par, o problema foi elevado questo de primeira ordem com a chegada de mega empreendimentos, entre eles a 3 maior hidreltrica do mundo a Usina de Belo Monte , o Projeto de extrao de Minrio de Ferro, o S11D da Vale e o Projeto Alumina Rodon, da Votorantim Metais. Os investimentos previstos at 2016 chegam a aproximadamente R$ 130 bilhes e vo demandar mais de 160 mil empregos diretos

nos prximos anos. Os dados so do Guia Par Investimentos 20122016, uma publicao da Rede de Desenvolvimento de Fornecedores Redes, do Sistema FIEPA. No segundo ano do Pronatec, o Senai Par tem a meta de qualificar cerca de 10 mil pessoas. Essas vagas vo impactar diretamente nas matrculas da instituio por ano, passando de 59 mil em 2012 para 110 mil at 2014. A tendncia justamente para atender demanda identificada no Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Senai Nacional, que apontou que o Par precisar formar 104,4 mil trabalhadores em nvel tcnico e em reas de mdia qualificao para atuar em profisses industriais. Com a ampliao e modernizao das unidades operacionais, o Senai j traa um audacioso plano de formao de mo de obra com vistas tecnologia e formao de tcnicos industririos.

Emprego garantido
Com tanta demanda de mo de obra, quem procura se qualificar tem grandes chances de conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Foi o que aconteceu com Jos Avelino, 26, que fez o curso de Ajustador Mecnico no Senai e antes mesmo de receber o certifi-

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cado j estava trabalhando em uma indstria de fabricao de carrocerias em Paragominas, no nordeste do estado. Avelino faz parte de um dos pblicos atendidos pelo Pronatec. Ele beneficirio do Bolsa Famlia e foi inscrito no Senai pelo Centro de Referncia de Assistncia Social do municpio, ocupando uma das vagas ofertadas ao Ministrio de Desenvolvimento Social. "Foram momentos indescritveis de autossuperao. Tive muito apoio dos professores e eles foram muito importantes na minha formao. Agradeo ao Senai e a todos que me motivaram", reconhece Avelino. Mais do que uma carteira de trabalho assinada, Jos conta que ganhou reconhecimento. Quando estava desempregado, fazia bico na serralheria do meu irmo na parte de solda, mas sem ter a qualificao. Hoje vejo a diferena na qualidade do meu servio e principalmente na segurana e nas tcnicas para usar os equipamentos, conclui. Reconhecimento esse que vem do chefe, o diretor da empresa Incchol, Hildebrande Bragana, que elogia o desempenho de Avelino e admite priorizar a contratao de quem possui certificao profissional. Precisamos de mo de obra qualificada, dessa forma diminumos as falhas e os acidentes de trabalho, explica. Com mais de 20 anos no mercado, a tendncia de crescimento e da necessidade de mais profissionais. Precisamos de Torneiro Mecnico e outros profissionais. Vagas no faltam, enfatiza o empresrio. Casos como o de Jos demonstram a importncia da atuao do Senai e por isso investimos cada vez mais na ampliao e modernizao da instituio, visando contribuir para o aumento da competitividade da indstria paraense afirma o diretor regional do Senai, Gerson Peres.

OFERTA DE VAGAS NO PRONATEC

MATRICULAS EM CURSOS DE fORMAO INICIAl E CONTINUADA (FCI) E DE HAbIlITAO TCNICA EM 2012

4.372

10.628
*9.935 vagas em 74 cursos de qualificao e 693 vagas em 4 cursos de habilitao tcnica
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VAGAS EM CURSOS DE fORMAO INICIAl E CONTINUADA (FCI) E DE VAGAS EM CURSOS HAbIlITAO TCNICA EM 2012 FCI E DE HAbIlITAO TCNICA EM 2013

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sesi_SADE

Por uma indstria saudvel

Sesi e empresas investem na preveno de doenas e na qualidade de vida de quem trabalha na indstria

Fotos: Bruno Carachesti

OOA rotina da mdica do Trabalho Leila Paiva ajudar os trabalhadores da Oi a cuidarem da sade e do bem-estar

nvestir na sade e na segurana do trabalhador vai muito alm de disponibilizar equipamentos de proteo individual (EPIs) e coletiva (EPCs). Aliada a isso, uma srie de medidas e aes possibilitam ao trabalhador uma vida saudvel. Comprovadamente, alm de cumprir a lei, as empresas que adotam prticas de Segurana e Sade no Trabalho (SST) aumentam signi-

ficativamente seus resultados. Estudos mostram que a cada dlar investido em aes para melhoria do ambiente de trabalho e promoo da sade, outros quatro dlares retornam organizao. Os ganhos esto refletidos no fortalecimento de imagem perante o pblico consumidor, no aumento da produtividade e na reduo de gastos com acidentes, doenas decorrentes do trabalho,

absentesmo e assistncia sade. Para apoiar as empresas no cuidado com a sade e o bem-estar dos empregados, o Servio Social da Indstria (Sesi) mantm o programa Indstria Saudvel, por meio do qual oferece uma srie de servios educativos e preventivos integrados que contribuem para prevenir e tratar problemas de sade que possam acometer os trabalhadores.

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De natureza educacional, ambiental e organizacional, esse conjunto de servios e aes tende a melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores industriais e tambm a de seus dependentes. A empresa de telefonia Oi uma parceira do Sesi no programa por meio de um contrato de Sade Ocupacional, mantendo inclusive um ambulatrio em sua sede localizada na avenida Dr. Moraes, em Belm. A mdica do Trabalho Leila Paiva destaca a importncia desse profissional dentro das grandes empresas, o que contribui para evitar o absentesmo, que o afastamento do trabalhador, e danos produtividade. Se h a preveno e o empregados atendido na prpria empresa, evita-se a sobrecarga do Sistema nico de Sade (SUS), comenta. Nesse contexto, ela cita os programas de ginstica laboral, de sade bucal, entre outros, como medidas eficazes para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Todo trabalhador pode estar sujeito a uma doena ocupacional, mas na indstria os cuidados devem ser redobrados devido utilizao de produtos qumicos e a incidncia de rudos, entre outros riscos que definimos como agentes nocivos sade. por isso que, para eles, recomendamos a realizao de exames mdicos e laboratoriais rotineiros, como audiometria, raios-x, hemograma, teste de glicemia e at eletroencefalograma para quem trabalha nas alturas. Temos que zelar pela vida, refora a mdica.

Inimigos invisveis
Nelson Conceio, gerente de Sade do Departamento Regional do Sesi, diz que uma empresa deve planejar os investimentos em sade

de forma objetiva e de preferncia baseada em diagnsticos, capazes de revelar at aqueles inimigos invisveis. Dados do Sesi com base na indstria brasileira mostram que esses inimigos geralmente so a hipertenso, presente em 26% dos trabalhadores da indstria; obesidade (12%); tabagismo (12%); dieta no saudvel (13%) e sedentarismo (15%). Todas essas situaes podem contribuir para o afastamento do indivduo do trabalho. Por meio da pesquisa profissionais do Sesi conseguem indicar as prioridades e estratgias de investimento em sade. Em cerca de 20 minutos, por meio de entrevistas individuais com os trabalhadores, so investigadas as condies de sade e estilo de vida de cada um. Em outros 20 minutos, eles passam por exames de altura, ndice de massa corporal, circunferncia abdominal, glicemia, presso arterial e ainda, avaliao bucal. Segundo o gerente, tudo possvel de ser controlado e gerenciado. Com base nos diagnsticos, que so realizados sem nus para as empresas, possvel otimizar a aplicao dos recursos em sade e ainda medir a efetividade das aes implementadas, explica. Com o investimento a partir de R$ 3,50 por trabalhador, a empresa pode ter acesso a vrias aes nessa rea, por meio do Modelo Sesi SST (veja quadro completo abaixo). Algumas delas so o Programa de Preveno a Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Mdico e Sade Ocupacional, incluindo consultas ocupacionais, cursos de Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA), Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo (PCMAT) e materiais educativos para distribuio aos

Uma empresa deve planejar os investimentos de sade de forma objetiva e de prefernvia baseada em diagnsticos, capazes de revelar os inimigos invisveis da sade, como a hipertenso e o sedentarismo.

Nelson Conceio, gerente de Sade do Departamento Regional do Sesi

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sesi_SADE

trabalhadores. No Sesi Indstria Saudvel cada caso singular. O programa oferece s indstrias solues integradas ou de acordo com a necessidade de cada empresa. A cada visita do Sesi s empresas industriais so promovidos encontros dinmicos planejados para possibilitar o desenvolvimento de temas, discusses e contedos que fazem parte do pentculo do bem-estar, que composto por cinco aes determinantes do estilo de vida dos trabalhadores: hbitos alimentares, atividade fsica, controle do estresse, relacionamentos e comportamento preventivo.

Bons frutos
H cerca de um ano a Quanta Engenharia, outra empresa estabelecida em Belm, apostou na parceria com o Sesi e hoje j colhe bons frutos. Em 2012, foi a primeira colocada na etapa regional do Prmio Sesi de Qualidade no Trabalho (PSQT), como empresa de mdio porte, na rea temtica Ambiente de Trabalho Seguro e Saudvel. O PSQT homenageia as empresas brasileiras que investem na valorizao e na qualidade de vida dos trabalhadores. Pioneira no setor, a premiao estimula o exerccio da cidada-

nia nas relaes de trabalho e incentiva as empresas a incorporarem a responsabilidade social em suas estratgias, compartilhando boas prticas. Edinair Guimares, tcnica em Segurana do Trabalho da Quanta, defende aes que garantam a qualidade de vida e a satisfao dos trabalhadores. Estamos muito satisfeitos com a consultoria do Sesi e as aes que desenvolvemos juntos para o bem-estar dos nossos trabalhadores e at de suas esposas e seus filhos. J tivemos uma baixa significativa no tabagismo nas obras, por exemplo, exemplifica.

SAIBA QUAIS SO AS lINHAS DE ATUAO DO INDSTRIA SAUDvEl:


Diagnstico Sade e Estilo de vida destinado preveno das DNTs (Doenas no transmissveis), com foco na deteco precoce de doenas crnicas. PrograMa de Controle Mdico e Sade OcUpacional (PCMSO) especica procedimentos e condutas a serem adotados pelas empresas, como preveno, diagnstico, monitoramento e controle de possveis danos sade do trabalhador em funo dos riscos aos quais os empregados se expem no ambiente de trabalho. O objetivo preservar a sade e integridade desses trabalhadores. PrograMa de Preveno de Riscos AMBientais (PPRA) desenvolvido para reconhecer e avaliar os perigos/riscos do ambiente de trabalho e propor aes de melhoria nesses ambientes. PrograMa de Preveno de Perdas AUditivas (PPPA) tem a nalidade de monitorar a audio dos trabalhadores que esto expostos a rudos acima do nvel de ao (80 db). ConsUltas Clnicas OcUpacionais atividade desenvolvida por um mdico clnico ou mdico do Trabalho, voltada sade ocupacional. As consultas podem ser realizadas na empresa. Sade e SegUrana no TraBalho orientao, conscientizao e preveno de acidentes na empresa, abordando noes de combate a incndio, a importncia da Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA ), das Semana Interna de Preveno de Acidentes de Trabalho (SIPAT ) e de outros temas da rea de sade. Aes EdUcativas e preventivas eM Sade ao desenvolvida pelos prossionais de SST visando aplicao dos programas preventivos (PPRA e PCMSO). Os prossionais de SST do Sesi promovem a capacitao dos funcionrios e empresrios das indstrias para a preveno de acidentes e doenas ocupacionais. Assistncia Odontolgica a assistncia odontolgica prestada s empresas industriais, trabalhadores e dependentes por meio de consultrios e unidades mveis instaladas no mbito das empresas e regio circunvizinha. O atendimento pode ser realizado tambm em clnicas odontolgicas das unidades do Sesi. PrograMa InVista (Sade VisUal) unidade mvel equipada com aparelhos de ltima gerao e pessoal tcnico especializado em procedimentos oftalmolgicos. As consultas e exames so realizados na prpria unidade, que confecciona os culos e os entrega imediatamente aps os procedimentos.

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Em breve ser inaugurada em Belm uma nova unidade do Sesi, o Sesi Indstria Saudvel, um moderno centro de referncia no atendimento e na melhoria da qualidade de vida do trabalhador da indstria paraense. O endereo a avenida Joo Paulo II, esquina com a travessa Baro do Triunfo, no bairro do Marco. Em um prdio de seis pavimentos, a nova unidade vai atender as quatro gerncias de reas de negcios do Departamento Regional do Sesi: Sade, Educao, Cultura, Esporte e Lazer, e Responsabilidade Social Empresarial (SER). Na rea da Sade haver atendimento em Segurana e Sade no Trabalho (SST) e Odontologia. Esses servios hoje so oferecidos em lugares diferentes da capital paraense. No Esporte, o prdio vai contar com academia climatizada e equipada com aparelhos modernos, onde ser possvel a prtica de musculao e ginstica ocupacional e ainda a realizao de avaliao fsica, tudo acompanhado por profissionais da rea. As aes de Educao tero linguagem totalmente inovadora. As aulas sero ministradas em formato 3D, por meio de um software
OOEdinair Guimares acredita que aes pela qualidade de vida dos trabalhadores so essenciais

Trabalhadores ganham unidade do Indstria Saudvel

indiano que, em termos de tecnologia educacional, o que h de mais moderno no mercado. O prdio vai abrigar as aulas da Educao de Jovens e Adultos (EJA), e da Educao Bsica e Profissional Articulada (EBEP). Os alunos tero uma biblioteca com mais de cinco mil ttulos de diversas reas do conhecimento e um laboratrio de informtica completo. No laboratrio funcionar o programa Educao num clique, que contempla cursos de educao continuada com enfoque em Matemtica Aplicada, Produo Textual, Espanhol e Ingls (nveis bsico, intermedirio e avanado), Artes, Informtica Bsica (Incluso Digital) e Educao Oramentria, por meio dos mais modernos recursos da tecnologia digital. Em Responsabilidade Social, a unidade centralizar as aes do Projeto Viravida, que atende adolescentes e jovens que vivenciaram a situao de explorao e abuso sexual, oferecendo-lhes uma oportunidade de profissionalizao. Ao longo de quase quatro anos, mais de 2.500 jovens foram atendidos pelo projeto, uma iniciativa do Conselho Nacional do Sesi. O Sesi Par no mede esforos na busca pelo nosso objetivo de tornar a nova unidade uma referncia na regio norte e talvez do Brasil, no que se refere a instalaes e atendimento, afirma Luiz Negreiros, gerente do espao em instalao.

DIAGNSTICO DE SADE E ESTIlO DE VIDA


XX Etapa 1 Levantamento dos servios e benefcios de sade Entrevista com a rea de Recursos Humanos para mapeamento de benefcios e servios contratados, percepes, falas e desafios do gestor XX Etapa 2 - Circuito de Atendimento 2.1 - Aplicao de questionrio socioeconmico e de sade para os trabalhadores, abordando a prtica de atividade fsica, alimentao, histrico familiar de sade, comportamento preventivo e estado psicolgico 2.2 - Medies simplificadas (peso, altura, circunferncia abdominal, presso arterial, sade visual e sade bucal) 2.3 - Orientao educativa XX Etapa 3 Apresentao de resultados

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vida_corporativa

Veculos de comunicao empresarial: o que muda para as empresas que investem na transparncia com os empregados e com a comunidade?

m um mundo cada vez mais globalizado, a gesto das organizaes passa essencialmente pela gesto da informao. Embaladas por essa tendncia, que tem se mostrado eficaz para a melhoria da imagem corporativa e at mesmo da lucratividade do negcio, diversas empresas j encaram a comunicao empresarial como fator estratgico. Dessa forma, os veculos de comunicao de uma indstria, se bem gerenciados, podem contribuir para reiterar a cultura empresarial no ambiente interno e propagar as boas prticas corporativas externamente. Para o consultor de empresas Marcelo Bentes, a comunicao empresarial uma ferramenta interessante para que as aes de um empreendimento dentro e fora dele aconteam e sejam conhecidas de forma eficiente e menos burocrtica. Segundo ele, com a divulgao clara e peridica de informaes por meio de um jornal, por exemplo, uma empresa pode estar mais prxima dos seus colaboradores, clientes, parceiros e da comunidade do entorno, que passam a saber mais sobre o empreendimento, o que a empresa tem a oferecer, o que pratica em termos de responsabilidade social e ambiental, entre outras questes. Em relao aos aspectos estritamente mercadolgicos, o consultor afirma que a comunicao empresarial contribui para a fixao da marca. Consolidar uma marca forte no mercado hoje requer

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cada vez mais inovao e criatividade. Uma comunicao de excelncia reflete diretamente na qualidade dos servios prestados e no retorno para a empresa, considera Marcelo Bentes. A Minerao Rio do Norte (MRN), maior produtora brasileira de bauxita, matria-prima do alumnio, que est localizada em Porto Trombetas, no oeste do Par, investe h muito tempo em comunicao. Na empresa, que opera desde 1979 e tem como negcio extrair, beneficiar e comercializar bauxita, os canais institucionais esto no escopo do Plano Diretor de Comunicao. Segundo a gerente de comunicao da MRN, Ana Cunha, os veculos so fundamentais para garantir o alinhamento, gerenciamento e divulgao das principais informaes, o que estratgico para a gesto. Com a poltica de comunicao, a MRN busca atingir os seus funcionrios e a comunidade, mantendo-os bem informados sobre o cotidiano da empresa. Um dos veculos de comunicao da MRN o jornal Konduri. Criado em 2008 e de periodicidade bimestral, o informativo chega s residncias de, aproximadamente, cinco mil moradores de 60 comunidades ribeirinhas dos municpios de Faro, Terra Santa e Oriximin, na rea de influncia da empresa. Os assuntos abordados na publicao representam o cotidiano dos leitores. No jornal, as comunidades relatam suas conquistas, contam as suas histrias e mostram tambm como atuam nos projetos que desenvolvemos em parceria com elas, explica Ana Cunha.

A gerente de comunicao diz ainda que o Konduri bastante esperado pelos ribeirinhos e tambm fala sobre cidadania e meio ambiente. A MRN, claro, no pode se isentar de exercer este papel. Falamos sobre vrias questes, como os cuidados com a gua, com a sade e a destinao do lixo, destaca. Para fortalecer ainda mais este vnculo, recebemos, mensalmente, por meio do nosso programa de visitas, grupos de diversas comunidades para conhecer as atividades da empresa. Trabalhamos a comunicao na perspectiva da gesto empresarial com foco na qualidade das relaes e na gerao de valores para todos, complementa. A produtora de bauxita mantm ainda outros veculos de comunicao: um jornal mensal distribudo para todos os moradores da vila; um jornal mural semanal, disponvel em 19 quadros de diferentes reas da empresa, com as informaes sobre gesto e rotina, alm de assuntos de interesse comunitrio; intranet; campanhas educacionais e motivacionais; o informativo quinzenal Mina de Notcias, destinado aos empregados que residem no alojamento da mina, alm de uma ferramenta gerencial de apoio para repasse de informaes estratgicas, que fortalece a comunicao face a face e funciona como um instrumento de apoio ao gestor na comunicao com sua equipe. A MRN tambm est presente nas redes sociais, como no Twitter. A poltica de comunicao da empresa, segundo Ana Cunha, bem avaliada por gerentes de outras

reas da MRN. Anualmente realizamos uma pesquisa interna com todos os empregados para avaliar formalmente o processo e a eficcia das ferramentas. Em 2012, tivemos uma mdia de 95,73% de avaliaes positivas sobre os canais de comunicao, revela. Ainda segundo a gerente, a cultura da comunicao corporativa dentro da MRN vem sendo construda e fortalecida desde 1991, quando foi criada a rea de comunicao da empresa. Este um trabalho que precisa ser contnuo, acompanhando as mudanas da organizao. Sempre haver novos desafios, conclui. Para o engenheiro eletricista Alexandre Figueira Oliveira, que trabalha na MRN h quase dois anos, ter um trabalho divulgado nos veculos de comunicao uma forma de reconhecimento pela superao dos desafios encontrados at o resultado final. Ele acha importante que os funcionrios e a comunidade conheam quais e como esto sendo desenvolvidas as aes corporativas e a importncia destas iniciativas. Creio que a divulgao dos trabalhos tambm aumenta a autoestima do colaborador e o motiva a tentar melhorar cada fez mais o seu desempenho, considera o engenheiro. Alexandre Oliveira completa que a MRN ganha credibilidade e respeito de seus colaboradores, clientes, fornecedores e da imprensa, a partir do momento em que apresenta informaes claras e necessrias e demonstra transparncia das suas atividades econmicas e sociais.

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sindicatos_filiados
Sindicato da Indstria de Fiao e Tecelagem em Geral do Estado do Par Sinditec Presidente: Flvio Junqueira Smith (91) 3230-3721 avio@castanhal.com.br www.sindindustria.com.br/sinditecpa Sindicato das Indstrias Madeireiras do Vale do Acar Simava Presidente: Oseas Nunes de Castro (91) 3727-1512 / 3727-1016 madeireiramais@hotmail.com www.sindindustria.com.br/simavapa Sindicato das Indstrias Grcas do Oeste do Par Presidente: Antnio Djalma Vasconcelos (93) 9121-6220 djavascon@yahoo.com.br www.sindindustria.com.br/sigepa Sindicato das Indstrias Grcas do Estado do Par Sigepa Presidente: Carlos Jorge da Silva (91) 4009-4985 / 3241-5744 sigepa@globo.com/ sigepa@epa.org.br Sindicato da Indstria de Confeces de Roupas e Chapus de Senhora do Estado do Par Sindusroupa Presidente: Rita Aras (91) 4009-4872 sindusroupa@yahoo.com.br www.sindindustria.com.br/sindusroupa Sindicato da Indstria de Marcenaria do Estado do Par Sindmveis Presidente: Neudo Tavares (91) 3212-3318 sindmoveis@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sindimoveispa Sindicato da Indstria de Azeite e leos Alimentcios do Estado do Par Sinolpa Presidente: Antnio Pereira da Silva (91) 4009-8000 / 4009-8004/ 3258-0001 apereira@agropalma.com.br www.sindindustria.com.br/sinolpa Sindicato da Ind. Metalrgica, Mecnica e de Mat. Eltrico do Estado do Par Simepa Presidente: Marcos Marcelino de Oliveira (91) 3223-7146/ 3242-7107 simepa@simepa.com.br mrmarcos@marcosmarcelino.com.br www.sindindustria.com.br/simepa Sindicato das Indstrias de Mrmores e Granitos do Estado do Par Presidente: Ivan Palmeira Anijar (91) 3210-8800/ 3210-8843 ivanijar@marmobraz.com.br Sindicato da Indstria de Pesca do Estado do Par Sinpesca Presidente: Armando Jos Romaguera Burle (91) 3241-4588/ 3241-2101 sinpesca@interconect.com.br sinpesca@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sinpescapa Sindicato da Indstria de Calados do Estado do Par Presidente: Jaime da Silva Bessa (91) 3224-6621 jaymebessa@hotmail.com Sindicato da Ind. de Madeira de Jacund Simaja Presidente: Jonas de Castro (94) 3345-1224 / 3345-1186 Sindicato da Indstria da Construo Civil do Estado do Par Sinduscon Presidente: Marcelo Gil Castelo Branco (91) 3241-4058 / 3212-0132/ 4009-4988/ 3241-3763 secretaria@sindusconpa.org.br www.sindindustria.com.br/sindusconpa www.sindusconpa.org.br Sindicato da Ind. de Serr., Carp. Tan. Mad. Compensadas de Marab Sindimar Presidente: Joo Batista Corra Filho Rua Nagib Mutran, 395 Cidade Nova 68501-570. Marab (PA) www.sindindustria.com.br/sindimarpa Sindicato da Indstria de Panicao do Estado do Par Sippa Presidente: Elias Pedrosa (91)3222-5140 / 3241-1052 sippa@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sippa Sindicato da Ind. Metalrgica, Mecnica e de Material Eltrico de Construo e Regio Norte e Nordeste Simene Presidente: Nelson Tauro Oyama Kataoka (91) 3721-3835 / 3711-0868 simenepa@hotmail.com / delegaciacastanhal@epa.org.br www.sindindustria.com.br/simenepa Sindicato da Indstria da Construo Naval do Estado do Par Sinconapa Presidente: Fbio Ribeiro de Azevedo Vasconcellos (91) 3224-4142 / 4009-4981 fabio.sinconapa@epa.org.br / sinconapa@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sinconapa Sindicato da Indstria de Bebidas do Estado do Par Presidente: Juarez De Paula Simes (91) 3201-1500/ 3201-1508 juarez.simoes@gruposimoes.com.br www.sindindustria.com.br/sindbebidaspa Sindicato da Indstria de Serr. Tan. Mad. Comp. de Mad. de Paragominas Sindiserpa Presidente: Mario Cesar Lombardi (91) 3011-0053 sindiserpa@nortnet.com.br www.sindindustria.com.br/sindserpa Sindicato da Indstria de Palmitos do Estado do Par Sindipalm Presidente: Fernando Bruno C. Barbosa (91) 3225-1788 / 4009-4883 sindpalm@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sindpalmpa Sindicato da Ind. de Benef. de Arroz, Milho, Mand. Soja, Cond. e Raes Bal. do Estado do Par Presidente: Paulo Roberto Mendes (91) 3222-0339 moinhoesperanca@hotmail.com Sindicato da Indstria de Olaria Cermica para Construo e de Artefatos de Cimento a Armado do Estado do Par Sindolpa Presidente: Lisio dos Santos Capela (91) 3241-0349 lscapela@gmail.com Sindicato da Indstria de Madeira de Tucuru e Regio Simatur Presidente: Angelo Colombo simatur@mcoline.com.br Sindicato da Ind. de Preparao de leos Vegetais e Animais, Sabo e Velas do Estado do Par Presidente: Luiz Otvio Rei Monteiro (91) 3204-1400/1401/ 3204-1430 smdist@amazon.com.br vendas@grupostamaria.com.br Sindicato da Ind. de Produtos Qumicos, Farm. e de Perfumaria e Artigos de Toucador do Estado do Par Sinquifarma Presidente: Nilson Monteiro De Azevedo (91) 3241-8176 / 4009-4876 nilson@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sinquifarmapa Sindicato das Indstrias de Biscoitos, Massas, Caf (Torrefao e Moagem), Salgadinhos, Substncias Aromticas, Doces e Conservas Alimentcias, Laticnios e Produtos Derivados do Estado do Par Presidente: Helio De Moura Melo Filho (91) 3711-0868 siapa@linknet.com.br/ helio@hileia.com.br www.sindindustria.com.br/siapa
Sindicato da Agroindstria Tabageira do Estado do Par Saitep Presidente: Jos Joaquim Diogo (91) 4009-4871 www.sindindustria.com.br/saiteppa Sindicato da Ind. de Serr. Tan. de Mad. Comp. e Lam. de Belm e Ananindeua Presidente: Cezar Remor (91)3242-4081 / 4009-4878 / 3242-7342 sindimade@sindimade.com.br www.sindindustria.com.br/sindimadpa Sindicato da Carne e Derivados do Estado do Par Sindicarne Presidente: Dalberto Uliana (91) 3225-1128/ 4009-4886 sindicarnepa@sindicarne-pa.com.br www.sindindustria.com.br/sindicarnepa Sindicato da Indstria Madeireira de Dom Eliseu Simade Presidente: Rogrio Bonato (91) 3335-1142 Sindicato das Ind. da Construo e do Mobilirio de So Miguel do Guam, Irituia Me do Rio e Aurora Do Par Sincom Presidente: Raimundo Gonalves Barbosa (91) 3446-2564/ 3446-1184 sicomsmg@hotmail.com www.sindindustria.com.br/sicompa Sindicato da Ind. Madeireira e Movelaria de Tailndia Sindimata Presidente: Joo Batista Medeiros (91) 3752-1233 / 3752-1309 sindimata@lidnet.com.br www.sindindustria.com.br/sindimatapa Sindicato da Ind. da Construo e do Mobilirio de Castanhal Presidente: Roberto KataokaOyama (91)3721-3835 / (91) 3711-0804 delegaciacastanhal@epa.org.br / regina.cast@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sicmcpa Sindicato da Ind. de Serraria, Tanoaria de Madeiras Compensadas e Laminados do Arquiplago do Maraj Simmar Presidente: Dejair Francisco De Oliveira (91) 3783-1228 org.contabeis@bol.com.br www.sindindustria.com.br/simmarpa Sindicato da Ind. de Reparao de Veculos e Acessrios do Estado do Par Sindirepa Presidente: Andr Luiz Ferreira Fontes (91) 3254-5826 / 3244-8844 tecnover2@yahoo.com.br www.sindindustria.com.br/sindirepa Sindicato da Ind. de Frutas e Derivados do Estado do Par Sindifrutas Presidente: Solange Motta (91)3212-2619 sindfrutas@epa.org.br www.sindindustria.com.br/sindfrutaspa Sindicato da Ind. de Madeira do Baixo e Mdio Xingu Simbax Presidente: Renato Mengoni Junior (93) 3515-3077 simbaxaltamira@yahoo.com.br Sindicato das Indstrias de Ferro-gusa do Estado do Par Sindiferpa Presidente: Leonildo Borges Rocha (91) 3241-2396 / 2347 / 4009-4884 anaclaudia@sindiferpa.com.br www.sindindustria.com.br/sindiferpa Sindicato das Indstrias Minerais do Estado do Par Simineral Presidente: Jos Fernando Gomes Junior (91) 3230-4066 presidencia@simineral.org.br www.sindindustria.com.br/simineraispa Sindicato das Indstrias de Laticnios do Estado do Par Presidente: Frederico Vendramini Nunes Oliveira (94) 3322-1953 sindleitepa@hotmail.com www.sindindustria.com.br/sindileitepa

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